Reforma Trabalhista: a quem interessa? A reforma trabalhista, nos moldes como apresentada pelo governo Temer, pode interessar a muita gente, menos à classe trabalhadora brasileira, sentencia o presidente do Sinttel-PR, Pedro Vitor Dias da Rosa. Para o dirigente sindical, há a necessidade de uma reforma trabalhista sim, “mas esse projeto apresentado por Temer, retira direitos históricos dos trabalhadores e conduz os brasileiros a um regime de servidão e escravidão institucionalizada, além de propor o fim da representatividade sindical”. O governo teima em apresentar o discurso, principalmente, de que a economia brasileira só vai se recuperar com a aprovação dessa reforma, que dá maior segurança aos empregadores e investidores. Oras, os empresários que precisam ter essa “maior segurança” são justamente esses empresários que sonegam os repasses trabalhistas – PIS, INSS, FGTS, etc-; são esses mesmos empresários que pagam campanhas publicitárias caríssimas promovendo o fim do recolhimento da Contribuição Sindical, o conhecido Imposto Sindical; esses mesmos empresários corruptos que compram benefícios em todas as esferas do poder público; os mesmos empresários que falsificam medicamentos ou promovem a derrubada criminosa das florestas brasileiras; são esses empresários, sanguessugas dos trabalhadores e do povo brasileiro, que precisam ter mais segurança para se manterem impunes. Os empresários de bem, esses não precisam de maiores seguranças, pois produzem em todos os segmentos, cumprindo com seus deveres e obrigações trabalhistas. Mas o governo não fala e muito menos produz projetos que visem reduzir a carga tributária dos brasileiros nos gêneros alimentícios, nos transportes públicos, nos medicamentos, na aquisição de veículos pessoais, nos combustíveis, na moradia etc. É sabido que os brasileiros têm de trabalhar em média três meses no ano apenas para pagar os altíssimos impostos; e empresários de bem são punidos com uma elevadíssima carga tributária sobre a folha de pagamentos de seus funcionários. Nesse universo de erros e desacertos, imputar fim ao imposto sindical é sentenciar os trabalhadores a conviverem sem nenhum ente que intermedeie as relações trabalhistas. Se, mesmo já existindo o sistema sindical brasileiro, existem milhares de maus empregadores, que sempre tentam se apropriar do dinheiro dos trabalhadores, imaginemos um país sem os sindicatos... Sintetizando: sem uma profunda reforma tributária, uma regulamentação do imposto sobre as grandes fortunas e sem criar uma forma eficiente para o recolhimento de tributos, pouco, ou mesmo nada teremos de avanços na superação da crise econômica. Ao contrário, teremos um grande retrocesso social no Brasil.