19/11/2012 O que é Toc Toc? ? Tratamentos dos transtornos obsessivoobsessivocompulsivo, de pânico e fóbicos • O Transtorno Obsessivo Compulsivo está entre os chamados transtornos de ansiedade. Sua característica principal é a presença de obsessões e compulsões. • • As obsessões são pensamentos, imagens ou impulsos que invadem a mente de forma repetitiva, persistente e estereotipada seguidos ou não de rituais destinados a neutralizá--los. neutralizá • São acompanhados de desconforto ou ansiedade. 2 1 As compulsões ou rituais, são comportamentos repetitivos (p.ex. (p.ex.lavar lavar as mãos, fazer verificações), ou atos mentais (rezar, contar, repetir palavras ou frases) que a pessoa é levada a executar em resposta a uma obsessão ou em virtude de regras que devem ser seguidas rigidamente. Leigamente diz-se que a pessoa tem dizvárias "manias "manias"" e que é esquisito ou estranho mas, normalmente, o portador de TOC sabe que suas "manias manias", ", obsessões ou compulsões são excessivas ou irracionais. 3 Para ser considerados como uma patologia, os sintomas devem ocupar pelo menos 1 hora por dia do sujeito: - causar sofrimento, - interferir significativamente na rotina normal da pessoa, - no funcionamento ocupacional ou nas atividades e relacionamentos sociais. 4 O que é toc Um homem que lava suas mãos 100 vezes por dia, até elas ficarem vermelhas e em carne viva viva.. Um garoto que se atrasa todo dia para ir à escola, pois não consegue sair do chuveiro até que tenha se ensaboado e enxaguado exatamente 41 vezes Uma pessoa que mostra sinais de perfeccionismo não necessariamente possui o TOC, que é uma condição específica e bem definida. 5 o que não é toc Uma mulher que lava sempre suas mãos antes de cada refeição refeição.. Uma garota de 16 anos que gasta 20 minutos lavando e cuidando de seus cabelos todos os dias antes de ir para a escola. escola. 6 1 19/11/2012 Cerca de 2 a 3% da população tem TOC ou demonstra sintomas; 30 e 50% dos adultos com transtorno obsessivo compulsivo iniciaram o quadro na infância. Afeta igualmente homens e mulheres adultos, entretanto, quando iniciado na adolescência parece afetar discretamente mais homens. O TOC geralmente envolve tanto a obsessão como a compulsão, mas pode haver a predominância de um sobre o outro. Compulsões ou rituais São comportamentos repetitivos ou atos mentais que a pessoa se sente obrigada a executar em resposta a uma obsessão. Visam prevenir ou reduzir o sofrimento causado pela obsessão, ou evitar algum evento ou situação temida. 7 8 Compulsão de verificação As compulsões mais comuns são: Os rituais de verificação são preventivos, procurando assegurar que nenhuma catástrofe irá acontecer. O próprio paciente sabe que a possibilidade de ocorrer aquilo que imagina é muito remota, mas mesmo assim não consegue controlar a compulsão. Alguns exemplos: voltar inúmeras vezes para verificar se a porta está fechada, o gás desligado, a luz apagada, a janela fechada etc. De lavagem ou limpeza; Contagens, ordem, simetria, seqüência ou alinhamento; Verificações ou controle; Acumular, guardar ou colecionar coisas inúteis; Compulsões mentais: rezar, repetir palavras, frase ou números; Tocar, olhar, bater de leve, confessar. 9 10 A pessoa que tem esse comportamento é caracterizada por juntar objetos, ter extrema dificuldade de se desfazer das coisas, não jogar nada fora. É comum encontrar na casa dessas pessoas pilhas de jornais, embalagens de plástico, vidrinhos, etc. Compulsão de repetir ou tocar Acender e apagar a luz diversas vezes para aliviar a ansiedade da dúvida de ter deixado acesa. O portador de TOC se sente obrigado a colocar objetos numa ordem e simetria prédeterminadas, como por exemplo, arrumar as camisas pela cor, simetricamente ou uma gaveta obsessivamente organizada, ou os objetos sobre a mesa de modo préestabelecido... Colecionismo 11 12 2 19/11/2012 Desta forma a obsessão é um processo mental, uma idéia associada a um sentimento penoso que se apresenta ao espírito de modo repetitivo e incoercível. O que é obsessão Obsessões são pensamentos, imagens, cenas ou impulsos repetidos e indesejáveis que invadem a consciência de forma persistente e estereotipada seguidos ou não de rituais destinados a neutralizá-los. São idéias impostas ao psiquismo, incomodas e sentidas como involuntárias, as quais entram na mente contra uma resistência consciente. Portanto, para que seja obsessão é necessário o aspecto involuntário das idéias, bem como, o reconhecimento de sua conotação ilógica pelo próprio paciente, ou seja, ele deve ter critica sobre o aspecto irreal indesejável . 