O CENÁRIO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA E AS

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL
DACEC – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,
ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM CONTROLADORIA
E GESTÃO EMPRESARIAL
O CENÁRIO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA E AS TENDÊNCIAS
PARA AS COOPERATIVAS DE CRÉDITO: CASO SICREDI
FERNANDO RIGON
Ijuí – RS
2016
1
FERNANDO RIGON
O CENÁRIO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA E AS TENDÊNCIAS
PARA AS COOPERATIVAS DE CRÉDITO: CASO SICREDI
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Pós-Graduação
Lato Sensu em Controladoria e Gestão
Empresarial da Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
– UNIJUÍ.
Orientador: Prof. Dr. Argemiro Luis Brum
Ijuí – RS
2016
2
O CENÁRIO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA E AS TENDÊNCIAS
PARA AS COOPERATIVAS DE CRÉDITO: CASO SICREDI1
Fernando Rigon2
Argemiro Luis Brum3
RESUMO
Vivencia-se atualmente um cenário político-econômico de grandes mudanças e
constantes transformações, pressionado por um mercado cada vez mais competitivo
e desafiador. Analisar este cenário e entender as variáveis que afetam diretamente
as instituições financeiras é essencial para enfrentar os desafios que o atual modelo
econômico brasileiro vem colocando à sociedade brasileira em geral e ao sistema
financeiro em particular. Nesse contexto, a proposta deste estudo tem como principal
objetivo analisar o atual cenário da economia brasileira, bem como as perspectivas
econômicas para as cooperativas de crédito, fazendo uma projeção dos principais
desafios que o cooperativismo de crédito enfrentará em 2016 e anos posteriores. A
pesquisa, quanto ao tipo, pode ser classificada como aplicada, quanto aos fins, é
uma pesquisa descritiva, quanto aos meios empregados é uma pesquisa
bibliográfica elaborada com base em material já publicado. A coleta de dados
ocorreu por meio da aplicação de questionário aberto, aplicados por e-mail para
profissionais ligados às Cooperativas de Crédito responsáveis pela gestão e diretoria
executiva, com profundo conhecimento dos processos e planejamento destas
entidades. Atualmente o Brasil vem passando por momentos de grandes ajustes e
mudanças no seu cenário político econômico, principalmente após as eleições
presidenciais de 2014 e que estão potencializando o atual quadro de fracos
resultados econômicos. As cooperativas por sua vez precisarão aperfeiçoar os seus
processos, desde a governança e compliance até a gestão eficaz de custos,
promovendo uma revisão geral em suas estratégias, ações e investimentos. Se
reposicionar no mercado financeiro será essencial, visto que as grandes instituições
financeiras estarão muito bem equipadas com estruturas e processos eficientes, com
foco no atendimento digital, centralização de processos para garantir ganhos
maiores a custos menores. Este deve ser um dos maiores desafios que o modelo
cooperativista terá que enfrentar. O desafio atual é enorme e o processo de
enfrentamento do mesmo não se mostra fácil. Todavia, vale destacar que o
cooperativismo de crédito, alicerçado nos seus princípios e valores, sempre se
mostrou como uma das soluções mais eficientes e sustentáveis, seja nos momentos
mais complicados, mostrando a força de um sistema integrado na busca de
soluções, seja nos momentos de perseverança, atuando como uma alternativa que
envolve e aproxima os vários setores econômicos, com presença e atuação direta
nas comunidades, como um agente transformador em benefício de muitos.
Palavras-chave: Cenário. Economia. Cooperativas de Crédito. Tendências.
1Trabalho
de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em
Controladoria e Gestão Empresarial da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande
do Sul.
2Bacharel em Administração, Acadêmico do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Controladoria e
Gestão Empresarial da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.
3Doutor em Economia, Docente do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Controladoria e Gestão
Empresarial da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.
3
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Maior queda das taxas médias de crescimento .......................................... 18
Figura 2: Dados e projeções ...................................................................................... 23
Figura 3: Dados e projeções econômicas .................................................................. 23
4
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 5
2 METODOLOGIA ....................................................................................................... 7
3 O COOPERATIVISMO DE CRÉDITO NO BRASIL .................................................. 8
4 ASPECTOS DA ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA ......................... 11
4.1 A ECONOMIA BRASILEIRA NA ATUALIDADE E SEUS EFEITOS NO
COOPERATIVISMO DE CRÉDITO............................................................................ 15
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 24
6 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 25
5
1 INTRODUÇÃO
Vivencia-se
atualmente
um
cenário
político-econômico
de
grandes
mudanças e constantes transformações, pressionado por um mercado cada vez
mais competitivo e desafiador. Analisar este cenário e entender as variáveis que
afetam diretamente as instituições financeiras é essencial para enfrentar os desafios
que o atual modelo econômico brasileiro vem colocando à sociedade brasileira em
geral e ao sistema financeiro em particular.
O governo, como principal agente destas mudanças, tentou, a partir de
2007, consolidar o seu novo modelo econômico chamado “nova matriz econômica”,
combinando políticas monetárias e fiscais mais “flexíveis”, grandes ofertas de crédito
com taxas de juros mais acessíveis, através da ação dos bancos públicos e uma
taxa de câmbio desvalorizada, abandonando em grande parte o até então modelo de
economia consolidado, baseado no tripé econômico construído em 1999, que
consiste em metas de inflação, metas de superávit primário e câmbio flutuante
(PINHEIRO, 2014).
Todavia, no final de 2014, diante da crise econômica que se cristalizou no
país, o modelo posto em prática, que já vinha desde 2011 em esgotamento, entrou
em colapso definitivo. Diante disso, o segundo mandato da presidente Dilma,
iniciado em 2015, se caracteriza, em seu início, pelo retorno ao modelo econômico
monetarista praticado particularmente entre 1999 e 2006.
Inseridas neste cenário competitivo de grandes e constantes mudanças
estão as Cooperativas de Crédito, alicerçadas sobre os valores de ajuda mútua,
responsabilidade, igualdade, democracia, equidade e solidariedade, com suas bases
estratégicas voltadas não somente ao resultado financeiro, mas igualmente aos
valores sociais. Esse conjunto vem contribuindo para o crescimento, fortalecimento e
desenvolvimento do modelo de governança cooperativista no contexto do sistema
financeiro da economia brasileira.
Sociedades cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e
natureza jurídica próprias, constituídas para prestar serviços aos
associados, cujo regime jurídico, atualmente, é instituído pela Lei nº 5.764,
de 16 de dezembro de 1971 (PINHEIRO, 2008, p. 7).
