XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" IMPACTOS DA POLÍTICA CAMBIAL NO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: UMA ANÁLISE DAS EMPRESAS DE CAPITAL ABERTO POR MEIO DE SEUS INDICADORES FINANCEIROS RENATA TUROLA TAKAMATSU (1) ; WAGNER MOURA LAMOUNIER (2) . 1.CEPCON - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL; 2.CEPCON / CEPEAD - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL. [email protected] APRESENTAÇÃO ORAL COMÉRCIO INTERNACIONAL Impactos da política cambial no Agronegócio Brasileiro: Uma análise das empresas de capital aberto por meio de seus indicadores financeiros Grupo de Pesquisa: 3 Comércio Internacional Resumo Em um ambiente competitivo, os integrantes do mercado financeiro empregam as mais variadas informações a fim de analisar os riscos e potencialidades de investimentos e alocar de forma eficiente os recursos sob sua responsabilidade. O ambiente econômico em que a firma está inserida influencia e direciona suas decisões estratégicas. Nesse contexto, a compreensão dos efeitos da política macro-econômica sobre o mercado pode determinar a sobrevivência de um empreendimento. Dentre as variáveis macroeconômicas que interferem no ambiente empresarial está inserida a taxa de câmbio, que determina o valor da moeda nacional em relação a moedas fortes como o dólar ou o euro. Nesse sentido, o presente artigo buscou analisar, por meio de índices financeiros, o desempenho das empresas de capital aberto do Agronegócio Brasileiro frente ao comportamento da taxa de câmbio nos últimos anos. Foram coletados os indicadores financeiros referentes às demonstrações financeiras trimestrais das empresas entre os anos de 2000 a 2006, através do banco de dados Economática. Por meio de análise de regressão, observou-se, uma baixa influência da taxa de câmbio sobre os indicadores de vários segmentos do agronegócio. Os setores de “Cervejas e 1 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" Refrigerantes”, “Cigarros e Fumos” e “Fertilizantes e Defensivos” se destacaram, uma vez que a variável taxa de câmbio apresentou-se relevante e positiva em quase todos os indicadores desses setores, excetuando-se o indicador de Giro do Ativo. Tal comportamento fornece indícios de uma intensa interferência atual da política cambial sobre esses segmentos. Palavras-chaves: Análise Financeira; Câmbio; Índices Financeiros; Rentabilidade. Abstract In a competitive environment, integrants of the financial market use the most varied information to analyze the risks and return of investments and to allocate efficiently the resources under their responsibility. The economic environment where the firm is inserted influences and directs its strategical decisions. In this context, the understanding of the effect of the macroeconomic politics on the market can determine the survival of an enterprise. Among the macroeconomic variables that impact the enterprise environment is inserted the exchange rate that determines the value of the national currency in relation to strong currency as the dollar or euro. In this direction, the present article searched to analyze, by financial ratios, the performance of open capital companies of the Brazilian Agribusiness relative to the behavior of the exchange rate in the lasts years. The financial indexes referring of the quarterly financial demonstrations between the years of 2000 and 2006 from the companies had been collected through the data base of the Economatica. By the regression analysis was observed a low significance of the impact of the exchange rate on the indexes of the most of segments of the Brazilian Agribusiness. The sectors of “Beverages”, “Cigarettes and Tobacco” and “Fertilizers and Defensives” was the ones that had presented a significant and positive relation with the exchange rate. Such behavior shows an intense interference of the cambial politics on these segments. Key Words: Financial analysis; Exchange; Financial indexes; Return. 