II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional

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Exercícios Resolvidos sobre:
II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional
Representação da Economia
Questão 1
Comecemos por identificar os fluxos monetários que conhecemos desta
economia fechada através das suas notações:
We+R=170
Te=65
Sb=10
C+G=195
C=150
Ws=45
Tr=10
Ss=-30
1.1.Queremos saber de quanto é a poupança das famílias. Ora a poupança das famílias
corresponde à parte não consumida dos seus rendimentos, ou seja, ao excesso dos seus
rendimentos sobre as suas despesas:
A primeira coisa a fazer é escrever a conta das famílias e verificar se
conhecemos todos os fluxos de rendimentos e despesas da mesma de forma a calcular a
respectiva poupança.
Passo 1
Famílias
Rendimentos
We+R+Ws+Tr
170+45+10
225-150- Tf
=
Despesas
C+Tf+Sf
150+Tf+Sf
Sf
Não nos é possível calcular de imediato a poupança das famílias pois
desconhecemos uma das suas despesas, os impostos.
Mas, como o circuito económico traduz a interdependência entre todos os
agentes e os impostos, sendo uma despesa das famílias, são também um rendimento do
estado, vamos ver se os podemos calcular através da conta do estado:
Passo 2
Estado
Rendimentos
Tf+Te
Tf+65
Tf
=
=
Despesas
Ws+Tr+G+Sb+Ss
45+10+45+10-30
80-65=15
Os impostos pagos pelas famílias foram no valor de 15 unidades monetárias.
Voltando à conta das famílias já podemos calcular a poupança destas:
Passo 3
Famílias
Rendimentos
We+R+Ws+Tr
225
225-150-15=60
=
=
Despesas
C+Tf+Sf
150+15+Sf
Sf
A poupança das famílias foi no valor de 60 unidades monetárias.
1.2. A conta capital permite-nos identificar a origem do financiamento do investimento
de uma economia e consequentemente o montante do mesmo:
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional
Agente
Capital
Rendimentos
Sf+Se+Ss
60-30+20
50
Despesas
I
=
I
O investimento foi no valor de 50 unidades monetárias.
Note-se que a poupança das famílias e empresas é no valor de 80 unidades
monetárias. Mas como o estado consumiu mais do que os rendimentos que aufere, 30
unidades monetárias da poupança de famílias e empresas serviram para financiar essa
poupança negativa.
1.3. Podemos agora representar esta economia por intermédio do circuito económico e
das contas de cada agente, que já sabemos, têm que estar equilibradas, caso contrário
cometemos algum erro na determinação dos fluxos que desconhecíamos.
Agente
Famílias
Rendimentos
We+R+Ws+Tr
170+45+10
225
C+G+Sb+I
150+45+10+50
255
Tf+Te
15+65
80
Sf+Se+Ss
60-30+20
50
Empresas
Estado
Capital
Despesas
C+Tf+Sf
150+15+60
225
We+R+Te+Se
170+65+20
255
Ws+Tr+G+Sb+Ss
45+10+45+10-30
80
I
=
=
=
=
50
O circuito económico vem,
Famílias
Tf=15
C=150
Empresas
We+R=170
Te=60
Ws+Tr=55
Estado
G+Sb=55
Ss=-30
Sf=60
Capital
Se=20
I=50
1.4.1. A alteração do consumo por parte das famílias vai provocar alterações não apenas
na conta das famílias mas também nas contas dos agentes com os quais as famílias
estabelecem a operação de consumo e poupança, ou seja, vai alterar, além da conta das
famílias, a conta das empresas e a conta capital.
Se as famílias consomem menos então a sua poupança vai aumentar:
Exercícios Resolvidos - Marta Simões
2
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional
Passo 1
Famílias
Rendimentos
We+R+Ws+Tr
170+45+10
225-145=80
Despesas
C’+Tf+Sf’
130+15+Sf’
Sf’
=
A poupança das famílias passa agora a ser de 80 unidades monetárias, ou seja,
aumenta no mesmo montante da diminuição do consumo.