6
Entender as movimentações do mercado financeiro, bem como, as
influências políticas e econômicas que o sistema financeiro vem sofrendo é
imprescindível para manter o modelo cooperativista fortalecido. Para isso, é preciso
estar preparado para enfrentar os desafios que o mercado impõe, tendo a
capacidade de prever cenários favoráveis para oportunizar crescimento e preparálas para enfrentar dificuldades e obstáculos, como medidas preventivas e ações
defensivas.
A economia brasileira vive hoje um momento de incertezas políticas e forte
influência do mercado econômico mundial, as quais têm interferido diretamente nas
ações de planejamentos estratégicos e tomada de decisões de todas as instituições
financeiras. Por isso a importância de acompanhar as tendências e perspectivas
deste cenário financeiro. Nesse contexto, pensar o modelo do cooperativismo no
longo prazo tem grande relevância para mantê-lo como um modelo consolidado no
cenário atual.
Em estudo realizado sobre as contribuições do Cooperativismo de Crédito
para a eficiência econômica e eficácia social, Franz (2006, p. 31) conclui que, para
que fosse possível às cooperativas obterem viabilidade econômico-financeira, foram
necessárias inúmeras iniciativas, dentre elas a estruturação das cooperativas em
Sistemas Cooperativos, visando a obtenção de escala, padronização de marca e
políticas, assim como redução substancial dos custos operacionais, além de
possibilitarem um foco totalmente voltado às necessidades dos seus associados, ou
seja, aos donos do negócio. Afora essa iniciativa, contribuíram também para este
crescimento a profissionalização dos dirigentes e do quadro funcional e o constante
investimento em tecnologia da informação, visto que os usuários destes serviços
financeiros (sejam eles associados de cooperativas de crédito ou clientes de bancos)
possuem um altíssimo nível de exigência quanto à qualidade, confiabilidade,
disponibilidade e acesso aos produtos e serviços, bem como ao atendimento
disponibilizado por estas instituições.
Desta forma, Búrigo (2006, p. 345), em seu estudo sobre o crescimento do
cooperativismo, sugere que um dos desafios que movem as cooperativas de crédito
refere-se a sua sobrevivência financeira num cenário em que as taxas de juros e o
spread bancário sejam menores e que esse processo esteja convergindo com o
aumento da concorrência, levando a uma redução das margens de rentabilidade
obtidas atualmente. Conclui ainda que seria importante que as cooperativas ampliem
7
ainda mais o leque de serviços financeiros prestados, desenvolvendo produtos
adaptados à população de baixa renda e focando seus serviços na ótica do
desenvolvimento, como também criando elos de proximidade com o seu público
mediante o incentivo aos processos de educação financeira e de estimulo à
cooperação nos negócios (associativismo).
Já no estudo feito por Macedo, Pinheiro e Silva (2010, p. 13) sobre a
importância das Cooperativas para o desenvolvimento das comunidades locais,
encontram-se relatos sobre a relevância das instituições financeiras para a
sociedade, principalmente as cooperativas de crédito que promovem a aplicação de
recursos privados em favor de seus associados e da comunidade na qual estão
inseridas. Uma vez que elas atuam como intermediador financeiro, interligando a
população com serviços bancários mais acessíveis, tendo menores taxas de juros,
atendimento personalizado e linhas de crédito condizentes com a realidade dos
associados.
Nesse contexto, a proposta deste estudo tem como principal objetivo
analisar o atual cenário da economia brasileira, bem como as perspectivas
econômicas para as cooperativas de crédito, fazendo uma projeção dos principais
desafios que o cooperativismo de crédito enfrentará em 2016 e anos posteriores.
2 METODOLOGIA
A pesquisa, quanto ao tipo, pode ser classificada como aplicada, que
conforme
definição
de
Vergara
(2009,
p.
43),
“a
pesquisa
aplicada
é
fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos,
mais imediatos, ou não”.
Quanto aos fins, é uma pesquisa descritiva. Conforme Vergara (2009, p. 42),
“a pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou
determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e
definir a sua natureza”.
Quanto aos meios empregados é uma pesquisa bibliográfica, com base em
materiais de literatura e artigos já publicados referentes ao assunto. Gil (2010, p. 29)
afirma que “a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado.
Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como
livros, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos”.
8
A coleta de dados ocorreu por meio da aplicação de questionário. Para
Vergara (2009, p. 52), “o questionário caracteriza-se por uma série de questões
apresentadas ao respondente, por escrito”. O modelo de questionário foi aberto,
onde “as respostas livres foram dadas pelos respondentes” (VERGARA, 2009). Os
questionários foram aplicados por e-mail para dois profissionais ligados ao Sicredi
das Culturas RS, responsáveis pela diretoria executiva e diretoria de negócios, com
profundo conhecimento dos processos e planejamento desta entidade.
3 O COOPERATIVISMO DE CRÉDITO NO BRASIL
O Cooperativismo de Crédito chegou ao Brasil, trazido da Europa pelo Padre
Theodor Amstad, com o objetivo de reunir as poupanças das comunidades
imigrantes e colocá-las a serviço do seu próprio desenvolvimento. Conforme Rambo
(1981, p. 54), foi em Linha Imperial, município de Nova Petrópolis, que o Padre
precursor constituiu formalmente a primeira Cooperativa da espécie, em 28 de
dezembro de 1902 (SCHARDONG, 2002).
Com a expansão do cooperativismo de crédito, foi necessária a criação de
normas e leis para o setor. A primeira norma a disciplinar o funcionamento das
organizações cooperativas no país foi o Decreto n° 1.637 de 05/01/1907, que
permitia
as
cooperativas
serem
organizadas
como
sociedades
anônimas,
sociedades sob denominação coletiva ou sob comandita, sendo reguladas por leis
específicas (LIMA, 2011 apud MORAES, 2014). Entretanto, apenas o art. 23 do
Decreto n° 1.637/07 era direcionado às cooperativas de crédito. Com o avanço do
cooperativismo de crédito no país, se fez necessário mais que um artigo para
regulamentar o setor e, com isso, em 19 de dezembro de 1932, foi criado o Decreto
n° 22.239, que reformulou o Decreto n° 1.637/07. Desde então, foram criadas muitos
outros decretos e leis para a regulação do setor, até órgãos foram criados para a
fiscalização das cooperativas de crédito, porém, não obtiveram sucesso em suas
missões (MORAES, 2014).
