PDF - 2.9 MB - Archives of Endocrinology and Metabolism

Propaganda
ISSN 0004-2730
ENDORECIFE
JUNHO 2010
10 A 12 DE JUNHO DE 2010
PORTO DE GALINHAS, PERNAMBUCO
54
SUPLEMENTO 4
Assistente editorial e financeira: Roselaine Monteiro
Rua Botucatu, 572 – conjunto 83 – 04023-062 – São Paulo, SP
Telefax: (11) 5575-0311 / 5082-4788
[email protected]
Submissão on-line / Divulgação eletrônica
www.sbem.org. br • www.scielo.br/abem
Rua Anseriz, 27, Campo Belo
04618-050 – São Paulo, SP. Fone: 11 3093-3300
www.segmentofarma.com.br • [email protected]
Diretor-geral: Idelcio D. Patricio Diretor executivo: Jorge Rangel Diretor médico: Marcello Pedreira CRM 65377 Gerente financeira: Andréa Rangel
Gerente comercial: Rodrigo Mourão Diretor de criação: Eduardo Magno Assistente comercial: Andrea Figueiro Coordenadora editorial: Sandra
Regina Santana Diretora de arte: Renata Variso Revisoras: Glair Picolo Coimbra e Sandra Gasques Diagramação: Flávio Santana Produtor gráfico:
Fabio Rangel Cód. da publicação: 10381.6.10
Rua Alvorada, 631 – Vila Olímpia – 04550-003 – São Paulo – SP
Tel.: (11) 3849-0099/3044-1339
[email protected] • growup-eventos.com.br
Assessoria Comercial: Reginaldo Ramos
Tiragem desta edição: 4.000 exemplares
Preço da Assinatura: R$ 450,00/ano – Fascículo Avulso: R$ 55,00
Indexada por Biological Abstracts, Index Medicus, Latindex, Lilacs, MedLine, SciELO, Scopus, ISI-Web of Science
ARQUIVOS BRASILEIROS DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA.
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. – São Paulo, SP: Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, v. 5, 1955Nove edições/ano
Continuação de: Arquivos Brasileiros de Endocrinologia (v. 1-4), 1951-1955
Título em inglês: Brazilian Archives of Endocrinology and Metabolism
ISSN 0004-2730 (versões impressas)
ISSN 1677-9487 (versões on-line)
1. Endocrinologia – Periódicos 2. Metabolismo-Periódicos I. Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia II. Associação Médica Brasileira.
CDU 612.43 Endocrinologia
CDU 612.015.3 Metabolismo
Apoio:
Órgão oficial de divulgação
científica da SBEM – Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia (Departamento da
Associação Médica Brasileira), SBD
– Sociedade Brasileira de Diabetes,
ABESO – Associação Brasileira para o
Estudo da Obesidade e Síndrome
Metabólica e SOBEMOM –
Sociedade Brasileira de Estudos do
Metabolismo Ósseo e Mineral
2009-2010
EDITORa-CHEFE
Comissão Editorial Nacional
Márcia Nery (SP)
Edna T. Kimura (SP)
Adriana Costa e Forti (CE)
Márcio Faleiros Vendramini (SP)
COEDITORES
Amélio F. Godoy Matos (RJ)
Margaret Boguszewski (PR)
Alexander A. L. Jorge (SP)
Ana Claudia Latronico (SP)
Margaret de Castro (SP)
Evandro S. Portes (SP)
Ana Luiza Silva Maia (RS)
Maria Honorina Cordeiro Lopes (MA)
Magnus R. Dias da Silva (SP)
André Fernandes Reis (SP)
Renan M. Montenegro Jr. (CE)
Antonio Carlos Lerario (SP)
Editor associado
internacional
Antonio C. Bianco (EUA)
EDITORES ASSOCIADOS
Antônio Roberto Chacra (SP)
Ayrton Custódio Moreira (SP)
Berenice B. Mendonça (SP)
Bruno Geloneze Neto (SP)
Carlos Alberto Longui (SP)
Presidentes dos
departamentos da SBEM
Carmen C. Pazos de Moura (RJ)
Maria Marta Sarquis Soares (MG)
Mário José A. Saad (SP)
Mário Vaisman (RJ)
Marise Lazaretti Castro (SP)
Mauro A. Czepielewski (RS)
Mônica Gabbay (SP)
Osmar Monte (SP)
Pedro Weslley S. do Rosário (MG)
Regina Célia S. Moisés (SP)
Célia Regina Nogueira (SP)
Ricardo M. R. Meirelles (RJ)
Milena F. Caldato (PA)
César L. Boguszewski (PR)
Rui M. de Barros Maciel (SP)
Diabetes Melito
Claudio E. Kater (SP)
Ruth Clapauch (RJ)
Denise Pires de Carvalho (RJ)
Sandra R. G. Ferreira (SP)
Eder Carlos R. Quintão (SP)
Sandra Mara Ferreira Villares (SP)
Adrenal e Hipertensão
Saulo Cavalcanti da Silva (MG)
Dislipidemia e Aterosclerose
Maria Teresa Zanella (SP)
Fábio Fernando Lima Silva (RJ)
Sérgio Atala Dib (SP)
Vânia M. Corrêa da Costa (RJ)
Francisco de Assis Rocha Neves (DF)
Sonir Roberto R. Antonini (SP)
Waldemar Berardinelli (RJ)
EndoCRINOLOGIA Feminina e
Geraldo Medeiros Neto (SP)
Tânia A. S. Bachega (SP)
EDITORES e CHEFES
DE REDAÇÃO*
Poli Mara Spritzer (RS)
Gil Guerra Jr. (SP)
Thaís Della Manna (SP)
Gisah M. do Amaral (PR)
Ubiratan Fabres Machado (SP)
Endocrinologia Básica
FUNDADOR
1951-1955
Waldemar Berardinelli (RJ)
Thales Martins (RJ)
Andrologia
Endocrinologia Pediátrica
Ângela M. Spinola de Castro (SP)
Hans Graf (PR)
Metabolismo Ósseo e Mineral
Helena Schimid (RS)
1957-1972
Clementino Fraga Filho (RJ)
Victória Z. Cochenski Borba (PR)
Henrique de Lacerda Suplicy (PR)
1964-1966*
Luiz Carlos Lobo (RJ)
Neuroendocrinologia
Ieda T. N. Verreschi (SP)
Mônica Roberto Gadelha (RJ)
Charis Eng (EUA)
Jorge Luiz Gross (RS)
Décio Eizirik (Bélgica)
1966-1968*
Pedro Collett-Solberg (RJ)
1969-1972*
João Gabriel H. Cordeiro (RJ)
Obesidade
Marcio C. Mancini (SP)
Tireoide
José Gilberto Henriques Vieira (SP)
Júlio Abucham (SP)
Comissão Editorial Internacional
Carol Fuzeti Elias (EUA)
Efisio Puxeddu (Itália)
Fernando Cassorla (Chile)
Franco Mantero (Itália)
Edna T. Kimura (SP)
Laércio Joel Franco (SP)
1978-1982
Armando de Aguiar Pupo (SP)
Representantes
das Sociedades Colaboradoras
Laura S. Ward (SP)
Gilberto Jorge da Paz Filho (Austrália)
Lucio Vilar (PE)
Gilberto Velho (França)
1983-1990
Antônio Roberto Chacra (SP)
SBD
Luís Eduardo P. Calliari (SP)
James A. Fagin (EUA)
Luiz Armando de Marco (MG)
John P. Bilezikian (EUA)
Luiz Augusto Casulari R. da Motta (DF)
Norisato Mitsutake (Japão)
Luiz Henrique Canani (RS)
Patrice Rodien (França)
Marcello Delano Bronstein (SP)
Peter Kopp (EUA)
1991-1994
Rui M. de Barros Maciel (SP)
1995-2006
Claudio Elias Kater (SP)
Marilia de Brito Gomes (RJ)
ABESO
João Eduardo Nunes Salles (SP)
SOBEMOM
Francisco Bandeira (PE)
Fredric E. Wondisford (EUA)
SBEM – Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia
Diretoria Nacional da SBEM 2009-2011
Presidente:
Vice-Presidente: Secretário Executivo: Secretário Adjunto: Tesoureiro Geral: Tesoureira Adjunto: Ricardo M. R. Meirelles
Airton Golbert
Josivan Gomes de Lima
Eduardo Pimentel Dias
Ronaldo Rocha Sidney Neves
Adriana Costa e Forti
Rua Humaitá, 85, cj. 501
22261-000 – Rio de Janeiro, RJ
Fone/Fax: (21) 2579-0312/2266-0170
www.sbem.org.br
Secretária executiva: Julia Maria C. L. Gonçalves
[email protected]
Departamentos Científicos - 2009/2011
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Adrenal e Hipertensão
Diabetes Mellitus
Presidente
Milena Caldato
Vice-Presidente
Sonir R. Antonini
Presidente
Saulo Cavalcanti da Silva
Diretores
Ana Claudia Latronico
Vice-Presidente
Luiz Alberto Andreotti Turatti
Claudio Kater
Secretário
Antônio Carlos Pires
Lucila L. K. Elias
Margaret de Castro
Diretores
Adriana Costa e Forti
Rodrigo Lamounier
Rua dos Tamoios, 1.474, ap. 101, Batista Campos
66025-125 – Belém, PA
Fone: (91) 3223-5359/Fax: (91) 3223-8560
[email protected]
Balduino Tschiedel
Suplentes
Sérgio Alala
Hermelinda Pedrosa
TesoureiroIvan Ferraz
Rua Tomé de Souza, 830, 10o andar, cj. 1005, Savassi
30140-131 – Belo Horizonte, MG
Fone: (31) 3261-2927
www.diabetes.org.br
[email protected]
Dislipidemia e Aterosclerose
Presidente
Maria Teresa Zanella
Vice-Presidente
Bruno Geloneze Neto
Secretário
Fernando Flexa Ribeiro Filho
Tesoureira
Sandra Roberta Gouvea Ferreira
Diretores
Fernando Giufrida
Helena Schimidt
Luciana Bahia
Marcelo Costa Batista
Gláucia Carneiro
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Rua Leandro Dupret, 365, Vila Clementino
04025-011 – São Paulo, SP
Fone: (11) 5904-0400/Fax: (11) 5904-0401
[email protected]
Endocrinologia Básica
Presidente
Vânia Maria Corrêa da Costa
Vice-Presidente
Magnus R. Dias da Silva
Secretário
Celso Rodrigues Franci
Diretores
Maria Tereza Nunes
Doris Rosenthal
Catarina Segreti Porto
Suplentes
Ubiratan Fabres Machado
Tânia Maria Ortiga Carvalho
Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Rua Carlos Chagas Filho, 373, Cidade Universitária,
Ilha do Fundão, CCS, Bloco G, sala G1060
21941-902 – Rio de Janeiro, RJ
Fone: (21) 2562-6552 / Fax: (21) 2280-8193
[email protected]
Departamentos Científicos - 2009/2011
Endocrinologia Feminina e
Andrologia
Endocrinologia Pediátrica
Presidente
Ângela Maria Spinola e Castro
Presidente
Poli Mara Spritzer
Vice-Presidente
Paulo César Alves da Silva
Vice-Presidente
Ruth Clapauch
Diretores
Aline Mota da Rocha
Diretores
Alexandre Hohl
Carlos Alberto Longui
Amanda Valéria Luna de Athayde
Julienne Ângela Ramires de Carvalho
Carmen Regina Leal de Assumpção
Maria Alice Neves Bordallo
Dolores Perovano Pardini
Marília Martins Guimarães
Suplentes
Claudia Braga Abadesso Cardoso
Maria Tereza Matias Baptista
Serviço de Endocrinologia, Hospital de Clínicas
de Porto Alegre, UFRGS,
Rua Ramiro Barcelos, 2350, 4o andar
90035-003 – Porto Alegre, RS
Fone: (51) 2101-8127/Fax: (51) 2101-8777
www.feminina.org.br • www.andrologia.org.br
[email protected]
Rua Pedro de Toledo, 980, cj. 52, Vila Clementino
04039-002 – São Paulo, SP
Fone: (11) 5579-9409/8259-8277
[email protected]/[email protected]
Metabolismo Ósseo e Mineral
Departamento de Neuroendocrinologia
Presidente
Victória Zeghbi Cochenski Borba
Presidente
Mônica Roberto Gadelha
Vice-Presidente
Marise Lazaretti Castro
Vice-Presidente
Manuel Faria
Diretores
João Lindolfo C. Borges
Diretores
Antônio Ribeiro
Luiz Gregório
César L. Boguszewski
Cynthia Brandão
Luciana Naves
Luis Russo, Luiz Griz
Luiz Antônio de Araújo
Rua Cândido Xavier, 575, Água Verde
80240-280 – Curitiba, PR
Fone: (41) 3024-1415 ramal 217/Fax: (41) 3342-8889
www.sobemom.org.br
[email protected]
Obesidade
Marcello Bronstein
Suplentes
Leonardo Vieira Neto
Raquel Jallad
Rua Visconde de Pirajá, 351, sala 1113, Ipanema
22410-003 – Rio de Janeiro, RJ
Fone/Fax: (21) 2267-2555
[email protected]
Tireoide
Presidente
Marcio C. Mancini
Presidente
Edna T. Kimura
Vice-Presidente
Bruno Geloneze Neto
Vice-Presidente
Laura S. Ward
Primeiro Secretário
João Eduardo Nunes Salles
Secretária
Carmen Cabanelas Pazos de Moura
Segundo Secretário
Josivan Gomes de Lima
Diretores
Ana Luiza Silva Maia
Tesoureiro
Mario Kehdi Carra
Célia Regina Nogueira
Representantes da SBEM
Alfredo Halpern
Gisah Amaral de Carvalho
Henrique de Lacerda Suplicy
Mário Vaisman
Suplentes
Pedro Weslley S. do Rosário
Rosa Paula Melo Biscolla
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade
Rua Mato Grosso, 306, cj. 1711
01239-040 – São Paulo, SP
Fone: (11) 3079-2298/Fax: (11) 3079-1732
www.abeso.org.br
Rua Botucatu, 572, cj. 81, Vila Clementino
04023-061 – São Paulo, SP
Fone/Fax: (11) 5575-0311
www.tireoide.org.br
[email protected]
Comissões Permanentes - 2009/2011
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Comunicação Social
Presidente
Ruy Lyra
[email protected]
Editora ABEM
Edna T. Kimura
Membros
Ricardo M. R. Meirelles, Marisa Helena Cesar Coral,
Balduino Tschiedel, Severino Farias
Ética e Defesa Profissional
Acompanhamento do Planejamento
Estratégico
Presidente
Ricardo M. R. Meirelles
[email protected]
Membros
Ruy Lyra, Valéria Guimarães,
Marisa Helena Cesar Coral,
Amélio F. Godoy Matos
Corregedor
Teiichi Oikawa
Projeto Diretrizes
[email protected]
Coordenador
Vice-CorregedorNey Cavalcanti
1º vogal
Amaro Gusmão
2º vogal
Victor Gervásio e Silva
3º vogalIvana Maria Netto Victória
4º vogalItairan de Silva Terres
5º vogal
Maite Chimeno
Suplentes
Diana Viegas, Joaquim José de Melo,
Auxiliadora Brito de Lima, Josivan Gomes da Silva,
Paulo Roberto Prata Mendonça
História da Endocrinologia
Presidente
Luiz César Povoa
[email protected]
Membros
Rui M. de Barros Maciel, Thomaz Cruz
Comitê de Campanhas em
Endocrinologia
Presidente
Helena Schimid
[email protected]
Membros
Luiz Antônio Araújo, Vívian Ellinger
Título de Especialista em
Endocrinologia
e Metabologia
Claudio Kater
[email protected]
Adrenal e Hipertensão
Milena Caldato
Dislipidemia e Aterosclerose
Maria Teresa Zanella
Diabetes Mellitus
Saulo Cavalcanti da Silva
Endocrinologia Básica
Vânia Maria Corrêa da Costa
Endocrinologia Feminina e Andrologia
Poli Mara Spritzer
Endocrinologia Pediátrica
Ângela Maria Spinola e Castro
Metabolismo Ósseo e Mineral
Victória Zeghbi Cochenski Borba
Neuroendocrinologia
Mônica Roberto Gadelha
Obesidade
Márcio C. Mancini
Tireoide
Edna T. Kimura
Científica
Presidente
Airton Golbert
[email protected]
Membros Presidentes Regionais, Presidentes
dos Departamentos Científicos
Indicados pelas Diretorias
Francisco Bandeira,
Adriana Costa e Forti,
Laura S. Ward, Luiz Griz,
Ana Claudia Latronico
Valorização de Novas Lideranças
Presidente
Rodrigo O. Moreira
[email protected]
Vice-Presidente
Mônica Oliveira
Presidente: Francisco Bandeira
Representantes dos Departamentos
Alexandre Hohl
Vice-Presidente: Osmar Monte
Ana Rosa Quidute
Membros: Adelaide Rodrigues, Carlos Alberto Longui,
César Boguszewski, Lucio Vilar,
Marisa Helena César Coral
André G. Daher Vianna
Andréa Glezer
Carolina G. S. Leões
Daniel Lins
Érico H. Carvalho
Comitê Internacional
Presidente
Amélio F. Godoy Matos
Érika Paniago
[email protected]
Fabíola Y. Miasaki
Membros César Boguszewski, Cláudio Kater,
Thomaz Cruz, Valéria Guimarães
Luciana Bahia
Vânia M. C. Costa
Suplentes
João Lindolfo Borges, Marcelo Bronstein
Educação Médica Continuada
Eleitoral
Presidente
Pedro Weslley S. do Rosário
[email protected]
Membros
Mauro Czepielewski, Victor Gervásio e Silva,
Milena F. Caldato
Paritária – CAAEP
Membros
Ângela Maria Spínola de Castro
[email protected]
Paulo César Alves da Silva,
Maria Alice Neves Bordallo, Rômulo Sandrini,
Luiz Eduardo Calliare, Marilza Leal Nascimento
Presidente Laura S. Ward
[email protected]
Membros
Luiz Susin, Ruth Clapauch,
João Modesto,
Dalisbor Marcelo Weber Silva
Estatutos, Regimentos e Normas
Presidente Marisa Helena Cesar Coral
[email protected]
Membros
Luiz Carlos Espíndola, Osmar Monte,
Luiz Cesar Povoa, João Modesto
Representante da Diretoria Nacional
Ricardo M. R. Meirelles
Sociedades e Associações Brasileiras
na Área de Endocrinologia e Metabologia
SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes
Diretoria Nacional da SBD (2010/2011)
Presidente
Saulo Cavalcanti da Silva
Vice-Presidentes
Balduino Tschiedel
Ivan dos Santos Ferraz
Nelson Rassi
Ruy Lyra da Silva Filho
Walter José Minicucci
Secretário Geral
Domingos Augusto Malerbi
2a Secretária
Reine Marie Chaves Fonseca
1o Tesoureiro
Antonio Carlos Lerario
2o Tesoureiro
João Modesto Filho
Conselho Fiscal
Leão Zagury
Maria Regina Calsolari
Silmara A. Oliveira Leite
Suplente
Perseu Seixas de Carvalho
Rua Afonso Brás, 579, cj. 72/74
04511-011– São Paulo, SP
Fone/Fax: (11) 3842-4931
[email protected]
www.diabetes.org.br
Secretária Executiva: Kariane Krinas Davison
Gerente Administrativa: Anna Maria Ferreira
ABESO – Associação Brasileira para o Estudo
da Obesidade e Síndrome Metabólica
Diretoria Nacional da ABESO (2010-2011)
Presidente
Vice-Presidente
1o Secretário Geral
2a Secretária Geral
Tesoureira
Rosana Radominski
Leila Araujo
Alexandre Koglin Benchimol
Mônica Beyruti
Cláudia Cozer
Rua Mato Grosso, 306, cj. 1711
01239-040 – São Paulo, SP
Fone: (11) 3079-2298/Fax: (11) 3079-1732
Secretária: Luciana Bastos
[email protected]
www.abeso.org.br
SOBEMOM – Sociedade Brasileira de Estudos
do Metabolismo Ósseo e Mineral
Diretoria Nacional da SOBEMOM (2009-2011)
Presidente
Vice-Presidente
Secretária Executiva
Secretário Executivo Adjunto
2o Secretário Executivo Adjunto Tesoureiro Geral
Tesoureiro Geral Adjunto
Diretor Científico
Victória Zeghbi Cochenski Borba
Dalisbor Marcelo Weber Silva
Carolina Aguiar Moreira Kulak
Jaime Kulak Junior
Sérgio Setsuo Maeda
Gleyne Biaggini
Roberto Antonio Carneiro
Almir Urbanetz
Rua Cândido Xavier, 575, Água Verde
80240-280 – Curitiba, PR
Fone: (41) 3024-1415 ramal 217/Fax: (41) 3342-8889
www.sobemom.org.br
[email protected]
Secretária Operacional: Dione Pires da Silva
Mensagem do Presidente
Prezados Colegas,
Chegou o momento de nos reunirmos para participar de mais um Endorecife!
Como já é tradicional, a Comissão Organizadora se empenha para preparar
um programa científico de alto nível, com palestras apresentadas por renomados especialistas do Brasil e do exterior, propiciando um forte intercâmbio de
conhecimentos.
O Endorecife é também uma oportunidade para fortalecer vínculos e renovar
amizades, com convivência agradável entre os colegas e suas famílias, no paradisíaco cenário de Porto de Galinhas.
Sejam bem-vindos! Recebemos vocês de braços abertos.
Cordialmente,
Luiz Griz
Presidente do ENDORECIFE 2010
Promoção
diretoria da sBeM-Pe
Presidente: Luiz Griz
Primeiro Vice-Presidente: Amaro Gusmão
Segundo Vice-Presidente: Francisco Bandeira
Primeiro Secretário: Lucio Vilar
Segundo Secretário: Ruy Lyra
Primeiro Tesoureiro: Gustavo Caldas
Segunda Tesoureira: Maria Amazonas
Comissão Científica
Francisco Bandeira (Presidente)
Ney Cavalcanti
Luiz Griz
Amaro Gusmão
Ruy Lyra
Lucio Vilar
Gustavo Caldas
Maria Amazonas
Professores Homenageados
Regional: Dr. Luciano Almeida
Nacional: Dr. Luiz Cesar Póvoa
Dr. Renan Montenegro
Informações Gerais
Local do Congresso
Summerville Beach Resort
Rodovia PE – 09, Acesso Muro Alto, s/n – Praia do Muro Alto
Porto de Galinhas, Ipojuca – PE, CEP: 55592-000
Secretaria Executiva
Assessor – Assessoria e Marketing Ltda.
Av. Visconde de Suassuna, 140, Boa Vista
Recife – PE, CEP: 50050-540
Fone/Fax: (81) 3423-1300
[email protected]
www.assessor-pe.com.br
Horário de Funcionamento da Secretaria
Inscrições/Entrega de material
Dia 10 de junho – 10h00 às 19h00
Dia 11 de junho – 07h30 às 17h00
Dia 12 de junho – 08h00 às 16h00
Consultoria Comercial
Grow-Up
Rua Alvorada, 631, Vila Olímpia
São Paulo – SP, CEP: 04555-603
Fone/Fax: (11) 3849-0099
[email protected]
www.growup-eventos.com.br
Agência Oficial de Turismo
Luck Viagens e Turismo
Rua Jorn. Paulo Bittencourt, 163, Derby
Recife – PE, CEP: 52010-260
Fone: (81) 3366-6222
[email protected]
www.luckviagens.com.br
Montadora Oficial
Linear Stands
Av. Brasília, 810
Olinda – PE
Fone: (81) 3427-0136
[email protected]
www.linearstands.com.br
Crachá
O uso de crachá é obrigatório na área interna do Centro de Convenções do Summerville e para utilização
do transporte oficial do congresso. A detecção de seu uso por terceiros implicará o cancelamento da
inscrição. Não será permitida a entrada de acompanhantes nas atividades científicas. Em caso de perda
do crachá, o congressista deverá pagar o valor correspondente a 50% do valor vigente da inscrição.
O que a inscrição garante
A taxa de inscrição do congressista inclui: material didático, acesso à programação científica, translado
entre os hotéis conveniados e o Summerville.
Tradução simultânea
Haverá tradução simultânea (inglês/português e português/inglês) sempre que houver um palestrante
estrangeiro na atividade científica.
Alteração no programa
A Comissão Científica e a Comissão Organizadora do ENDORECIFE 2010 reservam-se o direito de realizar
quaisquer mudanças necessárias no programa para atender a razões técnicas e/ou científicas.
Disposições gerais
Os horários destinados a cada sessão são individuais. A ocasional disponibilidade de tempo decorrente de uma atividade encerrada antes do horário previsto não deve implicar a antecipação da programação subsequente. Os horários programados serão rigorosamente cumpridos.
A Comissão Científica pode, eventualmente, alterar o programa em caso de ausência de algum
dos palestrantes nele indicado.
Mídia Desk
Os palestrantes dispõem de completo serviço de Mídia Desk, aberto a partir das 10 horas do dia 10 de
junho de 2010. O CD-ROM ou pen-drive deverá ser apresentado no Mídia Desk pelo menos seis horas
antes do início de sua apresentação, para que haja tempo de fazer modificações e solucionar possíveis
problemas. As apresentações serão copiadas para um computador central, que enviará para a respectiva sala e fará a projeção. Não será aceito CD ou pen-drive entregue diretamente nas salas.
Em virtude da exiguidade do tempo das sessões, não será permitida a utilização de laptop do apresentador, a fim de otimizar o tempo de apresentação.
Dispensa de ponto
A partir da publicação do Decreto nº 1.648, de 27/9/1995, Seção l (Diário Oficial), e de acordo com a Instrução Normativa nº 9, de 27/11/1995, do Ministério da Saúde, os funcionários públicos federais, estaduais e municipais deverão solicitar a dispensa de ponto diretamente aos
chefes de serviços aos quais se encontram vinculados.
Certificados
Serão conferidos certificados:
– de participação na programação científica – imediatamente após a apresentação;
– no congresso – a partir das 10 horas do dia 12 de junho, de acordo com o § 9º do CFM
nº 1.772/2005: “Os certificados dos eventos somente poderão ser entregues aos participantes ao final dos trabalhos, ficando a comprovação de participação sob a responsabilidade das
instituições promotoras, com possibilidade de auditoria in loco determinada pela CNA”;
– para pôster – no momento da apresentação. Será conferido um certificado para o autor apresentador e apenas UM certificado por trabalho, com título e autores como consta no resumo aprovado (não haverá alteração, inclusão ou retirada de nomes). Não será emitida
segunda via de certificados.
Os certificados que não forem retirados na Secretaria do congresso não serão enviados posteriormente
pelo correio.
Sessão de pôster
Os trabalhos em forma de pôsteres serão expostos a partir das 14 horas do dia 10 e retirados no dia 12
de junho, a partir das 13 horas. Os autores são responsáveis pela colocação e pela retirada dos pôsteres.
A Secretaria não se responsabiliza pela guarda dos trabalhos não recolhidos pelos autores.
Exposição paralela da indústria
Haverá uma feira de exposição de produtos. Só será permitido o acesso com crachá.
Voltagem: em Pernambuco – 220 v.
Índice
A AVALIAÇÃO CIENTÍFICA DOS RESUMOS FOI REALIZADA PELA COMISSÃO CIENTÍFICA DESTE EVENTO.
ÍNDICE
P001 Úlcera de pé diabético associada À miíase.................................................................................................................... 256
Dantas D, Chagas F, Bandeira C, Fontenelle T, Bandeira F
P002EVOLUÇÃO DA MASSA ÓSSEA PÓS-PARATIREOIDECTOMIA EM UM PACIENTE COM HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO
SEVERO SUBMETIDO AO USO PRÉ-OPERATÓRIO DE IBANDRONATO ORAL.............................................................................. 256
Magalhães K, Carvalho E, Ribeiro S, Moraes M, Asano N, Bandeira F
P003Infarto Agudo de Miocárdio em paciente jovem com HIV positivo em uso de terapia antiRretroviral
associada à falência poliglandular autoimune ........................................................................................................ 256
Cavalcanti TB, Pereira I, Viégas MA, Bandeira F
P004BÓCIO GIGANTE E DE LONGA DURAÇÃO POR CISTO TIREOGLOSSO..................................................................................... 257
Gondim F, Dias L, Brito P, Griz L, Bandeira F
P005TUMOR PITUITÁRIO PRODUTOR DE GONADOTROFINAS E OCTREOSCAN POSITIVO............................................................... 257
Costa S, Rego D, Calafell J, Bandeira F
P006Intenso espessamento da díploe em uma paciente com Doença de Paget e Acromegalia.................................. 257
Aleixo A, Bandeira C, Nunes A, Bandeira F
P007DOENÇA DE ADDISON POR TUBERCULOSE ADRENAL.............................................................................................................. 258
Miranda AK, Barros B, Griz L, Bandeira F
P008DOENÇA DE GRAVES ASSOCIADA À MIASTENIA GRAVIS FORMA OCULAR: DIFICULDADES NO
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL.................................................................................................................................................... 258
Belfort P, Carvalho E, Griz L, Diniz E, Nunes A, Bandeira F
P009DISLIPIDEMIA TIPO III EM UMA MULHER MENOPAUSADA COM IAM........................................................................................ 258
Miranda AK, Oliveira S, Medeiros L, Neves AP, Costa R, Bandeira F
P010
HIPOGONADISMO CENTRAL ISOLADO NO SEXO FEMININO................................................................................................... 258
Holanda N, Martins C, Griz L, Belfort P, Bandeira F
P011Evolução da Densidade Mineral Óssea com suplemento de Cálcio e Vitamina D em uma Paciente
Jovem com Osteoporose Gestacional.......................................................................................................................... 259
Neves AP, Monteiro A, Salgado C, Diniz E, Bandeira F
P012
UVEÍTE E CATARATA ASSOCIADAS À OFTALMOPATIA DE GRAVES............................................................................................ 259
Voss LA, Vitorino A, Viégas M, Bandeira F
P013Síndrome de Berardinelli-Seip com alta massa óssea.................................................................................................. 259
Fontan D, Gondim S, Freitas C, Reis R, Bandeira F
P014
Hiperparatireoidismo terciário por adenoma de paratireoide ectópica em mediastino.................................... 260
Almeida M, Magalhães K, Saldanha L, Griz L, Bandeira F
P015Oftalmopatia de Graves associada à Acromegalia: resposta ao Octreotide...................................................... 260
Aleixo A, Bandeira E, Belfort P, Bandeira F
P016
HIPERPARATIREOIDISMO TERCIÁRIO POR ADENOMA INTRATIREOIDEO DE GRANDES PROPORÇÕES..................................... 260
Santos LL, Rabelo G, Saldanha L, Salgado C, Bandeira F
P017
Hirsutismo severo em pacientes com doença de cushing ........................................................................................ 260
Fontan D, Marques T, Griz L, Silva A, Bandeira F
P018Resposta do PTH sérico e tamanho nodular à reposição de altas doses de colecalciferol no
Hiperparatireoidismo Normocalcêmico........................................................................................................................ 261
Holanda N, Martins C, Neves AP, Griz L, Bandeira F
P019Regressão espontânea de massa selar em um paciente com pan-hipopituitarismo.............................................. 261
Dantas D, Lopes J, Almeida M, Bandeira F
P020CONSERVAÇÃO DA ESTATURA FINAL EM PACIENTE COM CRANIOFARINGIOMA DE GRANDES PROPORÇÕES
E PAN-HIPOPITUITARISMO......................................................................................................................................................... 261
Gondim F, Saldanha L, Bandeira E, Pancell M, Bandeira F
P021EVOLUÇÃO DA SAÚDE ÓSSEA EM 20 ANOS DE TRATAMENTO PARA OSTEOPOROSE PÓS-MENOPAUSA................................. 262
Diógenes L, Barros B, Voss L, Bandeira F
P022
S248
Polineuropatia hipotireoidea em um paciente com Síndrome Poliglandular Autoimune tipo 2:
relato de caso..................................................................................................................................................................... 262
Pascoal AG, Moreira EL, Faria AG, Leite SFB, Pinto IHGP, Braga DL, Magalhães JE, Januario AMS, Diniz ET
ÍNDICE
P023
HIPERTIREOIDISMO ASSOCIADO A CARCINOMA PAPILAR DE TIREOIDE.................................................................................. 262
Barboza Filho R, Castro LF, Corrêa EC, Darvenne F, Gonzaga MF, Domingues L, Casulari LA
P024SÍNDROME METABÓLICA E SEUS CRITÉRIOS: RELAÇÃO COM A PRESSÃO INTRASSELAR EM PACIENTES
COM ADENOMA HIPOFISÁRIO................................................................................................................................................ 263
Borba AM, Pereira Neto A, Naves LA, Casulari LA
P025 POLICITEMIA VERA ASSOCIADA A ALTERAÇÕES NAS DOSAGENS SANGUÍNEAS DE TESTOSTERONA E
HORMÔNIOS TIREOIDIANOS.................................................................................................................................................... 263
Darvenne F, Barboza Filho R, Castro LF, Corrêa EC, Gonzaga MF, Domingues L, Casulari LA
P026SÍNDROME DE BERARDINELLI-SEIP – ACOMPANHAMENTO ATÉ A IDADE ADULTA..................................................................... 263
Barboza Filho R, Castro LF, Corrêa EC, Darvenne F, Gonzaga MF, Domingues L, Casulari LA
P027
PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA NA POPULAÇÃO INDÍGENA, ENTRE 18 E 69 ANOS DE IDADE,
DA ALDEIA JAGUAPIRU, DOURADOS (MS), BRASIL................................................................................................................... 264
Oliveira GF, Oliveira TRR, Rodrigues FF, Corrêa LF, Arruda TB, Casulari LA
P028
PREVALÊNCIA DE DIABETES MELITO E TOLERÂNCIA DIMINUÍDA À GLICOSE NA POPULAÇÃO INDÍGENA
DA ALDEIA JAGUAPIRU, BRASIL................................................................................................................................................. 264
Oliveira GF, Oliveira TRR, Rodrigues FF, Corrêa LF, Arruda TB, Casulari LA
P029METÁSTASE CEREBRAL ISOLADA DE CÂNCER DE TIREOIDE ..................................................................................................... 264
Barboza Filho R, Castro LF, Corrêa EC, Darvenne F, Gonzaga MF, Domingues L, Casulari LA
P030
EFFECTS OF METFORMIN AND SHORT-TERM LIFESTYLE MODIFICATION ON THE IMPROVEMENT OF
MALE HYPOGONADISM ASSOCIATED WITH METABOLIC SYNDROME..................................................................................... 264
Casulari LA, Caldas ADA, Motta LDC, Lofrano-Porto A
P031
HIPOPITUITARISMO, HIPERPROLACTINEMIA E PRESSÃO INTRASSELAR EM PACIENTES COM ADENOMA DE HIPÓFISE............. 265
Borba AM, Pereira Neto A, Naves LA, Casulari LA
P033SINTOMAS VESTIBULARES EM PACIENTES PORTADORES DE ALTERAÇÕES METABÓLICAS........................................................ 265
Mota LAA, Queiroz RB, Oliveira LM, Barbosa KMF, Nascimento Neto JR
P034EVOLUÇÃO LABORATORIAL E CLÍNICA DAS CRIANÇAS COM ALTERAÇÃO DO TESTE DE TRIAGEM NEONATAL, COM TSH
NEONATAL ENTRE 5, 2 E 10, 0 μU/mL, NO ESTADO DE SERGIPE................................................................................................ 265
Silveira LC, Neves UD, Fiuza CM, Carvalho AP, Santos EG
P035ANÁLISE QUANTITATIVA DOS NÍVEIS GLICÊMICOS ENCONTRADOS EM INDIVÍDUOS HIPERTENSOS NÃO DIABÉTICOS
DE UMA USF – ESTUDO TRANSVERSAL...................................................................................................................................... 265
Marques PO, Santos EC, Cruz CG, Guimarães MA
P036AVALIAÇÃO DO PERFIL CLÍNICO E DA MUDANÇA DOS PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS E LABORATORIAIS
DOS PACIENTES OBESOS SUBMETIDOS À CIRURGIA DE FOBI-CAPELLA................................................................................... 266
Assunção LF, Ferreira Júnior JAA, Melo GCMP, Lacerda DFM, Cajueiro SEF, Rodrigues AFA, Evangelista Neto J,
Almeida NCN, Ferreira MNL
P037 A OBESIDADE NA ADOLESCÊNCIA, SUAS CAUSAS, FATORES DE RISCO, TRATAMENTO E A IMPORTÂNCIA DE
BONS HÁBITOS ALIMENTARES PARA A MANUTENÇÃO DA SAÚDE........................................................................................... 266
Braga KS, Andrade MC
P038THE ROLE OF COMBINED THERAPY FOR ACROMEGALIC PATIENTS RESISTANT TO LONGTERM THERAPY
WITH OCTREOTIDE LAR ............................................................................................................................................................ 267
Vilar L, Naves LA, Montenegro RM, Azevedo MF, Casulari LA, Montenegro Jr RM, Figueiredo P, Albuquerque JL, Pontes L,
Montenegro L, Silva SP, Ibiapina GR, Alves GS, Cunha RA, Cortês G, Faria MS
P039DIETA DE MUITO BAIXA CALORIA: PERDA DE PESO SUBSTANCIAL E SUSTENTADA EM PACIENTE HOSPITALIZADO.................. 267
Carvalho AP, Silveira LC, Fiuza CM, Alcântara MRS, Rezende KF
P040ESTUDO COMPARATIVO DOS NÍVEIS GLICÊMICOS ENTRE HIPERTENSOS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES
DE ATIVIDADE FÍSICA REGULAR – ESTUDO DE CORTE TRANSVERSAL....................................................................................... 267
Cruz CG, Guimarães MA, Marques PO, Santos EC
P041
HIPERPARATIREOIDISMO NORMOCALCÊMICO NA PRÁTICA CLÍNICA: UMA CONDIÇÃO INDOLENTE OU
UMA AMEAÇA SILENCIOSA...................................................................................................................................................... 267
Marques TF, Diniz ET, Rego D, Vasconcelos RS, Viturino MGM, Ugulino L, Macedo LF, Bezerra IMA, Griz L, Bandeira F
P042
TINNITUS EM DIABETES MELITO................................................................................................................................................. 268
Barbosa KMF, Nascimento Neto JR, Oliveira LM, Queiroz RB, Mota LAA
P043TIREOIDOPATIAS SECUNDÁRIAS AO TRATAMENTO DOS CÂNCERES PEDIÁTRICOS EM PACIENTES ACOMPANHADOS EM UM
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO......................................................................................................................................................... 268
Silva MRM, Nogueira MCL, Santos LAV, Ortolan M, Morais VLL, Almeida NCN
S249
ÍNDICE
P044
HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO ASSOCIADO COM NÍVEIS MUITO ELEVADOS DE CÁLCIO E PTH SUGESTIVOS DE
CARCINOMA PARATIREOIDEO ................................................................................................................................................ 268
Vilar L, Pontes L, Montenegro L, Pontes S, Ibiapina GR, Montenegro JL, Carvalho MFL, Melo ATB, Canadas V, Ferreira VS,
Campos R, Teixeira L, Moura E, Falcão DM, Cunha RA, Alves GS, Gusmão A
P045
USO DE CABERGOLINA NO TRATAMENTO DE TUMORES HIPOFISÁRIOS CLINICAMENTE NÃO FUNCIONANTES:
RELATO DE TRÊS CASOS . ......................................................................................................................................................... 269
Barreto RGO, Almeida FP, Moura FF, Souza APTC
P046SAZONALIDADE DE LIPÍDIOS SÉRICOS...................................................................................................................................... 269
Lima JG, Nóbrega LHC, Nóbrega MLC, Sousa AGP, Oliveira MA, Baracho MFP, Nunes A, Gomes LS, Freitas YGPC,
Santos JR AC, Souza AB
P047LINFOMA DE CÉLULAS B MARGINAL (LINFOMA MALT) DA TIREOIDE – RELATO DE CASO ...................................................... 269
Ferreira VS, Vilar L, Gusmão A, Pontes L, Montenegro L, Silva SP, Ibiapina GR, Montenegro JL, Carvalho MFL, Melo ATB,
Canadas V, Ferreira VS, Campos R, Teixeira L, Falcão DM, Cunha RA, Alves GS, Moura E
P048
A REALIDADE DO HIPERDIA NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM CAMPINA GRANDE/PB................................... 269
Araújo CQB, Bruno ELA, Couto JP, Teixeira JVM, Coutinho LQCM, Sá RMN
P049A REALIDADE SOBRE O CONHECIMENTO DE MÉDICOS RECÉM-FORMADOS NO TRATAMENTO DO DIABETES MELITO
NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB.................................................................................................................................... 270
Teixeira JVM, Silva AT, Araújo CQB, Medeiros Jr PF
P050
PREVALÊNCIA DE DIABETES MELITO ENTRE UMA POPULAÇÃO DE HIPERTENSOS ATENDIDA EM UM SERVIÇO
BÁSICO DE SAÚDE NO AGRESTE PARAIBANO.......................................................................................................................... 270
Cruz CG, Guimarães MA, Marques PO, Santos EC
P051ALTERAÇÕES METABÓLICAS EM PACIENTES POLITRAUMATIZADOS......................................................................................... 270
Fonseca Neto OCL, Vilaça TG, Montenegro RP, Souza RN, Câmara PRA, Pinheiro LS
P052LINFOMA PRIMÁRIO DE TIREOIDE – RELATO DE CASO............................................................................................................. 271
Campos R, Vilar L, Gusmão A, Pontes L, Montenegro L, Pontes S, Ibiapina GR, Montenegro L, Melo ATB,
Carvalho MFL, Canadas V, Gusmão A, Ferreira VS, Falcão DM, Teixeira L, Cunha RA, Alves GS, Moura E
P053ANÁLISE DA IDADE DO RECEBIMENTO DO DIAGNÓSTICO DO DIABETES MELITO E DA HIPERTENSÃO
ARTERIAL SISTÊMICA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB.................................................................................................. 271
Peixoto SHP, Machado LCA, Parízio ITS, Maurício V, Pontes AAN
P054AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM MULHERES DIABÉTICAS TIPO 2 NO
PERÍODO PÓS-MENOPAUSA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB...................................................................................... 271
Peixoto SHP, Machado LCA, Parízio ITS, Maurício V, Pontes AAN
P055AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE OBESIDADE GLOBAL EM MULHERES DIABÉTICAS TIPO 2 NO PERÍODO
PÓS-MENOPAUSA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB...................................................................................................... 272
Peixoto SHP, Machado LCA, Parízio ITS, Maurício V, Pontes AAN
P056AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE ATIVIDADE FÍSICA NO DESENVOLVIMENTO DE HIPERTENSÃO EM MULHERES
DIABÉTICAS TIPO 2 NO PERÍODO PÓS-MENOPAUSA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB................................................. 272
Peixoto SHP, Machado LCA, Parízio ITS, Maurício V, Pontes AAN
P057AVALIAÇÃO DA MÉDIA DE TEMPO DE INSTALAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM MULHERES
DIABÉTICAS E MENOPAUSADAS NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB................................................................................. 272
Peixoto SHP, Machado LCA, Parízio ITS, Maurício V, Pontes AAN
P058EVOLUÇÃO DA DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA EM PACIENTES OBESOS MÓRBIDOS
SUBMETIDOS À CIRURGIA DE FOBI-CAPELLA........................................................................................................................... 273
França MM, Bolfi F, Santos AB, Hirosawa RM, Moura RP, Bianchi LA, Mendes AL, Yamashiro FS, Souza GL
P059CARCINOMA OU METÁSTASE ADRENAL: UM ACHADO RADIOLÓGICO.................................................................................. 273
Araújo CQB, Bruno ELA, Couto JP, Teixeira JVM, Magalhães LB, Coutinho LCQM, Medeiros Jr PF, Sá RMN
P060
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E NÍVEIS PRESSÓRICOS MÉDIOS ENTRE INDIVÍDUOS HIPERTENSOS DIABÉTICOS E
NÃO DIABÉTICOS ASSISTIDOS EM UMA USF DE CAMPINA GRANDE/PB................................................................................. 273
Santos EC, Cruz CG, Guimarães MA, Marques PO
P062
PREVALÊNCIA DE HÁBITOS TABAGISTAS EM MULHERES DIABÉTICAS TIPO 2 PÓS-MENOPAUSA NA CIDADE
DE CAMPINA GRANDE/PB....................................................................................................................................................... 274
Peixoto SHP, Machado LCA, Parízio ITS, Maurício V, Pontes AAN
P063RELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA E A PRÁTICA REGULAR DE ATIVIDADE FÍSICA ENTRE INDIVÍDUOS
HIPERTENSOS DE UMA USF DE CAMPINA GRANDE/PB............................................................................................................ 274
Santos EC, Cruz CG, Guimarães MA, Marques PO
S250
ÍNDICE
P065CRIANÇAS OBESAS: UMA REALIDADE ATUAL........................................................................................................................... 274
Teixeira JVM, Silva AT, Araújo CQB, Bruno ELA, Couto JP, Coutinho LCQM, Sá RMN
P066DISNATREMIAS EM PACIENTES CIRÚRGICOS............................................................................................................................ 275
Fonseca Neto OCL, Vilaça TG, Montenegro RP, Silva JTD, Bruno JPB, Lacerda CM
P067ESTADO HIPEROSMOLAR HIPERGLICÊMICO NÃO CETÓTICO EM CIRRÓTICOS....................................................................... 275
Fonseca Neto OCL, Vilaça TG, Montenegro RP, Pinheiro LS, Silva JTD, Lacerda CM
P069EXPERIÊNCIA COM ÁCIDO TIÓCTICO EM PACIENTES COM NEUROPATIA DIABÉTICA............................................................. 275
Alves D, Araújo E, Arruda J, Ramos T, Nunes V, Moura F
P070MARCADORES NUTRICIONAIS EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE DE FÍGADO....................................................................... 275
Fonseca Neto OCL, Vilaça TG, Montenegro RP, Bruno JPB, Souza RN, Lacerda CM
P071MIELOPATIA APÓS SHUNT PORTO-SISTÊMICO EM CIRRÓTICOS............................................................................................... 276
Fonseca Neto OCL, Vilaça TG, Montenegro RP, Câmara PRA, Silva JTD, Pinheiro LS
P072
PERFIL HEMATOLÓGICO EM PACIENTES COM DOENÇA TIREOIDIANA.................................................................................... 276
Ramos AJS, Mota AM, Ramos ALC, Nóbrega MP, Lucena RMB, Ramos AJC, Kim IC, Pordeus ACB,
Vasconcelos GRC, Queiroz UC, Bernardes LP, Alencar AEF
P073IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA DISFUNÇÃO TIREOIDIANA NO CRESCIMENTO DOS
PACIENTES COM DIABETES MELITO TIPO 1............................................................................................................................... 276
Ramos AJS, Mota AM, Nóbrega MP, Lucena RMB, Ramos AJC, Kim IC, Pordeus ACB, Vasconcelos GRC,
Queiroz UC, Bernardes LP, Alencar AEF
P074ALTERAÇÕES GLICÍDICAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM EXCESSO DE PESO........................................................... 277
Noronha JAF, Ramos ALC, Gonzaga NC, Cardoso AS, Melo MMA, Cardoso MAA, Ramos AT, Medeiros CCM
P075AVALIAÇÃO DOS FATORES CLÍNICOS PRÉ E PÓS-OPERATÓRIOS QUE INFLUENCIAM O REGANHO DE PESO
EM PACIENTES DIABÉTICOS E PORTADORES DE OBESIDADE GRAUS II E III SUBMETIDOS A DGYR........................................... 277
Durão SF, Lins DC, Chalegre KP, Carvalho TF, Pedrosa IA, Ferraz AA, Campos JM
P076AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA PULMONAR E SUA RELAÇÃO COM A TROCA GASOSA EM PACIENTES
COM ACROMEGALIA............................................................................................................................................................... 278
Rodrigues MP, Naves LA, Casulari LA, Silva CAM, Paula WD, Cabral MT, Araújo RR, Viegas CAA
P077ANÁLISE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM PACIENTES OBESOS ASSISTIDOS NO SERVIÇO DE SOBREPESO
E OBESIDADE DO INSTITUTO DE SAÚDE ELPÍDIO DE ALMEIDA (ISEA), CAMPINA GRANDE – PARAÍBA..................................... 278
Barbosa PEA, Barbosa ACN, Costa ID, Fernandes IC, Sá RMN, Lacerda SG, Souza TAO, Freitas VC, Ferreira MFL.
