étodos uméricos SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES Prof. Erivelton Geraldo Nepomuceno PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO UNIVERSIDADE DE JOÃO DEL-REI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA 2016 Conteúdo 1. Conceitos fundamentais 2. Métodos diretos para resolução de SL: Métodos para resolução de SL triangulares Método de eliminação de Gauss Método de decomposição LU Decomposição de Cholesky Decomposição espectral 3. Inversão de matrizes através de métodos diretos 4. Métodos iterativos para resolução de SL Método iterativo de Jacobi–Richardson Método iterativo de Gauss – Seidel 5. Análise de erros na solução de SL 6. Cálculo de autovalores e autovetores 2 Introdução A solução de um sistema de equações lineares algébricas é um dos processos numéricos mais utilizados para simular situações reais. É uma etapa fundamental na solução de problemas que envolvem por exemplo: Equações diferenciais parciais Otimização Regressão Sistemas não lineares Equações integrais É muito importante a escolha e implementação de um método eficiente para solução do SL devido principalmente da dois fatores: Esforço computacional requerido (tempo/memória) Precisão dos resultados Uma equação é linear se cada termo contém não mais do que uma variável e cada variável aparece na primeira potência. 3 Conceitos Fundamentais 4 Conceitos Fundamentais Matriz é um conjunto de elementos dispostos em forma retangular. O tamanho de uma matriz é determinado pelo seu número de linhas e colunas. Uma matriz com m linhas e n colunas é dita m x n. Os elementos podem ser números, expressões ou outras matrizes. Os elementos de uma matriz são delimitados por colchetes ou parênteses e são referenciados por dois índices, o primeiro indica a linha e o segundo a coluna. 5 Conceitos Fundamentais Formas de Matrizes: Matrizes com determinados formatos e elementos frequentes: Coluna A(mx1): Nula: A(mxn) aij=0, i, j a11 a 21 am1 Linha A(1xn): a11 Diagonal: A(mxn) dij=0, ij d11 0 0 0 0 d 22 0 0 0 0 d 33 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 d mn a12 a1n Identidade: A(mxn) eij=1, i=j e eij=0, ij 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 6 Conceitos Fundamentais Formas de Matrizes: Triangular inferior: A(mxn) dij=0, i<j d11 d 21 d 31 d m1 0 0 d 22 d 32 0 d 33 dm2 dm3 Densa: (5x5) 1 4 0 8 9 5 3 5 6 12 4 0 7 1 2 21 16 11 3 9 7 3 6 18 0 0 0 0 d mn Triangular superior: A(mxn) dij=0, i>j d11 d12 0 d 22 0 0 0 0 Esparsa: (5x5) 1 0 0 0 0 0 0 8 0 3 0 0 0 6 1 9 0 3 1 0 8 0 0 2 1 d13 d1n d 23 d 2 n d 33 d 3n 0 d mn Simétrica dij= dji0, i,j A=AT 3 1 0 4 1 0 4 9 5 2 5 8 6 2 6 7 7 Conceitos Fundamentais Operações Matriciais: Transposição: 5 6 A 3 7 1 2 0 9 1 4 2 0 8 5 6 5 6 3 7 1 AT 2 9 4 0 5 0 1 2 8 6 Uma matriz complexa é Hermitiana se ela é igual aos seu complexo cinjugado transposto. Adição/Subtração: (Matrizes devem ter as mesmas dimensões) 2 5 0 8 2 13 A B A B 2 3 10 9 8 6 2 3 A B 6 3 8 Conceitos Fundamentais Operações Matriciais: Multiplicação por escalar: (resulta em matriz de mesma dimensão) 2 5 A 8 6 10 25 5A 40 30 Multiplicação por matriz: (o número de colunas de A(m1xp) deve ser igual ao número de linhas de B(pxn2) sendo AxB=C(m1xn2): p Cij aik bkj , i 1,2,..., m1 k 1 2 1 0 A 3 5 6 1 6 B 4 0 3 5 j 1,2,..., n2 6 12 AB 41 48 9 Conceitos Fundamentais Operações Matriciais: Produto interno e externo: multiplicação de vetores que resulta em um escalar ou uma matriz. 10 Conceitos Fundamentais Operações Matriciais: Determinante: Uma matriz quadrada de ordem n tem um número associado chamado determinante: A a11 det( A) a11 a11 A a21 a11 A a21 a31 a12 det( A) a11a22 a21a12 a22 a12 a22 a32 a13 det( A) a11 a22 a33 a32 a23 a23 a12 a21a33 a31a23 a33 a13 a22 a32 a31a22 Se det(A) = 0 matriz é singular (não tem inversa). 11 Conceitos Fundamentais Operações Matriciais: Posto Um conjunto de vetores {v1, v2, ...,vn} é dito linearmente dependente se existirem escalares 1, 2, ..., n não todos nulos, tais que: 1v1 2 v2 n vn 0 Os vetores v1, v2, ...,vn são linearmente independentes se a igualdade é verificada somente para todos os escalares 1, 2, ..., n nulos. Posto de uma matriz A é o número máximo de vetores linha ou coluna de A que são linearmente independentes. Linhas 2 e 4 obtidas pela combinação linear das linhas 1 e 3: L2=L1+L3 L4=2L1-L3 Posto(A)=2. 