N 11 O Doenças Sexualmente Transmissíveis Ano II - Julho 2001 O Ministério da Saúde (MS) quer dar às doenças nicipais envolvidos no atendimento das pessoas com sexualmente transmissíveis (DST) a mesma prioridade DST acerca da sintomatologia destas doenças e da política que deu à Aids, melhorando a qualidade na atengravidade do seu quadro no país. ção aos portadores de DST, englobando a disponibiliza Possibilitar o reconhecimento dos sinais e sintomas ção de treinamentos aos profissionais de saúde para o das DST (verrugas, feridas e corrimentos) pelos prodiagnóstico sindrômico e tratamento dos casos, sua prefissionais de saúde e pela população. venção e a notificação rotineira destes agravos. O princi Estimular a procura de unidades de saúde para o pal objetivo é dar maior visibilidade à questão, imprimindiagnóstico e o tratamento das DST. do às DST a sua real condição de grave problema de Incentivar o uso do preservativo para prevenção das saúde pública, e desta forma fornecer instrumentos que DST. permitam ao MS ter maior controle sobre as mesmas. Adicionalmente, espera-se integrar as farmácias coPara auxiliar neste processo, em agosto deste ano será merciais como parceiras nesta luta, referenciando às unilançada mais uma campanha nacional contra as DST. dades de saúde os portadores que buscam a farmácia Casos de gonorréia, sífilis, cancro mole e outras DST, como opção de resolução do problema, e também estialém de serem fatores facilitadores da infecção pelo ví- mular os profissionais de saúde a notificarem os casos de rus HIV, incomodam muito e não podem esperar para DST. serem medicados. Fatores relacionados aos serviços de Ações a serem desenvolvidas. Durante o período saúde e à própria poda campanha (setemGráfico 1 pulação acabam lebro e outubro) os Agenvando o paciente à autes Comunitários de tomedicação, retarSaúde devem desendando assim a quebra volver uma série de da corrente de transações, a serem integramissão destas doendas na sua rotina: ças. O auto-tratamen Perguntar às pessoto faz também com as em idade sexualque a incidência das mente ativa se elas sadoenças seja ignorabem o que são Doenda. Além do mais, não ças Sexualmente existe na rede pública Transmissíveis. A paratendimento especial tir do conhecimento depara homens, a exemmonstrado, informaplo do programa Saúções adicionais podem de da Mulher. Desta ser fornecidas. forma, os homens, Identificar as pessoque comumente são mais resistentes a procurar atendias que apresentam os sinais ou sintomas destas domento médico, retardam o tratamento, não interromenças, encaminhando-as às unidades de saúde. pendo a transmissão das DST e facilitando o surgimento Conversar com as pessoas sobre a importância do de complicações. uso da camisinha masculina ou feminina em todas as A desatenção às DST pode sair mais cara do que os relações, demonstrando sua utilização correta semtratamentos atuais da Aids. Enquanto as estimativas da pre que necessário. OMS para o tratamento de um paciente hipoteticamente Falar sobre a importância do tratamento do parceiro portador de quatro DST curáveis (gonorréia, clamídiose, sexual, pois o tratamento individual de nada adianta sífilis e tricomoníase) estariam em torno de US$15, o se as pessoas continuarem mantendo relações sexutratamento da Doença Inflamatória Pélvica (DIP), uma ais com seus parceiros doentes. grave complicação da infecção na mulher por gonococo Informar que, principalmente no caso das mulheres, ou por clamídia, eleva extremamente os custos, que ponem sempre as pessoas com DST apresentam sinais dem chegar a milhares de reais . e sintomas. Assim, é importante que procurem reguO uso de preservativos (masculino e feminino) tamlarmente as unidades de saúde para verificar se são bém é ponto de extrema relevância. Pesquisas demonsportadoras de algum tipo de DST. tram que mais de 90% da população brasileira sabe que Verificar se as pessoas encaminhadas às unidades de o preservativo é a forma mais eficaz de evitar a Aids e as saúde realmente procuraram atendimento e se foDST, mas apenas 46% da população entre 15 e 19 anos ram atendidas, medicadas e orientadas adequadaafirma usar o