observações especiais no atendimento ao idoso, vítima de trauma

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ATUALIZA ASSOCIAÇÃO CULTURAL
PÓS GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA
TIAKI MIZUKI
OBSERVAÇÕES ESPECIAIS NO ATENDIMENTO AO IDOSO,
VÍTIMA DE TRAUMA
SALVADOR
2011
TIAKI MIZUKI
OBSERVAÇÕES ESPECIAIS NO ATENDIMENTO AO IDOSO,
VÍTIMA DE TRAUMA
Monografia apresentada à Atualiza Associação Cultural,
como requisito parcial para obtenção do Título de
Especialista em Enfermagem em Emergência, sob
Orientação do Professor Dr. Fernando Reis do Espírito
Santo.
SALVADOR
2011
TIAKI MIZUKI
OBSERVAÇÕES ESPECIAIS NO ATENDIMENTO AO IDOSO,
VÍTIMA DE TRAUMA
Monografia para obtenção do título de Pós Graduada em Enfermagem em Emergência
Salvador, 23 de março de 2011.
EXAMINADOR:
Nome: ____________________________________________________
Título: ____________________________________________________
PARECER FINAL:
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“Ninguém fica velho simplesmente porque viveu
alguns anos. A pessoa só envelhece quando
abandona seus ideais... Você é tão jovem quanto
sua autoconfiança, tão idoso quanto seu medo,
tão moço quanto suas esperanças, e tão velho
quanto seu desespero. No centro de todo
coração há um gravador; enquanto ele receber
mensagens de beleza, esperança, alegria e
coragem, você permanece jovem. Quando os fios
se romperem, e o seu coração estiver coberto
com as neves do pessimismo e o gelo do
ceticismo, então, e só então, você terá ficado
velho...”
General Douglas MacArthur
RESUMO
Durante a hospitalização, alguns idosos acabam definhando, pois há uma certa
dificuldade de aceitação e adaptação ao ambiente, além de ficarem mais suscetíveis às
infecções. Apesar de o idoso ter suas particularidades, o cuidado no trauma segue as
mesmas orientações do traumatizado mais jovem, porém existem algumas
observações especiais no atendimento ao idoso, vítima de trauma, que devem ser
vistas para a prestação de um serviço mais eficaz. Nisso inclui a capacitação de
profissionais de saúde, família e comunidade durante o atendimento pré e pós
hospitalar, e os cuidados na reabilitação do paciente. A importância do conhecimento
do enfermeiro quanto ao diagnóstico de enfermagem, o qual é essencial na detecção
de possíveis problemas que podem ser evitados ou, se já instalados, serem
minimizados ou resolvidos. Este trabalho refere-se ao idoso traumatizado; sobre os
cuidados que devemos ter neste atendimento, que se torna especial, uma vez que a
fisiologia do envelhecimento causa alterações que dificultam o atendimento a esta
população. O tema enfatiza o aumento gradual da população idosa, o qual se torna um
fator preocupante para a comunidade no sentido de que é uma classe que necessita de
maiores cuidados e possuem muitas restrições. Os domicílios devem ser adaptados, há
excesso no uso de medicamentos, nutrição muitas vezes inadequada e as
hospitalizações por doenças crônicas ou agudas e por traumas. O Estatuto do Idoso
garante a todos, a oportunidade e a facilidade para a preservação da sua saúde física e
mental, além do aperfeiçoamento moral, intelectual e social, sempre em condições de
liberdade e dignidade (Brasil, 2003). O objetivo deste estudo é evidenciar, a partir da
literatura, os cuidados especiais à população idosa, quando atendido pela equipe de
saúde, principalmente a equipe de enfermagem, sendo estes usuários vítimas de
traumas. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de caráter quantitativo, numa
abordagem analítica sobre os cuidados com a população idosa, quando vítimas de
trauma. Os resultados alcançados desta pesquisa apontam para a seguinte conclusão:
todos os autores aqui considerados possuem uma mesma linha de raciocínio, uma vez
que percebem a necessidade do cuidado especial ao idoso e deixam claro as
particularidades desta população, que, muitas vezes, por falta de conhecimento teórico
prático, o profissional torna-se omisso, negligenciando o usuário.
Palavras chave: Idoso; Trauma; Diagnóstico de Enfermagem.
ABSTRACT
During hospitalization, some elderly people end up dying, because there is some
difficulty in accepting and adapting to the environment, and become more susceptible to
infections. Although the elderly have their peculiarities, in trauma care follows the same
guidelines of traumatized younger, but there are some special points in the care of
elderly victims of trauma, which must be seen to provide a more effective service. It
includes the training of health professionals, family and community during the antenatal
and post hospital care and rehabilitation of the patient. The importance of knowledge of
nurses on the nursing diagnosis, which is essential for detecting potential problems that
can be avoided or, if already installed, be minimized or solved. This paper refers to the
traumatized elderly, about the care we should have this service, which becomes
especially since the physiology of aging causes changes that make it difficult to care for
this population. The theme emphasizes the gradual increase of the elderly population,
which becomes a concern for the community in that it is a class that needs more care
and have many restrictions. The homes must be adapted, too much medication use,
nutrition often inadequate and hospitalizations for chronic or acute diseases and
traumas. The Elderly Statute guarantees everyone the opportunity and ease to the
preservation of their physical and mental health, beyond the moral, intellectual and
social, always in conditions of freedom and dignity (Brazil, 2003). The aim of this study
is to show, from literature, specialist care for the elderly population, when attended by
health staff, especially nursing staff, and these users trauma victims. This is a literature
review of quantitative, analytical approach to the care of the elderly population, where
victims of trauma. The results of this research indicate the following conclusion: all
these authors have considered the same token, once they realize the need of special
care to the elderly and made clear the particularities of this population, often due to lack
of theoretical knowledge, practical, professional becomes negligent, neglecting the user.