13 14 A manifestação dos sintomas ocorre de diversas formas, tais como: Obsessões mais comuns As obsessões mais comuns são as relacionadas com sujeira ou contaminação, de simetria, de armazenagem e pensamentos de conteúdo mágico, agressivo ou sexual. lavar as mãos inúmeras vezes ao trocar excessivamente de roupa; dia; lavar imediatamente as roupas usadas que tenham sido usadas fora de casa, mesmo limpas; não encostar roupas usadas nas roupas limpas dentro do guardaguarda-roupa; lavar as mãos imediatamente ao chegar da rua; usar sabão, desinfetante ou detergente de forma excessiva. São comuns ainda os comportamentos de esquiva semelhantes aos observados nas fobias, tanto que há uma semelhança entre fobia e obsessão. 15 tomar banhos excessivamente demorados, eventualmente usando álcool;; álcool esfregar demasiadamente a pele; pele; evitar sentar em salas de espera de clínicas ou hospitais hospitais;; não apertar a mão de desconhecidos ou não beijábeijá-los; los; não tocar em trincos de portas, corrimãos, tampas de vasos de banheiros;; banheiros não usar toalhas ou lençóis de hotéis; hotéis; 16 passar guardanapo nas louças do restaurante antes de servirservir-se se;; não se sentar em bancos de praça ou coletivos;; coletivos não usar telefones públicos; públicos; não cumprimentar determinadas pessoas; pessoas; evitar pisar descalço no tapete ou piso do banheiro em casa ou em outros lugares; lugares; não freqüentar piscina coletiva coletiva;; isolar compartimentos e impedir o acesso dos familiares quando estes chegam da rua sem que tirem os sapatos ou tomem banho;; banho restringir o contato com sofás... sofás... 17 18 3 19/11/2012 Uma outra preocupação comum no TOC esta relacionado à possibilidade de falhar e como conseqüência ocorrer algum dano dano.. medo de a casa incendiar por deixar um eletrodoméstico ligado ou o gás aberto, seguida da necessidade de verificar se os aparelhos ficaram ligados ou não; não; medo de a casa inundar porque a torneira não ficou bem fechada, seguido da necessidade de apertá--la, ou passar a mão por baixo para se apertá certificar de que não esta saindo nenhuma gota de água; água; medo de que um ladrão entre na casa pelo fato de as janelas e portas não terem ficado bem fechadas, tendo que verificáverificá-las repetidas vezes.. vezes 19 Diferenças entre dsm dsm--iv e cidcid-10 Origem das obsessões 20 Para alguns indivíduos, a ocorrência de alguns pensamentos é interpretada a partir de um significado especial, uma interpretação errada que pode provocar uma aflição, tornando esses pensamentos intrusivos normais, em obsessões, levando a pessoa a agir no sentido de diminuir as conseqüências desastrosas imaginadas e a aflição sentida através de rituais. DSM IV IV:: Inclui o TOC entre os transtornos de ansiedade; ansiedade; Exige um tempo mínimo gasto em rituais ou obsessões (1 hora/dia); hora/dia); - Reconhece atos mentais como compulsões. compulsões. - CID 10 10:: Inclui o TOC numa categoria distinta; distinta; Não exige um tempo mínimo gasto por dia em rituais ou obsessões; obsessões; - Sintomas presentes na maior parte dos dias, por duas semanas; semanas; - A execução da compulsão não deve ser prazerosa;; prazerosa - Deve haver pelo menos um sintoma ao qual o paciente não consegue resistir. resistir. - 21 Genética 22 Fatores psicológicos Uma ma maior incidência do TOC (quatro a cinco vezes mais) foi observada em familiares de portadores em comparação com a população em geral, especialmente quando o inicio é precoce e associado a tiques. tiques. Por isso, o TOC costuma ser uma doença familiar, com varias pessoas acometidas na mesma família.. família Além disso, em gêmeos idênticos, a incidência é 20 a 40 vezes maior do que na população em geral.. Esses dados reforçam a hipótese de o TOC geral apresentar um fator genético. genético. 