1. INTRODUÇÃO No processo de decisão, integrantes do mercado financeiro empregam as mais variadas informações disponíveis a fim de determinar a alocação eficiente dos recursos sob sua responsabilidade. As demonstrações financeiras configuram-se como uma das principais ferramentas elaboradas pela Contabilidade fornecendo subsídios para a avaliação de riscos e potencialidades de retorno nas empresas. A Análise das Demonstrações Financeiras é uma das áreas de mais interessantes aplicações e que difunde a importância da contabilidade aos indivíduos que não são diretamente ligados à profissão. Por meio de índices, medidas que indicam relações entre contas das Demonstrações Financeiras das empresas, dados são transformados em informações úteis aos agentes interessados. Com isso é possível traçar possíveis tendências e determinar padrões de comportamento.(SAPORITO, 2005). O ambiente econômico em que a firma está inserida influencia e direciona suas decisões estratégicas. Fatores exógenos à empresa, tais como as flutuações econômicas da oferta e demanda podem determinar decisivamente o desempenho de um empreendimento. Assim sendo, a análise da performance econômica das empresas deve levar em consideração o comportamento dos seus setores, do mercado interno e aspectos econômicos do mercado externo. 2 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" Nesse contexto, o conhecimento de como os mercados reagem a variação na política macroeconômica pode proporcionar elevação da eficiência, da rentabilidade dos investidores e das empresas que neles participam. A capacidade de determinar o que poderá acontecer no futuro e a compreensão dos riscos e especificidades dos mercados pode ser capaz de garantir a “sobrevivência” de um empreendimento. Dentre os fatores que interferem no ambiente econômico está inserida a taxa de câmbio, que determina o valor da moeda nacional em relação às demais moedas. Tal taxa está inserida entre os preços mais importantes em uma economia aberta devido a sua forte interferência sobre as importações, exportações e outras variáveis macroeconômicas. (KRUGMAN e OBSTFELD, 2001). Segundo Oliveira (2006) o setor agropecuário e agroindustrial tem contribuído de maneira expressiva para o desenvolvimento do país. Demandas externas por produtos específicos, tais como o café, cana-de-açúcar e soja estimularam o avanço do setor. Desse modo, houve um acúmulo de capital que propiciou a aplicação no financiamento de investimentos privados e públicos em outros setores. De acordo com Guanziroli (2006) a participação da produção estritamente agrícola contribui apenas com 7,8% do PIB não correspondendo à expressividade do setor. Todavia, alguns autores apresentam a metodologia de mensuração do PIB do Agronegócio, incluindo as frações de outros setores da economia que respondem a estímulos do Agronegócio, computando o valor adicionado da atividade Agropecuária, o que ilustra de maneira mais apropriada a sua importância. O Agronegócio Brasileiro é responsável por 33% do Produto Interno Bruto (PIB), 42% das exportações totais e 37% dos empregos brasileiros. Desse modo, devido à representatividade das exportações do setor, inicialmente espera-se que alterações da cotação do Dólar frente ao Real interfira em seu desempenho e rentabilidade. (MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)). Uma parcela significativa da produção agropecuária sempre foi destinada ao abastecimento do mercado externo. Todavia, a produção agropecuária brasileira ao longo dos anos passou por uma série de mudanças, dentre elas a intensificação da escala de produção, com o objetivo do atendimento da crescente demanda urbana local. (Oliveira, 2006). Apesar das exportações do setor serem prejudicadas pela apreciação da taxa de câmbio, as importações de insumos necessários à sua produção são favorecidas. Conseqüentemente, os efeitos ocasionados pela