Keywords: Elderly; Trauma; Nursing Diagnosis.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO 1
Fisiologia do envelhecimento
1.1.Anatomia e fisiologia do envelhecimento
1.1.1.A composição e a forma do corpo
1.1.2.Pele, anexos e sistema ósseo
1.1.3.Sistema nervoso
1.1.4.Sistema cardiovascular, sensorial e respiratório
1.1.5.Sistema imunológico
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CAPÍTULO 2
Trauma no idoso
2.1.Condições de atendimento específico
2.2.Complicações apresentadas
2.3.Avaliação primária
2.4.Avaliação secundária
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CAPÍTULO 3
O papel da equipe de enfermagem e a família
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21
CAPÍTULO 4
O diagnóstico de enfermagem
*Adaptação prejudicada – relacionada com incapacidade
*Ansiedade – relacionada com uma crise circunstancial
*Intolerância à atividade – relacionada com alterações funcionais
associadas ao envelhecimento
*Comunicação verbal prejudicada – relacionada com uma disfunção
neurológica ou psicológica
*Débito cardíaco diminuído – relacionado com a redução da perfusão
miocárdica ou com o envelhecimento
*Déficit de memória – relacionado com uma causa fisiológica ou
circunstancial
*Desempenho de papel alterado – relacionado com a deterioração da
saúde com o envelhecimento
*Desgaste do papel do cuidador – relacionado com a tarefa de cuidar
de familiar idoso
*Distúrbio do padrão de sono – relacionado com fatores biológicos ou
psicológicos
*Dor – relacionada com agentes físicos, biológicos ou químicos
*Hipertermia – relacionada com desidratação
*Hipotermia – relacionada com exposição ao frio
*Risco para infecção – relacionado com fatores externos
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*Integridade da pele prejudicada – relacionada com fatores
ambientais
*Mobilidade física prejudicada – relacionada com disfunção
neuromuscular
*Negação ineficaz – relacionada com medo ou ansiedade
*Negligência unilateral – relacionada com doença neurológica ou
traumatismo
*Padrão respiratório não eficaz – relacionado com dor
*Percepção auditiva alterada – relacionada com alteração da
recepção, da transmissão ou da integridade sensorial
*Pesar antecipado – relacionado com a preparação para a morte
*Processos do pensamento alterados – relacionados com déficits de
memória
*Controle ineficaz do regime terapêutico familiar – relacionado com
conflito familiar, tratamentos complexos, dificuldades financeiras ou
dificuldade para lidar com o sistema de assistência à saúde
*Risco para trauma – relacionado com práticas inseguras
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
41
REFERÊNCIAS
43
INTRODUÇÃO

Apresentação do objeto de estudo
Idoso é todo indivíduo acima de 60 anos (em países subdesenvolvidos e 65 anos em
países desenvolvidos) que representa atualmente quase 16 milhões de pessoas no
Brasil e 600 milhões no mundo. As medidas de saneamento, a tecnologia aplicada à
saúde e o crescente grau de instrução da população geral são fatores que contribuem
para o aumento da expectativa de vida em todo o mundo. Porém, com o aumento da
população idosa, também há o aumento de agravos aos mesmos, preocupando os
profissionais da área de saúde. Dentre os principais agravos por trauma, encontram-se
os acidentes de transporte, as quedas e as queimaduras. As quedas muitas vezes são
relacionadas ao uso de medicamentos, principalmente polifármacos.
Os idosos possuem particularidades que necessitam ser consideradas no momento do
atendimento, como condições sistêmicas presentes (diabetes, hipertensão arterial,
deficiência imunológica, capacidade de cicatrização alterada), pois são frequentemente
incapazes de responder ao aumento das demandas fisiológicas impostas pelo trauma,
devido à pequena reserva funcional de diversos órgãos e sistemas. Portanto devem ser
tomadas medidas preventivas de ocorrência de complicações, principalmente em
necessidades cirúrgicas. Normalmente, os idosos são pessoas independentes que
perdem essa condição após o trauma, correndo o risco de iniciar a deterioração da sua
saúde física e mental, tornando o processo de reabilitação mais sutil ao longo do
tempo. Em geral, a reabilitação é dependente de sua motivação, de alterações
neurocomportamentais, como humor, ou memória preexistente, bem como das
dificuldades psicológicas decorrentes especificamente do acidente.
O impacto causado pelo trauma no idoso passa por custos diretos e indiretos, portanto,
deve-se considerar os efeitos residuais que se estendem desde o paciente até a vida
familiar, pois exige uma demanda de cuidados permanentes no domicílio. A
enfermagem é responsável por parte dessas orientações e, às vezes, pelo próprio
cuidado domiciliar.

Justificativa
Ao longo do meu trabalho como enfermeira, pude perceber as diferenças entre o idoso
e os outros usuários, e quantas vezes, muitas por falta de conhecimento, estas
pessoas são negligenciadas ou mal atendidas pelos profissionais de saúde, indo contra
o Estatuto do Idoso e com os Conselhos Regionais e Federais, podendo implicar em
punições e até mesmo iatrogenias. Então, quais são as orientações especiais que
devemos observar no paciente idoso vítima de trauma?

Problema
Quais as orientações especiais que devemos observar no paciente idoso, vítima de
trauma?

Objetivo
Evidenciar, a partir da literatura, os cuidados especiais à população idosa, quando
atendido pela equipe de saúde, principalmente a equipe de enfermagem, sendo estes
usuários vítimas de trauma.

Metodologia
Sendo a metodologia o caminho para se chegar a um fim, derivado do latim, oferece
os instrumentos necessários para um bom trabalho científico. Constitui um conjunto de
processos utilizados na investigação e demonstração da verdade. Este estudo se
caracteriza como uma pesquisa bibliográfica, a qual é baseada em um material já
elaborado, constituindo principalmente de livros e artigos científicos, de caráter
quantitativo, com análise rigorosa de cada texto. Segundo Lakatos, a pesquisa
bibliográfica “Trata-se de um levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma
de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita.” (LAKATOS, 2006, p.44).
Esse tipo de pesquisa permite ao pesquisador encontrar outros autores que reforçam
sua maneira de pensar.

Estrutura do trabalho
Este trabalho se constitui de 4 capítulos, que estão assim distribuídos:
O capítulo 1 apresenta uma revisão geral sobre os aspectos do envelhecimento, as
alterações anatômicas e fisiológicas do idoso, a composição e a forma do corpo, a
pele, o sistema ósseo, articular e muscular, dentre outros.
No capítulo 2 falaremos sobre as principais causas de trauma em idosos e do
atendimento específico ao idoso traumatizado, as complicações apresentadas, as
avaliações primárias e secundárias.
O capítulo 3 traz o papel do enfermeiro quanto às orientações e/ou cuidados
domiciliares, as orientações aos familiares, mostrando a importância da presença da
família como cuidador, facilitando a reabilitação do paciente idoso.
Finalmente, o capítulo 4 nos traz os principais diagnósticos de enfermagem no caso de
paciente idoso, as definições de cada diagnóstico e as intervenções a serem seguidas
para assegurar a reabilitação e/ou a prevenção de novos traumas.
CAPÍTULO 1
Fisiologia do envelhecimento
Os idosos representam um grupo especial e em crescimento, tanto que para ser melhor
estudado e compreendido, foi criada uma especialidade na área da saúde, a
gerontologia, que trata do processo do envelhecimento sob todos os seus aspectos, e a
geriatria, que trata das doenças dos idosos, segundo Manuila, 2003.
Como todo ser vivo, os humanos passam por transformações que geralmente afetam
seu corpo, órgãos do sentido e sofrem várias outras alterações que afetam
principalmente a sua saúde física e mental. É de extrema importância entender as
transformações fisiológicas do corpo humano no processo do envelhecimento para
melhor cuidar do idoso.