23 Além dos fatores biológicos, fatores de ordem psicológica, como aprendizagens errôneas e crenças distorcidas, adquiridas em razão da educação, da cultura, do meio ambiente, podem contribuir para o aparecimento dos sintomas e, principalmente, para sua manutenção. As aprendizagens e crenças erradas são muito comuns no TOC, e é sobre essas causas que a terapia cognitivocomportamental atua, e seu objetivo é justamente modificá-las. 24 4 19/11/2012 Tratamento do TOC comorbidades Até bem pouco tempo atrás, o TOC era considerado um transtorno de difícil tratamento, pois os recursos de que se dispunha eram muito pouco efetivos. efetivos. Felizmente, a situação mudou, e, na atualidade, mais de 70 70% % dos pacientes tratados consegue reduzir ou até eliminar os sintomas por completo. completo. Os tratamentos mais modernos para o TOC são feitos com medicamentos do grupo dos antidepressivos (que atuam através da serotonina)) com a terapia cognitivoserotonina cognitivocomportamental.. comportamental Pacientes - com TOC possuem alto risco de ter co co--morbidades como depressão e outros transtornos ansiosos: ansiosos: Depressão (31 31% %), Fobia social (11 11% %), Transtorno alimentar (8%), Abuso/dependência de álcool (8%), Fobia específica (7%), Transtorno do pânico (6%). 25 26 medicamentos Os medicamentos usados no tratamento do TOC são os antidepressivos que elevaram os níveis da serotonina no cérebro. Fluoxetina Paroxetina Fluvoxamina Sertralina Citalopram Fazem parte deste grupo: Clomipramina 27 28 Embora entre 40 e 60% dos pacientes obtenham uma redução significativa, dificilmente os sintomas desaparecem por completo, e, infelizmente, um grande número de pacientes, embora tendo utilizado as doses preconizadas ou mesmo as doses máximas por tempo prolongado, continua com sintomas em níveis considerados graves; Em geral, as doses utilizadas no tratamento dos sintomas do TOC são mais elevadas do que as utilizadas na depressão, e os efeitos podem demorar até três meses para se manifestar. O desaparecimento dos sintomas é gradual (e não rápido, como ocorre em outras doenças, como a depressão ou o pânico), podendo ser progressivo ao longo de vários meses. Um dos problemas mais sérios dos medicamentos é que a melhora tende a ser incompleta, isto é, a redução dos sintomas é parcial. Um outro problema são as recaídas, recaídas, muito freqüentes quando se interrompe o tratamento.. Em até 90 tratamento 90% % dos pacientes, o retorno dos sintomas ocorre quatro meses após a suspensão do medicamento. medicamento. 29 30 5 19/11/2012 Clomipramina – padrão ouro Muitos pacientes abandonam a medicação por causa dos efeitos colaterais. É importante lembrar que, embora incômodos, eles são mais intensos nas primeiras semanas de uso e que, em geral, diminuem depois. A clomipramina foi a primeira droga cujo efeito antiobsessivo ficou comprovado, ainda na década de 1970, e até hoje é muito utilizada no tratamento dos sintomas obsessivo-compulsivos. Embora a clomipramina pareça ter um efeito maior do que os demais antiobsessivos, esse fato não ficou definitivamente comprovado. Efeitos colaterais: pode provocar tonturas, queda da pressão arterial, boca seca, visão borrada, constipação intestinal, sonolência, ganho de peso, retardo na ejaculação, retenção urinária, diminuição da libido e confusão mental. Mais raramente, provoca tremores das mãos e suores noturnos. Em doses elevadas, pode provocar convulsões. 31 32 clomipramina fluoxetina A clomipramina é o que mais produz efeitos colaterais. Não deve ser usada em crianças, em obesos e especialmente em pacientes com problema cardíaco, como os idosos, pois provoca tonturas e aumenta o risco de quedas. Outra razão para a clomipramina não ser usada neste último grupo de pacientes é o fato de provocar confusão mental, agravar a constipação intestinal ou provocar retenção urinária em homens com problemas de próstata. Fora essas limitações, pode ser um excelente medicamento, especialmente para os mais jovens, que se adaptam mais facilmente aos efeitos colaterais. As ações da fluoxetina resultam.... A fluoxetina parece ser tão eficaz quanto os antidepressivos tricíclicos no tratamento da depressão e revela vantagens sobre estes com relação a tolerabilidade. Efeitos colaterais: inquietude, náuseas, dor abdominal, diarréia, insônia, dor de cabeça, disfunção sexual, tremores e, eventualmente, sonolência. 