Indicações Atuais para Ablação por Ca~eter das Taquicardias Supraventriculares Update in Catheter Ablation 01 Supraventricular Tachycardias Autores: Jacob Afié, Washington Meciet, Eduardo Andréa, Nilson Araújo, Luiz Eduardo Camanho, Hécio Carvalho e Luiz Gustevo Se/v. Endereço para correspondência: Jacob Atié. Av. das Américas. 4666, sala 323B. Barra. PALAVRAS-CHAVES Ablação, Supraventricular, Taquicardias. KEYWORDS Ablation, Supraventricular, Tachycardias. INDICAÇÕES ATUAIS PARA ABLAÇÃO POR CATETER DAS TAQUICARDIAS SUPRAVENTRICULARES Desde a .ntrodução da estimulação elétrica proqra mada do coração na cardiologia clínica, por Durrer em 1967 ( 1), grandes progressos foram alcançados para se entender e tratar as arritmias cardiacas. Esta técnica permite: 1) estudar os mecanismos das taquicardias; 2) entender o modo de início e término das taquicardias; 3) localizar precisamente as Vias Rev SOCERJ Vai XI Nº 2 Anômalas; 4) identificar os pacientes com risco de morte súbita; 5) identificar arritmias em pacientes com sintomas sugestivos, porém sem documentação eletrocardiográfica; 6) guiar e avaliar a eficácia terapêutica em pacientes tratados para arritmias. Na década passada houve maior progresso na arritmologia através da introdução das técnicas da tratamento por fulguração e/ou ablação por cateter, durante os estudos eletrofisiológicos. Antes do advento destas técnicas, as taquicardias refratárias a drogas necessitavam de intervenção cirúrgica (2). Gallagher (3) em 1982 foi um dos pioneiros na introdu,:,ão da técnica de ablação das arritmias cardíacas. Nessa ocC::jão utilizava-se corrente de alta energia para indução de bloqueio átrio-ventricular total em pacientes com taquiarritmias supraventriculares tipo flutter, fibrilação e taquicardia atrial com rápida resposta ventricular. Subseqüentemente essa técnica foi utilizada para tratamento de pacientes com Abr/Mai/Jun -1998 129 outros tipos de taquiarritmias supraventriculares assim como em taquicardias ventriculares. A aplicação de corrente direta produz lesão extensa, sem homoqeneidade. teoricamente arritmogênica. O choque é doloroso, requerendo anestesia geral e e acompanhado por formação de gás na interface cateter-tecido, o que poderá resultar em barotrauma e perfuração cardíaca Outra forma de corrente aplicada ao tratamento das arritmias e a ablação por baixa energia com uma forma modificada de onda de pulso, porém ainda mantém potencialmente, mesmo que em menor grau, as complicações da alta energia A partir de 1987, as. técnicas de ablação por radiofreqüência passaram a substituir a aplicação de corrente direta. Esta aplicação é semelhante a eletrocauterização utilizada nas cirurgias. A energia produz lesão celular por aquecimento resistivo do tecido e, como a freqüência utilizada não estimula músculos ou nervos, não necessita de anestesia geral, sendo suficiente leve sedação consciente. Como esta energia não produz barotrauma, não se associa a perfuração cardíaca. A radiofreqüência produz lesão menor e mais homogênea que a energia por corrente direta (4). Além destas vantagens, no caso de indução de bloqueio AV, pode-se observar que os pacientes submetidos a ablação por radiofreqüência apresentam menor recorrência que os pacientes submetidos a ablação por corrente direta, neccessitando de um menor número de vezes de um segundo procedimento (5,6% para RF contra 20% para a OC).(5) ABLAÇÃO DA JUNÇÃO AV Em função dos avanços no tratamento específico das arritmias supraventriculares, a ablação da junção AV atualmente se reserva ao tratamento da fibrilação atrial . com rápida resposta ventricular, refratária a drogas. Eventualmente alguns casos de flutter e taquicardías. atriais não respondem ao tratamento ablativo da própria arritmia, evoluindo com disfunção hernodinámica e em alguns casos com taquicardiomicípatiasj sendo também elegíveis para ablação do nódulo AV. Este tratamento tem praticamente 100% de sucesso e raríssimas complicações. O resultado da ablação e o . bloqueio AV total levando o paciente a