Veremos, a seguir, algumas destas alterações físicas.
1.1.Anatomia e fisiologia do envelhecimento:
1.1.1.A composição e a forma do corpo
A estatura corporal diminui cerca de 1 cm por década a partir dos 40 anos, devendo-se
à diminuição dos arcos dos pés, aumento da curvatura da coluna vertebral, além da
redução do diâmetro dos discos intervertebrais, enquanto a caixa torácica e o crânio
tendem a aumentar, havendo também crescimento do nariz e das orelhas.
No geral, ocorre redução do número de células em todos os órgãos, especialmente em
relação à massa dos rins e do fígado. Com o passar do tempo, os músculos também
sofrem prejuízo ponderal.
1.1.2.Pele e anexos e o sistema ósseo
Na fase do envelhecimento, as fibras colágenas e elásticas que dão firmeza à pele, se
alteram e a elastina torna-se porosa, perdendo sua elasticidade e dando lugar às rugas
características dos idosos.
A espessura da pele também sofre alteração, ficando mais finas, os vasos sanguíneos
mais frágeis, rompendo-se com mais facilidade, propiciando o aparecimento de
equimoses aos menores traumas e predispondo a hipotermia. Manchas escuras e
salientes também podem aparecer, quando a pele é exposta à luz. Com a diminuição
das atividades das glândulas sudoríparas e sebáceas, a pele tende ao ressecamento,
ficando mais sensível e sujeita a infecções.
No processo de envelhecimento, há aumento da reabsorção óssea, aumento do
tamanho das trabéculas por perda de lâminas ósseas. Os sistema de Havers também
se altera. Há modificação da atividade celular da medula óssea, ocasionando
reabastecimento inadequado de osteoclastos e osteoblastos e também desequilíbrio no
processo de reabsorção e formação óssea, resultando em perda óssea. Além da perda
de células, há perda de depósito de cálcio e as fibras colágenas espessas tornam-se
mais delgadas. Essas alterações fazem a espessura do disco intervertebral diminuir,
acentuando-se as curvas da coluna, contribuindo para a cifose torácica, muito comum
entre os idosos e mais freqüentes nas regiões cervical e lombar.
1.1.3.Sistema nervoso
O sistema nervoso é o sistema biológico mais comprometido com o envelhecimento,
pois é responsável pela vida de relação (sensações, movimentos, funções psíquicas,
entre outros) e pela vida vegetativa (funções biológicas internas). As alterações mais
importantes do envelhecimento ocorrem no cérebro; os dendritos dos neurônios
deformam-se e diminuem de número em várias áreas do córtex, o que reduz a área de
superfície para sinapses.
1.1.4.Sistema cardiovascular, sensorial e respiratório
As principais alterações cardiovasculares associadas ao envelhecimento ocorrem no
miocárdio, no nó sino-atrial, nas valvas cardíacas e vasos sanguíneos, caracterizando
modificações tanto de ordem anatômicas quanto funcional. O aumento da rigidez
arterial e conseqüente aumento da pós-carga pode ser considerado o principal
marcador do envelhecimento do aparelho circulatório. Há hipertrofia ventricular
esquerda, aumento do átrio esquerdo e alterações funcionais como a diminuição do
enchimento ventricular no início da diástole e diminuição da distensibilidade do
ventrículo esquerdo. Há ainda aumento do tamanho do coração e da espesura do
ventrículo esquerdo.
O envelhecimento ocasiona alterações otorrinolaringoscópicas e oftálmicas que podem
interferir de significativa na qualidade de vida desses indivíduos. A senescência, além
de causar alterações morfológicas, afeta as funções auditivas e sensoriais (equilíbrio,
olfação e gustação). O cristalino aumenta e espessa-se, tornando-se muito menos
elástico, em parte, devido à desnaturação progressiva das proteínas do cristalino. Por
isso, a capacidade do cristalino mudar de forma gradativamente diminui com a idade.
Outros fatores a serem observados são quanto as mudanças fisiológicas que
acometem a caixa torácica, os pulmões e a musculatura respiratória, acarretando
prejuízo à função pulmonar de caráter variável e dependente de fatores endógenos e
exógenos.
1.1.5.Sistema imunológico
O envelhecimento humano é associado ao progressivo declínio na função imune e
conseqüente aumento na freqüência de infecções. A maior parte das alterações
imunológicas tem sido relacionada com a involução e atrofia do timo que, de forma
gradual , perde até 95% de sua massa nos primeiros 50 anos de vida. Há facilidade de
do aumento da produção de própria de anticorpos, elevando o risco do
desenvolvimento de doenças auto-imunes.
CAPÍTULO 2
Trauma no Idoso
2.1.Condições de atendimento específico
A assistência à saúde do idoso tornou-se prioridade, tendo em vista o aumeto
progressivo da expectativa de vida observado nas últimas décadas. Paralelamente a
isso, a prevalência do trauma em idosos tem aumentado de forma significativa nos
últimos anos. Assim, há a necessidade de qualificação dos profissionais de saúde que
atuam na assistência primária, secundária e terciária.
Em geral, há mais traumas m idosos do sexo masculino, decorrendo dele o óbito, do
que no sexo feminino. As maiores causas de trauma em idoso são quedas, acidentes
de transporte, atingindo principalmente cabeça e pescoço, membros inferiores e pelve.
O atendimento ao paciente geriátrico traumatizado segue os mesmos parâmetros do
adulto, respeitando as peculiaridades caracterizadas pelas alterações anatômicas,
funcionais, presença de doenças associadas e utilização de medicamentos, pois o
trauma geralmente atinge órgãos além daqueles já envolvidos, podendo uma fratura de
fêmur apresentar alterações cardiovasculares, neurológicas, mentais ou respiratórias.
O histórico clínico é ponto chave a qualquer avaliação médica. Na prática geriátrica
existem particularidades que devem ser compreendidas para que se possa obter uma
boa anamnese, pois esse atendimento é um desafio, devido à necessidade de
estabelecer as diferenças entre as modificações morfológicas e funcionais que vão
ocorrendo com o avançar da idade.
No atendimento específico ao idoso traumatizado, deve-se compreender as alterações
fisiológicas relacionadas à idade que ocorrem com o envelhecimento normal, o que
favorece a valorização, a detecção e o reconhecimento dos sinais e sintomas
indicativos da necessidade de intervenção durante o atendimento. Embora as
mudanças no idoso sejam progressivas, elas não se apresentam óbvias no momento
do atendimento, portanto deve-se fazer observação rigorosa deste paciente.
