RELATO DO 2º GIRO TÉCNICO DE ACOMPANHAMENTO DAS UNIDADES MIP E MID, SUDOESTES DO PR - PLANTE SEU FUTURO O presente relato é resultado dos apontamentos do Giro Técnico de acompanhamento às unidades de referência em MIP e MID implantadas e acompanhadas no Estado do Paraná pela Emater na parceria com a Embrapa Soja e integrantes da campanha Plante seu Futuro. Este giro técnico foi um compromisso assumido com os extensionistas da Emater por ocasião do treinamento realizado na Embrapa Soja nos dias 06 a 08/10/2014. Tem como objetivo central assistir as unidades de referência especialmente em MIP, mas também MID, com apoio técnico de especialistas, sanando dúvidas a campo. O mesmo tem um papel fundamental no estímulo e comprometimento na condução das unidades de referência instaladas nas diferentes regiões do Paraná na safra 2014/15. 08/12/2014 – Regional de Ivaiporã O encontro foi realizado no Sindicato Rural de Ivaiporã devido à impossibilidade de ida no campo, onde se encontra instalada a unidade de referência (UR), em função da forte chuva ocorrida. Foi relatado o atraso na semeadura de algumas lavouras na região devido à irregularidade das chuvas. Algumas lavouras tiveram que ser replantadas. A soja na região encontra-se em diversos estádios de desenvolvimento em função da amplitude na época de semeadura, que se deu desde setembro até dezembro. Assim, é possível encontrar soja entre V1 e R2. Nas ultimas semanas tem se acentuado a ocorrência de percevejos nas áreas em estádio reprodutivo (R-2), predominando o percevejo-marron, Euschistus heros. As lagartas desfolhadoras Anticarsia gemmatalis e Chrysodeixis includens estão presentes, mas em baixa frequência. No município de São João foi constatado aumento semanal da ocorrência de lagartas, que começou com 2 por metro e chegando por ocasião da visita a 8 lagartas/metro. Foi abordada a ocorrência de vaguinhas de diferentes espécies, semelhante ao observado nas regiões de Campo Mourão e Maringá (Município de Floresta). Em uma área do Município de Ariranha do Ivaí, vem ocorrendo pelo segundo ano seguido a presença de vaquinhas Chlamophora sp., em uma região específica da propriedade, próxima a reserva de mato, e que está sendo associado a um desenvolvimento menor das plantas e queda de produtividade. Foram deixadas com os técnicos responsáveis pela condução das unidades de MIP da região bandejas com dietas para o acondicionamento de lagartas do grupo Heliothinae, que após coleta serão enviadas para a Embrapa soja para estudo de parasitismo. 09/12/2014 – Sudoeste do Paraná – Itapejara do Oeste. O encontro aconteceu num primeiro momento na câmara de vereadores do município, onde estiveram presentes técnicos da Emater, Cooperativas e produtores das regiões de Pato Branco, Francisco Beltrão e Dois Visinhos. A soja na região encontra-se em estádios mais adiantados que a Região de Ivaiporã, a maior parte das lavouras no período reprodutivo e até em enchimento de grãos com bom desenvolvimento das plantas. Em relação a pragas o cenário está confortável, principalmente em relação a lagartas, mas começam a se elevar as populações de percevejos nas lavouras predominando o percevejo-marrom. Foi relatada a ocorrência das lagartas Anticarsia gemmatalis e Chrysodeixis includense também foram encontradas lagartas do grupo Heliothinae. No entanto, em frequência baixa, sem a necessidade de intervenção com inseticidas para controle das pragas. Em relação ao monitoramento da ferrugem asiática, relatou-se a ocorrência de esporos viáveis em três leituras de lâmina seguida nos coletores instalados na Região e pela forma das estruturas do fungo encontrado pressupõem que os mesmo são oriundos de soja tigüera e/ou safrinha. Em algumas lavouras já se realizou a primeira aplicação de fungicida, visto que a ocorrência de esporos e condições ambientais de precipitação e temperatura pode favorecer a propagação da doença. Seguido as discussões foi realizada a visita em uma unidade de referência em Itapejara do Oeste, onde são monitoradas as pragas e a ocorrência de esporos de ferrugem por meio do coletor de esporos. No local fizeram-se amostragens de pragas, identificação das mesmas, principalmente das do grupo Heliothinae. Um fato curioso foi relatado pelo técnico de Vitorino. Uma lavoura de soja semeada em 05/10 coma cultivar BMX Ativa apresenta plantas com porte baixo, entrenós curtos e finalização do crescimento sem o racemo floral na extremidade apical da haste principal, com presença de vagens e flores e emissão de alguns ramos. Algumas plantas foram trazidas até o local de encontro, onde foi possível visualizar o problema (Figura 1). Constatou-se que as plantas estavam com 8 entrenós muito curtos, conseqüentemente baixa estatura das plantas. Atribuiu-se o problema aos extremos de frio e calor ocorridos no mês de outubro. Primeiramente as baixas temperaturas teriam paralisado o crescimento, e mais tarde com as elevadas temperaturas as plantas foram estimuladas a florescer. Como se trata de uma cultivar de ciclo determinado, o crescimento cessou. Figura 1. Planta de soja BMX Ativa com baixa estatura. Relato: Fernando Teixeira de Oliveira - Emater Osmar Conte – Embrapa soja Nelson Harger - Emater