a taxa de câmbio sobre o Agronegócio dependem da ponderação das parcelas destinadas para o exterior e para o interior, das relações mantidas com os demais setores da economia, bem como da dependência de insumos importados a serem empregados na produção. O presente artigo buscou analisar, por meio de índices financeiros, os efeitos causados pela mudança na política cambial após 1999 sobre Agronegócio Brasileiro. Por meio do estudo das empresas de capital aberto do setor, pretendeu-se identificar alterações ocorridas em seu desempenho, entre os anos de 2000 e 2006, causados pela sobrevalorização da taxa de câmbio. Os objetivos específicos da presente pesquisa são: 3 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" • Analisar os indicadores de rentabilidade das empresas do Agronegócio brasileiro; • Destacar a análise de demonstrações financeiras como um eficiente mecanismo para determinar a situação financeira das firmas do Agronegócio; • Apontar os efeitos do câmbio no Agronegócio brasileiro. • Identificar os setores do Agronegócio que mais se beneficiaram e os que mais foram prejudicados (em termos de rentabilidade) com a política cambial recente. 2. REVISÃO DE LITERATURA Segundo Krugman e Obstfeld (2001), por tornar possível a comparação entre preços dos bens e serviços produzidos em diferentes países, a taxa de câmbio é detentora de um papel central no comércio internacional. Essa taxa interfere em diversas variáveis tais como: exportações e importações de um país; taxa de juros; nível de preços; produção e dívida externa. A apreciação da moeda corrente de um país eleva o preço relativo de suas exportações e reduz o preço relativo de suas importações, ao passo que, uma depreciação diminui o preço relativo das exportações e eleva o preço relativo de suas importações. Para os agentes de mercado que tem como alvo o mercado externo, a valorização do Real frente ao Dólar ocasiona uma série de desvantagens. Com a alta dos preços dos produtos nacionais, os importadores passam a necessitar de mais dólares pra adquiri-los. Há, então, uma perda de competitividade das exportações. Por outro lado as importações são favorecidas quando o Real se valoriza frente às moedas estrangeiras, pois produtos e insumos importados necessários à produção de diversos bens intermediários tornam-se mais acessíveis (GAROFALO FILHO 2006). Quando os fatores de risco e liquidez não influenciam as demandas de ativos em moedas estrangeiras, os integrantes do mercado de câmbio sempre preferirão manter os ativos que proporcionam a taxa de rendimento esperado mais elevada. Caso os rendimentos esperados dos depósitos locais excedam o rendimento esperado dos depósitos em moeda estrangeira os investidores internacionais migram seu capital para o país, o Real é imediatamente valorizado no mercado internacional. Similarmente, o rendimento esperado dos depósitos nacionais abaixo do rendimento esperado em outros países leva o Real a ser desvalorizado. Tal comportamento evidencia a estreita relação entre a taxa de câmbio e a taxa de juros (KRUGMAN e OBSTFELD, 2001). De acordo com o DIEESE (2006), o câmbio também interfere na dívida pública. Quando o dólar se desvaloriza, uma parcela da dívida indexada à variação cambial se reduz. Assim, o câmbio valorizado ajuda a melhorar a relação dívida/PIB, um dos indicadores de solvência do país. No entanto, o câmbio valorizado, associado às altas taxas de juros e elevada carga tributária, reduz a competitividade de muitos setores da indústria, diminuindo sua rentabilidade, tendo como conseqüência, o desemprego. As políticas macroeconômicas podem interferir na produção, alocação de recursos e distribuição de renda entre diversos setores da economia. Inserida nas políticas 4 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" macroeconômicas está a política cambial que determina o regime e a intensidade dos métodos de intervenção do Banco Central no mercado de