Estabilidade de complexos de alumínio (III) contendo glicose Paola Gimenez Mateus, Antonio Carlos Dias Ângelo, Alexandre de Oliveira Legendre Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências - Campus Bauru Licenciatura em Química. E-mail: [email protected]. Bolsista PIBIC Palavras Chave: Complexos de alumínio(III), compostos de coordenação com carboidratos, potenciometria. Introdução Resultados e Discussão Carboidratos são moléculas constituintes dos organismos vivos e suas principais fontes alimentares, tendo fórmula geral (CH2O)n, em que n≥3. A combinação de suas diferentes funções bioquímicas permite a integridade da célula e de todos os processos metabólicos, fisiológicos e 1 genéticos dos seres vivos. O alumínio é considerado o metal mais abundante na crosta terrestre e seu custo é baixo se comparado com a maioria dos metais. No estado de oxidação trivalente, este metal forma numerosos complexos, sendo os números de coordenação 4, 5 2 e 6 os mais comuns. O campo de estudo de complexos metálicos com açúcares é pouco explorado devido à dificuldade de se obter compostos com estabilidade suficientemente grande para que tais complexos possam ser isolados e 3 caracterizados adequadamente, o que reflete a existência de lacunas a serem preenchidas neste campo de pesquisa. Os resultados das titulações potenciométricas são mostrados na Figura 2. Objetivos Este projeto teve como objetivo, inicialmente, verificar as condições reacionais necessárias para ocorrer a formação do complexo de alumínio(III) e glicose, e, posteriormente, determinar sua constante de formação e tentar isolá-lo no estado sólido. Figura 2. Gráfico da titulação potenciométrica da mistura de AlCl3 e glicose com NaOH. A concentração inicial de glicose foi 0,01 mol·L–1. Foram usadas soluções de alumínio(III) de concentrações 0,001, 0,003, 0,005 e 0,01 mol·L–1. O aumento de pH decorrente das adições graduais de NaOH mostra que não há evidências da desprotonação da glicose. Nenhum dos hidrogênios alcoólicos do ligante é suficientemente ácido para ser removido por meio da basificação do meio aquoso, de forma que, quando o pH atinge valores muito altos, o que se observa é a formação do ânion – [Al(OH)4] . Embora o complexo cuja formação era almejada devesse apresentar estabilização por quelação, a concentração do alcoóxido não foi suficientemente elevada para que ele se formasse em concentrações detectáveis. Material e Métodos O esquema mostrado na Figura 1 representa as titulações potenciométricas realizadas. Conclusões Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que os complexos entre alumínio(III) e glicose apresentam valores de constante de formação muito baixos, ou seja, o efeito de estabilização por quelação não é suficiente para deslocar o equilíbrio – no sentido de consumir o [Al(OH)4] formado em pHs tão elevados. Agradecimentos À PROPe, pela bolsa concedida. 1 Figura 1. Esquema da titulação potenciométrica realizada. Soluções aquosas de AlCl3, a diferentes concentrações, foram preparadas em KCl 0,01 mol·L–1 e padronizadas por retorno com EDTA. Também foi preparada e padronizada a solução de KOH, em KCl 0,01 mol·L–1, utilizada na titulação potenciométrica, bem como a solução de glicose 0,01 mol·L–1. XXVII Congresso de Iniciação Científica Pomin, V.H; Mourão, P.A.S. Carboidratos, de adoçantes a medicamentos. Ciência Hoje, vol.39, n.23, p. 24-31, 2006. 2 Gyurcsik, B; Carbohydrates as ligands: Coordination equilibria and structure of the metal complexes. Coord. Chem. Rev., vol.203, p.81149, 2000. 3 Saladini, M.; Menabue, E.; Ferrari, E. Sugar complexes with metal2+ ions: thermodynamic parameters of associations of Ca2+, Mg2+ and Zn2+ with galactaric acid. Carbohydrate Research, n. 336, p. 55–61, 2001.