33 34 No tratamento do TOC, os resultados apresentados por esta abordagem são mais efetivos do que aqueles obtidos com outras abordagens. abordagens. A terapia comportamental A terapia comportamental foi introduzida no tratamento do TOC no final da década de 60 e início dos anos 70. A terapia comportamental no TOC tem por objetivo eliminar os comportamentos indesejáveis e o desconforto causado pelos pensamentos obsessivos. A Terapia Comportamental pode ser útil para um grande número de situações, que abrangem problemas afetivos, insônia, problemas de aprendizagem e até doenças psiquiátricas mais complexas. A terapia cognitivocognitivo-comportamental funciona bem para o TOC trazendo bons resultados rapidamente e por mais tempo. tempo. 35 36 6 19/11/2012 37 38 Psicofarmacologia da recompensa e drogas de abuso 40 39 Porquê as pessoas usam?? - Porquê as pessoas usam?? 1. Para reduzir sentimentos desagradáveis de angústia e depressão. Gerais: decorrentes da própria condição humana (local onde vivem, condições....); 3. Para aumentar rendimentos psicofísicos, reduzindo sensações corporais desagradáveis, como dor, insônia, cansaço ou superando necessidades fisiológicas como o sono e a fome. - Durante o império Inca a folha de coca era mascada por mensageiros e carregadores para aumentar sua resistência e velocidade. - Específicas, próprias de cada indivíduo – originadas por experiências traumáticas ou condições patológicas. 2. Para exaltar sensações corporais e provocar gratificações sensoriais de natureza estética e eróticas. - É freqüente o uso de anfetaminas por caminhoneiros que desejam encurtar a duração de suas viagem. - Dizem os usuários de drogas que a música soa melhor, as cores são mais brilhantes e o orgasmo se torna mais intenso, durante o uso de sua droga preferida. - Dores crônicas e insônia persistente constituem causas bem reconhecidas de abuso de analgésicos e hipnóticos diversos. 41 42 7 19/11/2012 43 44 ‘Impostores’ de mensageiros cerebrais 45 46 DEPENDÊNCIA – TOLERÂNCIA – ABSTINÊNCIA ABUSO: autoadministração de qualquer droga de forma não aprovada culturalmente e que cause consequências diversas. REBOTE: expressão exagerada da condição original as vezes apresentada pelos pacientes imediatamente após a cessação de tratamento eficaz. 47 As drogas com grande capacidade de provocar dependência não permitem uma diferenciação fácil do limite entre o uso e o abuso, constituindo uns poucos consumos um grande risco de cair no abuso compulsivo (ex.: heroína ou o crack). 48 8 19/11/2012 A dependência fisiológica (física) é geralmente mais grave, mas a dependência psicológica pode ser igualmente terrível: a heroína é uma droga que por excelência ocasiona uma grande dependência física (síndrome de abstinência caracteriza-se desde "ranho" líquido no nariz até calafrios e convulsões, etc.), enquanto a cocaína provoca essencialmente uma grande dependência psicológica (a abstinência caracteriza-se por grave depressão psicológica). Estado fisiológico de neuroadaptação produzido pela administração repetida da droga, tornando necessária sua administração continuada para impedir o aparecimento da síndrome de abstinência. O organismo se ajusta à presença da droga que passa a ser necessária para que ele funcione normalmente. Este critério deve ser usado quando a dependência da substância é acompanhada por evidências de tolerância ou abstinência. DEPENDÊNCIA – TOLERÂNCIA – ABSTINÊNCIA DEPENDÊNCIA 49 50 TOLERÂNCIA TOLERÂNCIA Alguns tipos de drogas, depois de repetidas administrações, levam a um efeito chamado TOLERÂNCIA Com o tempo o usuário é levado a 2 situações: aumentar a quantidade da droga ou aumentar o número de doses para obter o mesmo efeito ou mudar para uma substância mais forte, a fim de continuar mantendo os mesmos níveis de prazer. - Tolerância é a necessidade de crescentes quantidades da substância para atingir a intoxicação (ou o efeito desejado) ou um efeito acentuadamente diminuído com o uso continuado da mesma quantidade da substância. - *** Em ambos os casos, reside o perigo da OVERDOSE ou SUPERDOSE, ou seja, uma dose muito forte para o organismo que pode levar à morte. 