No intervalo que vai de 1960 até 1992, as cooperativas de crédito
praticamente perderam todas as condições operacionais que justificavam o seu
funcionamento. Foram, inicialmente impedidas de captar depósitos a prazo
remunerado e, numa segunda fase, obrigadas a pagar remuneração aquém das
taxas de inflação (MEINEN; PORT, 2012).
9
Este mesmo autor relata que:
Do final dos anos sessenta até o início dos anos noventa, as duas únicas
notícias positivas no campo regulatório foram a Lei Cooperativista, de 1971
(que, de quebra, revogou o Decreto-lei nº 59/66 e seu regulamento) e a
Constituição Federal de 1988, ambas muito generosas para o
cooperativismo como um todo.
Schardong (2002, p. 64) destaca que o marco precursor que determinou a
reorganização das cooperativas de crédito, no início da década de 1980, a
Federação das Cooperativas de Trigo e Soja – FECOTRIGO, através do seu Vice-
Presidente, Mario Kruel Guimarães, encampou a ideia de construir um sistema de
crédito alternativo de financiamento aos produtores rurais, baseado na inspiração de
modelos dos países europeus, onde as cooperativas de crédito aparecem como as
principais instituições financeiras a serviço das comunidades.
O autor ainda destaca que “Nascia, a partir deste fato, no Rio Grande do Sul,
o primeiro Sistema de Crédito Cooperativo, atualmente SICREDI – RS, que tinha
como premissa básica a ideia sistêmica de organização, na qual o processo de
integração horizontal e vertical, entre entidades de primeiro (Cooperativas de Crédito
Singulares), segundo (Cooperativas Centrais de Crédito) e terceiro graus
(Confederações
e
Bancos
Cooperativos)”,
tornava
interdependentes
estas
organizações, projeto que acabou se expandindo pelos principais estados da
Federação, dando suporte ao novo Cooperativismo de Crédito Brasileiro e
merecendo sua homologação pelas autoridades na edição das normas próprias de
regência (SCHARDONG, 2002).
A partir dos anos 90, no entanto, tudo começa a mudar, fazendo com que a
dinâmica do processo legal e regulamentar do cooperativismo de crédito retomasse
o seu curso. Com efeito, uma vez restabelecido o diálogo com o órgão responsável
pela supervisão do setor – Banco Central do Brasil –, (re)ativou-se o principal canal
de construção das regras voltadas para esse importante segmento socioeconômicofinanceiro (MEINEN; PORT, 2012).
Pagnussat (2004, p. 13) definiu que:
Cooperativas de crédito são sociedades de pessoas, constituídas com o
objetivo de prestar serviços financeiros aos seus associados, na forma de
ajuda mútua, baseada em valores como igualdade, equidade, solidariedade,
democracia e responsabilidade social. Além da prestação de serviços
10
comuns, visam diminuir desigualdades sociais, facilitar o acesso aos
serviços financeiros, difundir o espírito da cooperação e estimular a união de
todos em prol do bem-estar comum.
Schardong (2002, p. 84) ainda define quanto à natureza societária:
As Cooperativas de Crédito são sociedades de pessoas, com forma própria,
de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços
aos associados, distinguindo-se pelas demais sociedades, nos termos do
artigo 4º da Lei nº 5.764/71 pelas seguintes características:
a) adesão voluntária;
b) variabilidade do capital social, representado por quotas-partes;
c) limitação do número de quotas-partes do capital para cada associado;
d) inacessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros, estranhos à
sociedade;
e) singularidade de voto;
f) quorum para o funcionamento e deliberação da Assembleia Geral
baseado no número de associados e não no capital;
g) retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações
realizadas pelo associado;
h) indivisibilidade dos fundos de Reserva e de Assistência Técnica
Educacional e Social;
i) neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social;
j) área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião,
controle, operações e prestação de serviços.
O Cooperativismo de Crédito nos dias atuais, com dados de jun/14 do
BACEN davam conta da existência de 1.150 Cooperativas Financeiras no Brasil que
administravam ativos totais de R$ 138 bilhões. Somando-se a este valor ainda os
ativos do Banco SICREDI S.A. e do BANCOOB temos ativos totais de R$ 186
bilhões no ramo crédito, representando uma participação de mercado de 2,71% no
total de ativos do mercado financeiro brasileiro e dando às cooperativas de crédito a
6ª posição no ranking das maiores instituições financeiras do país. As operações de
crédito totais atingiram R$ 80 bilhões em jun/14, representando 2,78% do total do
SFN e os depósitos de R$ 91 bilhões representavam 4,73% (PORTAL DO
COOPERATIVISMO, 2015).
No ano passado, segundo dados do Portal Cooperativismo Financeiro, o
conjunto de 1.139 cooperativas financeiras brasileiras com suas respectivas centrais,
confederações e bancos, registrou um crescimento de 22% no volume de ativos,
atingindo R$ 202 bilhões. Ocuparam o sexto lugar num levantamento em que
aparecem Banco do Brasil, Itaú, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Santander,
HSBC, Safra, Citibank e Banrisul. O Sistema Financeiro Nacional (SFN), com R$
7,470 trilhões em ativos, cresceu 14% na mesma base de comparação.
11
De dezembro de 2008 a junho de 2014, enquanto o total de ativos dos
bancos foi ampliado em 11%, o do Sistema Nacional das Cooperativas de Crédito
(SNCC) cresceu 23%. As operações de crédito dos bancos se expandiram à razão
de 11% enquanto as das cooperativas elevaram suas operações em 22%. O
destaque, de acordo com Trombka, fica por conta dos depósitos. Nos bancos, eles
cresceram 3% de dezembro de 2008 a junho do ano passado e nas cooperativas,
26%. O lucro líquido ou sobras cresceram 13% e 21% nos bancos e nas
cooperativas, respectivamente (PORTAL DO COOPERATIVISMO, 2015).
Manter-se em crescimento constante, acima da média de mercado, ao longo
de um período de 16 anos, exige que as cooperativas de crédito estejam em
constante contato com os seus associados, praticando os seus diferencias
(MEINEN; PORT, 2012).
4 ASPECTOS DA ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
O cenário econômico atual que mobiliza as ações das empresas no mercado
nacional encontra-se instável e preocupante. Os índices de inflação já superam as
metas estabelecidas pelos órgãos governamentais e servem de alerta para um
perigo silencioso que é o processo inflacionário. As negociações sindicais começam
a tomar corpo e forma com forte reflexo na estabilidade das organizações.