Ora o aumento da poupança na economia permite aumentar o investimento:
Passo 2
Capital
Rendimentos
Sf’+Se+Ss
80-30+20
70
Despesas
I’
=
I’
O investimento é agora de 70 unidades monetárias.
Finalmente, a conta das empresas vem também alterada, quer porque diminui o
consumo das famílias, quer porque aumentou o investimento:
Passo 3
Empresas
Rendimentos
C’+G+Sb+I’
130+45+10+70
255
Despesas
We+R+Te+Se
170+65+20
255
=
1.4.2. O investimento aumentou no montante da diminuição do consumo das famílias.
Ao renunciarem ao consumo presente, as famílias vão permitir aumentar o investimento
na economia, dando-lhe a possibilidade de crescer e assim de aumentar o seu consumo
futuro.
I’=50-Variação do Consumo das famílias=50-(-20)=70
Temos aqui novamente presente a questão do “Quando produzir?”. Ao
renunciarem ao consumo presente as famílias permitem aumentar o investimento na
economia abrindo a possibilidade de um maior consumo futuro.
Questão 2
2.1. Voltemos a considerar os dados iniciais do exercício 1, supondo agora que a
economia passa a ter relações com o exterior.
Os fluxos que conhecemos desta economia aberta são:
We+R=170
Sb=10
Te=65
C+G=195
A conta do exterior é dada por,
Agente
Exterior
Rendimentos
M
100
C=150
Ws=45
=
Tr=10
Ss=-30
X=100
M=100
Despesas
X+Sx
100+0
Como os seus rendimentos são iguais às respectivas despesas, a sua poupança é
nula.
Exercícios Resolvidos - Marta Simões
3
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional
2.2. As contas dos restantes agentes que vão sofrer alterações são a conta das empresas,
único agente que compra e vende bens ao exterior, e a conta capital que recebe a
eventual poupança do exterior.
Agente
Capital
Rendimentos
Sf+Se+Ss+Sx
60+20-30+0
50
C+G +Sb+I+X
195+10+50+100
355
Empresas
Despesas
I
=
50
We+R+Te+M+Se
170+65+100+20
355
=
Como a poupança do exterior é nula não se vai alterar o montante de
investimento na economia.
O circuito vem,
Famílias
C=150
Tf=15
Empresas
We+R=170
Te=60
Ws+Tr=55
Estado
X=100
G+Sb=55
Ss=-30
Se=20
M=100
Exterior
Sf=60
Capital
Sx=0
I=50
Questão 3
3.1. Voltando aos dados iniciais do exercício 1, alteram-se agora as hipóteses relativas
às exportações e importações.
Agente
Exterior
Rendimentos
M
150
150-100=50
=
Despesas
X+Sx
100+Sx
Sx
Agora o valor das importações é superior ao valor das exportações o que
significa que o exterior realiza poupança, uma vez que os respectivos rendimentos são
superiores às despesas.
3.2. As contas dos restantes agentes que vão sofrer alterações são a conta das empresas,
único agente que compra e vende bens ao exterior, e a conta capital que recebe a
eventual poupança do exterior.
Agente
Capital
Rendimentos
Sf+Se+Ss+Sx
60+20-30+50
100
=
Despesas
I
100
Exercícios Resolvidos - Marta Simões
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Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional
Empresas
C+G +Sb+X +I
195+10+100+100
405
=
We+R+Te+M+Se
170+65+150+20
405
O exterior realiza agora poupança no montante de 50 o que vai permitir
aumentar o investimento na economia do mesmo montante.
O circuito vem,
Famílias
C=150
Tf=15
Empresas
We+R=170
Te=60
Ws+Tr=55
Estado
X=100
G+Sb=55
Ss=-30
Se=20
M=150
Exterior
Sf=60
Capital
Sx=50
I=100
Questão 4
4.1. Voltando aos dados iniciais do exercício 1, tornam-se a alterar as hipóteses relativas
às exportações e importações.
