Tema 5 Rev. Medicina Desportiva informa, 2012, 3 (5), pp. 25–28 Exercício físico e insuficiência cardíaca Dr. José Carlos Carneiro1, Dr.ª Rafaela Veríssimo2, Prof. Doutor Manuel Teixeira Veríssimo3 1 Interno de Pneumologia, CHVNG. Pós-Graduado em Medicina Desportiva. 2Interna de Medicina Interna, CHVNG. Vila Nova de Gaia. 3Especialista em Medicina Interna e Medicina Desportiva. Professor da Faculdade de Medicina de Coimbra. Resumo ABSTRACT A insuficiência cardíaca (IC) crónica é uma síndrome caracterizada pelo declínio progressivo da tolerância ao exercício físico. Nos últimos anos a prescrição de exercício físico nestes doentes sofreu alterações, desde a sua proibição até se tornar numa indicação absoluta. Na maioria dos doentes com IC a prática regular de exercício físico tem evidenciado ser uma intervenção segura. Todos os doentes devem ser previamente avaliados em relação às contra-indicações para a prática de exercício. Na maior parte dos doentes este deverá consistir numa combinação de exercício aeróbio de moderada intensidade, 5-7 dias/semana, e treino de força de baixa intensidade 2 dias/semana. Chronic heart failure (CHF) is a syndrome characterized by progressive decline in exercise tolerance. In the last years prescription of exercise in CHF patients changed from total prohibition to an absolute indication.In the majority of CHF patients regular exercise participation has been shown to be a safe intervention. All patients should be closely monitored prior to exercise for contraindications. In most patients it should consist of moderate intensity aerobic exercise 5-7 days/week and low intensity resistance training 2 days/week. Palavras chave Key-words Insuficiência cardíaca, efeitos do exercício, prescrição de exercício. Heart failure, effects of exercise, exercise prescription. Introdução comparado com o indivíduo saudável1,2. A prática de exercício físico pode modificar esse quadro, atenuando tanto a fadiga como a dispneia, aumentando o VO2máx (Gráfico 1). Os mecanismos responsáveis por esse aumento do VO2máx não são totalmente conhecidos. Entretanto, Fatores limitantes à tolerância ao exercício físico Os dados atuais indicam que a fração de ejeção ventricular correlaciona-se fracamente com a tolerância ao exercício físico9. Têm, por isso, sido estudados os mecanismos para explicar as causas da intolerância ao exercício físico que podem ser genericamente divididas em cardiovasculares e periféricos. A doença cardiovascular tem efeitos limitantes na capacidade de aumentar o débito cardíaco durante o exercício, mas a idade, o sexo e as comorbilidades contribuem também para alterar esta resposta. Com o aumento da idade o coração tem 30 25 VO2 (mlO2.kg1.min-1) A insuficiência cardíaca (IC) pode ser definida como a incapacidade do coração em corresponder à demanda dos tecidos, resultando em sintomas de fadiga ou dispneia de esforço, progredindo para dispneia em repouso. Até há duas décadas a prática de exercício físico era considerada contraindicação absoluta na presença de disfunção ventricular sistólica esquerda. A partir do final da década de 80, quando surgiram os primeiros estudos sobre a importância do exercício físico regular para o doente com IC e a garantia que programas de reabilitação cardíaca eram seguros, o treino físico passou a ser também recomendado para este tipo de doentes. Dados recentes (estudo HF-ACTION) permitiram concluir ainda que o exercício físico melhora a qualidade de vida e reduz o risco de internamento e mortalidade em doentes com IC até 15%23. O consumo máximo de oxigénio (VO2máx) é cerca de 40% menor no doente portador de IC quando sabe-se que alterações funcionais centrais e/ou hemodinâmicas não são os únicos determinantes da melhoria da capacidade física desses indivíduos, uma vez que a administração de drogas inotrópicas não resultam em aumento imediato da tolerância ao exercício físico em doentes com IC3,4. Se, por um lado, na fase inicial da doença as alterações autonómicas parecem ser importantes para manter o débito cardíaco e/ou a pressão de perfusão5,6, na fase crónica da doença a atividade aumentada do sistema simpático leva ao remodeling, tanto do sistema vascular periférico, como das câmaras cardíacas, à progressiva atenuação do baroreflexo arterial e cardiopulmonar e à downregulation dos recetores cardíacos ß17,8. 