P078ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DE DIABETES MELITO E FATORES ASSOCIADOS ENTRE INDIVÍDUOS ABORDADOS
DURANTE CAMPANHA DE COMBATE AO FUMO...................................................................................................................... 278
Sales LM, Almeida MKC, Cruz CG, Silva GF, Guimarães MA, Góis LCP, Araújo IG
P079ANÁLISE DO PERFIL EDUCACIONAL QUANTO AO RISCO DE OBESIDADE NOS PACIENTES DO SEXO FEMININO
ASSISTIDOS NO SERVIÇO DE SOBREPESO E DO INSTITUTO DE SAÚDE ELPÍDIO DE ALMEIDA (ISEA),
CAMPINA GRANDE – PARAÍBA................................................................................................................................................. 278
Barbosa PEA, Barbosa ACN, Costa ID, Fernandes IC, Souza PB, Sá RMN, Lacerda SG, Souza TAO, Ferreira MFL
P080ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA MORTALIDADE POR DIABETES MELITO NO NORDESTE ENTRE OS ANOS DE 2004 E 2007....... 279
Sales LM, Almeida MKC, Cruz CG, Guimarães MA, Moraes FL, Marques PO
P081ASSOCIAÇÃO ENTRE PESO AO NASCIMENTO E RESISTÊNCIA À INSULINA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
OBESOS E COM SOBREPESO.................................................................................................................................................... 279
Amorim SD, Santiago JS, Leal AAF, Werner RPB, Albuquerque FCL, Ramos ALC, Cardoso AS, Ramos AT, Medeiros CCM
P082AVALIAÇÃO DA ADESÃO TERAPÊUTICA NOS PORTADORES DE DIABETES MELITO ATENDIDOS NA REDE PRIMÁRIA
DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA................................................................................................................................ 280
Araújo ST, Penaforte KL, Santos DMC, Fernandes VO, Aragão ML, Sales APAM, Quidute ARP, Montenegro APDR,
Montenegro RM, Carvalho SL, Montenegro Jr RM
P083AVALIAÇÃO DA OCORRÊNCIA DE DISLIPIDEMIA EM UMA AMOSTRA NÃO PROBABILÍSTICA ABORDADA
DURANTE CAMPANHA DO DIA MUNDIAL DE COMBATE AO FUMO......................................................................................... 280
Góis LCP, Almeida MKC, Sales LM, Cruz CG, Silva GF, Guimarães MA, Moraes FL, Araújo IG
P084AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO TRATAMENTO COM SITAGLIPTINA SOBRE POTENCIAIS EVOCADOS
SOMATOSSENSITIVOS E CONTROLE METABÓLICO EM PORTADORES DE DIABETES MELITO TIPO 2......................................... 280
Tagliapietra JI, Montenegro Jr RM, Fernandes VO, Vale OC, Jamacaru FVF, Souza MHLP, Montenegro RM,
Mota MV, Moraes MO, Moraes MEA
S251
ÍNDICE
P086CARCINOMA MISTO DE TIREOIDE: RELATO DE DOIS CASOS.................................................................................................... 281
Torres MRS, Ramos AJS, Rocha AM, Nóbrega MP, Lucena RMB, Costa GJF, Bernardes LP, Brito FLM
P087COLECISTECTOMIA NOS PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA BARIÁTRICA NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
OSWALDO CRUZ NO PERÍODO DE 2006 A 2009...................................................................................................................... 281
Montarroyos D, Almeida N, Novaes M, Cavalcanti P, Fernandez F, Evangelista Neto J, França W, Moura F, Burle C,
Lamour S, Almeida R, Novaes F
P088COMPARAÇÃO ENTRE OBESOS DIABÉTICOS (OD) E OBESOS NÃO DIABÉTICOS (OND) QUANTO AO IMC E À
CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL, ASSISTIDOS NO AMBULATÓRIO DO SERVIÇO DE SOBREPESO E OBESIDADE
DO INSTITUTO DE SAÚDE ELPÍDIO DE ALMEIDA (ISEA), NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE – PARAÍBA.................................. 282
Fernandes IC, Barbosa PEA, Barbosa ACN, Costa ID, Lacerda SG, Souza TAO, Ferreira MFL
P089DETERMINANTES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM FREQUENTADORES DE UM PARQUE NA CIDADE DE
CAMPINA GRANDE.................................................................................................................................................................. 282
Bruno ELA, Couto JP, Teixeira JVM, Andrade JSO, Magalhães LB, Sá RMN
P090Diabetes melitO tipo 2 e obesidade grau I: Avaliação do controle glicêmico de acordo com o
tempo de seguimento pós-cirúrgico em pacientes submetidos À Gastroplastia redutora com
reconstituição em Y de Roux ........................................................................................................................................... 282
Lins DC, Pedrosa IA, Lins DC, Campos JM, Sa VC, Chalegre KPA, Durão SF
P091BALÕES GÁSTRICOS EM OBESOS – UMA TÉCNICA MAIS SEGURA, RÁPIDA E ECONÔMICA PARA OS
PROCEDIMENTOS DE COLOCAÇÃO E REMOÇÃO................................................................................................................... 283
Vilaça TG, Carvalho GL, Novaes ML, Moura FF, Rocha FG, Cruz CRC, Lima DL, Chaves EFC
P092BALÕES INTRAGÁSTRICOS SÃO EFETIVOS PARA CONTROLE DE PESO EM PACIENTES NÃO OBESOS...................................... 283
Rocha RG, Carvalho GL, Moraes CE, Barros CB, Vilaça TG, Albuquerque PPC, Silva JSN, Fernandes Jr JAM
P093EFEITO DA SITAGLIPTINA SOBRE AS ALTERAÇÕES VISUAIS DIAGNOSTICADAS POR POTENCIAL EVOCADO
VISUAL NO DIABETES MELITO TIPO 2........................................................................................................................................ 283
Tagliapietra JI, Montenegro Jr RM, Fernandes VO, Vale OC, Jamacaru FVF, Souza MHLP, Montenegro RM,
Mota MV, Moraes MO, Moraes MEA
P094EFEITO DOS ESTEROIDES ANABOLIZANTES SOBRE A FUNÇÃO TIREOIDIANA ........................................................................... 284
Lacerda SG, Barbosa ACN, Costa DA, Fernandes IC, Barbosa PEA, Ferreira MFL
P095ESÔFAGO NEGRO ASSOCIADO À INFECÇÃO POR CANDIDA SP. EM PACIENTE DIABÉTICO................................................... 284
Baião AH, Tasso PS, Carvalho EH
P097ESTUDO BAROPODOMÉTRICO DE PACIENTES COM DIABETES MELITO TIPO 2 PARA A DETECÇÃO
PRECOCE DO PÉ DE RISCO...................................................................................................................................................... 285
Castro FM, Aragão ML, Fernandes VO, Santos PJS, Souza MR, Sales APAM, Quidute ARP, Montenegro APDR,
Monteiro LZ, Montenegro RM, Carvalho SL, Montenegro Jr RM
P098ESTUDO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE DISLIPIDEMIA E OBESIDADE EM UMA AMOSTRA POPULACIONAL DO
INTERIOR DO NORDESTE – ESTUDO TRANSVERSAL................................................................................................................... 285
Araújo IG, Almeida MKC, Sales LM, Cruz CG, Silva GF, Guimarães MA, Marques PO, Góis LCP
P099ESTUDO DO ALEITAMENTO MATERNO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES PORTADORES DE SOBREPESO
OU OBESIDADE E SUA ASSOCIAÇÃO COM OS NÍVEIS DE LEPTINA.......................................................................................... 285
Azevedo LB, Gonzaga NC, Cardoso AS, Clementino ELC, Mariz LS, Alburquerque FCL, Cardoso MAA, Ramos AT, Medeiros CCM
P100EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE O DIABETES MELITO DOS ACADÊMICOS DO CURSO DE
MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ................................................................................................................. 286
Freitas AV, Damasceno Neto PN, Melo IP, Dantas NP, Menezes Dantas AM
P101
GRAU DE INFORMAÇÃO EM RELAÇÃO À HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) EM PACIENTES
ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE SOBREPESO E OBESIDADE DO INSTITUTO DE SAÚDE ELPÍDIO DE ALMEIDA (ISEA),
CAMPINA GRANDE/PB............................................................................................................................................................ 286
Barbosa ACN, Costa ID, Fernandes IC, Barbosa PEA, Lacerda SG, Souza TAO, Ferreira MFL
P102IDENTIFICAÇÃO DE PESSOAS COM CRITÉRIOS PARA SÍNDROME METABÓLICA SUBMETIDOS À REVASCULARIZAÇÃO
EM SERVIÇO DE CARDIOLOGIA DE CAMPINA GRANDE/PB.................................................................................................... 287
Araújo CQB, Bruno ELA, Medeiros FP, Couto JP, Teixeira JVM, Coutinho LCQM, Medeiros MO, Sá RMN
P106INCIDÊNCIA DE ALTERAÇÕES OCULARES EM PACIENTES DIABÉTICOS DE UM SERVIÇO DE SAÚDE DA
CIDADE DE PAULO AFONSO/BA............................................................................................................................................... 287
Silva MVA, Santos DA, Silva AA, Dourado DAO, Santos AFA
P107
S252
INCIDENTALOMA SUPRARRENAL NA ADOLESCÊNCIA............................................................................................................. 287
Oliveira VG, Queiroz ADM, Rocha AM, Bernardes LP, Nogueira AA, Ramos RA, Lucena RMB, Nóbrega MP
ÍNDICE
P108INFLUÊNCIA DA RENDA NA DETERMINAÇÃO DA OBESIDADE: UMA AVALIAÇÃO REALIZADA EM MULHERES NO AMBULATÓRIO
DE SOBREPESO E OBESIDADE DO INSTITUTO DE SAÚDE ELPÍDIO DE ALMEIDA (ISEA), CAMPINA GRANDE/PB....................... 288
Barbosa ACN, Costa ID, Fernandes IC, Barbosa PEA, Lacerda SG, Souza TAO, Ferreira MFL
P110LIPIDOGRAMA E DISLIPIDEMIAS: ANÁLISE E PREVALÊNCIA EM UMA UNIDADE DE SAÚDE....................................................... 288
Silva MVA, Santos DA, Queiroz MSR, Pequeno AS, Vieira JPL, Dourado DAO
P113OBESIDADE SECUNDÁRIA AO TRATAMENTO DOS CÂNCERES PEDIÁTRICOS EM PACIENTES ACOMPANHADOS EM UM
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO......................................................................................................................................................... 289
Silva MRM, Nogueira MCL, Santos LAV, Ortolan M, Morais VLL, Almeida NCN
P114OFTALMOPATIA DE GRAVES – SEGUIMENTO EM DOIS ANOS APÓS EVISCERAÇÃO OCULAR POR OFTALMOPATIA GRAU VI.. 289
Torres MRS, Ramos AJS, Oliveira VG, Nóbrega MP, Lucena RMB, Queiroz ADM, Costa GJF, Bernardes LP, Santos RG
P115
PARALISIA PERIÓDICA HIPOCALÊMICA TIREOTÓXICA: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA..................................... 289
Dia INB, Lauria MW, Brandão JB, Lages MV, Dias APG
P116
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES ASSISTIDOS NO AMBULATÓRIO DO SERVIÇO DE SOBREPESO E OBESIDADE DO
INSTITUTO DE SAÚDE ELPÍDIO DE ALMEIDA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE – PARAÍBA.................................................... 289
Fernandes IC, Barbosa PEA, Barbosa ACN, Costa ID, Lacerda SG, Souza TAO, Ferreira MFL
P118
PERFIL HEPÁTICO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM EXCESSO DE PESO......................................................................... 290
Ramos ALC, Noronha JF, Ramos AT, Cardoso MAA, Werner RPB, Leal AAF, Santiago JS, Medeiros CCM
P119
PERFIL LIPÍDICO E ADIPOSIDADE CORPORAL: ASSOCIAÇÃO PARA PACIENTES DE DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS.................... 290
Silva MVA, Santos DA, Queiroz MSR, Pequeno AS, Vieira JPL, Dourado DAO
P120
PERFIL LIPÍDICO EM ADOLESCENTES COM EXCESSO DE PESO................................................................................................ 290
Noronha JAF, Gonzaga NC, Cardoso AS, Melo MMA, Leal AAF, Cardoso MAA, Ramos AT, Medeiros CCM
P121
PREVALÊNCIA DE RETINOPATIA DIABÉTICA DE POPULAÇÃO ASSISTIDA POR UM INSTITUTO EM MUNICÍPIO DA PARAÍBA...... 291
Araújo CQB, Bruno ELA, Couto JP, Teixeira JVM, Andrade JSO, Medeiros MO, Sá RMN, Lacerda SG
P122
PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DISPÉPTICOS EM DIABÉTICOS TIPO 2 . ...................................................................................... 291
Mesquita SS, Feitosa AML, Fernandes VO, Sales APAM, Souza MAN, Gurgel MHC, Mota MV, Quidute ARP, Montenegro APDR,
Montenegro RM, Vale OC, Montenegro Jr RM
P123
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS A DISTÚRBIOS METABÓLICOS EM PACIENTES COM INFECÇÃO PELO HIV/AIDS...... 292
Ponte CMM, Takeda CFV, Ponte GA, Mendes PP, Mesquita CEC, Gurgel MHC, Pires Neto RJ, Colares JKB, Ramos Jr AN, Fernandes
VO, Montenegro Jr RM
P124REDUÇÃO DOS NÍVEIS DE ÓXIDO NÍTRICO APÓS INTERVENÇÃO COM SITAGLIPTINA EM DIABÉTICOS TIPO 2....................... 292
Tagliapietra JI, Montenegro Jr RM, Fernandes VO, Souza MHLP, Vale OC, Jamacaru FVF, Montenegro RM, Mota MV, Moraes MO,
Moraes MEA
P125RELATO DE CASOS: INTOXICAÇÃO POR VITAMINA D, UM DESAFIO DIAGNÓSTICO................................................................ 293
Brandao JB, Dias INB, Dias APG, Silva RVD, Rezende MS, Soares MMS
P126DÉFICIT DE VITAMINA D NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA BARIÁTRICA.............................................................................. 293
Cruz DTS, Ferraz SEJ, Kuroki TMC, Mello PFLSO, Oliveira MG, Moura F
P127FATOR SOCIOECONÔMICO COMO DETERMINANTE PARA O DESENVOLVIMENTO DO SOBREPESO OU OBESIDADE EM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES................................................................................................................................................... 293
Amorim SD, Azevedo LB, Mariz LS, Santiago JS, Santos ZM, Cardoso MAA, Gomes AT, Medeiros CCM
P128AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE O SEDENTARISMO E A OBESIDADE COM O DIABETES MELITO............................................ 294
Araújo CQB, Bruno ELA, Couto JP, Teixeira JVM, Andrade JSO, Lima LS, Medeiros MUF, Sá RMN
P129SÍNDROME DA RESISTÊNCIA AOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS............................................................................................... 294
Lacerda SG, Barbosa ACN, Costa DA, Fernandes IC, Barbosa PEA, Sá RMN, Ferreira MFL
P130SÍNDROME DE KLINEFELTER SE APRESENTANDO COM DIABETES TIPO 2 E ÚLCERAS DE PERNA – RELATO DE CASO............... 294
Nóbrega MBM, Ramos AJS, Nóbrega MP, Ramos RA, Lucena RMB, Colares VNQ, Bernardes LP
P132A SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS TEM EFEITO INDEPENDENTE NOS NÍVEIS DA PROTEÍNA 4 LIGADORA DO RETINOL
(RBP4), MAS NÃO NOS NÍVEIS DA ADIPONECTINA.................................................................................................................. 295
Caldas G, Vasconcelos A, Cerqueira J, Catão D, Geloneze B, Tambascia A, Calixto A, Costa L
P134Tempo de diagnóstico de diabetes melitO tipo 2 e influência no controle glicêmico em pacientes
com obesidade grau I submetidos À Gastroplastia redutora com reconstituição em Y de Roux................... 295
Lins DC, Pedrosa IA, Lins DC, Ferraz AA, Sa VC, Durão SF
S253
ÍNDICE
P135TERATOMA IMATURO DE OVÁRIO: RELATO DE CASO............................................................................................................... 295
Magalhães LB, Araújo CQB, Bruno ELA, Couto JP, Teixeira JVM, Magalhães MAF, Sá RMN
P136TRATAMENTO MULTIPROFISSIONAL A CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SOBREPESO OU OBESIDADE:
UMA ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE . ........................................................................................................................ 296
Azevedo LB, Amorim SD, Gonzaga NC, Mariz LS, Cardoso MAA, Gomes AT, Medeiros CCM
P137
Uso de medicações hipoglicemiantes no pré-operatório de pacientes com diabetes melitO tipo 2
e obesidade grau I submetidos a bypass gástrico em Y de Roux e sua influência no
controle glicêmico .......................................................................................................................................................... 296
Lins DC, Sa VC, Ferraz AA, Lins DC, Durão SF, Carvalho THF, Chalegre KP
P138
VARIAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA EM CRIANÇAS ATENDIDAS EM UM AMBULATÓRIO DE OBESIDADE............... 297
Azevedo LB, Amorim SD, Mariz LS, Alburquerque FCL, Werner RPB, Cardoso MAA, Ramos AT, Medeiros CCM
P139FRATURAS SUBTROCANTÉRICAS COM O USO PROLONGADO DE BISFOSFONATO: RESPOSTA AO RANELATO
DE ESTRÔNCIO......................................................................................................................................................................... 297
Carvalho NNC, Camelo C, Bandeira F
P140MACROPROLACTINOMA MANIFESTANDO-SE COMO AMENORREIA PRIMÁRIA . ................................................................... 297
Vilar L, Gusmão A, Pontes L, Montenegro L, Pontes S, Ibiapina GR, Montenegro JL, Carvalho MFL, Melo ATB,
Canadas V, Gusmão A, Ferreira VS, Cunha RA, Alves GS, Campos R
S254
Temas Livres
TEMAS LIVRES
P001
Úlcera de pé diabético associada À miíase
Dantas D1, Chagas F1, Bandeira C1, Fontenelle T1, Bandeira F1
1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães, Sistema
Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
Introdução: Miíase significa infestação de tecidos ou cavidades por
larvas de moscas. Ocorre com maior frequência em diabéticos, idosos, desnutridos, imunocomprometidos, baixo nível socioeconômico
e baixas condições de higiene. As larvas infestam úlceras preexistentes, se alimentando de restos de tecidos necróticos, sendo por esse
motivo também usadas como tratamento de feridas crônicas, apresentando efeito benéfico no tratamento do pé diabético. Há relatos
na literatura da infestação em orifício de traqueostomia em paciente
em estado vegetativo persistente, em lesões de pele neoplásicas e em
local de inserção de pinos de fixadores externos em pacientes diabéticos, não havendo relatos sobre infecção em pé diabético. Relato de
caso de pé diabético com miíase. Relato de caso: Paciente, 47 anos,
etilista crônico (1 l de destilados/dia), diabético tipo 1 há 30 anos,
em tratamento irregular, com vários internamentos por diabetes descompensada, frequentemente fugia de casa e passava a morar na rua.
Há oito anos apresentava ulceração em dorso do pé, surgida após
trauma local, sem cicatrização e com aumento progressivo. Chegou
ao hospital, após uma semana como morador de rua, queixando-se
de poliúria e dor em pé esquerdo. Ao exame estava em mal estado
geral, desnutrido, desidratado, extremidades com úlcera em pé esquerdo com exposição de musculatura, tecido necrótico e presença de miíase. Leucograma: 14.400 (73% seg. 0% bas.). Glicemia de
jejum: 205 mg/dl. HgA1C: 10,8. Creatinina: 0,5. Rx abdômen:
sem calcificações sugestivas de pancreatite. Gasometria arterial: sem
alterações no equilíbrio ácido-básico. Após discussão com CCIH, foi
iniciado esquema antimicrobiano com ciprofloxacina + clindamicina
por 14 dias e curativo local com solução fisiológica. Avaliação da cirurgia vascular orientou banhos de imersão com hipoclorito de sódio
para retirada das larvas e posterior desbridamento cirúrgico. Após
cinco dias de tratamento, o paciente apresentava lesão com hiperemia difusa, áreas de granulação e fibrose, sem a presença de larvas;
sendo suspenso o desbridamento cirúrgico, visto a boa resposta ao
tratamento clínico. Após 14 dias, houve melhora importante da lesão que apresentava tecido granulação em toda extensão, sem necrose. Orientada alta hospitalar com acompanhamento no ambulatório
de pé diabético. Conclusão: Esse caso ilustra uma apresentação incomum de úlcera em pé diabético.
P002
EVOLUÇÃO DA MASSA ÓSSEA PÓS-PARATIREOIDECTOMIA
EM UM PACIENTE COM HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO
SEVERO SUBMETIDO AO USO PRÉ-OPERATÓRIO DE
IBANDRONATO ORAL
Magalhães K1, Carvalho E1, Ribeiro S1, Moraes M1, Asano N1,
Bandeira F1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães,
Sistema Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE,
Brasil
1
Introdução: A osteíte fibrosa cística é uma manifestação grave do
hiperparatireoidismo primário (HPTP), caracterizada por perda intensa de massa óssea, reabsorção óssea subperiosteal, lesões “em sal e
pimenta” no crânio e formação de osteoclastomas. Os pacientes com
essa manifestação apresentam maior risco de desenvolver a chamada
“síndrome da fome óssea” (SFO) após o tratamento cirúrgico. Os
bisfosfonatos têm sido utilizados no período pré-operatório desses
pacientes, com o intuito de diminuir o turnover ósseo e, assim, prevenir o rápido fluxo de cálcio para o tecido ósseo no pós-operatório
S256
imediato. Relato de caso: WQT, masculino, 26 anos, com diagnóstico de HPTP por adenoma de paratireoide inferior direita em 2008,
com quadro de osteíte fibrosa cística e nefrolitíase. Exames laboratoriais: PTH = 2498 pg/mL; Ca = 13,2 mg/dL; CTX = 1669 pg/mL;
FA = 1333 U/L; 25(OH)D = 10,4 ng/mL; radiografias evidenciavam aspecto em “sal e pimenta” na calota craniana e osteoclastoma
em região distal de fêmur esquerdo. Na densitometria o T-score foi
de -4,2 em colo de fêmur; -3,9 em coluna lombar e -6,03 em rádio
distal. O paciente foi submetido à paratireoidectomia inferior direita,
10 dias após o uso oral de 150 mg de ibandronato. Evoluiu no pósoperatório imediato com normalização do PTH (11,07 pd/mL) e
dos níveis calcêmicos (8,8 mg/dL). Iniciou, em seguida, o uso de
carbonato de cálcio 2 g/dia e vitamina D 1.800 UI/dia. Dois meses
após a cirurgia, o paciente foi reinternado com um quadro sugestivo de SFO: PTH elevado (230 pg/mL), hipocalcemia assintomática
(7,7 mg/dL) e deficiência de vitamina D (21 ng/mL), sendo a dose
de vitamina D aumentada para 14.000 UI/semana. Nos meses subsequentes, diante de dosagens persistentemente baixas de 25OHD,
a dose de colecalciferol foi aumentada para 50.000 UI semanais. Seis
meses após a paratireoidectomia, já foi evidenciado substancial ganho
de massa óssea em rádio distal (38,75%), coluna lombar (27,2%) e
colo do fêmur (35,2%). Na ocasião, a dosagem de cálcio era de 9,2
mg/dL e 250HD de 33 ng/mL. Com um ano de tratamento, o
ganho mineral ósseo foi de 36,1% em coluna lombar e 52% em colo
do fêmur. Realizada nova densitometria de rádio distal, cerca de dois
anos após o procedimento, que revelou ganho de massa óssea de
53,1%. Conclusões: Esse caso demonstra o expressivo ganho de massa óssea após a paratireoidectomia em um paciente portador de osteíte fibrosa cística mesmo com o uso pré-operatório de ibandronato
oral. O uso pré-operatório de ibandronato oral provavelmente preveniu hipocalcemia severa por fome óssea no pós-operatório imediato.
P003
Infarto Agudo de Miocárdio em paciente jovem
com HIV positivo em uso de terapia antiRretroviral
associada à falência poliglandular autoimune
Cavalcanti TB1, Pereira I1, Viégas MA1, Bandeira F1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães,
Sistema Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE,
Brasil
1
Introdução: O uso de inibidores da protease (indinavir, lopinavirritonavir, didanosina e abacavir) e a duração da terapia antirretroviral
(TARV) em indivíduos HIV positivo (+) podem aumentar o risco
de doenças cardiovasculares, pois estão associados à maior incidência
dos fatores de risco como dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica, aumento da resistência insulínica e/ou diabetes melito, disfunção
endotelial e obesidade central. Materiais e métodos: Apresenta-se
o caso de um paciente adulto jovem com HIV+ que já fazia uso de
TARV há cinco anos (incluindo o inibidor da protease – lopinavirritonavir) e portador de diabetes melito tipo 1 (DM tipo1) e hipertireoidismo secundário a doença de Graves, que desenvolveu um
episódio de infarto agudo de miocárdio (IAM) em paredes anterior e
lateral. Relato de caso: Paciente, 26 anos, solteiro, sexo masculino,
tabagista, hipertenso descoberto há menos de um ano, DM tipo 1 há
10 anos e portador do vírus HIV há cinco anos, queixando-se de aumento do volume cervical, proptose ocular, polifagia, perda de peso
não intencional, irritabilidade, nervosismo e insônia há oito meses e
ao exame físico apresentava-se com aumento da circunferência cervical (36 cm) e lid-lag positivo. Há um mês apresentou episódio de
dor torácica típica associada a sudorese profusa com diagnóstico de
IAM com supraST anterolateral, sendo realizada trombólise química
com estreptoquinase em serviço de referência. Fazia uso regular de
insulina NPH + regular, captopril, AAS, propranolol, atorvastatina e
TARV (lamivudina + zidovudina + lopinavir-ritonavir) há cinco anos.
TEMAS LIVRES
Dosagem de função tireoidiana evidenciou hipertireoidismo (TSH
< 0,005 µU/ml e T4l = 6,520 ng/dl; antiTPO: 12,1 U/ml); USG
de tireoide: sem anormalidades; perfil lipídico à admissão: CT = 110
mg/dL; TG = 113 mg/dL; HDL = 37 mg/dL; LDL = 53 mg/dL;
VLDL = 17 mg/dL; ecocardiograma transtorácico: aumento de VE,
AE, disfunção sistólica leve VE, disfunção diastólica importante, alteração da contratilidade segmentar VE, FE 57%; teste ergométrico:
13,5 MET – não apresentou alterações eletrocardiográficas ou clínicas sugestivas de isquemia até FC atingida (foi considerado ineficaz,
pois paciente não atingiu 85% da FC máxima prevista). Foi iniciado
tratamento com rosuvastatina 2,5 mg/dia para dislipidemia e propiltiouracil 600 mg/dia por uma semana, seguido de tratamento definitivo da tireoidopatia com 20 mCi de I131. Conclusão: Esse caso
ilustra uma apresentação incomum da doença coronariana.
P004
BÓCIO GIGANTE E DE LONGA DURAÇÃO POR CISTO
TIREOGLOSSO
Gondim F1, Dias L1, Brito P1, Griz L1, Bandeira F1
Divisão de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães, Sistema
Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
1
Introdução: O bócio representa o aumento da glândula tireoide e
possui etiologia multifatorial. A deficiência nutricional de iodo é a
causa mais frequente de bócio no mundo, sendo um problema de
saúde pública em 130 países, afetando 1,5 bilhão de pessoas ou 13%
da população mundial. A história natural do bócio simples é de um
aumento progressivo da glândula com o desenvolvimento de múltiplos nódulos. O cisto tireoglosso é uma patologia congênita que
ocorre por falha no fechamento do ducto tireoglosso e produção de
muco pelas células da sua mucosa. A principal manifestação clínica
é o aparecimento de nódulo cervical anterior em linha média dificilmente atingindo grandes proporções. Relato de caso: MBSS, sexo
feminino, 58 anos, admitida com história de aumento do volume
cervical progressivo há 15 anos. Negava dispneia, disfagia ou sintomas compressivos. Ao exame evidenciava-se aumento cervical de
grandes proporções sem linfonodomegalias palpáveis. Função tireoidiana estava sem alterações (TSH: 2,01 niU/ml; T4 livre: 1,81 ng/dl)
e tomografia computadorizada de região cervical mostrou volumosa
formação expansiva, predominantemente cística com septações de
permeio deslocando hipofaringe e laringe à esquerda, assim como
tireoide e estruturas vasculares medindo 16 x 13,5 x 14,2 cm. Foi
submetida à ressecção de massa com histopatológico evidenciando
cisto de parede fibrosa destituído de revestimento epitelial com conteúdo necrótico (cisto tireoglosso), depósito de cristais de colesterol
e ausência de tecido tireoidiano. A paciente evoluiu satisfatoriamente
e recebeu alta para acompanhamento ambulatorial. Conclusão: Esse
caso demonstra apresentação incomum de bócio.
P005
TUMOR PITUITÁRIO PRODUTOR DE GONADOTROFINAS E
OCTREOSCAN POSITIVO
Costa S1, Rego D1, Calafell J1, Bandeira F1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães,
Sistema Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE,
Brasil
1
Introdução: Algumas observações demonstram que 80%-90% dos
adenomas hipofisários clinicamente não funcionantes são derivados
da proliferação de células gonadotrófica,s o que propõe até sua reclassificação como gonadotrofinomas. Somente 5,13% dos adenomas funcionantes são gonadotrofinomas. Estudos de material in vitro também evidencia que uma proporção significante de adenomas
sintetiza hormônio folículo-estimulante (FSH) isoladamente (23%).
Uma menor parte sintetiza FSH e sua subunidade alfa concomitantemente (15%). Relato de caso: A paciente, 18 anos, foi encaminhada
por apresentar acne, pele oleosa, cabelos muito oleosos, mastodínia
importante no período pré-menstrual, ciclos menstruais irregulares,
oligomenorreia e padrão laboratorial: FSH = 120 UI/L; LH = 98
UI/L; estradiol = 40 pg/mL; testosterona = 36 ng/dL; TSH = 3,6
mUI/L; FT4 = 1,4 ng/dl; ultrassonografia abdominal = ovários com
folículos e discreta redução do ovário direito. Como não havia clínica de hipoestrogenismo, foi considerada a possibilidade de tumor
produtor de gonadotrofinas. Ressonância nuclear magnética evidenciou aumento difuso da hipófise sugestivo de adenoma 1,2 x 0,9 cm.
Após teste do TRH, foram observados: TSH = 17,7 mUI/L; FT3
= 0,36 ng/dl; FT4 = 1,4 ng/dl; estradiol = 1,3 pg/mL; prolactina:
4,9 ng/mL; subunidade alfa do FSH = 3.380 UI/L (80-604 UI/L).
Octreoscan (pantotreotide marcado com iodo 111) mostrou hipercaptação em topografia hipofisária no local previamente evidenciado pela ressonância. Foi tratada com octreotide LAR 20 mg a cada
40 dias.Na primeira dose, apresentou melhora clínica importante,
voltando a ter ciclos menstruais normais. Exames após um mês da
primeira injeção: FSH = 128,8 UI/L; LH: 99,4 UI/L. Após 40 dias
da segunda injeção: glicemia de jejum: 111 mg/dL; HbA1c = 6,1%;
TSH = 1,1 mUl/L; T4 = 6,9 ng/dl; testosterona = 32 ng/dL; androstenediona = 138 mg/dL (30-330 mg/dL); FSH = 101 UI/L;
LH = 85 UI/L; estradiol: 0,7 mg/dL (1,3-21 mg/dL); subunidade
alfa do FSH = 2350 mg/dL (80-604 mg/dL). Conclusão: Este caso
ilustra uma apresentação rara dos adenomas hipofisários.
P006
Intenso espessamento da díploe em uma paciente
com Doença de Paget e Acromegalia
Aleixo A1, Bandeira C1, Nunes A1, Bandeira F1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães, Sistema
Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
1
Introdução: A doença de Paget é caracterizada por reabsorção óssea
excessiva localizada, associada à formação acelerada de osso de pobre qualidade, mais propenso a deformidades. O envolvimento do
crânio nessa patologia se inicia com osteoporose circunscrita (lesão
osteolítica), seguida anos mais tarde pelo espessamento cortical, geralmente nas áreas frontal e occipital. A acromegalia também é causa
de deformidades esqueléticas tais como espessamento dos ossos do
crânio. A associação entre essas duas doenças muito raramente tem
sido relatada, ambas podendo causar alterações ósseas cranianas que
se superpõem. Relato de caso: Paciente com 57 anos, sexo feminino, com passado de acromegalia (macroadenoma hipofisário) há
27 anos, tratada com cirurgia e radioterapia e atualmente curada,
evoluiu há cerca de um ano com queixa de cefaleia holocraniana
opressiva e persistente, fazendo-a procurar assistência médica, quando então foi diagnosticada doença de Paget em crânio em virtude
do achado ao raio x de intenso espessamento heterogêneo da díploe
em praticamente todos os ossos da calota craniana, restringindo seu
volume, além de lesões líticas frontal e occipital compatíveis com
osteoporose circunscrita. Ao exame clínico, paciente apresentava
aumento da proeminência frontal, com elevações e depressões caracterizando crânio corrugado. Exames laboratoriais evidenciaram
CTX sérico: 460 pg/mL e fosfatase alcalina sérica 1,5 vez o valor
normal. Cintilografia óssea mostrou acentuada hipercaptação difusa
na díploe. Há cinco meses paciente está em tratamento com ibandronato mensal, com melhora da cefaleia, normalização da fosfatase
alcalina sérica e melhora radiológica significativa, principalmente da
esclerose da díploe. Conclusões: Este caso ilustra um raro achado
radiológico em uma paciente com doença de Paget e acromegalia.
Tratamento com ibandronato resultou em melhora significativa das
alterações cranianas.
S257
TEMAS LIVRES
P007
DOENÇA DE ADDISON POR TUBERCULOSE ADRENAL
Miranda AK1, Barros B1, Griz L1, Bandeira F1
Divisão de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães, Sistema
Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
1
Introdução: A doença de Addison ou insuficiência adrenal crônica
primária é uma entidade rara e resulta em produção subnormal de
cortisol, aldosterona e esteroides sexuais. Após a introdução de terapia antituberculosa eficaz, a autoimunidade se tornou a principal
causa de DA. No entanto, a adrenalite de causa granulomatosa (póstuberculose e paracoccidioidomicose) ainda é bastante frequente em
vários países. No Brasil, a etiologia autoimune é responsável por cerca
de 39% dos casos, seguida de paracoccidioidomicose (28%) e da tuberculose (11%). O trofismo pela adrenal é decorrente da supressão
da imunidade celular na adrenal. Caso clínico: JIS, 31 anos, sexo
masculino, encaminhado do HOF com quadro de tosse produtiva,
febre vespertina, perda de peso importante há quatro meses; os exames
laboratoriais mostravam eosinofilia (leucograma = 4.220, eosinófilos
= 650), hiponatremia (Na = 130 mmol/L) e hiperpotassemia (K =
5,3 mmol/L). Foi iniciada investigação para tuberculose, porém com
baciloscopias negativas. Contudo, por causa do quadro sugestivo, foi
iniciado tratamento para TB, com boa resposta. Após 13 dias do início do tratamento, o paciente evolui com hipotensão e hipoglicemia,
sendo levantada a hipótese de insuficiência adrenal, respondendo ao
uso de hidrocortisona. Os exames de imagem (TC e RNM) revelaram
lesões hipodensas em adrenais, medindo 6,5 x 3,5 cm à direita e 5,0 x
3,0 cm à esquerda. Durante internamento, foi realizado o desmame de
corticoide e o paciente apresentou hipotensão seis dias após suspensão
da hidrocortisona, com cortisol sérico na crise de 0,1 mcg/dL. Foi
reiniciada hidrocortisona 15 mg/dia, com melhora clínica, e paciente
recebeu alta hospitalar em uso da medicação via oral. Realizada nova
TC que identificou as mesmas lesões sem alteração no tamanho destas.
O paciente foi submetido a PAAF das lesões e seu material enviado
para histopatológico que revelou necrose do material; a cultura para
BK do aspirado da PAAF foi negativa. O paciente apresentou náuseas,
astenia e hipotensão na presença de quadro gripal dois meses após alta
hospitalar, sendo novamente internado. Apresentou melhora dos sintomas com uso da hidrocortisona venosa e evidenciado cortisol sérico
de 3,23 mcg/dL. Recebeu alta após quatro dias em uso de hidrocortisona 20 mg/dia e fludrocortisona 0,05 mg/dia. Conclusão: Este caso
ilustra uma apresentação incomum da insuficiência adrenal.
P008
DOENÇA DE GRAVES ASSOCIADA À MIASTENIA GRAVIS
FORMA OCULAR: DIFICULDADES NO DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL
Belfort P1, Carvalho E1, Griz L1, Diniz E1, Nunes A1, Bandeira F1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães,
Sistema Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE,
Brasil
1
Introdução: Doença de Graves e miastenia gravis são doenças autoimunes cuja associação é rara, porém bem reconhecida. Estudos
epidemiológicos mostram que doenças tireoidianas autoimunes
(DTA) ocorrem em 5% a 10% dos casos de miastenia gravis (MG),
enquanto MG é relatada numa frequência baixa (0,2%) dos pacientes
com DTA. As manifestações típicas da oftalmopatia de Graves (OG)
são exoftalmia, edema periorbital, quemose e hiperemia conjuntival.
A ptose palpebral é uma manifestação rara da OG, sendo comum na
forma ocular da miastenia gravis. A ressonância nuclear magnética
e a tomografia computadorizada (TC) são úteis na demonstração
das manifestações clássicas da OG. Relato de caso: JAC, 34 anos,
portadora de doença de Graves há 10 anos, iniciou tratamento irregular com metimazol, droga que permaneceu em uso apenas por três
S258
anos. Há seis meses, a paciente evoluiu com exacerbação dos sinais e
sintomas clínicos do hipertireoidismo associado a ptose palpebral bilateral, predominantemente à direita, com piora progressiva ao longo do dia e sem sinais inflamatórios. Ao exame clínico apresentava
motilidade ocular prejudicada e sem redução de força muscular proximal ou de membros superiores e inferiores. Exames laboratoriais:
TSH < 0,004 μUI/mL; T3 162 ng/mL; T4l 2,11 ng/mL. Realizou
TC de órbita, que não evidenciou sinais sugestivos de oftalmopatia
de Graves. A TC de tórax não mostrou alterações. Iniciou-se teste
diagnóstico com 60 mg de piridostigmina oral de 6/6h e 15 mg de
prednisona com aumento gradual da dose até 60 mg/dia com resposta clínica importante. Realizado tratamento do hipertireoidismo
com radioiodo (20 mCi). Paciente recebe alta em uso de prednisona
e piridostigmina nas doses descritas. Conclusão: A coexistência de
miastenia gravis deve ser considerada no manejo dos pacientes com
doenças tireoidianas autoimunes e oftalmopatia.
P009
DISLIPIDEMIA TIPO III EM UMA MULHER MENOPAUSADA COM
IAM
Miranda AK1, Oliveira S1, Medeiros L1, Neves AP1, Costa R1, Bandeira F1
Divisão de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães, Sistema
Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
1
Introdução: A hiperlipoproteinemia tipo III ou disbetalipoproteinemia familiar é um distúrbio pouco frequente do metabolismo lipídico
caracterizada por hipertrigliceridemia moderada a grave, associada
à hipercolesterolemia. A maioria dos casos resulta de mutações na
apo-E, ocasionando acúmulo de VLDL, IDL e quilomícrons. É uma
entidade multifatorial em que, além da alteração genética, parece ser
necessária a ocorrência de um fator secundário, como obesidade,
diabetes, hipotireoidismo ou consumo de álcool. É mais frequente
em homens, nos quais é comum o aparecimento de doença arterial precoce; nas mulheres, os eventos macrovasculares ocorrem, em
geral, após a menopausa. Na eletroforese de proteínas, observa-se a
presença de uma banda beta alargada. Caso clínico: MLS, 61 anos,
sexo feminino, acompanhada no serviço de Endocrinologia do HAM
por diabetes e hipotireoidismo. Durante consulta ambulatorial, foi
observada a elevação dos níveis lipídicos (colesterol total de 607
mg/dL e triglicerídeos de 1.383 mg) nos exames laboratoriais. Ao
exame físico, observou-se a presença de xantoma palmar, xantoma
tuberoso em região maxilar e xantelasma em pálpebras superiores.
Pôde-se identificar ainda a presença de diabetes e hipotireoidismo
como fatores secundários, além de história familiar de DAC precoce e
história pessoal de IAM após a menopausa. Realizada a centrifugação
do soro, evidenciando-se ausência de quilomícrons, porém o plasma
apresentou-se turvo por causa da presença de IDL. Foi iniciado tratamento com sinvastatina 40 mg/dia e ácido nicotínico 500 mg/
dia. A paciente não apresentou efeitos adversos à medicação, sendo
realizada progressão da dose para 1 g/dia com melhora do perfil
lipídico (colesterol total: 288 mg/dL e triglicerídeos: 522 mg/dL).
A paciente recebeu alta hospitalar e manteve tratamento e acompanhamento ambulatorial, com melhora progressiva dos níveis lipídicos
(colesterol total: 206 mg/dL e triglicerídeos: 304 mg/dL). Conclusão: Este caso ilustra a ocorrência incomum da dislipidemia mista.
P010
HIPOGONADISMO CENTRAL ISOLADO NO SEXO FEMININO
Holanda N1, Martins C1, Griz L1, Belfort P1, Bandeira F1
1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães, Sistema
Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
Introdução: O hipogonadismo hipogonadotrófico isolado é um
distúrbio raro, com prevalência estimada de 1:100.000 na popula-
TEMAS LIVRES
ção geral, mais comum no sexo masculino, com proporção de cinco
homens para cada uma mulher acometida. Caracteriza-se por retardo do desenvolvimento sexual devido a baixos níveis de gonadotrofinas e esteroides sexuais, na ausência de anormalidades funcionais
ou anatômicas no eixo hipotálamo-pituitária. Uma variedade de
defeitos genéticos podem resultar em diferentes graus de hipogonadismo hipogonadotrófico associado ou não à hiposmia/anosmia,
sendo as mutações mais frequentemente observadas nos genes KAL,
FGFR1, FGF8, DAX1, leptina, GPR54, GnRHR, KISS1/KISS1R
e PROKR2/PROK2. Material e métodos: Apresenta-se um caso
de hipogonadismo hipogonadotrófico idiopático em uma paciente
do sexo feminino. Resultado: Paciente, 17 anos, com quadro de
escassez de pelos pubianos e axilares, associada a hipodesenvolvimento mamário, atrofia vaginal e amenorreia primária. Altura: 1,55
m; peso: 42,5 kg; IMC: 17,6 kg/m2, envergadura: 1,67 m, Tanner:
M2P3. Dosagens séricas de FSH: 1,32 mIU/ml; LH: 0,27 mIU/
ml; estradiol < 20 pg/ml; TSH: 0,732 mcU/ml; T4l: 1,54 ng/ml;
T3t: 147 ng/dl; prolactina: 4,06 ng/ml. A ultrassonografia pélvica
mostrou útero infantil e os ovários não foram visualizados. Imagem
de ressonância nuclear magnética de hipófise não mostrou lesão expansiva pituitária. O exame de cariótipo revelou 46, XX. Realizada
videolaparoscopia, na qual foi visualizado útero normal e ovários
com aspecto rudimentar. O exame histopatológico de fragmentos
ovarianos direito e esquerdo evidenciou vários folículos primordiais.
Teste de sensibilidade olfatória normal. A paciente foi submetida à
reposição hormonal com estrogênio conjugado 0,625 mg/dia associado a medroxiprogesterona 5 mg/dia entre o 11º e 21º dias do
ciclo menstrual. Após dois anos de reposição, evoluiu com surgimento
de pelos pubianos (Tanner: P4) e axilares, sangramentos menstruais
regulares, melhora da atrofia vaginal, ganho de peso (IMC: 19 kg/m2)
e desenvolvimento mamário satisfatório (Tanner: M4). Conclusão:
Este caso ilustra uma rara apresentação de hipogonadismo central
isolado em mulher.
P011
Evolução da Densidade Mineral Óssea com
suplemento de Cálcio e Vitamina D em uma Paciente
Jovem com Osteoporose Gestacional
Neves AP1, Monteiro A1, Salgado C1, Diniz E1, Bandeira F1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães,
Sistema Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE,
Brasil
1
Introdução: A osteoporose associada à gravidez é uma patologia
rara. Caracteriza-se pelo decréscimo da densidade mineral óssea,
cuja hipótese fisiopatológica é baseada em estudos acerca do déficit no suprimento nutricional materno, e aumento da demanda de
cálcio, no período gestacional, de acordo com a necessidade fetal.
A falta de dados epidemiológicos se deve à raridade do problema
e à dificuldade de aplicação de testes comprobatórios durante a
gestação. Caso clínico: SBS, sexo feminino, 22 anos, com história
de fratura espontânea de coluna torácica em nível de T3, no final de
2004, durante a gestação, com consequente compressão medular e
paraplegia. Na época, a ressonância nuclear magnética (RNM) de
coluna torácica mostrava invasão de canal medular por partes moles
adjacentes. Realizou-se biópsia que evidenciou cisto ósseo aneurismático, descartando a possibilidade de neoplasia. Em 2007, foi internada no Hospital Agamenon Magalhães para investigação da causa da fratura. Foi submetida à densitometria mineral óssea (DMO),
que evidenciou osteoporose em coluna lombar (T-score: -2,9) e osteopenia em colo do fêmur (T-score: -1,9) e a uma nova RNM que
mostrou melhora importante da invasão do canal medular. Cálcio
sérico: 9,4 mg/dl, 25OHD sérica: 15,6 ng/ml, CTX sérico: 254,9
pg/ml, PTH sérico: 19,86 pg/ml, CR: 0,6 mg/dl. Desde então
começou tratamento com suplementação de 1500 mg de cálcio e
1000 UI de vitamina D ao dia. E passou a ser acompanhada com
DMO anualmente. Após oito meses de tratamento, houve ganho
de densidade óssea de 7% em coluna lombar e de 2,1% em colo
de fêmur, além de aumento da 25OHD D sérica para 54,6 ng/ml.
Após um ano e três meses de tratamento, houve ganho de 18,47%
em coluna lombar e 10,1% em colo do fêmur. Conclusão: Este caso
clínico Ilustra o ganho de massa óssea expressivo pós-gestacional na
osteoporose induzida pela gravidez.
P012
UVEÍTE E CATARATA ASSOCIADAS À OFTALMOPATIA DE
GRAVES
VOSS LA1, VITORINO A1, VIÉGAS M1, BANDEIRA F1
1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães, Sistema
Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
Introdução: Uveíte pode ser manifestação de doenças infecciosas,
reumáticas ou ter causa indeterminada. Entre as uveítes infecciosas,
7,6% são por citomegalovírus (CMV). Doença de Graves foi encontrada em 2,3% dos pacientes portadores de uveíte, sendo a maioria
com função tireoidiana não controlada antes do início do quadro.
Alguns relatos de uveíte associada à HTLV-1 em pacientes com Graves existem na literatura, mas não há dados de uveíte por CMV em
pacientes com doença de Graves. Relato de caso: ANNL, sexo feminino, 26 anos, portadora de hipertireoidismo por doença de Graves
diagnosticado há seis meses, evoluindo com cefaleia fronto-occiptal,
tontura e dor ocular associada à redução da acuidade visual em olho
direito (OD) há dois meses. Apresentava edema bipalpebral, sinais
inflamatórios e redução de acuidade visual, sem distinção de cores,
em OD. Ressonância nuclear magnética de órbita evidenciou leve
hipersinal nas sequências ponderadas de T1 do globo ocular direito,
sugerindo material hemático. USG de órbita revelando exsotropia e
redução de globo ocular, precipitados cerativos compatíveis com catarata subcapsular anterior e posterior, presença de imagem sugestiva
de descolamento temporal de retina e líquido subretiniano em OD.
Olho esquerdo com achado de pontilhado cristalino compatível com
catarata incipiente. Sorologia para citomegalovírus IgM negativo e
IgG positivo. Foram diagnosticados edema de córnea inferior, uveíte
e catarata subcapsular de OD, sendo mais provável o diagnóstico de
uveíte e catarata secundária à uveíte. Conclusão: Este caso ilustra
uma apresentação incomum de oftalmopatia de Graves.
P013
Síndrome de Berardinelli-Seip com alta massa óssea
Fontan D1, Gondim S1, Freitas C1, Reis R1, Bandeira F1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães,
Sistema Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE).
Departamento de Clínica Médica do Hospital Getúlio Vargas, Recife, PE, Brasil
1
Introdução: A síndrome de Berardinelli-Seip é uma lipodistrofia
congênita generalizada de prevalência estimada de 1 caso a cada 10
milhões de nascidos vivos. É caracterizada por uma profunda deficiên­
cia de tecido adiposo, sendo comumente associada com extrema hiperinsulinemia, hipertrigliceridemia e esteatose hepática. Em geral,
ocorre redução da massa óssea pela resistência insulínica, assim como
ocorre nos diabéticos tipo 1. Alguns relatos de casos têm mostrado
alta densidade mineral óssea, sugerindo resistência insulínica seletiva.
Relato do caso: Paciente de 15 anos admitida no departamento de
emergência do Hospital Getúlio Vargas, com quadro sugestivo de
pancreatite por hipertrigliceridemia. Apresentava TG: 2464 mg/dl,
colesterol total: 541 mg/dl, HDL: 19 mg/dl, glicemia de jejum: 277
mg/dl, Cr: 0,6 mg/dl, amilase: 59 U/L, TGO: 131 U/L, TGP:
204 U/L, cálcio: 9,2 mg/dl, albumina: 2,6 g/dl. Chamava a atenção
a aparência acromegálica, com discreto aumento das mãos e pés e
S259
TEMAS LIVRES
ausência generalizada de tecido celular subcutâneo. Havia história de
consanguinidade entre os genitores. Paciente foi encaminhada para
o serviço de endocrinologia do Hospital Agamenon Magalhães para
melhor investigação do seu quadro clínico. Diante dos achados fenotípicos e laboratoriais, foi feito o diagnóstico de lipodistrofia corporal
(DXA), revelando 2,6 kg de massa adiposa (5% do peso corporal), a
qual foi menor do que a massa óssea (2,70 kg de mineral ósseo, o que
equivale a 5,23% do peso corpóreo). Conclusão: Este caso ilustra
uma apresentação atípica da lipodistrofia generalizada congênita.
P014
Hiperparatireoidismo terciário por adenoma de
paratireoide ectópica em mediastino
Almeida M1, Magalhães K1, Saldanha L1, Griz L1, Bandeira F1
1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães, Sistema
Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
Introdução: Hiperparatireoidismo terciário ocorre quando as glândulas hiperplasiadas em consequência de uma hipocalcemia persistente tornam-se autônomas, continuando a produzir elevadas quantidades de paratormônio (PTH). Em alguns casos, isso pode ocorrer
por autonomização adenomatosa de uma ou mais glândulas hiperplasiadas, geralmente na sua localização habitual. Em virtude da hipersecreção hormonal ocorre elevação dos níveis de cálcio plasmático
por meio da atividade osteoclástica aumentada, gerando intensa fragilidade óssea e podendo ocorrer fraturas patológicas. Caso clínico:
Paciente masculino, 53 anos, com diagnóstico de insuficiência renal
crônica e em tratamento clínico há dois anos, apresentou dor intensa
em região de articulação coxofemoral esquerda e procurou assistência médica, quando foi diagnosticada fratura completa de colo de
fêmur esquerdo. Em exames pré-operatórios apresentou ureia: 60
mg/dL; creatinina: 2,2 mg/dL; Ca 15,0 mg/dL e P: 5,6 mg/dL;
prosseguiu a investigação com PTH: > 2500 pg/mL; cintilografia
óssea: hipercaptação focal acentuada em terço proximal de fêmur
esquerdo, hipercaptação difusa e heterogênea no esqueleto axial e
apendicular; 25OH-D: 23,6 ng/ml; Ca: 16,6 mg/dL; albumina:
2,97 g/dL; CTX: 4900 ng/mL; ultrassonografia (USG) de abdome: nefrolitíase à direita (cálculo de 1 cm de diâmetro); USG de tireoide: tireoide aumentada de volume com cistos de 0,5 cm em lobo
direito (LD) e 0,8 cm em lobo esquerdo (LE); nódulos hipoecoicos
medindo 0,6 cm em LD e 0,5 cm entre LD e istmo; cintilografia de
paratireoides: área focal de hipercaptação no mediastino superior.
Iniciou tratamento com ibandronato e após um mês houve redução
na calcemia de 19,9 para 12,0 mg/dL. O paciente foi encaminhado
para cirurgia torácica para retirada da lesão – adenoma de paratireoide ectópica. Conclusão: Este caso ilustra uma localização incomum
do adenoma responsável pelo hiperparatireoidismo terciário.
P015
Oftalmopatia de Graves associada à Acromegalia:
resposta ao Octreotide
Aleixo A1, Bandeira E1, Belfort P1, Bandeira F1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães, Sistema
Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
1
Introdução: A oftalmopatia de Graves (OG) é uma patologia autoimune que pode resultar em comprometimento visual. A associação
com acromegalia é uma condição infrequente. Nos casos moderados
a graves da OG, são propostas terapêuticas a imunossupressão, cirurgia e/ou irradiação da órbita, porém com resultados não totalmente
satisfatórios e relacionados a diversos efeitos colaterais. O uso de
octreotide é uma opção atraente por seu efeito imunomodulador.
Dessa forma, diante de uma apresentação conjunta de OG e acromegalia, esse análogo da somatostatina proporcionaria benefícios
S260
para ambas as doenças. Descrição do caso: Paciente 54 anos, sexo
masculino, com diagnóstico de doença de Graves desde 2002, procurou o Serviço de Endocrinologia em virtude de recrudescência
do hipertireoidismo. Fez uso de metimazol 10 mg/dia durante 10
meses e chegou usando 40 mg/dia há dois meses, sem melhora.
Trazia exames TSH: 0,05 μUI/mL, T3: 206 ng/dL e T4 livre: 2,2
ng/dL. Ao exame clínico, foram evidenciados exoftalmia à direita
sem inflamação e bócio difuso, além de estigmas de acromegalia,
tais como: espessamento da pele (5 mm), prognatismo e aumento
dos sulcos faciais e de extremidades. Foi administrado radioido 20
mCi e solicitados GH basal e pós-dextrosol, cujos resultados foram
respectivamente 5,66 ng/mL e 10,3 ng/mL, com IGF-1 sérico de
843 ng/mL. Ressonância magnética de sela túrcica mostrou microadenoma hipofisário. Paciente retornou com piora da oftalmopatia,
apresentando exoftalmia bilateral com intensa inflamação e TSH:
0,01 μUI/mL, T3: 173 ng/dL e T4 livre: 2,3 ng/dL, quando foi
iniciado octreotide LAR mensal. Após quatro meses de uso, houve
melhora significativa da oftalmopatia e da tireotoxicose, além da redução dos níveis séricos de IGF-1, apesar de uma dose menor de metimazol (20 mg/dia). Conclusões: Este caso ilustra uma rara apresentação da oftalmopatia de Graves. O uso de octreotide LAR teve
efeito benéfico na secreção de GH/IGF-1 e na doença de Graves.