imediata dependência de marcapasso definitivo, A técnica de indução do bloqueio consiste no .posicionarnento de um cateter de mapeamento e ablação (geralmente com curvatura moldável por acionamento externo), para registro do potencial de His (preferentemente com registro de potencial atrial, hissiano e ventricular), na região ântero-superior do anel tricúspide, seguido de aplicação da energia de radiofreqüência com controle térmico determinado para 60 graus com duração de 60..segundos. Logo no início da aplicação produz-se o BAV total e o paciente passa a ser estimulado atravésríe um cateter ventricular posicionado antes da aplicação da radiofreqüência (FIGURA 1) Se não for observada alteração da condução AV depois de várias tentativas de ablação do feixe de his com abordagem pelo átrio direito, o paciente será submetido a ablação por acesso· esquerdo. Punciona-se a artéria femoral, introduz-se o cateter retrogradamente, no ver.trículo esquerdo, posicionando-o no septo interventricular anterior, procurando-se registro amplo do potencial de His. A energia é então aplicada neste momento. Em nossa experiência, com 65 pacientes submetidos a BAVT, em apenas 4 pacientes foi necessária a abordagem pela esquerda, o que foi feito no mesmo Figura 1 - Eletrocardiograma de 12 derivações simultâneas de paciente com Flutter Atrial não responsivo à ablação do circuito reentrante que foi submetido à ablação do nódulo AV. Durante a aplicação de radiofreqüêricia no nódulo AV, desaparece totalmente a condução AV, instalando-se assistoüa por bloqueio AV total. Durante a ablação é iniciada estímulação ventricular, interrompendo-se a asslstolia ·130 Abr/MaUJun Rev SOCERJ - 1998 .';0 . , , " .Vol XI Nº 2 '. ,< ato. De todos estes pacientes, apenas um teve recorrência da condução AV, sendo necessário repetir o procedimento (neste caso a abordagem foi sempre pela direita). Além de controlar a freqüência cardíaca, a ablação da junção AV demonstrou melhorar a qualidade de vida e a tolerância ao exercício dos pacientes com fibrilação atrial e outras taquicardias supraventriculares. Adicionalmente tem sido demonstrado que a disfunção ventricular esquerdas,induzida pela taquicardia (taquicardiomiopatia), é melhorada depois da ablação da junção AV. Conforme demonstraram Olgin e Scheinman, o número de internações a atendimentos em prontosocorros diminui significativamente após a ablação. No grupo estudado por estes autores, havia 4,0±3,7 internaçôes por ano antes da ablação, passando para 0,7± 1,4 (p-c 0,001) após a ablação por radiofreqüência (6,7). As complicações da ablação da junção AV, com radiofreqüência, são raras, não chegando? 1%. Estas incluem pericardite e tamponamento cardíaco, embolia pulmonar, pneumotórax e fibrilação ventricular (8). Em nossa casuística nenhuma destas complicaçõesfoiobservada ABLAÇÃO NA TAQUICARDIA REENTRANTE NODAL AV A taquicardia AV nodal consiste, em sua forma típica, em condução anterógrada por uma via lenta, com período refratário curto e retrogradamente por via rápida, com período refratário anterógrado mais longo. Estas vias envolvem o átrio perinodal; as fibras da via rápida localizam-se perto do feixe de His (ápice do triângulo de Koch) e as fibras da via lenta "rnarqeiarn" o anel tricúspide, emergindo posteriormente perto do óstio do seio coronário. A ablação de qualquer um destes dois locais elimina com sucesso o circuito reentrante. Os trabalhos iniciais, abordando a via rápida, apresentavam próximo a 10% de bloqueio AV total. Atualmente, usando-se o mapearriento e aplicação em região de via lenta, a incidência de bloqueio varia de 0,2 a 1% (9). Em nossa experiência, atualmente com 320 ablaçôes de taquicardia reentrante AV nodal, ocorreu apenas um caso de BAV total e não se conseguiu sucesso na ablação de 3 pacientes, totalizando sucesso de 99%. Devido a baixíssima incidência de complicações e o alto índice de sucesso, atualmente a quase totalidade dos centros de arritmia recomenda a ablação como opção primária no tratamento das taquicardias