20 15 10 5 0 Basal 0W 15W 30W 45W 60W 75W 90W 105W 120W 135W Gráfico 1. Consumo de oxigénio (VO2) durante prova de esforço cardiorrespiratória de um paciente com IC antes (▲) e após (●) quatro meses de treino de exercício Rondon MU, Alves MJ, Braga AM, Negrão CE. Exercício físico e insuficiência cardíaca. Rev Soc Cardiol Estado São Paulo. 2000; Vol. 10 (1): 153-160. Revista de Medicina Desportiva informa Setembro 2012 · 25 aumentos exacerbados da atividade oxidativa enzimánervosa simpática e da resposta tica e a acumuventilatória, causando aumento da lação de lactato resistência periférica e redução da sérico durante o perfusão muscular22. exercício19. É possível que os doentes com IC, que têm compromisso Prescrição de exercício físico severo das capacidades aeróbias, A prescrição de um programa de possam ter uma exercício físico está recomendada resposta angiogénos casos de IC crónica estável24,25, nica mal-adaptada mas de modo individualizado, porao exercício físico, que a maioria das vezes o doente aumentando a com IC apresenta co-morbilidades Coração normal Insuficiência cardíaca densidade capilar importantes e é polimedicado. A este antes de ocorrerem propósito salientam-se os IECA, os alterações do músculo esquelético, ARA, a digoxina e os nitratos que menor capacidade para reduzir o sugerindo que ocorra extração ou aumentam a tolerância ao exercício volume sistólico final do ventrículo entrega anormal de oxigénio20. e ainda os beta-bloqueadores, os esquerdo, agravando o pré-load10. Em quais, com o seu efeito cronotrópico relação ao sexo, em qualquer idade, A tolerância ao exercício não negativo, relegam para segundo a mulher tem menor capacidade dependente apenas da capacidade plano a utilização da frequência aeróbia que o homem, explicado cardiopulmonar para a entrega do cardíaca na monitorização da intenpelo menor nível de hemoglobina oxigénio ao músculo, mas também sidade do exercício físico26. sérica e menor extração periférica do fluxo renal, ou seja, da capaci11 de oxigénio . dade da vasculatura redistribuir o Neste tipo de doentes os mecanisdébito cardíaco ao músculo durante mos termorreguladores encontramA função hemodinâmica central, o exercício físico. Nos indivíduos -se alterados, com diminuição da como a melhoria da função cardíaca saudáveis 85% do débito cardíaco é resposta ao aumento da tempee a maior resposta no débito cardistribuído ao músculo, sob exercício ratura corporal provocada pelo díaco, não são suficientes para intenso, mas este fluxo sanguíneo exercício físico27 (devido a efeitos explicar a intolerância ao exercício muscular parece reduzido na IC físico. Os fatores periféricos também iatrogénicos, p. ex.), pelo que é paralelamente com a redução do contribuem, incluindo anormalidanecessário estar mais atento aos débito cardíaco21. des da função endotelial, ativação sinais e sintomas de hipertremia e ergoreflexa, capacidade de vasodesidratação, bem como ter espeUm novo paradigma sugere dilatação e distribuição do débito cial atenção ao vestuário usado na também a contribuição de um sinal cardíaco. O endotélio é também prática desportiva e às condições do específico do músculo em exercício um fator interveniente na perfusão meio envolvente. que está anormalmente aumentecidular no doente com IC. O óxido Antes de iniciar o programa de tado na IC – ativação ergoreflexa. nítrico (NO) libertado, que é um exercício físico tem de se proceder