P016
HIPERPARATIREOIDISMO TERCIÁRIO POR ADENOMA
INTRATIREOIDEO DE GRANDES PROPORÇÕES
Santos LL1, Rabelo G1, Saldanha L1, Salgado C1, Bandeira F1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães, Sistema
Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
1
Introdução: O hiperparatireoidismo terciário (HPT) é uma complicação possível dos pacientes urêmicos e ocorre quando as glândulas
paratireoides, diante de um estado hipocalcêmico persistente, tornamse autônomas em relação à produção de paratormônio (PTH). Na
maioria dos casos, é decorrente da hiperplasia das glândulas, sendo o
adenoma uma etiologia pouco frequente. Descrição do caso: Paciente, sexo feminino, 53 anos, internada no Serviço para investigação de
hipercalcemia dependente de PTH (cálcio: 12,2 mg/dL e PTH: 385
pg/mL). Portadora de HAS e insuficiência renal crônica, em tratamento dialítico por cinco anos, até a realização do transplante renal
há cerca de um ano. Antes do procedimento já tinha o diagnóstico de
hiperparatireoidismo secundário (PTH: 771 pg/mL). Alguns exames
admissionais realizados foram: CTX: 0,259 ng/mL, 25-hidroxi vitamina D: 31 ng/mL, fósforo: 2 mg/dL, albumina: 4 mg/dL, ureia: 40
mg/dL, creatinina: 0,9 mg/dL, TSH:1,1 mUI/mL e T4l: 1,05 µg/dL.
Os escores T na densitometria foram: colo de fêmur (-1,7); coluna
lombar (-0,1); rádio distal (-3). Apresentava ainda nódulo tireoidiano descoberto há três anos, com USG revelando nódulo sólido, com
áreas císticas de 4,4 x 2,3 cm em lobo direito. O USG não relatava
aumento de paratireoides, entretanto a cintilografia com Sestamibi
mostrava área focal de maior captação no polo inferior do lobo direito.
Foi, então, submetida à dosagem de PTH por punção aspirativa por
agulha fina do nódulo, com níveis superiores a 5000 pg/mL, confirmando ser o adenoma a etiologia do HPT. Conclusão: Esse caso
ilustra uma apresentação incomum de hiperparatireoidismo terciário.
P017
Hirsutismo severo em pacientes com doença de cushing
Fontan D1, Marques T1, Griz L1, Silva A1, Bandeira F1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães, Sistema
Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
1
Introdução: O hirsutismo, que é definido como a presença de pelos
terminais na mulher em áreas anatômicas de distribuição masculina,
TEMAS LIVRES
afeta 5% a 10% das mulheres na idade reprodutiva. Sabe-se que a
síndrome dos ovários policísticos está entre as causas mais frequentes
de hirsutismo e que outras causas de superprodução androgênica
são infrequentes. O hirsutismo é encontrado em aproximadamente 70% dos casos de síndrome de Cushing, porém geralmente se
apresenta de forma leve a moderada. Hirsutismo severo é raro e está
normalmente associado a carcinomas. Descrição do caso: Paciente
admitida na enfermaria de endocrinologia do Hospital Agamenon
Magalhães com história de hirsutismo progressivo e exuberante
(Ferriman = 33), ganho ponderal (> 20 kg) e irregularidade menstrual (hipermenorreia durante 1,5 ano seguida por amenorreia) com
evolução de mais ou menos dois anos. Foram realizados dosagem de
SDHEA (basal: 320 microg/dl e após 5 dias de dexametasona 0,5
mg de 06/06 horas: 190 microg/dl) e testosterona (basal: 156 ng/
dl e pós-dexametasona: 92,8 ng/dl) para afastar tumor virilizante.
Essa hipótese foi afastada diante da supressão hormonal. Os exames
realizados confirmaram hipercortisolismo ACTH dependente (cortisol basal: 18,7 ug/dl, cortisol plasmático da meia-noite: 15,7 ug/dl,
pós-dexametasona 0,5 mg de 6/6 horas durante 2 dias: 7,24 ug/dl,
cortisol salivar: 8,9 nmol/L e ACTH: 45 pg/ml) e a RNM da sela
túrcica evidenciou lesão de 0,5 cm, situada na linha mediana, promovendo lobulação nos contornos da glândula hipofisária. Outros
exames realizados foram: FSH (5,57 mUI/ml), estradiol (60,3 pg/
ml), TSH (0,466 uUI/ml), T4L (0,875 ng/dl) e USG de abdômen:
esteatose hepática moderada a acentuada. Conclusão: Este caso ilustra uma apresentação incomum da síndrome de Cushing.
P018
Resposta do PTH sérico e tamanho nodular à
reposição de altas doses de colecalciferol no
Hiperparatireoidismo Normocalcêmico
Holanda N1, Martins C1, Neves AP1, Griz L1, Bandeira F1
1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães, Sistema
Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
Introdução: O hiperparatireoidismo primário (HPTP) normocalcêmico é uma distúrbio caracterizado por elevações dos níveis séricos
de paratormônio (PTH) associado à normocalcemia, na ausência de
outras condições que elevem o PTH. Progressos na compreensão de
sua história natural e consequências têm sido pouco evidentes. A reposição de vitamina D no HPTP é um tema controverso na literatura
atual, embora alguns estudos tenham demonstrado segurança nessa
prática. Pouco se sabe sobre a supressibilidade do PTH no HPTP
normocalcêmico, considerado um estádio inicial da doença. Materiais e métodos: Descreve-se um caso de HPTP normocalcêmico
responsivo à reposição de altas doses de colecalciferol. Resultado:
Paciente feminino, 35 anos, assintomática, procurou serviço de endocrinologia em março/2009 com USG de tireoide mostrando imagem
sugestiva de nódulo em paratireoide inferior D (1,3 x 0,5 x 0,7 cm).
Apresentava PTH sérico: 85 pg/ml; Ca sérico: 10,3 mg/dl; Cai: 1,24
mmol/L; fósforo sérico: 2,7 mg/dl; TSH: 2,2 mcU/ml; T4l: 1,2
ng/dl. Realizada PAAF de nódulo, sendo estudo citológico inconclusivo. O PTH do aspirado foi de 2.500 pg/ml. A cintilografia com
sestamibi evidenciou hipercaptação em paratireoide inferior direita.
A densitometria óssea (incluindo rádio distal), realizada no mesmo
período, mostrou-se dentro da normalidade. Dosagem de 25 OHD: 19,5 ng/ml; cálcio urinário: 246 mg/24 horas e ClCr (MDRD):
> 60 ml/min. Após reposição de colecalciferol 14.000 UI por semana, retornou com PTH sérico: 98 pg/ml; 25 OH-D: 22,5 ng/
ml e C- telopeptídeo: 242 pg/ml. Aumentada dose de colecalciferol
para 28.000 UI por semana e após dois meses o PTH sérico caiu para
75 pg/ml e 25OH-D foi de 28,8 ng/ml. Em julho/2009, dose de
colecalciferol de 40.000 UI por semana foi administrada, o que resultou, após 6 meses, em PTH sérico: 53 pg/ml; 25OH-D: 32 ng/ml e
redução do tamanho do nódulo paratireoidiano (0,9 x 0,4 x 0,6 cm)
à nova ultrassonografia. Conclusão: Este caso ilustra uma resposta
atípica à reposição de vitamina D no HPTP leve, com supressibilidade
do adenoma de paratireoide tratado com altas doses de colecalciferol.
P019
Regressão espontânea de massa selar em um
paciente com pan-hipopituitarismo
Dantas D1, Lopes J1, Almeida M1, Bandeira F1
1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães, Sistema
Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
Introdução: O aumento difuso da glândula pituitária associado
à deficiência da produção hormonal, total ou parcial, da hipófise
é característico da hipofisite linfocítica, uma lesão inflamatória rara
de etiologia desconhecida, sendo sugerido fortemente o envolvimento de mecanismos autoimunes. Os relatos na literatura referemse geralmente a mulheres e associados a gestação e pós-parto;
inicialmente os sintomas mais comuns são cefaleia e distúrbios
visuais, devidos ao aumento da massa selar, havendo descrição de
quadro inicial com síndrome da secreção inapropriada do ADH
(SIADH), seguido do desenvolvimento de diabetes insipidus central. Relato de caso de reversão espontânea do hipopituitarismo e
regressão de massa selar em paciente com pan-hipopituitarismo.
Relato de caso: RMS, 47 anos, sexo masculino, acompanhado
no ambulatório de endocrinologia por causa de osteoporose, em
tratamento com risendronato com ganho progressivo de massa
óssea. Apresentou quadro súbito de cefaleia e confusão mental, sendo levado à emergência, onde foi diagnosticada massa
selar, associada a hipopituitarismo e SIADH. Exames: Na: 132
mEq/L; creatinina:1,0 mg/dl, TSH: 0,8 µg/ml, T4 livre: 0,82
µg/ml, testosterona: 236 ng/dl, prolactina: 3,3 ng/ml; LH:2,7
UI/L IGF-1: 53,9 µg/l (normal: 81-225), cortisol: basal: 9
mcg/dl; 30 min: 26 mcg/dl; 60 min: 29 mcg/dl; RNM de sela
túrcica: lesão hipofisária, globosa, bem definida, medindo 1,2 x
1,2 x 0,9 cm, sem compressão de quiasma óptico. Avaliado ambulatorialmente quando foi decidido por observação do quadro,
iniciado reposição de levotiroxina 25 mcg/dia e solicitado nova
RNM em três meses. No retorno apresentava-se com resolução
dos sintomas, sem queixas; RNM: diminuição significativa de lesão pituitária. Foi suspenso reposição de levotiroxina e solicitado
novos exames. Reavaliado em 45 dias ocorreu recuperação da
função hormonal hipofisária: testosterona: 693 ng/ml, TSH: 3,1
µg/ml, T4 livre: 1,1 µg/ml. Sendo mantido em seguimento para
avaliar necessidade de reposição hormonal. Conclusão: Este relato ilustra um caso incomum de pan-hipopituitarismo invasivo.
P020
CONSERVAÇÃO DA ESTATURA FINAL EM PACIENTE COM
CRANIOFARINGIOMA DE GRANDES PROPORÇÕES E PANHIPOPITUITARISMO
Gondim F1, Saldanha L1, Bandeira E1, Pancell M1, Bandeira F1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães, Sistema
Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
1
Introdução: Craniofaringiomas são tumores suprasselares benignos
que surgem a partir do endotélio remanescente da bolsa de Rathke,
com incidência de 0,5 a 2 casos por milhão de pessoas. Essa neoplasia está associada a uma significante disfunção pituitária, havendo
88% de probabilidade cumulativa de deficiência de GH em 10 anos.
Tal redução acarreta importante prejuízo na obtenção da altura final
nesses pacientes. Apresentar-se o caso de uma paciente que, apesar da
deficiência de GH, conseguiu atingir o alvo esperado para a estatura
familiar. Relato de caso: ICFS, sexo feminino, 21 anos, com diagnós-
S261
TEMAS LIVRES
tico de craniofaringioma aos 7 anos de idade após apresentar quadro
de hipotireoidismo associado a diabetes insipidus. Foi submetida a três
cirurgias para ressecção tumoral aos 9, 12 e 17 anos e radioterapia aos
16 anos. Em seu internamento na enfermaria de endocrinologia, exame físico evidenciava infantilismo sexual (EP: M1P1) e sua estatura de
1,55 m já havia atingido alvo familiar (1,56 m). Exames laboratoriais
demonstraram pan-hipopituitarismo (T4 livre: 0,73 ng/dl; estradiol:
27,8 pg/ml; LH: 0,13 miU/ml; FSH < 0,1 miU/ml; PRL: 0,861
ng/ml; cortisol basal < 1,00 ug/dl). Dosagem sérica de GH pósestímulo com glucagon demonstrou-se suprimida (< 0,02 mcg/l).
Densitometria óssea (DXA) constatou osteoporose (T-score de -3,6
em coluna lombar) e RNM demonstrou lesão de 3,5 x 3,0 x 2,5 cm
com extensão até assoalho do 3° ventrículo. Foi iniciada reposição
hormonal estrogênica, e a paciente recebeu alta para acompanhamento ambulatorial. Conclusão: Este caso demonstra uma apresentação
incomum de pan-hipopituitarismo na infância e adolescência.
P021
EVOLUÇÃO DA SAÚDE ÓSSEA EM 20 ANOS DE TRATAMENTO
PARA OSTEOPOROSE PÓS-MENOPAUSA
Diógenes L1, Barros B1, Voss L1, Bandeira F1
Divisão de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães, Sistema
Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
1
Introdução: A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica progressiva, caracterizada por diminuição da massa óssea e deterioração da microarquitetura, com consequente aumento da fragilidade
óssea e maior suscetibilidade às fraturas. Na menopausa aumenta a
reabsorção e diminui a formação óssea em cada unidade de remodelação, o que conduz a uma perda de massa óssea. O tratamento
é baseado em drogas que efetivamente elevam a densidade mineral
óssea e reduzem a frequência de novas fraturas. Os medicamentos
mais utilizados na atualidade para o tratamento da osteoporose pósmenopausa são os bisfosfonatos. Pouco se sabe sobre os efeitos no
longo prazo das várias modalidades farmacológicas utilizadas, em
sequência, no tratamento da osteoporose. Relato de caso: Paciente com 82 anos, sexo feminino, acompanhada desde os 62 anos de
idade (1989) com diagnóstico de osteoporose pós-menopausa, com
densidade mineral óssea (escore t) em coluna lombar (CL) de -3.2 e
colo do fêmur (CF) -3, associada a fraturas vertebrais assintomáticas
em T10 e T12. Tratada inicialmente com calcitonina 0,25 mg SC,
três vezes por semana, durante um ano, porém apresentou efeitos
colaterais como flushing. Após isso calcitonina foi suspensa e o etidronato oral foi introduzido na dose de 400 mg/dia, por 15 dias,
3/3 meses. Após quatro anos houve incremento considerável da
DMO em coluna lombar (de 0,779 g/cm para 0,830 g/cm2), e a
DMO do colo do fêmur teve um aumento menos significativo (de
0,669 g/cm2 para 0,674 g/cm2). Após a interrupção da terapia com
etidronato, a paciente permaneceu sem tratamento durante um ano.
Em seguida, o alendronato foi introduzido na dose de 70 mg/semana e foi utilizado por 10 anos. No meio desse período o raloxifeno
foi introduzido em uso concomitante com o alendronato durante
dois anos, porém foi suspenso, porque a paciente apresentava risco
de eventos tromboembólicos venosos. Seis anos após o início da terapia com alendronato, o C-telopeptídeo (CTX) foi dosado e variou
de 60,5 a 78 pg/ml (normal até 450). Atualmente, quatro anos após
a suspensão do alendronato oral, a paciente segue uma dieta rica
em cálcio e faz suplemento de vitamina D, mantendo níveis séricos
de 25OHD em 34 ng/ml e do CTX sérico em 67 pg/ml. Nesse
período, a DMO da CL variou de 0,835 g/cm2 a 0,832 g/cm2 e do
CF, de 0,642 g/cm2 a 0,739 g/cm2. O ganho da DMO acumulado
em 20 anos foi: +12.7% em CL e +17.6% em CF. Conclusão: Esse
caso ilustra o efeito benéfico no longo prazo da terapia múltipla e
sequencial para osteoporose pós-menopausa. O ganho exuberante
S262
da DMO em 20 anos de tratamento, como também a ausência de
novas fraturas, sugere um efeito aditivo das várias modalidades terapêuticas utilizadas.
P022
Polineuropatia hipotireoidea em um paciente com
Síndrome Poliglandular Autoimune tipo 2: relato de
caso
Pascoal AG1, Moreira EL1, Faria AG1, Leite SFB1, Pinto IHGP1, Braga
DL1, Magalhães JE1, Januario AMS1, Diniz ET1
1
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
Introdução: A incidência de polineuropatia em indivíduos com hipotireoidismo não é precisamente conhecida, mas alguns estudos relatam
que cerca de 25% a 42% dos pacientes podem apresentar sinais clínicos
neuropáticos. A seguir, relataremos um caso de síndrome poligandular
autoimune tipo 2 (SPA2), cuja apresentação inicial foi uma polineuropatia hipotireoidea. Relato do caso: PRCS, homem de 41 anos, foi
avaliado inicialmente por neurologista por queixa de parestesias e fraqueza lentamente progressiva acometendo os quatro membros. Referia
sonolência frequente, astenia, intolerância ao frio, vertigens, náuseas e
avidez por sal. No exame físico geral notava-se hiperpigmentação de
pele e mucosas, além de hipotensão. O exame neurológico demonstrou apenas hiporreflexia profunda global e simétrica com discretos
sinais de hipoestesia superficial em extremidades dos membros. Os
exames laboratoriais mostraram hipercalemia severa (K: 7,6 mEq/L),
hiponatremia (Na: 124 mEq/L) e acidose metabólica (pH: 7,1).
A ressonância magnética de encéfalo e coluna cervical, além do estudo do líquido cefalorraquidiano, não demonstrou anormalidades. O
estudo eletroneuromiográfico (ENMG) revelou sinais de uma polineuropatia desmielinizante sensitivo-motora moderada. Outros exames
revelaram: TSH de 94 uUI/ml, T4 livre de 0,3 ng/dl, cortisol basal
(das 8h) de 1,0 µg/dL, ACTH de 753 pg/ml, glicemia de jejum de 89
mg/dl, anticorpos antiTPO de 7700 UI/ml, anti-ilhota não reagente,
anti-insulina de 1,0 U/ml e antiGAD de 4,1 U/ml, USG de tireoide
mostrava sinais de tireoidopatia difusa. O paciente recebeu diagnóstico
de polineuropatia atribuída ao hipotireoidismo, secundário a tireoidite
de Hashimoto. Havia associação com doença de Addison, caracterizando a SPA2. Foi iniciada hidrocortisona 15 mg/dia e, 48 horas após,
levotiroxina 50 mcg/dia. Como não houve melhora da hipercalemia
e outras causas para ela foram afastadas, o paciente iniciou uso de fludrocortisona 0,05 mg/dia, com normalização do potássio. A dose de
levotiroxina foi mantida em 100 mcg/dia, com normalização dos hormônios tireoidianos. O paciente apresentou resolução gradual e completa das queixas e das alterações encontradas nos exames físico geral e
neurológico. A ENMG, repetida após seis meses, evidenciou resolução
completa do quadro neuropático. Conclusão: Este relato mostra um
caso raro de SPA2 apresentando-se como uma polineuropatia hipotireoidea e reforça a relevância da dosagem de hormônios tireoidianos
em síndromes polineuropáticas. A reposição de levotiroxina mostrouse efetiva em reverter o quadro clínico e eletrofisiológico da neuropatia.
P023
HIPERTIREOIDISMO ASSOCIADO A CARCINOMA PAPILAR DE
TIREOIDE
Barboza Filho R1, Castro LF1, Corrêa EC1, Darvenne F1, Gonzaga
MF1, Domingues L1, Casulari LA1
1
Clinen Centro Médico, Brasília, DF, Brasil
Introdução: Hipertireoidismo constitui uma condição clínica resultante do efeito do excesso de hormônios tireoidianos circulantes.
A causa mais comum de hipertireoidismo é a doença de Graves.
Apresenta maior frequência no sexo feminino, geralmente na faixa
entre os 20 e os 40 anos. Apresenta-se um caso de doença de Gra-
TEMAS LIVRES
ves associado a carcinoma de tireoide. Relato de caso: Paciente do
sexo feminino, 45 anos, procurou atendimento ambulatorial com
quadro de perda ponderal, tremores em extremidades, agitação e
irritabilidade. Exames iniciais evidenciavam: TSH 0,01 µUI/ml (VR
= 0,35 a 5,50 µUI/ml); T3 235 ng/dl (VR = 60 a 181 ng/dl); T4
livre 5,4 ng/dl (VR = 0,7-1,8 ng/dl); anticorpo antiperoxidase 685
U/ml; anticorpo antitireoglobulina 389,8 U/ml; TRAB 65 U/l
(VR < 10 U/l). A ultrassonografia de tireoide apresentava nódulo
em lobo direito, com bordas irregulares e vascularização periférica.
A cintilografia com captação de iodo de 2 h foi 6,5% e de 24 h,
de 11,2%. Realizada PAAF e a citologia obtida foi compatível com
carcinoma de tireoide. Paciente foi submetida à tireoidectomia total,
com resultado de anatomopatológico compatível com carcinoma papilar, variante predominantemente folicular. A pesquisa de corpo inteiro de metástases não apresentou evidências delas. A paciente está
em acompanhamento ambulatorial, com reposição de L-tiroxina na
dose de 150 µg/dia. Conclusão: A associação entre hipertireoidismo (doença de Graves) e carcinoma de tireoide constitui um evento
raro. A presença de nódulo tireoidiano nesses pacientes deve ser cuidadosamente investigada para afastar a ocorrência de malignidade.
P024
SÍNDROME METABÓLICA E SEUS CRITÉRIOS: RELAÇÃO COM
A PRESSÃO INTRASSELAR EM PACIENTES COM ADENOMA
HIPOFISÁRIO
Borba AM1, Pereira Neto A1, Naves LA2, Casulari LA2
1
Serviço de Neurocirurgia. 2 Serviço de Endocrinologia. Hospital Universitário de
Brasília (HUB), Brasília, DF, Brasil
Introdução: O estudo da obesidade, resistência insulínica e síndrome metabólica tem grande importância por causa da alta prevalência
e gravidade das comorbidades. Na população com adenomas hipofisários, essas patologias têm sido pouco abordadas. A alteração da
pressão intrasselar média (PIM) está relacionada a alterações que
podem estar associadas aos distúrbios metabólicos mencionados, associação pouco explorada na literatura. Objetivos: Avaliar a relação
entre a pressão intrasselar média (PIM) e a ocorrência de síndrome
metabólica (SM) e de seus critérios no pré-operatório e em reavaliação tardia. Métodos: A PIM foi medida com cateter de fibra óptica
e definida pela média dos valores a cada 20 segundos por 10 minutos em portadores de adenoma hipofisário submetidos à cirurgia
transesfenoidal via sublabial. Exames físicos e laboratoriais avaliaram
os critérios para SM no pré-operatório e em seguimento tardio. Resultados: Foram estudados 25 pacientes com 48 ± 11,6 meses de
intervalo entre a primeira e a segunda reavaliação. A PIM foi de 33,3
± 12,1 mmHg e esteve acima de 30 mmHg em 56% dos casos. A SM
esteve presente em 67% das vezes no pré-operatório e em 61% ao
seguimento. A medida da circunferência abdominal pré-operatória
em mulheres apresentou forte correlação com a PIM (rs = 0,829;
ρ = 0,04). O grupo com obesidade ou sobrepeso apresentou PIM
significativamente maior (36,7 versus 21,7 mmHg, ρ = 0,01). Conclusões: A circunferência abdominal pré-operatória em mulheres
correlacionou-se direta e fortemente com a PIM. O grupo com obesidade ou sobrepeso também mostrou média de PIM mais elevada.
P025
POLICITEMIA VERA ASSOCIADA A ALTERAÇÕES NAS
DOSAGENS SANGUÍNEAS DE TESTOSTERONA E HORMÔNIOS
TIREOIDIANOS
Darvenne F1, Barboza Filho R1, Castro LF1, Corrêa EC1, Gonzaga
MF1, Domingues L1, Casulari LA1
1
Clinen Centro Médico, Brasília, DF, Brasil
A policitemia vera (PV) é distúrbio mieloproliferativo raro, resultante da expansão clonal de uma célula-tronco hematopoética multipo-
tente. É rara e é mais comum em homens, negros e judeus. Menos
de 1% dos casos são diagnosticados em indivíduos com menos de
20 anos de idade. Apresenta-se um caso de PV em paciente de 17
anos de idade evoluindo com alterações hormonais. Relato de caso:
Homem de 17 anos foi avaliado porque desejava crescer apesar da
puberdade já finalizada. Contudo, queixava-se de cansaço, astenia,
tonturas e dificuldade de concentração. Tinha peso de 60,5 kg; altura de 1,71 m; IMC de 20,6 kg/m2; pressão arterial de 120/80
mmHg; encontrava-se na fase V do estadiamento de Tanner. Os exames laboratoriais evidenciaram poliglobulia com 9.300.000/mm³;
hemoglobina de 22 g/dl; hematócrito de 65,1%; volume corpuscular médio de 70 fL; concentração de hemoglobina corpuscular média de 33,0%; variação da distribuição do tamanho eritrocitário de
25,4%; leucócitos de 9600/mm³; 204.000 plaquetas/mm³. O ferro
sérico foi de 130 µg/dl (VR = 60 a 160 µg/dl), a ferritina foi de 108
ng/dl (VR = 29 a 300 ng/dl) e a eletroforese de hemoglobina foi
normal. As dosagens hormonais foram: TSH = 4,6 µUI/ml (VR =
0,35 a 5,50 µUI/ml); T3 = 457,4 ng/dl (VR = 60 a 181 ng/dl); T4
livre = 8 ng/dl (VR = 0,7-1,8 ng/dl); prolactina = 25,7 ng/ml (VR
= 1,58 a 23,12 ng/ml); testosterona total = 2620 ng/dl (VR = 270
a 1734 ng/dl). A idade óssea foi de 19 anos. As avaliações por imagens foram normais: ultrassonografias de abdome total e de tireoide,
tomografia computadorizada de rins e vias urinárias e ressonância
nuclear magnética da sela turca. A avaliação hematológica mostrou
a mutação JAK2/V617F, confirmando o diagnóstico de policitemia
vera. O tratamento consistiu de sangria e uso de hidroxiureia oral,
três comprimidos ao dia, evoluindo com melhora da poliglobulia e
dos níveis hormonais. Conclusão: As alterações hormonais observadas nesse paciente portador de PV são devidas aos altos níveis de
proteínas circulantes, responsáveis pela ligação aos hormônios.
P026
SÍNDROME DE BERARDINELLI-SEIP – ACOMPANHAMENTO ATÉ
A IDADE ADULTA
Barboza Filho R1, Castro LF1, Corrêa EC1, Darvenne F1, Gonzaga
MF1, Domingues L1, Casulari LA1
1
Clinen Centro Médico, Brasília, DF, Brasil
A síndrome de Berardinelli-Seip ou lipodistrofia generalizada congênita é uma rara desordem metabólica de herança autossômica
recessiva, cujo principal mecanismo fisiopatológico consiste na resistência à insulina. É caracterizada por escassez de tecido adiposo
e distúrbios do metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas.
Pode se apresentar desde o nascimento ou no início da infância, com
evolução progressiva. Apresenta maior prevalência no sexo feminino.
Pode ser causada por mutações no gene que codifica a 1-acilglicerol3-fosfato 0-aciltransferase2 (AGPAT2), localizado no 9q34 ou no
gene BSCL2, que codifica a seipina (provavelmente uma proteína
transmembrana) no 11q13. Mutações alterando a AGPAT2 resultam
em adipócitos pobres em triglicérides. Relato de caso: Mulher de
26 anos, com diminuição do tecido celular subcutâneo generalizado
(exceto mamas, onde havia depósito aumentado de tecido gorduroso), fácies típica, hipertrofia muscular, acantose nigricans na axila
e pescoço e hepato-esplenomegalia. Altura: 163 cm, peso: 49 kg e
IMC: 18,4 kg/m2; cintura: 76 cm e quadril: 84 cm. Tratada com
metformina (850 mg 2 vezes ao dia) e fenofibrato (200 mg), obtendo-se os seguintes resultados: regressão da hepatoesplenomegalia,
apesar de ainda persistir pequeno grau de esteatose hepática (evidência ultrassonográfica); melhora significativa dos níveis de apolipoproteína A1 (inicial: 88,4 mg/dl; final: 131 mg/dl), de HDL-colesterol
(inicial: 24 mg/dl; final: 33 mg/dl), de VLDL (inicial: 65 mg/dl;
final: 47 mg/dl) e de trigliceridemia (inicial: 327 mg/dl; final: 188
mg/dl). Apolipoproteína B, lipoproteína (a), LDL-colesterol, colesterol e medidas da cintura e quadril não se modificaram, signi-
S263
TEMAS LIVRES
ficativamente. Mantém acompanhamento ambulatorial, atualmente
em uso de pioglitazona 30 mg ao dia e fenofibrato 100 mg ao dia,
apresentando discreta elevação em níveis de colesterol, glicemia e
insulina durante o TTGO. Conclusão: É importante o diagnóstico
e o acompanhamento desses pacientes para ser alcançado o melhor
controle metabólico possível e, assim, retardar o desenvolvimento de
complicações inerentes a essa condição.
P027
PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA NA POPULAÇÃO
INDÍGENA, ENTRE 18 E 69 ANOS DE IDADE, DA ALDEIA
JAGUAPIRU, DOURADOS (MS), BRASIL
Oliveira GF1, Oliveira TRR1, Rodrigues FF2, Corrêa LF2,Arruda TB2,
Casulari LA3
1
Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Ciências da Saúde,
Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados, MS. 2 Curso de
Medicina. 3 Serviço de Endocrinologia, Hospital Universitário de Brasília (HUB),
Brasília, DF, Brasil
Objetivo: Avaliar a prevalência da síndrome metabólica em indígenas.
Métodos: Foram analisados índios com idade entre 18 e 69 anos, da
aldeia Jaguapiru, em Dourados, MS. A amostra aleatória simples foi
obtida tomando-se os primeiros 349 números das casas, retirados de
uma urna que continha os números oficiais de todas as 1.255 casas da
aldeia. Avaliou-se a circunferência abdominal e considerou-se normal
< 80 cm para mulher e 90 cm para homem. Foram realizadas dosagens da glicemia capilar com glicosímetro e teste de tolerância oral à
glicose, quando necessário, e de colesterol total, HDL-colesterol e
triglicerídeos. Resultados: Foram selecionados 606 índios (36 ± 1
anos), sendo 338 mulheres (55,8%) e 268 homens (44,2%). Entre
os fatores de risco cardiometabólico, observou-se que o aumento da
circunferência abdominal foi o mais prevalente (n = 369; 60,9%) e
mais frequente nas mulheres (76,6%). Seguiram-se a hipertensão arterial (40,3%) e o sobrepeso (39,6%), igualmente distribuídos entre os
sexos. A obesidade (23,4%) foi mais frequente nas mulheres em relação aos homens (p < 0,05). Pessoas com glicemia de jejum alterada
(11,4%) ou tolerância diminuída à glicose (2,1%) tiveram distribuição
semelhante entre os sexos. Contudo, os portadores de diabetes melito
(4,5%) foram mais frequentes entre as mulheres (p < 0,05). Desses
606 indígenas selecionados inicialmente, 82 foram retirados por vários motivos e, por isso, a amostra populacional foi de 524 indígenas,
com 290 mulheres (55,3%) e 234 homens (44,7%). Após avaliação
da associação da circunferência abdominal aumentada e a presença de
dois ou mais fatores para o diagnóstico, constatou-se que 187 indígenas (35,7%) eram portadores da síndrome metabólica, com prevalência maior no sexo feminino (126 de 290 mulheres; 43,4%) em relação
ao masculino (61 de 234 homens; 26,1%). Conclusão: É frequente a
síndrome metabólica entre indígenas da aldeia Jaguapiru.
P028
PREVALÊNCIA DE DIABETES MELITO E TOLERÂNCIA
DIMINUÍDA À GLICOSE NA POPULAÇÃO INDÍGENA DA
ALDEIA JAGUAPIRU, BRASIL
aldeia. Excluíram-se as mulheres grávidas, indivíduos não indígenas,
seus descendentes moradores na aldeia e usuários de glicocorticoide.
A amostra incluiu 606 indígenas, com 268 homens e 338 mulheres,
que representam 10,5% da população da aldeia. Realizaram-se dosagens da glicemia capilar com glicosímetro e teste de tolerância oral à
glicose, quando necessários. Resultados: A prevalência de diabetes
foi de 4,5% e a de tolerância diminuída à glicose foi de 2,2%, com
maior frequência entre as mulheres. A obesidade esteve presente em
14,2% dos homens e em 30,8% das mulheres. A prevalência da hipertensão foi de 29,7% entre todos os sujeitos participantes e de 67,5%
entre os diabéticos e os indivíduos com tolerância diminuída à glicose. Conclusões: Em relação à população brasileira, as prevalências de
diabete melito e de tolerância diminuída à glicose foram inferiores,
a de obesidade foi maior e a de hipertensão arterial foi semelhante.
P029
METÁSTASE CEREBRAL ISOLADA DE CÂNCER DE TIREOIDE
Barboza Filho R1, Castro LF1, Corrêa EC1, Darvenne F1, Gonzaga
MF1, Domingues L1, Casulari LA1
1
Clinen Centro Médico, Brasília, DF, Brasil
A metástase cerebral isolada de carcinoma diferenciado da tireoide
constitui evento raro, sendo a cirurgia o tratamento preconizado.
Apresenta-se um paciente com metástase cerebral isolada, tratado
com radiocirurgia estereotáxica. Apresentação do caso: Homem,
55 anos, submetido à tireoidectomia total em dezembro de 2002
para tratamento de carcinoma diferenciado da tireoide de predomínio insular. Em janeiro de 2003, recebeu dose terapêutica com 122
mCi de I131. Desde então foi mantido com dose supressiva de Ltiroxina de 175 µg/dia. Fez revisões anuais com pesquisa de corpo
inteiro, estimulada por Thyrogen, que não demonstraram captação
anômala. As dosagens de tireoglobulina e anticorpo antitireoglobulina se mantiveram indetectáveis. Em janeiro de 2006, apresentou
níveis detectáveis de tireoglobulina, em duas ocasiões: 2,08 ng/ml
(recuperação de 77%) e 1,6 ng/ml. O TSH era de 0,08 mUI/ml e o
T4 livre, de 1,7 ng/ml. Realizada ressonância magnética cerebral que
mostrou pequena lesão nodular, no lobo occipital esquerdo, captante
de contraste, com discreto halo de edema, compatível com mestástase
cerebral. O exame foi repetido em março de 2006, evidenciando aumento da lesão (10 mm). Pela suspensão da reposição de L-tiroxina,
apresentava TSH de 135 mUI/ml e tireoglobulina de 8,1 ng/ml.
Realizada radiocirurgia com gamma-knife em maio de 2006: dose
colimada 14 mm, 22’67 Gy. Em novembro de 2006 fez nova ressonância, que mostrou redução de 50% no tamanho da lesão: 5 mm.
O paciente mantinha dose supressiva de L-tiroxina (175 ou 200 µg,
em dias alternados) até a ultima avaliação, em 2007. Apesar de não ter
sido realizada biópsia da lesão, é possível que seja de origem do carcinoma da tireoide, porque a tireoglobulina tornou-se detectável apesar
da supressão do TSH e não se encontrou metástase em outro local.
Conclusão: É possível que o uso de radioterapia localizada possa favorecer o melhor prognóstico de pacientes com metástase cerebral de
câncer de tireoide, evitando-se, assim, a abordagem cirúrgica.
Oliveira GF1, Oliveira TRR2, Rodrigues FF2, Corrêa LF2, Arruda TB2,
Casulari LA3
P030
Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Ciências da Saúde,
Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados, MS. 2 Curso de
medicina. 3 Serviço de Endocrinologia, Hospital Universitário de Brasília (HUB),
Brasília, DF, Brasil
EFFECTS OF METFORMIN AND SHORT-TERM LIFESTYLE
MODIFICATION ON THE IMPROVEMENT OF MALE
HYPOGONADISM ASSOCIATED WITH METABOLIC SYNDROME
1
Objetivo: Avaliar a prevalência de diabetes melito e de tolerância
diminuída à glicose em indígenas. Métodos: Foram analisados índios com idade de 18 a 69 anos, da aldeia Jaguapiru, em Dourados,
MS. A amostra aleatória simples foi obtida tomando-se os primeiros
349 números das casas, retirados de uma urna que continha pedaços de papel com os números oficiais de todas as 1.255 casas da
S264
Casulari LA1, Caldas ADA1, Motta LDC1, Lofrano-Porto A1
Seção de Endocrinologia, Hospital Universitário de Brasília (HUB), Faculdade de
Medicina, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
1
Background: Metabolic syndrome is associated with male hypogonadism, but specific studies about the mechanisms and treatment of the
testosterone deficit are scanty. Aims: To evaluate the effects of metfor-
TEMAS LIVRES
min combined with diet and physical activity on the testicular function
of men with metabolic syndrome. Methods: Thirty-five men (40.4 ±
13.3 years old) with metabolic syndrome were evaluated before and after a four-month period of therapy with metformin 850 mg twice daily,
associated with a balanced normocaloric diet and subtle improvement
in physical activity. The subjects were divided in two groups: 21 men
with normal plasma testosterone levels (≥ 300 ng/dL) and 14 patients
with low plasma testosterone levels (< 300 ng/dL). Results: There was
a significant decrease in fasting insulin levels and HOMA-IR after treatment (p = 0.01 and p = 0.06), which was more pronounced in the hypogonadic group (for the effect of absence or presence of hypogonadism, p = 0.04). The mean total and free testosterone levels increased
significantly after treatment in both groups, similarly. The increase in
FSH levels was more pronounced in the hypogonadic group than in
the eugonadic group. Conclusion: In this series of men with metabolic
syndrome, treatment with metformin associated with healthy dietary
modifications and a mild physical activity increment resulted in significant improvement of insulin sensitivity and increase in total and free
testosterone levels, regardless of the presence of hypogonadism.
P031
HIPOPITUITARISMO, HIPERPROLACTINEMIA E PRESSÃO
INTRASSELAR EM PACIENTES COM ADENOMA DE HIPÓFISE
Borba AM1, Pereira Neto A1, Naves LA2, Casulari LA2
Serviço de Neurocirurgia, Hospital Universitário de Brasília (HUB). 2 Serviço de
Endocrinologia, HUB, Brasília, DF, Brasil
1
Introdução: A pressão intrasselar média (PIM) pode ter relação direta com a presença de hipopituitarismo e a hiperprolactinemia. Os
valores elevados da PIM são incompatíveis com o suprimento exclusivamente venoso da glândula. O tratamento cirúrgico do tumor
pode melhorar essas alterações. Objetivo: Avaliar a relação entre a
pressão intrasselar média (PIM), a prolactinemia e o hipopituitarismo
no pré-operatório e em reavaliação tardia de pacientes com adenoma
hipofisário. Métodos: A PIM foi medida com cateter de fibra óptica
e definida pela média dos valores a cada 20 segundos por 10 minutos
em portadores de adenoma hipofisário submetidos à cirurgia transesfenoidal, via sublabial. Exames físicos e laboratoriais definiram o
status endócrino no pré-operatório e em seguimento tardio. Resultados: Foram estudados 25 pacientes com média de 48 ± 11,6 meses de
intervalo entre a primeira e a segunda reavaliação. A PIM foi de 33,3
± 12,1 mmHg e esteve acima de 30 mmHg em 56% dos casos. Exceto
pelo nível de tiroxina livre (T4L) pré-operatório, com relação inversa
e moderada (rs = -0,552; ρ = 0,03) com a PIM, os demais hormônios
não apresentaram correlação significativa. A presença ou a gravidade
do hipopituitarismo não se relacionou à PIM em nenhum momento
avaliado. A média de prolactina pré-operatória foi maior, porém não
significativa, no grupo com hipertensão intrasselar, o que não ocorreu no seguimento. Conclusões: A técnica de mensuração da PIM
mostrou valores homogêneos e confiáveis para cada paciente. Apenas
as medidas de T4L pré-operatórios correlacionaram-se com a PIM.
P033
SINTOMAS VESTIBULARES EM PACIENTES PORTADORES DE
ALTERAÇÕES METABÓLICAS
Mota LAA1, Queiroz RB1, Oliveira LM1, Barbosa KMF1, Nascimento
Neto JR1
Faculdade de Ciências Médicas, Universidade de Pernambuco (UPE), Recife,
PE, Brasil
1
Introdução: O aparelho vestibular ou labiríntico é um órgão que é
composto pela cóclea, responsável pela audição, e pelo aparelho vestibular, que coordena o equilíbrio postural. É um órgão que apresenta
alta taxa metabólica, necessitando, assim, de um adequado aporte
de oxigênio e energia. São descritas várias causas relacionadas com o
surgimento dos distúrbios do aparelho vestibular. Dentre essas causas
estão os distúrbios metabólicos, tais como disfunção metabólica da
glicose e da glândula tireoide, problemas relacionados ao metabolismo lipídico e às variações hormonais da mulher. A principal alteração
vestibular encontrada nos distúrbios metabólicos é a tontura. O mau
funcionamento do labirinto humano pode ser considerado como indicador da existência de problemas orgânicos sistêmicos. Este estudo
tem como objetivo alertar o médico para a associação entre os distúrbios metabólicos e possíveis sintomas vestibulares. Material e métodos: Estudo do tipo revisão de literatura com bibliografia obtida por
meio da pesquisa de artigos pelas bases de dados PubMed, LILACS,
Bireme e Scielo, sendo usados os artigos publicados durante os perío­
dos de 1990 e 2010. Os descritores usados foram tontura, tireoide,
glicose, hiperlipidemia e doenças vestibulares que foram retirados dos
Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Resultados: As desordens
no metabolismo da glicose (diabetes melito), no metabolismo dos
lipídios (hiperlipidemia), no metabolismo dos hormônios tireoidianos (hipotireoidismo) e alterações dos níveis de estrógenos e progesteronas, tanto endógenos quanto exógenos, podem estar associadas
com o surgimento de sintomas vestibulares. A tontura foi a principal
queixa apresentada por pacientes com sintomas vestibulares. Notouse que as mulheres são mais suscetíveis às alterações otoneurológicas.
Conclusão: É importante o devido controle das alterações metabólicas para que não haja o surgimento dos sintomas vestibulares, uma
vez que a existência desses sintomas pode comprometer em diferentes graus a habilidade de comunicação, o comportamento psicológico, o desempenho social e profissional desses pacientes. Também
deve se atentar para a possibilidade dos sintomas vestibulares serem
um indicativo da existência de alterações sistêmicas.
P034
EVOLUÇÃO LABORATORIAL E CLÍNICA DAS CRIANÇAS COM
ALTERAÇÃO DO TESTE DE TRIAGEM NEONATAL, COM TSH
NEONATAL ENTRE 5,2 E 10,0 μU/mL, NO ESTADO DE SERGIPE
Silveira LC1, Neves UD1, Fiuza CM1, Carvalho AP1, Santos EG1
1
Serviço de Endocrinologia, Universidade Federal de Sergipe (UFS), SE, Brasil
Objetivo: Identificar a frequência de hipotireoidismo congênito (HC)
em crianças convocadas pelo programa nacional de triagem neonatal de Sergipe (PNTN-SE), entre janeiro de 2005 e agosto de 2006,
por apresentarem TSH neonatal entre 5,2 e 10,0 μU/mL. Métodos:
Classificou-se essa casuística de acordo com a confirmação sérica (TSH
e T4 livre) em: HC descartado, quando TSH < 4,2 μU/mL, e HC
confirmado, quando TSH > 9,0 μU/mL. Para o grupo HC suspeito
(TSH entre 4,2 e 9,0 μU/mL), realizaram-se revisão de prontuário
e nova coleta sérica, quando necessário. Resultados: Analisam-se os
dados de 212 crianças e 25 (11,8%) tiveram o diagnóstico de HC confirmado. Dessas, 23 crianças só tiveram seu diagnóstico confirmado
no seguimento ambulatorial e não seriam identificadas caso o ponto
de corte fosse de 10,0 μU/mL. Conclusões: Sabe-se que um percentual dessas crianças terá seus exames normalizados (hipotireoidismo
transitório), mas o objetivo é prevenir alterações neuropsicomotoras e
seguir adequadamente aquelas que terão hipotireoidismo permanente.
P035
ANÁLISE QUANTITATIVA DOS NÍVEIS GLICÊMICOS
ENCONTRADOS EM INDIVÍDUOS HIPERTENSOS NÃO
DIABÉTICOS DE UMA USF – ESTUDO TRANSVERSAL
Marques PO1, Santos EC2, Cruz CG1, Guimarães MA1
1
2
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB.
Especialista em Saúde da Família, PB, Brasil
Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) e o diabetes
melito (DM) são comorbidades inter-relacionadas que, quando não
S265
TEMAS LIVRES
tratadas, aumentam o risco tanto de micro quanto de macroangiopatias. A HAS é duas vezes mais prevalente entre indivíduos diabéticos e, no momento do diagnóstico do DM, o quadro hipertensivo já está presente em cerca de 40% dos pacientes. Estudos como
o DCCT e o UKPDS concluíram que o risco de complicações em
pacientes diabéticos tem associação direta com o não controle adequado da glicemia. O desconhecimento do diagnóstico de diabetes
entre os indivíduos hipertensos contribui, consideravelmente, para
ocorrência ainda mais precoce de complicações, já que, nesses casos,
os níveis glicêmicos não são o alvo da atenção primária. Objetivos:
Identificar níveis glicêmicos alterados em pacientes hipertensos não
diabéticos de uma Unidade de Saúde da Família (USF) no município
de Campina Grande – PB. Métodos: Estudo de corte transversal
com 92 hipertensos não diabéticos, cadastrados e acompanhados na
USF. Durante a distribuição mensal de medicamentos da unidade,
foram realizadas aferições de glicemia capilar com glicosímetro TrackEASE, sem se observar o intervalo de tempo desde a última refeição. Sabendo-se que uma glicemia casual maior que 200 mg/dL,
na presença de sintomatologia sugestiva de diabetes, fecha o diagnóstico da doença, esse valor foi o ponto de corte entre as medidas
glicêmicas obtidas. A pesquisa foi realizada após obtenção de parecer
favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual
da Paraíba (CEPUEPB). Os dados foram digitados e submetidos à
análise estatística no programa EPI-INFO 3.5.1. e Microsoft Excel 2007. Resultados: Na população de hipertensos não diabéticos
estudada (N = 92), encontram-se 86% dos pacientes (N = 79) com
glicemia capilar casual com um valor inferior a 200 mg/dL e 14%
(N = 13) desses com glicemia capilar casual com um valor superior a
200 mg/dL. Conclusão: O estudo na USF apresentou valores glicêmicos casuais alterados em um percentual significativo de hipertensos não diabéticos, corroborando com os achados na literatura que
apontam uma inter-relação entre HAS e DM. Deve-se, portanto,
rastrear continuamente os níveis de glicemia em pacientes hipertensos, mesmo na ausência de diagnóstico prévio de DM, objetivando
o início do tratamento precoce da segunda patologia e, retardando,
assim, o aparecimento e a progressão de complicações micro e macrovasculares associadas a essas duas doenças.
P036
AVALIAÇÃO DO PERFIL CLÍNICO E DA MUDANÇA DOS
PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS E LABORATORIAIS DOS
PACIENTES OBESOS SUBMETIDOS À CIRURGIA DE FOBICAPELLA
Assunção LF1, Ferreira Júnior JAA1, Melo GCMP1, Lacerda DFM1,
Cajueiro SEF1, Rodrigues AFA1, Evangelista Neto J1, Almeida NCN1,
Ferreira MNL1
1
Programa de Cirurgia Bariátrica
Introdução: O Brasil tem cerca de 18 milhões de pessoas consideradas obesas. A falha dos tratamentos clínicos para a obesidade mórbida é superior a 90,0%, o que estimulou a busca por alternativas de
tratamento desses pacientes. A técnica da derivação gástrica a FobiCapella é a mais utilizada para tratamento cirúrgico da obesidade
mórbida. Material e métodos: Estudo retrospectivo longitudinal
no qual foram analisados 197 prontuários de pacientes do Programa
de Cirurgia Bariátrica (PCB), de um grande hospital de Recife, submetidos à cirurgia bariátrica, de janeiro de 2005 a março de 2008.
Para a coleta de dados foi utilizado um formulário padronizado com
informações sobre a identificação de cada paciente e dados quanto a
sexo, antecedentes pessoais e índice de massa corporal (IMC) antes
e após a cirurgia e níveis dos perfis lipídico e glicêmico no préoperatório e com 6 e 12 meses após. Resultados: Encontrou-se
a frequência de 74,6% de pacientes do sexo feminino. Em relação
S266
aos antecedentes pessoais, foi encontrada a frequência de 18,9% de
pacientes diabéticos; 76,2% hipertensos; 21,7% com refluxo gastroesofágico; 81,1% com osteopatia; 79,0% com distúrbios do sono
e 2,8% com diagnóstico de hipotireoidismo. Apenas 109 pacientes
apresentavam descritos no prontuário o peso no pré-operatório e
com um ano de pós-operatório; as médias do IMC desses pacientes
foram, respectivamente, 47,58 e 31,46. Ao comparar as médias de
IMC antes e depois do procedimento, percebe-se diminuição de,
aproximadamente, 33,88% no IMC desses pacientes. Por fim, em
relação aos exames laboratoriais registrados pelos médicos do PCB,
foi encontrado que a glicose de jejum no pré-operatório teve média
de 114,85; com 6 meses de pós-operatório a média foi de 88,87;
com 12 meses de pós-operatório a média foi de 81,78. As médias de
colesterol HDL no pré-operatório e no pós-operatório com 6 e 12
meses foram, respectivamente, 44,50, 50,11 e 51,08. As médias de
colesterol LDL no pré-operatório e no pós-operatório com 6 e 12
meses foram, respectivamente, 111,13, 95,90 e 98,36. As médias
de triglicerídeo no pré-operatório e no pós-operatório com 6 e 12
meses foram, respectivamente, 167,81, 107,64 e 88,08. Conclusão: Percebe-se, claramente, ao analisar os dados, a diminuição do
IMC na grande maioria dos pacientes com um ano de pós-operatório, o que demonstra a real efetividade dessa linha de tratamento
no combate à doença da obesidade. Associada à queda significativa
dos parâmetros antropométricos, pode-se observar, também, uma
melhora importante do perfil laboratorial dos pacientes, os quais
apresentaram quedas apreciáveis nos níveis glicêmicos, de colesterol
LDL e de triglicerídeos, bem como elevação das taxas de colesterol
HDL durante o acompanhamento. Diante das comorbidades apresentadas pelos integrantes do projeto, salienta-se a importância de
alterações menstruais em mulheres, distúrbios do sono e osteopatia
com elevada frequência no pré-operatório, sendo esses fatores sabidamente modificáveis apenas com a redução da adiposidade corporal.
P037
A OBESIDADE NA ADOLESCÊNCIA, SUAS CAUSAS, FATORES
DE RISCO, TRATAMENTO E A IMPORTÂNCIA DE BONS
HÁBITOS ALIMENTARES PARA A MANUTENÇÃO DA SAÚDE
Braga KS1, Andrade MC1
1
Nutricionistas
Este trabalho tem o objetivo de contribuir para o conhecimento
sobre a obesidade na fase da adolescência. Visto que por meio de
estudos observa-se a alta prevalência nessa faixa etária, que apresenta rápido crescimento nas últimas décadas, sendo caracterizada
como epidemia mundial. Por isso, observa-se a importância do
estudo e da compreensão a respeito dessa doença multifatorial,
que envolve, além de fatores nutricionais, aspectos genéticos,
psicossociais, metabólicos, entre outros. Visto que a obesidade
representa grande risco para a saúde. Dentre os fatores de riscos,
os ambientais são de grande relevância na gênese da obesidade, o
hábito alimentar da criança e da família e o tipo de alimentação
instituída no primeiro ano de vida. Sabe-se que adoção de hábitos
alimentares adequados e estilo de vida saudável na infância e na
adolescência contribuem para a prevenção de problemas comuns
no adulto, tais como doenças cardiovasculares, hipertensão, dislipidemias, diabetes e obesidade. A prevenção é a melhor solução, pois mudança de hábitos alimentares deve ser acompanhada
pela família, já que a família é responsável pela compra e preparo
dos alimentos em casa, transmitindo seus hábitos alimentares aos
adolescentes. E também é importante fazer acompanhamento
nutricional, procurando uma equipe de saúde para prevenção e
tratamento da obesidade.