A conta do exterior é dada por:
Agente
Exterior
Rendimentos
M
100
100-150=-50
=
Despesas
X+Sx
150+0
Sx
Como as nossas exportações são superiores às importações a poupança do
exterior é negativa em 50 unidades monetárias, ou seja, a nossa economia está a
financiar o exterior.
4.2. Agora o investimento na economia vai ser nulo porque a poupança das famílias e
das empresas, além de ter que financiar a poupança negativa do estado, tem também que
financiar a poupança negativa do exterior, nada sobrando para investimento:
Agente
Empresas
Capital
Rendimentos
C+G +Sb+X +I
195+10+150+0
355
Sf+Se+Ss+Sx
60+20-30-50
=
=
Despesas
We+R+Te+M+Se
170+65+100+20
355
I
0
O circuito para esta economia vem,
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Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional
Famílias
C=150
Tf=15
Empresas
We+R=170
Te=60
Ws+Tr=55
Estado
X=150
G+Sb=55
Ss=-30
Se=20
M=100
Exterior
Sf=60
Capital
Sx=-50
I=0
Questão 5
Comecemos por verificar os dados que conhecemos sobre esta economia:
We+R=150
Te=60
Sb=15
G=30
C=165
Tf=40
Tr=10
Ws=45
Sf=0
Se=0
Ss=0
5.1. A conta capital permite-nos identificar montante do investimento na economia:
Agente
Capital
Rendimentos
Sf+Se+Ss
0+0+0
0
Despesas
I
=
I
Sendo a economia fechada e a poupança de todos os seus agentes nula não
haverá investimento. Os agentes consomem tudo o que ganham.
5.2. Sendo o investimento nulo não haverá crescimento do stock de capital desta
economia. A não ser que haja inovação tecnológica ou que aumente a disponibilidade
dos recursos Terra e Trabalho, a economia não poderá crescer.
Acontece mesmo que não será capaz de repôr as máquinas que se vão
desgastando pelo que pode mesmo registar um crescimento negativo.
5.3. Representemos agora esta economia por intermédio das contas de cada agente:
Agente
Famílias
Empresas
Estado
Capital
Rendimentos
We+R+Ws+Tr
150+55
205
C+G+Sb+I
165+30+15+0
210
Tf+Te
40+60
100
Sf+Se+Ss
0+0+0
=
=
=
=
Despesas
C+Tf+Sf
165+40+0
205
We+R+Te+Se
150+60+0
210
Ws+Tr+G+Sb+Ss
55+30+15+0
100
I
0
Exercícios Resolvidos - Marta Simões
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Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional
5.4.1. Suponhamos que as importações são de 10 máquinas no valor de M=100. Temos
que introduzir o agente exterior na nossa economia, que vai também alterar a conta das
empresas e a conta capital.
Agora temos poupança do exterior positiva e no valor de 100, o que vai permitir
realizar investimento no mesmo montante.
Agente
Exterior
Capital
Empresas
Rendimentos
M
100
100-0=100
Sf+Se+Ss+Sx
0+0+0+100
100
C+G+Sb+X+I
165+30+15+0+100
310
=
=
=
Despesas
X+Sx
0+Sx
Sx
I
I
We+R+Te+M+Se
150+60+100+0
310
5.4.2. O investimento realizado na economia foi financiado pelo exterior. Uma vez que
nenhum dos agentes internos realiza poupança e as importações são de bens de
produção (máquinas), é a poupança do exterior que vai permitir realizar investimento.
Daí a importância da abertura das economias, em especial as menos
desenvolvidas.
Note-se que se, por hipótese, as importações não fossem de bens de produção
então o investimento continuaria a ser nulo. Agora a poupança do exterior teria servido
para financiar a poupança negativa das empresas.
Contabilidade Nacional
Questão 6
O nosso objectivo é conhecer o valor da produção da economia ou PIB. Se as
empresas comprarem e venderem bens entre si, ou seja, se houver consumos
intermédios1, não podemos obter o valor da produção para a economia através da soma
do valor da produção das três empresas pois estaremos a contabilizar mais do que uma
vez a mesma produção. Para ultrapassar este problema podemos recorrer ao método dos
valores acrescentados.