Essa aferência muscular aumenmediador importante da vasodilataà estratificação de risco através tada desencadeia, reflexamente, ção e perfusão tecidual, parece estar Tabela 1. Contra-indicações absolutas e relativas para o treino de diminuído neste tipo de doentes15-17. exercício em doentes com insuficiência cardíaca Por outro lado, a falência do afluxo Contra-indicações absolutas Contra-indicações relativas sanguíneo ao músculo durante o • Agravamento progressivo da dispneia de • Aumento de peso >2kg nos últimos 1 a exercício físico é devida, não apenas esforço ou dispneia em repouso ou em 3 dias à redução do débito cardíaco, mas esforço ‘de novo’ nos últimos 3 a 5 dias • Terapia intermitente ou contínua com também à deficiente vasodilatação • Isquemia significativa em exercício de baixa dobutamina periférica12 presente nos doentes intensidade [<2 METs (metabolic equivalents) • Queda no valor da TA sistólica >10 mmHg com IC, devida à estimulação simpáou ~50W] durante o exercício • Diabetes Mellitus mal controlada • New York Heart Association classe IV tica excessiva, ativação do sistema • Doença sistémica aguda ou febre • Arritmia ventricular complexa em repouso renina-angiotensina e altos níveis de • Embolia recente ou com o exercício 13,14 endotelina . • Tromboflebite • FC em decúbito dorsal >100 bpm Outra causa importante de • Pericardite aguda ou Miocardite • Presença de co-morbilidades intolerância ao exercício físico é o • Estenose aórtica severa • Estenose aórtica moderada • Insuficiência valvular (a necessitar correção • TA> 180/110 mmHg metabolismo anaeróbio que ocorre cirúrgica) precocemente durante o exercício na • EAM nas últimas 3 semanas IC17. Os doentes com IC têm dimi• Fibrilação auricular ‘de novo’ nuição das fibras tipo I oxidativas e • FC em repouso >120 bpm aumento das fibras IIb glicolíticas18. Adaptado de Recommendations for exercise training in chronic heart failure patients. Working Group Os estudos revelaram que existe on Cardiac Rehabilitation & Exercise Physiology and Working Group on Heart Failure of the European uma relação inversa entre atividade Society of Cardiology. Eur Heart J 2001;22:125–35. 26 · Setembro 2012 www.revdesportiva.pt da realização de prova de esforço cardiorrespiratória em cicloergómetro (protocolo incremental de 10W/ min) ou passadeira (protocolo de Bruce 30’’)28 e avaliar as eventuais contraindicações clínicas para a sua realização (Tabela 1). O exercício físico não está contraindicado nos doentes portadores de dispositivos implantados, mas refira-se que no caso de doentes com cardioversor-desfibrilador implantado (CDI), recomenda-se que a FCmáx atingida seja 10 a 15 batimentos abaixo do limiar de taquicardia detetado pelo CDI29. A necessidade de monitorização e de supervisão do exercício é advogada nalguns estudos, pelo menos na fase inicial (e especialmente naqueles doentes com arritmias induzidas pelo exercício ou com formas de IC grave)26,30, mas nos casos de doentes com a doença estabilizada é possível a obtenção de bons resultados com programas domiciliários desde que mantidos em consultas regulares de follow-up. O princípio FITT Os príncipios gerais de exercício físico estão sumariados na sigla FITT – frequência, intensidade, tempo e tipo28. Tradicionalmente, e até cerca de 1980, preconizava-se somente exercícios aeróbios, com movimentos cíclicos e que envolviam grandes grupos musculares (caminhada, ciclismo, corrida lenta, natação). Recentemente demonstrou-se que, ao contrário do que se pensava, o treino de força não aumenta o afterload cardíaco para níveis deletérios e que existe mesmo uma correlação positiva independente entre a força muscular e o prognóstico clínico do doente com IC31. Este deverá ser um exercício de força dinâmico, por oposição ao treino isométrico que é contraindicado neste tipo de doentes devido à potencial ocorrência concomitante