Durante a avaliação da responsividade, deve-se postar-se próximo à vítima,
estabelecer um tom de voz não agressivo, alto e pausado. No processo de
envelhecimento há perda auditiva, variando de diminuição leve, moderada ou severa
da capacidade de ouvir. O idoso pode responder com um volume de voz diminuído e a
velocidade da fala lentificada, não significando de imediato alterações neurológicas
devido ao trauma.
Deve-se atentar durante a manutenção da via aérea pérvia, pois no paciente idoso o
reflexo de vômito é diminuído, tornando-o vulnerável à aspiração de fluidos, alimentos
ou outros objetos sólidos, o que pode ser fatal, tornando este processo especialmente
importante. A cavidade oral deve ser examinada em busca de prótese dentária, corpo
ou substância estranha que possa ou esteja obstruindo a via aérea, e que deverá ser
removida nesta etapa do atendimento de emergência. Ainda durante esse processo,
manter a imobilização e o alinhamento da coluna cervical, atendo-se para questões
como diferenças de anatomia da coluna cervical e torácica, dificuldades na abertura
das vias aéreas, osteoporose e presença mais freqüente de próteses dentárias.
A dispnéia e a hipóxia são eventos que podem estar presentes no idoso, sem que
tenha ocorrido o trauma de tórax, porém seu tratamento deve ser instituído
imediatamente com oxigênio suplementar. Na ocorrência direta sobre o tórax,
especialmente com fraturas de costelas, o idoso deve ser cuidadosamente observado,
pois estará sujeito à instalação rápida da hipoxemia e insuficiência respiratória.
Na circulação considerar condições diminuídas do miocárdio e sistema autonômico no
idoso que apresente freqüência cardíaca normal ou próxima do normal, para não
subestimar as alterações hemodinâmicas, além do uso de medicamentos, como
betabloqueadores. Avaliar pulso periférico em mais de uma localização, evitando falhas
de interpretação na suspeita do estado de choque. Atentar para cuidados nos estados
da hipotensão prolongada e a sobrecarga de reposição volêmica nas vítimas que
possuem a hemostase diminuída.
Na avaliação neurológica, deve-se manter contato visual, fazer perguntas que tenham
respostas simples, investigar presença de diminuição da acuidade auditiva e/ou visual
e se há alguém na cena que possa dar referência segura sobre o estado da vítima
antes do acidente. Avaliar risco potencial de traumas leves, como queda da própria
altura,
no
idoso,
como
potencialmente
grave.
Considerar
que
uma
queda
aparentemente sem importância pode ter sido decorrente de infarto agudo do miocárdio
ou acidente vascular periférico, por exemplo. Investigar presença de doença de
Alzheimer.
No idoso os mecanismos normalmente utilizados para termorregulação estão
prejudicados e vários fatores contribuem para que isso aconteça, por isso, há a
necessidade do cuidado na exposição do idoso no momento da avaliação. Deve-ser
expor apenas a área a ser avaliada, mantendo-se as outras aquecidas. Em caso de
necessidade de exposição maior, fazer uma avaliação o mais rápido possível. A dor
pode estar diminuída ou ausente, devido a alterações do sistema nervoso periférico.
2.2.Complicações apresentadas
Dentre as complicações apresentadas, destacam-se as escoriações, traumas
bucomaxilofaciais, fraturas de membros inferiores e de quadril e traumatismos
cranianos, sendo estes dois últimos, muitas vezes, causa de óbito.
Outras complicações apresentadas são as infecções (pneumonias, infecções do trato
urinário, sepse, flebite e as infecções dos ferimentos), perda da imunidade ao tétano
em idosos (necessitando de imunidade ativa e passiva, em alguns casos),
comprometimento do estado nutricional (nos casos de trauma moderado e grave),
prejudicando o estado imunológico, interferindo negativamente na resposta inflamatória
e no processo de cicatrização.
2.3.Avaliação primária
Os pacientes idosos vítimas de trauma recebem atendimento da mesma forma que os
pacientes de outras faixas etárias, ou seja, devem ser seguidas as recomendações do
ATLS. O atendimento inicial tem os seguintes objetivos: obtenção da via aérea e
controle da coluna cervical, respiração adequada, manutenção da circulação, avaliação
neurológica e exposição do paciente.
A manutenção da via aérea pérvia significa que próteses, secreções orgânicas e a
própria base da língua não devem impedir o livre fluxo de ar. Neste momento faz-se a
estabilização e imobilização da coluna cervical.
Após a abertura da via aérea, deve-se realizar a avaliação da respiração com a
exposição do tórax, avaliando simetria, expansividade, freqüência e realizando
ausculta, palpação e percussão.
A avaliação da circulação inclui qualidade, freqüência e regularidade do pulso, cor da
pele, perfusão periférica e hemorragias externas.
Os passos da avaliação do estado neurológico do idoso não diferem da vítima jovem,
porém o entendimento da diferenciação entre condições neurológicas preexistentes e
patologias agudas pode ser difícil. Deve-se realizar uma avaliação neurológica rápida
pelo método do AVDN (alerta, verbal, dor e não responde). Para o avaliador decidir se
a alteração neurológica é resultado do trauma, de alguma condição clínica aguda ou
preexistente, deve valer-se da compreensão da fisiologia do envelhecimento, das
informações possíveis de serem conseguidas através de parentes próximos presentes
na cena que validem ou não a interpretação do diagnóstico de alteração mental desta
vítima. Investigar adequadamente os antecedentes clínicos do paciente.
Na avaliação da vítima de trauma, faz-se a exposição do corpo para busca de outras
lesões que não de risco de morte imediato e proteção contra hipotermia.
O objetivo do atendimento pré hospitalar de emergência é estabelecer e tratar as
situações de risco imediato de morte, evitando-se a complicação de lesões já
estabelecidas. No idoso deve-se ter em mente todas as alterações do processo do
envelhecimento, além das complicações trazidas pelas doenças crônicas e/ou em uso
de medicamentos. O profissional da saúde que realiza este atendimento deve estar
alerta a todos esses fatores para que o cuidado do idoso, vítima de trauma, seja
realizado adequadamente.
2.4.Avaliação secundária
Na avaliação secundária, é essencial a obtenção de informações tanto do atendimento
pré hospitalar quanto da história médica pregressa, a qual objetiva a identificação de
doenças preexistentes, uso de drogas, atualidade de vacinação e, se possível,
avaliação da condição funcional basal dos diferentes órgão e sistemas. Dar suporte
terapêutico adequado às doenças preexistentes. Realizar exames radiológicos
preconizados (coluna cervical, tórax e ossos pélvicos), tomografia computadorizada,
ultrassonografia, laparoscopia, exames laboratoriais. Tratamento precoce e eficaz da
dor. Monitorização adequada conforme cinemática do trauma: pressão venosa central,
oximetria de pulso, cardioscopia, gasometria arterial, entre outros.