Categorias em greves, negociações pontuais, preços crescentes, estagnação
econômica, desemprego e déficit público elevado apresentam-se como sérios
problemas em relação ao futuro do país.
A inflação em crescimento notável reduz o poder de compra, uma vez que
os preços aumentam em níveis mais elevados ante o crescimento da renda das
famílias. No contexto histórico, ela é um fator que tem atormentado fortemente a paz
e tranquilidade econômica de muitas pessoas, senão de todas as sociedades. O
Brasil, no transcorrer da sua história enfrentou graves crises decorrentes de uma
economia enfraquecida pela colonização, conflitos políticos e econômicos internos e
externos, processos inflacionários decorrentes da elevação de preços que,
consequentemente, trazem o enfraquecimento do poder de compra (PEREIRA;
SILVA; SANTOS, 2014).
Sobre os efeitos da inflação na economia, Brum (2013, p. 288) afirma:
12
É um fenômeno extremamente complexo. Simplificadamente pode-se dizer
que a estabilidade da moeda depende principalmente da solidez e pujança
da economia, da confiança da sociedade no seu país, da cultura
econômico-financeira da população, da capacidade de eficiência das
autoridades no gerenciamento das políticas macroeconômicas, do
comportamento dos agentes econômicos e, ainda, do grau maior ou menor
de normalidade das relações econômico-financeiras internacionais.
A economia brasileira passa por um período de lento crescimento do PIB e
inflação ainda elevada. Esta fase começou em 2011 – quando nossos termos de
troca começaram a cair e nossa taxa de câmbio começou a subir – devido às
mudanças das condições econômicas internacionais. Do ponto de vista teórico, a
combinação de desaceleração da produção com aceleração de preços geralmente
ocorre após um choque de oferta adverso. Há evidências de que este tipo de choque
ocorreu no Brasil particularmente a partir de 2011. Por exemplo: houve aumento
substancial dos preços dos alimentos, em 2012, e forte depreciação cambial, em
2012 e 2013 (BARBOSA FILHO, 2014).
Neste sentido, Barbosa Filho (2014, p. 1) aborda que:
Apesar destes choques adversos, também há evidências de que a
desaceleração do PIB tem causas internas. Nos últimos anos houve queda
da rentabilidade esperada em investimentos de longo prazo, aumento da
incerteza macroeconômica sobre a evolução da taxa de juro e da política
fiscal, desaceleração da oferta de crédito livre e redução da taxa de
crescimento dos salários reais. Do lado positivo, a taxa de desemprego caiu
e o processo de inclusão social continuou, com redução da pobreza e
diminuição da desigualdade da distribuição de renda mesmo num contexto
de crescimento mais lento da economia.
A taxa de juros é utilizada para controlar a inflação. Assim, em uma política
monetarista, como a posta em prática neste início de 2015, uma inflação em
elevação é atacada, no curto prazo, com a elevação do juro básico (SELIC). Desta
forma, o comportamento da taxa de juros (SELIC) é importante para entendermos o
cenário econômico brasileiro, uma vez que ela determina diversas variáveis que
afetam diretamente o lado real da economia, ou seja, a produção. Entre essas
variáveis estão o nível de crédito oferecido, o custo deste crédito e até mesmo o
fluxo de dólares que entram e saem do país (BÚSSOLA DO INVESTIDOR, 2015).
Outra variável do cenário econômico é o câmbio. Esta variável é
fundamental
por
determinar
o
custo
das
importações
e
exportações,
e
consequentemente se no saldo final destas transações pelo Brasil é credor
13
(exportações > importações) ou devedor (importações > exportações), as chamadas
contas externas. Em uma economia globalizada, o Brasil compete com outros
câmbio determina o preço da moeda internacional (o dólar – US$), ele
consequentemente afeta o preço dos produtos brasileiros e nossa competitividade
frente a outros países. Além do dinheiro proveniente de transações, existe também o
fluxo proveniente de capital especulativo (investimentos de curto prazo), que pode
afetar a cotação do dólar para valores que prejudiquem as exportações brasileiras.
Neste caso o governo adota uma política de controlar a cotação do dólar por meio da
compra e venda da moeda e dos chamados swaps cambiais (BÚSSOLA DO
INVESTIDOR, 2015).
Uma terceira variável muito importante e de grande representatividade e
influência no cenário da economia são os gastos públicos. Em seu artigo sobre a
composição do gasto público e o crescimento econômico, Rocha e Giuberti (2007, p.
1) assim definem:
Existe uma ampla literatura que discute a relação entre tamanho do governo
e crescimento econômico. Contudo, sabe-se muito menos sobre como a
composição do gasto público afeta a taxa de crescimento de um país. Dois
fatores justificam a importância de se olhar também para a composição.
Primeiro, enquanto o tamanho do governo é uma questão de escolha
pública, sua composição é objeto de disputa política. A distinção entre
gastos públicos “produtivos” e “improdutivos” e o estabelecimento de como
um país pode melhorar seu desempenho econômico, mudando a
combinação entre os dois, pode ajudar na acomodação dessa disputa.
Segundo, depois de sucessivos ajustes fiscais, enfrenta-se a difícil questão
de onde fazer cortes fiscais adicionais. Que componente do gasto público
deve ser cortado? A resposta deve, obviamente, depender, entre outras
coisas, da contribuição que cada um dos componentes do gasto tem para o
crescimento econômico.
define:
Em seus estudos sobre os desafios do Brasil, Brum (2013, p. 545) assim
A construção das sociedades, dos países, das nações é um processo
histórico permanente. Continuamente surgem novas ideias, novas práticas,
novas descobertas, novos fatos, novas aspirações, novas esperanças,
novos projetos... Consequentemente, a mudança é um dado permanente da
realidade – das pessoas e das sociedades. Tudo que se defronta com o
impulso ao risco e à ousadia em busca do novo, idealmente melhor. Isso
vale, tanto para as pessoas como para as nações. Quem para regride,
porque a realidade é mutante.