supraventriculares. ABLAÇÃO DAS VIAS ANÔMALAS Por muitos anos, a única opção terapêutica para os pacientes sintomáticos e refratários a drogas anti-arrítmicas, com síndrome de Wolff-Parkinson-White, foi o tratamento cirúrgico, que apresentava excelentes resultados e raras complicações. Porém o advento das técnicas de ablação por cateter, abriu um novo e excitante capítulo na terapêutica destes pacientes. Acreditamos, atualmente, que todo paciente possuidor desta síndrome com necessidade de medicação para prevenção das crises é candidato a ablação, devido aos resultados demonstrados na literatura, que apresentarn sucesso entre 90 e 97% com complicações entre 1,8 e 4%, nas grandes séries publicadas (10,11) Nossa experiência mostrou que nos 327 pacientes com vias anômalas, submetidos a ablação por radiofreqOência em nosso serviço, houve sucesso entre 85 e 99%, Figura 2 Registro a 100 mm/seg de 6 derivações simultâneas de ECG de superfície, de paciente com WPW e 4 derivações intracavitárias. No registro do canal referente ao cateter mapeador (MAPBI), observa-se fusão da atividade elétrica atrial e ventricular, indicando que o cateter está sobre a via anômala. Neste ponto é feita a ablaçâo. (AD = átrio direito, !-IIS 'í ~ f<?gistra . dos eletrodos distais do cateter posicionado na região ântero-superior do anel tricúspide e VD = registro do cateter de ventrículo direito). Rev SOCERJ Vol XI N2 2 Abr/Mai/Jun - 1998 131 Figura 3 Eletrocardiograma de 12 derivações simultâneas durante a aplicação de radiofreqüência em paciente com WPW. Observa-se que após 9 complexos QRS préexcitados há normalização da condução, desapareceudo a pré-excitação, signifieando que houve lesão do feixe de Kent. As ondas T, após a normalização dos complexos QRS, apresentam modulação eletrotônica (memória cardíaca). Figura 4 Registro simultâneo de 6 derivações eletrocardiográficas e 6 derivações intracavitárias. Estimulação ventricular com condução ventrículoatrial por via anômala esquerda, durante a ablação por radiofreqüência. Após a' quarta onda A (registro do potencial atrial), observa-se dissociação ventrículo-atrial, significando que a condução retrógrada pelo feixe anômalo foi interrompida. Isto significa que este paciente não tem mais condução retrógrada portanto não poderá mais desenvolver taquicardia. na dependência da localização e do número, de vias anômalas, com complicações abaixo de 1%. Outro fato doterruinante do prognóstico destes pacientes e o período refratário anterógrado da via anômala que é irdependente da sintomatologia. Nosso serviço, por ser de referência, já ídcebéu .:! pacientes ressuscitados de morte súbita por WP;W, dos quais 3 eram previamente assintomáticos. A avaliação do período refratário anterógrado do feixe anêmalo é absolutamente indispensável diante de um paciente com pre-excitação manifesta, quer por métodos não invasivos quer por estudoeletrofisiolóqico. 132 Uma descrição detalhada sobre as técnicas de ablação das vias acessórias está além do objetivo deste artigo, mas vale introduzir o conceito que o mapearnento da via tem por objetivo encontrar .a área de ativação mais precoce (ventricular no caso de rit1'10 sinusal e atrial no caso de taquicardia ortodrórnica ou estimulação ventricular) e aplicar a energia de radiofreqüê ncia neste local (12,13), (FIGURA 2,3,4) ABlAÇÃO DO FLUTTER ATRIAL O flutter típico é definido como uma taquicardia com freqüência de 250 a 350/minuto, com ondas F inverti- Rev SOCERJ VaI XI N2 2 Abr/Mai/Jun - 1998 '... ~" . Figura 5 Registro de 6 derivações de eletrocardiograma e 3 intracavitárias de paciente com Flutter Atrial, durante a ablação por radiofreqüência. Há. interrupção do Flutter e pausa sinusal de 4200 niseg, sugerindo associação de disfunção slnusal, das em D2, D3 e aVF e positivas em VI. O seu mecanisrno é a macroreentrada dentro do átrio direito, com istmo (local estreito por onde passa a atividade elétrica) entre a veia cava inferior, óstio de seio coronário e anel tricúspide. No laboratório de eletrofisiologia é possível