51 Períodos sem a droga podem provocar crises ou SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA. A Abstinência é uma alteração comportamental maladaptativa, com elementos fisiológicos e cognitivos, que ocorre quando as concentrações de uma substância no sangue e tecidos declinam em um indivíduo que manteve um uso pesado e prolongado da substância. Se o dependente físico ficar sem tomar a droga poderá sofrer: calafrios, cãibras, sudorese, taquicardia, cefaleia, irritabilidade, agressividade, entre vários outros sintomas ABSTINÊNCIA 53 52 ABUSO DE DROGAS Quando uma pessoa usa uma droga psicoativa e o efeito por ela produzido é de alguma forma agradável, este efeito adquire para aquela pessoa o caráter de uma recompensa. Todos os comportamentos que são reforçados por uma recompensa tendem a ser repetidos e aprendidos. E as sucessivas repetições tendem a fixar não só o comportamento que conduz à recompensa, mas, também, estímulos, sensações e situações indiferentes eventualmente associados a esse comportamento. Os usuários de drogas referem, por exemplo, que ao ver certos lugares ou pessoas, o ouvir certas músicas, etc., desencadeando-lhes a vontade de usar sua droga preferencial. 54 9 19/11/2012 Recompensa Circuito de recompensa Atividades estimulantes Repetição do Estímulo COMPULSÃO Não se sabem ainda todas as alterações na química e, consequentemente, na estrutura cerebral que fundamentam a recompensa e servem de reforço aos diversos comportamentos, inclusive ao uso de drogas. Entretanto, estudos recentes indicam que há uma cadeia de reações, envolvendo diversos neurotransmissores, que culmina com a liberação do neurotransmissor dopamina em uma região do cérebro chamada núcleos accumbens. Liberação de neurotransmissor Sensação de bem-estar Drogas de abuso Sistema de recompensa Este núcleo, que recebe projeções de células dopaminérgicas situadas em diversas áreas do cérebro. Devido às suas conexões aferentes e eferentes o núcleo accumbens desempenha importante papel na regulação da emoção, motivação e cognição. 55 56 57 58 59 60 Classificação drogas 10 19/11/2012 A dependência à cocaína depende de suas propriedades psicoestimulantes e ação anestésica local. A dopamina é considerada importante no sistema de recompensa do cérebro, e seu aumento pode ser responsável pelo grande potencial de dependência da cocaína . O vício pela cocaína está diretamente correlacionado a um aumento no cérebro dos receptores para substâncias opióides, como as endorfinas, que são naturais, e drogas de abuso, como a heroína e o ópio. Quanto maior a intensidade do vício, maior esse número de receptores. COCAÍNA Mecanismo de ação: bloqueia a recaptação da noradrenalina, serotonina e dopamina nas terminações présinápticas das quais estes neurotransmissores são liberados. Causam poderoso estímulo do córtex e do tronco cerebral. Sensação de bem-estar e euforia. Alucinações, ilusões e paranóia. Em doses elevadas, causa tremores e convulsões, seguidas por depressão respiratória e vasomotora Taquicardia, hipertensão, dilatação das pupilas e vasoconstrição periférica Porque a Cocaína Vicia ? 61 62 DOPAMINA 63 • A dopamina (mostrada em vermelho) é um neurotransmissor que promove o prazer e a motivação. • Vesículas sinápticas (em verde). 64 • Chegada do impulso elétrico no terminal nervoso. Adição COCAÍNA Cocaína entra e bloqueia os sítios transportadores de dopamina; Uma vez bloqueados estes sítios, a dopamina não é recaptada, ficando portanto, "solta" no cérebro até que a cocaína saia; Quando um novo impulso nervoso chega, mais dopamina é liberada na sinapse, mas ela se acumula no cérebro por seus sítios recaptadores estarem bloqueados pela cocaína; Acredita-se que a presença anormalmente longa de dopamina no cérebro é que causa os efeitos de prazer associados com o uso da cocaína. O uso prolongado da cocaína pode fazer com que o cérebro se adapte a ela, de forma que ele começa a depender desta substânica para funcionar normalmente diminuindo os níveis de dopamina no neurônio. Se o indivíduo parar de usar cocaína, já não existe dopamina suficiente nas sinapses e então ele experimenta o oposto do prazer 65 fadiga, depressão e humor alterado. Ritalina e cocaína 66 11 19/11/2012 Foto de um feto com má formação devido ao uso de cocaína pela mãe. Substância ativa do tabaco – utilizada apenas terapeuticamente no tratamento da interrupção do fumo; Em relação as drogas que viciam, perde apenas para o álcool; Cigarro: Combinação com alcatrão e monóxido de carbono – fatores de risco em relação a moléstias cardiopulmonares, câncer, outras doenças. 