O Brasil é um país em construção, na dinâmica da vida de cada brasileiro,
no suceder das gerações e nas interações do conjunto – variado e
complexo. Nos mais de 500 anos de história oficial, ainda não conseguimos
formar uma nação com equilíbrio social e vivenciar a participação de todos
14
os seus habitantes em um padrão de vida razoável. Temos problemas
históricos não resolvidos, que se acumulam e produzem situações muito
graves. Aos problemas de hoje incorporam-se os do passado. O país está
inserido na nova realidade tecnológica global, mas, ao mesmo tempo, não
apresenta alternativas para que uma parcela significativa de sua população
possa dela participar. Mais de 191 milhões de brasileiros (Censo 2010) tem
carências em questões básicas, para uma vida digna, como comer, vestir,
morar, saúde, escola, cultura, trabalho, saneamento básico, segurança lazer
e outras. E os problemas são também desafios, que não mais podemos
descurar ou adiar. Historicamente, a pobreza, a miséria e o analfabetismo
deixaram à margem a maioria da população do país.
Por sua vez, Giambiagi e Barros (2009, p. 6), em sua análise sobre o Brasil
Pós-Crise afirmam: “(...) quando superada a crise, por mais longo que venha ser o
processo de ajuste, o mundo terá mudado, a governança pública e corporativa terá
de ser reavaliada e a globalização tenderá a adquirir um caráter mais disciplinado”.
Nesse quadro, Brum (2013, p. 546) cita as principais mudanças e desafios
que o Brasil terá que enfrentar para os próximos anos:
- Sustentar e consolidar definitivamente a estabilidade econômica, com a
moeda forte, pelo ajuste fiscal (equilíbrio das contas públicas) – consistente
e com efeitos duradouros. O ajuste fiscal depende do controle e da
eficiência da gestão pública e da aprovação e implantação das reformas
administrativas, previdenciárias e tributária. Em construindo esse processo,
então, a estabilidade ficará cada vez mais alicerçada na força e na
confiança econômica, social e política do país.
- Buscar equilíbrio, e mesmo superávit das contas públicas externas e
conter a dívida pública interna. No plano interno, o governo federal precisa
ser rigoroso no controle da execução de orçamentos equilibrados em todas
as instâncias do setor público e no cumprimento dos compromissos
financeiros assumidos pelos estados, municípios e empresas estatais
(cumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal). Requer-se, também, o
alongamento dos prazos de vencimento dos títulos públicos.
- Acelerar o crescimento econômico, de forma sustentada e continuada,
com aumento de produtividade, justiça social, geração de empregos,
distribuição de renda e preservação do meio ambiente. Criar condições para
a retomada do crescimento econômico com taxas médias anuais de 6% a
7% e geração de novos empregos e novas ocupações são desafios
inadiáveis e interligados. Para vencê-los, é necessário aumentar o volume e
a eficiência dos investimentos.
- Consolidar e aperfeiçoar a democracia brasileira, através de criteriosa
reestruturação e democratização do Estado e modernização do aparelho
administrativo, dotando-o de recursos e instrumentos adequados e
imprimindo-lhe agilidade e eficiência no desempenho das suas funções, em
todas as suas instâncias, através de uma burocracia competente e
dignamente remunerada; da aprovação e da implementação de ampla
reforma política, partidária e eleitoral, que corrija distorções existentes,
qualifique a representação, os políticos e os partidos e dignifique o
desempenho da função pública; e da crescente e ativa participação da
sociedade civil organizada – expressão direta da cidadania.
- Ampliar e diversificar a participação do Brasil no mercado mundial, sem
descurar o potencial do nosso mercado interno. Sem competitividade
externa e forte potencial do mercado mundial, dificilmente o Brasil alcançará
15
uma taxa de crescimento econômico elevada. É preciso considerar que,
com o processo de globalização, houve uma mudança substancial nas
relações econômicas, conforme alertava Celso Furtado ainda em 1996.
4.1 A ECONOMIA BRASILEIRA NA ATUALIDADE E SEUS EFEITOS NO
COOPERATIVISMO DE CRÉDITO
Atualmente o Brasil vem passando por momentos de grandes ajustes e
mudanças no seu cenário político econômico, principalmente após as eleições
presidenciais de 2014 e que estão potencializando o atual quadro de fracos
resultados econômicos. Ainda que tenham efeitos negativos, estes ajustes são
necessários para corrigir importantes desequilíbrios acumulados nos últimos anos,
dentre eles, estão elencados os mais impactantes: inflação elevada, déficit público e
déficit externo.
O quadro de incertezas políticas e econômicas que marca o início do
segundo mandato da presidente Dilma Roussef alimenta a sensação, entre a maior
parte dos economistas, que 2015 será um ano para se esquecer (REVISTA
CONJUNTURA ECONÔMICA, 2015).
O Brasil terá que passar por uma transformação profunda em seu padrão de
crescimento, que vem sendo baseado no consumo privado e público, e ambos estão
em um nível muito alto, somando 85,4% do PIB na média dos trimestres
compreendidos entre 2010 e 2014. O último momento em que se registrou isso foi
no último trimestre de 1997, quando se começou o ajuste diante da crise da Ásia
(REVISTA CONJUNTURA ECONÔMICA, 2015).
A poupança nacional chegou a 12,8% do PIB no final de 2014, o menor nível
desde os anos de 1950. É preciso mudar tudo isso. Trocar por um crescimento que,
pelo menos por alguns anos, seja liderado pelo investimento e pelas exportações
(REVISTA CONJUNTURA ECONÔMICA, 2015).
É nesse contexto nacional que o volume de crédito diminui ao mesmo tempo
em que os juros sobem. Isso afeta as instituições financeiras em geral e as
cooperativas de crédito em particular.
Entre abril de 2013 e agosto de 2015, a taxa Selic subiu de 7,25% para
14,25%, num longo ciclo de aperto da política monetária brasileira. Esse processo foi
interrompido em abril de 2014, com a taxa básica em 11%, sendo retomado em
dezembro deste mesmo ano. Essa segunda etapa do ciclo, durante a qual a Selic se
16
elevou até o atual patamar, apresentou características marcantes que a diferem de
outros momentos de aumento da taxa básica desde o início do governo da
presidente Dilma Rousseff (REVISTA CONJUNTURA ECONÔMICA, 2015, p. 8).
A extensão desta última etapa do aperto monetário foi bem superior ao que
o mercado esperava e foi claramente acompanhada de uma mudança no discurso e
das atitudes do Banco Central (BC), que se mostrou decidido a trazer o IPCA para a
meta de inflação de 4,5%. Este reposicionamento faz parte de uma estratégia
político-econômica do governo para conter as expectativas do IPCA de 2016, que
fizeram as projeções caírem de 5,7% para 5,4%, mostrando que o mercado está
dando créditos à política monetária brasileira a qual teria o poder de produzir uma
relevante desinflação em 2016 e, possivelmente, recuar a projeção da inflação em
2017 para algo próximo de 4,7%, aproximando-se do centro da meta (REVISTA
CONJUNTURA ECONÔMICA, 2015, p. 8).