identificar este istmo e criar linhas de barreira a passagem do impulso elétrico reentrante através de aplicações de radiofreqüência. interrompendo a reentrada e curando o flutter. Assim. todos os pacientes com flutter que não repondem a medicação, que não toleram a medicação devido a efeitos colaterais ou que não desejem permanecer em uso crônico de fármacos têm indicação classe !, conforme as recomendações do American College of Cardiology (14). Nossa experiência, com ablação de 131 casos de tlutter, tem mostrado que é possível curar o flutter típico (também chamado tipo I) em mais de 90% dos casos, mantendo baixíssimo índice de complicações.(FIGURA 5) ABLAÇAO DAS TAQUICARDIAS ATRIAIS Estas arritmias podem ser originadas em circuitos reentrantes ou focos automáticos no interior dos átrios. Podem ser localizados no lado direito ou esquerdo. As cicatrizes atriais, produzidas por procedimentos cirúrgicos, criam um mecanismo perfeito para reentrada. Outras vezes as arritmias originam-se em focos atriais anormais sem causa aparelHe. As técnicas ablativas identificam os focos anormais através de detecção de potenciais atriais precoces, durante a taquicardia. Nas taquicardias originadas em átrio direito, a abordagem se faz através da punção de veia femoral e acesso direto. Nas taquicardias de átrio esquerdo, a abordagem se faz retrogradamente, por punção de artéria femoral Rev SOCERJ ou através de punção transeptal (alguns pacientes possuem foramen oval patente, não necessitando da punção do septo interatrial) O sucesso no tratamento das taquicardias atriais varia entre 80-95%7 porém, para as taquicardias esquerdas, o risco da punção do septo interatrial aumenta a incidência de complicações. Em nosso serviço, nos 26 pacientes submetidos à ablação por taquicardia atrial, o índice de sucesso está próximo a 85%, mantendo complicações abaixo de 1%, contudo não temos usado a punção transeptal. CONCLUSÕES A ablaçáo por cateter tem mudado, dramaticamente, o tratamento das arritmias cardíacas, sobretudo as supraventriculares. As técnicas são altamente eficazes e comprovadamente seguras. Embora o acompanhamento a longo prazo ainda-seja limitado, tem sido adquirida grande experiência com estas técnicas em muitos centros. . Atualmente a ablação por radiofreqüência é o tratamento de escolha para a grande maioria das arritmias supraventriculares. A fibrilação atrial ainda é um desafio para o tratamento ablativo, porém, nos pacientes com elevada resposta ventricuiar, não responsivos a drogas ou com taquicardiomiopatia, há evidente melhora na qualidade de vida, com a produção .de bloqueio átrio-ventricular total e implante de marcapasso definitivo Ainda não possuímos 100% de sucesso em todos os procedimentos nem mesmo atingimos a desejada incidência de 0% de complicações, mas acreditamos que à medida em que a experiência aumenta, o que tem ocorrido de forma acelerada, em breve estaremos nos aproximando destes índices. Abr/Mai/Jun - 1998 Vol XI : N2 2 .. ' 133 Certarnente por isto, o "Guidelines" do American College of Cardiology (14) confirmou a ablação por radiofreqüência como uma opção primária no tratamento das taquicardias supraventriculares e síndrome de Wolff-Parkinson-White. 8 - Olgin J, Scheinman.M; REFERÊNCAS BIBLIOGRÁFICAS 9 - Mitrani RO, Klein LS, Hacket FK, Zipes OP. Milek WM; Radiofrequency ablation for a trio ventricular node reentrant tachycardia: comparison between fast (anterior) and s/ow (posterior) pathway ablation. J Am Col! Cardio/21: 432-42, 1993. l 1 - Durrer D, Schuilenburg RM, Wellens HJJ; The role of premature beats ir the initiation and termination of s u p r ev e n t r i c u l e t tachycardia in Woff-Parkinson-white syndrome. Circulation, 36: 644,1967.' , 2 - Sea/y WC, Ga/lagher JJ, Wallace; The surgica/ treatment of Wo/ff-Parkinson-White syndrome. Ann Thorac Surg. 22: 443, 1976. 3- Ga/lagher JJ, Svenson RH, Kassel JM; Catheter tecnnique for closed-cbest ablation of the atrioventricular conduction system. 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