câmbio. De acordo com o DIEESE (2006) do início do Plano Real até janeiro de 1999 esteve vigente no Brasil a taxa de câmbio fixa. Em tal regime, a taxa de câmbio não era estabelecida livremente pelo mercado, e sim pelo governo segundo seus objetivos. Com a mudança ocorrida no regime cambial, a taxa de câmbio passou a ser variável. O país adotou um regime de câmbio flutuante "sujo", sistema no qual o Banco Central observa o comportamento do mercado decidindo o momento de intervir, para evitar uma excessiva desvalorização ou valorização da moeda. O Banco Central intervém na oferta doméstica de moeda e conseqüentemente no mercado de câmbio. Um excesso de oferta doméstica de moeda determina uma depreciação da moeda doméstica e conseqüentemente a desvalorização na taxa de câmbio de um país. Similarmente, uma queda na oferta doméstica de moeda faz com que a moeda corrente doméstica seja apreciada em relação às moedas estrangeiras. Quando o Banco Central de um país compra ativos estrangeiros, aumenta a oferta de moeda do país. Similarmente, a venda de ativos estrangeiros pelo banco central determina o declínio da oferta de moeda. Os depósitos compulsórios, que consistem no recolhimento dos bancos de parte dos depósitos a vista e a prazo também interferem na disponibilidade de moeda. A alteração da porcentagem dos depósitos bancários destinados ao banco central determina se a capacidade de expansão do crédito do sistema bancário é ampliada ou restringida. Rivera e Cassano (2006) analisaram a interferência da taxa de câmbio sobre a competitividade das exportações brasileiras, no período de 2000 a 2006, por meio da estimação de uma regressão de séries temporais a partir de dados do IPEA. Os resultados indicaram que a taxa de câmbio não se configurou como uma variável endógena significativa para explicar as exportações brasileiras durante o período estudado. Ainda no sentido de captar a influência da taxa de câmbio na economia, Xavier (2007) discorreu acerca da pesquisa realizada pela empresa MCM Consultores. A pesquisa determinou a cotação de equilíbrio de diversos segmentos da Economia Brasileira. Tal cotação determina um valor ideal para a taxa de câmbio. Assim, quando o valor da cotação do Real apresenta-se abaixo desse valor, o segmento passa a apresentar problemas de rentabilidade. De acordo com a pesquisa, observou-se cerca de onze setores com cotação de equilíbrio superior à taxa de câmbio de R$2,09. Esses setores são apresentados na Figura 1. 5 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" 2,09 Cotação do dia 16/02/2007 Produtos alimentares 2,7 2,33 Produtos vegetais 2,95 Indústria do café Químicos diversos 2,16 2,16 Refino de Petróleo 2,9 Elementos químicos Papel e gráfica 2,39 2,5 2,25 Madeira e mobiliário Máquinas e tratores Extrativa mineral 2,12 2,95 Agropecuária Reais (R$) 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 Figura 1: Câmbio de Equilíbrios dos segmentos da Economia Fonte: Fonte: Adaptado de MSM Consultores Associados apud Xavier (2007) A partir do gráfico é possível observar o elevado patamar do câmbio de equilíbrio da agropecuária, situando-se no valor de R$2,95. Esse resultado indica a forte influência da valorização do Real sobre o desempenho do setor agropecuário. 3. METODOLOGIA 3.1 Índices de rentabilidade para a análise das empresas Para Matarazzo (1998) os índices, ou quocientes financeiros, apresentam-se como a forma mais tradicional e empregada de análise das demonstrações financeiras, fornecendo uma via rápida para o monitoramento da situação financeira da firma. A categoria de índices de lucratividade e desempenho visa mensurar a eficiência das firmas no emprego de suas fontes de financiamento (capital próprio e de terceiros) na geração de lucro. Tais índices são úteis para avaliar a capacidade das firmas de obter lucros nos exercícios futuros, sobreviver no longo prazo, pagar seus credores e recompensar seus proprietários (acionistas) atraindo financiamentos. Geralmente tais índices estabelecem relações entre a renda gerada com as operações da empresa e o capital investido na mesma. O índice de Giro do Ativo insere-se nessa categoria a partir da análise do aproveitamento dos ativos no exercício social da empresa. Seu cálculo é dado pelo confronto entre vendas efetuadas no período com os investimentos totais da empresa, mensurados pelo seu ativo total: 6 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" GA = VL AT (1) Onde: VL= Vendas Líquidas; AT= Ativo Total. Já o índice de Margem Líquida (ML), também denominado de Retorno sobre as Vendas (RSV), compara o lucro líquido com as vendas líquidas do período, fornecendo o percentual de lucro líquido que as empresa está obtendo em relação a seu faturamento. ML = LL * 100 VL (2) Onde: LL= Lucro Líquido (lucros/prejuízos) do exercício; VL= Vendas Líquidas. O índice de Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido, (Return on Equity- ROE) demonstra o prêmio que acionistas ou proprietários terão em relação ao investimento em um empreendimento. Sua fórmula é dada por: ROE= LL PL (3) LL= Lucro líquido PL= Patrimônio Líquido Segundo Silva (2001) o índice de Retorno Sobre o Ativo (também chamado de Return on Assets – ROA) indica a lucratividade dos investimentos totais efetuados pela empresa, representados pelo seu Ativo Total. Algebricamente pode-se determinar: LL ROA = * 100 AT (4) LL= Lucro líquido (lucros/prejuízos) do exercício; AT= Ativo total; Seu valor mostra quanto foi o lucro líquido em reais no período para cada R$100,00 investido pela empresa no ativo total. O índice de retorno sobre o ativo (ROA) também pode ser estabelecido pelo produto entre os índices de giro do ativo e retorno sobre vendas. Como é mostrado a seguir. ROA = LL VL LL = * AT AT VL (5) 7 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" Assim, tem-se de forma implícita que as empresas podem aumentar o seu ROA, aumentando o GA, aumentando o RSV ou ambos. Para relacionar os indicadores contábeis (variável dependente) em relação a taxa de câmbio (variável explicativa) estimou-se sucessivas regressões. O modelo geral da regressão foi: Yt = α + β X t + ε t em que, Y= Índice de Rentabilidade e Desempenho a ser explicado (GA, ROA, ...) X= Taxa de Câmbio no Período Vigente. (6) O método utilizado para estimar os parâmetros da função foi o Método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO). Desse modo, para estimar o modelo foram empregadas as seguintes fórmulas: α =Y − β X e (7) n∑ X t Yt − ∑ X t ∑ Yt β= (8) n∑ X t2 − (∑ X t ) 2 4. DADOS UTILIZADOS A análise englobou o período em que foram divulgadas demonstrações financeiras das empresas do Agronegócio Brasileiro, referentes aos exercícios de 2000 a 2006. As empresas selecionadas, que encontram-se no Quadro 1, estão esquematicamente separadas de acordo com o segmentos a que pertencem a partir da classificação adotada pela Bovespa. Os dados e indicadores contábeis foram obtidos através da base de dados do Economática. Da totalidade das empresas classificadas como do agronegócio algumas foram excluídas da amostra já que não apresentavam dados para todo o período analisado, por serem recentemente listadas na bolsa, ou por não manterem uma quantidade suficiente de informações disponíveis. Tais empresas foram: Cosan, M. Diasbranco e Grendene. Durante a coleta dos indicadores observou-se que determinadas empresas da amostra apresentavam valores discrepantes (outliers), para quase todo o período, em relação às demais empresas, tais como passivos a descoberto, o que caracteriza empresas em situação de insolvência. A presença dessas prejudicaria a especificação do modelo viesando o resultado. Dessa forma, também forma retiradas da amostra as seguintes empresas: Café Brasília, Granóleo, Usina C. Pinto, Melhoramentos, Encorpar, Tecidos Blumenal. Quadro 1 : Empresas da Amostra SEGMENTOS EMPRESAS Alimentos