1
Bens de consumo intermédios são bens utilizados na produção de outros bens e que se esgotam ao fim
da primeira utilização, como as matérias primas e subsidiárias. Distinguem-se dos bens de investimento
pois estes são utilizados ao longo de vários processos produtivos.
Exercícios Resolvidos - Marta Simões
7
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional
Pelo método dos valores acrescentados o valor da produção da economia é igual
à soma dos valores acrescentados das várias empresas, ou seja, considera-se apenas o
valor que cada empresa acrescentou aos bens que servem de base à sua produção. O
valor acrescentado corresponde então à diferença entre o valor da produção de cada
empresa e as compras que fez a outras empresas (de bens de consumo intermédio).
O produto interno ou valor dos bens produzidos nesta economia durante 1 ano
pode ser calculado como a soma do valor acrescentado pelas várias empresas que
compõem a economia.
Produto Interno = Soma dos valores acrescentado
= Produto Aparente-Consumos Intermédios
= 8600-5400=3200
Questão 7
7.1/2/3/4. Conhecendo o produto aparente de cada em presa e os seus consumos
intermédios podemos construir um quadro para calcular os respectivos valores
acrescentados. O valor acrescentado corresponde à diferença entre o total do valor da
produção e os bens que foram comprados a outras empresas, ou seja, os bens de
consumo intermédio. O total do valor da produção também é conhecido por produto
aparente devido à facilidade com que é confundido com o valor real da produção do
país sem dupla contagem.
:Empresa
A
B
C
D
Valor da produção
ou
Produto Aparente
1500
1800
2200
3100
Consumos Intermédios
ou
Compras a empresas
200+300+400=900
200+400+500=1100
300+500+500=1300
500+800+800=2100
Valor Acrescentado
1500-900=600
1800-1100=700
2200-1300=900
3100-2100=1000
Note-se que se uma empresa consumisse bens produzidos por ela própria na sua
produção estes seriam também considerados como consumos intermédios, o que por
hipótese não acontece (os consumos intermédios intra-empresa são nulos).
Por exemplo, uma empresa que produz electricidade (EDP) utiliza também
electricidade para obter a sua produção. Uma empresa que produza automóveis também
utiliza os automóveis que produz para obter a sua produção.
Exercícios Resolvidos - Marta Simões
8
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional
Questão 8
8.1. Os consumos intermédios das empresas são bens que compram a outras empresas.
Ora como esses bens são fornecidos por outras empresas, sabendo o valor dos consumos
intermédios podemos também calcular o valor dos fornecimentos intermédios, ou seja, o
valor das vendas de bens de uma empresa a outra.
Podemos então determinar os fornecimentos intermédios entre as várias
empresas:
Empresa
A
Fornecimentos Intermédios ou
Vendas a empresas
200+300+500=1000
B
200+500+800=1500
C
300+400+800=1500
D
400+500+500=1400
8.2. Calculemos o total dos consumos intermédios (CI) e dos fornecimentos intermédios
(FI):
Total CI = 900+1100+1300+2100=5400
Total FI = 1000+1500+1500+1400=5400
Obviamente que o total dos consumos intermédios tem que ser igual ao total dos
fornecimentos intermédios pois os bens intermédios que as empresas consomem são os
bens que as empresas fornecem umas às outras, ou seja, o total das compras de bens
intermédios na economia tem que ser igual ao total das vendas.
8.3. O produto final de cada empresa corresponde à parte da sua produção que é vendida
para consumo final e não para ser utilizada noutras produções logo, corresponde à
diferença entre o seu produto aparente e os fornecimentos intermédios:
Empresa
Produto Aparente ou
Valor da produção
A
B
C
D
1500
1800
2200
3100
Vendas a empresas
ou
Fornecimentos Intermédios
200+300+500=1000
200+500+800=1500
300+400+800=1500
400+500+500=1400
Produto Final
1500-1000=500
1800-1500=300
2200-1500=700
3100-1400=1700
Exercícios Resolvidos - Marta Simões
9
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional
8.4. O PIB desta economia pode ser calculado pelo método dos valores acrescentados
ou, alternativamente, pelo método dos valores finais:
Método dos valores acrescentados
PIB=Soma dos valores acrescentados=600+700+900+1000=3200
Método dos valores finais
PIB=Soma dos produtos finais=500+300+700+1700=3200
O valor dos bens produzidos nesta economia foi de 3200 e não de 8600 como se
poderia pensar pela soma dos produtos aparentes.