TEMAS LIVRES
P038
THE ROLE OF COMBINED THERAPY FOR ACROMEGALIC
PATIENTS RESISTANT TO LONGTERM THERAPY WITH
OCTREOTIDE LAR
Vilar L, Naves LA, Montenegro RM, Azevedo MF, Casulari LA,
Montenegro Jr RM, Figueiredo P, Albuquerque JL, Pontes L, Montenegro L,
Silva SP, Ibiapina GR, Alves GS, Cunha RA, Cortês G, Faria MS
Background: Among the drugs commercially available in Brazil, the
long-acting somatostatin analog octreotide LAR (OCT-LAR) is the
most effective. However, even at high doses, longterm treatment
with this drug fails to achieve adequate control of GH and IGF-I
levels in approximately 35% of patients both as primary or adjunct
therapy. Cabergoline, a potent dopamine agonist, is a cheaper alternative to OCT-LAR that allows control of GH and IGF-I in up one
third of patients. Better results are found in patients with concomitant hyperprolactinemia. Objective: To evaluate the effectiveness
of the addition of cabergoline to acromegalic patients resistant to
longterm therapy with OCT-LAR. Patients and methods: A total
of 52 patients resistant to longterm therapy (at least, 12 months) to
OCT-LAR (30-40 mg every 28 days IM) were given cabergoline (at
the maximum dose of 3.5 mg/week). Data on acromegalic patients
submitted to combined therapy were collected in 4 Brazilian endocrine centers. Results: Among the 52 patients evaluated, 54% were
females. Their age ranged from 23 to 71 years (mean ± SD, 48.4 ±
14.5). Normalization of IGF-I levels were achieved in 40.4% of patients after the addition of cabergoline (at doses ranging from 1 mg
to 3.5 mg/week). Compared to non-responsive subjects, responsive
patients had higher mean % ULNR-IGF-I values (226.4 ± 95.2 vs
171 ± 88.1; p = 0.01) and higher mean prolactin (PRL) levels (93.2 ±
76.5 vs 27.4 ± 30.3 ng/mL; p = 0.001). However, the rate of hyperprolactinemia did not significantly differ (40% vs 34%; p = 0.78) when
responsive and non-responsive patients were compared. Moreover,
the rate of positive PRL immunohistochemical staining was similar
in responsive and non-responsive patients. Conclusion: The combination of octreotide LAR + cabergoline may be useful in patients
partially responsive to octreotide LAR, even in the absence of hyperprolactinemia or if immunohistochemistry is not positive for PRL.
P039
DIETA DE MUITO BAIXA CALORIA: PERDA DE PESO
SUBSTANCIAL E SUSTENTADA EM PACIENTE HOSPITALIZADO
Carvalho AP1, Silveira LC1, Fiuza CM1, Alcântara MRS1, Rezende KF1
1
Serviço de Endocrinologia, Universidade Federal de Sergipe (UFS), SE, Brasil
O aumento da prevalência da obesidade e sua morbimortalidade vem adquirindo proporções epidêmicas. A expectativa de
vida é reduzida proporcionalmente à gravidade da obesidade.
O presente trabalho relata a perda de peso de uma paciente de 33
anos de idade pesando 297 kg (índice de massa corporal 130 kg/
[m.sup.2]) durante internação hospitalar por enfermidade aguda.
A paciente estava confinada à cama por diminuição de força muscular, anemia por metrorragia e insuficiência respiratória por distúrbio ventilatório restritivo secundárias ao excesso de peso. Por
causa da necessidade de redução de peso rápida, uma abordagem
hospitalar com uma dieta de muito baixa caloria (VLCD) e gestão de equipe multidisciplinar foi instaurada. A intervenção com
VLCD foi prescrita em conjunto com as intervenções da equipe
médica, fisioterapia regular, terapia comportamental e aconselhamento dietético. Medidas antropométricas e bioquímicas foram
obtidas durante o período de tratamento. A paciente obteve perda de peso de 133 kg (55% do peso corporal inicial) ao longo de
uma internação de sete meses. Após resolução nas comorbidades
relacionadas à obesidade, foi possível alta hospitalar com acompanhamento ambulatorial. A utilização de uma VLCD em um
indivíduo motivado em um ambiente hospitalar, juntamente com
a contribuição da equipe multidisciplinar, resultou na perda de
peso substancial e sustentada, com impacto na saúde.
P040
ESTUDO COMPARATIVO DOS NÍVEIS GLICÊMICOS
ENTRE HIPERTENSOS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES
DE ATIVIDADE FÍSICA REGULAR – ESTUDO DE CORTE
TRANSVERSAL
Cruz CG1, Guimarães MA1, Marques PO1, Santos EC2
1
2
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil.
Médico Especialista em Saúde da Família
Introdução: A inatividade física da população moderna é um importante fator contribuinte para o desenvolvimento de doenças crônicas,
como a hipertensão e o diabetes melito tipo 2, em pessoas propensas.
A prática regular de atividade física, associada a uma dieta adequada,
é capaz de contribuir de maneira expressiva no controle glicêmico,
fundamental para a redução das chances de desenvolvimento de complicações micro e macrovasculares inerentes a essas comorbidades.
Objetivos: Avaliar, entre a população em tratamento para hipertensão arterial sistêmica de uma Unidade de Saúde da Família no município de Campina Grande – PB, a relação entre níveis glicêmicos e a
prática de atividade física. Métodos: Trata-se de um estudo de corte
transversal para o qual foi utilizado o banco de dados da pesquisa
“Comparação dos índices de massa corpórea (IMC) de hipertensos
e diabéticos em uma unidade de saúde da família no município de
Campina Grande-PB”, realizada sob parecer favorável do Comitê de
Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba. Os dados
foram coletados por meio de um questionário semiestruturado anônimo, avaliando a prática regular de atividade física. Após aplicação do
questionário, a glicemia capilar foi verificada utilizando-se um glicosímetro Track EASE. Os dados foram digitados e submetidos à análise estatística no programa EPI-INFO 3.5.1. Resultados: A amostra
compreendeu 114 pacientes, entre os quais 70,4% (N = 80) eram do
sexo feminino e 19,3% (N = 34), do sexo masculino. Analisando as
glicemias encontradas, observou-se que a glicemia capilar média das
114 pessoas hipertensas participantes da pesquisa foi de 136,92 ml/dl.
Dentre esses, 62,55% (N = 90) dos entrevistados eram hipertensos sedentários apresentando uma glicemia capilar média de 143,80 mg/dl,
maior 5% que a média geral dos entrevistados. Os demais hipertensos,
representando 37,45% (N = 54) dos entrevistados, eram praticantes
de exercício físico e apresentaram uma glicemia capilar média de
128,53 mg/dl, menor 6,1% quando comparada aos níveis glicêmicos
médios da população geral estudada. Conclusão: Os resultados dessa
pesquisa comprovam que o estímulo à prática de atividade física é
fundamental para o controle glicêmico. Quando associada a uma dieta equilibrada, a atividade física é uma grande ferramenta no controle
glicêmico, atuando na prevenção primária entre os predispostos ao
desenvolvimento de diabetes melito e, secundariamente, no combate
às complicações decorrentes de estados hiperglicêmicos.
P041
HIPERPARATIREOIDISMO NORMOCALCÊMICO NA PRÁTICA
CLÍNICA: UMA CONDIÇÃO INDOLENTE OU UMA AMEAÇA
SILENCIOSA
Marques TF1, Diniz ET1, Rego D1, Vasconcelos RS1, Viturino MGM1,
Ugulino L1, Macedo LF1, Bezerra IMA1, Griz L1, Bandeira F1
1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães, Sistema
Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
Introdução: Uma entidade que vem ganhando crescente interesse
científico é o hiperparatireoidismo normocalcêmico (HPTN), caracterizado por níveis séricos de cálcio consistentemente normais,
S267
TEMAS LIVRES
porém com níveis de PTH elevados, e sobre a qual ainda há muitas dúvidas e discussões. Este estudo teve como objetivo avaliar a
ocorrência de HPTN e suas características clínico-laboratoriais em
pacientes referenciados a um Centro de Endocrinologia e Metabolismo Ósseo. Pacientes e métodos: Foi realizada uma análise em
um banco de dados do Centro de Endocrinologia e Metabolismo
Ósseo de Pernambuco, Recife, Brasil, de prontuários de 179 mulheres que procuraram atendimento para avaliação de osteoporose.
Após a avaliação dos critérios de exclusão, restaram 156 pacientes
que foram, então, estudadas. Todas apresentavam dosagem de cálcio sérico, níveis séricos de PTH, dosagem de 25-hidroxi-vitamina
D e C-telopeptídeo. A densidade mineral óssea (DMO) e escore-T
foram avaliados por meio de densitometria óssea de coluna lombar
(L1-L4), colo do fêmur e rádio distal, este último apenas em pacientes com hiperparatireoidismo primário. Nefrolitíase e fraturas ósseas
foram documentadas pela revisão dos registros médico. Resultados:
Foram identificadas 14 pacientes portadoras de hiperparatireoidismo
normocalcêmico, correspondendo a 8,9% da população estudada.
Nos registros médicos, o relato da existência de litíase renal ocorreu
em 28,6% dos portadores de HPTN em contraste com apenas 0,7%
nas mulheres não portadoras, com um p < 0,001. Em relação à presença de fraturas gerais, as pacientes com HPTN foram acometidas
em 21,4% versus 16,2% nas não portadoras, com p = 0,705. Não
houve diferenças estatísticas em relação à densidade mineral óssea da
coluna lombar e colo do fêmur. Conclusão: Os dados obtidos em
nosso estudo sugerem ser o HPTN uma patologia de apresentação
fenotípica variada, inclusive semelhante ao próprio hiperparatireoidismo primário clássico, refutando, assim, a teoria de tratar-se de
uma doença “indolente”. São necessários novos trabalhos que corroborem estes achados, e os mesmos serão possíveis com o uso mais
frequente da dosagem de PTH em pacientes atendidos com redução
da densidade mineral óssea, como já realizado em alguns centros.
P042
TINNITUS EM DIABETES MELITO
Barbosa KMF1, Nascimento Neto JR1, Oliveira LM1, Queiroz RB1,
Mota LAA1
Faculdade de Ciências Médicas, Universidade de Pernambuco (UPE), Recife,
PE, Brasil
1
Introdução: Tinnitus, do latim “tocar ou tilintar como um sino”,
são definidos como sensações sonoras endógenas dissociadas de
qualquer fonte externa de estimulação. Também denominados zumbidos ou acúfenos, os tinnitus têm etiologia variada, mas na maioria
dos casos estão associados a afecções que acometem a orelha interna, mais especificamente a cóclea. A orelha interna é pouco provida
de reservas energéticas, por causa disso, sua atividade metabólica é
intensa e francamente dependente de glicose e oxigênio. Qualquer
variação no fluxo ou metabolismo sanguíneo pode alterar a homeostase coclear e refletir imediatamente uma disfunção do sistema auditivo. Nos casos de diabetes melito, além das alterações metabólicas,
alterações neurovasculares também são relacionados à fisiopatologia
dos tinnitus. O espessamento dos capilares decorrente da microangiopatia diabética reduz o fluxo sanguíneo para a cóclea e dificulta
sua irrigação. A neuropatia diabética pode provocar degeneração
secundária do oitavo nervo craniano (vestibulococlear), responsável
pelos sentidos da audição e do equilíbrio. Este trabalho tem por objetivo enfatizar a existência do tinnitus e sua relação com o diabetes
melito. Método: Estudo do tipo revisão de literatura com levantamento bibliográfico realizado a partir de busca nas bases de dados
Scielo e Pubmed e nas revistas @rquivos Internacionais de Otorrinolaringologia, ACTA ORL e Tinnitus Today – American Tinnitus Association, considerando-se os artigos publicados entre 1990 e
2010. Utilizaram-se os descritores tinnitus e diabetes extraído dos
S268
Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Foram selecionadas 12
referências. Resultados: Observou-se que o tinnitus, isoladamente,
não pode ser considerado uma doença, mas um sintoma muito frequente em pacientes com alterações no metabolismo da glicose e na
ação da insulina decorrentes do diabetes melito. Apesar de não existir um tratamento específico para o tinnitus, o controle da sua causa
subjacente, no caso o diabetes melito, pode acarretar alívio desse
sintoma e melhor qualidade de vida para o paciente. Conclusão:
É significativamente importante a avaliação auditiva de pacientes
com diabetes melito, visto que esse é um grupo com risco potencial
para o desenvolvimento de alterações auditivas, sobretudo tinnitus.
Quanto mais precocemente forem detectadas e tratadas as alterações
metabólicas do paciente, melhores serão o direcionamento e a eficácia do tratamento do tinnitus, essa desagradável sensação auditiva.
P043
TIREOIDOPATIAS SECUNDÁRIAS AO TRATAMENTO DOS
CÂNCERES PEDIÁTRICOS EM PACIENTES ACOMPANHADOS
EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Silva MRM1, Nogueira MCL1, Santos LAV1, Ortolan M1, Morais VLL1,
Almeida NCN1
1
Centro de Onco-hematologia Pediátrico, Hospital Universitário Oswaldo Cruz,
Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
Introdução: Ultimamente, observou-se um aumento na sobrevida
dos pacientes acometidos por câncer infantil. O estudo dos efeitos
tardios nesses pacientes se faz necessário por causa da agressividade
da terapêutica. Objetivos: Avaliar as sequelas relacionadas à tireoide
em pacientes sobreviventes do câncer infantil. Método: Foram revisados 381 prontuários de pacientes sobreviventes do câncer infantil
tratados em um hospital universitário, dos quais 306 pacientes estavam em acompanhamento. Resultados: Dentre os pacientes com
alguma tireoidopatia, as neoplasias de base mais prevalentes foram o
linfoma de Hodgkin (19,51%), seguida de leucemia linfoide aguda
(17,07%), retinoblastoma (12,19%) e tumores do sistema nervoso
central (12,29%). Observou-se que 41 pacientes (13,39%) apresentaram alguma sequela tireoidiana. Desses, 29 eram do sexo masculino e 12 do sexo feminino. A média do tempo para o surgimento
da sequela tireoidiana após tratamento do câncer foi de 12,49 anos
(6-36). A grande maioria dos pacientes (85,36%) que desenvolveu
alguma sequela tireoidiana foi submetida à radiação no decorrer do
tratamento. Dentre as sequelas encontradas, a mais frequente foi o
hipotireoidismo (70,73%), seguida de hipertireoidismo (17,07%),
nódulos tireoidianos (7,31%) e cânceres de tireoide (4,87%). Conclusão: Os achados obtidos corroboram os da literatura, exceto o
hipertireoidismo, tido como efeito tardio raro, que foi observado
em 17,07% dos pacientes. Achado interessante foi a maior incidência das alterações tireoidianas no sexo masculino, ao contrário do
que ocorre na população em geral. A radioterapia e a dose aplicada
aparecem como os principais agentes responsáveis pelas disfunções
tireoidianas. As sequelas tireoidianas reiteram a importância de avaliações clínicas periódicas a longo prazo nos pacientes sobreviventes
do câncer infantil.
P044
HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO ASSOCIADO COM
NÍVEIS MUITO ELEVADOS DE CÁLCIO E PTH SUGESTIVOS DE
CARCINOMA PARATIREOIDEO
Vilar L, Pontes L, Montenegro L, Pontes S, Ibiapina GR, Montenegro
JL, Carvalho MFL, Melo ATB, Canadas V, Ferreira VS, Campos R,
Teixeira L, Moura E, Falcão DM, Cunha RA, Alves GS, Gusmão A
MLS, 49 anos, encaminhada ao ambulatório da endócrino após investigação na hematologia de anemia, astenia, perda de peso e do-
TEMAS LIVRES
res ósseas. TAC torácica revelou massa cervical de 3 cm em topografia de paratireoide. Durante avaliação em nosso ambulatório foi
evidenciado: cálcio: 18,7 mg/dL; PTH 1017 pg/mL; radiografias
de crânio, mãos e coluna vertebral com alterações características de
hiperparatireoidismo. Cintilografia de paratireoide com sestamibi:
hipermetabolismo, compatível com adenoma/hiperplasia de paratireoide na projeção do polo inferior do lobo tireoidiano direito. A paciente foi encaminhada para cirurgia e aguarda-se o histopatológico.
P045
USO DE CABERGOLINA NO TRATAMENTO DE TUMORES
HIPOFISÁRIOS CLINICAMENTE NÃO FUNCIONANTES: RELATO
DE TRÊS CASOS
Barreto RGO1, Almeida FP1, Moura FF1, Souza APTC1
1
Universidade de Pernambuco (UPE). Hospital Universitário Oswaldo Cruz
(HUOC), Recife, PE, Brasil
O uso da cabergolina (CAB) em pacientes com adenomas hipofisários
clinicamente não funcionantes (ACNF) é um achado pouco frequente
na prática clínica. Na maioria dos estudos realizados não houve redução
significativa nos tumores hipofisários em região selar. Descreveram-se
3 casos, 2 pacientes eram do sexo masculino e 1 do sexo feminino, 2
idosos e 1 adulto jovem, que apresentavam ACNF responsivos ao tratamento com cabergolina, na dose 0,5 mg\3 vezes por semana durante
1 a 3 meses. O tamanho dos macroadenomas suprasselares variava de
1,9 cm a 2,5 cm, como descritos na RMN e TC, além de apresentarem
os seguintes sintomas: diminuição súbita de nível de consciência e cefaleia de intensidade forte. Apesar de um dos pacientes ter compressão
do quiasma óptico, em nenhum deles houve alteração do campo visual.
No quadro laboratorial, 2 pacientes não apresentaram alterações hormonais significativas, em apenas 1 deles foi verificado pan-hipopituitarismo (cortisol, ACTH baixos e PRL normal). Depois do tratamento
com a CAB, já com um mês de uso, houve redução tumoral de 0,6
cm em um paciente e presença de cisterna suprasselar livre de massas
nos outros dois. O desaparecimento dos sintomas foi verificado em 2
pacientes, apesar de que o outro não obteve melhora na sua cefaleia.
Constata-se, portanto, que a CAB representa uma opção terapêutica
segura com boa eficácia e tolerabilidade, tanto para micro como para
macroadenomas. A CAB deve ser levada em consideração no tratamento dos ACNF, pois os resultados apresentados mostraram a sua
atuação na redução tumoral e no alívio dos sintomas nesses pacientes.
P046
SAZONALIDADE DE LIPÍDIOS SÉRICOS
Lima JG1, Nóbrega LHC1, Nóbrega MLC1, Sousa AGP1, Oliveira MA1,
Baracho MFP1, Nunes A1, Gomes LS1, Freitas YGPC1, Santos JR AC1,
Souza AB1
Hospital Universitário Onofre Lopes, Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil
1
Introdução: Existem evidências demonstrando que ocorre uma variação sazonal nos níveis séricos de lipídeos, embora esse mecanismo
ainda não seja totalmente compreendido. Os estudos têm mostrado
que há uma tendência dos níveis lipídicos aumentarem no outono
e inverno, com alguns estudos mostrando diferenças importantes
na prevalência de hipercolesterolemia nas diversas estações do ano.
O objetivo deste trabalho é determinar se há variação mensal do
perfil lipídico de uma população no ano de 2009. Métodos: Foram selecionadas dosagens de lipídeos séricos colhidas entre janeiro
e dezembro de 2009, incluindo HDL, colesterol total (CT) e triglicerídeos (TG). O LDL foi calculado pela fórmula de Friedwald,
excluindo-se aqueles com triglicerídeos acima de 400. A amostra
total foi de 11.635 dosagens; apenas pacientes com as três dosagens
no mesmo dia foram selecionados. Os resultados foram agrupados
de acordo com as estações do ano e, posteriormente, conforme
os meses em que foram realizados. Foram calculados a média e o
desvio-padrão para cada período estudado. Resultados: O inverno
foi a estação que teve o pior perfil lipídico (CT e LDL mais elevados e HDL mais baixo), enquanto nos meses de outono o perfil foi
melhor. Tais variações foram estatisticamente significantes. Os níveis
de CT foram progressivamente crescentes entre os meses de maio a
agosto e decrescentes de setembro a maio, com o valor máximo obtido em agosto (204 ± 44,6 mg/dl) e o valor mínimo obtido em maio
(178,6 ± 41,7 mg/dl). Os valores de LDL mostraram-se crescentes
em julho e agosto (máximo de 128,6 ± 38,1 mg/dl) e decrescentes
de janeiro a junho e de setembro a dezembro (valor mínimo, em junho, de 96 ± 35 mg/dl). Com relação aos níveis de TG, foram verificados períodos de valores crescentes de abril a junho e de setembro
a novembro, com períodos decrescentes entre os meses de janeiro a
março, julho a agosto e dezembro (mínimo de 141,9 ± 91,6 mg/dl
em março e máximo de 172,7 ± 121,4 mg/dl em junho). Os valores
de HDL apresentaram valor máximo em dezembro (51,7 ± 8,9 mg/
dl) e mínimo em julho (45,3 ± 9,7 mg/dl), sem um padrão de variação bem definido. Conclusão: Existe uma variação sazonal dos lipídios séricos, entretanto, como não há um padrão bem estabelecido
de estações do ano, outros fatores podem ser responsáveis por causar
tais alterações. Atividade física e mudanças dietéticas decorrentes de
períodos festivos podem estar implicadas em tais variações. Mais estudos são necessários para identificar esses fatores.
P047
LINFOMA DE CÉLULAS B MARGINAL (LINFOMA MALT) DA
TIREOIDE – RELATO DE CASO
Ferreira VS, Vilar L, Gusmão A, Pontes L, Montenegro L, Silva SP,
Ibiapina GR, Montenegro JL, Carvalho MFL, Melo ATB, Canadas V,
Ferreira VS, Campos R, Teixeira L, Falcão DM, Cunha RA, Alves GS,
Moura E
Caso clínico: Paciente com 70 anos, com queixa de aumento de volume da região cervical anterior nos últimos dois meses. Negava dor e
sinais inflamatórios. Exame físico: tireoide palpável (++/4+), móvel,
fibroelástica, difusa, porém com massa palpável de ± 4 cm no lobo
esquerdo (LE). A função tireoidiana (TSH, T4 livre e antiTPO) eram
normais. À USG evidenciou-se no LD nódulo sólido isoecoico ao
parênquima, medindo 1,1 cm no LD, nódulo de 6,3 cm no LE e um
outro de 3,3 cm no istmo. O paciente foi submetido à PAAF guiada
por USG, com laudo citológico de bócio adenomatoso associado a
células linfoides e ocasionais células exibindo diferenciação do tipo
Hurthle. Também foram encontradas numerosas células de padrão
linfocitoide dispostas de maneira isolada. O paciente foi encaminhado
para tireoidectomia, porém se recusou e insistiu em realizar nova punção. Três meses depois retornou com tireoide com maior aumento no
LE à palpação. Realizada nova PAAF, que mostrou ausência de células neoplásicas no material examinado. O paciente foi finalmente submetido à cirurgia, com diagnóstico final de microcarcinoma papilar,
variante oncocítica (0,3 cm), tireoidite linfocítica crônica e linfoma
de células B marginal (linfoma MALT) da tireoide, com positividade
para CD 20 e negatividade para CD10, CD23 e CD5.
P048
A REALIDADE DO HIPERDIA NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
DA FAMÍLIA EM CAMPINA GRANDE/PB
Araújo CQB1, Bruno ELA1, Couto JP1, Teixeira JVM1, Coutinho
LQCM1, Sá RMN1
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM-CG), Campina
Grande, PB, Brasil
1
Introdução: O Hiperdia é um sistema informatizado de cadastro
e acompanhamento dos pacientes portadores de hipertensão arterial
(HA) e diabetes melito (DM), os quais são considerados problemas
de saúde pública. É notável a redução da morbimortalidade de pa-
S269
TEMAS LIVRES
cientes hipertensos e diabéticos após a implantação do programa.
O objetivo fundamental deste trabalho é descrever a realidade do
funcionamento do Hiperdia na Unidade Básica José Pinheiro I. Métodos: Foram feitas visitas à Unidade Básica de Saúde da Família
(UBSF) de Campina Grande – PB, visando coletar dados específicos, bem como obter maiores informações a respeito do funcionamento do Hiperdia. Resultados: Em nossa região a atividade
do programa Hiperdia vem sendo desenvolvida nos Programas de
Saúde da Família que conta com o apoio de médicos, enfermeiros,
agente comunitário de saúde, assistente social, ou seja, uma equipe
multidisciplinar. O atendimento a esses clientes ocorre por meio de
uma sistematização, em que é feita uma consulta médica, mediante
a qual é suspeitada a presença dessas enfermidades, solicitam-se os
exames complementares e, quando há a confirmação, esses pacientes
são cadastrados no Hiperdia e passam a receber seus medicamentos.
A equipe de saúde da referida unidade encontra-se bem integrada,
trabalhando em conjunto para melhor atender a comunidade, contudo uma falha encontrada foi na falta de atividades relacionadas à
educação continuada, em forma de palestras, reuniões para esclarecer a comunidade a respeito da prevenção em saúde, bem como outros temas que a equipe sinta necessidade. Conclusão: Na unidade
de saúde da família visitada, a atividade do programa Hiperdia vem
sendo desenvolvida de forma satisfatória, com o apoio de médicos,
enfermeiros e agente comunitário de saúde, orientando em relação
à adesão ao tratamento, aceitação e compreensão da patologia, dieta alimentar, plano medicamentoso, tabagismo, atividade física, alcoolismo, entre outros. Contudo, essa orientação encontra-se com
falhas, pois na unidade não há educação continuada, educação essa
que deveria ser implantada para os pacientes do Hiperdia, bem como
os outros usuários da unidade, pois a educação e o acompanhamento
visam prevenir as possíveis complicações dessas patologias.
P049
A REALIDADE SOBRE O CONHECIMENTO DE MÉDICOS
RECÉM-FORMADOS NO TRATAMENTO DO DIABETES MELITO
NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB
Teixeira JVM1, Silva AT1, Araújo CQB1, Medeiros Jr PF1
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM-CG), Campina
Grande, PB, Brasil
1
Introdução: O diagnóstico e o tratamento do diabetes melito (DM)
ganha cada vez mais importância em virtude do crescente e assustador número de casos da doença, com consequentes complicações
decorrentes da evolução natural da doença. Tendo em vista seu caráter epidêmico, é uma patologia que interessa a todos os profissionais de saúde. Métodos: Para avaliar o conhecimento dos médicos
aplicou-se um questionário com sete perguntas de múltipla escolha
a 50 médicos. O questionário enfocou aspectos básicos do DM, tais
como: conceito, classificação, diagnóstico, seguimento, hipertensão
arterial, dislipidemia e complicações. Resultados: A apresentação dos
resultados da pesquisa foi feita por meio de percentuais quanto às
opções escolhidas em cada questão. Na primeira questão, que aborda
o conceito do diabetes, 100% dos médicos estão familiarizados com o
conceito do DM. No segundo item, que aborda o seguimento dessa
patologia, notou-se grande desinformação, visto que 84% dos entrevistados não consideram o colesterol como um aspecto básico a ser
avaliado periodicamente. A terceira questão descreve as complicações
do DM e verifica-se que, surpreendentemente, 10% dos médicos erraram ao responder a questão. O quarto item envolve a dosagem da
hemoglobina glicosilada, com 80% de acertos e 20% de erros. O quinto quesito interroga sobre o limite máximo ótimo da pressão arterial
para diabéticos, tendo uma média de acertos de 62%. A sexta questão
pergunta acerca do diagnóstico do diabetes em relação à glicemia, e
observa-se que 42% não sabem o nível de glicemia de jejum a partir
do qual o paciente é diagnosticado como diabético. O último quesito
aborda o colesterol LDL com índice de erro de 60%, demonstrando
o não conhecimento sobre o limite ideal máximo do colesterol LDL
S270
em diabéticos. A confusão sobre o diagnóstico sobre o DM é patente, sendo uma condição ímpar para que o tratamento seja realizado.
Conclusão: O conjunto dessas respostas mostrou que os médicos
têm um conhecimento básico não convincente sobre o diabetes. Isso
justifica um investimento maior por parte do poder público e universidades na formação e educação desses profissionais para que os
pacientes tenham tratamento e acompanhamento mais eficazes.
P050
PREVALÊNCIA DE DIABETES MELITO ENTRE UMA POPULAÇÃO
DE HIPERTENSOS ATENDIDA EM UM SERVIÇO BÁSICO DE
SAÚDE NO AGRESTE PARAIBANO
Cruz CG1, Guimarães MA1, Marques PO1, Santos EC2
1
2
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil.
Médico Especialista em Saúde da Família
Introdução: O diabetes melito (DM) e a hipertensão arterial sistêmica (HAS) são apontados como fatores de risco independentes e sinérgicos para o desenvolvimento de patologias cardiovasculares. Tais
condições representam elevado custo econômico e social, sendo apontados como importante causa de aposentadoria precoce e absenteísmo
no trabalho. O manejo dessas doenças, visando prevenir ou retardar
o aparecimento de complicações agudas e crônicas, deve ser conduzido dentro de um sistema de saúde hierarquizado, sendo seu pilar a
atenção básica à saúde. Objetivos: Analisar a prevalência da associação
entre DM e HAS em uma população atendida no serviço básico de
saúde em um município do agreste paraibano. Métodos: Trata-se de
um estudo de corte transversal para o qual foi utilizado o banco de
dados da pesquisa “Comparação dos índices de massa corpórea (IMC)
de hipertensos e diabéticos em uma unidade de saúde da família no
município de Campina Grande-PB”, realizada sob parecer favorável
do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba.
A coleta de dados foi feita utilizando questionário semiestruturado
anônimo aplicado após aceitação e assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram digitados e submetidos à análise estatística no programa EPI-INFO 3.5.1. Resultados:
A amostra compreendeu 114 pacientes, entre os quais 70,4% (80/114)
eram do sexo feminino e 19,3% (34/114), do sexo masculino. A faixa
etária mais prevalente estava acima de 60 anos, representando 46,5%
da amostra. Em relação à escolaridade, 21,1% (24/114) eram iletrados, 76,3% (87/114) tinham grau de escolaridade compreendido entre ensino fundamental incompleto e ensino médio completo e 2,6%
(3/114) possuíam ensino superior incompleto ou completo. Quanto
ao índice de massa corporal (IMC), 79% (90/114) estavam com IMC
igual ou superior a 25 kg/m2. A prevalência da associação entre DM
e HAS foi de 19,3% (22/114); desses obtiveram menores níveis tensionais e melhor controle glicêmico aqueles que praticavam atividade
física regularmente. Conclusão: Diante desse resultado, torna-se impreterível a adoção de medidas que estimulem a adesão a um estilo de
vida saudável, principalmente entre aqueles nos quais há a somatização
dos fatores de risco, os quais estão mais expostos às complicações.
Nesse sentido, a qualidade da assistência primária à saúde é essencial
para que se alcance o sucesso terapêutico e comportamental.
P051
ALTERAÇÕES METABÓLICAS EM PACIENTES
POLITRAUMATIZADOS
Fonseca Neto OCL1, Vilaça TG1, Montenegro RP1, Souza RN1,
Câmara PRA1, Pinheiro LS1
Serviço de Cirurgia do Trauma e Terapia Intensiva do Hospital da Restauração,
Recife, PE, Brasil
1
Introdução: As alterações metabólicas em pacientes vítimas de trauma são comuns e estão associadas com a sobrevida desses pacientes.
Vários escores prognósticos utilizam variáveis metabólicas (lacta-
TEMAS LIVRES
to, glicemia, pH, BE, bicarbonato, temperatura) que contribuem
para identificar os pacientes com maior risco de morte. Material
e métodos: Estudo prospectivo entre pacientes adultos atendidos
na emergência entre janeiro e março de 2010. Foram incluídos
apenas os politraumatizados com hipotensão. Análise dos gases arteriais foi realizada em todos os estudados no momento da coleta
para classificação sanguínea. A glicose e o lactato foram avaliados
por meio da mensuração de amostra arterial. Resultados: Vinte
seis pacientes foram acompanhados, sendo vinte do sexo masculino.
A idade variou entre 25-34 anos. A ingesta alcoólica ocorreu em 5
(foram excluídos). Acidente automobilístico foi a maioria (15/26),
motociclístico (6/26) e atropelamento (5/26). A associação entre
TCE e trauma torácico foi a mais frequente (10 pacientes). O índice de trauma revisado (RTS) variou de 5-9. A hiperlactatemia (>
2,5 mmol/L) ocorreu em 13 pacientes (variou de 1-10 mmol/L);
a hiperglicemia (> 150 mg/dL), em 10 (variou de 50-3/5 mg/dL).
A acidose metabólica foi encontrada em 16 pacientes (BE = -69-14) e
o pH variou de 7,45-7,1. Dos 21 pacientes, apenas 6 receberam alta
hospitalar (tempo de internamento entre 7-15 dias). Conclusões:
Alterações metabólicas em pacientes vítimas de trauma no momento
da admissão podem estar associadas com a mortalidade, devendo ser
utilizadas para identificar indivíduos de maior risco de complicações
P052
LINFOMA PRIMÁRIO DE TIREOIDE – RELATO DE CASO
Campos R, Vilar L, Gusmão A, Pontes L, Montenegro L, Pontes S,
Ibiapina GR, Montenegro L, Melo ATB, Carvalho MFL, Canadas V,
Gusmão A, Ferreira VS, Falcão DM, Teixeira L, Cunha RA, Alves GS,
Moura E
TGN, sexo feminino, 29 anos, procurou o Serviço de Endocrinologia do HC-UFPE com relato de aumento do volume cervical há
dois meses. Apresentava, ainda, disfagia e dispneia aos esforços. Não
tinha antecedentes mórbidos e não fazia uso de nenhuma medicação. Ao exame físico: tireoide aumentada de volume, de consistência endurecida, pouco móvel à deglutição, linfonodos palpáveis em
cadeia cervical bilateralmente, limites pouco precisos. Nos exames
apresentava função tireoidiana normal e USG cervical com tireoide
aumentada de volume, multinodular e com linfonodos aumentados.
Foi realizada PAAF com diagnóstico citológico de linfoma, confirmado por biópsia do linfonodo. O mielograma não mostrou alterações. A TAC de pescoço, tórax, abdome superior e pelve evidenciou
doença com acometimento cervical e mediastínico, auxiliando no
diagnóstico de linfoma de tireoide. A paciente evoluiu com piora da
dispneia e estridor laríngeo durante investigação e foi submetida à
quimioterapia de resgate. Evoluiu bem, com diminuição importante
da massa cervical, e continua em tratamento quimioterápico.
P053
ANÁLISE DA IDADE DO RECEBIMENTO DO DIAGNÓSTICO DO
DIABETES MELITO E DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NA
CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB
Peixoto SHP1, Machado LCA2, Parízio ITS2, Maurício V2, Pontes AAN1
Unidade Acadêmica de Medicina, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
(CCBS), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). 2 UFCG, Campina
Grande, PB, Brasil
1
Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma síndrome clínica de elevada prevalência, assim como o diabetes melito
(DM), sendo muitas vezes comuns a um só paciente. São entidades
que requerem grandes recursos e tempo prolongado de internação
hospitalar, além de relacionarem-se a diversas complicações tardias
como a doença arterial coronariana, acidente vascular encefálico e
nefropatia; que muitas vezes podem ser a primeira manifestação clí-
nica do paciente. A abordagem preventiva de tais doenças é feita
predominantemente nas unidades básicas de saúde, na maioria das
vezes quando o paciente já é sintomático. Objetivo: Consiste na
avaliação da idade do recebimento do diagnóstico da HAS e do DM
em mulheres no Hospital João XXIII e no Hospital Universitário
Alcides Carneiro (HUAC) em Campina Grande/PB. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo de campo censitário com 70
mulheres diabéticas pós-menopausadas internadas no Hospital João
XXIII e no HUAC em Campina Grande/PB. A análise foi realizada
mediante aplicação de um questionário no período de setembro de
2009 a março de 2010 para coleta de dados acerca da idade, cor,
grau de escolaridade, profissão, altura, peso, IMC, hábitos de vida
como etilismo, tabagismo e exercícios físicos, idade do diagnóstico
da HAS, idade do diagnóstico do DM, idade da menopausa, história
de DAC, ICC ou HA. Resultados: Foi visto que das 70 pacientes
entrevistadas, 21,42% receberam o diagnóstico do DM conjuntamente ao diagnóstico da HAS; 38,57% receberam primeiro o diagnóstico de DM. Conclusão: Os resultados mostraram elevado índice
de pacientes que se tornaram sabidamente diabéticos e hipertensos
em um mesmo momento. Tais resultados apontam falhas no sistema
de saúde, por não haver prevenção primária satisfatória para o DM e
a HAS. Talvez essa prevenção primária seja mais efetiva tanto para o
paciente quanto para o sistema público de saúde se realizada numa
faixa etária em que a prevalência dessas doenças não seja plena.
P054
AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE DOENÇAS
CARDIOVASCULARES EM MULHERES DIABÉTICAS TIPO 2
NO PERÍODO PÓS-MENOPAUSA NA CIDADE DE CAMPINA
GRANDE/PB
Peixoto SHP1, Machado LCA2, Parízio ITS2, Maurício V2, Pontes AAN1
Unidade Acadêmica de Medicina, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
(CCBS), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). 2 UFCG, Campina
Grande, PB, Brasil
1
Introdução: O diabetes melito do tipo 2 (DM2) é uma síndrome
metabólica de etiologia multifatorial e de presença global que atinge
a qualidade e o estilo de vida dos acometidos. Diabéticos podem
reduzir em 15 ou mais anos sua expectativa de vida, com a grande
maioria morrendo em decorrência das complicações cardiovasculares. Dentre essas doenças cardiovasculares (DCV), estão a hipertensão arterial sistêmica (HAS), a doença arterial coronariana (DAC) e
a insuficiência cardíaca (IC). Já a menopausa propicia tanto sintomas
desconfortáveis como aumenta a incidência de doenças. Entre elas
encontram-se as doenças cardiovasculares. Estudos epidemiológicos
demonstraram que nas mulheres há um aumento progressivo na incidência da doença isquêmica do coração (DIC) à medida que elas
envelhecem. Objetivo: Avaliação da prevalência de doenças cardiovasculares em mulheres diabéticas na pós-menopausa no Hospital
João XXIII e no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC)
em Campina Grande, na Paraíba. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo de campo censitário com 70 mulheres diabéticas pósmenopausadas internadas no Hospital João XXIII e no HUAC, em
Campina Grande/PB. A análise foi realizada mediante a aplicação de
um questionário no período de setembro de 2009 a março de 2010
para coleta de dados acerca da idade, cor, grau de escolaridade, profissão, altura, peso, IMC, hábitos de vida como etilismo, tabagismo
e exercícios físicos, história de DAC, ICC ou HA. Resultados: Os
resultados demonstraram que 58,57% das mulheres diabéticas desenvolveram DCV só após a menopausa; 18,57% que desenvolveram
DCV na ocasião do diagnóstico não eram diabéticas; 11,42% desenvolveram DCV na fase pré-menopausa; porcentagem igual para diabéticas e não diabéticas. Conclusão: A pesquisa exibe a importância
de orientar mulheres diabéticas no período pós-menopausa sobre
o risco de desenvolver DCV na fase pós-menopausa. Já que essas,
S271
TEMAS LIVRES
além de serem diabéticas, um fator de risco agravante, não possuem
o estrógeno, um hormônio protetor. Pode-se concluir que a falta
desse hormônio em diabéticas e não diabéticas possui o mesmo impacto percentual na presente pesquisa, demonstrando que, apesar de
o diabetes ser um fator de risco considerável na mulher, a falta do
estrógeno tem relevância bem mais significativa.
P055
AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE OBESIDADE GLOBAL
EM MULHERES DIABÉTICAS TIPO 2 NO PERÍODO PÓSMENOPAUSA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB
Peixoto SHP1, Machado LCA2, Parízio ITS2, Maurício V2, Pontes AAN1
Unidade Acadêmica de Medicina, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
(CCBS), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). 2 UFCG, Campina
Grande, PB, Brasil
1
Introdução: O diabetes é uma doença crônica extremamente incidente e prevalente, afetando atualmente aproximadamente 171 milhões de indivíduos em todo o mundo e com projeção de alcançar
366 milhões de pessoas no ano de 2030. É estritamente associado ao
aumento do risco de complicações macrovasculares e microvasculares, e a intervenção nos fatores de risco pode mudar a história natural
da doença. A obesidade está entre esses fatores de risco, por acarretar resistência à insulina, pior controle glicêmico e dislipidemias,
aumentando o risco cardiovascular. Na mulher, o estrogênio confere
efeitos benéficos tanto no endotélio vascular quanto nas lipoproteínas séricas, e a cessação da função ovariana provoca redução do metabolismo, da quantidade de massa magra e do gasto energético no
exercício, diminuição da lipólise abdominal permite maior acúmulo
de gordura abdominal. Objetivo: Avaliação da prevalência de obesidade central em mulheres diabéticas na pós-menopausa no Hospital
João XXIII e no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC),
em Campina Grande, na Paraíba. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo de campo censitário com 55 mulheres diabéticas pósmenopausadas, internadas no Hospital João XXIII e no HUAC, em
Campina Grande/PB. A análise foi realizada mediante a aplicação de
um questionário no período de setembro de 2009 a março de 2010
para coleta de dados acerca da idade, cor, grau de escolaridade, profissão, IMC, hábitos de vida como etilismo, tabagismo e exercícios
físicos, história de DAC, ICC ou HA. O IMC foi avaliado aplicando
a fórmula ICM = peso (kg)/altura2 (m²). Foi categorizado em normal (18,5-24,9 kg/m²), sobrepeso (25,0-29,9 kg/m²) e obesidade
(≥ 30,0 kg/m²). Resultados: A média de idade da população estudada foi de 64,1 anos. A média do IMC foi de 27,60 kg/m². A
prevalência global de sobrepeso foi de 27,2% (n = 15). Foi observada
obesidade em 38,18% (n = 21). E os pacientes com IMC normal somaram 34,54% (n = 19). Conclusão: A avaliação mostrou um índice
significativo de sobrepeso e obesidade, o que constitui isoladamente
um fator de risco cardiovascular, e, somado à obesidade têm-se o
diabetes melito e a menopausa, favorecendo uma maior incidência de
eventos cardiovasculares, pior controle pressórico e glicêmico, entre
outras inúmeras complicações intrínsecas a esses fatores.
P056
AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE ATIVIDADE FÍSICA NO
DESENVOLVIMENTO DE HIPERTENSÃO EM MULHERES
DIABÉTICAS TIPO 2 NO PERÍODO PÓS-MENOPAUSA NA
CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB
Peixoto SHP1, Machado LCA2, Parízio ITS2, Maurício V2, Pontes AAN1
Unidade Acadêmica de Medicina, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
(CCBS), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). 2 UFCG, Campina
Grande, PB, Brasil
1
Introdução: O sedentarismo e o baixo nível de condicionamento físico têm sido considerados fatores de risco para a mortalidade prematura, tão importantes quanto fumo, dislipidemia, diabetes e hipertensão
S272
arterial. Para os diabéticos, a atividade física bem controlada e com
orientação correta pode ajudar a evitar a evolução de comorbidades
como doenças cardiovasculares, que em sua maioria se expressam em
primeiro grau como hipertensão. A prática de exercícios estimula a
secreção de insulina pelo pâncreas e a neogênese de células beta, além
disso, contribui para diminuir os níveis pressóricos. Sabe-se que as
mulheres diabéticas têm maior probabilidade de desenvolver hipertensão que os homens, e tal fato é agravado no período pós-menopausa por causa da falta do estrógeno. Objetivo: Avaliar a influência
da atividade física em mulheres diabéticas na evolução de hipertensão
em dois estágios distintos, pós e pré-menopausa, no Hospital João
XXIII e no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), em
Campina Grande, na Paraíba. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo de campo censitário com 40 mulheres diabéticas pósmenopausadas internadas no Hospital João XXIII e no HUAC, em
Campina Grande/PB. A análise foi realizada por meio da aplicação
de um questionário no período de setembro de 2009 a março de
2010 para coleta de dados acerca da idade, cor, grau de escolaridade,
profissão, IMC, hábitos de vida como etilismo, tabagismo e exercícios
físicos, história de DAC, ICC ou HA. Foram adotados os critérios da
Sociedade Americana de Cardiologia (SAC): PA > 140 x 90 mmHg.
Resultados: Dentre as mulheres diabéticas e pós-menopausadas que
desenvolveram hipertensão, apensas na união dessas duas comorbidades (n = 35), 31,4% faziam atividade física (n = 11), enquanto as
mulheres diabéticas não menopausadas (na ocasião do diagnóstico)
que desenvolveram hipertensão (n = 5), nenhuma realizava atividade
física. Conclusão: A pesquisa demonstrou a importância da atividade
física para evitar a evolução da hipertensão em um grupo já atingido
por duas comorbidades (diabetes e menopausa). A falta do estrógeno
no período pós-menopausa teria sido um fator favorável à precipitação do surgimento de hipertensão nesse grupo de diabéticas que
realizavam atividade física. Refletindo, portanto, a importância de se
incentivar, desde cedo, a prática de exercícios em mulheres diabéticas.
P057
AVALIAÇÃO DA MÉDIA DE TEMPO DE INSTALAÇÃO DA
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM MULHERES DIABÉTICAS E
MENOPAUSADAS NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE/PB
Peixoto SHP1, Machado LCA2, Parízio ITS2, Maurício V2, Pontes AAN1
Unidade Acadêmica de Medicina, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
(CCBS), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). 2 UFCG, Campina
Grande, PB, Brasil
1
Introdução: O diabetes melito (DM) é uma epidemia em curso.
O número de diabéticos adultos vem crescendo desde 1985; em
2002 eram 173 milhões e estimam-se para 2030 300 milhões de
portadores da síndrome. Com a prevalência de DM aumentando e
sabendo-se que as doenças cardiovasculares são as campeãs de mortalidade no Brasil e no mundo, a associação dessas duas entidades
torna-se cada vez mais presente. Com o avanço do tratamento da
hipertensão arterial e da doença arterial coronariana, a incidência de
insuficiência cardíaca (IC) está aumentando nas últimas décadas, com
sobrevida de um ano após o diagnóstico de 62% (segundo a British
Heart Foundation 1996), atingindo mais a população idosa. Foi visto que nas mulheres diabéticas o risco de desenvolver insuficiência
cardíaca é cinco vezes mais provável se comparado às mulheres não
diabéticas. Objetivo: Avaliar o tempo médio de instalação da IC em
mulheres diabéticas na pós-menopausa no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) e no Hospital João XIII, ambos na cidade
de Campina Grande/PB. Metodologia: Foi feito um estudo descritivo de campo censitário que englobou 26 mulheres diabéticas e
com insuficiência cardíaca na pós-menopausa, internadas no HUAC
e no Hospital João XIII, em Campina Grande/PB, no período de
setembro de 2009 a março de 2010. A pesquisa foi realizada mediante a aplicação de um questionário acerca da idade, cor, peso, altura,
TEMAS LIVRES
tabagismo, etilismo, idade em que recebeu o diagnóstico de DM,
idade em que recebeu o diagnóstico da IC e idade da menopausa. Resultados: O “n” amostral obtido foi de 26 pacientes com IC. Dessas,
3,8% quando receberam o diagnóstico de IC não eram diabéticas nem
estavam na menopausa; 7,6% já eram diabéticas, mas não estavam na
menopausa; 19,2% não eram diabéticas, mas já estavam na menopausa; e 61,5% receberam o diagnóstico de IC após o diagnóstico de DM
e também após a menopausa. Conclusão: Por ser o destino final da
maioria das doenças cardiovasculares, a IC vem se tornando cada vez
mais prevalente, sendo o DM e a menopausa fatores de risco consideráveis, já que a idade está implicitamente incluída nesse contexto.
A pesquisa não divergiu da literatura ao concluir que mais da metade
dessas pacientes com IC já tinha DM e também estava na menopausa.
P058
EVOLUÇÃO DA DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA
NÃO ALCOÓLICA EM PACIENTES OBESOS MÓRBIDOS
SUBMETIDOS À CIRURGIA DE FOBI-CAPELLA
França MM¹, Bolfi F¹, Santos AB¹, Hirosawa RM¹, Moura RP¹, Bianchi
LA¹, Mendes AL¹,2, Yamashiro FS3, Souza GL¹,2
¹ Disciplina de Endocrinologia e Metabologia, Faculdade de Medicina,
Universiade Estadual Paulista (FMB-Unesp). 2 Grupo de Estudo em Cirurgia
Bariátrica e Metabólica, FMB-Unesp. 3 Disciplina de Gastroenterologia Clínica,
FMB-Unesp3, SP, Brasil
Introdução: Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA)
é uma manifestação hepática da síndrome metabólica (SM) na qual a
obesidade é o principal fator de risco. Perda de peso melhora a SM e
consequentemente a DHGNA, a cirurgia bariátrica é reconhecida como
o tratamento de escolha para pacientes com obesidade grau III, por
promover perda de peso substancial sustentada e prolongada. O estudo
tem como objetivo avaliar os resultados da cirurgia bariátrica na evolução da esteatose hepática diagnosticada por ultrassom abdominal (US),
avaliando também a variação dos níveis de transaminases em pacientes
pré e pós-cirúrgicos. Indivíduos e métodos: Revisão de prontuário de
109 pacientes com IMC ≥ 40 kg/m² submetidos à cirurgia bariátrica de
Fobi-Capella no período de 2004 a 2009. Foram avaliados os resultados
de US abdominal e classificados quanto à presença e grau de esteatose
hepática e os níveis de transaminases pré e pós-operatório (um ano em
média). Resultados: Dos 109 pacientes, 95 do sexo feminino (87%) e
14 do sexo masculino (13%), 67(61%) apresentaram alteração ultrassonográfica compatível com esteatose hepática no pré-operatório, 53
pacientes realizaram US em média um ano após a cirurgia e, 29 desses
(55%) apresentaram melhora ultrassonográfica relacionada com DHGNA. Em relação às transaminases, 15 pacientes tinham alterações séricas
acima do limite superior da normalidade no pré-operatório, caracterizando esteato-hepatite e após a cirurgia apresentaram normalização dos
seus valores (100%). Valores de AST (TGO) pré-operatório: 23 ± 5,88
U/L e pós-operatório: 24 ± 4,78 U/L (p > 0,05); valores de ALT
(TGP) pré-operatório: 30 ± 9 U/L e pós-operatório: 24,8 ± 5,38 U/L
(p < 0,001). Conclusão: A cirurgia gastrorredutora com derivação intestinal em Y de Roux (cirurgia de Fobi-Capella) promoveu regressão
e/ou melhora da DHGNA em pacientes submetidos ao procedimento,
associado com significativa redução dos níveis de ALT/TGP.
P059
CARCINOMA OU METÁSTASE ADRENAL: UM ACHADO
RADIOLÓGICO
Araújo CQB1, Bruno ELA1, Couto JP1, Teixeira JVM1, Magalhães LB1,
Coutinho LCQM1, Medeiros Jr PF1, Sá RMN1
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM-CG), Campina
Grande, PB, Brasil
1
Introdução: Incidentalomas adrenais (IA) são massas adrenais clinicamente inaparentes, descobertas ao acaso por meio de exames de
imagem, na investigação de distúrbios não relacionados a patologias
adrenais. Foram observados em grandes estudos em até 4% das TC
de abdômen. Sua frequência aumenta com a idade, atinge um pico
entre a quinta e a sétima década e sem distinção entre os sexos. Os
IA podem ser unilaterais ou, menos comumente, bilaterais. Dentre
as massas unilaterais, a principal etiologia são os adenomas adrenais.
Metástases, na maioria das séries, aparecem como a segunda causa
mais frequente. Em revisões de estudos, os principais diagnósticos
etiológicos foram: adenomas em 41%, metástases em 19%, carcinomas em 10%, mielolipomas em 9% e feocromocitomas em 8%.