Diversos Café Cosan CTM Citrus Josapar M..Dias Branco C. Oderich Rasip Agro Renar Macas Usina C. Pinto Cacique Café Brasília Iguaçu Café 8 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" Calçados Carnes e Derivados Alpargatas Cambuci Grendene Vulcabrás Avipal Excelsior Minupar Perdigão Aracruz Celul Irani Klabin Melhoramentos Melpaper Suzano Papel Votorantim Sadia Papel e Celulose Cervejas e Refrigerantes AmBev Cigarros e Fumo Souza Cruz Grãos e Derivados Granóleo Leco Laticínios Parmalat Vigor Madeira Duratex Eucatex Fertilizantes e Defensivos Fosfértil Yara Brasil Comércio de Alimentos P.Açúcar Couro Arthur Lange Fios e Tecidos Buettner Cedro Coteminas Dohler Encorpar F Guimarães Fab. C Renais Ind. Cataguases Karsten Pettenati Santanense Santistextil Schlosser Tecel. Blumenau Tecel S Jose Teka Tex. Renaux Vicunha Text Wembley Fonte: elaborado pelos autores 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Figura 2 evidencia o comportamento da taxa de câmbio nos anos entre 2000 e 2006. Por meio do gráfico, pode-se visualizar o comportamento do Real frente ao Dólar no período. Observa-se que no terceiro trimestre de 2002 a taxa de câmbio chegou a ser cotada R$3,89 por US$1,00 todavia, posteriormente voltou a patamares similares aos do início do período. 9 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 2006 09 2006 03 2005 09 2005 03 2004 09 2004 03 2003 09 2003 03 2002 09 2002 03 2001 09 2001 03 2000 09 2000 03 0 Figura 2: Taxa de câmbio - R$ / US$ - comercial/venda – média Fonte: elaborado pelos autores a partir dos dados do IPEADATA A seguir é apresentado um resumo das principais informações obtidas nas estimações das regressões entre a taxa de câmbio e os indicadores financeiros. Tais informações são esquematicamente resumidas em tabelas para auxiliar a visualização. Assim são apresentados os coeficientes lineares e angulares seguidos de seus respectivos valores de probabilidade, bem como os coeficientes de determinação dos modelos ( R 2 ) estimados. Tabela 2: Coeficientes da Regressão do Índice de Giro do Ativo explicado pela Taxa de Câmbio ( GAti = α + β TxCâmbio t + ε t ) Segmentos α Alimentos Diversos 0,2210 Café 0,2140 Calçados 0,2380 Carnes e Derivados 0,3180 Cervejas e Refrigerantes 0,1750 Cigarros e Fumo 0,2360 Comércio de Alimentos 0,3000 Couro 0,0530 Fertilizantes e Defensivos 0,1200 Fios e Tecidos 0,7430 Grãos e Derivados 0,0008 Laticínios 0,2040 Madeira 0,1700 Papel e Celulose 0,0860 Fonte: Resultados da Pesquisa Valor-p 0,0000 0,0010 0,0000 0,0000 0,0016 0,0001 0,0000 0,6984 0,2604 0,0218 0,9898 0,0001 0,0009 0,0002 β 0,0093 0,0295 0,0208 0,0073 -0,0092 0,0063 0,0000 0,0938 0,0828 -0,2100 0,0967 0,0171 -0,0099 0,0261 Valor- p 0,4652 0,1933 0,2322 0,6816 0,6300 0,7414 1,0000 0,0805 0,0479 0,0833 0,0007 0,3309 0,5736 0,0019 R2 0,0215 0,0667 0,0566 0,0068 0,0094 0,0044 0,0000 0,1172 0,1475 0,1152 0,3711 0,0378 0,0128 0,3257 10 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" Adotou-se nessa pesquisa como nível de significância para os testes o valor de 10%, assim, somente aqueles coeficientes angulares que apresentaram valores de probabilidade inferiores a 0,1 foram considerados significativos. Os coeficientes que apresentaram-se significativos estão destacados em negrito nas tabelas, juntamente com seus respectivos valores de probabilidade. Desse modo, observa-se que a taxa de câmbio apresentou-se como uma variável relevante para explicar o desempenho do índice do giro do ativo em apenas seis dos quatorze setores do Agronegócio analisados. Foram eles: “Setores de couro”, “Fertilizantes e Defensivos”, “Grãos e Derivados”, “Papel e Celulose”, “Fios e Tecidos”. Dos coeficientes angulares considerados significativos, cinco apresentaram-se positivos e um negativo. Dado que o setor agropecuário brasileiro sempre foi tipicamente exportador, já era esperado que a valorização do real do dólar causasse efeitos positivos no volume de