Questão 9
9.1. Como dispomos da soma dos valores acrescentados, a óptica de cálculo do produto
a utilizar é a da produção. Em termos de avaliação do PIB, a preços de mercado ou a
custo de factores, temos que ter em atenção que os valores acrescentados apenas
incluem os impostos à produção e já lhe foram deduzidos os subsídios.
Óptica da produção
PIBpm=VAB+impostos à importação+IVA
=984.450+130.000
=1.114.450
Para passarmos do PIBpm ao PIBcf temos que retirar todos os impostos e
adicionar os subsídios:
PIBcf=PIBpm-impostos+subsídios
=1.114.450-130.000-15.550+56.000
=1.024.900
9.2. O que queremos saber é o valor dos rendimentos pagos pela utilização dos factores
capital e terra o que sugere a utilização da óptica do rendimento para o cáculo do
produto.
Exercícios Resolvidos - Marta Simões
10
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional
Óptica do rendimento
PIBcf=Remunerações+Excedente Bruto de Exploração
1.024.900=539.000+EBE
EBE=485.900
9.3.Despesa total = Despesa interna + Exportações= 1.192.600+230.000=1.422.600
9.4. Já conhecemos a despesa total da economia, ou seja, a despesa em bens produzidos
na economia ou no exterior. Se à despesa total retirarmos as importações ficamos
apenas com a despesa em bens produzidos no país que é a contrapartida da produção, ou
seja, corresponde ao valor da produção segundo a óptica da despesa.
Óptica da Despesa
PIBpm=C+G+I+X-M=DT-M
1.114.450=1.422.600-M
M=308.150
9.5. Despesa interna =C+G+I=C+G+FBCF+Var Ex
DI=C+150.000+310.000+32.000
C=700.600
Questão 10
Queremos determinar o Excedente Bruto de Exploração (EBE) que, como
sabemos, é o rendimento pago pela utlização dos factores terra e capital na produção de
um país, ou seja, entra no cálculo do PIB pela óptica do rendimento. Como apenas
conhecemos o PIB a preços de mercado e pela óptica do rendimento o produto vem a
custo de factores não nos podemos esquecer de somar os impostos e deduzir os
subsídios.
Exercícios Resolvidos - Marta Simões
11
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional
PIBpm=PIBcf+impostos-subsídios
=Remunerações+EBE+impostos-subsídios
8.560.642=3.844.653+EBE+1.111.980
EBE=3.604.009
Queremos também conhecer os rendimentos líquidos pagos ao resto do mundo.
Quando temos uma grandeza líquida significa que estamos a considerar a diferença
entre duas parcelas. Neste caso será:
Rendimentos líquidos pagos ao resto mundo= Rendimentos pagos ao resto mundo
- Rendimentos recebidos do resto mundo
Por outro lado, os rendimentos recebidos e pagos ao resto do mundo distinguem
o PIB do PNB:
PNBpm=PIBpm-Rendimentos pagos ao resto do mundo
+Rendimentos recebidos do resto do mundo
=PIBpm-Rendimentos pagos ao resto do mundo
8.526.527 =8.560.642 –Rendimentos líquidos pagos ao resto do mundo
Rendimentos líquidos pagos ao resto do mundo= 34.115
Questão 11
11.1. O PIB é o valor da produção realizada num determinada país durante um ano.
Como são as empresas as responsáveis pela operação de produção numa economia é
lógico que os dados utilizados para calcular o PIB tenham por base a produção das
empresas de um país. Se o cálculo do PIB se basear nos valores da produção das
empresas diz-se que está a ser calculado pela óptica da produção ou do produto. Neste
caso,
PIB=soma dos valores acrescentados por todas as empresas das economias
Como ao chegarem ao mercado os preços dos vários vêm acrescidos por vários
impostos e diminuídos pelos subsídios concedidos temos que ter em atenção se os
valores acrescentados têm estes em consideração.