CAPÍTULO 3
O papel da equipe de enfermagem e da família
Segundo Nébia Maria de Almeida de Figueiredo “A enfermagem é a atuação dinâmica e
criativa e técnica, nível dependente, independente e interdependente, junto aos demais
profissionais da área de saúde, transcendendo assim a função de meros executores de ordens,
para dar assistência de enfermagem ao cliente em risco de vida”.
A terceira idade deve trazer consigo uma vida produtiva e de qualidade. Para isso é
importante que o idoso seja auxiliado na preservação ou reabilitação das capacidades
funcionais fundamentais e manutenção das atividades diárias.
A enfermagem deve atuar diretamente junto ao idoso e sua família, objetivando a
manutenção e valorização de sua autonomia, avaliando o grau de dependência e
instituindo medidas voltadas ao alcance da maior independência possível, funcional e
autonômica. Neste processo é importante manter uma comunicação eficaz, rompendo
as barreiras impostas pela limitação da fala, audição, confusão mental e das diferenças
culturais.
Em resumo, a enfermagem exerce principalmente o papel de cuidador do idoso,
inicialmente, e ensina a sua família este papel, no processo de reabilitação, adaptação
e prevenção de novos traumas. Faz parte o papel da enfermagem, a educação em
saúde para que os clientes aprendam o auto cuidado e a lidar com as emergências em
seus domicílios, sendo essa educação uma prática social, uma vez que reabilita o
idoso a retornar à vida social e auxilia a família na aceitação e aprendizagem do
cuidado diário.
A partir da percepção do crescimento populacional dos idosos, foram instituídas no
Brasil políticas públicas de saúde voltadas especificamente a esta clientela,
abrangendo a assistência ambulatorial e domiciliar, além do fornecimento de
medicamentos de uso contínuo, hospitais dia, de curta permanência, longa
permanência e internação domiciliar, se necessário.
Para fazer valer estes e outros direitos do idoso, em 2003 foi criado o Estatuto do Idoso
pelo Ministério da Saúde, o qual garante os diretos do idoso ao lazer, à prática social,
cultural, educação, prioridade nos atendimentos, sendo a sociedade responsável por
assegurar esses direitos (Brasil, 2003).
A família é responsável pelo idoso e deve ser capacitada ao cuidado do mesmo, para
garantir o direito de reabilitação e reinserção na sociedade e deve ter conhecimento de
todos os direitos do seu familiar idoso, esteja ele sadio ou enfermo. A enfermagem
auxiliará a família nesta reabilitação, uma vez que esteja apto a fazer o diagnóstico de
enfermagem, orientando-os aos cuidados necessários de prevenção ou outros
problemas e à promoção à saúde.
CAPÍTULO 4
O Diagnóstico de Enfermagem
O diagnóstico de enfermagem é a busca de possíveis problemas que já estão
instalados ou que possam surgir, piorando o quadro do paciente. O enfermeiro é
responsável pela busca desse diagnóstico, uma vez que é ele quem orienta a equipe
de enfermagem e a família sobre os cuidados de enfermagem, seja durante o
internamento, quanto sobre cuidados pós alta. Para isso, é necessário um
conhecimento teórico prático e uma avaliação minuciosa de cada usuário a cada troca
de período, registrando em prontuário todas e quaisquer alterações observadas.
Veremos a seguir alguns dos possíveis diagnósticos de enfermagem a serem
observados em idosos, sua definição e as intervenções de enfermagem.
 Adaptação prejudicada – relacionada com incapacidade
* Definição: incapacidade de modificar o estilo de vida ou comportamento compatível
com o estado de saúde alterado.
* Intervenções de enfermagem:
- Estimular o paciente a expressar seus sentimentos em um ambiente seguro e não
ameaçador.
- Deixar o paciente se lamentar, passar pelo período da negação, isolamento, raiva,
barganha e depressão, para que entre em fase de aceitação.
- Tranquilizar o paciente de que seus sentimentos são normais, facilitando o
enfrentamento do problema.
- Ensinar ao paciente e seis cuidadores as habilidades necessárias ao seu tratamento
adequado, visando a estimular a complacência e adaptação às condições ideais de
bem estar.
 Ansiedade – relacionada com uma crise circunstancial
* Definição: sentimento de ameaça ou perigo pessoal, ocasionado pelo medo da morte
ou da incapacidade.
* Intervenções de enfermagem
- Manter-se consciente e sensível à ameaça experimentada pelo paciente, para
reconhecer, respeitar e enfrentar suas emoções e seus comportamentos.
- Organizar as atividades de modo a passar o maior tempo possível com o pacientem,
para atenuar seu medo de ser negligenciado ou esquecido.
- Permanecer com o paciente nas crises graves de ansiedade.
- Dar explicações claras e concisas sobre qualquer tratamento ou procedimento s ser
realizado, evitando sobrecarga de informações, prejudicando suas atividades
cognitivas.
- Não fazer exigências desnecessárias ao paciente, para evitar a provocação da
resposta hostil.
- Atender diligentemente às necessidades do físicas do paciente, tranqüilizando-o.
- Oferecer refeições nutritivas a intervalos regulares, promovendo os padrões
alimentares saudáveis, evitando deficiências nutricionais.
- Promover o sono com medidas de conforto, para auxiliar no relaxamento e sono
reparador.
- Escutar atentamente às expressões verbais dos sentimentos do paciente, ficando
assim mais fácil identificar as causas da ansiedade.
- Conversar com o paciente sobre as atividades que ele acha confortadoras e que lhe
favoreçam a sensação de autocontrole.
 Intolerância à atividade – relacionada com alterações funcionais associadas ao
envelhecimento
* Definição: vigor fisiológico ou psicológico insuficiente para realizar ou concluir as
atividades necessárias ou desejadas da vida diária.
* Intervenções de enfermagem
- Estabelecer metas realistas para aumentar o nível de atividade do paciente,
considerando as limitações físicas e seu nível de energia.
- Ensinar métodos que conservam energia e mantêm independência, tais como
bengalas, andadores, etc.
- Desenvolver plano de atividades para o paciente, com a ajuda da equipe
multidisciplinar.
- Monitorar regularmente o regime terapêutico do paciente, para identificar os fármacos
que podem causar distúrbio de marcha, da postura ou da deambulação.
 Comunicação verbal prejudicada – relacionada com uma disfunção neurológica
ou psicológica.
* Definição: redução da capacidade de falar, entender ou usar adequadamente as
palavras.
* Intervenções de enfermagem
- Observar atentamente o paciente para se antecipar às suas necessidades. Prestar
atenção aos indícios não verbais é uma maneira de aprender a interpretar as
necessidades do paciente.
- Manter ambiente calmo e não ameaçador, para atenuar a ansiedade.
- Ao realizar algum procedimento, apresentar-se e explicar ao paciente o que será
realizado, com termos simples e claros, facilitando a comunicação.
