CENTRO DE FARMACOVIGILÂNCIA DO CEARÁ (CEFACE) EM FARMACOVIGILÂNCIA EM INFORME FARMACOVIGILÂNCIA OUTUBRO/2011 Rituximabe – Risco de reações fatais em pacientes com artrite reumatóide O Rituximabe é um anticorpo monoclonal utilizado no tratamento de Linfoma não Hodgkin e Artrite Reumatóide (AR) atuando na destruição e/ou inibindo o crescimento anormal de linfócitos B. No Brasil, o Rituximabe está contido nas apresentações de MabThera® 100mg/10mL e MabThera® 500mg/50mL, solução para infusão intravenosa. Mecanismo de ação Os estudos farmacológicos apontam que rituximabe se liga aos receptores CD20 dos linfócitos B, impedindo-o de circular no plasma como antígeno livre para competir com a ligação de anticorpos. Após a ligação iniciam reações imunológicas que mediarão à lise da célula B, sendo os possíveis mecanismos: Citotoxicidade Complemento Dependente (CDC), Citotoxicidade Celular Anticorpo Dependente (ADCC) e indução de apoptose. Risco de reações fatais em pacientes com AR A Agência Européia de Medicamentos (EMEA) em acordo com a Agência Francesa de Segurança de produtos para a saúde (Afssaps) informa aos profissionais de saúde sobre a possibilidade de ocorrência de reações fatais após a infusão de rituximabe(EMA/614203/201). A infusão de rituximabe, em pacientes em tratamento de artrite reumatóide, está associada a reações graves de liberação de citocinas e/ou outros mediadores químicos. A Síndrome de liberação de citocina grave caracteriza-se por dispnéia grave, muitas vezes acompanhada de broncoespasmo e hipóxia, além de febre, arrepios, calafrios, urticária e angioedema. Esta síndrome pode estar associada a algumas características da Síndrome de lise tumoral tais como hiperuricemia, hipercalemia, hipocalcemia, hiperfosfatemia, insuficiência renal aguda, elevação da lactato desidrogenase (LDH) e pode também estar associada à insuficiência respiratória aguda e morte. A síndrome de liberação de citocina grave manifesta-se frequentemente na primeira ou segunda hora após o início da primeira perfusão, devendo ser realizada, de acordo com a EMEA, a administração de um antiinflamatório e antihistamínico como precaução rotineira antes de cada infusão de rituximabe. A EMEA também orienta que pacientes com história de doença cardíaca ou pacientes com história de reações cardiopulmonares devem ser cuidadosamente monitorizados e se uma reação anafilática ou de hipersensibilidade ocorrer durante a infusão, a administração de rituximabe deve ser interrompida imediatamente e um tratamento médico apropriado deve ser iniciado. Centros de farmacovigilância como o CEFACE, vêm encorajando profissionais de saúde e pacientes a notificar reações adversas, efeitos colaterais ou problemas de qualidade relacionados a utilização de medicamentos. As notificações poderão ser feitas através do site www.gpuim.ufc.br no link CEFACE enviando anexada a ficha de notificação ou pelo formulário de notificação de reações adversas e/ou queixas técnicas, disponível no endereço eletrônico da Anvisa: >>http://www.anvisa.gov.br/form/fármaco/index_pr of Fonte Bibliográfica: 1. European Medicines Agency: http://www.ema.europa.eu. 2. ROCHE: http://www.roche.com.br/fmfiles/re7196006/pdf/Bulas/mabTheraprofissional-20110927.pdf, 3. Rituximab (Mabthera), uma nova abordagem para tratamento da artrite reumatoide. Uma revisão sistemática. Eduardo Finger e Morton Aaron Scheinberg. Einstein. 2007. 4. Responsáveis: Mirlayne Olga Oliveira Castro (Acadêmica de Farmácia); Eudiana Vale Francelino (farmacêutica do CEFACE); Revisão: Mírian Parente Monteiro (Doutora em Farmacologia).