12 Conceitos Fundamentais Operações Matriciais: Traço: O traço de uma matriz quadrada é definido como a soma dos elementos da sua diagonal principal. n traço A aii i 1 13 Conceitos Fundamentais Operações Matriciais: Inversa: A inversa de uma matriz quadrada A de ordem n A-1 é: Sendo In a matriz identidade de ordem n. Observa-se que a lei comutativa existe para o produto de uma matriz por sua inversa. 14 Conceitos Fundamentais Operações Matriciais: Algumas operações: Se , então e 15 Conceitos Fundamentais Autovalores e Autovetores: Seja a matriz: Tal que: ▪ A Matriz A possui um autovalor = 2 e um correspondente autovetor v = [1 2]T . ▪ Também e verdade para = 4 e v = [2 3]T . ▪ A matriz de ordem n possui n autovalores e n autovetores. ▪ Relação fundamental: Av v 16 Conceitos Fundamentais Autovalores e Autovetores: O problema do autovalor é encontrar a solução não trivial (não nula) do sistema homogêneo: A I v 0 ▪ Teorema: Se M for uma matriz de ordem n, então o sistema homogêneo My = 0 tem solução não trivial se, e somente se, M for singular. ▪ Pelo teorema e sabendo que uma matriz singular tem determinante nulo então: det A I 0 17 Conceitos Fundamentais Autovalores e Autovetores: Exemplo: 1 = 2 e 2 = 4 18 Conceitos Fundamentais Autovalores e Autovetores: Polinômio Característico: ▪ O Polinômio Dn() de grau n é o polinômio característicos de A. ▪ Os n zeros i são autovalores de A. ▪ Expandindo o determinante para n = 3 tem-se: 19 Conceitos Fundamentais Autovalores e Autovetores: Polinômio Característico: Relações de Girard (relações entre raízes e coeficientes de uma equação algébrica): 20 Conceitos Fundamentais Autovalores e Autovetores: Duas importantes propriedades são obtidas: Soma dos elementos da diagonal principal é igual a soma dos autovalores: Determinante de uma matriz é igual ao produto dos seus autovalores: Isso mostra que uma matriz singular tem, no mínimo, um 21 autovalor nulo. Conceitos Fundamentais Autovalores e Autovetores: Exemplo: Uma matriz com elementos reais tem seu polinômio característico com coeficientes reais. Uma matriz com elementos reais tem autovalores reais e/ou complexos conjugados em pares. 22 Conceitos Fundamentais Autovalores e Autovetores: Exemplo: Calcular os autovalores da matriz: Polinômio característico: Zeros do polinômio característico: O processo de calcular os autovalores por intermédio da determinação dos zeros do polinômio característico, apesar de ser simples, é ineficiente em termos computacionais. Existem outros métodos mais eficientes. 23 Conceitos Fundamentais Autovalores e Autovetores: Outras Propriedades dos Autovalores: 1. Considerando que det(A) = det(AT ), então os autovalores de A, representados por (A), são iguais a (AT ). 2. Se A for uma matriz triangular de ordem n: det(A- I)=(a11- )(a22- ) ... (ann- ) = 0 Logo os autovalores de uma matriz triangular ou diagonal são iguais aos elementos da diagonal principal. 3. O posto de matriz quadrada e igual ao numero de autovalores não nulos. 24 Conceitos Fundamentais Autovalores e Autovetores: Outras Propriedades dos Autovalores: 4. Se i são os autovalores de A, então i-1 são os autovalores de A-1 por porque : 25 Conceitos Fundamentais Normas: É o termo utilizado para expressar magnitude (número real não negativo) de um vetor ou de matriz. O conceito de norma é estreitamente ligado ao de comprimento do vetor. As normas vetoriais são definidas em termos da norma-p. Assim para um vetor x de tamanho n tem-se: Norma-1 ou norma de soma de magnitudes 26 Conceitos Fundamentais Normas: Norma-2 ou norma Euclidiana Norma- ou norma de máxima magnitude 27 Conceitos Fundamentais Normas: Condições das normas vetoriais: ▪ Uma Norma vetorial é uma função que associa um numero real a cada vetor e que satisfaz as condições: e se, e somente se, são vetores e é um escalar 28 Conceitos Fundamentais Normas: Exemplo: Calcular as normas 1, 2 e do vetor: 29 Conceitos Fundamentais Normas: Normas matriciais: Norma-1 ou norma de soma máxima de coluna Norma- ou norma de soma máxima de linha Norma de Frobenius 30 Conceitos Fundamentais Normas: Norma-2 ou norma espectral ▪ max é o maior autovalor de A em modulo ▪ max e o maior valor singular de A, ou seja, raiz quadrada do maior autovalor em modulo da matriz ATA). 31 Conceitos Fundamentais Normas: Condições das normas matriciais: e se, e somente se, A e B são matrizes de mesma ordem e k e um escalar. 