- Ensinar ao paciente os métodos simples de comunicar suas necessidades, que
possam ser reconhecidos por outros profissionais, garantindo sua segurança e
assegurando-se de que suas necessidades básicas sejam atendidas.
- Ao estimular a comunicação do paciente, dê-lhe tempo para que possa responder
verbalmente ou por escrito, atenuando suas frustrações.
- Ajude o paciente a estabelecer uma programação diária, atenuando seu medo e
sentimentos de dependência.
- Proteja o paciente, mantendo-o seguro com as grades laterais do leito elevadas e
tomando outras medidas de segurança.
 Débito cardíaco diminuído – relacionado com a redução da perfusão miocárdica
ou com o envelhecimento.
* Definição: sintomas cardiovasculares ou respiratórios devidos ao bombeamento de
sangue insuficiente pelo coração.
* Intervenções de enfermagem
- Administrar fármacos de acordo com a prescrição médica, monitorando a ingestão e o
débito cardíaco e atentar para efeitos colaterais. As funções renais e hepáticas no
idoso, diminuídas, podem levar ao desenvolvimento rápido de intoxicações.
- Monitorar a ocorrência de dispnéia e o estado mental a cada duas a quatro horas.
- Monitorar o uso de diuréticos, controlando o débito urinário e os sinais vitais.
- Certifique-se se o paciente repousa adequadamente e não excede sua tolerância aos
esforços.
- Trabalhe a família, ensinando-os os sinais e sintomas dos problemas cardíacos
possíveis.
 Déficit de memória – relacionado com uma causa fisiológica ou circunstancial
* Definição: Incapacidade de lembrar ou relembrar algumas informações ou habilidades
comportamentais.
* Intervenções de enfermagem
- Observar os processos mentais do paciente em cada turno de trabalho,
documentando quaisquer alterações, os quais podem indicar declínio progressivo ou
melhora.
- Fornecer informações básicas orientações de tempo, espaço, pessoa, etc.,
diariamente.
- Ser claro, conciso e direto ao estabelecer metas, de modo que o paciente possa
maximizar o uso de o uso de suas habilidades cognitivas restantes.
- Estimular o paciente a desenvolver uma rotina consistente para realizar as atividades
da vida diária.
- Estimular o paciente às formas de interagir com outras pessoas, aumentando o
envolvimento social, evitando declínio com a perda da memória.
- Ajudar o paciente, e familiares, a estabelecerem metas para lidar com a perda de
memória; importante manter o ambiente seguro para ao paciente, fazendo adaptações
em casa.
- Orientar quanto aos grupos de apoio apropriados existentes na comunidade, serviços
de saúde mental e órgão de assistência social, para ajudá-los a lidar com os efeitos da
doença ou lesão do paciente.
 Desempenho de papel alterado – relacionado com a deterioração da saúde com
o envelhecimento.
* Definição: alteração da capacidade de desempenhar os papéis sociais, vocacionais e
familiares, devida à deterioração da saúde.
* Intervenções de enfermagem
- Explicar ao paciente sobre os fatores que podem dificultar o desempenho dos seus
papéis familiares e vocacionais habituais.
- Avaliar maneiras pelas quais o paciente pode continuar contribuindo para a
sociedade, tais como voluntariedade, ajudando-o a recuperar a sensação de utilidade,
ou oferecendo ao paciente e seus familiares informações sobre as tarefas do
desenvolvimento associadas ao envelhecimento.
 Desgaste do papel do cuidador – relacionado com a tarefa de cuidar de um
familiar idoso.
* Definição: sentimento de dificuldade para cuidar de um familiar idoso, devido às
complexidades reais ou percebidas pelo indivíduo.
* Intervenções de enfermagem
- Ajudar o cuidador a identificar suas obrigações quanto ao cuidado do doente idoso,
avaliando sua percepção sobre a própria situação.
- Ajudar o cuidador a separar as obrigações do cuidado e as que não lhe cabem,
aumentando sua situação de controle.
- Ajudar o cuidador a determinar quais são as atividades que ele considera difíceis de
executar, para identificar as áreas nas quais pode ser necessária ajuda adicional.
- Orientar o cuidador a procurar sistemas de apoio informais, tais como grupo de
igrejas, família ampliada e voluntários da comunidade, para obter apoio e alívio, ou
órgãos de apoio formais, tais como serviço social, clínicas, hospital dia, etc.
 Distúrbio do padrão do sono – relacionado com fatores biológicos ou
psicológicos.
* Definição: incapacidade de satisfazer a necessidade individual de sono ou repouso,
causada por fatores internos como ansiedade, depressão, estresse, doença,
tratamento farmacológico ou distúrbio do biorritmo.
* Intervenções de enfermagem
- Observar cuidadosamente o padrão de sono do paciente, para identificar qualquer
problema fisiológico ou emocional subjacente, que esteja contribuindo para o distúrbio
do sono.
- Avaliar junto ao paciente as diferenças entre os sonos anteriores.
- Estimular o paciente a falar sobre as preocupações que possam estar afetando o
sono.
- Criar ambiente tranqüilo e favorecedor do sono.
- Estimular o paciente a envolver-se em um programa de exercícios ou outras
atividades durante o dia ou participação em terapias de grupo.
- Mostrar a importância de manter a regularidade dos horários de deitar e levantar.
- Ensinar ao paciente técnicas de relaxamento, tais como imaginação dirigida,
relaxamento muscular progressivo, meditação, promovendo o sono e o repouso.
 Dor – relacionada com agentes físicos, biológicos ou químicos.
* Definição: sensação subjetiva de desconforto, devida às interações de vários nervos
sensoriais, geradas por estímulos físicos, químicos, biológicos ou psicológicos.
* Intervenções de enfermagem
- Avaliar o tipo e a intensidade da dor do paciente, procurar saber quais são os fatores
que mais agravam ou atenuam a dor; localização, duração, intensidade e
características.
- Certificar-se de que a sua comunicação com o paciente, verbal ou não verbal, é
positiva e sustentadora.
- Administrar medicamentos no paciente, de acordo com a prescrição médica.
- Promover períodos de repouso ininterrupto, promovendo a saúde e o bem estar do
paciente, e aumentando o nível de energia, importantes no alívio da dor.
- Ajustar o paciente em posição confortável, reduzindo a tensão, o espasmo muscular e
redistribuindo a pressão sobre as áreas do corpo.
- Quando a dor não estiver tão intensa, ensinar métodos paliativos, não farmacológicos.
- Desenvolver um plano de tratamento da dor junto ao paciente e familiar, explicando o
plano e fornecendo por escrito.
 Hipertermia – relacionada com desidratação.
* Definição: elevação da temperatura corporal acima da variação normal.
* Intervenções de enfermagem
- Monitorar a temperatura corporal a cada quatro horas, ou menor tempo, se
necessário, avaliando a eficácia das intervenções.