Exercícios Resolvidos - Marta Simões
12
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional
Assim, o PIB diz-se avaliado a preços de mercado se inclui todos os impostos (à
produção, à importação e IVA) e se já foram deduzidos todos os subsídios. O PIB diz-se
avaliado a custo de factores de está avaliado de acordo com o que foi pago aos factores
de produção utilizados, não incluindo portanto impostos e não tendo sido deduzidos
quaisquer subsídios.
Para passarmos do PIB a custo de factores (cf) para o PIB a preços de mercado
(pm) temos que somar todos os impostos e deduzir todos os subsídios:
PIBpm=PIBcf+impostos-subsídios
No caso do PIB calculado pela óptica da produção, nos valores acrescentados
das empresas estão apenas incluídos os impostos à produção e já foram deduzidos os
subsídios pelo que, para obtermos o PIBpm temos que adicionar ainda os impostos à
importação e o imposto sobre o valor acrescentado (IVA).
Óptica da produção
PIBpm=VAB+impostos à importação+IVA
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
VAB
4.699.352
5.478.477
6.394.252
7.535.560
9.015.640
+Imp.
37.369
59.044
71.219
80.071
94.665
83.351
78.146
289.147
354.215
444.157
524.867
601.309
693.739
874.601
5.025.868
5.891.736
6.909.628
8.140.498
9.711.614
10.536.941 12.024.446
importação
+IVA
=PIBpm
11.314.031 12.977.193
Como a produção é obtida à custa da utilização de factores de produção que têm
que ser remunerados, vai dar origem a um fluxo de rendimentos de igual montante o
que significa que o valor da produção de um país pode ser também obtida através da
soma dos rendimentos pagos aos factores de produção. Neste caso diz-se que o PIB foi
calculado segundo a óptica do rendimento:
PIB=soma dos rendimentos pagos aos factores de produção
=salários+rendas+juros+lucros=salários+excedente bruto de exploração
O PIB calculado por esta óptica tem que vir igual ao que calculámos pela óptica
da produção. Mas para obtermos o PIBpm temos que somar impostos e deduzir
subsídios uma vez que pela óptica do rendimento o PIB vem avaliado a custo de
factores.
Exercícios Resolvidos - Marta Simões
13
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional
Óptica do rendimento
PIBpm = Remunerações + Excedente Bruto de Exploração
+ Impostos à produção + Impostos à importação + IVA-Subsídios
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
Remunerações
2.408.501
2.800.986
3.262.772
3.848.146
4.652.530
5.394.865
6.204.095
+EBE
2.010.835
2.376.346
2.729.756
3.239.429
3.842.075
4.543.216
5.191.498
+ Imp.
429.671
450.080
560.368
599.689
688.971
826.514
939.553
37.369
59.044
71.219
80.071
94.665
83.351
78.146
+IVA
289.147
354.215
444.157
524.867
601.309
693.739
874.601
- subsídios
149.655
148.935
158.644
151.704
167.936
227.654
310.700
5.025.868
5.891.736
6.909.628
8.140.498
9.711.614
Produção
+Imp.
Importação
=PIBpm
11.314.031 12.977.193
Finalmente, os rendimentos auferidos pelos factores de produção vão ser
utilizados para efectuar despesas no mesmo montante pelo o valor da produção de um
país pode também ser calculado atendendo ao valor das despesas dos vários agentes.
Neste caso diz-se que o PIB foi calculado segundo a óptica da despesa,
PIB=Consumo privado+Consumo público+Investimento+Exportações-Importações
Quando somamos despesas o seu valor inclui já todos os impsotos e já foram
deduzidos os subsídios pelo que o PIB está avaliado a preços de mercado.