Objetivo: Afastar a hipótese de carcinoma ou metástase mediante
manuseio de incidentaloma adrenal. Metodologia: O estudo trata
de uma análise de um incidentaloma adrenal. Os dados foram coletados a partir do prontuário médico, acompanhamento do paciente
e apreciação dos exames laboratoriais e de imagens. Paciente: AJM,
masculino, 63 anos, assintomático, hipertenso. Desejando fazer checkup geral. Resultados: Observou-se na tomografia computadorizada uma formação expansiva sólida, de aspecto arredondado, localizada na glândula adrenal esquerda, medindo 1,4 x 1,1 cm em seus
diâmetros maiores e que apresentou tênue impregnação à administração de contraste. Após a detecção da massa, a conduta diagnóstica
deve direcionar-se para identificar se existe um tumor primário ou
secundário, presença de malignidade e secreção hormonal. E a partir
dessa identificação, dependendo do tipo de massa, proceder com o
acompanhamento clínico-laboratorial ou indicar para cirurgia. Conclusão: Paciente submetido a vários exames laboratoriais, os quais
mostraram valores normais. Diante do caso clínico não se deixou
levar pelo resultado da TC de abdômen (exame complementar),
mantendo, assim, a integridade do paciente, evitando o tratamento cirúrgico. Deve-se observar o paciente como um todo, realizado
anamnese, exames físicos e complementares, para que sejam evitados
procedimentos desnecessários.
P060
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E NÍVEIS PRESSÓRICOS MÉDIOS
ENTRE INDIVÍDUOS HIPERTENSOS DIABÉTICOS E NÃO
DIABÉTICOS ASSISTIDOS EM UMA USF DE CAMPINA
GRANDE/PB
Santos EC1, Cruz CG2, Guimarães MA2, Marques PO2
Médico Especialista em Saúde da Família. 2 Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
1
Introdução: A transição epidemiológica ocorrida na sociedade
contemporânea determina um perfil de risco em que as doenças
crônicas, como diabetes e hipertensão assumiram ônus crescente
e preocupante. É possível reduzir consideravelmente essas características de morbimortalidade por meio de um adequado controle
glicêmico e redução dos níveis pressóricos. As ações dirigidas ao
controle individual dos níveis pressóricos e de alguns outros fatores
de risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV),
assim como a adoção de medidas que incidem sobre o coletivo,
como ações educativas, são tarefas atribuídas aos serviços de atenção primária à saúde. Objetivos: Traçar o perfil epidemiológico e
analisar os níveis pressóricos médios de indivíduos hipertensos assistidos em uma USF de Campina Grande/PB. Métodos: Trata-se
de um estudo transversal no qual foi utilizado o banco de dados da
pesquisa “Comparação dos índices de massa corpórea (IMC) de
hipertensos e diabéticos em uma unidade de saúde da família no
município de Campina Grande-PB”, realizada sob parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da
Paraíba. A coleta de dados foi feita utilizando questionário anônimo aplicado após assinatura de Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido. Os níveis pressóricos foram verificados de acordo com
o procedimento preconizado na V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Resultados: Análise 114 pacientes, sendo 92 hi-
S273
TEMAS LIVRES
pertensos não diabéticos e 22 hipertensos e diabéticos, entre os
quais 70,4% (80/114) eram do sexo feminino e 19,3% (34/114)
do sexo masculino. A faixa etária mais prevalente estava acima de
60 anos, representando 46,5% da amostra. Quanto ao estado civil,
52,6% (60/114) eram casados, 14% (16/114) eram divorciados,
16,7% (19/114) solteiros e 16,7% (19/114) viúvos. A maioria analisada (50,9%) tinha renda familiar de um a três salários mínimos.
Em relação aos níveis de PAS, 38,5% estavam com PAS normal,
7,1% com PAS limítrofe, 27,2% com nível de hipertensão grau I,
15,8%, hipertensão grau II e 11,4%, hipertensão grau III. Quanto à
PAD, 48,2% tinham PAD normal, 1,8% tinham PAD limítrofe, 22%,
hipertensão grau I, 18,4%, grau II e 9,6%, grau III. Conclusão:
O percentual de hipertensos com níveis pressóricos controlados
pode ser considerado razoável, já que aproximadamente metade dos
pacientes encontrava-se com PA entre normal e limítrofe. Os dados
apontam para a necessidade de uma revisão das estratégias adotadas
no tratamento dos hipertensos da comunidade em estudo.
P062
PREVALÊNCIA DE HÁBITOS TABAGISTAS EM MULHERES
DIABÉTICAS TIPO 2 PÓS-MENOPAUSA NA CIDADE DE
CAMPINA GRANDE/PB
Peixoto SHP1, Machado LCA2, Parízio ITS2, Maurício V2, Pontes AAN1
Unidade Acadêmica de Medicina, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
(CCBS), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). 2 UFCG, Campina
Grande, PB, Brasil
1
Introdução: O diabetes melito é um fator de risco para eventos
cardiovasculares, estando associado a grande morbimortalidade e
altos custos para os serviços de saúde. O tabagismo também é
fator independente para eventos cardiovasculares, agravando a aterosclerose, com aumento da oxidação das lipoproteínas de baixa
densidade, alteração na atividade plaquetária, contribuindo para
a instabilização da placa. A nicotina também estimula a liberação de catecolaminas e diminui a síntese de óxido nítrico no
endotélio. Está associada também a pior evolução da retinopatia
e renopatia. Nas mulheres, o estrogênio confere efeitos benéficos
tanto no endotélio vascular quanto nas lipoproteínas séricas, e até
a menopausa há retardo de 10 a 15 anos no aparecimento de coronariopatia, benefícios perdidos após a menopausa. Com a redução
do estrógeno, os níveis de LDL-colesterol podem ser mais elevados
e os níveis de HDL-colesterol, mais baixos, constituindo irrefutavelmente maior risco cardiovascular. O tabagismo associado ao
diabetes melito potencializa o risco e necessita de intervenção mais
apropriada no tratamento. Objetivo: Avaliação da prevalência de
tabagismo em mulheres diabéticas na pós-menopausa no Hospital
João XXIII e no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC),
em Campina Grande, Paraíba. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo de campo censitário com 70 mulheres diabéticas pósmenopausadas, internadas no Hospital João XXIII e no HUAC, em
Campina Grande/PB. A análise foi realizada por meio da aplicação
de um questionário no período de setembro de 2009 a março de
2010 para coleta de dados acerca da idade, cor, grau de escolaridade, profissão, altura, peso, IMC, hábitos de vida como etilismo,
tabagismo e exercícios físicos, história de DAC, ICC ou HA. Resultados: A média de idade das mulheres pesquisadas foi de 66,5 anos,
e o percentual de mulheres tabagistas foi de 17,1% (n = 12), contra
82,9% (n = 58) de não tabagistas (inclui ex-tabagistas há mais de 10
anos). Conclusão: A pesquisa mostrou um índice de tabagismo menor que em populações aleatórias, mas que é significativo no curso
da doença quando associado a diabetes e menopausa. O tabagismo
é comprovadamente importante na evolução das complicações agudas e crônicas do diabetes melito, sejam elas cardíacas, vasculares
periféricas, retinianas ou renais.
S274
P063
RELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA E A
PRÁTICA REGULAR DE ATIVIDADE FÍSICA ENTRE INDIVÍDUOS
HIPERTENSOS DE UMA USF DE CAMPINA GRANDE/PB
Santos EC1, Cruz CG2, Guimarães MA2, Marques PO2
1
Médico Especialista em Saúde da Família. 2 Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
Introdução: Uma alimentação inadequada com elevado teor calórico, associada ao baixo gasto energético vem criando, nas últimas décadas, uma nova população, caracterizada por um rápido e crescente
aumento no número de pessoas obesas. A prática de atividade física,
apesar de bastante difundida é um hábito cada vez mais irregular na
sociedade moderna, de modo a agravar os riscos de desenvolvimento
da obesidade, que é um grande fator predisponente para o desenvolvimento de patologias crônicas, como a hipertensão e o diabetes
melito tipo 2. Objetivos: Avaliar, dentre a população diagnosticada
com hipertensão arterial sistêmica em Unidade de Saúde da Família
no município de Campina Grande – PB, a relação entre IMC (índice
de massa corpórea) e a prática de atividade física. Métodos: Trata-se
de um estudo de corte transversal para o qual foi utilizado o banco
de dados da pesquisa “Comparação dos índices de massa corpórea
(IMC) de hipertensos e diabéticos em uma unidade de saúde da família no município de Campina Grande-PB”, realizada sob parecer
favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Esta­
dual da Paraíba (CEPUEPB). A coleta de dados foi feita utilizando
questionário semiestruturado anônimo. Após, foi feita a verificação
antropométrica do peso e altura, a partir disso foi calculado o índice
de massa corpórea (IMC) individual, pela fórmula IMC = peso (kg)/
altura2 (m2). Resultados: A amostra compreendeu 114 pacientes e,
com a análise dos resultados, observou-se que o IMC médio das
pessoas analisadas era de 29,52 kg/m2. Dentre esses, 62,55% eram
hipertensos e sedentários (N = 90) e apresentaram um IMC médio
de 29,24 kg/m2 (N = 54), menor de 0,95% que o IMC médio da
população geral da pesquisa e 37,45% eram hipertensos e praticantes
de atividade física regular, apresentando um IMC médio de 29,75 kg/
m2, maior 0,78% que a média de todos os entrevistados. Conclusão:
Nesse estudo não se observou uma relação significativa entre a prática de exercício físico e a redução do IMC em pacientes hipertensos.
Dados que não condizem com a literatura, que é incisiva ao afirmar
que a prática regular de atividade física é fundamental para o controle
do sobrepeso e da obesidade em todas as pessoas. Esses resultados
controversos foram decorrentes do fato de esse estudo ser seccional
e, segundo Rouquayrol e Almeida Filho (2003), os estudos de coorte são os únicos capazes de abordar hipóteses etiológicas produzindo
medidas de incidência e, por conseguinte, medidas diretas de risco.
P065
CRIANÇAS OBESAS: UMA REALIDADE ATUAL
Teixeira JVM1, Silva AT1, Araújo CQB1, Bruno ELA1, Couto JP1,
Coutinho LCQM1, Sá RMN1
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM-CG), Campina
Grande, PB, Brasil
1
Introdução: A obesidade e o sobrepeso em crianças apresentam dimensões epidêmicas globais, e são fatores de risco relevantes para o
surgimento de doenças crônicas. O perfil epidemiológico no Brasil
vem mudando muito nas últimas décadas, contribuindo para ascensão desse problema. Sua ocorrência tem adquirido grande significância na área de saúde. Métodos: Este estudo realizou uma revisão bibliográfica com abordagem descritiva, suas informações são extraí­das
na sua totalidade de acervos bibliotecários. Discussão: A obesidade é
um distúrbio do estado nutricional traduzido por acúmulo de tecido
adiposo, consequência de um desequilíbrio permanente e prolongado entre a ingesta calórica (alimentação) e o gasto energético (me-
TEMAS LIVRES
tabolismo basal, crescimento e atividade física). A tendência atual é
a de compreender a obesidade como multicausal, na qual interagem
fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e psíquicos, resultando em
acúmulo excessivo de energia em forma de gordura no organismo.
Pode-se classificar a obesidade, de acordo com a causa, como exógena ou nutricional, secundária ou endógena e genética. A exógena é
a mais frequente, responsável por cerca de 95% dos casos de crianças
obesas. Os 5% restantes dividem-se para a endógena e genética. Esta é
a obesidade decorrente de alguma alteração genética, como síndrome
de Prader-Willi, Turner e Lawrence-Moon-Biedl, e aquela é devida a
algum processo mórbido como as síndromes dismórficas, endocrinopatias ou alterações do sistema nervoso central. Conclusão: A obesidade infantil é uma doença de difícil controle, com altos percentuais
de insucessos terapêuticos e de recidivas, podendo apresentar, na sua
evolução, sérias repercussões orgânicas e psicossociais, especialmente nas formas mais graves. Há indicativos de correlações entre esses
aspectos psicológicos e a presença de obesidade em crianças. Dessa
forma, é de fundamental importância que a comunidade científica internacional e nacional, investigue profundamente novas descobertas
que venham a trazer benefícios para o paciente e sua família.
P066
DISNATREMIAS EM PACIENTES CIRÚRGICOS
Fonseca Neto OCL1, Vilaça TG1, Montenegro RP1, Silva JTD1, Bruno
JPB1, Lacerda CM1
sua patogênese é multifatorial. Material e métodos: Estudo retrospectivo entre 2002 e 2010. Foram avaliados pacientes cirróticos na lista
de espera para transplante de fígado (TxF) que apresentaram EHHNC atendidos no ambulatório ou internados. Foi avaliada a presença de
infecção, encefalopatia e severidade da doença hepática (Child/Meld).
Apenas adultos (> 12 anos) participaram do estudo. Resultados: Doze
pacientes foram identificados. Apenas três eram do sexo feminino.
A doença hepática de origem alcoólica foi a prevalente (6/12), depois
a doença por vírus C (3/12). A idade variou de 39 a 63 anos. Quanto
ao Meld, todos eram >20; o Child variou de B9-C15. Em 7 pacientes a
encefalopatia era grau II. A encefalopatia grau IV foi observada apenas
em um 1 caso. Infecção foi encontrada em 8 pacientes (PBE em 3, ITU
em 2, pneumonia em 3). A glicemia sérica variou entre 423 e 680 mg/
dL. Em 4 pacientes o diagnóstico foi no ambulatório. Ocorreram 2
óbitos. Conclusões: Em pacientes cirróticos descompensados deve-se
ficar atento aos distúrbios da glicose para melhor otimizar o tratamento
e identificar precocemente complicações não usuais, como o EHHN-C.
P069
EXPERIÊNCIA COM ÁCIDO TIÓCTICO EM PACIENTES COM
NEUROPATIA DIABÉTICA
Alves D1, Araújo E1, Arruda J1, Ramos T1, Nunes V1, Moura F1
1
Clínica Moura, Recife, PE, Brasil
P067
Introdução: A neuropatia periférica (NP) é a complicação mais comum do diabetes, capaz de comprometer todos os tecidos do corpo,
sendo causa de significativa morbidade e mortalidade1. Afeta entre
60% e 70% dos pacientes diabéticos tipo II2. As principais opções terapêuticas para a parestesia e a dor da NP são: amitriptilina, gabapentina,
pregabalina1, duloxetina e outros3.O ácido tióctico é uma nova droga
que atua tanto na fisiopatologia (via dos polióis) como um alívio dos
sintomas da doença. Infelizmente ainda não estão disponíveis resultados significativos que comprovem a eficácia da droga. No presente
estudo, será analisado o uso da droga em 19 pacientes que apresentavam neuropatia periférica diabética. Objetivo: Avaliar a eficácia do
ácido tióctico em pacientes com NP, em portadores de DM 2. Pacientes e métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, no qual foram
avaliados 19 pacientes com DM 2 diagnosticados clinicamente com
neuropatia diabética sensitiva motora. Não foram avaliados pacientes
com insuficiência renal crônica (IRC), hipotireoidismo, hepatite crônica, deficiência de B12 ou outras causas conhecidas de neuropatia.
No período entre 30-45 dias os 19 pacientes selecionados (os quais
assinaram termo de consentimento) receberam 600 mg/dia. Eles foram analisados seguindo o parâmetro da escala de dor Marlow, por
meio da qual foram considerados responsivos pacientes que obtiveram
resposta ≥ 50%. Resultados: 21,1% dos pacientes obtiveram resposta
< 50%. 78,9% foram responsivos, e dentre estes 26,6% tiveram a eficácia
máxima e os outros 73,3% obtiveram resposta ≥ 50% < 100%. Nenhum
paciente queixou-se de efeitos colaterais. Conclusão: Os achados sugerem que o uso do ácido tióctico representa uma eficaz opção terapêutica no tratamento de NP. Diferentemente de outros medicamentos que têm um perfil de efeitos colaterais indesejáveis, o ácido tióctico
não apresentou nenhum efeito colateral. Embora os resultados sejam
animadores, são necessários mais estudos com o ácido tióctico.
ESTADO HIPEROSMOLAR HIPERGLICÊMICO NÃO CETÓTICO
EM CIRRÓTICOS
P070
Serviço de Cirurgia Geral e Transplante de Fígado do Hospital Universitário
Oswaldo Cruz (HUOC), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
1
Introdução: O manejo de fluidos e eletrólitos é uma atividade comum
na prática clínica, principalmente no ambiente de pacientes cirúrgicos.
Apesar disso, conhecimento sobre o balanço hidrossalino parece não
ser suficiente por parte dos médicos responsáveis pela prescrição no
pós-operatório. Material e métodos: Estudo retrospectivo entre os
pacientes internados para cirurgia eletiva do aparelho digestivo entre
janeiro de 2009 e janeiro de 2010. Foi observada a presença de hiponatremia e hipernatremia no pós-operatório e sua relação com a administração parenteral dos eletrólitos (Na, K, Cl) e água. O peso diário
também fez parte da avaliação. Foram excluídos os pacientes cirróticos, nefropatas e com insuficiência cardíaca. Resultados: Durante o
período de estudo, 34 pacientes (4% de 850 admissões) apresentaram
hiper ou hiponatremia. Quatorze pacientes apresentaram hipernatremia (Na+ > mEq/L), treze, hiponatremia (Na+ < 130 mEq/L) e sete,
hipercloremia (Cl- > 110 mEq/L). O balanço hídrico aferido pelo
peso diário foi sempre positivo, variando entre 1-8 kg. A quantidade
de Na+ prescrito para os pacientes com hipernatremia variou de 154924 mEq/dia; quanto ao cloro, 100-310 mEq/dia e quanto à água,
2-5 L/dia. A hipocalemia foi mais frequente (7 pacientes). A prescrição diária variou entre 75-150 mEq/dia. Apenas 4 pacientes não
foram pesados diariamente. Ocorreram 7 óbitos, sendo 4 nos pacientes com disnatremias e 3 relacionados com excesso de fluidos (água).
Conclusões: O aparecimento de disnatremias e o excesso de fluidos
em pacientes cirúrgicos estão associados com aumento de mortalidade. Pode ser um indicador de qualidade de cuidados com o paciente.
Fonseca Neto OCL1, Vilaça TG1, Montenegro RP1, Pinheiro LS1, Silva
JTD1, Lacerda CM1
Serviço de Cirurgia Geral e Transplante de Fígado do Hospital Universitário
Oswaldo Cruz (HUOC), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
1
Introdução: A associação entre doença hepática crônica e anormalidades na glicose sérica é bem estabelecida. A maioria dos cirróticos (> 60%)
apresenta alterações na glicemia e alguns evoluirão para diabetes (10%25%). O estado hiperglicêmico hiperosmolar não cetótico (EHHN-C)
é uma complicação relativamente incomum dos pacientes diabéticos e
MARCADORES NUTRICIONAIS EM RECEPTORES DE
TRANSPLANTE DE FÍGADO
Fonseca Neto OCL1, Vilaça TG1, Montenegro RP1, Bruno JPB1,
Souza RN1, Lacerda CM1
Serviço de Cirurgia Geral e Transplante de Fígado do Hospital Universitário
Oswaldo Cruz (HUOC), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
1
Introdução: Desnutrição é comum em pacientes com doença hepática crônica na lista de espera para o transplante de fígado (TxF).
S275
TEMAS LIVRES
Avaliação nutricional nesses pacientes, geralmente, é difícil e imprecisa, podendo tornar-se indicadores nutricionais de avaliação não reais.
Material e métodos: Estudo retrospectivo entre os receptores de
transplante de fígado durante 10 anos (1999-2009). Severidade da
doença (Child/Meld), albumina (g/dl), creatinina (mg/dl), IMC
(kg/cm2) foram correlacionados com resultados pós-transplante de
fígado (tempo de terapia intensiva, mortalidade precoce). Resultados: Trezentos e quinze transplantes de fígado foram estudados.
O sexo masculino foi a maioria (58%) e quanto à etiologia, hepatite
por vírus C é mais prevalente (35%). O Child variou de A5 a C15 (M
= B10). Quanto ao Meld, foram encontrados Meld < 15 = 15%, 15 <
Meld < 20 = 30%, Meld > 20 = 55% dos estudados. A albumina sérica
variou de 0,9 a 4,1 g/dl (M = 2,8 g/dl) e creatinina sérica, de 0,2 a
5 (M = 1,8 mg/dl). O tempo de terapia intensiva variou de um dia
a dois meses. A maioria permaneceu 48 horas na UTI (68%). Óbito
no primeiro mês ocorreu em 22 pacientes (< 1%). Conclusões: Os
pacientes com desnutrição grave candidatos ao TxF não devem ser
excluídos, pois os resultados após o procedimento cirúrgico parecem
não estar apenas correlacionado com os marcadores nutricionais.
P071
MIELOPATIA APÓS SHUNT PORTO-SISTÊMICO EM CIRRÓTICOS
Fonseca Neto OCL1, Vilaça TG1, Montenegro RP1, Câmara PRA1,
Silva JTD1, Pinheiro LS1
Serviço de Cirurgia do Trauma e Terapia Intensiva do Hospital da Restauração,
Recife, PE, Brasil
1
Introdução: Mielopatia é uma rara complicação em pacientes com
doença hepática crônica, caracterizada por paraparesia espástica com
mínimo envolvimento sensorial. É mais observada em pacientes submetidos a shunts cirúrgicos tipo porto-cava. Entretanto, algumas vezes pode ser observada quando da presença de shunts espontâneos.
Material e métodos: Estudo prospectivo entre janeiro de 2002 e
março de 2010, nos pacientes submetidos à anastomose porto-cava
de urgência. Resultados: Onze pacientes adultos foram acompanhados entre 1 mês-8 anos. Oito são do sexo masculino. A idade variou
entre 25 e 60 anos. Doença alcoólica foi a etiologia mais frequente
(7/11 pacientes). Hemorragia digestiva alta refratária foi a indicação
do shunt cirúrgico. Em 3 pacientes, as alterações na marcha e na
força dos MMSS. Em todos a função vesical é preservada. Realizado
RNM de encéfalo e coluna espinhal sem achados de anormalidades.
Investigação para HIV e outras doenças neurológicas foram realizadas e descartadas. O manejo com restrição proteica, lactulona e fisioterapia parece evitar a progressão da doença. No primeiro momento
foi utilizado corticoide (prednisona 20 mg/dia), que foi descontinuado em virtude da retenção hidrossalina. Apenas dois continuaram
vivos e apenas um está na lista de transplante de fígado. Conclusões:
Mielopatia hepática é uma complicação não usual do shunt cirúrgico
porto-cava cuja patogênese e manejo são ainda incertos.
P072
PERFIL HEMATOLÓGICO EM PACIENTES COM DOENÇA
TIREOIDIANA
Ramos AJS, Mota AM, Ramos ALC, Nóbrega MP, Lucena RMB,
Ramos AJC, Kim IC, Pordeus ACB, Vasconcelos GRC, Queiroz UC,
Bernardes LP, Alencar AEF
Introdução: O hipotireoidismo pode causar anemia por vários mecanismos, entre eles síntese alterada de hemoglobina, resultante da
deficiência de tiroxina; deficiência de ferro relacionada a sangramento
menstrual excessivo e/ou a deficiência intestinal de ferro secundária
à acloridria gástrica; deficiência de folato decorrente da redução da
absorção de ácido fólico; anemia perniciosa com anemia megaloblástica por deficiência de vitamina B12. Objetivo: Avaliar a prevalência
S276
de anemia e o perfil hematológico em uma amostra de pacientes com
doença tireoidiana, atendidos em uma clínica especializada em distúrbios endócrinos, comparado a um grupo controle de pessoas sem
doença tireoidiana. Material e métodos: A população do estudo foi
constituída por 220 pacientes com diagnóstico de hipotireoidismo
e/ou tireoidite, com níveis normais de TSH e T4 livre. O grupo
controle foi de 282 pacientes, sendo 214 (75,9%) do sexo feminino
com dosagens de TSH, T4 livre e antiTPO normais, sem estar em
uso de LT4. Foi realizado um estudo caso controle comparando as
cifras hematológicas, em pacientes com doença tireoidiana e o grupo
controle. O hemograma foi realizada por citometria de fluxo, citoquímica e impedância por meio do equipamento automatizado Pentra 60 – ABX®. As dosagens hormonais de TSH, T4 livre e TPO total
foram realizados em ensaios de terceira geração, por quimioluminescência Immulite – 1000 – Siemens®. Resultados: A avaliação revelou
que a anemia está presente em maior frequência no grupo de doença
tireoidiana, com 40 (22,22%) pacientes versus 31 (12,35%) no grupo controle (p = 0,022). Com relação à classificação de anemia de
acordo com os índices hematimétricos, pode-se verificar que as anemias normocítica (p = 0,084) e microcítica (p = 0,047) foram mais
presentes em pacientes portadores de doença tireoidiana. A anemia
hipocrômica está associado com os pacientes com doença tireoidiana
(p = 0,047) e doença de Hashimoto (p = 0,048). Em relação ao número de neutrófilos, observou-se que o grupo de doença tireoidiana apresentou frequência de neutropenia, em 22 (10,0%) pacientes
versus 15 (5,6%) no grupo controle (p = 0,046). Não se observou
relação estatística nos demais parâmetros. Conclusão: Os resultados
obtidos permitem concluir que tanto os pacientes do grupo controle
como pacientes com doença tireoidiana apresentaram uma prevalência elevada de anemia, sendo a anemia normocítica e normocrômica
a mais encontrada. Observou-se uma associação entre diminuição no
número de neutrófilos e os pacientes com doença tireoidiana. Nos
demais parâmetros do leucograma e no plaquetograma, parece não
existir associação entre os grupos estudados.
P073
IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA DISFUNÇÃO
TIREOIDIANA NO CRESCIMENTO DOS PACIENTES COM
DIABETES MELITO TIPO 1
Ramos AJS, Mota AM, Nóbrega MP, Lucena RMB, Ramos AJC, Kim
IC, Pordeus ACB, Vasconcelos GRC, Queiroz UC, Bernardes LP,
Alencar AEF
Introdução: A associação entre diabetes melito tipo 1 (DM1) e outras doenças autoimunes, particularmente a doença autoimune da
tireoide (DAT), é conhecida de longa data. A prevalência da DAT
entre portadores de DM1 tem sido estimada em cerca de 20%, com
variação entre 3% e 50%. Sendo uma condição capaz de afetar negativamente o crescimento, recomenda-se avaliação tireoidiana em
todos os DM1, anualmente ou a intervalos menores, se houver indícios clínicos de tireoidopatia, corroborando com a nossa forma de
screening, visando ao diagnóstico precoce e à prevenção dos efeitos
indesejáveis no crescimento de crianças e adolescentes. Objetivo:
Verificar o impacto da disfunção tireoidiana no crescimento dos pacientes DM1, bem como averiguar se a nossa forma de rastreamento
de DAT está adequada para prevenir complicações no crescimento. Materiais e métodos: De um total de 177 pacientes com DM1
atendidos em nosso serviço, foram incluídos, na nossa amostra, 55
pacientes com idade entre 5 e 15 anos e que estavam sendo acompanhados há pelo menos um ano. Dessa amostra, 60% são do sexo masculino, a média de idade foi de 11,4 (± 2,9) anos e tempo de diabetes
de 5 (± 3,0) anos. Os dados foram coletados retrospectivamente por
meio de prontuário hospitalar. O paciente foi considerado portador
de DAT quando apresentou aumento dos títulos de anticorpo antiTPO e/ou alterações nas dosagens de TSH (≥ 4 μUI/mL) e/ou es-
TEMAS LIVRES
tava em uso de L-T4, e foi considerado com déficit estatural quando
tinha mais de dois desvios-padrão abaixo do percentil 50 da curva
de crescimento do NCHS. Resultados: A frequência de DAT foi de
20% (n = 11), e em 10 (18,1%) pacientes foi encontrado hipotireoidismo e em 3 (5,4%) foi encontrada tireoidite. Dos 55 pacientes,
20 (36,4%) apresentaram déficit estatural, e desses, 18 (40,9%) não
tinham doença tireoidiana e 2 (18,2%) tinham DAT. Não foi encontrada associação entre DAT e déficit estatural (p = 0,293). Dos 33
(60%) meninos, 5 (45,5%) tinham DAT e 14 (70%), baixa estatura,
enquanto das 22 meninas, 6 (54,5%) tinham DAT e 6 (30%), baixa
estatura, não havendo também significado estatístico entre gênero
e DAT (p = 0,316) e entre gênero e déficit estatural (p = 0,391).
Conclusão: Na amostra não se encontrou relação significativa entre
déficit estatural e DAT. Também não foi estatisticamente significante
a relação entre sexo, DAT e déficit estatural. É provável que o diagnóstico precoce, mediante o rastreamento periódico, tenha evitado a
influência da DAT no crescimento.
Figura 1. Glicemia de jejum e resistência insulínica com relação
à faixa etária e alteradas em crianças e adolescentes com excesso de
peso. Campina Grande/PB, 2008-2010.
P075
P074
ALTERAÇÕES GLICÍDICAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
COM EXCESSO DE PESO
Noronha JAF1, Ramos ALC1, Gonzaga NC1, Cardoso AS1, Melo
MMA1, Cardoso MAA1, Ramos AT1, Medeiros CCM1
1
Núcleo de Estudos e Pesquisas Epidemiológicas (NEPE), Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Campina Grande, PB, Brasil
Introdução: A obesidade infantil é preocupante e está relacionada com as principais doenças metabólicas e cardiovasculares. Ela
está associada com resistência à insulina, levando à intolerância
à glicose, glicose de jejum alterada e diabetes melito. As taxas
crescentes de diabetes melito tipo 2 (DMT2) no jovem seguem em
paralelo ao aumento da obesidade. A resistência insulínica é definida
como a ineficiência da insulina plasmática e sua confirmação se faz
com medidas de insulina e glicose plasmáticas, por meio de índices
com base na insulinemia e na glicemia de jejum, mediante o índice
homeostasis model assessment for insulin resistance (HOMA-IR). Estudos brasileiros detectaram que a resistência insulínica está presente
não só em crianças obesas, como também nas com sobrepeso, e sua
prevalência é em torno de 21,1%. Objetivos: Verificar a prevalência
de alterações glicídicas (glicemia de jejum, glicemia pós-dextrosol
e resistência insulínica) em crianças e adolescentes com excesso de
peso e verificar sua relação com a faixa etária. Metodologia: Estudo
transversal com uma amostra de 161 crianças e adolescentes, entre 2
e 18 anos, com diagnóstico de sobrepeso ou obesidade, no período
de 07/2009 a 03/2010. Foi calculado o IMC adaptado para idade.
Os exames laboratoriais foram realizados após jejum de 12 horas.
Foram considerados alterados glicemia de jejum ≥ 100mg/ml, glicemia pós-dextrosol ≥ 140mg/dL, HOMA-IR ≥ 2,5. Resultados:
Dos 161 pacientes que compuseram o estudo, 114 (71%) eram do
sexo feminino, 16(9,9%) tinham de 2 a 5 anos, 42 (26,1%), de 6
a 9 anos e 103 (64%), de 10 a 19 anos. Com relação ao IMC, foi
observada prevalência de 26 (16,2%) de sobrepeso, 28 (17,4%) de
obesidade e 107 (66,4%) de obesidade grave, sendo mais prevalente
nos adolescentes com 58 (36%) dos casos. A glicemia de jejum alterada foi observada em três jovens (1,9%), sendo desses dois adolescentes; a glicemia pós-dextrosol, em apenas um jovem (0,62%). Já
o HOMA-IR alterado foi observado em 63 jovens (39,1%), sendo
52 (32,3%) adolescentes (Figura 1). Conclusão: Apesar da baixa
prevalência da glicemia de jejum e a pós-dextrosol encontrada nessa amostra de crianças e adolescentes com excesso de peso, a resistência insulínica alterada foi bastante frequente, principalmente na
faixa etária de adolescentes, provavelmente por se tratar de um dos
primeiros sinais para o desenvolvimento do DMT2, permitindo intervenção mais precoce.
AVALIAÇÃO DOS FATORES CLÍNICOS PRÉ E PÓSOPERATÓRIOS QUE INFLUENCIAM O REGANHO DE PESO
EM PACIENTES DIABÉTICOS E PORTADORES DE OBESIDADE
GRAUS II E III SUBMETIDOS A DGYR
Durão SF, Lins DC, Chalegre KP, Carvalho TF, Pedrosa IA, Ferraz AA,
Campos JM
Objetivo: Avaliar nos pacientes diabéticos e portadores de obesidade graus II e III os fatores clínicos pré e pós-operatórios que influenciaram no reganho de peso. Métodos: Foram analisados 107
diabéticos submetidos à derivação gástrica em Y de Roux no período
de 2001 a 2006, provenientes do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco. Um anel de silicone foi empregado
em 90 pacientes e os 17 restantes não utilizaram a referida prótese.
Neste estudo, o reganho de peso importante no pós-operatório foi
considerado quando ocorreu aumento ponderal com IMC acima de
35 kg/m². Resultados: O reganho de peso em relação ao menor
IMC foi de 8,5%, no seguimento pós-operatório de quatro anos,
em média. Utilizando o parâmetro de reganho de peso importante
quando o IMC após a DGYR estivesse acima de 35 kg/m², apenas
18 pacientes apresentavam reganho de peso. A utilização do anel
de silicone diminuiu o reganho de peso de maneira significativa no
pós-operatório a longo prazo (p = 0,001). Dos 18 pacientes com
reganho de peso importante, apenas 1 apresentou recidiva do DM2,
o qual usava insulina há 10 anos e tinha a doença há 25 anos. Conclusão: Apesar do reganho de peso, apenas 5% dos pacientes que
apresentavam o IMC acima de 35 kg/m² no pós-operatório não
mantiveram a remissão do diabetes melito tipo 2. A longo prazo
apenas o uso do anel de silicone teve influência no reganho de peso.
Reganho de peso
Gráfico. Avaliação do reganho de peso no pós-operatório de DRYR
em relação ao uso do anel de silicone.
S277
TEMAS LIVRES
P076
AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA PULMONAR E SUA
RELAÇÃO COM A TROCA GASOSA EM PACIENTES COM
ACROMEGALIA
Rodrigues MP1, Naves LA2, Casulari LA2, Silva CAM1, Paula WD3,
Cabral MT3, Araújo RR1, Viegas CAA1
1
Departamento de Pneumologia,Universidade de Brasília (UnB). 2 Departamento
de Endocrinologia, UnB. 3 Departamento de Radiologia, UnB, Brasília, DF, Brasil
Introdução: Diferentes alterações funcionais respiratórias são descritas na acromegalia, mas ainda é desconhecida uma relação dessas
com anormalidades do tecido pulmonar. Objetivo: Observar possíveis alterações da estrutura pulmonar e sua relação com anormalidades da troca gasosa. Métodos: 36 pacientes com acromegalia e 24
controles foram submetidos à tomografia de tórax de alta resolução;
os pacientes com acromegalia também foram avaliados com gasometria arterial, oximetria de esforço e dosagens de GH e IGF-1. Resultados: Foram observadas opacidades micronodulares, reticulares, de
aumento e de redução da atenuação do parênquima, mas não foram
em proporções significativas quando comparadas ao grupo controle (p = 0,28; 0,29; 0,48; 0,32; respectivamente); hipoxemia estava
presente em 7 pacientes, porém em 6 deles a hipoxemia poderia ser
explicada por uma condição clínica subjacente diversa da acromegalia (asma em 1, doença pulmonar obstrutiva crônica em 2, obesidade
em 2, infecção brônquica em 1); as alterações radiológicas também
não se relacionaram com as dosagens de GH e IGF-1. Conclusões:
Não foram observadas alterações da estrutura pulmonar por tomografia de tórax, quando comparadas ao controle; as alterações funcionais respiratórias encontradas são explicáveis em grande parte por
diagnósticos alternativos, ou se manifestam de forma subclínica, não
apresentando relação plausível com o aspecto da estrutura pulmonar.
P077
ANÁLISE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM
PACIENTES OBESOS ASSISTIDOS NO SERVIÇO DE SOBREPESO
E OBESIDADE DO INSTITUTO DE SAÚDE ELPÍDIO DE ALMEIDA
(ISEA), CAMPINA GRANDE – PARAÍBA
Barbosa PEA¹, Barbosa ACN¹, Costa ID¹, Fernandes IC¹, Sá RMN¹,
Lacerda SG¹, Souza TAO¹, Freitas VC², Ferreira MFL1
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM-CG). 2 Médico.
Campina Grande, PB, Brasil
1
Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) e a obesidade,
duas patologias de crescente prevalência no mundo contemporâneo,
são responsáveis por altos índices de morbimortalidade, representam
fator de risco independente para doença cardiovascular, a qual é responsável, só no Brasil, por 25,7% dos óbitos. A obesidade é uma doença crônica, de difícil tratamento, cuja prevalência vem aumentando em
proporções epidêmicas nas últimas décadas. Estima-se que atualmente
exista no mundo cerca de 400 milhões de obesos. Nesse contexto é
de relevante importância estratificar os níveis pressóricos dos pacientes
obesos, com a finalidade de evitar a ocorrência de condições mórbidas.
Material e métodos: Trata-se de um estudo observacional com análise
prospectiva, realizado no período abril de 2009 a abril de 2010. Os critérios de inclusão usados foram: o índice Quetelet, também conhecido
como índice de massa corpórea (IMC), entre 25 e 29,9 kg/m² para
determinação de sobrepeso e ≥ 30 kg/m² para classificação dos obesos;
os níveis pressóricos foram obtidos e classificados segundo a V Diretriz
Brasileira de Hipertensão Arterial por meio de esfigmomanômetros
aneroides padrão. Os dados foram duplamente digitados e analisados
mediante o programa Statistical Package for the Social Science (SPSS)
versão 17.0 para Windows. Resultados: Avaliaram-se 247 pacientes;
desses 219 (88,7%) eram do sexo feminino e 28 (11,3%), masculino;
37 (15%) foram classificados com sobrepeso; 90 (36,4%), como obesos
grau I, 61 (24,7%), grau II e 59 (23,9%), grau III. Com relação aos
S278
níveis pressóricos, 42 (17%) tinham pressão ótima, 62 (25,1%), normal,
42 (17%), limítrofe e 99 (40,1%) foram classificados como hipertensos,
dos quais 62 (25,1%) foram classificados com hipertensão estágio 1, 21
(8,5%), estágio 2 e 16 (6,5%), estágio 3. Conclusão: Por fim, constitui
fundamental importância o acompanhamento das cifras tensionais dos
pacientes obesos, em que o maior percentual observado foi de pacientes com PA limítrofe ou portadores de HAS I, visto que é consenso o
fato de a HAS aumentar os índices de mortalidade nesse grupo.
P078
ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DE DIABETES MELITO E FATORES
ASSOCIADOS ENTRE INDIVÍDUOS ABORDADOS DURANTE
CAMPANHA DE COMBATE AO FUMO
Sales LM1, Almeida MKC1, Cruz CG1, Silva GF1, Guimarães MA1,
Góis LCP1, Araújo IG2
1
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).2 Unidade Acadêmica de
Medicina, UFCG, Campina Grande, PB, Brasil
Introdução: O diabetes melito (DM) é um fator de risco independente para o desenvolvimento de patologias cardiovasculares, representando um crescente ônus econômico e social, sendo, portanto, um
importante problema de saúde pública. O manejo dessa morbidade,
visando prevenir ou retardar o aparecimento de complicações micro
e/ou macrovasculares, deve ser conduzido dentro de um sistema de
saúde hierarquizado, sendo o foco primário a atenção básica à saúde.
Objetivos: Analisar a prevalência de DM entre indivíduos de uma
amostra não probabilística abordada durante campanha de combate
ao fumo em Campina Grande/PB. Métodos: Trata-se de um estudo
de corte transversal em uma amostra não probabilística na qual foi utilizado o banco de dados da pesquisa “Perfil clínico-epidemiológico da
população tabagista abordada durante campanha de combate ao fumo
na Cidade de Campina Grande - PB: Estudo Transversal”, realizada
sob parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba. A coleta de dados foi feita utilizando questionário semiestruturado anônimo aplicado após aceitação e assinatura
de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram
digitados e submetidos à análise estatística no programa EPI-INFO
3.5.1. Resultados: A amostra compreendeu 109 indivíduos, entre os
quais 29,4% (32/109) eram do sexo feminino e 70,6% (77/109), do
sexo masculino. Entre os indivíduos abordados, 5,5% tinham diagnóstico prévio de DM, sendo igual a proporção entre os sexos. Em
relação à faixa etária, a maioria dos indivíduos diabéticos (65%) tinha
idade compreendida entre 55 e 65 anos. Quanto aos hábitos de vida,
16,7% eram tabagistas e 52% eram sedentários. Em relação ao índice
de massa corpórea, a média foi de 27,11 (sobrepeso). Conclusão:
A prevalência de diabetes na população estudada foi compatível com
aquelas encontradas em outras investigações nacionais. Os estudos
epidemiológicos de base eminentemente populacional são raros no
âmbito nacional, merecendo maiores incentivos públicos ou privados,
já que podem contribuir para melhor direcionamento e planejamento
das ações voltadas para a prevenção das patologias crônicas.
P079
ANÁLISE DO PERFIL EDUCACIONAL QUANTO AO RISCO DE
OBESIDADE NOS PACIENTES DO SEXO FEMININO ASSISTIDOS
NO SERVIÇO DE SOBREPESO E DO INSTITUTO DE SAÚDE
ELPÍDIO DE ALMEIDA (ISEA), CAMPINA GRANDE – PARAÍBA
Barbosa PEA¹, Barbosa ACN¹, Costa ID¹, Fernandes IC¹, Souza PB¹,
Sá RMN1, Lacerda SG¹, Souza TAO¹, Ferreira MFL1
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM-CG), Campina
Grande, PB, Brasil
1
Introdução: Segundo a Organização Mundial de Saúde, há 1,6
bilhão de pessoas adultas acima do peso em todo o mundo, das
TEMAS LIVRES
quais 400 milhões são consideradas obesas, e esse número tende a
dobrar até 2025 caso medidas eficazes não sejam tomadas. Os estudos epidemiológicos da obesidade envolvem análises da prevalência e da tendência secular da doença em regiões e países distintos,
como também a distribuição em diferentes estratos populacionais
por idade, sexo, faixa econômica ou cultural. A população brasileira feminina apresenta risco maior de obesidade que os homens,
e a prevalência de sobrepeso é duas vezes maior nesse sexo. Este
trabalho tem o objetivo de avaliar a relação da escolaridade com
o risco de obesidade das pacientes atendidas no serviço de sobrepeso e obesidade da cidade de Campina Grande – Paraíba. Material e métodos: Trata-se de um estudo observacional com análise
prospectiva, realizado no período abril de 2009 a abril de 2010.
A presença/ausência de obesidade no indivíduo foi determinada
com base no IMC. Seguindo recomendação internacional amplamente aceita, mulheres foram classificadas como obesas quando
seu IMC era ≥ 30,0 kg/m². A escolaridade do indivíduo foi considerada pelos dados da anamnese [analfabeto, 1º grau incompleto
(GINC), 1º grau completo (GC), 2º GINC, 2º GC, 3º GINC
e 3º GC] dos pacientes. Os dados foram duplamente digitados e
analisados por meio do programa Statistical Package for the Social
Science (SPSS) versão 17.0 para Windows. Resultados: Avaliaramse 219 pacientes, com média de idade de 37,9 anos. O número
de pacientes com 1º grau completo foi de 47 (21,5%), a maior
prevalência de pacientes foi com 2º grau completo, que são 80
(36,5%), enquanto os com 3º grau completo perfazem um total de
27 (12,3%); os com 2º grau completo estão distribuídos da seguinte forma: 15 (42,9%) são classificado como sobrepeso, 34 (41,0%)
são obesos classe I, 18 (32,7%) são obesos classe II e 13 (28,3%)
são obesos classe III. Conclusão: Por fim, conclui-se que o grau
de escolaridade das pacientes guarda uma relação inversa com o risco de obesidade, ou seja, quando as mulheres apresentavam baixo
nível de escolaridade, aumentava o risco de obesidade. Portanto,
os dados dessa amostra tendem a evidenciar uma mesma relação
referenciada por diversos autores.
P080
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA MORTALIDADE POR DIABETES
MELITO NO NORDESTE ENTRE OS ANOS DE 2004 E 2007
Sales LM1, Almeida MKC1, Cruz CG1, Guimarães MA1, Moraes FL1,
Marques PO1
1
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
Introdução: A importância do diabetes melito (DM) tem aumentado conforme estudos apontam para uma crescente prevalência associada a um incremento na taxa de mortalidade em todo o mundo.
Trata-se de uma das mais incidentes morbidades crônicas que afetam
a humanidade, acometendo indistintamente as diferentes classes econômicas em países nos seus mais diversos graus de desenvolvimento.
Pertence, em termos de número de pessoas afetadas, ao grupo dos
quatro maiores problemas de saúde nacionais, sendo seu controle
um dos maiores desafios dos profissionais de saúde na atualidade.
Objetivos: Avaliar os aspectos epidemiológicos associados à mortalidade por DM no Nordeste, com ênfase nos anos de 2004 a 2007.
Métodos: Os dados analisados foram coletados a partir das informações provenientes das declarações de óbito que compõem o Sistema
de Informações de Mortalidade (SIM), disponibilizados no portal
do DATASUS do Ministério da Saúde. Para a seleção dos óbitos,
foram utilizados os códigos E10 a E14 da Classificação Internacional
de Doenças Décima Revisão (CID 10), no grupo “Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas”. Resultados: O incremento da
taxa bruta anual de mortalidade por DM no Nordeste entre os anos
estudados foi em média 10,2%, com mínimo de 7,2% entre os anos
de 2006 e 2007 e máximo de 13,7% entre os anos de 2005 e 2006,
alcançando cerca de 29 óbitos por 100.000 habitantes no último
ano analisado. Na análise etária, as maiores taxas de mortalidade por
diabetes se concentravam na faixa que ia dos 60 aos 69 anos, sendo
seguida pela faixa etária que vai dos 70 aos 79 anos. Entre a mortalidade por DM dos indivíduos com idade entre 30 e 80 anos ou mais,
o sexo feminino representou maior parte dos indivíduos acometidos,
representando em média 58% do total. Conclusão: Os resultados
encontrados apontam para a necessidade de implantação de estratégias que visem à redução da morbimortalidade por DM, contribuindo, assim, para a redução dos elevados custos econômicos e sociais
atribuídos a tal patologia. Portanto, os programas de atenção básica
ao paciente diabético devem ser enfatizados em toda a população já a
partir dos 30 anos, de modo a diagnosticar e controlar precocemente
a doença e, consequentemente, permitir maior sobrevida e melhor
qualidade de vida para os diabéticos.
P081
ASSOCIAÇÃO ENTRE PESO AO NASCIMENTO E RESISTÊNCIA
À INSULINA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES OBESOS E COM
SOBREPESO
Amorim SD1, Santiago JS1, Leal AAF1, Werner RPB1, Albuquerque
FCL2, Ramos ALC1, Cardoso AS3, Ramos AT3, Medeiros CCM3
1
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). 2 Médica Pediatra. 3 Núcleo de
Estudos e Pesquisas Epidemiológicas, UEPB, Campina Grande, PB, Brasil
Introdução: Pesquisas têm associado o peso ao nascer com a obesidade e algumas patologias típicas da idade adulta. Essa associação
apresenta a forma de “U”, ou seja, os extremos de peso ao nascer
parecem interferir no estado nutricional futuro desses indivíduos,
predispondo-os a efeitos deletérios em longo prazo, como obesidade
e resistência à insulina. Considerando que o sobrepeso e a obesidade
infantil e juvenil são considerados um problema de saúde pública significativo, objetiva-se com esse estudo verificar a ligação do peso ao
nascimento de crianças e adolescentes inseridos nessa problemática
com a resistência à insulina. Metodologia: O estudo, com caráter
transversal e abordagem quantitativa, foi realizado no período de
agosto de 2009 a fevereiro de 2010. A amostra foi composta por
163 crianças e adolescentes entre 2 e 18 anos. A coleta de dados foi
realizada por meio de questionário, avaliação clínica, medidas antropométricas e análise laboratorial: dosagem da glicemia de jejum,
insulinemia de jejum para cálculo da resistência à insulina (Homeostasis Model Assessment – HOMA). A avaliação do estado nutricional
baseou-se nos dados do CDC, 2002. Considerou-se sobrepeso IMC
entre o percentil 85 e 94,9 e obesidade percentil ≥ 95. Foi realizado um estudo descritivo para caracterização da população estudada.
Para análise da associação entre baixo peso ao nascer e resistência
insulínica, o peso foi dividido em dois grupos (grupo 1 – baixo peso
e 2 – macrossômico e normal) e foi utilizado o teste de Fisher, considerado um intervalo de confiança de 95%. Para análise estatística foi
utilizado o programa SPSS 17.0. Resultados: Foram avaliados 163
pacientes com idade entre 2 e 18 anos, sendo mais prevalente essa
problemática no gênero masculino, contemplando 64,4% da amostra na faixa etária entre 10-18 anos, o que correspondeu a 63,2%.
A ocorrência de sobrepeso foi observada em 15,3% e de obesidade
em 84,7%. A análise do peso ao nascimento foi realizada em 146
crianças e adolescentes, pois 17 pacientes não souberam informar
o peso ao nascimento. A prevalência de baixo peso foi de 4,1% e de
macrossomia, de 16,4%. Conclusão: Indivíduos que possuem baixo
peso ao nascer apresentaram maior suscetibilidade ao desenvolvimento de resistência à insulina, condição que, associada ao sobrepeso ou obesidade, torna esses indivíduos mais propensos a diabetes e
doenças cardiovasculares. Daí, a importância da avaliação das condições clínicas para que a correção desses fatores possa ser aplicada e a
prevenção seja realmente efetivada. S279
TEMAS LIVRES
P082
AVALIAÇÃO DA ADESÃO TERAPÊUTICA NOS PORTADORES DE
DIABETES MELITO ATENDIDOS NA REDE PRIMÁRIA DE SAÚDE
NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA
Araújo ST1, Penaforte KL1, Santos DMC1, Fernandes VO1, Aragão
ML1, Sales APAM1, Quidute ARP1, Montenegro APDR1, Montenegro
RM1, Carvalho SL1, Montenegro Jr RM1
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza,
CE, Brasil
1
A dificuldade de adaptação da pessoa diabética ao tratamento prescrito é ainda o maior obstáculo para o controle de sua doença e
prevenção das complicações agudas e crônicas. Por muitas razões,
os pacientes com diabetes não tomam todos os medicamentos prescritos. Ajudar a melhorar a adesão dos pacientes é um passo essencial no manejo do diabetes, sendo o cuidado com uma assistência
individualizada importante antes de iniciar ou ajustar um plano de
tratamento. Muitos são os elementos que tornam a questão da adesão ao tratamento motivo de estudo entre os pesquisadores, desde
sua definição até as formas de lidar com ela. Vários estudos focalizam em estratégias para melhorar a adesão aos medicamentos, em
mudanças de comportamento de promoção à saúde e em teorias
sobre os motivos apresentados por algumas pessoas para justificar
certos tipos de comportamento. Este estudo teve como objetivo
avaliar a adesão terapêutica dos portadores de diabetes melito atendidos na rede primária de saúde no município de Fortaleza. Trata-se
de um estudo transversal, descritivo com abordagem quantitativa.
Foram entrevistados 46 pacientes em atendimento no serviço de
atenção básica, de março a abril de 2010. Utilizou-se como técnica
a entrevista estruturada. Dos 46 pacientes, 63% eram do sexo feminino, predominando pacientes acima dos 50 anos (59%). Destes,
20% eram não alfabetizados, 23% tinham ensino fundamental incompleto e somente 15% tinham ensino médio completo. A renda
familiar média encontrava-se entre 1 e 3 salários mínimos (71%).