preservativo em todas as suas relações mente. Auxiliar este processo, se necessário. sexuais. O papel dos profissionais de saúde é principalmente Objetivos da campanha. Em vista do referido anacolher os usuários e seus parceiros oferecendo o diagteriormente, esta campanha pretende principalmente: nóstico e o tratamento adequados, além das orientações Sensibilizar e informar profissionais e gestores munecessárias. Nº casos (por 1.000) Informe da Atenção Básica A Campanha Nacional Contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis Como são classificadas as DST? De acordo com a estratégia atual do Ministério da Saúde frente às DST, estas são agrupadas da seguinte maneira: Síndrome de corrimento uretral. As principais doenças relacionadas são a gonorréia e a infecção por clamídia, que apresentam secreção na uretra. Síndrome de corrimento cervical. Novamente, as duas principais doenças são a gonorréia e a infecção por clamídia, que também podem apresentar um corrimento no canal do colo do útero, observado na utilização do espéculo vaginal. Síndrome da úlcera genital. Caracterizada por feridas nos órgãos sexuais. Doenças como sífilis e cancro mole são as principais relacionadas a esta síndrome, quando se afasta a hipótese do herpes genital (ver abaixo). Herpes genital. Apresenta como principal característica o surgimento de vesículas no local afetado, com posterior surgimento de feridas rasas, com dor e ardência geralmente recorrentes. Condiloma acuminado. Causado pelo Papiloma Vírus Humano - HPV, sua característica clínica principal é a presença de verrugas, poucas ou várias, de tamanhos diversos, localizadas na região genital ou ao redor do ânus. A maioria das infecções é assintomática ou subclínica. incluindo o tratamento dos parceiros. Materiais especialmente produzidos foram distribuídos, tais como: Prevenção e Controle das DST/Aids na Comunidade Livro da Família, e Aprendendo sobre Aids e Doenças Sexualmente Transmissíveis Manual do Agente Comunitário de Saúde, Manual de Controle das DST (versões completa e de bolso) e Mini-Álbum Seriado das DST. Medicamentos. Por decisão da Comissão Tripartite, o abastecimento das unidades de saúde com medicamentos para DST, bem como para doenças oportunistas em portadores de HIV/Aids, constitui responsabilidade dos órgãos gestores da saúde no nível dos estados e municípios (contrapartida). 203.000 casos de DST foram notificados no País em 2000, através do SINAN; as mulheres aparecem mais nas estatísticas oficiais, por procurarem atendimento nas unidades de saúde com maior freqüência que os homens; os homens recorrem mais à auto-medicação, portanto estão sub-representados nas estatísticas oficiais; estima-se que 70% das pessoas com DST procuram tratamento diretamente nas farmácias. IV Congresso Brasileiro de Prevenção de DST/AIDS Informação adicional: Coordenação Nacional de DST/AIDS Av. W3 Norte SEPN 511 Bloco C CEP 70.750-920 Tel: 061 448.8000 e-mail: [email protected] Web: www.aids.gov.br Informe da Atenção Básica É uma publicação da Coordenação de Investigação do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde De 10 a 13 de setembro de 2001, em Cuiabá/MT, com participação de organizações públicas, privadas e nãogovernamentais, agências de cooperação, e instituições acadêmicas. Maiores informações: www.aids.gov.br/congresso/apresentacao.htm Coordenação (61) 315-2185 e 321-3452 Fax: (61) 226-4340 E-mail [email protected] Informe da Atenção Básica Integração com programas. A prevenção e controle das DST na comunidade vêm sendo implementados por meio de ações integradas com outros programas do MS, como o Programa de Saúde da Família (PSF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), implantados com sucesso em cerca de quatro mil municípios brasileiros. Estes programas garantem o acesso de milhões de famílias à informação e educação para adoção de práticas sexuais mais seguras e para o reconhecimento dos sintomas e sinais das DST, além da identificação e referência das gestantes da comunidade para acompanhamento prénatal, visando à detecção precoce e ao tratamento imediato dos casos passíveis de transmissão materno-infantil,