Óptica da despesa
PIBpm=C+G+I+X-M
=Consumo final+Formação Bruta de Capital Fixo+Var de Existências+X-M
A soma do consumo privado com o consumo público designa-se por consumo
final. O investimento divide-se em formação bruta de capital fixo, a produção de bens
de investimento propriamente dita, e variação de existências, a diferença entre o stock
final e o stock inicial de existências de uma empresa.
Exercícios Resolvidos - Marta Simões
14
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
Consumo final
4.139.448
4.841.540
5.730.490
6.699.613
8.041.751
9.476.187
10.781.697
+FBCF3
1.225.371
1.590.608
1.949.620
2.236.972
2.681.270
3.066.485
3.516.873
-45.873
42.141
152.282
117.715
141.592
121.646
140.744
+Exportações
1.239.010
1.490.551
1.779.244
2.256.210
2.635.271
2.679.056
2.829.269
-Importações
1.532.088
2.073.104
2.702.008
3.170.012
3.788.270
4.029.343
4.291.390
=PIBpm
5.025.868
5.891.736
6.909.628
8.140.498
9.711.614
11.314.031 12.977.193
2
+Var.
Existências
11.2. Produção Interna é outro nome utilizado para designar o valor da produção de um
país ao longo de um ano, ou seja, é o mesmo que o PIB que já calculámos na alínea
anterior.
11.3. A Despesa Interna é a despesa em bens realizada pelos agentes da nossa economia
que vem igual a,
Despesa Interna=Consumo Privado+Consumo Público+Investimento
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
Consumo final
4.139.448
4.841.540
5.730.490
6.699.613
8.041.751
9.476.187
10.781.697
+FBCF
1.225.371
1.590.608
1.949.620
2.236.972
2.681.270
3.066.485
3.516.873
+Var. Exist
-45.873
42.141
152.282
117.715
141.592
121.646
140.744
=Desp interna
5.318.946
6.474.289
7.832.392
9.054.300 10.864.613 12.664.318 14.439.314
11.4. A Despesa Total é a despesa realizada por todos os agentes em contacto com a
nossa economia:
Despesa Total = Consumo Privado+Consumo Público+Investimento+Exportações
= Despesa Interna+Exportações
1986
Despesa interna
+Exportações
=Despesa total
5.318.946
1.239.010
6.557.956
1987
6.474.289
1.490.551
7.964.840
1988
7.832.392
1.779.244
1989
1990
1991
1992
9.054.300 10.864.613 12.664.318 14.439.314
2.256.210
2.635.271
2.679.056
2.829.269
9.611.636 11.310.510 13.499.884 15.343.374 17.268.583
2
Consumo Final = Consumo Privado + Consumo Público
Investimento = Formação Bruta de Capital Fixo + Variação de Existências
Exercícios Resolvidos - Marta Simões
3
15
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional
11.5. O saldo da balança comercial ou da conta do exterior é a diferença entre o valor
dos bens que vendemos ao exterior e valor dos bens que compramos:
Saldo da balança comercial = Exportações - Importações
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
Exportações
1.239.010
1.490.551
1.779.244
2.256.210
2.635.271
2.679.056
2.829.269
-Importações
1.532.088
2.073.104
2.702.008
3.170.012
3.788.270
4.029.343
4.291.390
-1.152.999
-1.350.287
-1.462.121
=Saldo da conta
-582.553
-293.078
-922.764
-913.802
do exterior
Em qualquer dos anos, Portugal compra mais ao exterior do que vende, tendo-se
a diferença agravado ao longo dos anos.
11.6. O grau de abertura de uma economia pretende medir a importância das trocas de
bens com exterior no total do valor da produção da economia:
Grau de abertura =
1986
Exportações+
2.771.098
Exportações + Importações
x100
PIB
1987
3.563.655
1988
4.481.252
1989
5.426.222
1990
6.423.541
1991
6.708.399
1992
7.120.659
Importações
÷ PIBpm
=Grau de
5.025.868
55,14%
5.891.736
60,49%
6.909.628
64,86%
8.140.498
66,66%
9.711.614
66,14%
11.314.031 12.977.193
59,29%
54,87%
abertura
No caso de uma pequena economia como a portuguesa o grau de abertura é em
geral superior a 50% uma vez que tem que importar muito dos bens que necessita e vai
também vender muitos dos bens que produz em troca.