Quanto ao tratamento, 58% dos pacientes estavam em terapia com
múltiplos fármacos. Dentre as barreiras encontradas para atingir as
metas do tratamento, destacam-se o número de comprimidos ao dia
(19%), efeitos colaterais (16%), múltiplos ou complexos esquemas
de tratamento (14%), custo do tratamento (12%) e falta de medicamentos no posto (10%). Apenas 13% realizavam automonitoramento glicêmico e 78% relataram bom entendimento das prescrições
medicamentosas. Observa-se que são muitas as variáveis que podem
influenciar na adesão ao tratamento e não há consenso acerca de
qual tem maior influência. Diante de tais fatores, podem-se perceber
a variedade e a complexidade de elementos que contribuem para
que a pessoa com uma condição crônica de saúde, como o diabetes,
apresente dificuldades para a adesão ao regime terapêutico e alcance
das metas do tratamento, devendo ser esta, portanto, uma preocupação constante para os profissionais de saúde.
P083
AVALIAÇÃO DA OCORRÊNCIA DE DISLIPIDEMIA EM UMA
AMOSTRA NÃO PROBABILÍSTICA ABORDADA DURANTE
CAMPANHA DO DIA MUNDIAL DE COMBATE AO FUMO
Góis LCP1,Almeida MKC1, Sales LM1, Cruz CG1, Silva GF1,
Guimarães MA1, Moraes FL1, Araújo IG2
1
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).2 Unidade Acadêmica de
Medicina, UFCG, Campina Grande, PB, Brasil
Introdução: Hiperlipidemia ou dislipidemia é um estado modificável extremamente comum na população geral, sendo considerado importante fator de risco para doenças cardiovasculares, por
causa do papel relevante que as partículas de colesterol exercem
para a formação da placa ateromatosa. No Brasil, poucos estudos epidemiológicos abrangentes se propuseram a traçar o perfil
S280
epidemiológico dos indivíduos com dislipidemia, sendo necessários estudos que enfoquem tal temática. Objetivos: Avaliar a
prevalência da dislipidemia e fatores associados em uma amostra
não probabilística abordada em uma campanha do dia mundial de
combate ao fumo em Campina Grande/PB. Métodos: Casuística
não probabilística de 109 indivíduos que participaram de um estudo descritivo de corte transversal intitulado: “Perfil clínico-epidemiológico da população tabagista abordada durante campanha
de combate ao fumo na Cidade de Campina Grande - PB: Estudo
Transversal”, realizado sob parecer favorável do Comitê de Ética
em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba (CEPUEPB). A
coleta de dados foi feita utilizando questionário semiestruturado
anônimo aplicado após aceitação e assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram digitados e submetidos à análise estatística no programa EPI-INFO 3.5.1. Resultados: Dentre os indivíduos estudados, 29,4% (32/109) eram
do sexo feminino e 70,6% (77/109) do sexo masculino. Entre os
quais a prevalência de dislipidemia foi de aproximadamente 12%.
A maioria (53,8%) era do sexo masculino e a faixa etária que compreendia um maior contingente populacional era aquela situada
entre os 40 e 49 anos (54%). Quanto aos hábitos de vida, 30,7%
eram tabagistas e 76,9% eram sedentários. Um total de 23,1% estava com níveis pressóricos superiores ao limite aceitável (140 x 90
mmHg). Conclusão: Os resultados do estudo apresentado alerta
para a necessidade de os profissionais de saúde estimularem a mudanças no estilo de vida, fato que contribui expressivamente para
se chegar aos níveis lipídicos recomendados, sendo fundamentais
a identificação e o controle rotineiro dos fatores de risco associados à doença cardiovascular, uma das mais importantes causas de
morte no mundo.
P084
AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO TRATAMENTO COM
SITAGLIPTINA SOBRE POTENCIAIS EVOCADOS
SOMATOSSENSITIVOS E CONTROLE METABÓLICO EM
PORTADORES DE DIABETES MELITO TIPO 2
Tagliapietra JI1, Montenegro Jr RM1, Fernandes VO1, Vale OC1,
Jamacaru FVF1, Souza MHLP1, Montenegro RM1, Mota MV1, Moraes
MO1, Moraes MEA1
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza,
CE, Brasil
1
Introdução: Neuropatia diabética (ND) é o termo que descreve uma
alteração demonstrável clinicamente ou por métodos diagnósticos
que ocorre em pacientes portadores de diabetes melito (DM) sem
outras causas de neuropatia. As desordens neuropáticas incluem
manifestações somáticas e/ou do sistema nervoso autonômico.
A ND é subclínica quando consiste na evidência de disfunção de
nervos, tal como condução nervosa sensorial ou motora diminuída
ou limiar sensorial elevado, na ausência de sinais clínicos e sintomas
de ND. As neuropatias sensitivas são, de longe, as formas mais
comuns de neuropatias diabéticas e provocam diminuição da
velocidade de condução nervosa. As deficiências de condução do
sistema nervoso central em diabéticos podem ser bem detectadas
pelo estudo dos potenciais evocados somatossensitivos (PESS),
que são muito sensíveis a condições subclínicas O papel dos PESS
no diagnóstico de doenças neurológicas é identificar, ou localizar, uma ou mais lesões nas vias somatossensitivas, mesmo antes
do aparecimento de alterações clínicas, além de estarem direta ou
indiretamente relacionados com alterações do controle glicêmico.
Dessa forma, objetivou-se avaliar o efeito do controle metabólico
nos resultados de exames de PESS em portadores de DM 2 antes e
após o tratamento com sitagliptina. Material e métodos: Trata-se
de um estudo do tipo intervencionista, prospectivo e aberto realizado em portadores de DM 2 assintomáticos, recentemente diag-
TEMAS LIVRES
nosticados (menos de seis meses), que realizaram avaliação física,
metabólica de jejum e após um estímulo alimentar de 566 kcal,
em que foram feitas coletas seriadas durante três horas para dosagem de glicose, insulina, glucagon, GLP1 ativo e GIP total, além
do PESS. Após essas avaliações, os pacientes receberam sitagliptina
100 mg/dia por três meses, com realização do mesmo protocolo
após esse período. Resultados: Dos 20 pacientes avaliados, mais
de 60% encontravam-se na faixa etária de 41 a 60 anos (53,24 +
9,43 anos), não havendo diferença significativa de idade entre os
sexos (P = 0,356). Desses, 68,29% eram mulheres. Em relação à
pressão arterial, 51,22% dos voluntários eram hipertensos e 100%
obesos. Após o tratamento, observou-se a melhora dos índices antropométricos, de todos os parâmetros laboratoriais com ênfase na
glicose em jejum (pré: 174,43 ± 67,18 e pós: 129,07 ± 29,19 mg/
dL) e A1C (pré: 8,76 ± 2,68 e pós: 6,64 ± 1,11%), todos com P <
0,0001 e, ainda, aumento da concentração da AUC de GLP1 ativo
(P = 0,003) e diminuição da AUC de GIP total (P = 0,001), bem
como diminuição das latências N9D (P < 0,0001), N13E (P =
0,036), N20D (P = 0,028) e dos tempos de condução central N13N9E (P = 0,045), N20-N13D (0,044), além de correlações com
significância estatística entre parâmetros bioquímicos e eletroneurofisiológicos. Conclusão: Observou-se melhora clínica, metabólica e nas vias de condução do impulso nervoso somatossensitivo dos
pacientes tratados com sitagliptina.
P086
CARCINOMA MISTO DE TIREOIDE: RELATO DE DOIS CASOS
Torres MRS1, Ramos AJS1, Rocha AM1, Nóbrega MP1, Lucena RMB1,
Costa GJF¹, Bernardes LP¹, Brito FLM1
¹ Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
Introdução: O câncer de tireoide responde por 1% das neoplasias
em adultos, sendo a neoplasia maligna mais comum do sistema endócrino. Os tipos mais comuns são o carcinoma papilífero e folicular,
que juntos correspondem a cerca de 90% dos cânceres da tireoide.
Destes, o papilífero é o mais comum (80%), com bom prognóstico e
crescimento lento, diferente do carcinoma folicular, que geralmente
se encontra em estágio mais avançado no momento do diagnóstico.
A ocorrência simultânea de diferentes tipos de carcinoma da tireoide
em um único paciente é um evento incomum, entretanto a presença
de múltiplos focos não afeta o prognóstico e a sobrevida dos pacientes. Objetivos: Relatar dois casos de ocorrência simultânea de dois
tipos histológicos de carcinoma de tireoide em um mesmo paciente.
Material e métodos: Dados obtidos do prontuário dos pacientes.
Resultados: Paciente de 26 anos, sexo feminino, com história prévia
de lobectomia esquerda por nódulo benigno há oito anos, apresentou recorrência da doença nodular e foi submetida à tireoidectomia
total. O exame histopatológico mostrou um carcinoma papilífero variante folicular de 4 cm, encapsulado, e um carcinoma papilífero tipo
clássico de 0,6 cm, não encapsulado, em um mesmo lobo (direito).
Outra paciente, também do sexo feminino, de 45 anos, portadora de
tireoidite de Hashimoto, foi submetida à tireoidectomia parcial por
lesão folicular à PAAF, em nódulo de 1,1 cm no lobo direito. O exame histopatológico evidenciou carcinoma folicular, não encapsulado
e restrito ao leito tireoidiano. A conduta estabelecida foi totalizar a
cirurgia, e o novo histopatológico mostrou um carcinoma papilífero,
forma clássica, encapsulado, no lobo esquerdo. As pacientes submeteram-se à radioablação com I131 na dose de 150 mCi e seguem
em acompanhamento com terapia supressiva com L-T4. Conclusão:
Casos de carcinomas de tireoide de diferentes tipos histológicos em
um mesmo paciente são raros, e a maioria é de carcinomas mistos
medulares-foliculares. A ocorrência simultânea de carcinomas papilíferos e foliculares é ainda mais rara, com poucos casos relatados na
literatura.
P087
COLECISTECTOMIA NOS PACIENTES SUBMETIDOS À
CIRURGIA BARIÁTRICA NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
OSWALDO CRUZ NO PERÍODO DE 2006 A 2009
Montarroyos D, Almeida N, Novaes M, Cavalcanti P, Fernandez F,
Evangelista Neto J, França W, Moura F, Burle C, Lamour S, Almeida R,
Novaes F
Introdução: Segundo estudos da Sociedade Americana para
Cirurgia Bariátrica, de 25% a 45% dos obesos mórbidos desenvolvem colecistopatia, quadro esse já tido como um problema
clínico usual¹. Tal problema, na obesidade, possivelmente é influenciado pela massa gordurosa corporal total e sua distribuição regional mediante sua associação com a intolerância à glicose. A melhor forma de obter o diagnóstico de coledocolitíase
é o exame ultrassonográfico, contudo a precisão do exame fica
comprometida ao se tratar de um paciente com grande massa
corpórea, sendo assim, grande parte dos casos são descobertos
quando o paciente se submete a uma exposição da cavidade abdominal, como na gastroplastia¹. Mesmo depois de realizada a
cirurgia bariátrica, a rápida taxa de perda de peso é um importante fator desencadeante das coledocopatias, uma vez que há
o aumento da saturação do colesterol biliar3,4, que, junto com a
diminuição da motilidade da vesícula biliar, é tido como fator de
predisposição aos cálculos biliares. Daí, vem o seguinte questionamento: Por que não fazer a colecistectomia no mesmo ato da
cirurgia bariátrica? Objetivos: Conhecer e analisar o número de
pacientes que necessitam de colecistectomia, intervenção cirúrgica
para retirada da vesícula biliar decorrente de alteração do funcionamento dela, na grande maioria das vezes decorrente de cálculos
cristalinos, após a realização de gastroplastia no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), no período de 2006 a 2009. Metodologia: Estudo retrospectivo baseado nos prontuários, tanto de
internamento quanto de ambulatório, de 624 pacientes portadores
de obesidade mórbida ou IMC > 35 kg/m², com duas ou mais
comorbidades, refratárias a pelo menos três tratamentos clínicos
num intervalo de dois anos, submetidos à gastroplastia redutora
tipo “Capella”, assim como 285 pacientes que sofreram colecistectomia no Hospital Universitário Osvaldo Cruz (HUOC), no
período de 2006 a 2009. Resultados: Após análise dos prontuários
foram encontrados 25 pacientes que necessitaram de intervenção
cirúrgica para correção de uma coledocopatia de um total de 624
pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. Em porcentagem, significa que 4,0064% dos pacientes retornaram ao serviço em uma
faixa de tempo relativamente curta, em média dois anos, para a
realização de outro procedimento cirúrgico. Desses 25 casos, 20
são mulheres, ou seja, 80%, enquanto os homens resumem-se a
20% desses pacientes. Conclusão: Segundo a literatura, aproximadamente 10% dos pacientes obesos que realizam a gastroplastia necessitam de outro procedimento para retirada da vesícula com no
mínimo dois anos de operado. Assim, este estudo vem consolidar a
literatura tendo um índice bem abaixo dos 10% propostos, apenas
4,0064%, e confirmar a escolha de não fazer a colecistectomia no
ato cirúrgico, uma vez que não tenha indicação para sua retirada,
ou seja, fazê-la de forma preventiva. Referências. 1. Garrido Jr
AB. Cirurgia da obesidade. 2. Hendel HW, Hojgaard L, Pedersen BH, Paloheimo LI, Rehfeld JF, Gotfredsen A, Rasmussen
MH. Fasting ball bladder volume and lithogenicity in relation
to glucose tolerance, total and intraabdominal fat masses in
obese subjects. 1998;22(4):294-302. 3. Erlinger S. Gallstone
in obesity and weight loss. 4. Wudel LJ, Wrigth LK, Debelak
JP, Allos TM, Shyr Y, Chapman WC. Prevention of gallstone
formation in morbidly obese patients undergoing rapid weight
loss: results of a randomized controlled pilot study.
S281
TEMAS LIVRES
P088
COMPARAÇÃO ENTRE OBESOS DIABÉTICOS (OD) E
OBESOS NÃO DIABÉTICOS (OND) QUANTO AO IMC
E À CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL, ASSISTIDOS NO
AMBULATÓRIO DO SERVIÇO DE SOBREPESO E OBESIDADE
DO INSTITUTO DE SAÚDE ELPÍDIO DE ALMEIDA (ISEA), NA
CIDADE DE CAMPINA GRANDE – PARAÍBA
Fernandes IC¹, Barbosa PEA¹, Barbosa ACN¹, Costa ID¹, Lacerda
SG¹, Souza TAO¹, Ferreira MFL1
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM-CG), Campina
Grande, PB, Brasil
1
Introdução: O diabetes melito (DM) é uma doença caracterizada
por hiperglicemia crônica, com perturbações do metabolismo dos
carboidratos, gorduras e proteínas, resultantes de um defeito ou
mesmo na ação da insulina, ou ambas. A coexistência de DM e obesidade eleva o risco cardiovascular. No Brasil, o DM tipo 2 tem prevalência estimada em torno de 7%, mas apresenta aumento considerável em todo o mundo. O risco de pacientes obesos desenvolverem
DM aumenta em 50% quando o índice de massa corporal (IMC)
está entre 33 e 35 kg/m2. O presente trabalho tem como objetivo
avaliar se existem diferenças em relação aos OD e OND no sentido
de estratificação do IMC e na medida de circunferência abdominal. Material e métodos: Trata-se de um estudo observacional com
análise prospectiva, realizado por um período de um ano, abril de
2009 a abril de 2010. O trabalho foi desenvolvido em um serviço de
sobrepeso e obesidade na cidade de Campina Grande – PB. Como
critério de inclusão, os pacientes deveriam apresentar índice de massa
corpórea (IMC) ≥ 25 kg/m2. A coleta dos dados foi realizada mediante preenchimento de ficha clínica padrão do serviço. As variáveis
analisadas foram idade, sexo, DM previamente diagnosticada, IMC
e medida da circunferência abdominal. O tratamento estatístico foi
feito com o Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão
17.0 para Windows. Resultados: Fizeram parte da pesquisa 247
pacientes, sendo 28 (11,3%) masculinos e 219 (88,7%) femininos.
A média de idade foi de 37,6. Pelo menos 14 (5,7%) desses eram
OD. Nos obesos classe I, não houve diferença entre os percentuais
de OD e OND, 5 (35,7%) e 85 (36,5%), respectivamente. Já nos
obesos classe III, existiu diferença significativa entre os percentuais
de OD, igual a 6 (42,9%), e OND perfazendo 53 (22,7%), fato que
não foi presenciado nos demais do grupo, com sobrepeso e nos obesos classe I. Em relação à circunferência abdominal, as médias e os
desvios-padrão (DP) encontrados entre os OD e OND foram, nessa
ordem, 117,79, DP 11,35 e 110,97, DP 15,2. Conclusão: Observase que com o aumento do IMC houve diferença pouco significativa
no que diz respeito aos percentuais de OD e OND, enquanto, para a
medida da cintura, os OD têm valores maiores em relação aos OND.
P089
DETERMINANTES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM
FREQUENTADORES DE UM PARQUE NA CIDADE DE CAMPINA
GRANDE
Bruno ELA1, Couto JP1, Teixeira JVM1, Andrade JSO1, Magalhães LB1,
Sá RMN1
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande, Campina Grande
(FCM-CG), Campina Grande, PB, Brasil
1
Introdução: De acordo com Serrano & Carlos (2009), “as Doenças Cardiovasculares (DCV) são responsáveis por 16,7 milhões de
mortes ao ano. Projeções referentes ao ano de 2020 indicam sua permanência como a primeira causa de morte mundial e uma elevação
no número de óbitos para cerca de 35 milhões, dos quais 80%-90%
dos casos ocorreram nos países de baixa e média renda”. Conforme
dados do Ministério da Saúde (2004), “em todos os estados brasileiros, considerando-se o conjunto de todas as faixas etárias, as doenças
S282
cardiocirculatórias foram responsáveis, em 2005, por 283.927 óbitos, dos quais 90.006 foram por DCV”. Conforme se observou, o
número de pacientes acometidos por DCV cresce progressivamente
em todo o mundo, em razão de uma maior sobrevida após o tratamento dos quadros isquêmicos agudos e do maior número de diagnósticos realizados, bem como em razão da prevalência de fatores
de risco, os quais foram avaliados nessa referida pesquisa. Material
e métodos: Realizou-se um estudo epidemiológico, observacional,
com frequentadores de um parque em Campina Grande, com idade
entre 45 e 78 anos, selecionados por meio de uma amostra não probabilística. A análise estatística foi feita mediante cálculo das medidas
antropométricas em condições padrões associadas às informações
sobre a presença ou não dos fatores de risco clássicos para desenvolvimento de DCV colhidos por meio da aplicação de um questionário
estruturado. Resultados: Fizeram parte da amostra 256 participantes, dos quais 73,81% pertenciam ao sexo feminino. As prevalências
dos fatores de risco para DCV encontrados foram: (1) sedentarismo
18,25%; (2) sobrepeso 44,44%; (3) obesidade 23,8%; (4) diabetes
melito 14,28%; (5) hipertensão arterial sistêmica 34,92%; (6) dislipidemia 20,63%; (7) tabagismo 10,31%; (8) etilismo 7,14%; (9)
circunferência abdominal (CA) 89,33 cm; (10) relação cintura-quadril (RCQ) 0,86. Conclusão: Muito se tem evoluído em relação ao
diagnóstico e tratamento das DCV, porém ainda continuam sendo
as principais causas de incapacidade e morte mundial. Quando se
leva em consideração a população estudada, percebe-se que os dados
obtidos indicam a necessidade de um maior cuidado em avaliar a
saúde dos frequentadores de parques, sugerindo, assim, que os parques da cidade tenham um setor de avaliação e orientação à prática
de atividades físicas, uma vez que ambientes coletivos podem ser
especialmente adequados para a elaboração e a implantação das ações
em saúde.
P090
Diabetes melitO tipo 2 e obesidade grau I: Avaliação
do controle glicêmico de acordo com o tempo de
seguimento pós-cirúrgico em pacientes submetidos
À Gastroplastia redutora com reconstituição em Y
de Roux
Lins DC1, Pedrosa IA1, Lins DC1, Campos JM2, Sa VC2, Chalegre
KPA1, Durão SF1
1
Universidade de Pernambuco (UPE). 2 Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE), Recife, PE, Brasil
Objetivo: O objetivo do presente estudo foi avaliar o controle glicêmico em pacientes com diabetes melito tipo 2 e obesidade grau I
submetidos à cirurgia de bypass gástrico, de acordo com o tempo de
seguimento pós-cirúrgico. Material e método: Foram analisados,
de maneira retrospectiva, 27 pacientes de um total de 1.139 operados no período de 2002 a 2008. Os critérios de inclusão foram:
1. pacientes submetidos ao bypass gástrico em Y de Roux proximal;
2. portadores de diabetes melito tipo 2 segundo critérios da ADA; 3.
pacientes que tinham no pré-operatório o IMC entre 30 e 35 kg/
m2. Para avaliar o controle glicêmico, a amostra foi dividida em três
grupos, de acordo com o tempo de seguimento: grupo I – operados
até de 12 meses (n = 14); grupo II – operados há mais de 12 meses
(n = 13); grupo III – operados há mais de 24 meses (n = 07). Resultados: 1. No grupo I, controle glicêmico foi alcançado em 78,6% (n
= 11) sem uso de medicação e em 93% (n = 13) com uso de medicação. Nos pacientes operados do grupo II, a glicemia de jejum média
foi de 90 mg/dL e a Hba1c em 6,1%, havendo diminuição em 50%
e 27,6%, respectivamente. Nove pacientes (69%) não necessitaram
de medicação hipoglicemiante, estando com a glicemia controlada,
e 6 (46%) pacientes apresentaram remissão da DM tipo 2, sendo os
resultados semelhantes ao do grupo I. Os pacientes do grupo III não
apresentaram alterações significativas no controle glicêmico compa-
TEMAS LIVRES
rado aos pacientes dos outros grupos, ficando a média da glicemia de
jejum em 97 mg/dL e de Hba1c em 6,3%. Conclusão: O controle
glicêmico foi alcançado desde o primeiro ano, não havendo diferença significativa quanto à remissão e ao controle glicêmico entre
o grupo de pacientes operados há mais de dois anos e os que foram
num período menor que esse.
P091
BALÕES GÁSTRICOS EM OBESOS – UMA TÉCNICA MAIS
SEGURA, RÁPIDA E ECONÔMICA PARA OS PROCEDIMENTOS
DE COLOCAÇÃO E REMOÇÃO
Vilaça TG1, Carvalho GL1, Novaes ML1, Moura FF1, Rocha FG1, Cruz
CRC1, Lima DL1, Chaves EFC1
1
Faculdade de Ciências Médicas, Universidade de Pernambuco (FCM/UPE).
Unidade de Pesquisa Clínica (Unipeclin), Hospital Universitário Oswaldo Cruz e
Clínica Cirúrgica Videolaparoscópica Gustavo Carvalho, Recife, PE, Brasil
Introdução: Embora a cirurgia bariátrica seja a mais rápida e mais
eficaz forma de perder e controlar o peso, pacientes com sobrepeso
que querem controlar o peso não são elegíveis para esse procedimento. Objetivos: Avaliar o uso do balão gástrico em pacientes obesos
sob aspectos de segurança, economia, perda de peso e praticidade.
Material e métodos: Entre junho de 2006 e abril de 2010, 160
pacientes obesos (118 mulheres com média ponderal de 94.47 kg;
± 21.9) realizaram tratamento para obesidade usando 176 balões intragástricos de silicone (BIS). Todos os BIS foram não só inseridos
como removidos por meio de endoscopia ambulatorial, sob sedação
usual. A anestesia geral não foi necessária, diminuindo custos e riscos.
Para esse propósito, um novo BIS foi desenvolvido (Silimed®). A colocação foi realizada pela fixação dos BIS a uma alça de polipectomia,
inserindo-os sob visão direta. Os BIS foram liberados no fundo do
estômago e preenchidos com uma solução de soro fisiológico, contraste iodado e azul de metileno (470-850 ml). A remoção foi realizada por um posicionamento de um duplo “overtube” no esôfago do
paciente. Fez-se um orifício no BIS com uma agulha ou endotesoura
e inseriu-se um cateter. O conteúdo total do balão foi completamente aspirado. Para retirar o BIS vazio, usou-se uma alça de polipectomia ou pinça duplo gancho. O BIS foi parcialmente inserido no
“overtube” e ambos removidos em conjunto. Resultados: Todos os
176 balões foram colocados satisfatoriamente. Dos 176 balões, 118
foram retirados – 11 por causa de intolerância, 6 por perfuração do
balão e 101 ao fim dos seis meses de tratamento. Todos os pacientes
deixaram o consultório com menos de uma hora dos procedimentos
de colocação ou retirada, satisfeitos com o procedimento e a sedação. No dia seguinte após a colocação do BIS, 8 pacientes precisaram
ser internados por 12-48 horas para controlar náusea e vômitos. Seis
balões foram eliminados espontaneamente e assintomaticamente. A
média de perda ponderal entre os 101 pacientes que terminaram os
seis meses de tratamento foi de 13,7 (± 5.8) kg, e a média de perda
de peso excessivo (PPE%) foi de 62,7 (± 68.5) %. Conclusão: A utilização dessa técnica aperfeiçoou a colocação e a remoção do balão
gástrico, tornando-as mais rápidas, seguras e com custos reduzidos.
P092
BALÕES INTRAGÁSTRICOS SÃO EFETIVOS PARA CONTROLE
DE PESO EM PACIENTES NÃO OBESOS
Rocha RG, Carvalho GL, Moraes CE, Barros CB, Vilaça TG,
Albuquerque PPC, Silva JSN, Fernandes Jr JAM
Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Universidade de Pernambuco (UPE),
Clínica Cirúrgica Videolaparoscópica Gustavo Carvalho, Recife, PE. Gastrocor,
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: Muitos tratamentos clínicos têm sido tentados para
redução de peso em pacientes com sobrepeso (IMC < 30), muito
comumente tratados com Orlistat®, sibutramina e mais recentemente com Rimonabant®, todos apresentando efeitos colaterais gastrointestinais, circulatórios, metabólicos ou psicológicos, os quais são
algumas vezes severos. Ensaios clínicos recentes usando balões intragástricos de silicone (BIS) em pacientes com sobrepeso têm provado
a utilização segura de BIS nesses pacientes. No entanto, não há relato de publicação de tratamento com BIS nos grupos de pacientes
com sobrepeso. Objetivos: Apresentar os resultados do tratamento
com BIS em pacientes com sobrepeso. Métodos: De junho de 2006
a abril de 2010, 401 pacientes foram submetidos ao tratamento com
o balão intragástrico da Silimed® em dos centros diferentes. Desses,
43 foram selecionados para esse estudo apresentando IMC < 30.
Resultados: Os balões foram inseridos e removidos por meio de endoscopia ambulatorial, segura e efetiva em todos os casos. Anestesia
geral não foi necessária. Todos os pacientes deixaram o consultório
em menos de uma hora. A média de idade dos pacientes foi de 35
(15-55) anos, pesos iniciais e IMC foram de 74.81 ± 9.9 (58.0100.2) kg e 28.2 ± 1.6 (22.8-29.9) kg/m². Para os 24 pacientes que
completaram os seis meses de tratamento, os resultados em perda
de peso e IMC final foram de 9.68 ± 4.2 (19.7-0.4) kg e 24.65 ±
1.7 (21.9-27.8) kg/m². Cinco pacientes (11,6%) tiveram episódios
de vômitos severos e optaram por parar o tratamento. Um paciente (2,3%) teve perda de peso insuficiente. Trinta e quatro pacientes tiveram náusea no primeiro dia do tratamento. Um balão teve
rompimento espontâneo durante o tratamento e foi removido por
endoscopia ambulatorial. Conclusões: Os dados preliminares sugerem que o procedimento do balão gástrico é uma alternativa segura
e eficaz para o tratamento médico de controle de peso em pacientes
não obesos com indicação apropriada de uso.
P093
EFEITO DA SITAGLIPTINA SOBRE AS ALTERAÇÕES VISUAIS
DIAGNOSTICADAS POR POTENCIAL EVOCADO VISUAL NO
DIABETES MELITO TIPO 2
Tagliapietra JI1, Montenegro Jr RM1, Fernandes VO1, Vale OC1,
Jamacaru FVF1, Souza MHLP1, Montenegro RM1, Mota MV1, Moraes
MO1, Moraes MEA1
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza,
CE, Brasil
1
Introdução: No diabetes melito (DM), a deficiência visual parece
resultar tanto da doença vascular como de anormalidades metabólicas. Dessa forma, o acometimento visual não se restringe apenas
à retina, mas pode comprometer o nervo óptico e o trajeto visual,
como na neuropatia óptica isquêmica. Os potencias evocados visuais
(PEV) são capazes de detectar patologias envolvendo as vias ópticas e córtex visual e, por isso, podem ser usados como método de
diagnóstico complementar tanto da retinopatia diabética subclínica como na avaliação das demais vias de condução nervosa visual,
além de poderem estar direta ou indiretamente relacionados com
alterações do controle glicêmico. Dessa forma, objetivou-se avaliar
o efeito do controle metabólico nos resultados de exames de PEV
em portadores de DM 2 antes e após o tratamento com sitagliptina.
Material e métodos: Trata-se de um estudo do tipo intervencionista, prospectivo e aberto, realizado com portadores de DM 2 assintomáticos, recentemente diagnosticados (menos de seis meses), que
realizaram avaliação física, metabólica de jejum e após um estímulo
alimentar de 566 kcal, em que foram feitas coletas seriadas durante
três horas para dosagem de glicose, insulina, glucagon, GLP1 ativo
e GIP total, além do PEV. Após essas avaliações, os pacientes receberam sitagliptina 100 mg/dia por três meses, com realização do
mesmo protocolo após esse período. Resultados: Dos 20 pacientes
avaliados, mais de 60% encontravam-se na faixa etária de 41 a 60
anos (53,24 ± 9,43 anos), não havendo diferença significativa de
S283
TEMAS LIVRES
idade entre os sexos (P = 0,356). Desses, 68,29% eram mulheres.
Em relação à pressão arterial, 51,22% dos voluntários eram hipertensos e 100% obesos. Após o tratamento, observou-se a melhora
dos índices antropométricos, de todos os parâmetros laboratoriais
com ênfase na glicose em jejum (pré: 174,43 ± 67,18 e pós: 129,07
± 29,19 mg/dL) e A1C (pré: 8,76 ± 2,68 e pós: 6,64 ± 1,11%),
todos com P < 0,0001, e, ainda, aumento da concentração da AUC
de GLP1 ativo (P = 0,003) e diminuição da AUC de GIP total (P =
0,001). Pôde-se verificar que houve alterações nas latências dos
PEV no início do estudo, quando comparado aos valores de referência do laboratório. Comparando os exames realizados no
pré-tratamento com os exames realizados no pós-tratamento,
verificou-se diminuição das latências de N75, P100 e N120 no final do estudo, além de correlações com significância estatística entre
parâmetros bioquímicos e eletroneurofisiológicos [peptídeo C em
jejum (p = 0,008), colesterol total (p = 0,045), TGO (p = 0,010),
A1C (p = 0,007)]. Conclusão: Houve melhora clínica, metabólica
e nas vias de condução do impulso nervoso visual dos pacientes tratados com sitagliptina.
P094
EFEITO DOS ESTEROIDES ANABOLIZANTES SOBRE A FUNÇÃO
TIREOIDIANA
Lacerda SG1, Barbosa ACN1, Costa DA1, Fernandes IC1, Barbosa
PEA1, Ferreira MFL1
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM-CG), Campina
Grande, PB, Brasil
1
Introdução: A primeira descrição sobre os esteroides anabolizantes
(EA) foi em 1889, tendo sido atribuídos à testosterona os efeitos
designados como androgênicos responsáveis pelo desenvolvimento
do trato reprodutivo masculino e dos caracteres sexuais secundários,
assim como pela manutenção da função reprodutiva e anabólica.
Atualmente, nos Estados Unidos, aproximadamente 1 a 3 milhões
de homens e mulheres utilizam os EA. No Brasil, observou-se uma
prevalência de 11,1% de usuários de EA em Porto Alegre/RS, alertando para um grave problema também em nosso país. Sabe-se que
a testosterona tem efeito estimulatório sobre a síntese e a secreção
de TSH. Uma vez que existem receptores para os esteroides sexuais
(ES) na tireoide, é razoável esperar efeitos diretos desses hormônios
no crescimento e função da glândula. Os ES também modulam as
enzimas desiodases, principalmente a D1. Objetivou-se por meio de
uma revisão literária crítica alertar acerca da interferência dos EA na
função tireoidiana. Material e métodos: Foram analisados artigos
recentes, revistas brasileiras de endocrinologia e ensaios clínicos em
língua inglesa e portuguesa relacionados ao tema, utilizando publicações do Medline, Pubmed e Scielo. Resultados: Banu e cols.
demonstraram, mediante estudo em ratos, que os EA interferem na
regulação da resposta proliferativa ao TSH, visto que em animais
gonadectomizados essa resposta estava suprimida. Esses autores
comprovaram em outro estudo que a testosterona é um potente fator mitogênico nos tireócitos em cultura, podendo ou não atuar em
conjunto com o TSH. Borges e cols. demonstraram que a testosterona era essencial para manutenção dos níveis séricos de TSH, pois nos
ratos castrados foi observada diminuição desse hormônio, tendo os
níveis de TSH sido restabelecidos após reposição do ES masculino.
Avaliando doses suprafisiológicas, Malarkey e col., estudando atletas
do sexo feminino usuárias de EA, demonstraram que a média das
concentrações séricas de TSH foi três vezes maior do que no grupo
controle. Daly e cols. avaliaram a função tireoidea de indivíduos submetidos a tratamento com metiltestosterona durante quatro dias e
nesse período foi observada diminuição nas concentrações séricas de
T3 e T4 totais e TBG e aumento nos níveis séricos de T4 livre e TSH.
Conclusão: A partir da revisão de estudos científicos mais recentes,
S284
pode-se constatar que há interferência dos EA na função tireoidiana,
principalmente quando utilizados em doses suprafisiológicas.
P095
ESÔFAGO NEGRO ASSOCIADO À INFECÇÃO POR CANDIDA
SP. EM PACIENTE DIABÉTICO
Baião AH1, Tasso PS1, Carvalho EH1
Clínica Médica do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira
(IMIP), Recife, PE, Brasil
1
Introdução: Relatar caso de paciente diabético com esofagite necrotizante aguda causada por Candida albicans. O esôfago negro, ou
esofagite necrosante aguda, é uma condição rara, com poucos casos
descritos na literatura. Geralmente está associada a pacientes críticos
e com graves doenças de base. Sua exata etiologia não é identificada
na maioria dos casos, porém há relato da associação com infecções
por CMV, HSV, Candida albicans, Aspergillus e Actinomyces. É caracterizado por uma coloração enegrecida do esôfago na endoscopia,
geralmente com lesão circunferencial, associada à necrose da mucosa
do órgão. Objetivo: Descrever apresentação atípica de uma doença
rara, com incidência variando entre 0,2% e 0,008%. Metodologia:
Relato de caso de paciente internado no serviço de clínica médica do
IMIP no período de 12/8/2009 a 24/8/2009, com apresentação
de fotos endoscópicas do evento agudo. Discussão: A esofagite necrotizante aguda é uma patologia rara associada a pacientes críticos,
com doenças graves como câncer, estados de baixa perfusão e instabilidade hemodinâmica, entre outros. No caso relatado o paciente apresentava-se hígido, gozando de bom estado geral. O doente
em questão apresentava como comorbidade apenas diabetes melito,
controlada adequadamente. A etiologia frequentemente associada é
isquêmica, tendo o paciente apresentado algum grau de instabilidade
hemodinâmica ou hipoperfusão. Há poucos casos descritos na literatura de onde se isola o agente causador. Conclusão: Uma breve revisão da literatura nos demonstra que a esofagite necrotizante aguda
é uma condição incomum, diagnosticada geralmente nos pacientes
gravemente enfermos. A evolução favorável do caso relatado é discrepante com a literatura. A associação diabetes-infecções oportunistas já é bastante estudada, porém uma candidíase esofagiana causando necrose do epitélio esofágico em paciente hígido é incomum.
Bibliografia
A Burtally, P Gregoire. Acute esophageal necrosis and low-flow state. Can J Gastroenterol. 2007;21(4):245-7. Haviv YS, Reinus C,
Zimmerman J. Black esophagus: a rare complication of shock. Am J
Gastroenterol. 1996;91:2432-4. Goldenberg SP, Wain SL, Marignani
P. Acute necrotizing esophagitis. Gastroenterology. 1990;98:493-6.
Khan AM, Hundal R, Ramaswamy V, Korsten M, Dhuper S. Acute
esophageal necrosis and liver pathology, a rare combination. World
J Gastroenterology. 2004;10:2457-8. Plaza Santos R, Froilán Torres C, Castro Carbajo P, Martín Chavarri S, Gea Rodríguez F, Suárez de Parga JM. Acute necrotizing esophagitis associated with
hyperglycemic hyperosmolar ketotic coma. Gastroenterol Hepatol.
TEMAS LIVRES
2009;32(4):322-3. Kim YH, Choi SY. Black esophagus with concomitant candidiasis developed after diabetic ketoacidosis. World J
Gastroenterol. 2007;13(42):5662-3. Gurvits GE, Shapsis A, Lau N,
Gualtieri N, Robilotti JG. Acute esophageal necrosis: a rare syndrome.
J Gastroenterol. 2007;42(1):29-38. Ramos R, Mascarenhas J, Duarte
P, Vicente C, Casteleiro C. Acute esophageal necrosis: a retrospective
case series. Rev Esp Enferm Dig. 2008;100(9):583-5. Gaissert HA,
Breuer CK, Weissburg A, Mermel L. Surgical management of necrotizing Candida esophagitis. Ann Thorac Surg. 1999;67(1):231-3.
P097
ESTUDO BAROPODOMÉTRICO DE PACIENTES COM DIABETES
MELITO TIPO 2 PARA A DETECÇÃO PRECOCE DO PÉ DE RISCO
Castro FM1, Aragão ML1, Fernandes VO1, Santos PJS1, Souza MR1,
Sales APAM1, Quidute ARP1, Montenegro APDR1, Monteiro LZ1,
Montenegro RM1, Carvalho SL1, Montenegro Jr RM1
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza,
CE, Brasil
1
Diabetes melito (DM) é uma doença progressiva, atualmente aceita
como epidemia mundial. O pé diabético é uma das complicações
mais sérias, de alto impacto socioeconômico, caracterizado por lesões decorrentes de neuropatia, isquemia e infecção. Este estudo
teve por objetivo avaliar os parâmetros baropodométricos em pacientes com DM tipo 2 (DM2), por meio de uma plataforma de
força – Footwork. O estudo foi realizado entre agosto e novembro de
2007, em um hospital universitário do Nordeste. Foram avaliados
138 indivíduos com DM2, selecionados de forma sequenciada no
referido ambulatório, durante o período determinado para o recrutamento do estudo, sendo 101 do sexo feminino, com idade média
de 57,9 ± 10,5 anos, índice de massa corpórea médio de 29,3 ± 4,8
kg/m2, glicemia média de 180,5 ± 77,9 mg/dl. Os dados foram
tabulados e analisados com o programa Statistical Package for Social
Science. Os resultados mostraram que ao exame estático a média da
carga plantar de antepé foi de 48,7 ± 9,1%, a de retropé, de 51,4 ±
9,1%, a do pé direito, de 49,9 ± 6,5% e a do pé esquerdo, de 50,1 ±
6,5%. A média do pico de pressão plantar do pé direito foi de 2,3 ±
0,9 kgf/cm2 e a do pé esquerdo, de 2,2 ± 0,8 kgf/cm2. Ao exame
dinâmico, a média do pico de pressão plantar do pé direito foi de 2,7
± 0,8 kgf/cm2 e a do pé esquerdo, de 2,7 ± 0,8 kgf/cm2. O estudo
revelou que os pacientes avaliados estão com a carga plantar aumentada em antepé e com elevação do pico de pressão plantar ao exame
estático. Não houve associação entre alteração de sensibilidade vibratória e a presença de alteração na distribuição das cargas plantares
de antepé/retropé, nem entre pé direito e pé esquerdo e nem com
alteração dos picos de pressão plantar estática em ambos os pés. Em
conclusão, as alterações detectadas na avaliação baropodométrica
parecem preceder as detectadas pelo exame neurológico convencional e inspeção do pé, sugerindo poder contribuir para a detecção
precoce do pé de risco. Ressalta-se que este estudo foi o primeiro
utilizando a baropodometria em população diabética no nosso meio.
P098
ESTUDO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE DISLIPIDEMIA E OBESIDADE
EM UMA AMOSTRA POPULACIONAL DO INTERIOR DO
NORDESTE – ESTUDO TRANSVERSAL
Araújo IG1, Almeida MKC2, Sales LM2, Cruz CG2, Silva GF2,
Guimarães MA2, Marques PO2, Góis LCP2
1
Unidade Acadêmica de Medicina, Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG). 2 UFCG, Campina Grande, PB, Brasil
Introdução: Uma série de fatores de exposição ambiental como o
consumo alimentar excessivo e a inatividade física contribui de modo
significativo para a elevação da adiposidade corporal, que traz con-
sigo uma série de comorbidades. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a obesidade como uma patologia que atinge
proporções epidêmicas, representando um dos maiores problemas
de saúde pública. A obesidade acarreta complicações clínicas, metabólicas e sociais. Dentre as alterações relacionadas ao metabolismo
lipídico, destaca-se a dislipidemia secundária à obesidade. Objetivos: Analisar a associação entre dislipidemia e obesidade em uma
amostra populacional não probabilística de Campina Grande – PB.
Métodos: Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal,
no qual foi utilizado o banco de dados da pesquisa “Perfil clínicoepidemiológico da população tabagista abordada durante campanha
de combate ao fumo na Cidade de Campina Grande - PB: Estudo
Transversal”, realizado sob parecer favorável do Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba (CEPUEPB). A coleta
de dados foi feita utilizando questionário semiestruturado anônimo,
aplicado após aceitação e assinatura de Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. Os dados foram digitados e submetidos à análise
estatística no programa EPI-INFO 3.5.1. Resultados: A amostra
compreendeu 109 indivíduos, entre os quais 29,4% (32/109) eram
do sexo feminino e 70,6% (77/109), do sexo masculino. Dentre
os indivíduos abordados, cerca de 12% tinham dislipidemia, entre
os quais 30,7% tinham algum grau de obesidade associado. A faixa
etária encontrada estava compreendida entre 40 e 65 anos. Desses,
o tabagismo estava presente em 25% e, aproximadamente, 76% eram
sedentários. Conclusão: O estudo da distribuição de doenças nas
populações ao longo do tempo permite apontá-las como problemas
de saúde pública e projetar seu impacto no futuro. Com o estudo
em questão, torna-se evidente que há uma somatização importante
entre dislipidemia e obesidade, de forma que hábitos de vida como
tabagismo e inatividade física agravam, consideravelmente, as chances de complicações.
P099
ESTUDO DO ALEITAMENTO MATERNO EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES PORTADORES DE SOBREPESO OU OBESIDADE
E SUA ASSOCIAÇÃO COM OS NÍVEIS DE LEPTINA
Azevedo LB1, Gonzaga NC2 , Cardoso AS2, Clementino ELC1 , Mariz
LS3, Alburquerque FCL4, Cardoso MAA5, Ramos AT5, Medeiros CCM5
1
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). 2 Projeto de Iniciação Científica
(PIBIC), UEPB. 3 UEPB e Universidade de Pernambuco (UPE). 4 Instituto Elpídeo de
Almeida (ISEA). 5 Núcleo de Estudos e Pesquisas Epidemiológicas (NEPE), UEPB,
Campina Grande, PB, Brasil
Introdução: A amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de
vida constitui prática indispensável para a saúde e o desenvolvimento
da criança. Alguns estudos sugerem que o aleitamento materno proteja as crianças contra o sobrepeso e a obesidade na idade adulta. Tal
hipótese pode ser explicada em virtude de um menor índice energético e proteico do leite materno quando comparado às fórmulas
lácteas, além da presença de fatores, tais como a leptina que modula
o metabolismo energético e o apetite. Este estudo tem por objetivo
analisar a associação do excesso de peso com o aleitamento materno
exclusivo por tempo mínimo de seis meses, segundo as recomendações do Ministério da Saúde (MS), e se há associação com os níveis
de leptina. Materiais e métodos: Trata-se de estudo transversal realizado no período de outubro de 2008 a abril de 2009, no município
de Campina Grande – PB. A amostra foi composta por 146 crianças
e adolescentes obesos ou com sobrepeso, com idade entre 2 e 18
anos, atendidos no Centro de Obesidade Infantil de Campina Grande/PB. Foram realizadas a avaliação antropométrica e a aplicação
de questionário para a coleta de informações sobre a amamentação
exclusiva e associada a água e/ou outros alimentos. A avaliação laboratorial da leptina foi realizada em 123 pacientes. Resultados:
Das 157 crianças questionadas, 11 responsáveis não souberam informar, 2 por motivo de adoção. Assim, a amostra é composta por 146
S285
TEMAS LIVRES
crianças e adolescentes, sendo 60,3% do sexo feminino. Na avaliação
do estado nutricional, 17,1% tinham sobrepeso, enquanto 17,8% e
65,1% foram classificados, respectivamente, nos grupos obesidade ≥
percentil 95 e < percentil 97 e obesidade ≥ percentil 97. Das 146,
88,35% (n = 129) foram amamentadas, sendo 27,39% apenas de forma exclusiva, 8,21% sempre associada a água e/ou outros alimentos
e em 64,4% o aleitamento materno aconteceu por tempo exclusivo e
associado. A amamentação exclusiva por tempo mínimo de seis meses foi relatada por 47 responsáveis, representando 32,2% da amostra. A tabela 1 não destaca associação do estado nutricional com a
amamentação.
Tabela 1. Estado nutricional de 146 crianças e adolescentes e associação com aleitamento materno. ISEA, Campina Grande/PB,
2008-2010.
Variáveis
Amamentação
Não foram
amamentados
Foram amamentados
Total (n = 146)
Forma Amamentação
Aleitamento
recomendado (exclusivo
até no mínimo os 6
meses de idade)
Aleitamento de forma
não recomendada (Não
exclusiva ou exclusiva
por tempo inferior a 6
meses de idade)
Total (n = 146)
Sobrepeso/
Obesidade
percentil < 97
Total
%
Total
%
6
45
51
35,3%
34,9%
34,9%
11
84
95
64,7%
65,1%
65,1%
0,973
35
35,4%
64
64,6%
0,877
16 34%
31
66%
51
34,9%
95
65,1%
Obesidade ≥
percentil 97
p
Tabela 2. Valores médios e desvio-padrão de leptina de acordo com
o antecedente de amamentação, amamentação segundo as recomendações do Ministério da Saúde (MS) e o estado nutricional de 123
crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade. Ambulatório
de obesidade, ISEA, Campina Grande/PB, 2008-2010.
Variáveis
Leptina (mg/mL)
p
Amamentação
Não (n = 16)
Sim (n = 107)
24,71 (11,56)
22,94 (9,56)
0,503
Recomendação Amamentação (MS)
Forma recomendada (n = 36)
Forma não recomendada (n = 87)
24,34 (9,50)
22,69 (9,95)
0,399
20,46 (9,29)
0,024
Estado Nutricional
Sobrepeso/Obesidade
Percentil IMC < 97 (n = 43)
Obesidade
Percentil IMC ≥ 97 (n = 80)
Total (n = 123)
24,63 (9,82)
23,17 (9,81)
Conclusão: A partir dos dados, observou-se que apenas 32,2% das
crianças e adolescentes foram amamentados segundo a recomendação do MS. O estado nutricional não esteve associado ao aleitamento
materno, mas sim a uma maior leptinemia, sugerindo insensibilidade
à produção da leptina endógena. Apesar de este estudo não comprovar a relação protetora do aleitamento materno na gênese da obesidade, reconhecem-se as inúmeras vantagens advindas da prática da
amamentação para o desenvolvimento infantil.
S286
P100
EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE O DIABETES
MELITO DOS ACADÊMICOS DO CURSO DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Freitas AV1, Damasceno Neto PN1, Melo IP1, Dantas NP1, Menezes
Dantas AM1
1
Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
Introdução: O diabetes melito (DM) constitui um dos mais sérios
problemas de saúde na atualidade, sendo fundamental a sua compreensão pelos acadêmicos de medicina. Material e métodos: Foi
utilizado um questionário autoaplicável entre os alunos do 2º, 3º,
4º, 6º e 8º semestres, abordando os conceitos básicos do DM. Os
dados foram analisados utilizando o programa Epi Info 6.0. Resultados: Foram incluídos 171 alunos (45,6%) dos 375 matriculados,
sendo 46 (12,3%), 34 (9%), 27 (7,2%), 41 (11%) e 23 (6,1%) dos
2º, 3º, 4º, 6º e 8º semestres, respectivamente. A idade média dos
participantes foi de 20,55; 20,76; 20,52; 20,03 e 23,25 anos dos 2º,
3º, 4º, 6º e 8º semestres, respectivamente. Quando perguntados
se sabiam diferenciar DM1 de DM2: 84,8%, 88,8%, 96,6%, 97,6% e
100% dos estudantes responderam sim, respectivamente, dos 2º, 3º,
4º, 6º e 8º semestres. Sobre a definição de DM1, a porcentagem
de acertos foi de 28,3%, 61,8%, 70,4%, 80,5% e 78,3%, respectivamente, nos 2º, 3º, 4º, 6º e 8º semestres. Sobre qual o tipo de
DM (1 ou 2 ) apresenta maior concordância em gêmeos idênticos,
a porcentagem de acertos foi de 13%, 8,8%, 11,1%, 17,1% e 13%,
respectivamente, nos 2º, 3º, 4º, 6º e 8º semestres. Sobre qual o
tipo de DM (1 ou 2) é mais prevalente, a porcentagem de acertos
foi de 76,1%, 88,2%, 92,6%, 100% e 100%, respectivamente, nos 2º,
3º, 4º, 6º e 8º semestres. Sobre a prevalência do DM no Brasil, a
porcentagem de acertos foi de 43,3%, 64,7%, 59,3%, 46,3% e 39,1%,
respectivamente, nos 2º, 3º, 4º, 6º e 8º semestres. Quando perguntados em qual tipo de DM (1 ou 2) estão presentes os sintomas
clássicos como poliúria, polidipsia e polifagia associada à perda de
peso, a porcentagem de acertos foi de 60,1%, 55,9%, 77,8%, 80,5%
e 87%, respectivamente, nos 2º, 3º, 4º, 6º e 8º semestres. Sobre o
diagnóstico laboratorial do DM2, a porcentagem de acertos foi de
56,5%, 73,5%, 63%, 87,8%, 87%, respectivamente, nos 2º, 3º, 4º, 6º
e 8º semestres. Sobre qual a glicemia ideal no tratamento do DM2, a
porcentagem de acertos foi de 52,2%, 52,9%, 55,6%,80,5% e 69,6%,
respectivamente, nos 2º, 3º, 4º, 6º e 8º semestres. Sobre o valor
ideal da pressão arterial em pacientes diabéticos, a porcentagem de
acertos foi de 26,1%, 32,4%, 18,5%, 46,3% e 43,5%, respectivamente, nos 2º, 3º, 4º, 6º e 8º semestres. Sobre os principais fatores de
riscos para o DM2, a porcentagem de acertos foi de 52,2%, 85,3%,
96,3%, 100 % e 95,7%, respectivamente, nos 2º, 3º, 4º, 6º e 8º
semestres. Conclusão: A partir da análise dos dados, pode-se perceber uma notável evolução do conhecimento acerca dos sintomas,
do diagnóstico e do tratamento do DM, quando se comparam os semestres anteriores e posteriores à disciplina de Endocrinologia, vista
no 5º semestre do currículo acadêmico.