67 68 69 70 71 Doses baixas: promove estímulo ganglionar despolarização – Alerta e relaxamento por Doses altas – Paralisia respiratória SNC – Produzem algum grau de euforia e despertar, mas também relaxamento, melhora a atenção, aprendizado – Atravessam rapidamente a barreira hematoencefálica Efeitos periféricos – Estímulo simpáticos aumenta a freqüência sanguínea dos gânglios e a pressão 72 12 19/11/2012 Apresentam efeitos neurológicos e clínicos muito semelhantes aos da cocaína EFEITOS: Usos terapêuticos: TDAH As anfetaminas são estimulantes da atividade mental. São efeitos agudos do consumo dessas substâncias a diminuição do sono e do apetite, aceleração da velocidade do pensamento, geralmente com maior produção de fala e inquietação. Anfetaminas ilícitas: 3,4-metilenedioxi-metanfetamina (MDMA – Ecstasy); 4-metilaminorex (ice ou crystal). 74 73 Riscos à saúde - A anfetamina pode causar dependência, com o surgimento de síndrome de abstinência. Esta se caracteriza principalmente pelo surgimento de sintomas depressivos e de exaustão, após períodos prolongados de consumo. - Durante o consumo pode levar a problemas cardíacos, como o infarto do coração; - O consumo de grandes quantidades pode causar convulsão; - Consumir com frequência durante vários meses pode levar a depressão, ansiedade, deixar a pessoa irritada, impulsiva e cansada. COMO ELE É CONSUMIDO? É consumido por via oral, na forma de cápsulas gelatinosas e em comprimidos, que são encontrados em várias cores, desenhos e tamanhos diferentes. Estas preparações são freqüentemente misturadas em sucos de frutas ou em outras bebidas. Também é utilizado por via intra-nasal, em forma de pó. Alguns preparados feitos na rua podem conter também cafeína, LSD, anfetamina e outras substâncias alucinógenas. ECSTASY 76 75 Jovens e adolescentes fazem uso "recreacional" do êxtase associado ou não a outras drogas e bebidas. Usam para se sentirem mais desinibidos, simpáticos, próximos e íntimos das pessoas. Procuram alegria, euforia e energia. Em doses baixas pode ocorrer: taquicardia, hipertensão (pressão alta), tremores, trismo ou bruxismo (rigidez na mandíbula), diminuição do apetite, insônia, náusea, cefaléia (dor de cabeça) e sudorese. A maioria dos efeitos desaparecem em 24 horas. Em casos de overdose, podem ocorrer arritmias cardíacas, taquicardia, palpitação, hipertensão arterial seguida de hipotensão, hipertemia fulminante (acima de 42°C), insuficiência renal aguda, hepatotoxicidade e morte. O tempo estimado entre o uso e a morte varia de 2-60 horas dependendo de cada indivíduo. Aumento da acuidade visual para cores, luminescência de objetos, além de dormência e formigamento nas extremidades também estão presentes. 77 É um derivado sintético da anfetamina, conhecido como 3,4- metilenodioximetanfetamina (MDMA). Também é conhecido como “êstase", "XTC", "Adam" e "droga do amor". 78 13 19/11/2012 Produzem alterações do estado perceptivo, geralmente acompanhados de alterações brilhantes e coloridas do meio e por plasticidade de alterações constantes de forma e cor. Dietilamida do ácido lisérgico (LSD) No Brasil é comercializado em cartelas picotadas, e o consumo se dá pela via sublingual 79 80 O LSD é líquido, e cada pequeno quadrado picotado recebe uma gota de LSD. Eles podem ser consumidos inteiros, divididos ao meio ou em quartos; Múltiplos locais do SNC são afetados. Possui atividade agonista serotoninérgicas (5 –HT). Ocorre ativação do sistema nervoso simpático, o que causa dilatação pupilar, aumento da pressão sanguínea, piloereção e aumento da temperatura corpórea. 81 82 83 84 14 19/11/2012 Dietilamida do ácido lisérgico (LSD) O LSD é talvez a mais ativa das substâncias que agem sobre o cérebro humano: a dose é diminuta (0,05 miligramas) e seus efeitos, duradouros (4 a 10 horas). Os efeitos aparecem cerca de 30 minutos após a absorção sublingual. Alterações na percepção, principalmente de caráter visual e auditivo, além de aceleração e desorganização do pensamento (idéias soltas e perda do foco do pensamento), podem produzir sintomas paranóides (idéias de perseguição), usualmente momentâneos e restritos ao período da intoxicação. Riscos à saúde: - Podem acontecer 'viagens de marcadas por pânico e paranóia; - Interpretações incorretas da realidade podem levar a acidentes, algumas vezes fatais; - O LSD pode desencadear quadros psicóticos permanentes em pessoas predispostas a essas doenças. 