11.7. As unidades residentes de um país podem realizar a sua actividade no exterior
(desde que por um período inferior a um ano). Os rendimentos que recebem designamse por rendimentos recebidos do resto do mundo. No caso de serem trabalhadores a
exercer a sua actividade fora do país temos as chamadas remunerações recebidas do
resto mundo. No caso de serem empresas a exercer a sua actividade fora do país temos
os chamados rendimentos de propriedade e empresa:
Rendimentos recebidos do resto do mundo= Remunerações recebidas do resto
mundo+Rendimentos de Propriedade e empresa recebidos do resto do mundo
Exercícios Resolvidos - Marta Simões
16
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional
Remunerações
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
9.909
15.176
19.745
22.779
27.032
24.647
13.334
34.633
42.469
48.777
107.748
163.857
196.405
285.999
44.542
57.645
68.522
130.527
190.889
221.052
299.333
recebidas do
Resto do Mundo
+Rendimentos
de propriedade e
empresa
recebidos do
Resto do Mundo
=Rendimentos
recebidos do
Resto do Mundo
11.8. A produção de um país pode ter sido em parte realizada através da utilização de
factores de produção que são propriedade de não residentes, cujos rendimentos
auferidos se designam por rendimentos pagos ao resto mundo:
Rendimentos
pagos
do
resto
ao
mundo=
Remunerações
pagas
ao
resto
mundo+Rendimentos de Propriedade e empresa pagos ao resto do mundo
Remunerações
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
11.042
9.642
10.820
13.112
26.700
32.553
35.865
193.134
183.997
184.121
214.604
213.604
199.990
184.037
204.176
193.639
194.941
227.716
240.304
232.543
219.902
pagas ao Resto
do Mundo
+Rendimentos
de propriedade e
empresa pagos
ao Resto do
Mundo
=Rendimentos
pagos ao Resto
do Mundo
11.9. O PIB corresponde ao valor da produção obtida num determinado país com a
utilização de factores de produção que podem ser propriedade de unidades residentes ou
de unidades não residentes. Se estivermos interessados em conhecer apenas a produção
obtida à custa da utilização de factores de produção propriedade de unidades residentes
obtemos o Produto Nacional Bruto.
Exercícios Resolvidos - Marta Simões
17
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional
PNBpm=PIBpm+Rendimentos recebidos do resto do mundo-Rendimentos pagos ao
resto do mundo
PIBpm
+Rendimentos
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
5.025.868
5.891.736
6.909.628
8.140.498
9.711.614
44.542
57.645
68.522
130.527
190.889
221.052
299.333
204.176
193.639
194.941
227.716
240.304
232.543
219.902
4.866.234
5.755.742
6.783.209
8.043.309
9.662.199
11.314.031 12.977.193
recebidos Resto
do Mundo
-Rendimentos
pagos ao Resto
do Mundo
=PNBpm
11.302.540 13.056.624
Questão 12
Os trabalhadores portugueses emigrados em França, uma vez que aí trabalham
há mais de um ano, são considerados residentes em França.
Assim, as suas remunerações não são incluídas no PIB português pois não
trabalharam em Portugal e também não são incluídas no PNB português pois não são
considerados residentes em Portugal.
Questão 13
A remuneração do engenheiro é contabilizada no PNB português pois este é
considerado residente em Portugal (trabalhou fora mas por um período inferior a um
ano) e no PIB da Arábia Saudita pois foi nesse país que desenvolveu a sua actividade.
Questão 14
Os lucros desta empresa propriedade de um não residente são contabilizados no
PIB português pois foi em Portugal que desenvolveu a sua actividade.
Também são contabilizados no PNB do país onde o proprietário é residente.
Exercícios Resolvidos - Marta Simões
18
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