P101
GRAU DE INFORMAÇÃO EM RELAÇÃO À HIPERTENSÃO
ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) EM PACIENTES ATENDIDOS NO
AMBULATÓRIO DE SOBREPESO E OBESIDADE DO INSTITUTO DE
SAÚDE ELPÍDIO DE ALMEIDA (ISEA), CAMPINA GRANDE/PB
Barbosa ACN1, Costa ID1, Fernandes IC1, Barbosa PEA1, Lacerda
SG1, Souza TAO1, Ferreira MFL1
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM-CG), Campina
Grande, PB, Brasil
1
Introdução: A HAS é uma doença crônica que envolve alterações
hemodinâmicas, tróficas e metabólicas, estando relacionada a altos ín-
TEMAS LIVRES
dices de morbimortalidade. No Brasil, aproximadamente 14 milhões
de pessoas são hipertensas, destas cerca de 10% são economicamente
ativas e 20% a 40% são obesas, justificando a necessidade da elaboração de estratégias para controlar essas entidades. Este trabalho tem
por objetivo verificar a prevalência de pacientes adultos com sobrepeso/obesidade que descobriram ser hipertensos nas consultas médicas do ambulatório de sobrepeso e obesidade de Campina Grande
– PB. Material e métodos: O presente estudo é caracterizado como
observacional prospectivo no qual foram avaliados 245 prontuários,
bem como as fichas de controle de retorno, de indivíduos adultos de
ambos os sexos, atendidos no ambulatório de sobrepeso e obesidade,
situado em Campina Grande/PB, no período de abril de 2009 a abril
de 2010. O serviço ambulatorial em questão diagnosticava a HAS
partindo de aferições da pressão arterial em pelo menos três consultas
diferentes. Utilizou-se como critério para análise da pressão arterial
(PA) a classificação adotada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia
e pelo VI Joint National Committe (JNC) americano, na qual a PA é
estratificada em ideal, normal, limítrofe, hipertensão estágio 1 (HAS
1), hipertensão estágio 2 (HAS 2) e hipertensão estágio 3 (HAS 3).
O tratamento estatístico dos dados foi feito a partir de cruzamentos
com o auxílio do software Statistical Package for the Social Sciences
(SPSS) versão 17.0 para Windows. Resultados: Dos 245 (100%) pacientes analisados, 161 (65,7%) pacientes que afirmaram não serem
portadores de HAS, 26,1% (n = 42) foram diagnosticados como hipertensos após aferição das cifras tencionais. Dentre o total de 84 (34,3%)
pacientes que afirmaram ser hipertensos, 32,1% (n = 27) foram diagnosticados como não hipertensos e em 67,9% (n = 57) a HAS foi
comprovada. A prevalência de pessoas realmente diagnosticadas como
hipertensas foi de 99%. Conclusões: A análise mostrou com bastante
significância que a maior parte dos pacientes que afirmaram não serem
portadores de HAS realmente não o era, porém uma parcela significativa desconhecia ser hipertensa. Alta prevalência de obesos e sobrepeso
hipertensos foi encontrada, fazendo-se necessário que as políticas públicas em saúde desenvolvam programas voltados para esses pacientes,
uma vez que há uma relação direta entre a obesidade e a HAS.
P102
IDENTIFICAÇÃO DE PESSOAS COM CRITÉRIOS
PARA SÍNDROME METABÓLICA SUBMETIDOS À
REVASCULARIZAÇÃO EM SERVIÇO DE CARDIOLOGIA DE
CAMPINA GRANDE/PB
Araújo CQB1, Bruno ELA1, Medeiros FP1, Couto JP1,Teixeira JVM1,
Coutinho LCQM1, Medeiros MO2, Sá RMN1
1
2
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande, Campina Grande, PB.
Médico Endocrinologista
Introdução: A síndrome metabólica (SM) é uma situação clínica caracterizada por um agrupamento de fatores de risco para doença cardiovascular, entre eles a hipertensão arterial, a dislipidemia, a obesidade visceral e as manifestações de disfunção endotelial. Está associada a
risco aumentado de doença cardiovascular arteriosclerótica (DCVA),
diabetes melito tipo 2 (DM2) e suas complicações. A literatura específica refere que a prevalência de SM na população brasileira é de 25,9%
em homens e 40,9% em mulheres entre 40 e 74 anos e revela, ainda,
que o risco cardiovascular para pacientes com SM é de 1,78%. É relevante observar que a SM é um dos fatores agravantes para se estimar o
risco cardiovascular com o escore de Framingham. A revascularização
do miocárdio (RVM) consiste no tratamento cirúrgico adequado para
desobstrução das artérias coronárias, proporcionando ao indivíduo
melhora na qualidade de vida. Objetivou-se identificar os critérios
de síndrome metabólica em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização e correlacionar a risco de morte. Material e métodos:
O projeto foi executado no hospital de referência cardíaca de Campina Grande/PB, sendo este realizado durante o período de oito meses,
17 de dezembro de 2008 a 19 de agosto de 2009. Trata-se de um
estudo primário classificado em observacional. Participaram aqueles
pacientes que iam se submeter ao procedimento de RVM que, após
esclarecimento sobre o tema da pesquisa, demonstraram interesse em
participar dela. Os dados foram coletados por meio de um questionário estruturado. Resultados: Tiveram interesse em participar um total
de 27 pacientes (12 do sexo masculino e 15 do feminino). Dentre os
fatores pesquisados, o mais prevalente foi a hipertensão em 78% dos
pacientes, seguido pela dislipidemia em 67%, portadores de DM2 41%
e, por fim, obesos 21% das mulheres e 8% dos homens. Já haviam sofrido pelo menos um IAM 63%. Faleceram 5 pacientes após o procedimento (18,51%; sendo 4 mulheres e apenas 1 homem); dentre eles,
100% eram dislipidêmicos e hipertensos 100%, 60% já sofreram um
IAM e eram portadores de DM2 40%. O paciente do sexo masculino
que faleceu era obeso e das quatro mulheres falecidas uma era obesa.
Conclusão Conclui-se que os pacientes com maiores riscos de morte
no pós-cirúrgico de RVM foram hipertensos, dislipidêmicos, obesos,
cardiopatas e portadores de DM2, corroborando com os estudos realizados por Gami, Witt, Howard (2007) e o estudo de Framingham.
P106
INCIDÊNCIA DE ALTERAÇÕES OCULARES EM PACIENTES
DIABÉTICOS DE UM SERVIÇO DE SAÚDE DA CIDADE DE
PAULO AFONSO/BA
Silva MVA1, Santos DA2, Silva AA2, Dourado DAO2, Santos AFA3
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM-CG), Campina
Grande, PB. Universidade Estadual da Paraíba (EPB), Campina Grande, PB.
2
Universidade Estadual da Bahia, Paulo Afonso, BA. 3 Universidade Federal de
Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil
1
Introdução: O diabetes melito (DM) é uma das mais frequentes doenças no mundo. Estima-se que 7,6% da população brasileira é de
diabéticos e dessas pessoas apenas 50% têm o conhecimento de sua
própria enfermidade. Alterações oculares como a retinopatia diabética
são complicações oculares do diabetes melito, de caráter progressivo,
classificadas de acordo com a presença de determinadas anormalidades clínicas verificadas no exame de fundo de olho. É a mais comum
causa de cegueira numa faixa etária de 30 a 69 anos. A lesão da retina
é consequente da combinação da oclusão e do extravasamento microvascular; tais ocorrências são melhor visualizadas pelo fundo de olho
contrastado pela AGF (angiofluoresceína). No momento do diagnóstico do diabetes melito (tipo 2), 5% dos pacientes já possuem algum
tipo de alteração oftálmica. Objetivos: Avaliar as alterações oftálmicas
em pacientes portadores de diabetes melito tipo 2. Metodologia: Estudo transversal, descritivo-analítico, realizado de outubro a dezembro de 2009 com 58 pacientes diabéticos. Os dados foram avaliados
por meio do programa Epi Info versão 3.4.1. Resultados: Em relação
ao gênero, 69% eram femininos, a faixa etária esteve compreendida
entre 60-69 anos e 89% eram portadores de hipertensão e diabetes.
A glicemia esteve alterada em 83% dos homens, com média de 147,05
e desvio-padrão de ± 44,55 e em 73% das mulheres, com média de
152,40 e desvio-padrão de ± 61,50. As alterações oculares estiveram
presentes em 30% da amostra estudada. Conclusão: Os programas
de diabetes nos serviços públicos de saúde são pontos essenciais na
prevenção da cegueira, em que os pacientes são acompanhados por
equipe multidisciplinar, visando ao diagnóstico precoce.
P107
INCIDENTALOMA SUPRARRENAL NA ADOLESCÊNCIA
Oliveira VG1, Queiroz ADM1, Rocha AM1, Bernardes LP1, Nogueira
AA1, Ramos RA1, Lucena RMB1, Nóbrega MP1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes do Hospital Universitário Alcides
Carneiro, Universidade Federal de Campina Grande (HUAC/UFCG), Campina
Grande, PB, Brasil
1
Introdução: Com o avanço das técnicas de imagens e sua disseminação na prática clínica, a taxa de detecção de massas suprarrenais
S287
TEMAS LIVRES
tem aumentado nas últimas décadas. A maioria dos incidentalomas
suprarrenais é de massas adrenocorticais clinicamente não funcionantes e menores do que 2 cm. Dentre as lesões funcionantes,
as mais frequentes são a síndrome de Cushing subclínica, feocromocitoma e adenomas produtores de aldosterona. Os ganglioneuromas suprarrenais isolados são extremamente raros e trata-se de
tumores benignos originários de tecido da crista neural e podendo ser encontrados em até 4% dos incidentalomas suprarrenais.
Objetivo: Relatar a abordagem de um caso de incidentaloma suprarrenal em um paciente de 18 anos de idade. Metodologia e
relato do caso: JEFN, 18 anos, masculino, branco, procedente
de Prata/PB, encaminhado para investigação de massa suprarrenal
direita. Paciente queixava-se de lombalgia direita há cerca de dois
meses da admissão, que melhorava temporariamente com o uso
de analgésicos e anti-inflamatórios não esteroidais. Negava outras
queixas associadas. Em virtude da persistência do quadro, realizou em sua cidade exame ultrassonográfico, que evidenciou uma
massa de aproximadamente 8,0 cm em topografia de suprarrenal
direita, sendo confirmada por tomografia computadorizada (TC)
que trazia consigo. O exame físico não apresentava hipertensão
arterial/paroxismos, estigmas de síndrome de Cushing ou outras
alterações. A investigação diagnóstica afastou feocromocitoma,
síndrome de Cushing e hiperaldostenismo. Por causa do tamanho
do tumor, o paciente foi encaminhado à cirurgia, cujo histopatológico evidenciou neoplasia medindo 11,0 cm no maior eixo,
glândula suprarrenal na periferia apresentando 5,0 x 0,3 cm, com
diagnóstico de ganglioneuroma. Conclusão: Os incidentalomas
suprarrenais são achados raros na infância e adolescência, e a importância do diagnóstico é identificar lesões funcionantes ou com
características de malignidade, para que sejam criteriosamente
selecionados para tratamento cirúrgico. O prognóstico dos ganglioneuromas é bom, pois raramente ocorrem recorrências após
a remoção cirúrgica completa. A maioria dos relatos recomenda
o seguimento pós-operatório dos ganglioneuromas; no entanto, a
frequência e a duração são incertas.
P108
INFLUÊNCIA DA RENDA NA DETERMINAÇÃO DA OBESIDADE:
UMA AVALIAÇÃO REALIZADA EM MULHERES NO
AMBULATÓRIO DE SOBREPESO E OBESIDADE DO INSTITUTO
DE SAÚDE ELPÍDIO DE ALMEIDA (ISEA), CAMPINA GRANDE/PB
Barbosa ACN1, Costa ID1, Fernandes IC1, Barbosa PEA1, Lacerda
SG1, Souza TAO1, Ferreira MFL1
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM-CG), Campina
Grande, PB, Brasil
1
Introdução: A obesidade é definida como uma doença crônica, verificada a partir do acúmulo de tecido adiposo de modo prejudicial
à saúde dos indivíduos. Representa na atualidade um problema de
saúde pública, havendo consenso na literatura de que sua etiologia
envolva a interação dos fatores genéticos, metabólicos, endócrinos,
nutricionais, psicossociais e culturais. Nas últimas décadas, muitas
pesquisas relacionaram o excesso de peso ou a obesidade com níveis socioeconômicos – geralmente definidos pelos indicadores escolaridade, renda e ocupação –, revelando uma correlação inversa,
sobretudo, entre as mulheres nas nações em desenvolvimento. Este
trabalho tem por objetivo observar se a renda familiar é um fator
preponderante na determinação da obesidade em mulheres. Material e métodos: Foi realizado um estudo de caráter observacional
com análise prospectiva, no período de abril de 2009 a abril de
2010. Para tanto, foram analisados os prontuários médicos de todas as pacientes, excluindo-se aquelas que não informaram a renda
mensal, sendo esta classificada em até 1 salário mínimo, 2 salários,
3 salários, > 3 salários As categorias de obesidade foram definidas
com base no índice da massa corpórea (IMC), seguindo a classifica-
S288
ção adotada pela Organização Mundial de Saúde: sobrepeso IMC
≥ 25 e ≤ 29,9 kg/m²; obesidade grau I: IMC ≥ 30 e ≤ 34,9 kg/m²;
grau II: IMC ≥ 35 e ≤ 39,9 kg/m² e grau III: IMC ≥ 40 kg/m².
Os dados foram processados a partir do software Statistical Package
for the Social Sciences – SPSS, versão 17, para Windows. Resultados: Avaliaram-se 121 pacientes adultas atendidas no Ambulatório
de Sobrepeso e Obesidade de Campina Grande/PB. Do total, 75
(62%) possuíam renda familiar de até 1 salário mínimo (SM), 31
(25,6%) apresentaram 2 SM, 7 (5,8%), 3 SM e 8 (6,6%), renda superior a 3 SM. A prevalência de maior índices de obesidade pôde
ser observada nos indivíduos enquadrados no grupo que possuía
renda familiar de até 1 SM. Conclusões: Após análise dos dados,
observou-se uma relação inversa entre a renda familiar e a prevalência de sobrepeso/obesidade, corroborando com dados da literatura
vigente na atualidade.
P110
LIPIDOGRAMA E DISLIPIDEMIAS: ANÁLISE E PREVALÊNCIA EM
UMA UNIDADE DE SAÚDE
Silva MVA1, Santos DA2, Queiroz MSR2, Pequeno AS2, Vieira JPL2,
Dourado DAO3
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM-CG), Campina
Grande, PB. 2 Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Campina Grande, PB.
Universidade Estadual da Bahia, Paulo Afonso, BA, Brasil
1
3
Introdução: A aterosclerose desenvolve-se na íntima das artérias
de médio e grande calibre e é considerada uma patologia imuneinflamatória. As enfermidades providas da aterosclerose são as principais causas de morbidade e mortalidade em adultos. São vários
os fatores que podem desencadear o processo aterogênico, entre
eles: dislipidemias, tabagismo, hipertensão arterial, diabetes melito,
sedentarismo, obesidade. As dislipidemias – alterações no metabolismo das lipoproteínas circulantes – são citadas como um dos principais fatores de risco para desenvolvimento da doença arterial coronariana (DAC). Os dados sobre o perfil lipídico podem revelar a
prevalência das dislipidemias em uma população, possibilitando uma
intervenção direcionada para o controle e a prevenção das doenças
ateroscleróticas, uma vez que as dislipidemias variam segundo características socioeconômicas, sexo, idade, hábitos dietéticos, culturais
e diferentes estilos de vida. Objetivos: Analisar o perfil lipídico e
determinar a prevalência de dislipidemias. Material e métodos: Estudo longitudinal, analítico-descritivo. Os critérios utilizados para
classificar o perfil lipídico foram os estabelecidos pela IV Diretriz
Brasileira sobre Dislipidemias para adultos. A prevalência foi calculada a partir do percentual da anormalidade: triglicerídeos (alto),
LDL-c (alto), HDL-c (baixo). As análises bioquímicas foram feitas
com kits comerciais, tendo sido medidos os níveis de CT, HDL-c e
triglicerídeos. O LDL-c foi calculado pela fórmula de Friedwald, em
que LDL-c = CT – HDL-c – TG/5. As análises estatísticas foram
realizadas por meio do Epi Info versão 3.5.1. Resultados: A análise
foi realizada em 108 pacientes, dentre os quais 78% eram do gênero
feminino. A faixa etária mais prevalente foi entre 70-79 anos, com
32%. A hipertensão arterial era presente em 74% da amostra. As
dosagens de triglicerídeos, LDL-c e HDL-c apresentaram 215,4,
131,9 e 44,8 como respectivas médias. Quanto aos tipos de dislipidemias, a hipertrigliceridemia e o HDL-c baixo apresentaram, respectivamente, 56% e 66% de prevalência. Conclusão: A análise na
amostra mostrou altos índices nas frações lipídicas, principalmente
aos triglicerídeos (hipertrigliceridemia). Como a presença de dislipidemias aumenta a tendência de elevação nas doenças cardiovasculares, agravando ainda mais o quadro de morbidade e mortalidade
numa população, recomenda-se mais atenção da saúde pública para
pacientes portadores desse distúrbio, bem como a prática de hábitos
saudáveis por eles.
TEMAS LIVRES
P113
OBESIDADE SECUNDÁRIA AO TRATAMENTO DOS CÂNCERES
PEDIÁTRICOS EM PACIENTES ACOMPANHADOS EM UM
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Silva MRM1, Nogueira MCL1, Santos LAV1, Ortolan M1, Morais VLL1,
Almeida NCN1
1
Centro de Onco-hematologia Pediátrico, Hospital Universitário Oswaldo Cruz,
Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
Introdução: Ultimamente, observou-se um aumento na sobrevida
dos pacientes acometidos por câncer infantil. O estudo dos efeitos
tardios nesses pacientes se faz necessário em virtude da agressividade da terapêutica. Objetivos: Avaliar a obesidade como sequela em
pacientes sobreviventes do câncer infantil. Método: Foram revisados
278 prontuários de pacientes sobreviventes do câncer infantil tratados em um hospital universitário, dos quais 242 pacientes estavam
em acompanhamento. Resultados: Dentre os pacientes acometidos
pela obesidade, as neoplasias de base mais prevalentes foram a leucemia linfoide aguda (35,71%), os tumores do sistema nervoso central
(21,42%) e o retinoblastoma (14,28). Observou-se que 14 pacientes
(5,78%) desenvolveram obesidade no período que sucedeu a terapia
oncológica. Desses, 8 eram do sexo masculino e 6, do sexo feminino.
A média do tempo para o surgimento da obesidade após tratamento
do câncer foi de 12,54 anos (4-20) e a idade média do diagnóstico
da obesidade foi de 18,43 anos (5-29). Conclusão: Os achados obtidos corroboram os da literatura, os quais consideram a obesidade
como um importante efeito tardio das terapias oncológicas pediátricas, sobretudo naqueles que são submetidos à radioterapia craniana.
A obesidade, assim como várias outras disfunções endócrinas, deve
ser valorizada e investigada nesses pacientes. Os achados deste trabalho reiteram a importância de avaliações clínicas periódicas a longo
prazo nos pacientes sobreviventes do câncer infantil.
P114
OFTALMOPATIA DE GRAVES – SEGUIMENTO EM DOIS ANOS
APÓS EVISCERAÇÃO OCULAR POR OFTALMOPATIA GRAU VI
Torres MRS1, Ramos AJS1, Oliveira VG1, Nóbrega MP1, Lucena RMB1,
Queiroz ADM1,Costa GJF¹, Bernardes LP¹, Santos RG1
¹ Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
Introdução: A oftalmopatia de Graves (OG) é uma doença autoimune órgão-específica, de etiopatogenia ainda não totalmente esclarecida, que afeta os músculos extraoculares e tecidos conectivos
orbitais, clinicamente caracterizada por retração palpebral, proptose,
exoftalmia, diplopia e estrabismo, havendo oftalmopatia severa em
5%-10% dos casos com perda visual. Está intimamente associada com
doenças autoimunes da tireoide, principalmente doença de Graves
(DG) com hipertireoidismo. Parece seguir um caminho independente do tratamento tireoidiano e, normalmente, não apresenta
relação com as anormalidades da tireoide. Objetivo: Relatar a evolução em dois anos da OG após evisceração ocular. Material e métodos: Dados obtidos do prontuário do paciente. Resultados: JJS,
53 anos, masculino, casado, agricultor, natural de Boqueirão/PB
e procedente de Barra de Santana/PB, com diagnóstico de DG e
OG grau VI em 2008. Na ocasião, fora submetido à pulsoterapia
com metilprednisolona (3 ciclos) e ciclofosfamida (2 ciclos) ao longo
da qual evoluiu com ruptura de córnea e extrusão ocular esquerda, sendo realizada evisceração cirúrgica. O tratamento foi seguido
com corticoterapia oral (prednisona 40 mg/d), drogas antitireoidianas (Tapazol 40 mg/d, 10 mg/d) e ß-bloqueador (propranolol 40
mg/d). Houve melhora do comprometimento ocular direito, mas
persistindo, porém, hiperemia de conjuntiva e dor ocular, com perío­
dos de remissão. Apesar do bom controle clínico e laboratorial da
endocrinopatia, houve recorrência do hipertireoidismo com a redu-
ção gradativa do Tapazol. Diante disso, foi avaliada a possibilidade de
realização de tireoidectomia, contraindicada, no momento, pelo fato
de o paciente ser portador de coronariopatia. Conclusão: Apesar de
o curso da orbitopatia e da doença tireoidiana progredir de forma
independente, hipertireoidismo persistente ou sua recorrência após a
descontinuação da terapia antitireoidiana parece afetar negativamente
o curso da OG. Assim, o ideal é que se alcance um controle permanente do hipertireoidismo. Neste paciente, a remissão completa com
as drogas antitireoidianas parece não ser possível e, considerando a
gravidade do acometimento ocular e a possibilidade de piora com a
radioiodoterapia, optou-se pela tireoidectomia.
P115
PARALISIA PERIÓDICA HIPOCALÊMICA TIREOTÓXICA: RELATO
DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA
Dia INB1, Lauria MW1, Brandão JB1, Lages MV1, Dias APG1
1
Serviço de Endocrinologia, Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte, MG, Brasil
Introdução: Relatar caso de paralisia periódica hipocalêmica tirotóxica
(PPHT) como manifestação clínica da doença de Graves. Material e
métodos: EBS, 30 anos, sexo masculino, comparece ao serviço de urgência e emergência com queixa de fraqueza muscular proximal há três
dias e episódios transitórios de paralisia em membros inferiores. Relata
transpiração excessiva, irritabilidade, insônia e emagrecimento há alguns meses. Apetite aumentado e hiperdefecação. HF: mãe e irmã com
doença de Graves. Nega uso domiciliar de medicamentos ou drogas
ilícitas. Exame físico: afebril, FC: 120 bpm; pele quente e úmida, com
tremores finos de extremidades. Tireoide indolor à palpação, firme,
aumentada difusamente, sem nódulos. Exame neurológico: reflexos
preservados e simétricos, paresia em membros inferiores proximais,
ausência de parestesia ou nível sensitivo. HD: miopatia a esclarecer.
Tireotoxicose? CD: solicitado íons, função tireoidiana, HIV, VDRL,
FAN, fator reumatoide, PCR, VHS, sorologia para hepatites e enzimas musculares. Iniciado propranolol 40 mg de 6/6h. Resultados:
T4 livre: 5,54 ng/100 ml (VR: 0,54-1,26); TSH: 0,01 UI/mL (VR:
0,34-5,6), K+ = 1,9 meq/l, TRAB positivo. Demais exames dentro
da normalidade. Iniciada reposição venosa de K+ e Tapazol 40 mg/
dia. Paciente permaneceu estável hemodinamicamente e recebeu alta
em uso de Tapazol 40 mg/dia e propanolol 120 mg/dia. Orientado
controle ambulatorial. Conclusão: Descrita em 1931, a PPHT constitui uma emergência endocrinológica rara, caracterizada por ataques
súbitos e transitórios de fraqueza muscular, hipocalemia e tirotoxicose.
Qualquer causa de hipertireoidismo pode estar associada à PPHT, embora homens jovens com doença de Graves seja a apresentação mais
comum. O tratamento definitivo precoce visando restabelecer o eutireoidismo permite a cura dos episódios de paralisias, e a reposição de
potássio previne o estado arritmogênico agravado pela tireotoxicose.
O caráter periódico, o padrão variado em intensidade, frequência e duração das crises de paralisia, além dos sinais inespecíficos do hipertireoidismo, somados à pouca familiaridade dessa urgência, ainda tornam
essa entidade clínica esquecida e de difícil diagnóstico.
P116
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES ASSISTIDOS NO
AMBULATÓRIO DO SERVIÇO DE SOBREPESO E OBESIDADE
DO INSTITUTO DE SAÚDE ELPÍDIO DE ALMEIDA NA CIDADE DE
CAMPINA GRANDE – PARAÍBA
Fernandes IC¹, Barbosa PEA¹, Barbosa ACN¹, Costa ID¹, Lacerda
SG¹, Souza TAO¹, Ferreira MFL1
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM-CG), Campina
Grande, PB, Brasil
1
Introdução: A obesidade é considerada um problema epidêmico
mundial que vem aumentando a cada dia. Dados da OMS de 2007
S289
TEMAS LIVRES
sugerem uma prevalência de 1,6 bilhão de adultos com sobrepeso no
mundo (IMC > 25 kg/m²) e, desses, cerca de 400 milhões são obesos
(IMC > 30 kg/m²). No Brasil, os dados são alarmantes – cerca de 40%
têm sobrepeso e há 8,9% a 13% de obesidade entre a população adulta.
Este trabalho tem o interesse de traçar um perfil epidemiológico dos
pacientes atendidos em um serviço de sobrepeso e obesidade na cidade de Campina Grande, Paraíba. Material e métodos: Trata-se de um
estudo observacional com análise prospectiva, realizado no período
de um ano, abril de 2009 a abril de 2010. O trabalho foi realizado em
um serviço de obesidade na cidade de Campina Grande – PB. Como
critério de inclusão, os pacientes deveriam apresentar índice de massa
corpórea (IMC) ≥ 25 kg/m2. A tomada dos dados foi realizada utilizando ficha clínica padrão do serviço. As variáveis analisadas foram
idade, sexo, estado civil, escolaridade, renda familiar, estratificação do
IMC, diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica (HAS), hábitos de
tabagismo e etilismo e atividade física. O tratamento estatístico foi feito com o SPSS versão 17.0 para Windows. Resultados: Participaram
da pesquisa 247 pacientes, sendo 28 (11,3%) homens e 219 (88,7%)
mulheres. A média de idade foi de 37,6, com desvio-padrão (DP)
de 11,2. 145 (58,7%) eram casados, 142 (57,5%) tinham o segundo
grau completo e 78 (31,6%) apresentavam renda familiar inferior a
dois salários mínimos. Pelo menos 99 (40,1%) tiveram o diagnóstico
confirmado de HAS durante consulta ambulatorial. A relação entre o
hábito de ingerir bebida alcoólica e o uso do tabaco foi evidenciada,
pois pelo menos 18,2% dos etilistas leves fumam, enquanto 57,1%
dos etilistas moderados o fazem. 202 (80,8%) não fazem atividades
físicas regulares e 45 (19,2%) fazem, sendo mais comum a caminhada,
referida por 35 (14,2%) dos participantes. O IMC médio de 36,2,
sendo os pré-obesos 37 (15%), obesos classe I 90 (36,4%), obesos
classe II 61 (24,7%) e obesos classe III 59 (23,9%). Conclusão: Ficou
evidenciado que a obesidade tem prevalência aumentada nas classes
sociais mais baixas e que possuem nível educacional intermediário.
O maior percentual dos pacientes não faz atividade física regular e os
que fazem preferem a caminhada. A relação entre o hábito de ingerir
bebida alcoólica e o uso do tabaco foi confirmada.
P118
PERFIL HEPÁTICO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM
EXCESSO DE PESO
Ramos ALC1, Noronha JF1, Ramos AT1, Cardoso MAA1, Werner RPB1,
Leal AAF1, Santiago JS1, Medeiros CCM1
Núcleo de Estudos e Pesquisas Epidemiológicas (NEPE), Universidade Estadual
da Paraíba (UEPB), Campina Grande, PB, Brasil
1
Introdução: A obesidade é uma doença crônica que cresce de forma epidêmica em todo o mundo. O excesso de peso na infância e
adolescência está relacionado com uma série de comorbidades como
dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica, resistência à insulina,
síndrome metabólica e doença hepática gordurosa não alcoólica
(DHGNA), que é considerada uma das mais frequentes desordens
do fígado na atualidade. Objetivos: Verificar o perfil hepático de
crianças e adolescentes obesas ou com sobrepeso. Metodologia: Estudo transversal, descritivo, envolvendo 161 crianças com sobrepeso
ou obesidade, entre 2 e 18 anos, no período de 7/2009 a 12/2009.
Os pacientes foram submetidos a um jejum de 12 horas para realização dos exames laboratoriais. Para avaliação do perfil hepático, foi
realizada dosagem de AST, ALT e Gama-GT, sendo considerado
inadequado quando ≥ 18 u/L para AST e ALT e ≥ 35 u/L para
Gama-GT. Resultados: Dentre as crianças e adolescentes avaliados,
114 (70,8%) eram do sexo feminino. Observaram-se 123 (76,4%)
pacientes e 96 (59,6%) com alterações de AST e ALT, respectivamente. O Gama-GT esteve alterado em 13 (8,1%) indivíduos. Os
adolescentes apresentaram maior prevalência de alterações nas enzimas hepáticas em relação às demais faixas etárias, sendo 42% para
AST, 36% para ALT e 6,9% para Gama-GT. Observaram-se valores
S290
significativamente maiores de ALT e Gama-GT para sexo masculino
(p = 0,014 e 0,022). Conclusão: Houve alta prevalência de alterações
hepáticas nessa população, reforçando, portanto, a importância de
programas de educação alimentar e a prática regular de exercício
físico para auxiliar no controle do peso e evitar alterações hepáticas e
o desenvolvimento de outras doenças.
P119
PERFIL LIPÍDICO E ADIPOSIDADE CORPORAL: ASSOCIAÇÃO
PARA PACIENTES DE DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS
Silva MVA1, Santos DA2, Queiroz MSR2, Pequeno AS2, Vieira JPL2,
Dourado DAO3
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM-CG), Campina
Grande, PB. 2 Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Campina Grande, PB.
Universidade Estadual da Bahia, Paulo Afonso, BA, Brasil
1
3
Introdução: As transformações ocorridas nos padrões socioeconômicos e culturais da população a partir da segunda metade do século
XX alteraram de forma significativa o modo de vida da humanidade.
Além dessas, o estresse causado pela vida moderna e urbana provavelmente tem contribuído sobremaneira para o aumento da incidência
de várias doenças crônicas. A obesidade central tem demonstrado
predizer diversas causas de mortalidade, como também elevar o risco
para futuros eventos cardiovasculares. A adiposidade corporal pode
ser avaliada a partir de métodos antropométricos que possuem diversos benefícios, por seu caráter não invasivo, baixo custo, facilidade de
operação, ampla utilização em meios clínicos e estudos epidemiológicos, sendo assim caracterizados como uma forma de avaliação indireta para riscos à saúde. Objetivos: Verificar a associação entre perfil
lipídico (TG, LDL-c, HDL-c) e medidas de obesidade global (IMC)
e de obesidade central (OC). Material e métodos: Estudo observacional transversal, descritivo e correlacional. Os critérios utilizados
para classificar o perfil lipídico foram os estabelecidos pela IV Diretriz
Brasileira sobre Dislipidemias para adultos. Os exames bioquímicos
foram feitos em um único local com kits comerciais, tendo sido medidos os níveis de colesterol total, HDL-c e triglicerídeos, sendo o
LDL-c calculado pela fórmula de Friedwald, em que LDL-c = CT
– HDL-c – TG/5. A circunferência da cintura foi obtida com fita
métrica, a qual era posicionada na curvatura localizada entre o último
arco costal e a crista ilíaca. O índice de massa corporal foi calculado
mediante a divisão entre massa pelo quadrado da altura (IMC = M/
alt.2). As análises estatísticas foram realizadas por meio do programa
Epi Info versão 3.5.1. Resultados: A amostra apresenta 85 pacientes;
79% deles são representados pelo gênero feminino. As faixas etárias
prevalentes foram 60-69 e 70-79, ambas com 30,6%. Triglicerídeos, LDL-c, HDL-c, OC e IMC apresentaram as respectivas médias,
214,8, 128,9, 44,5, 99,11 e 28,05. Dos índices avaliados os mais elevados foram os triglicerídeos, HDL e OC, com prevalência de 70,6%,
67,05% e 74,11% respectivamente. Conclusão: A adiposidade corporal apresenta correlação com o aumento das frações lipídicas, principalmente a OC. Pacientes com esses parâmetros alterados devem
reduzir a ingestão de gordura total na dieta e praticar atividade física
regular, tais práticas constituem medidas auxiliares para o controle
das dislipidemias e prevenção de eventos cardiovasculares.
P120
PERFIL LIPÍDICO EM ADOLESCENTES COM EXCESSO DE PESO
Noronha JAF1, Gonzaga NC1, Cardoso AS1, Melo MMA1, Leal AAF1,
Cardoso MAA1, Ramos AT1, Medeiros CCM1
Núcleo de Estudos e Pesquisas Epidemiológicas (NEPE), Universidade Estadual
da Paraíba (UEPB), Campina Grande, PB, Brasil
1
Introdução: No cenário epidemiológico do grupo de doenças
crônicas não transmissíveis, a obesidade se destaca por ser simul-
TEMAS LIVRES
taneamente uma doença e um fator de risco para outras doenças,
relacionando-se, inclusive, com alterações no perfil lipídico e consequentemente com maior risco para o desenvolvimento de doença
aterosclerótica. O aumento em níveis epidêmicos do excesso de peso
parece ser o responsável pelas mudanças negativas no perfil lipídico.
Por isso se faz necessária a detecção, já na infância e adolescência, de
níveis séricos elevados de lipídeos para prevenção da aterosclerose.
Objetivo: Descrever o perfil lipídico de adolescentes com excesso
de peso. Material e métodos: Tratou-se de um estudo transversal
e descritivo realizado no período de agosto/2008 a março/2010
com 129 adolescentes entre 11 e 18 anos de idade, com diagnóstico
de sobrepeso ou obesidade, conforme as recomendações do CDC
(2002), que define as seguintes categorias: obesidade grave (IMC
≥ percentil 97), obesas (percentil 95 ≥ IMC < 97) e sobrepeso (85
≥ IMC < 95) (CDC, 2002). Para avaliação do perfil lipídico, foram utilizados os valores de referência recomendados pela I Diretriz
de Prevenção da Aterosclerose na Infância e Adolescência, em que
se têm como valores desejáveis: CT ≤ 150 mg/dL, LDL-c < 100
mg/dL, HDL-c ≥ 45 mg/dL e TG < 100 mg/dL; limítrofes: CT
de 151-169, LDL-c de 100-129 e TG de 100-129; e aumentados
CT ≥ 170 mg/dL, LDL-c ≥ 130 mg/dL, HDL-c < 45 mg/dL e
TG ≥ 130 mg/dL. Na análise estatística, utilizou-se o programa
SPSS versão 17.0. Resultados: Foram avaliados 129 adolescente,
destes 67,4% eram do sexo feminino, 41,1% tinha IMC entre 85 e
95, 58,9% acima de 97. A distribuição do perfil lipídico encontra-se
na figura 1. O HDL baixo foi a alteração mais frequente (84,5%),
seguida pelo triglicerídeo, que se apresentou alterado em 38% da
população. Conclusões: A alta prevalência das concentrações lipídicas indesejáveis encontradas em adolescentes com excesso de peso
reforça o alerta para medidas preventivas, como programas educacionais que enfatizem a importância de um estilo de vida saudável,
com hábitos alimentares adequados e a prática de atividades físicas
regulares, capazes de minimizar o risco de desenvolvimento prematuro de doença arterial coronariana.
tica (RD), estima-se que, no Brasil, metade dos pacientes portadores de DM seja afetada pela RD, sendo responsável por 7,5% das
causas de incapacidade de adultos para o trabalho e por 4,58% das
deficiências visuais. Material e métodos: Estudo transversal, com
abordagem quanti-qualitativa de investigação entre setembro e outubro de 2009 em instituto de cegos na cidade de Campina Grande,
utilizando uma técnica observacional direta extensiva. Resultados:
Participaram 80 deficientes visuais entre 25 e 49 anos, regularmente
matriculadas no IEACN. Observou-se que 65% são do sexo masculino, 40% brancos, 85% naturais de Campina Grande, 70% recebem
benefício previdenciário, 15% possuem ensino superior e 25% possuem ensino médio, 85% utilizam o Braille, 70% relatam gostar de
música e esporte, 43,7% são etilistas, 17,5% tabagistas e 35% são portadores de DM. Após realização de exame oftalmológico, observouse que as principais patologias detectadas foram: 31,2% glaucoma
congênito, 28,7% catarata congênita, 18,7% RD, 8,7% retinopatia
da prematuridade. Dos entrevistados, 92,5% não sabem o motivo
de sua deficiência, 55% apresentaram deficiência visual congênita,
51,2% apresentaram perda visual súbita, 13,7% apresentam baixa visão e 25% apresentam pelo menos um irmão com problema visual e
43,7% possuem patologias associadas. Conclusão: A oportunidade
de se realizar uma pesquisa dessa natureza durante um curso de graduação proporciona ao aluno melhor formação profissional e vem
reforçar o papel da universidade como um centro de ensino, pesquisa
e extensão, na qual se propicia o conhecimento e a propulsão do
saber, com função social de repassar à sociedade os estudos e experiências desenvolvidas em seus laboratórios e em salas de aula. Por
meio dela, deseja-se levantar alguns tópicos para reflexão no tocante
à RD, uma vez que representa um grave problema de saúde pública,
devendo ser entendida como uma doença de abordagem multidisciplinar, levando-se em consideração os fatores de risco na abordagem
de qualquer paciente portador de DM, com o objetivo de prevenir
o aparecimento e a progressão da RD e consequente aumento da
mortalidade e comprometimento na qualidade de vida.
P122
PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DISPÉPTICOS EM DIABÉTICOS
TIPO 2
Mesquita SS1, Feitosa AML1, Fernandes VO1, Sales APAM1, Souza
MAN1, Gurgel MHC1, Mota MV1, Quidute ARP1, Montenegro APDR1,
Montenegro RM1, Vale OC1, Montenegro Jr RM1
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza,
CE, Brasil
1
Figura 1. Colesterol total, HDL, LDL e TG, valores desejáveis, limítrofes e alterados em adolescentes com excesso de peso. Campina
Grande-PB, 2008-2010.
P121
PREVALÊNCIA DE RETINOPATIA DIABÉTICA DE POPULAÇÃO
ASSISTIDA POR UM INSTITUTO EM MUNICÍPIO DA PARAÍBA
Araújo CQB1, Bruno ELA1 , Couto JP1, Teixeira JVM1, Andrade JSO1,
Medeiros MO2, Sá RMN1, Lacerda SG1
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM-CG). 2 Médico
Endocrinologista
1
Introdução: O diabetes melito (DM) é uma síndrome metabólica
complexa em que ocorre uma deficiência relativa ou absoluta de insulina, afetando o metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. Está associado a complicações relacionadas ao sistema nervoso
periférico e autonômico, cardiovasculares e microvasculares. Uma
das complicações microvasculares importante é a retinopatia diabé-
Introdução: Sintomas sugestivos do comprometimento do trato
gastrointestinal são muito comuns em pacientes com diabetes tipo
2 (DM2). Entretanto, no Brasil, há carência de estudos que avaliem
as manifestações dispépticas, que possivelmente são decorrentes da
hiperglicemia em pacientes diabéticos. Assim, este estudo objetivou
avaliar a prevalência de sintomas dispépticos em portadores de DM2.
Material e métodos: Estudo transversal, realizado em uma unidade
de saúde de Fortaleza – CE, com a aplicação de um questionário
padronizado que abordava o tempo de diabetes e a ocorrência de
doenças do aparelho digestivo e de 13 diferentes sintomas sugestivos
de dispepsia. Resultados: Dos 39 pacientes, 24 eram mulheres e 15,
homens com DM2. A média de idade foi de 59,7 anos entre as mulheres e de 66,3 entre os homens. O tempo médio de doença entre
os voluntários foi de 8,5 anos. Do total, 5 (12,8%) pacientes apresentavam doenças do aparelho digestivo, como gastrite (3 mulheres)
e refluxo gastroesofágico (1 mulher e 1 homem). Observou-se que
71,7% dos pacientes referiram, pelo menos, um dos 12 sintomas avaliados. A frequência dos sintomas foi: 28,2% pirose (25% das mulheres e 33,3% dos homens), 28,2% regurgitação (37,5% das mulheres
e 13,3% dos homens), 15,3% disfagia (16,6% das mulheres e 13,3%
S291
TEMAS LIVRES
dos homens), 5,12% odinofagia (8,33% das mulheres e 0 homem),
33,3% eructação (33,3% das mulheres e 33,3% dos homens), 7,69%
soluços (8,33% das mulheres e 6,66% dos homens), 20,5% disfonia
(20,8% das mulheres e 20% dos homens), 12,8% broncoespasmo
(16,6% das mulheres e 6,66 dos homens), 28,2% pigarro (25% das
mulheres e 33,3% dos homens), 25,6% tosse (20,8% das mulheres
e 33,3% dos homens), 20,5% constipação (29,16% das mulheres e
6,66% dos homens), 33,3% saciedade precoce (33,3% das mulheres e 33,3% dos homens). Conclusão: Os resultados indicam uma
elevada prevalência de sintomas dispépticos, principalmente os mais
sugestivos de refluxo gastroesofágico, nessa população de diabéticos,
o que pode sugerir que esse tipo de comprometimento do aparelho
digestivo possa estar relacionado como uma complicação crônica do
DM, tendo em vista o tempo médio de diagnóstico desses pacientes.
PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS A DISTÚRBIOS
METABÓLICOS EM PACIENTES COM INFECÇÃO PELO HIV/AIDS
Ponte CMM, Takeda CFV, Ponte GA, Mendes PP, Mesquita CEC,
Gurgel MHC, Pires Neto RJ, Colares JKB, Ramos Jr AN, Fernandes
VO, Montenegro Jr RM
Introdução: Diversas evidências mostram que há aumento dos
distúrbios metabólicos e do risco cardiovascular em pacientes infectados pelo HIV/AIDS, especialmente entre aqueles em uso da
terapia antirretroviral (TARV). Dentre as principais complicações,
destacam-se elevada prevalência de diabetes melito (DM), resistência
à insulina (RI), dislipidemia e lipodistrofia. Este estudo tem como
objetivo determinar a prevalência de distúrbios metabólicos em pacientes portadores de infecção pelo HIV. Método: Tratar-se-á de
estudo transversal, de abordagem quantitativa e descritiva. Foram
incluídos aleatoriamente 90 pacientes portadores da infecção pelo
HIV e 90 voluntários HIV-negativos, que constituem o grupo controle. Os resultados estão expressos em média ± sd e em proporção
(%). Significância estatística (p < 0,05). Resultados:
HIV+ (90)
HIV – (90)
p
Sexo % F (n)
% M (n)
34,4% F (31)
65,6% M (59)
32,2% F (29)
67,8% M (61)
ns
Idade (anos)
42,9 ± 9,8
37,6 ± 8,2
< 0,05
Tempo de diagnóstico (anos)
9,8 ± 4,9
na
na
Pacientes em TARV % (n)
94,4% (85)
na
na
Caso AIDS % (n)
71,1% (64)
na
na
559,1 ± 261,2
na
na
Carga viral indetectável % (n)
83,3% (75)
na
na
Lipoatrofia subcutânea clínica % (n)
27,8% (25)
na
na
Lipo-hipertrofia % (n)
23,2% (21)
na
na
Tabagismo atual % (n)
25,5% (23)
8,9% (8)
< 0,05
ns
CD4 atual (céls/mm³)
Atividade física % (n)
37,8% (34)
39,7% (35)
Colesterol total (mg/dL)
184,5 ± 55,6
187,1 ± 40,6
ns
HDL (mg/dL)
38,1 ± 10,5
45,7 ± 14,3
< 0,05
LDL (mg/dL)
104,1 ± 36,0
110,2 ± 37,5
ns
Triglicerídeos (mg/dL)
199,7 ± 130,5
144,4 ± 78,7
< 0,05
ns
Glicemia de jejum (mg/dL)
98,3 ± 23,7
93,3 ± 9,3
Colesterol não HDL (mg/dL)
146,8 ± 52,5
137,6 ± 42,9
ns
Índice de massa corpórea (kg/m²)
24,2 ± 4,4
25,5 ± 4,4
< 0,05
Circunferência abdominal (cm)
88,1 ± 10,7
92,9 ± 10,4
< 0,05
Relação cintura/quadril
0,92 ± 0,67
0,90 ± 0,58
ns
Circunferência da coxa (cm)
46,8 ± 5,8
50,9 ± 5,4
< 0,05
Circunferência do braço (cm)
27,3 ± 3,7
30,0 ± 3,5
< 0,05
Escore de Risco de Framingham (ERF)
% Alto/moderado (n)
42,2% (38)
25,5% (23)
< 0,05
Síndrome metabólica (IDF)
33,3% (28)
40,4% (36)
ns
Síndrome metabólica (NCEP)
32,5% (25)
31,4% (28)
ns
S292
P124
REDUÇÃO DOS NÍVEIS DE ÓXIDO NÍTRICO APÓS
INTERVENÇÃO COM SITAGLIPTINA EM DIABÉTICOS TIPO 2
P123
Variáveis
Conclusões: Esta casuística demonstrou elevada prevalência de
HDL baixo, hipertrigliceridemia e aumento do risco cardiovascular
determinado pelo ERF entre os pacientes infectados pelo HIV. Observou-se também elevada prevalência de lipodistrofia, especialmente lipoatrofia subcutânea, que pode justificar a redução da medida de
circunferência da coxa, braço e abdome. Esse achado pode indicar
uma falha na utilização da circunferência abdominal como critério
para o diagnóstico de síndrome metabólica nesses indivíduos, tendo
em vista que 21,1% e 22,2% dos pacientes HIV+ não foram classificados como portadores de síndrome metabólica, pela IDF e NCEP,
respectivamente, devido à ausência desse critério.
Tagliapietra JI1, Montenegro Jr RM1, Fernandes VO1, Souza MHLP1,
Vale OC1, Jamacaru FVF1, Montenegro RM1, Mota MV1, Moraes
MO1, Moraes MEA1
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza,
CE, Brasil
1
Introdução: O óxido nítrico (NO) é sintetizado nas células
endoteliais a partir do aminoácido larginina pela ação da enzima óxido
nítrico sintetase (NOS). Esta se apresenta de três formas: óxido nítrico-sintetase neuronal (nNOS), constitutiva e presente nos neurônios
e nas células β-pancreáticas; óxido nítrico-sintetase induzida (iNOS),
estimulada por citocinas e lipopolissacarídeos, no endotélio e musculatura lisa vascular, e óxido nítrico-sintetase endotelial (eNOS), uma
NOS constitutiva e produz NO no endotélio vascular sob condições
basais. O NO é considerado um potente vasodilatador e tem sido
implicado na fisiopatologia do diabetes melito tipo 2 (DM2). A hiperglicemia contribui para o estresse da parede arterial e o aumento
da disfunção endotelial. Contudo, a geração de NO no DM2, principalmente no endotélio vascular, tem gerado resultados controversos.
A disfunção endotelial tem sido associada tanto com decréscimo na
produção de NO, com redução na vasodilatação, assim como com
aumento na sua produção, acompanhada por neutralização do mesmo pelo superóxido e por estímulo da iNOS. Estudos demonstraram
diminuição dos níveis de NO em diabéticos tratados com sulfonilureia e redução dos níveis de eNOS e iNOS com a pioglitazona.
Neste trabalho, objetivou-se analisar os níveis de NO antes e após
uma intervenção com sitagliptina. Material e métodos: Trata-se de
um estudo do tipo intervencionista, prospectivo e aberto realizado
em 41 pacientes portadores de DM 2 recentemente diagnosticados
(menos de seis meses), que realizaram avaliação antropométrica, dos
níveis pressóricos e metabólica, incluindo a dosagem de NO, antes e
após a utilização de sitagliptina 100 mg/dia, por um período de três
meses. Resultados: Dos pacientes avaliados, 28 eram mulheres e 13
homens, com idade média de 53,2 ± 9,43 anos, 100% eram obesos,
100% apresentavam dislipidemia e 50% deles eram hipertensos. Após
o tratamento, observou-se a melhora dos índices antropométricos,
da PA e de todos os parâmetros laboratoriais com ênfase na glicose
em jejum (pré: 174,43 ± 67,18 e pós: 129,07 ± 29,19 mg/dL), A1C
(pré: 8,76 ± 2,68 e pós: 6,64 ± 1,11%) e NO (pré: 85,21 ± 44,02
e pós: 39,91 ± 20,99 µM), todos com P < 0,0001. Conclusão: Os
resultados sugerem que o aumento inicial do NO poderia ser um esforço para compensar uma possível inativação dele mediante reação
com espécies reativas de oxigênio, que estariam aumentadas como
efeito do estresse oxidativo e por alterações de citocinas inflamatórias
que podem ter estimulado a atividade da iNOS. A intervenção com
sitagliptina, mesmo por um curto período, promoveu o controle
metabólico desses indivíduos, com melhoria do status pró-inflamatório, o que provavelmente trouxe um impacto na atividade dessa
enzima e na redução dos níveis de NO.
TEMAS LIVRES
P125
RELATO DE CASOS: INTOXICAÇÃO POR VITAMINA D, UM
DESAFIO DIAGNÓSTICO
Brandao JB1, Dias INB1, Dias APG1, Silva RVD1, Rezende MS1, Soares MMS1
1
Serviço de Endocrinologia, Hospital Felício Rocho, Belo Horizonte, MG, Brasil
Introdução: A síntese de 1,25(OH) vitamina D (VD) é finamente
regulada pelo organismo, sendo necessárias doses extremamente altas para causar hipercalcemia. No entanto, a dosagem tóxica ainda
não foi estabelecida por causa da variabilidade interindividual, reflexo de diferenças na absorção, estoque corporal, metabolismo da
vitamina D e resposta dos tecidos-alvos aos seus metabólitos ativos.
É cada vez mais comum o encontro de intoxicação por essa vitamina
na prática clínica. Material e métodos: Relato de 4 pacientes em
reposição de vitamina D manipulada, que se apresentaram ao nosso
serviço com clínica de hipercalcemia.
Exames à
admissão
CaT
VR:
8,6-10
Cai
VR:
1,101,35
P
VR:
2,7-4,5
25(OH)
VD
VR:
14-80
1,25(OH)
VD
VR:
16-60
PTH
VR:
4-58
Cr
VR:
0,5-0,9
Paciente 1
13,2
1,95
3,3
69
36,5
8
4,8
Paciente 2
14,4
1,95
2,3
43,5
59,9
25
1,7
Paciente 3
12,3
1,9
4,2
76,5
33,8
8
Paciente 4
16,9
2,10
3,0
150
3
2,01
CaT: cálcio total (mmol/L); Cai: cálcio iônico (mmol/L); P: fósforo (mg/dl); 25 (OH)
vitamina D: ng/ml; 1,25(OH) vitamina D: pg/ml; PTH: paratormônio (pg/ml);
Cr: creatinina (mg/dl).
Todos os pacientes apresentavam-se à admissão com hipercalcemia.
Exceto o paciente 4, no qual os níveis de 25OH vitamina D encontravam-se elevados, o diagnóstico de intoxicação por essa vitamina
foi oneroso e difícil. Com o objetivo de descartar malignidades e hiperparatireoidismo primário, uma ampla propedêutica foi realizada:
EDA, TC crânio, tórax, abdome, pelve, eletroforese de proteínas,
mielograma, biópsia de MO, cintilografia de paratireoides e imunofixação. O seguimento ambulatorial foi fundamental para definição
diagnóstica de intoxicação por erro de manipulação da vitamina D.
Discussão: Será discutido quais os pacientes em que se deve investigar intoxicação por vitamina D e as manifestações clínicas do excesso dessa vitamina e a relação dos níveis de PTH, 1,25(OH)VD e
hipercalcemia nesse tipo de intoxicação. Conclusão: É importante
pesquisar intoxicação por vitamina D em todo caso de hipercalcemia
sem etiologia definida. Deve-se atentar também para o uso de formulações manipuladas, o que aumenta o risco de erros de dosagem.