O cenário econômico mostra grandes desafios para a autoridade monetária
alcançar algo próximo da estabilidade econômica. A recessão, os problemas fiscais,
a queda de confiança de empresários e consumidores, a deterioração da
governabilidade política, o cenário externo desafiador, a depreciação cambial e a
volatilidade do câmbio. O enfraquecimento da atividade e do mercado de trabalho
ajuda a reduzir a inflação, mas a um custo com fortes repercussões sociais e
políticas,
que
todo
governo
ECONÔMICA, 2015, p. 8).
tenta
neutralizar
(REVISTA
CONJUNTURA
Números atuais demonstram que a economia está fragilizada, com índices
de desemprego em alta, aumento crescente da inflação, resultando no repasse e
recomposição das tarifas públicas e corroendo a renda das famílias, diminuindo a
capacidade de pagamento, contenção de despesas, aumento da inadimplência e
agravando cada vez mais este cenário difícil.
A falta de entendimento político para aprovar as medidas fiscais, somada à
queda na arrecadação de impostos em decorrência do desempenho da economia,
tem trazido dificuldades relevantes para o cumprimento do ajuste de contas públicas.
Diante disso, o objetivo inicial, de economizar 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto)
para pagar as dívidas no ano de 2015 (superávit primário), inicialmente proposto
pelo ex-ministro da fazenda Joaquim Levy, foi deixado de lado. A equipe econômica
alterou a meta deste superávit, dos originais 1,1% para apenas 0,15% do PIB, ainda
com a possibilidade de abatimento de até 26,4 bilhões caso haja frustração nas
17
receitas esperadas. Ou seja, caso as medidas de ajuste não se concretizem e a
arrecadação continue a decepcionar, há a possibilidade de o país passar por outro
déficit, similar ao de 2014 e em fins de outubro de 2015 o governo anunciou que o
Brasil teria um déficit primário novamente, na altura de R$ 51,8 bilhões – 0,9% do
PIB – podendo chegar a mais de R$ 100 bilhões no final do ano. Adicionalmente, o
governo revisou também a meta para os próximos anos – de 2,0% para 0,7% em
2016 e de 2,0% para 1,3% em 2017 – o que poderá levar a dívida pública a
continuar aumentando, chegando a mais de 70% do PIB nos próximos dois anos.
Este nível é muito elevado na comparação com vários países em estágio de
desenvolvimento semelhante ao Brasil, enviando um sinal ruim para o mercado.
Diante deste fato, aumenta o risco de solvência do setor público brasileiro, assim
como as chances do Brasil perder o rótulo de “grau de investimento” para níveis
cada vez piores (BANCO COOPERATIVO SICREDI, ago. 2015).
Nesse sentido, com o anúncio do orçamento de 2016 e a “falta de
coordenação política para ajustar as contas”, a empresa de classificação de risco de
crédito Standard and Poor’s (S&P), uma das três mais importantes do mundo nesse
segmento, rebaixou a nota de crédito do Brasil de “BBB”, considerado “Grau de
Investimento” para “BB”, considerado “Grau Especulativo”. Além disso, a perspectiva
tornou-se negativa, indicando uma probabilidade maior de nova queda no futuro. O
Brasil passou a ser classificado como quem “poderá apresentar problemas de
solvência no futuro”, segundo a agência. Caso outra agência tome o mesmo
procedimento, tanto governo quanto empresas nacionais deixarão de ter acesso a
um mercado de crédito mais abundante e com condições mais favoráveis de prazo e
de juros, uma vez que grande parte dos maiores fundos de investimento
estrangeiros restringe a aplicação em países que não possuem o “selo” de grau de
investimento. Em outras palavras, esse cenário traria um encarecimento adicional
para o governo e para as empresas privadas de contratarem ou rolarem suas
dívidas, o que significa uma menor capacidade de crescimento potencial para a
economia (BANCO COOPERATIVO SICREDI, ago. 2015).
O gráfico abaixo demonstra o atual cenário de queda nas taxas médias de
crescimento em relação ao resto do mundo e países vizinhos da América do Sul:
18
Figura 1: Maior queda das taxas médias de crescimento
Fonte: Banco Cooperativo Sicredi.
Com a atividade econômica dando sinais de constante retração e a
dificuldade no cumprimento dos ajustes macroeconômicos, em consonância com as
indefinições políticas, principalmente no que se refere aos ajustes fiscais
necessários, o quadro de incertezas da economia para o ano de 2015 deverá
continuar se estendendo para todo o ano de 2016 (BANCO COOPERATIVO
SICREDI, abr. 2015).
Empresas de diversos segmentos, em especial a indústria, já estão fazendo,
e deverão continuar a fazer, ajustes em seus custos. O segmento de bens de capital
(investimentos) é o mais negativamente impactado, devido à perda de confiança de
empresários. Os serviços e o comércio também estão apresentando resultados
piores do que em anos anteriores. Já a agropecuária é o setor com melhor
desempenho, com a ajuda da desvalorização do Real, embora as margens tenham
se reduzido em relação às safras recentes (BANCO COOPERATIVO SICREDI, abr.
2015).
Grandes instituições financeiras estão revendo muitas de suas estratégias
de crescimento e expansão de crédito ao longo dos últimos anos, iniciando um
processo de seletividade, principalmente nas negociações com as carteiras PF,
19
direcionando crédito consignado e imobiliário para estes públicos, no mesmo sentido
em que as carteiras PJ têm preferido as grandes empresas, sempre observando as
variações do mercado, aumentando os critérios de concessão de crédito e
manutenção da carteira ativa, para evitar exposições indesejadas de aumento de
inadimplência e provisões de crédito.
Por fim, em relação à inadimplência, vemos que as famílias têm apresentado
pequena piora no final deste ano após ter mantido certa estabilidade em 3,8% até
julho, com a taxa saindo de 3,7% em dezembro de 2014 e indo para 4,1% em
outubro deste ano, enquanto que a PJ já vinha com uma piora notável. Pelo lado do
consumidor, projetamos que estes deverão enfrentar uma piora considerável no
mercado de trabalho nos próximos meses, embora os mesmos também estejam
reduzindo o consumo e o endividamento, para que não entrem em um novo ciclo de
inadimplência.