85 horror’, 86 Tetrahidrocanabinol (THC) A Cannabis é um arbusto originário da Ásia e conhecido da humanidade há cerca de 6000 anos Cannabis sativa A maconha é um alucinógeno. Há vários fatores que influenciam seus efeitos, tais como a concentração de THC na planta, a sensibilidade aos efeitos e experiências prévias do usuário e o ambiente do consumo. Em geral, o uso é seguido por alterações nos sentidos (visão, audição, olfato), cognitivas (pensamento, memória e atenção) e de humor. 87 Há um aumento exagerado do apetite, voltado principalmente para o consumo de carboidratos ("larica"). Riscos à saúde - A maconha piora a atenção e a concentração, aumentando os riscos de acidentes. - 88 Tetrahidrocanabinol (THC) Pode desencadear quadros agudos de pânico e paranóia. - O uso em grandes quantidades e por longos períodos pode deixar a pessoa menos concentrada, sem objetividade e desmotivada. - A maconha pode causar dependência, psicose em pessoas que já tinham predisposição para essa doença e câncer de pulmão. Tetrahidrocanabinol (THC) 89 90 15 19/11/2012 O álcool é um depressor de muitas ações no Sistema Nervoso Central, e esta depressão é dosedependente. O córtex, que tem um papel integrador, sob o efeito do álcool é liberado desta função, resultando em pensamento desorganizado e confuso, bem como interrupção adequada do controle motor. O etanol se difunde pelos lipídeos, alterando a fluidez e a função das proteínas. Altas concentrações de álcool pode diminuir as funções da bomba Na+K+/ATPase no transporte de elétrons, este efeito compromete a condução elétrica. ÁLCOOL O procedimento, por sua vez, afeta todas as funções cerebrais. Normalmente, os canais iônicos são abertos ou fechados pela ação de neurotransmissores ou por variações na diferença de potencial elétrico entre o interior e o exterior dos neurônios. Quando o etanol se liga ao receptor GABA ele promove uma facilitação da inibição por GABA. O resultado é um efeito muito mais inibitório no cérebro, levando ao relaxamento e sedação do organismo. Diversas partes do cérebro são afetadas pelo efeito sedativo do álcool tais como aquelas responsáveis pelo movimento, memória, julgamento, respiração, etc. porque existem receptores GABA em muitas partes do cérebro. O uso prolongado do álcool pode causar dependência. Então, se a pessoa parar de beber, ela experimenta desconforto emocional, ansiedade, tremores, insônia. 91 92 93 94 Teor O etanol afeta diversos neurotransmissores no cerébro, entre eles o neurotransmissor inibitório, o ácido gama-aminobutirico (GABA). O neurotransmissor GABA é armazenado em vesículas sinápticas dentro do neurônio. À medida que as vesículas se movem na membrana celular elas liberam seu conteúdo na fenda sináptica. O neurotransmissor GABA atravessa a abertura e se liga ao receptor GABAaérgico o qual está acoplado a um canal de cloro. Quando a molécula GABA se acopla a seu receptor, ela resulta em um aumento na frequência de abertura dos canais de cloro, permitindo então um fluxo maior deste íon no meio intracelular, tornando-o mais negativo, e então promovendo hiperpolarização neuronal. Neurofarmacologia do álcool 95 96 16 19/11/2012 Quando o etanol se liga ao receptor GABAérgico (canal de cor azul-violeta), ele promove uma facilitação da inibição GABAérgica. O resultado é um efeito muito mais inibitório no cérebro, levando ao relaxamento e sedação do organismo. Diversas partes do cérebro são afetadas pelo efeito sedativo do álcool tais como aquelas responsáveis pelo movimento, memória, julgamento, respiração, etc. porque existem receptores GABA em muitas partes do cérebro. 97 98 99 100 101 102 17 19/11/2012 103 Boa Noite 104 - O boa noite cinderela, também conhecido por drogas de estupro, é o nome dado a um golpe no qual um sujeito – geralmente simpático e de boa aparência - coloca, juntamente à bebida de outro, um coquetel de drogas capaz de deixar este vulnerável o suficiente para ser roubado e/ou violentado sexualmente. - Algumas destas drogas são: lorazepam, bromazepam, GHB (ácido gama-hidroxibutírico), Cetamina (Special K) Flunitrazepam (Rohypnol) **Depressoras do sistema nervoso central. 