- Administrar medicamento, segundo prescrição médica e quando necessário.
- Monitorar e registrar freqüência e ritmo cardíacos.
- Avaliar sinais de desorientação ou confusão mentais.
- Tratar a desidratação do paciente.
- Tentar descobrir junto ao paciente os fatores desencadeantes.
 Hipotermia – relacionada com a exposição ao frio.
* Definição: estado no qual a temperatura corporal está reduzida abaixo da variação
normal.
* Intervenções de enfermagem
- Monitorar a temperatura pelo menos a cada quatro horas ou, se necessário, com
maior freqüência.
- Monitorar e registrar parâmetros neurológicos, de 4 em 4 horas, freqüência e ritmo
cardíacos, pressão arterial e freqüência respiratória.
- Manter o paciente aquecido sempre.
- Conversar com o paciente sobre possíveis fatores desencadeantes.
- Orientá-lo quanto a medidas preventivas para hipotermia.
 Risco para infecção – relacionado com fatores externos.
* Definição: Existência de fatores de risco internos ou externos, que ameaçam o bem
estar físico.
* Intervenções de enfermagem
- Reduzir o risco de infecção, adotando medidas como a lavagem das mãos antes e
após manipular os pacientes, uso de luvas para manter a assepsia, quando
necessários, dentre outros.
- Monitorar a temperatura a cada 4 horas ou mais, registrando os resultados em um
gráfico, notificando imediatamente quando houver alterações.
- Monitorar a leucometria de acordo com as orientações preestabelecidas, notificando
aumentos ou reduções.
- Orientar e ajudar o paciente na lavagem das mãos.
- Orientar o paciente sobre alterações durante as eliminações.
- Usar água estéril para umidificação ou nebulização co oxigênio.
- Estimular ingestão hídrica de 3 a 4 litros por dia, se não houver contra-indicação.
- Assegurar a boa nutrição do paciente.
- Em caso de imunossupressão, providenciar isolamento reverso.
 Integridade da pele prejudicada – relacionada com fatores ambientais.
* Definição: perda da integridade da pele.
* Intervenções de enfermagem
- Examinar a pele do paciente a cada turno de trabalho, descrevendo e documentando
as condições da pele, notificando as alterações, quando houver.
- Seguir protocolo de tratamento prescrito, monitorando seus progressos.
- Proporcionar medidas de suporte, de acordo com a necessidade, como higiene,
administração de fármacos prescritos, manter condições ambientais favoráveis ao
conforto do paciente.
- Alertar o paciente a não manusear a ferida, a fim de não piorar sua situação.
- Permitir que o paciente expresse seus sentimentos acerca do seu problema cutâneo,
atenuando a ansiedade.
 Mobilidade física prejudicada – relacionada com disfunção neuromuscular.
* Definição: limitação da mobilidade física.
* Intervenções de enfermagem
- Mudar decúbito do paciente a cada 2 horas, protegendo proeminências ósseas.
- Colocar os objetos ao alcance do paciente, promovendo sua independência.
- Monitorar e registrar qualquer sinal de complicações na mobilidade do paciente,
diariamente.
- Ajude-o a identificar os recursos que podem ajudar na implementação do protocolo de
recuperação da mobilidade.
 Negação ineficaz – relacionada com medo ou ansiedade.
* Definição: tentativa consciente ou inconsciente de negar o conhecimento ou o
significado de um acontecimento, para atenuar a ansiedade ou o medo de
conseqüências prejudiciais à saúde.
* Intervenções de enfermagem
- Estimular o paciente a expressar seus sentimentos relacionados com o problema
atual, sua gravidade e impacto potencial em seu padrão de vida.
- Converse com o paciente sem parcialidade, demonstrando consideração positiva pela
sua pessoa.
- Visitar o paciente frequentemente, à medida que ele aceitar a realidade, atenuando
seus medos, quando necessário.
- Estimular o paciente a comunicar-se com outras pessoas, fazendo perguntas e
esclarecendo suas preocupações com presteza, para que ele não se fixe na negação ,
sentindo-se isolado e retraído do convívio com os demais.
 Negligência unilateral – relacionada com doença neurológica ou traumatismo.
* Definição: falta de percepção de uma parte do corpo.
* Intervenções de enfermagem
- Estimular o paciente a verificar a posição da parte do corpo afetada a cada
reposicionamento do corpo ou transferência, restabelecendo esta parte do corpo.
- Estabelecer e seguir um horário regular para as mudanças de posição, mantendo a
integridade da pele.
- Retirar talas e outros dispositivos pelo menos a cada duas horas, examinando a pele
em busca do aparecimento de lesões.
- Participar a família na percepção da parte do corpo esquecida a intervalos freqüentes.
- Ajudar o paciente nas atividades diárias, sempre que necessário.
 Padrão respiratório não eficaz – relacionado com a dor.
* Definição: alteração da freqüência, da profundidade ou do padrão da respiração, que
interfere nas trocas gasosas normais.
* Intervenções de enfermagem
- Avaliar e registrar as condições respiratórias, ao menos de 4 em 4 horas, em busca
de sinais precoces de disfunção; auscultar os sons respiratórios, em busca de ruídos
adventícios.
- Avaliar a dor a cada 3 horas.
- Administrar medicamentos prescritos, permitindo a expansão torácica.
- Deixar o paciente em posição confortável.
- Proporcionar períodos de repouso entre as medidas implementadas para melhorar a
respiração, evitando fadigas.
- Administrar O2, de acordo com a prescrição médica.
 Percepção auditiva alterada – relacionada com alteração da recepção, da
transmissão ou da integração sensorial.
* Definição: Alterações do sentido da audição em um paciente idoso.
* Intervenções de enfermagem
- Fornecer informações a cerca da perda auditiva progressiva, que ocorre com o
envelhecimento, esclarecendo ao paciente sobre seu déficit auditivo.
- Estimular o paciente a expressar seus sentimentos sobre sua perda auditiva, para que
ajudá-lo a enfrentar o constrangimento.
- Incorporar métodos de comunicação por escrito e fala não verbal às atividades diárias
de assistência, oferecendo outras alternativas de comunicação, facilitando-a.
- Eliminar ruídos de fundo, ao conversar com paciente.
- Falar em tom de voz grave e moderado, mantendo o mesmo volume a cada frase,
posicionando-se em frente ao paciente e pronunciar as palavras com cuidado,
ajudando-o na leitura dos lábios.
- Certificar-se de que toda a equipe de saúde esta a par do problema auditivo do
paciente.
 Pesar antecipado – relacionado com a preparação para a morte.
* Definição: pesar em antecipação à morte.
* Intervenções de enfermagem
- Dar tempo ao paciente para que expresse seus sentimentos acerca da morte ou da
doença terminal, atenuando os sentimentos de isolamento.