vendas. Tabela 3: Coeficientes da Regressão: Índice de Margem Líquida explicado pela Taxa de Câmbio ( MLti = α + β TxCâmbio t + ε t ) Segmentos α Alimentos Diversos -6,7963 Café 4,5554 Calçados 20,1907 Carnes e Derivados 10,9823 Cervejas e Refrigerantes -2,0251 Cigarros e Fumo 7,4162 Comércio de Alimentos 3,9098 Couro -72,769 Fertilizantes e Defensivos -15,091 Fios e Tecidos -3,8005 Grãos e Derivados 2,0414 Laticínios 2,7757 Madeira 9,5339 Papel e Celulose 22,5532 Fonte: Resultados da Pesquisa Valor- p 0,7272 0,3706 0,1056 0,0825 0,7233 0,2878 0,0105 0,0559 0,0469 0,6903 0,7297 0,3851 0,2316 0,0992 β 0,6534 0,8032 -10,083 -5,1703 5,9675 6,6177 -0,5398 20,8651 8,7224 -3,6169 -0,2031 -0,1998 -3,8156 -3,4709 Valor-p 0,9301 0,6783 0,0381 0,0354 0,0108 0,0181 0,3280 0,1461 0,0041 0,3262 0,9284 0,8693 0,2120 0,4979 R2 0,0003 0,007 0,1608 0,1650 0,2327 0,2038 0,0382 0,0825 0,2846 0,0385 0,0003 0,0011 0,0615 0,0185 No que tange ao indicador de Margem Líquida, apenas cinco segmentos obtiveram coeficientes explicitando uma taxa de câmbio relevante. Em três segmentos a taxa de câmbio influenciou positivamente o indicador, nos dois demais segmentos a reação foi negativa. Acredita-se que, os segmentos em que os parâmetros foram negativos, tenham parte de sua produção voltada para o exterior, desse modo, esses seriam prejudicados com a valorização cambial uma vez que passariam a perde competitividade no mercado externo. Conclui-se também, que nos segmentos onde os coeficientes angulares foram positivos há uma necessidade maior de utilização de insumos importados. Com a valorização do real em relação ao Dólar, o preço dos insumos importados é reduzido o que ocasionaria uma melhora no desempenho geral do segmento. 11 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" Tabela 4: Coeficientes da Regressão: Índice de Retorno sobre o Ativo explicado pela Taxa de Câmbio ( ROAti = α + β TxCâmbio t + ε t ) Segmentos α Alimentos Diversos -2,5154 Café 0,6484 7,1607 Calçados Carnes e Derivados 2,5465 Cervejas e Refrigerantes -0,3387 Cigarros e Fumo 1,1514 1,4163 Comércio de Alimentos Couro -5,9699 Fertilizantes e Defensivos -5,2985 Fios e Tecidos -0,5298 Grãos e Derivados 0,4492 Laticínios 0,8968 -5,9699 Madeira Papel e Celulose 1,5048 Fonte: Resultados da Pesquisa Valor- p 0,1843 0,6176 0,0464 0,1543 0,7188 0,4535 0,0054 0,0950 0,0259 0,8090 0,7376 0,2820 0,0950 0,4274 β 0,7434 0,4808 -3,3662 -1,2694 0,9132 1,9137 -0,2367 1,8090 2,9689 -0,8707 0,0112 -0,0929 1,8090 -0,0463 Valor- p 0,3023 0,3372 0,0164 0,0675 0,0168 0,0029 0,1963 0,1822 0,0019 0,3047 0,9827 0,7687 0,1822 0,9489 R2 0,0425 0,0369 0,2092 0,1275 0,2080 0,3039 0,0658 0,0701 0,3245 0,0421 0,0000 0,0035 0,0612 0,0002 Novamente cinco segmentos obtiveram coeficientes explicitando uma taxa de câmbio relevante sendo que, em três a taxa influenciou positivamente o Retorno Sobre Ativo, e nos dois restantes a reação foi negativa. É interessante observar que, assim, como nos indicadores anteriores, tem-se novamente um baixo poder preditivo da variável taxa de câmbio sobre o indicador. A partir das estimativas realizadas, infere-se que lucratividade dos investimentos totais efetuados das empresas dos segmentos “Calçados” e “Carnes e Derivados” reduz-se quando há uma valoriza do dólar em relação ao Real. Já nos segmentos de “Cervejas e Refrigerantes”, “Cigarros e Fumo” e “Fertilizantes e Defensivos” a lucratividade eleva-se com a valorização do Dólar. Ainda nesse sentido, observa-se que os segmentos “Calçados”, “Carnes e Derivados”, “Cervejas e Refrigerantes”, “Cigarros e Fumo” e “Fertilizantes e Defensivos” apresentaram coeficiente angulares significativos tanto nas equações em que variável dependente era a Margem Líquida, quanto nas equações com indicador Retorno sobre Ativo detentor do papel de variável dependente. Tal resultado é justificado, uma vez que o indicador de Retorno sobre o Ativo pode ser dado pela combinação entre os índices de Margem Líquida e de Giro do Ativo. 