32 Conceitos Fundamentais Normas: Exemplo: Calcular as normas 1, , F e 2 da matriz: 33 Conceitos Fundamentais Sistemas de equações lineares: Conjunto de m equações polinomiais com n variáveis xi de grau 1: Forma matricial: ▪ Ou simplesmente Ax = b, onde A é a matriz dos coeficientes, x é o vetor solução e b é o vetor dos termos independentes. ▪ Se A for uma matriz quadrada (nxn) não singular: Ax = b A-1Ax = A-1b x = A-1b. 34 Conceitos Fundamentais Sistemas de equações lineares: Classificação dos SL segundo a forma da matriz de coeficientes: ▪ Sistema sobredeterminado: tem-se mais equações do que incógnitas, ou seja, A(mxn) m n e posto(A)=n. ▪ Sistema subdeterminado: existem mais incógnitas do que equações, ou seja, m < n e posto(A) = m. Sistema não tem solução ou existe um número infinito de soluções que satisfaça Ax=b. ▪ Situação mais comum é quando m = n, matriz de coeficientes é quadrada. Resolver o sistema é encontrar as n incógnitas que satisfaçam as n equações. 35 Conceitos Fundamentais Sistemas de equações lineares: Classificação dos SL segundo o número de soluções: O número de soluções depende do determinante da matriz dos coeficientes. ▪ Única solução: det(A) 0. Geometricamente, a solução de uma sistema linear de ordem n é um ponto no n comum aos n hiperplanos descritos por cada uma das n equações, ou seja, o ponto que satisfaz simultaneamente às n equações. Por exemplo: Vetor solução x é a interseção dos três planos descritos por cada uma das três equações. X =[5 1 10]T e det(A) = 251 0. 36 Conceitos Fundamentais Sistemas de equações lineares: 37 Conceitos Fundamentais Sistemas de equações lineares: ▪ Infinitas soluções: det(A) = 0. No exemplo a seguir o sistema admite infinitas soluções uma para cada valor de . Geometricamente no sistema com det(A) = 0, os três planos se interceptam em uma linha reta: 38 Conceitos Fundamentais Sistemas de equações lineares: 39 Conceitos Fundamentais Sistemas de equações lineares: ▪ Sem solução: det(A) = 0. Neste caso geometricamente no sistema com det(A) = 0, os três planos nunca se interceptam simultaneamente, ou seja, o sistema não admite solução: 40 Conceitos Fundamentais Sistemas de equações lineares: 41 Conceitos Fundamentais Sistemas de equações lineares: Solução: Existem duas grandes classes de métodos para resolução de sistemas lineares: ▪ Métodos diretos: solução obtida com número finito de operações aritméticas. Exemplos de métodos diretos: ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Sistemas triangulares Eliminação de Gauss Decomposição LU Decomposição de Cholesky Métodos iterativos: solução exata obtida somente com número infinito de operações, é estabelecido um erro aceitável. 42 Conceitos Fundamentais Sistemas de equações lineares: Solução: Os métodos diretos, em princípio, desprezando os erros de arredondamento, produzem uma solução, se houver, em um número finito de operações aritméticas. Um método iterativo, por outro lado, requerer, em geral, um número infinito de operações aritméticas para produzir a solução exata. Assim, um método iterativo tem um erro de truncamento e o direto não tem. Por outro lado, em sistemas de grande porte os erros de arredondamento de um método direto podem tornar a solução sem significado, enquanto que nos métodos iterativos os erros de arredondamento não se acumulam. Entretanto, ambos são úteis, tem vantagens e limitações. 43 Conceitos Fundamentais Sistemas de equações lineares: Sistemas equivalentes: São sistemas de equações lineares que possuem o mesmo vetor solução: 44 Métodos diretos para resolução de SL São aqueles que após um número finito de operações fornecem a solução exata do sistema, a menos dos erros de arredondamentos. 45 Sistemas Triangulares Em sistemas triangulares as soluções são facilmente obtidas. Sistema triangular inferior: ▪ Solução obtida via substituições sucessivas: 46 Sistemas Triangulares ▪ Generalizando: ▪ Esquematicamente: 47 Sistemas Triangulares ▪ Exemplo: Calcular a solução do sistema triangular inferior: 48 Sistemas Triangulares Sistema triangular superior: ▪ Solução obtida via substituições sucessivas: 49 Sistemas Triangulares ▪ Continuando: ▪ Esquematicamente: 50 Sistemas Triangulares ▪ Exemplo Calcular a solução do sistema triangular inferior: Os elementos x são obtidos em ordem reversa. 51 Referencias Bibliográficas 1. Aderito Luis Martins Araujo , Analise Numerica Engenharias Mecânica e de Materiais. 2. Frederico Ferreira Campos Filho, Algoritmos Numéricos. 52