Entretanto,
vemos
que
pode
haver
limites
para
essa
desalavancagem, o que implica em dizer que em algum momento no futuro
começaremos a ver a inadimplência aumentar, especialmente, para as linhas de
Cartão de Crédito e Cheque Especial. Por sua vez, no caso da Pessoa Jurídica (PJ),
observamos que nos últimos doze meses, a inadimplência saiu de 2 para 2,5%,
mostrando que a forte desaceleração econômica tem trazido repercussão sobre as
carteiras de crédito. Adicionalmente, o longo período de redução do nível de
atividade, a taxa de juros mais alta e por mais tempo, e prováveis aumentos de
impostos indicam que a inadimplência deverá seguir subindo em 2016 (BANCO
COOPERATIVO SICREDI, dez. 2015).
O movimento de fraqueza observado na carteira de crédito deverá
permanecer nos próximos meses e até mesmo intensificar-se em 2016, dado que a
taxa de juros, a qual já se encontra em patamar elevado, voltará a aumentar de
acordo com o nosso cenário de juros. Assim, alteramos a nossa projeção para 6,3%
de crescimento do volume de crédito este ano. Para 2016, a trajetória do crédito na
economia brasileira deverá ser mantida, crescendo, o saldo da carteira de crédito do
Sistema Financeiro Nacional, 5,0% em 2016, com os recursos livres influenciados
pelo menor apetite por crédito das famílias, pela menor oferta de crédito por parte
das instituições financeiras e juros mais altos, enquanto que os direcionados
seguirão sentindo os efeitos do ajuste fiscal em curso, com uma postura menos
expansionista do BNDES e da Caixa Econômica Federal na concessão de crédito
(BANCO COOPERATIVO SICREDI, dez. 2015).
20
O cenário fiscal ainda se mantém desafiador, uma vez que o quadro político
permanece incerto, com a troca no comando do Ministério da Fazenda de Joaquim
Levy por Nelson Barbosa e com a abertura do processo de impeachment contra a
Presidente da República.
Apesar da recente estabilidade da taxa de câmbio, a mesma deverá
desvalorizar nos próximos meses, dado que as incertezas políticas permanecerão no
radar dos investidores, bem como a deterioração econômica. Além disso, o aumento
dos juros nos EUA, mesmo que seja realizado de maneira gradual, irá trazer ainda
mais pressão para moeda de países emergentes, tais como o Brasil, no decorrer do
próximo ano. Além disso, as incertezas no quadro político e econômico deverão
trazer pressão para o câmbio (BANCO COOPERATIVO SICREDI, dez. 2015).
O forte recuo do PIB no terceiro trimestre deverá se estender para os
próximos. Os indicadores de atividade já indicam uma nova contração nos últimos
três meses de 2015. O quadro inflacionário tem se mostrado adverso no curto prazo,
com os preços livres acelerando nos últimos meses deste ano. Entretanto, a inflação
deverá desacelerar, ao sair de 10,8% em 2015 para um nível mais próximo a 6,5%
em 2016, refletindo a forte queda na atividade econômica e a menor pressão de
preços regulados pelo governo, além de uma taxa de juros mais elevada. O Banco
Central deverá voltar a aumentar os juros, considerando que a inflação continua alta
e as expectativas do mercado distantes do objetivo (inflação abaixo de 6,5% em
2016 e em 4,5% em 2017). Assim, acreditamos que a Selic sofrerá um ajuste nas
próximas reuniões do Copom, chegando a 15,50% a.a. no primeiro semestre de
2016. Porém, com a melhora no cenário inflacionário para o horizonte de 2017, o
Banco Central poderá reduzir os juros ainda em 2016, encerrando o ano em 14,75%
a.a. (BANCO COOPERATIVO SICREDI, dez. 2015).
O crédito deverá seguir diminuindo o ritmo de crescimento por conta da
permanência da taxa de juros em patamar elevado, das condições de crédito ainda
restritivas por parte das instituições financeiras e pela desaceleração do crédito
direcionado.
Para o Diretor Executivo do Sicredi das Culturas RS, “o cenário econômico
tem relação direta com o Político, a liderança do país está fragilizada com os
escândalos envolvendo uma das maiores empresas que o Brasil já possuiu
(Petrobras), ação denominada pela Policia Federal de Lava Jato”. A nossa economia
com inflação sem controle, puxada não por demanda ou oferta, e sim por preços
21
administrados (gasolina, óleo e gás, energia e transportes), desequilíbrio das contas
públicas, levando a gastar todo o recurso com CUSTEIO e não sobrando para
investimentos, leva ao desequilíbrio econômico, governo necessitando emitir títulos
para captar recurso, subindo a taxa de juros, desequilíbrio fiscal, leva as agências a
reclassificar o risco Brasil, juro sobe para reter-captar recursos externo, o governo
como maior captador de recursos no mercado paga mais caro, e a roda viva segue
aumentando a dificuldade. Como solução as reformas fiscais e tributárias são
urgentes, equilibrando as tarifas entre estados, minimizando as guerras fiscais intraestados, e o ideal é a reforma política, mas esta com muita dificuldade de ocorrer. O
Brasil possui um dos melhores sistemas financeiros do mundo sob a ótica da
segurança e regulação. Nosso Banco Central, mesmo com capacidade limitada em
seu contingente, consegue manter o sistema Financeiro sólido, pois construímos
regras e mecanismos consistentes, que nos permitem antever possíveis problemas,
individuais ou sistêmicos. Os bancos em épocas de juros altos (inflação alta)
aproveitam para lucrar, pois um dos impostos mais amargos que a classe
trabalhadora paga é a inflação, pois este imposto corre às pessoas que não
possuem mecanismos de proteção a mão, e nesta esteira, os bancos aproveitam a
grande oportunidade para aumentar suas margens principalmente em produtos de
fácil acesso, como cheque especial e cartão de crédito (linhas de varejo e de curto
prazo) não mais que um ano. Passando a crise política, o econômico se
reestabelece, como já falado o maior prejudicado em tudo isso, inflação alta e juro
alto, é a classe baixa, que não possui mecanismos de proteção. O Sistema
Financeiro sairá mais forte desta crise, pois à medida que inflação e juros voltarem a
patamares adequados, os bancos terão que expandir suas linhas de crédito a prazos
mais longos e a taxas menores, se expondo a riscos maiores e spreads menores.