12 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" Tabela 5: Coeficientes da Regressão: Índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido explicado pela Taxa de Câmbio ( ROE ti = α + β TxCâmbio t + ε t ) Segmento Alimentos Diversos Café Calçados Carnes e Derivados Cervejas e Refrigerantes Cigarros e Fumo Comércio de Alimentos Couro Fertilizantes e Defensivos Fios e Tecidos Grãos e Derivados Laticínios Madeira Papel e Celulose Fonte: Resultados da Pesquisa α -11,5219 1,9936 -16,6228 -2,2736 -3,5266 1,5592 2,7248 -57,5461 -22,7225 9,802 0,3265 2,2464 -6,7637 -1,6171 Valor – P 0,544 0,4424 0,2102 0,5792 0,2673 0,5222 0,0187 0,1419 0,0392 0,4306 0,8881 0,3937 0,5451 0,8309 β 1,8204 0,5414 5,9254 1,3297 3,5767 3,7097 -0,3501 16,8448 10,6257 -6,6834 0,2272 0,0123 1,2808 1,4907 Valor - P 0,8018 0,585 0,2427 0,3992 0,006 0,0005 0,4069 0,2515 0,0136 0,1663 0,7984 0,9902 0,7642 0,6081 0,0026 0,0121 0,0542 0,0286 0,2651 0,3939 0,0277 0,0567 0,2201 0,0752 0,0027 0,0000 0,0037 0,0107 No que se refere ao indicador de Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido, a quantidade de coeficientes angulares significativos se reduziu a apenas três. Outra observação é a de que os segmentos “Cervejas e Refrigerantes”, “Cigarros e Fumos” e “Fertilizantes e Defensivos” tiveram um impacto significativo novamente, uma vez que a taxa de câmbio já havia se apresentado relevante para esses três segmentos na análise dos indicadores anteriores. Assim, a taxa de câmbio foi relevante para explicar o comportamento de todos os indicadores de rentabilidade do segmento de “Fertilizantes e Defensivos” oferecendo fortes indícios de que resultado do segmento é fortemente atrelado ao resultado do dólar. Ainda nesse sentido, pode-se observar que os coeficientes foram positivos indicando que o aumento da taxa de câmbio determina uma melhora em seu desempenho. Tanto o setor de “Cervejas e Refrigerantes” como “Cigarros e Fumos” apresentaram seu resultado atrelado ao da taxa de câmbio em todos os indicadores, exceto o giro do ativo. Tal comportamento indica que apesar de alteração da rentabilidade das empresas a taxa de câmbio não influenciou especificamente em suas vendas, desse modo, apesar de sua lucratividade ter sido alterada, os seus giros não foram alterados pelo comportamento do câmbio. 6. CONCLUSÕES Por meio da análise dos indicadores de lucratividade e desempenho das empresas, (Rentabilidade sobre o Patrimônio (ROE), Retorno sobre o Ativo (ROA), Giro do Ativo (GA) 13 Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" e Margem Líquida (ML) analisou-se o comportamento das empresas de capital aberto frente às alterações na taxa de câmbio no período pós-desvalorização cambial. Observou-se que a taxa de câmbio apresentou-se como variável relevante para determinar o desempenho do Agronegócio em apenas alguns dos segmentos analisados. Conclui-se que a natureza da relação entre a taxa de câmbio e os índices financeiros é dada devido a características específicas das empresas integrantes do segmento tais como as parcelas destinadas ao mercado interno e externo e a quantidade de insumos importados utilizados no processo produtivo. Os setores de “Cervejas e Refrigerantes”, “Cigarros e Fumos” e “Fertilizantes e defensivos” se destacaram pela significância estatística dos coeficientes das regressões relacionando a taxa de câmbio com os seus indicadores contábeis/financeiros. Para futuros estudos, sugere-se pesquisas que analisem as especificidades de cada setor, determinando quais as parcelas da produção destinadas ao exterior e quais as destinadas ao mercado interno. Além disso, um aprofundamento na discussão sobre a representatividade da importação de insumos nos custos de produção e nos lucros dos setores seria apropriada. 7. REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 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