105 106 - Encontradas, geralmente, na forma de comprimidos ou gotas, ao serem ministradas juntamente com bebidas alcoólicas alteram o nível de consciência, por até três dias, e podem causar intoxicação ou morte por desidratação. - Por se dissolverem facilmente; e serem incolores e inodoras, identificar um copo que recebeu tais doses é tarefa quase impossível. Depois do processo de desintoxicação e reabilitação é preciso ter em conta que o alcoolismo é considerado uma “doença” e grande parte das vezes a doença pode ser progressiva mesmo em períodos de abstinência. Assim, torna-se essencial haver a intervenção de vários tipos de tratamentos de acompanhamento a fim de travar a tendência impulsiva ao consumo e abuso de drogas e álcool. Tratamento alcoolismo 107 108 18 19/11/2012 NALTREXONA Tratamentos Psicossociais Terapias emocionais Terapias comportamentais (Individual e conjugal) Terapias comportamentais Cognitivas Terapias Psicodinâmicas/interpessoais Terapia Conjugal e Familiar Usada para diminuir ou mesmo abolir o desejo pelo álcool em paciente dependentes; Bloqueia o efeito das substâncias derivadas do ópio, como a morfina e a heroína; É importante diferenciar os efeitos colaterais causados pela medicação dos efeitos da abstinência ao álcool quando o medicamento é administrado durante a retirada do álcool. A dificuldade reside na coincidência que há nos sintomas de ambas as situações, tornando impossível às vezes esta diferenciação. Os mais comuns efeitos são: insônia, nervosismo, dores de cabeça, enjôo, vômitos, falta de apetite, tonteiras. 109 110 Sua principal ação é evitar a recaída alcoólica; Seu mecanismo de ação é o favorecimento da ação do GABA, assim como os benzodiazepínicos, contudo o mecanismo ainda não foi elucidado; Esta medicação possui muito poucos efeitos indesejáveis, sendo os gastrintestinais os mais comuns como enjôo e náuseas; como isso também pode acontecer por abstinência ao álcool não há como ter certeza se o que se passa é uma reação adversa ou abstinência. A diferenciação entre uma coisa e outra pode ser possível apenas com o aumento da dose: se piorar, provavelmente é por causa da medicação. Não tem atividade psicotrópica; Atua inibindo uma das enzimas de metabolização do álcool, provocando acúmulo desse metabólito no organismo e conseqüentemente forte mal estar mesmo para doses pequenas de álcool; O acúmulo no organismo de acetaldeído traz vários efeitos como sensação de calor na face, mas que podem atingir outras áreas do corpo. Dores de cabeça latejante, náuseas, vômitos, fraqueza, dor no peito, falta de ar, taquicardia, palpitações, confusão mental, hipotensão e até choque. Reações mais graves como depressão respiratória, arritmias cardíacas e convulsões, podem provocar o óbito no paciente que fizer uso de álcool junto ao dissulfiram. DISSULFIRAM ACAMPROSATO 111 112 Reposição de nicotina e bupropiona BUPROPIONA: Seu efeito antitabágico começou a ser aventado uma vez que, durante os ensaios clínicos para verificação de sua eficácia antidepressiva, os pacientes fumantes “queixavam-se” de diminuição do desejo de fumar. Uma vez aprovada para tratamento antidepressivo, foram iniciados estudos científicos com a bupropiona para comprovar se o uso da mesma auxiliaria fumantes a obterem a abstinência. Tratamento para dependentes de nicotina 113 114 19 19/11/2012 O mecanismo fisiológico de ação da bupropiona parece estar ligado a sua ação inibidora da recaptação da dopamina e noradrenalina. Como já foi dito, a nicotina eleva os níveis de dopamina cerebral em áreas associadas ao efeito reforçador de drogas como a anfetamina, cocaína e opiácios. Acredita-se que a ação dopaminérgica do fármaco reduziria a propriedade reforçadora da droga (nicotina no caso) e sua atividade noradrenérgica reduziria os sintomas de abstinência. 1. Fumantes pesados, ou seja, que fumam 20 ou mais cigarros por dia; 2. Fumantes que acendem o 1º cigarro até 30 minutos após acordar e fumam no mínimo 10 cigarros por dia; 3. Fumantes que já tentaram parar de fumar anteriormente mas não obtiveram êxito, devido a sintomas da síndrome de abstinência; 4. Não haver contra-indicações clínicas. Adesivos e goma 115 Goma de mascar de nicotina: 2mg: fumantes de até de 20 cigarros por dia; 4mg: fumantes de mais de 20 cigarros por dia. - semana 1 a 4: 1 tablete de 4 mg a cada 1 a 2 horas - semana 5 a 8: 1 tablete de 2 mg a cada 2 a 4 horas - semana 9 a 12: 1 tablete de 2 mg a cada 4 a 8 horas 117 116 Adesivos de nicotina: fumantes de mais de 10 cigarros por dia: - semana 1 a 6: 1 adesivo de 21 mg por dia a cada 24 horas - semana 7 a 9: 1 adesivo de 14 mg por dia a cada 24 horas - semana 10 a 12: 1 adesivo de 7 mg por dia a cada 24 horas **** Deve-se parar de fumar ao iniciar o uso de repositores de nicotina. 118 119 20