Não deverá haver grandes mudanças no Sistema Financeiro Nacional, exceto algum
banco menor, que com taxas de juros menores terá dificuldades, com isso poderá
haver algumas aquisições por um dos maiores bancos. O sistema Cooperativo no
Brasil possui vários sistemas, Sicredi, Sicoob, Unicred e Ancosol (Crehnor e Cresol).
Todos com o mesmo propósito, ser meio de inclusão financeira as pessoas de
menor renda. O Sistema Cooperativo não é fim (Lucro) e sim meio para que
consigamos ter condição melhorada no preço e no serviço, com retorno de sobras. O
grande desafio de todos os sistemas é concorrer com os grandes Bancos, no Brasil
do PIB Financeiro 85% está na mão de 5 grandes Bancos. As cooperativas no Brasil
22
estão próximas a 4% do PIB Financeiro Nacional, mesmo que em alguns estados
como Santa Catarina já possuem mais de 20% do PIB e no Rio Grande do Sul,
próximo a 11%. A manutenção do crescimento do Sistema Cooperativo passa por
estruturas adequadas, por investimento tecnológico em nível dos Bancos e produtos
que possam ser competitivos em modelagem e preço.
Já o Diretor de Negócios do Sicredi das Culturas RS destaca que “as
evidências ratificam o cenário vivido em 2015 também para o ano de 2016, com uma
economia em recessão, total insegurança na política econômica do país e
consequente ausência de investimentos, alta do desemprego e escalada na taxa de
juros para conter a inflação. Não há cenário político para restabelecer a
governabilidade. O crédito estará mais restrito. As instituições irão fortalecer os
critérios para a concessão de crédito dado a inadimplência crescente, endividamento
acentuando das famílias e crescimento do desemprego. A ordem do dia é mitigar
riscos. As crises são cíclicas e ao passar dos anos iremos reviver uma economia e
políticas mais equilibradas. A partir daí, o nível de confiança dos investidores
aumenta e consequentemente teremos um aquecimento da economia novamente e
o credito é fundamental para o fomento. Teremos credito a custos menores e com
maiores facilidades. As cooperativas precisarão melhorar sua eficiência, reduzir os
custos operacionais, avançar em tecnologia e automação, ampliar sua inserção na
digitalização do relacionamento, bem como atrair o publico jovem para contribuir na
sustentabilidade do empreendimento”.
Nas figuras abaixo, alguns dados e projeções:
23
Figura 2: Dados e projeções
Fonte: Banco Cooperativo Sicredi.
Figura 3: Dados e projeções econômicas
Fonte: Banco Cooperativo Sicredi.
24
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sistema político-econômico brasileiro precisa retomar o seu rumo, ou seja,
o Brasil precisa equilibrar suas contas públicas, alinhar suas estratégias e ajustes
fiscais necessários para conter a inflação e retomar, gradativamente, o crescimento
econômico. Este será um caminho longo e árduo.
Isso porque o cenário existente apresenta incertezas políticas, políticas
fiscais desafiadoras, taxa de câmbio em constante valorização, queda do PIB e
projeções futuras pessimistas, inflação descontrolada e taxas de juros crescentes,
acompanhadas de forte aumento do desemprego. Nesse contexto, cabe às
cooperativas de crédito tomar todas as medidas possíveis para se manterem fortes e
competitivas, dentro de um sistema financeiro voraz, onde não há espaço para erros,
muito menos para falta de planejamento e estratégias.
Em entrevista a Revista Gestão Cooperativa (2015, p. 21), o ex-presidente
do Banco Central e sócio-diretor da Tendência Consultoria Integrada, Gustavo
Loyola, falou que:
... embora a crise política e a economia em recessão produzam um efeito
negativo sobre o mercado, com restrições à concessão de crédito pelos
bancos e perspectiva de aumento da inadimplência, as cooperativas têm
oportunidade de crescimento. Os aumentos de custo de capital e as novas
exigências regulatórias dificultam o crescimento dos bancos pequenos e
médios, deixando espaço para o sistema cooperativista de crédito. Além
disso, a alta concentração no mercado financeiro pode deixar muitos
desatendidos e os bancos públicos devem ter uma atuação mais contida.
As cooperativas por sua vez precisarão aperfeiçoar os seus processos,
desde a governança e compliance até a gestão eficaz de custos, promovendo uma
revisão geral em suas estratégias, ações e investimentos. Se reposicionar no
mercado financeiro será essencial, visto que as grandes instituições financeiras
estarão muito bem equipadas com estruturas e processos eficientes, com foco no
atendimento digital, centralização de processos para garantir ganhos maiores a
custos menores. Este deve ser um dos maiores desafios que o modelo
cooperativista terá que enfrentar.
A mitigação de exposição ao risco de crédito e a seletividade na concessão
deste são premissas fortes para este período que estamos passando. Isso em
função de que as grandes instituições bancárias aumentam suas taxas de juros,
25
alavancadas pelas tentativas frustradas das políticas econômicas em conter a
inflação, e pelo aumento da inadimplência de crédito, fazendo com que o crédito
seja cada vez mais restrito e direcionado para públicos de baixo risco, restringindo o
crédito para os públicos mais endividados e que mais sofrem os efeitos desta
economia retraída e inflação galopante.
O desafio atual é enorme e o processo de enfrentamento do mesmo não se
mostra fácil. Todavia, vale destacar que o cooperativismo de crédito, alicerçado nos
seus princípios e valores, sempre se mostrou como uma das soluções mais
eficientes e sustentáveis, seja nos momentos mais complicados, mostrando a força
de um sistema integrado na busca de soluções, seja nos momentos de
perseverança, atuando como uma alternativa que envolve e aproxima os vários
setores econômicos, com presença e atuação direta nas comunidades, como um
agente transformador em benefício de muitos.
Os principais desafios e limitações enfrentados durante elaboração deste
artigo foram em primeiro lugar o período em que foi desenvolvido, quando o Brasil
esteve mergulhado em um momento de mudanças e acontecimentos diários, onde
os números e projeções da economia sofriam alterações a cada momento, sendo
necessária a atualização constante dos dados e projeções. Em segundo lugar, a
dificuldade em conseguir contato e agenda com os profissionais ligados às
Cooperativas e com conhecimento necessário para contribuir com o estudo.
Estender esta pesquisa para profissionais de outros setores e incluir outras
Cooperativas de Crédito, bem como, avaliar diferentes cenários pode ser uma
importante linha de pesquisa para contribuir na compreensão e embasar cada vez
mais o estudo sobre o artigo desenvolvido.
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