Apesar de não ser tão comum, a possibilidade de intoxicação por
vitamina D existe, principalmente em pacientes idosos, nefropatas
e portadores de hiperparatireoidismo, sendo, portanto, essencial
a dosagem do cálcio antes de se iniciarem as reposições, além do
acompanhamento com dosagens da calcemia e calciúria quando da
reposição de vitamina D. A escolha do laboratório de manipulação e
a interação dele com o médico é de extrema valia para que esse tipo
de erro não ocorra.
P126
DÉFICIT DE VITAMINA D NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA
BARIÁTRICA
Cruz DTS1, Ferraz SEJ1, Kuroki TMC1, Mello PFLSO1, Oliveira MG1,
Moura F1
1
Clínica de Endocrinologia do Recife, Recife, PE, Brasil
A cirurgia bariátrica (CB) é cada vez mais frequente em virtude da
epidemia de obesidade. As técnicas mais utilizadas possuem um
componente restritivo e disabsortivo, o que pode causar déficit de
várias vitaminas e minerais, sendo necessário realizar a suplementação vitamínica em pacientes com déficit de vitamina D (1) (2).
O déficit de vitamina D no pós-operatório de CB é um agravante
nesse estado e os dados são conflitantes. Alguns estudos mostram
que a condição é preexistente (1) (2) e outros afirmam que ela é
causada ou agravada pela cirurgia (3) (4) (5) (6) (7). Não se encontraram na literatura dados brasileiros sobre esse tópico. O presente
estudo analisa os dados sobre o status de vitamina D no pós-operatório de CB em um serviço privado na cidade do Recife, no período
de 2005 a 2009. Pacientes e métodos: Foram avaliados todos os pacientes adultos (entre 18 e 60 anos) de ambos os gêneros, submetidos à CB há no mínimo seis meses, por técnica de Forbe Capelle, no
período de 2005 a 2009, em uso regular de multivitamínicos. Foram
critérios de exclusão: idade acima de 60 anos e uso de medicamentos que interfiram no metabolismo da vitamina D. Foi realizada dosagem de cálcio, fósforo, albumina, PTH e 25-hidroxivitamina D3
em todos os pacientes, que deram consentimento para participar do
estudo. Foram considerados valores normais: vitamina D ≥ 30 mg/
dl; PTH normal = 15 a 65 pg/ml; cálcio = 8,8 a 10,2 mg/dl; fósforo = 2,5 a 4,5 mg/dl; albumina = 4 a 5 g/dl. Resultados: Foram
avaliados 43 pacientes. Desses, 2 possuíam critérios de exclusão. Dos
41 pacientes analisados, 9 eram do sexo masculino e 32, feminino.
27 pacientes (aproximadamente 65,8%) apresentavam vitamina D
menor que 30 mg/dl. 3 pacientes (7%) apresentavam cálcio abaixo
dos valores considerados normais. 19 pacientes (46%) apresentavam
PTH aumentado. A dosagem de fósforo em todos os pacientes se
encontrava normal. Discussão e conclusão: O déficit de vitamina
D no pós-operatório de CB foi muito frequente (65,8%), o que é
compatível com os dados encontrados na literatura. Essa população
deve ser considerada de risco, já que na população total é esperado
um déficit de 30% a 50%. No entanto, não se pode afirmar que a CB
causa ou agrava o déficit de vitamina D, haja vista não se dispor dos
valores pré-operatórios. A frequência de hiperparatireoidismo observada é justificada pela alteração da concentração de vitamina D. O
desenho desse estudo sugere que a análise de vitamina D faça parte
do protocolo do pré e pós-operatório desses pacientes.
P127
FATOR SOCIOECONÔMICO COMO DETERMINANTE PARA
O DESENVOLVIMENTO DO SOBREPESO OU OBESIDADE EM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Amorim SD1,Azevedo LB1, Mariz LS2, Santiago JS1, Santos ZM3,
Cardoso MAA1, Gomes AT1, Medeiros CCM1
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Campina Grande, PB. 2 UEPB e
Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE. 3 Assistente Social
1
Introdução: Estudos afirmam que os hábitos dietéticos e predisposição para o problema do sobrepeso e obesidade são criados por
uma inter-relação contínua com as condições sociais e dependem
mais da influência dos fatores econômicos do que da educação nutricional. Considerando que o reconhecimento dos fatores para o
sobrepeso e a obesidade constitui prática fundamental no desenvolvimento de ações voltadas para o controle de ambos, o referente
estudo tem o objetivo de avaliar a influência do fator socioeconômico na determinação dessa problemática em crianças e adolescentes.
Metodologia: Trata-se de um estudo transversal quantitativo realizado no período de agosto de 2008 a abril de 2010 em pacientes
entre 2 e 18 anos com diagnóstico de sobrepeso e obesidade para
um percentil ≥ a 97 (CDC, 2002). Analisaram-se 227 questionários
a fim de avaliar a renda familiar, recebimento de auxílios governamentais, escolaridade dos pais, além de faixa etária e sexo. Resultado: Dos 227 questionários analisados, 20 foram excluídos porque
os pacientes faziam uso de corticoides ou apresentavam alguma
doença crônico-degenerativa, reformulando a amostra para 208
S293
TEMAS LIVRES
crianças e adolescentes. Sobre a renda de cada grupo familiar, 24%
vivem com menos de um salário mínimo, 35,1% entre um e dois,
18,75% entre dois e três, 12,5% entre três e quatro e 10,5% acima
de quatro. Os programas de incentivos financeiros do governo beneficiam 16,34% dos pacientes, sendo 13,46% desses referentes à
Bolsa Família, 0,96% à Bolsa Jovem e 1,92% à Bolsa Escola. Com
relação à escolaridade das mães, foi verificado que 3,36% são analfabetas, 39,42% possuem ensino fundamental, 37,5%, ensino médio,
17,78%, ensino superior e 1,92% não conseguiram mensurar essa
informação. A classificação segundo a faixa etária agrupa 8,17% de
pré-escolares, 22,1% escolares e 69,71% de adolescentes. Do total,
37,5% eram do sexo masculino e 62,5% do sexo feminino. Conclusão: O excesso de peso mostrou-se mais evidente nas camadas
sociais menos favorecidas, em que os pais têm pouca escolaridade.
Os programas governamentais têm beneficiado uma significante
parcela da população estudada e, apesar de ser uma quantia irrisória, tem elevado a renda per capita das famílias e o acesso a bens de
consumo e alimentação. Destaca-se que o aumento da renda não
reflete na escolha de alimentos saudáveis, sendo assim, a orientação
nutricional por profissionais torna-se requisito essencial para reversão do quadro de obesidade da população.
P128
AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE O SEDENTARISMO E A
OBESIDADE COM O DIABETES MELITO
Araújo CQB1, Bruno ELA1, Couto JP1, Teixeira JVM1, Andrade JSO1,
Lima LS1, Medeiros MUF1, Sá RMN1
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande, Campina Grande, PB,
Brasil
1
Introdução: Realizando uma avaliação dos fatos que ocorreram no
século XX, observa-se uma modificação agressiva nos hábitos dietéticos e no estilo de vida, o que acarretou aumento da obesidade e sedentarismo. Essas mudanças provocaram significativo impacto sobre
a saúde e a mortalidade de grandes populações, representando, dessa
forma, um grave problema de saúde pública. Publicações relevantes
e atuais sugerem que a prevalência da obesidade tem aumentado em
taxas alarmantes, incluindo países desenvolvidos e subdesenvolvidos.
O ganho de peso na vida adulta é proporcional ao risco de se adquirir
diabetes melito (DM), enquanto o nível de atividade física é inversamente proporcional. Material e métodos: Realizou-se um estudo observacional, analítico e de delineamento transversal, com uma
amostra não probabilística cuja faixa etária varia entre 45-78 anos.
Utilizou-se um questionário interrogativo sobre o sedentarismo e o
DM acrescido do cálculo das medidas antropométricas (peso, altura)
em condições padronizadas. Resultados: Participaram da pesquisa
256 sujeitos dos quais 73,81% pertenciam ao sexo feminino. A prevalência da população sedentária na nossa esfera foi de 42,25% (17,4%
do sexo masculino e 82,6% do sexo feminino); 68,25% apresentavam
IMC > 30 (27,90% do sexo masculino e 72,09% do sexo feminino)
e 14,28% (27,77% do sexo masculino e 72,22% do sexo feminino)
referem ser portadores de DM. Conclusão: O atual levantamento
da prevalência de fatores de risco numa subpopulação de indivíduos
já com alto risco para doença coronariana mostra a importância de
diagnosticar essa entidade e, a seguir, rastrear os indivíduos diagnosticados quanto aos demais agravantes frequentemente presentes.
É essencial a identificação desses indivíduos como um grupo-alvo
para a tomada de ações preventivas cardiovasculares em nível individual e populacional. Em nível mais precoce ainda, a intervenção
ideal é a prevenção do DM, obesidade e sedentarismo. Ela pode ser
obtida, pelo menos parcialmente, a partir de programas de saúde,
dirigidos às populações com maior risco para a doença (indivíduos
com sobrepeso e obesidade, além de sedentários, em especial), que
estimulem a atividade física e a redução de peso corporal.
S294
P129
SÍNDROME DA RESISTÊNCIA AOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS
Lacerda SG1, Barbosa ACN1, Costa DA1, Fernandes IC1, Barbosa
PEA1, Sá RMN1, Ferreira MFL1
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM-CG), Campina
Grande, PB, Brasil
1
Introdução: A síndrome da resistência aos hormônios tireoidianos
(SRHT) caracteriza-se por uma mutação no receptor β dos hormônios tireoidianos (HT), ocasionando aumento nos níveis de HT com
TSH não suprimido. Atinge 1/50.000 recém-nascidos, acometendo
igualmente ambos os sexos. Pode-se classificar a SRHT em duas entidades: resistência generalizada aos hormônios tireoidianos (RGHT),
caracterizando-se pela resistência tecidual periférica e hipofisária aos
HT, e resistência hipofisária aos hormônios tireoidianos (RHHT), a
qual apresenta maior grau de resistência hipofisária quando comparada a RGHT. Por meio dessa revisão bibliográfica, objetiva-se analisar
os aspectos clínicos e terapêuticos da SRHT. Materiais e métodos:
A realização desta revisão literária foi baseada em estudos retrospectivos, artigos científicos e ensaios literários em língua inglesa e portuguesa. Resultados: A severidade da SRHT pode variar. Assim, alguns
indivíduos podem apresentar sinais e sintomas de hipertireoidismo
por causa do aumento da síntese/secreção de HT, tais como taquicardia, avanço da idade óssea ou hiperatividade. O mesmo indivíduo
pode, ainda, apresentar sintomas de ambos, excesso e deficiência de
HT. O principal diagnóstico diferencial deve ser feito com tumores
produtores de TSH, ocorrendo na SRHT uma resposta preservada
do TSH ao TRH, e não há predomínio da subunidade alfa, como
ocorre nos tireotropinomas. Até o momento não há tratamento específico para a SRHT, porém a maioria dos pacientes encontra-se
compensada em razão dos altos níveis de T3 e T4 livres. Conclusão:
A SRHT deve sempre ser cogitada nos pacientes com elevação dos
níveis de HT com TSH normal ou aumentado. Deve-se estar atento para o seu principal diagnóstico diferencial, os tireotropinomas.
A apresentação clínica mostra-se bastante variável e, embora não haja
tratamento específico até o presente momento, a iniciação da terapêutica com levotiroxina deve ser realizada em pacientes com sinais e sintomas de hipotireoidismo, podendo haver necessidade da utilização
de doses elevadas para vencer a resistência periférica, principalmente
em crianças com baixa estatura, retardo mental ou déficit de atenção.
P130
SÍNDROME DE KLINEFELTER SE APRESENTANDO COM
DIABETES TIPO 2 E ÚLCERAS DE PERNA – RELATO DE CASO
Nóbrega MBM1, Ramos AJS1, Nóbrega MP1, Ramos RA1, Lucena
RMB1, Colares VNQ1, Bernardes LP¹
1
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
Introdução: A síndrome de Klinefelter resulta de uma alteração genética que acomete homens, na sua maioria com cariótipo 47,XXY.
Caracteriza-se por hipogonadismo hipergonadotrófico e apresentase com aparência eunucoide, escassez de pelos, ginecomastia, testículos pequenos, infertilidade e anormalidade comportamental.
Úlceras de perna são frequentemente associadas, com uma prevalência de 6% a 13%, sendo resultado de uma combinação de fatores,
incluindo atraso na cicatrização por anomalias genéticas do tecido
conjuntivo, maior frequência de insuficiência venosa devida à morfologia particular (obesidade, alta estatura) ou à deficiência androgênica e distúrbios hemostáticos, como hiperagregabilidade plaquetária
e diminuição da fibrinólise. O hipogonadismo pode levar também à
adiposidade abdominal, aumentando o risco de síndrome metabólica
e do desenvolvimento de diabetes tipo 2. Objetivos: Relatar um
caso de úlcera de perna em paciente diabético como queixa principal
da síndrome de Klinefelter. Materiais e métodos: Dados obtidos do
TEMAS LIVRES
prontuário do paciente. Resultados: JBS, 44a, M, solteiro, natural
e procedente de Cuité/PB, procurou nosso serviço de pé diabético
com história de úlceras nas pernas há oito meses, acompanhadas de
edema, parestesias e câimbras. A história médica incluía dificuldade de aprendizado e comportamento agressivo, já tendo praticado
um homicídio. Nos antecedentes patológicos, tinha DM2 e HAS há
nove anos em uso de metformina 500 mg/d e captopril 75 mg/d.
Etilismo cessado há 10 anos. O exame físico revelou duas úlceras
na perna direita, superficiais, com 5 cm de diâmetro, de bordas irregulares e fundo sujo, sinais flogísticos perilesional com dermatite
crônica, pulsos periféricos presentes. Apresentava biotipo eunucoide,
altura de 195 cm, segmento inferior de 110 cm, envergadura de 210
cm, peso de 137,5 kg, IMC de 36 kg/m2, além de, ginecomastia,
testículos pequenos, implante de cabelo baixo e pelos esparsos. Exames laboratoriais: Hb (11,2 g/dL) e Hcto (26,8%); TG (182 mg/
dl), CT (221 mg/dl), HDL (39 mg/dl) e LDL (146 mg/dl); FSH
(30.09 mUI/ml, VN: 1,2-19,2), LH (8,17 mUI/ml, VN: 0,8-8,6)
e testosterona (15,8 ng/dl, VN: 245-1600), indicando hipogonadismo hipergonadotrófico. Cortisol basal, HGH, IGF-1 e funções
renal, hepática e tireoidiana normais. O Rx sela túrcica sem alterações, e o cariótipo, realizado pela técnica de bandamento G, revelou
um cariótipo 47 XXY, que é diagnóstico de síndrome de Klinefelter. Conclusão: É importante considerar a síndrome de Klinefelter
em pacientes do sexo masculino com úlceras crônicas de perna. Seu
diagnóstico é importante, visto que a correção do hipoandrogenismo se correlaciona com a cura da úlcera e, ainda, evita ou reduz as
complicações decorrentes do hipogonadismo.
P132
A SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS TEM EFEITO
INDEPENDENTE NOS NÍVEIS DA PROTEÍNA 4 LIGADORA DO
RETINOL (RBP4), MAS NÃO NOS NÍVEIS DA ADIPONECTINA
Caldas G1, Vasconcelos A2, Cerqueira J3, Catão D4, Geloneze B5,
Tambascia A5, Calixto A5, Costa L6
Hospital Agamenon Magalhães, Sistema Único de Saúde (SUS), Universidade
de Pernambuco (UPE), Recife, PE. Curso em Ciências da Saúde, UPE. 2 Hospital
Agamenon Magalhães, SUS, UPE, Recife, PE. 3 Universidade Federal do Piauí
(UFPI), Teresina, PI. 4 UPE. 5 Disciplina de Endocrinologia e Metabologia,
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP. 6 Disciplina de
Tocoginecologia, Faculdade de Ciências Médicas, UPE, Recife, PE, Brasil
1
Introdução: Pacientes com a síndrome dos ovários policísticos
(SOP) podem apresentar um quadro de resistência à insulina (RI).
A identificação desse subgrupo de pacientes com SOP e RI tem sido
difícil na prática clínica. A utilização de marcadores séricos de RI,
tais como a adiponectina e a proteína 4 ligadora do retinol (RBP4),
portanto, necessita ser estudada em pacientes com SOP. Objetivos:
Avaliar os níveis de adiponectina e RPB-4 nas mulheres com SOP,
suas relações com marcadores clínicos e laboratoriais de RI. Métodos: Num estudo de corte transversal, foram comparados os níveis
de adiponectina e RBP4 em 48 pacientes com SOP e 48 controles,
entre 17 e 35 anos de idade. Foi realizada uma correlação (Spearman) univariada entre as adipocinas e idade, índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal (CA), perfil lipídico, glicose
plasmática, insulinemia, HOMA-IR, pressão arterial sistólica (PAS) e
diastólica (PAD), hirsutismo, acantose nigricans, testosterona sérica.
Uma análise de regressão multivariada foi realizada para estimar o
efeito independente da SOP e dos parâmetros clínicos e metabólicos
nos níveis das adipocinas. Foi considerada uma associação estatisticamente significante quando p < 0,05. Resultados: Não foi observada
diferença nos níveis de adiponectina e RPB-4 entre as pacientes com
SOP e controles (7,03 ± 4,29 vs. 7,53 ± 4,44 p = 0,576 para a adiponectina e 184,44 ± 37,61 vs. 173,32 ± 25,14 p = 0,092 para o
RBP4). Os marcadores laboratoriais de RI não mostraram efeito independente na predição da adiponectina e RPB-4. Contudo, a presença da SOP, per se, foi o único fator preditor dos níveis de RBP4.
Conclusão: Os níveis de adiponectina e RPB-4 foram semelhantes
no grupo SOP e controle, portanto não conseguindo identificar um
subgrupo de pacientes com RI. A SOP teve efeito independente na
determinação dos níveis de RBP4.
P134
Tempo de diagnóstico de diabetes melitO tipo 2 e
influência no controle glicêmico em pacientes
com obesidade grau I submetidos À Gastroplastia
redutora com reconstituição em Y de Roux
Lins DC1, Pedrosa IA1, Lins DC1, Ferraz AA2, Sa VC2, Durão SF1
1
Universidade de Pernambuco (UPE). 2 Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE), Recife, PE, Brasil
Objetivo: O objetivo do presente estudo foi avaliar se o tempo de
diagnóstico da DM tipo 2 teria influência no controle glicêmico em
pacientes submetidos ao bypass gástrico. Material e métodos: Foram analisados, de maneira retrospectiva, 27 pacientes de um total
de 1.139 pacientes operados no período de 2002 a 2008. Os critérios de inclusão foram: 1. pacientes submetidos ao bypass gástrico
em Y de Roux proximal; 2. portadores de diabetes melito tipo 2;
3. pacientes que tinham no pré-operatório o IMC entre 30 e 35
kg/m2; 4. pacientes sem terem níveis glicêmicos controlados com
o tratamento clínico. Os pacientes eram portadores de DM2 há 8,8
anos e estão com seguimento médio de 20 meses. O diagnóstico
do diabetes melito tipo 2 e a meta de controle glicêmico seguiram
os critérios estabelecidos pela Associação Americana de Diabetes.
Para investigar se o tempo de diagnóstico teria influência no controle glicêmico, dividiu-se a amostra em dois grupos, usando como
referência a mediana da amostra, que era de sete anos. Portanto,
foram divididos em dois grupos: grupo I – os com diagnóstico há
menos de sete anos e grupo II – os com diagnóstico há mais de sete
anos. Resultados: 1. Pacientes do grupo I apresentaram melhor
controle glicêmico quando comparados aos pacientes do grupo II
(p < 0,03). Após um seguimento médio de 20 meses, nos pacientes
do grupo I – com diagnóstico a menos de sete anos – foi visto que
13 (93%) dos 14 pacientes estudados atingiram as metas de controle glicêmico sem a necessidade de uso de medicaçãon enquanto
apenas 7 (53%) dos 13 pacientes estudados no grupo II alcançaram
essa meta. Conclusão: Os pacientes com diagnóstico recente têm
melhor controle glicêmico e necessitaram menos de medicações em
resposta ao tratamento cirúrgico comparativamente aos com diagnóstico mais tardio.
P135
TERATOMA IMATURO DE OVÁRIO: RELATO DE CASO
Magalhães LB1,Araújo CQB1, Bruno ELA1, Couto JP1,Teixeira JVM1,
Magalhães MAF2, Sá RMN1
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM-CG), Campina
Grande, PB. 2 Médico Oncologista
1
Introdução: Os teratomas imaturos também chamados teratomas
malignos são derivados de células predispostas à diferenciação somática de todos os folhetos embrionários. São raros, representam
menos de 1% dos teratomas ovarianos, embora ocupem o primeiro
lugar em frequência entre os tumores germinativos malignos não
disgerminomas. Em menos de 10% dos casos, são causa de abdome
agudo, resultado de ruptura ou torção do anexo, secundário ao
crescimento do tumor. Métodos: Relato de caso de teratoma imaturo de ovário, em que os dados foram obtidos a partir da análise
do prontuário médico e demais informações extraídas de acervos
bibliotecários. Discussão: Paciente DCRT, 40 anos, multípara,
G3/P3/A0, com queixa de dor inespecífica em região pélvica há
dois meses. Sem comorbidades associadas, nega antecedentes pes-
S295
TEMAS LIVRES
soais e familiares relevantes. O exame ginecológico revelou útero
de tamanho normal, anexo esquerdo aumentado de volume com
diâmetro aproximado de 5 cm e anexo direito com volume e forma
normais. Foi realizada ultrassonografia endovaginal, que revelou
útero com tamanho e superfície normais, presença de tumor ovariano esquerdo com diâmetro de 4,8 cm, aspecto multiloculado
com componentes sólidos no seu interior, septações grosseiras.
Ovário direito de características normais. A dosagem plasmática de
CA-125 foi de 25,5 UI/ml e alfafetoproteína de 1.1 ng/ml. Com
base no aspecto macroscópico da tumoração em ovário esquerdo,
houve ampliação do procedimento cirúrgico, sendo realizadas histerectomia e ooforectomia bilateral e diagnosticado, após biópsia,
teratoma imaturo em ovário esquerdo com infiltração de sua cápsula. Exames clínicos, laboratoriais e imaginológicos definiram o estádio IC. Foi seguido de tratamento quimioterápico antineoplásico
com quatro ciclos da associação BEP (bleomicina + etoposideo +
platina). Durante o tratamento quimioterápico adjuvante a paciente apresentou toxicidade gástrica grau 2 (três a cinco episódios de
náusea e vômitos ao dia por cerca de 48 horas) e intestinal grau 0
(não apresentou episódios de diarreia). Conclusão: Teratoma é o
termo concedido ao tumor de células germinativas mais comum
nos ovários. Originam-se de células germinativas primitivas que
migram para o ovário no início da vida embrionária. A referida
paciente desde o término da terapia até a presente data vem evoluindo satisfatoriamente, sem apresentar sinais e/ou sintomas, nem
indícios laboratoriais (embora tivesse valor dentro dos limites da
normalidade antes do início do tratamento, a dosagem sérica da
alfafetoproteína ainda é solicitada) nem imaginológicos de doença
tumoral recidivante nem metastática.
P136
TRATAMENTO MULTIPROFISSIONAL A CRIANÇAS E
ADOLESCENTES COM SOBREPESO OU OBESIDADE: UMA
ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Azevedo LB1, Amorim SD2, Gonzaga NC3, Mariz LS4, Cardoso MAA5,
Gomes AT5, Medeiros CCM5
1
Projeto de Extensão, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). 2 UEPB. 3 Projeto
de Iniciação Científica (PIBIC). 4 UEPB e Universidade de Pernambuco (UPE).
5
Núcleo de Estudos e Pesquisas Epidemiológicas (NEPE), UEPB, Campina
Grande, PB, Brasil
Introdução: Obesidade é uma doença grave e, quando se manifesta
na infância, pode ocasionar o surgimento de comorbidades, antes
mesmo da vida adulta. Visto a necessidade de verificar a importância do acompanhamento multidisciplinar no decorrer desse tratamento, o Centro de Obesidade Infantil de Campina Grande/PB é
formado por uma equipe multiprofissional, constituído por: assistente social, psicólogos, nutricionistas, educador físico, enfermeiro,
farmacêutico e endocrinologista, que estão disponíveis para realizar
atendimento periódico e gratuito. O objetivo deste estudo é verificar a relevância do trabalho prestado pela equipe multidisciplinar no
tratamento de crianças com excesso de peso. Metodologia: Tratase de um relato de experiência qualitativo que teve início no mês
de agosto de 2008 no Centro de Obesidade Infantil de Campina
Grande. Acadêmicos de enfermagem e farmácia executam a triagem
inicial aplicando um questionário misto e realizando a antropometria. Em seguida, o paciente é atendido pela assistente social, em
consulta única, que aborda os aspectos socioeconômicos. Ao serviço de endocrinologia compete a avaliação do estado clínico geral
e a solicitação dos exames laboratoriais e da bioimpedância. Após
S296
o atendimento médico, o paciente é encaminhado ao nutricionista,
que julga os hábitos alimentares, e ao preparador físico, que disponibiliza um programa de atividade física. Alguns casos específicos
também são encaminhados para a psicologia. Quanto à periodicidade dos atendimentos, a endocrinologista realiza consultas trimestralmente, a enfermeira verifica as medidas antropométricas mensalmente, a nutricionista e o educador físico executam suas atividades
bimestralmente. Resultados: A partir desse acompanhamento multidisciplinar, os pacientes incluídos no tratamento do ambulatório
obtêm a oportunidade de serem acompanhados pela maioria dos
profissionais, que interagem na discussão sobre seu estado clínico e
avaliam a sua evolução. Por meio de eventos ocorridos no ambulatório, é perceptível a interação dos profissionais com as crianças, fator importante para que haja melhor eficácia ao tratamento. Infelizmente, há alguns pacientes que não respeitam as datas dos exames
laboratoriais e de alguns atendimentos, fato que poderá implicar o
retardo ou ausência de resultados positivos. Conclusão: Nota-se
que é possível reunir uma equipe multidisciplinar focada no mesmo
objetivo, para realizar um trabalho contínuo que possibilite meios
nos quais os pacientes alcancem efeitos satisfatórios. Quando o paciente adere ao plano terapêutico de modo rigoroso, não faltando
às consultas, obtém bom êxito no tratamento.
P137
Uso de medicações hipoglicemiantes no préoperatório de pacientes com diabetes melitO tipo 2 e
obesidade grau I submetidos a bypass gástrico em Y
de Roux e sua influência no controle glicêmico
Lins DC1, Sa VC2, Ferraz AA2, Lins DC1, Durão SF1, Carvalho THF1,
Chalegre KP1
Universidade de Pernambuco (UPE). 2 Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE), Recife, PE, Brasil
1
Objetivo: O presente estudo tem como objetivo avaliar o uso de
medicações hipoglicemiantes no pré-operatório e sua relação com o
controle glicêmico em pacientes com diabetes melito tipo 2 (DM2)
e obesidade grau I submetidos ao bypass gástrico em Y de Roux
(BGYR). Material e método: Foram analisados, de maneira retrospectiva, 27 pacientes de um total de 1.139 operados no período
de 2002 a 2008. Os critérios de inclusão foram: 1. pacientes submetidos ao BGYR; 2. portadores de DM 2 segundo critérios da
ADA; 3. pacientes que tinham no pré-operatório o IMC entre 30 e
35 kg/m2. Para investigar se necessidade de insulina no pré-operatório teria influência nas alterações glicêmicas, dividiu-se a amostra em
dois grupos, comparando-se os pacientes tratados somente com hipoglicemiantes orais com os que necessitam de insulina. Resultados:
A análise do grupo de pacientes usuários de insulina (6 casos) mostrou
que a glicemia de jejum média foi de 98 mg/dl e a HbA1c, de 6,0%.
O controle glicêmico eficaz, sem medicação, aconteceu em 5 (83%)
dos 6 casos. Cinco pacientes (83%) não necessitaram da insulinoterapia. Apenas 1 paciente que usava anteriormente 168 UI de insulina
associada a dois hipoglicemiantes e após o BGYR diminui sua dose em
72% e não necessita mais de medicações orais, encontrando-se com
HbA1c de 6,4% e GJ de 100 mg/dL em 30 meses de seguimento.
No grupo de pacientes que não usaram insulina (21 casos), a glicemia
de jejum média foi de 92 mg/dL e a HbA1c, de 5,9%. Quinze (71%)
pacientes não necessitaram de medicação hipoglicemiante no pósoperatório. Conclusão: Apesar dos níveis mais elevados da HbA1c nos
usuários de insulina, os níveis glicêmicos são semelhantes e não houve
diferença na resolução, no controle glicêmico e na melhora do DM2
TEMAS LIVRES
P138
VARIAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA EM CRIANÇAS
ATENDIDAS EM UM AMBULATÓRIO DE OBESIDADE
Azevedo LB1, Amorim SD2 , Mariz LS3, Alburquerque FCL4, Werner
RPB5, Cardoso MAA6, Ramos AT6, Medeiros CCM6
Projeto de Extensão, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). 2 UEPB.
UEPB e Universidade de Pernambuco. 4 Instituto Elpídeo de Almeida (ISEA).
5
Projeto de Iniciação Científica (PIBIC), UEPB. 6 Núcleo de Estudos e Pesquisas
Epidemiológicas (NEPE), UEPB, Campina Grande, PB, Brasil
1
3
Introdução: O índice de massa corpórea (IMC) é um preditor internacional que fornece a medida mais útil da prevalência de obesidade
entre as populações. Recomenda-se o uso do IMC para classificar o
risco de comorbidades associadas ao estado nutricional em crianças
a partir dos 2 anos de idade. Sabendo-se que o sobrepeso e a obesidade infantil e juvenil tornaram-se uma questão de saúde relevante,
objetiva-se com este estudo avaliar a variação do IMC dos pacientes
que se encontram em tratamento em um ambulatório de obesidade.
Metodologia: Trata-se de um estudo transversal quantitativo, em que
foram avaliados o peso e a estatura de 133 crianças e adolescentes
entre 2 e 18 anos, atendidos desde abril de 2009 a março de 2010. Foram excluídos os pacientes que não tinham avaliação com pelo menos
um mês de acompanhamento ou que apresentaram dados ausentes.
Foram considerados as datas e os dados antropométricos da primeira
consulta e da última, realizando-se, assim, comparação e avaliação do
acompanhamento ambulatorial. Para análise estatística, foi utilizado o
programa SPSS versão e13, categorizando o tempo de acompanhamento, 1-3 meses, 4-6 meses, 7-9 meses e 10-12 meses. Resultados:
Das 166 crianças e adolescentes avaliados, 14 não tinham avaliação
com pelo menos um mês e para 9 faltavam alguns dados. Assim, a
amostra foi composta por 133 crianças e adolescentes. A frequência
de acompanhamento foi diminuindo com o tempo. Em relação à variação do IMC: 63,2% perdeu, 4,5% manteve e 32,3% ganhou peso.
Conclusão: Verificou-se uma diminuição expressiva do IMC em grande parte da população estudada, principalmente do primeiro ao nono
mês de atendimento, demonstrando a importância do acompanhamento especializado no tratamento de crianças e adolescentes com excesso de peso. De acordo com os dados apresentados, observa-se que
a frequência desse atendimento foi diminuindo com o passar do tempo, fato constatado pela desistência do tratamento por uma parcela relevante da população. Fazem-se necessários estudos que identifiquem
as causas do abandono, que tem propiciado o aumento na incidência
de sobrepeso e obesidade na infância e juventude, sendo assim, serão
aplicadas as intervenções pertinentes na solução dessa problemática.
P139
FRATURAS SUBTROCANTÉRICAS COM O USO PROLONGADO
DE BISFOSFONATO: RESPOSTA AO RANELATO DE ESTRÔNCIO
Carvalho NNC1, Camelo C1, Bandeira F1
1
Unidade de Endocrinologia e Diabetes, Hospital Agamenon Magalhães, Sistema
Único de Saúde (SUS), Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
Introdução: As fraturas subtrocantéricas raramente têm sido descritas
em mulheres em uso de bisfosfonato, embora em grandes estudos clínicos não tenha sido visto aumento significativo do risco durante seu
uso. O ranelato de estrôncio, por ter efeito anabólico, assim como a te-
riparatida, pode contribuir na consolidação dessas fraturas. Descrição:
Caso 1 – Paciente feminino, 63 anos, apresentou fratura subtrocantérica de fêmur esquerdo há um ano, sem trauma, com dificuldade de
cicatrização e nova fratura no mesmo local há seis meses. Tinha usado
risedronato 35 mg/semana por um ano por causa da osteoporose e
parado há três meses. Apresentava: sFA: 97U/L (32-92), sCTX: 470
ng/ml, s25(OH)D: 16.2 ng/ml. Iniciado zolendronato 5 mg/ano e
colecalciferol 600 U/dia. Após quatro meses obteve fechamento da
linha de fratura, sFA: 74 U/L (até 306), sCTX: 209 ng/ml, osteo­
calcina sérica: 12.1 ng/ml, sCa: 8.9 ng/dl, s25(OH)D: 56ng/ml,
fosfatase alcalina óssea sérica (FAOS): 15U/L (14.8-43), sPTH: 25
pg/ml. Após um ano mantinha consolidação de fratura, sFA: 99 U/L,
sCTX: 244 ng/ml, FAOS: 20 U/L e fez segunda dose de zolendronato 5 mg e foi aumentado colecalciferol para 800 U/dia. No final do
segundo ano visto ao RX calo ósseo no local da fratura, normalização
de vitamina D3 e DMO CF (T escore -1,6), DMO CL (T escore
-2.5). Realizada terceira dose de zolendronato 5 mg. No terceiro ano
de seguimento apresentou fratura em 1/3 médio de fêmur direito,
sCTX: 109 ng/ml, osteocalcina sérica: 8.2ng/ml, sFA: 78U/L e iniciado ranelato de estrôncio (RE) 2 g/dia. Após dois meses de RE,
aumentaram osteocalcina e CTX em 125% e 100%, respectivamente,
com fechamento total de fratura. Caso 2 – Paciente feminino, 79 anos,
usou alendronato 70 mg/semana por 10 anos e após suspensão apresentava: sCTX : 177 ng/ml, sFA: 71 U/l, sCa: 10.3 ng/dl, sPTH: 63
pg/ml, s25(OH)D: 27.4 ng/ml, DMO CF (-2.5) e DMO CL (-3.5).
Após um ano sem alendronato: sCTX: 270 ng/ml, sFA: 108U/L,
sCa: 9.6 mg/dl, s25(OH)D: 31 ng/ml. Iniciado ibandronato oral
150 mg/mês, porém apresentou fratura subtrocantérica de fêmur esquerdo no terceiro ano de uso. Após 10 meses não havia consolidação
óssea e apresentava: sCTX: 337 ng/ml, osteocalcina sérica: 12 ng/ml,
sFA: 325 U/l (até 306), 25(OH)D: 14.7 ng/ml. Prescrito colecalciferol 20000 U/semana e substituído ibandronato por RE 2 g/dia. Após
três meses houve consolidação da linha de fratura, sCTX 412 ng/ml,
osteocalcina sérica: 18 ng/ml e s25(OH)D: 32 ng/ml. Conclusão:
Esses dados sugerem um efeito de aceleração do fechamento da linha
de fratura com ranelato de estrôncio.
P140
MACROPROLACTINOMA MANIFESTANDO-SE COMO
AMENORREIA PRIMÁRIA
Vilar L, Gusmão A, Pontes L, Montenegro L, Pontes S, Ibiapina GR,
Montenegro JL, Carvalho MFL, Melo ATB, Canadas V, Gusmão A,
Ferreira VS, Cunha RA, Alves GS, Campos R
RSO, 27 anos, procurou o Serviço de Endocrinologia do Hospital das Clínicas da UFPE em janeiro/2010 com história de nunca
ter menstruado. Também referia galactorreia, cefaleia e tonturas.
Não apresentava comorbidades nem fazia uso de nenhuma medicação. Ao exame apresentava galactorreia espontânea, sem outras
alterações clínicas. A investigação laboratorial revelou prolactina
de 200 ng/mL (basal) e 8800 ng/mL após diluição do soro; a
pesquisa de macroprolactina foi negativa. À RM evidenciou-se
lesão hipofisária medindo 4,2 x 3,1 x 2,8 cm. Foi iniciado tratamento com cabergolina, na dose de 0,5 mg duas vezes por semana. No seguimento, a paciente retornou com desaparecimento
da galactorreia, normalização da prolactina e ciclos menstruais
regulares.
S297
índice remissivo
ÍNDICE REMISSIVO
Albuquerque FCL .......................P081
Albuquerque JL............................P038
Albuquerque PPC.........................P092
Alburquerque FCL.......................P099, P138
Alcântara MRS..............................P039
Aleixo A.......................................P006, P015
Alencar AEF.................................P072, P073
Almeida FP...................................P045
Almeida M....................................P014, P019
Almeida MKC..............................P078, P080, P083, P098
Almeida N....................................P087
Almeida NCN .............................P036, P043, P113
Almeida R.....................................P087
Alves D.........................................P069
Alves GS.......................................P038, P044, P047, P052, P140
Amorim SD .................................P081, P127, P136, P138
Andrade JSO................................P089, P121, P128
Andrade MC.................................P037
Aragão ML...................................P082
Aragão ML...................................P097
Araújo CQB.................................P048, P049, P059, P065, P102, P121, P128, P135
Araújo E.......................................P069
Araújo IG.....................................P078, P083, P098
Araújo RR....................................P076
Araújo ST ....................................P082
Arruda J.......................................P069
Arruda TB....................................P027, P028
Asano N.......................................P002
Assunção LF.................................P036
Azevedo LB..................................P099, P127, P136, P138
Azevedo MF.................................P038
Baião AH......................................P095
Bandeira C....................................P001, P006
Bandeira E....................................P015, P020
Bandeira F ...................................P001, P002, P003, P004, P005, P006, P007, P008, P009, P010, P011, P012, P013, P014, P015, P016, P017, P018, P019, P020, P021, P139, P041
Baracho MFP................................P046
Barbosa ACN...............................P077, P079, P088, P094, P101, P108, P116, P129
Barbosa KMF...............................P033, P042
Barbosa PEA.................................P077, P079, P088, P094, P101, P108, P116, P129
Barboza Filho R............................P023, P025, P026, P029
Barreto RGO................................P045
Barros B.......................................P007, P021
Barros CB.....................................P092
Belfort P.......................................P008, P010, P015
Bernardes LP................................P072, P073, P086, P107, P114, P130
Bezerra IMA.................................P041
Bianchi LA...................................P058
Bolfi F..........................................P058
Borba AM....................................P024, P031
Braga DL......................................P022
Braga KS......................................P037
Brandão JB...................................P115, P125
Brito FLM....................................P086
S300
ÍNDICE REMISSIVO
Brito P..........................................P004
Bruno ELA...................................P048, P059, P065, P089, P102, P121, P128, P135
Bruno JPB....................................P066, P070
Burle C.........................................P087
Cabral MT....................................P076
Cajueiro SEF................................P036
Calafell J.......................................P005
Caldas ADA..................................P030
Caldas G.......................................P132
Calixto A......................................P132
Câmara PRA.................................P051, P071
Camelo C.....................................P139
Campos JM..................................P075, P090
Campos R ...................................P140, P044, P047, P052
Canadas V....................................P044, P047, P052, P140
Cardoso AS .................................P081, P074, P099, P120
Cardoso MAA..............................P074, P099, P118, P120, P127, P136, P138
Carvalho AP.................................P034, P039
Carvalho E...................................P002, P008
Carvalho EH ...............................P095
Carvalho GL.................................P091, P092
Carvalho MFL..............................P044, P047, P052, P140
Carvalho NNC.............................P139
Carvalho SL..................................P082, P097
Carvalho TF.................................P075
Carvalho THF..............................P137
Castro FM....................................P097
Castro LF.....................................P023, P025, P026, P029
Casulari LA .................................P023, P024, P025, P026, P027, P028, P029, P030, P031, P038, P076
Catão D........................................P132
Cavalcanti P..................................P087
Cavalcanti TB...............................P003
Cerqueira J...................................P132
Chagas F......................................P001
Chalegre KP.................................P075, P137
Chalegre KPA...............................P090
Chaves EFC..................................P091
Clementino ELC..........................P099
Colares JKB..................................P123
Colares VNQ................................P130
Corrêa EC....................................P023, P025, P026, P029
Corrêa LF.....................................P027, P028
Cortês G.......................................P038
Costa DA.....................................P094, P129
Costa GJF.....................................P086, P114
Costa ID......................................P077, P079, P088, P101, P108, P116
Costa L.........................................P132
Costa R........................................P009
Costa S.........................................P005
Coutinho LCQM.........................P059, P065, P102
Coutinho LQCM.........................P048
Couto JP......................................P048, P059, P065, P089, P102, P121, P128, P135
Cruz CG......................................P035, P040, P050, P060, P063, P078, P080, P083, P098
S301
ÍNDICE REMISSIVO
Cruz CRC....................................P091
Cruz DTS.....................................P126
Cunha RA....................................P038, P044, P047, P052, P140
Damasceno Neto PN....................P100
Dantas D......................................P001, P019
Dantas NP....................................P100
Darvenne F...................................P023, P025, P026, P029
Dia INB.......................................P115
Dias APG.....................................P115, P125
Dias INB......................................P125
Dias L...........................................P004
Diniz E.........................................P008, P011
Diniz ET......................................P022, P041
Diógenes L...................................P021
Domingues L................................P023, P025, P026, P029
Dourado DAO.............................P106, P110, P119
Durão SF......................................P075, P090, P134, P137
Evangelista Neto J .......................P036, P087
Falcão DM...................................P044, P047, P052
Faria AG.......................................P022
Faria MS . ....................................P038
Feitosa AML.................................P122
Fernandes IC................................P077
Fernandes IC................................P079, P088, P094, P101, P108, P116, P129
Fernandes Jr JAM.........................P092
Fernandes VO..............................P082, P084, P093, P097, P122, P123, P124
Fernandez F.................................P087
Ferraz AA.....................................P075, P134, P137
Ferraz SEJ....................................P126
Ferreira Júnior JAA . ....................P036
Ferreira MFL................................P077, P079, P088, P094, P101, P108, P116, P129
Ferreira MNL...............................P036
Ferreira VS...................................P044, P047, P052, P140
Figueiredo P.................................P038
Fiuza CM.....................................P034, P039
Fonseca Neto OCL.......................P051, P066, P067, P070, P071
Fontan D......................................P013, P017
Fontenelle T.................................P001
França MM...................................P058
França W......................................P087
Freitas AV.....................................P100
Freitas C.......................................P013
Freitas VC....................................P077
Freitas YGPC................................P046
Geloneze B...................................P132
Góis LCP.....................................P078, P083, P098
Gomes AT....................................P127, P136
Gomes LS.....................................P046
Gondim F.....................................P004, P020
Gondim S.....................................P013
Gonzaga MF................................P023, P025, P026, P029
Gonzaga NC................................P074, P099, P120, P136
Griz L...........................................P004, P007, P008, P010, P014, P017, P018, P041
Guimarães MA..............................P035, P040, P050, P060, P063, P078, P080, P083, P098
S302
ÍNDICE REMISSIVO
Gurgel MHC................................P122, P123
Gusmão A ...................................P044, P047, P052, P140
Hirosawa RM...............................P058
Holanda N...................................P010
Holanda N...................................P018
Ibiapina GR..................................P038, P044, P047, P052, P140
Jamacaru FVF...............................P084, P093, P124
Januario AMS...............................P022
Kim IC.........................................P072, P073
Kuroki TMC................................P126
Lacerda CM.................................P066, P067, P070
Lacerda DFM...............................P036
Lacerda SG...................................P077, P079, P088, P094, P101, P108, P116, P121, P129
Lages MV.....................................P115
Lamour S......................................P087
Lauria MW...................................P115
Leal AAF .....................................P081, P118, P120
Leite SFB......................................P022
Lima DL.......................................P091
Lima JG........................................P046
Lima LS........................................P128
Lins DC.......................................P075, P090, P134, P137
Lofrano-Porto A...........................P030
Lopes J.........................................P019
Lucena RMB................................P072, P073, P086, P107, P114, P130
Macedo LF...................................P041
Machado LCA..............................P053, P054, P055, P056, P057, P062
Magalhães JE................................P022
Magalhães K.................................P002, P014
Magalhães LB...............................P059, P089, P135
Magalhães MAF............................P135
Mariz LS......................................P099, P127, P136, P138
Marques PO ................................P035, P040, P050, P060, P063, P080, P098
Marques T....................................P017
Marques TF..................................P041
Martins C.....................................P010, P018
Maurício V...................................P053
Maurício V...................................P054, P055, P056, P057, P062
Medeiros CCM ...........................P074, P081, P099, P118, P120, P127, P136, P138
Medeiros FP.................................P102
Medeiros Jr PF.............................P049, P059
Medeiros L...................................P009
Medeiros MO...............................P102, P121
Medeiros MUF.............................P128
Mello PFLSO...............................P126
Melo ATB....................................P044, P047, P052, P140
Melo GCMP.................................P036
Melo IP........................................P100
Melo MMA..................................P074, P120
Mendes AL...................................P058
Mendes PP...................................P123
Menezes Dantas AM.....................P100
Mesquita CEC..............................P123
Mesquita SS..................................P122
S303
ÍNDICE REMISSIVO
Miranda AK..................................P007, P009
Montarroyos D.............................P087
Monteiro A...................................P011
Monteiro LZ................................P097
Montenegro APDR......................P082, P097, P122
Montenegro JL.............................P044, P047, P140
Montenegro Jr RM . ....................P038, P082, P084, P093, P097, P122, P123, P124
Montenegro L..............................P038, P044, P047, P052, P140
Montenegro RM..........................P038, P082, P084, P093, P097, P122, P124
Montenegro RP............................P051, P066, P067, P070, P071
Moraes CE...................................P092
Moraes FL....................................P080, P083
Moraes M.....................................P002
Moraes MEA ...............................P084, P093, P124
Moraes MO..................................P084, P093, P124
Morais VLL..................................P043, P113
Moreira EL...................................P022
Mota AM.....................................P072, P073
Mota LAA....................................P033, P042
Mota MV.....................................P084, P093, P122, P124
Motta LDC..................................P030
Moura E . ....................................P044, P047, P052
Moura F ......................................P069, P087, P126
Moura FF.....................................P045, P091
Moura RP.....................................P058
Nascimento Neto JR.....................P033, P042
Naves LA......................................P024, P031, P038, P076
Neves AP......................................P009, P011, P018
Neves UD....................................P034
Nóbrega LHC..............................P046
Nóbrega MBM.............................P130
Nóbrega MLC..............................P046
Nóbrega MP.................................P072, P073, P086, P107, P114, P130
Nogueira AA................................P107
Nogueira MCL.............................P043, P113
Noronha JAF................................P074, P120
Noronha JF..................................P118
Novaes F......................................P087
Novaes M.....................................P087
Novaes ML...................................P091
Nunes A.......................................P006, P008, P046
Nunes V.......................................P069
Oliveira GF...................................P027, P028
Oliveira LM..................................P033, P042
Oliveira MA..................................P046
Oliveira MG.................................P126
Oliveira S......................................P009
Oliveira TRR................................P027
Oliveira TRR................................P028
Oliveira VG..................................P107, P114
Ortolan M....................................P043, P113
Pancell M.....................................P020
Parízio ITS...................................P053, P054, P055, P056, P057, P062
Pascoal AG...................................P022
S304
ÍNDICE REMISSIVO
Paula WD.....................................P076
Pedrosa IA....................................P075, P090, P134
Peixoto SHP.................................P053, P054, P055, P056, P057, P062
Penaforte KL................................P082
Pequeno AS..................................P110, P119
Pereira I........................................P003
Pereira Neto A..............................P024, P031
Pinheiro LS..................................P051, P067, P071
Pinto IHGP..................................P022
Pires Neto RJ...............................P123
Ponte CMM.................................P123
Ponte GA.....................................P123
Pontes AAN.................................P053, P054, P055, P056, P057, P062
Pontes L.......................................P038, P044, P047, P052, P140
Pontes S.......................................P044, P052, P140
Pordeus ACB................................P072, P073
Queiroz ADM..............................P107, P114
Queiroz MSR...............................P110, P119
Queiroz RB..................................P033, P042
Queiroz UC.................................P072, P073
Quidute ARP................................P082, P097, P122
Rabelo G......................................P016
Ramos AJC...................................P072, P073
Ramos AJS...................................P072, P073, P086, P114, P130
Ramos ALC . ...............................P072, P074, P081, P118
Ramos AT ...................................P074, P081, P099, P118, P120, P138
Ramos Jr AN................................P123
Ramos RA....................................P107, P130
Ramos T.......................................P069
Rego D.........................................P005, P041
Reis R...........................................P013
Rezende KF..................................P039
Rezende MS.................................P125
Ribeiro S......................................P002
Rocha AM....................................P086, P107
Rocha FG.....................................P091
Rocha RG.....................................P092
Rodrigues AFA.............................P036
Rodrigues FF................................P027, P028
Rodrigues MP..............................P076
Sá RMN ......................................P048, P059, P065, P077, P079, P089, P102, P121, P128, P129, P135
Sa VC...........................................P090, P134, P137
Saldanha L....................................P014, P016, P020
Sales APAM..................................P082, P097, P122
Sales LM.......................................P078, P080, P083, P098
Salgado C.....................................P011, P016
Santiago JS ..................................P081, P118, P127
Santos AB.....................................P058
Santos AFA...................................P106
Santos DA....................................P106
Santos DA....................................P110, P119
Santos DMC.................................P082
Santos EC.....................................P035, P040, P050, P060, P063
S305
ÍNDICE REMISSIVO
Santos EG....................................P034
Santos JR AC................................P046
Santos LAV...................................P043, P113
Santos LL.....................................P016
Santos PJS....................................P097
Santos RG....................................P114
Santos ZM....................................P127
Silva A..........................................P017
Silva AA........................................P106
Silva AT........................................P049, P065
Silva CAM....................................P076
Silva GF........................................P078, P083, P098
Silva JSN......................................P092
Silva JTD......................................P066, P067, P071
Silva MRM...................................P043, P113
Silva MVA....................................P106, P110, P119
Silva RVD.....................................P125
Silva SP.........................................P038, P047
Silveira LC....................................P034, P039
Soares MMS.................................P125
Sousa AGP...................................P046
Souza AB......................................P046
Souza APTC . ..............................P045
Souza GL ....................................P058
Souza MAN..................................P122
Souza MHLP...............................P084, P093, P124
Souza MR....................................P097
Souza PB......................................P079
Souza RN.....................................P051, P070
Souza TAO...................................P077, P079, P088, P101, P108, P116
Tagliapietra JI...............................P084, P093, P124
Takeda CFV.................................P123
Tambascia A.................................P132
Tasso PS.......................................P095
Teixeira JVM................................P048, P049, P059, P065, P089, P102, P121, P128, P135
Teixeira L.....................................P044, P047, P052
Torres MRS..................................P086, P114
Ugulino L....................................P041
Vale OC.......................................P084, P093, P122, P124
Vasconcelos A...............................P132
Vasconcelos GRC.........................P072, P073
Vasconcelos RS.............................P041
Viegas CAA..................................P076
Viégas M......................................P012
Viégas MA....................................P003
Vieira JPL.....................................P110, P119
Vilaça TG.....................................P051, P066, P067, P070, P071, P091, P092
Vilar L..........................................P038, P044, P047, P052, P140
Vitorino A....................................P012
Viturino MGM.............................P041
Voss L..........................................P021
Voss LA........................................P012
Werner RPB ................................P081, P118, P138
Yamashiro FS................................P058
S306
Download