- Estabelecer uma relação que estimule o paciente a expressar suas preocupações
quanto à morte, estimulando a confiança e compreensão.
- Trabalhar com equipe multidisciplinar, oferecendo, cada profissional, uma experiência
única no atendimento às necessidades deste paciente.
- Ajudar o paciente a passar pelas fases psicológicas associadas à morte iminente:
negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.
- Fazer encaminhamento necessários à assistência domiciliar, caso seja solicitada,
podendo apoiar a decisão do paciente de permanecer em casa.
 Processos do pensamento alterados – relacionado com déficits da memória.
* Definição: redução das funções cognitivas devida à perda da memória de um paciente
idoso.
* Intervenções de enfermagem
- Realizar intervenções apropriadas para facilitar a comunicação, como avaliar a
audição e a visão do paciente, ajudando-o com óculos ou aparelhos auditivos quando
necessário, reduzir as distrações, como radio e televisão quando estiver falando com o
paciente, mantendo-se à frente dele e falando lenta e claramente.
- Orientar o paciente quanto a tempo, espaço, pessoa, etc., quando necessário.
- Manter os objetos sempre no mesmo local, mantendo ambiente estável e consistente,
reduzindo a confusão mental e atenuando a frustração.
- Participar a família com apresentação de fotografias a cada visita.
- Proteger o paciente da estimulação sensorial excessiva, proporcionando-lhe períodos
de repouso.
- Estimular o paciente a cuidar de si mesmo, de acordo com suas possibilidades.
- Estimule-o a falar sobre seu passado ou sobre coisas que o agradem.
- Permita que o paciente caminhe de um lado a outro, estimulando a circulação,
reduzindo a formação de contraturas, diminuindo o estresse e conferindo-lhe sensação
de liberdade.
- Estimular o paciente a expressar seus sentimentos e suas preocupações acerca da
perda da memória.
- Preparar o paciente para técnicas que serão utilizadas em casa, para auxiliar o
paciente.
- Orientar os familiares sobre o ambiente seguro para o idoso.
 Controle ineficaz do regime terapêutico familiar – relacionado com conflito
familiar, tratamentos complexos, dificuldades financeiras ou dificuldade para lidar
com o sistema de assistência à saúde.
* Definição: dificuldade de integrar as medidas necessárias ao controle de uma doença
na rotina diária da família.
* Intervenções de enfermagem
- Ajudar os membros da família a descreverem seus sintomas associados à doença do
seu familiar, promovendo discussão aberta sobre o conflito.
- Procurar conhecer as crenças pessoais de cada familiar acerca da doença, revisando
informações pertinentes, para melhor controle do regime terapêutico.
- Esclarecer à família acerca da fisiopatologia da doença e a associação com a terapia.
- Estimular a família a expressarem suas necessidades individuais de maneira positiva.
- Orientar as familiares sobre modificarem os fatores que interferem no tratamento,
melhorando o nível da assistência.
- Trabalhar a família no sentido de estabelecer metas para lidar com os conflitos e
encaminhá-los aos órgãos apropriados.
 Risco para trauma – relacionado com práticas inseguras.
* Definição: risco acentuado de lesão acidental dos tecidos, como, por exemplo,
queimaduras ou fraturas.
* Intervenções de enfermagem
- Avaliar o ambiente do paciente para riscos potenciais à saúde, como tapetes soltos,
falta de barras de segurança, piso escorregadio, etc.
- Enfatizar a importância do paciente a pedir ajudar antes de levantar-se.
- Em uso de contenções, observar se há apertos para não lesionar a pele.
- Manter as grades laterais elevadas a todo momento, protegendo o paciente e
proporcionando sensação de segurança.
- Em caso de convulsões, manter-se com o paciente, afrouxe-lhe as roupas constritivas
e proteja-o contra os riscos ambientais. Não conter o paciente, nem manter-lhe a boca
aberta, manter as vias respiratórias do paciente.
- Documente e notifique quedas e convulsões, assegurando as práticas e promovendo
continuidade da assistência.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante toda a pesquisa, houve consenso entre os autores no que diz respeito ao
cuidado com o idoso, suas particularidades e a importância da equipe de enfermagem
e multidisciplinar, alem do papel da família como cuidador. Observa-se que o paciente
idoso traumatizado possui uma condição médica de doença preexistente que pode
influenciar no curso do tratamento. Ele pode ser tratado tanto por métodos
conservadores, quanto cirúrgicos. Foram apresentados os cuidados especiais, uma vez
que a fisiologia do envelhecimento influencia diretamente nestes cuidados.
Este estudo nos mostra que a enfermagem geriátrica deve dar suporte educativo aos
idosos, vítimas de traumas, encorajando-os para o desenvolvimento do padrão do auto
cuidado e a promoção da independência. O importante para esses idosos é o
restabelecimento da independência, engajando-os nas atividades da vida diária, que
lhes assegurem auto-estima, proporcionando assim uma melhor qualidade de vida.
Constata-se neste trabalho que é importante fazer a avaliação de um suporte
nutricional adequado, uma vez que o paciente idoso possui uma má nutrição devido às
alterações fisiológicas do envelhecimento, às condições socioeconômicas, às doenças
e à interação entre nutrientes e medicamentos, resultando em sério comprometimento
do seu estado geral. Em situações que ocorram trauma orgânico (infecção,
politraumatismo, cirurgia, etc.) podem aumentar as necessidades de ingestão de
nutrientes mais específicos.
A literatura consultada nesta pesquisa aponta que a família como rede de suporte
informal do idoso também deve receber orientação no hospital e no domicílio dos
profissionais de saúde, de como cuidar do idoso, o que muitas vezes, torna-se uma
questão complicada, uma vez que muitas pessoas não priorizam o atendimento ao
idoso e algumas famílias sentem-se atormentadas ao cuidar de um “debilitado”. O
idoso, sua família e o cuidador devem ter conhecimento das necessidades de proteção
e prevenção de traumas, com ênfase em relação às quedas, sendo também papel da
enfermeira ter conhecimento sobre o diagnóstico de enfermagem, traçando um plano
de cuidados hospitalares e domiciliares.
Considerando as causas de trauma e suas conseqüências, apontadas neste estudo,
observa-se que a prevenção seria a melhor forma de solução, devendo o poder público
unir-se com instituições educacionais e de saúde, criando um sistema de atendimento
ao traumatizado idoso, objetivando a prevenção, o atendimento pré hospitalar,
hospitalar e a reabilitação biopsicossocial. Para isso, faz-se necessário a capacitação
de profissionais de saúde e a educação continuada, e o estabelecimento de protocolos
que identifiquem os riscos intrínsecos e extrínsecos causadores de trauma no idoso,
além da divulgação dos direitos do idoso, constantes no Estatuto do Idoso.
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