da manobra de Valsalva32, e atualmente deverá ser associado ao exercício aeróbio nos programas de treino uma vez que melhora o tónus muscular e pode aumentar o VO2máx até 16%33,34. A duração do exercício físico deve incluir um período de aquecimento, que normalmente é de 28 · Setembro 2012 www.revdesportiva.pt Treino aeróbio Intensidade Duração Tipo / forma 40-70% FC máx 20-30 min Grandes grupos 11 a 14 (Borg) Freq semanal 5a6 musculares Treino de força 40-60% de 1RM máx 30 min 8-15 reps; 3-4 séries 10 a 15 minutos, mas deve ser mais longo à medida que o doente está clinicamente mais debilitado. A fase do exercício aeróbio deve durar 20-30 minutos na intensidade recomendada para o indivíduo em causa (podendo ser progressivamente aumentada até 40 minutos), seguindo-se um período de arrefecimento de cerca de 10 minutos26. Quanto ao treino de força, este deve incluir 3-4 séries, com 8-15 repetições em menos de 60 segundos, com duração máxima da sessão de 30 minutos35. A relação entre exercício e repouso deverá ser >1:2 neste tipo de treino36. As sessões de exercício físico devem ser realizadas 4 a 6 vezes por semana, de preferência em dias intercalados, para permitir a adequada recuperação do doente. O treino de força, por seu turno, deve ser efetuado 2 vezes por semana37. Não existe uma relação clara entre intensidade de exercício e capacidade funcional38. Mais frequentemente utiliza-se nos programas de treino em doentes com IC como indicador da intensidade do exercício desejável o valor 40% a 80% do VO2máx ou, em alternativa, a 40% a 75% da frequência cardíaca máxima (FCmáx)25,39. Em todos os doentes, mas especialmente em doentes sob beta-bloqueadores, deve-se utilizar em simultâneo a escala de percepção do esforço de Borg (RPE – rating of perceived exertion), devendo o doente manter-se nos valores de 11 a 14 (escala de 6 a 20) durante o exercício26,39. No treino de força as cargas não devem ultrapassar os 3 kg, devendo-se iniciar com cargas de 40% de 1RM (repetição máxima), até um máximo de 60% de 1RM40. Apesar da inexistência de vasta literatura sobre o exercício físico em indivíduos NYHA classe IV, ele deve ser preconizado neste tipo de doentes, ainda que com adaptações especialmente no que diz respeito ao 2 treino de força37. Dados recentes revelam que os benefícios fisiológicos de um programa de treino deixam de existir após 8 semanas da sua cessação41, pelo que é fundamental manter o doente o mais empenhado e motivado possível na manutenção da atividade física. Conclusão A IC crónica é uma síndrome progressiva caraterizada pela diminuição da função do ventrículo esquerdo. Apesar do treino não ser a cura para a IC, a prescrição adequada de exercício aumenta a tolerância ao esforço através da melhoria da função músculo-esquelética, ventilatória e autonómica, havendo mesmo alguma evidência de melhoria concomitante do miocárdio (através dos seus efeitos anti-remodeling). A prescrição de exercício físico individualizada e monitorizada, quando efetuada por profissionais de saúde treinados e em associação com uma terapêutica médica otimizada, pode alterar o prognóstico e a qualidade de vida nos doentes com IC crónica estável. Bibliografia 1. Cohen-Solal A, Chabernaud JM, Gourgon R. Comparison of oxygen uptake during bicycle exercise in patients with chronic heart failure and in normal subjects. J Am Coll Cardiol 1990;16:80-85. 2. Sullivan MJ, Higginbotham MB, Cobb FR. Exercise training in patients with chronic heart failure delays ventilatory anaerobic threshold and improves submaximal exercise performance. Circulation 1989;79:324-329. 3. Maskin CS, Forman R, Sonnenblick EH, et al. Failure of dobutamine to increase exercise capacity despite haemodynamic improvement in severe chronic heart failure. Am J Cardiol 1983;51:177- 182. 4. Wilson JR, Martin JL, Ferraro N. 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