SILÍCIO BUGRAN EM PÓ 94,6%Si

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SILÍCIO BUGRAN EM PÓ 94,6%Si
Silício é um produto natural proveniente de rochas fosforizadas (sio2). Atua entre a película e a
epiderme da planta impedindo a entrada de doenças, alguns insetos, bactérias e fungos.
Após a pulverização a planta absorve o produto da mesma forma que a pele humana
absorve um protetor solar, criando uma camada protetora.
Diferente do silício que é adicionado no solo, o SILÍCIO BUGRAN tem alta solubilidade em
água, podendo ser misturado a calda pronta com outra substância, aproveitando assim a
pulverização de inseticidas, fungicidas, adubos foliares, etc....
Após a pulverização a planta absorve o produto, criando uma camada protetora, enrijecendo
as folhas e o caule, impedindo a ação de insetos, fungos e bactérias.
Ação do silício nas plantas:
Na cultura do arroz e outras gramíneas (milho, trigo, sorgo, cana, aveia), o silício é
considerado essencial, pois quando acrescentado à adubação aumenta a produção.
Entretanto, para outras culturas, o silício desempenha papel importante em processos
metabólicos no aumento da resistência celular física, diminuindo as perdas de água
por transpiração, tornando a planta mais rígida dificultando a infecção,
desenvolvimento e proliferação de fungos e ataque de pragas. Promove estímulos
para a resistência sistêmica das plantas por aumentar as substâncias de defesa.
Apesar de alguns não considerarem nutriente essencial, o aumento de resistência
contra doenças e pragas é patente.
Vantagens do uso do silício:
- O silício usado em pulverizações freqüentes ao longo do desenvolvimento vegetativo
nutriu a planta, favorece a resistência de folhas, frutos e sementes.
IMAGEM BATATA COM E SEM SILÍCIO
Foto 1 tratamento sem
silício
Testemunha
foto
tratamento com silício –
2
-
tratamento
com
silício
–
1kg/cada 20 dias
O silício oferece um longo efeito residual, pois aumenta a resistência da planta,
diminui a perda d’água, aumenta a rigidez do colmo e galhos diminuindo
acamamentos e perdas por ventos, suportando cachos e frutos maiores e mais
pesados.
Incrementa a produtividade de culturas, principalmente gramíneas, agindo na mitose
(divisão celular);
O silício se insere dentro de programas de manejo integrado de doenças e pragas de todos
os cultivos, criando uma barreira física, que impede a ação do inseto.
O produto não causa intoxicação aos agricultores e consumidores, pode inclusive
ser misturado a grãos e rações para expurgo e secagem.
Não deixa resíduo tóxico no produto, atendendo aos anseios da população que
procura cada vez mais por alimentos sem resíduos de agrotóxicos.
Não permite o desenvolvimento de resistência das pragas e doenças
DOSAGENS RECOMENDADAS:
CULTURAS
DOSAGENS
RECOMENDAÇÕES
Milho
2,0 Kg/ha
Aos 25 d.a.e (V3 a V5)
Feijão
1,0 a 2,0 Kg/ha
Aos 20 d.a.e (V3 a V4)
Soja
1,5 a 2,0 Kg/ha
Aos 20 e 30 d.a.e (V4)
Sorgo
1,0 a 1,5 Kg/ha
2 aplicações aos 25 e 35 d.a.e.
Trigo / Aveia
1,5 a 2,0 Kg/ha
2 aplicações aos 20 e 40 d.a.e.
Arroz / Cevada
1,5 Kg/ha
2 aplicações aos 20 e 40 d.a.e.
Batata
1,5 Kg/ha
2 a 3 aplicações no início do ciclo da cultura
Cana-de-açúcar
1,5 a 3,0 Kg/ha
No período de vegetação
Tomate (envarado)
100 a 200 Gr /100L
Aplicações quinzenais
(d.a.e - dias após emergência)
Trabalhos recentes têm mostrado os efeitos benéficos do silício em todas as espécies de plantas.
Segue o linck de varios trabalhos realizados com silicio
SILÍCIO BATATA
http://www.abbabatatabrasileira.com.br/revista08_005.htm
http://www.infobibos.com/Artigos/2007_2/silicio/index.htm
http://www.grupocultivar.com.br/site/content/artigos/artigos.php?id=135
http://revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/2007/10/72-74_Silicio_140.pdf
SILÍCIO CAFE
http://www.cefetbambui.edu.br/str/artigos_aprovados/Ci%C3%AAncias%20Agrarias/72-PT12.pdf
SILÍCIO SOJA
http://www.scielo.br/pdf/tpp/v34n3/v34n3a05.pdf
http://www.seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/article/viewArticle/6514
http://www.cpao.embrapa.br/portal/artigos/artigos/artigo1.html
Artigo 1/8
O SILÍCIO E A RESISTÊNCIA DAS PLANTAS AO ATAQUE DE FUNGOS
PATOGÊNICOS
Os benefícios da adição ao solo de cinzas vegetais e esterco de animais para aumentar a
produtividade é de conhecimento dos agricultores há milênios. Esses e uma infinidade de
outros produtos processados pelo homem, na forma de fertilizantes e corretivos da acidez do
solo, são fontes dos nutrientes vegetais, ou seja, elementos minerais considerados essenciais
para as plantas crescerem e completarem o ciclo de vida, desempenhando inúmeras funções
vitais dentro do metabolismo vegetal.
A falta ou excesso de um ou mais destes minerais influencia não só o crescimento e a
produtividade, mas também pode afetar a resistência ou a tolerância da planta a doenças e
pragas. A resistência é determinada basicamente pela habilidade do hospedeiro em limitar a
penetração, desenvolvimento e/ou reprodução do agente invasor. Por outro lado, a tolerância
é caracterizada pela habilidade da planta em manter o seu crescimento de modo satisfatório,
apesar da infecção ou do ataque da praga. Mesmo sendo geneticamente controladas, a
resistência e a tolerância são bastante influenciadas por fatores ambientais. Dentre estes,
destacamos a nutrição mineral da planta, cuja fertilidade do solo pode ser manipulada por
meio da adubação e correção da acidez.
A ciência já demonstrou o envolvimento do silício em vários aspectos estruturais, fisiológicos e
bioquímicos da vida das plantas, com papéis bastante diversos. O silício tem um papel
importante nas relações planta-ambiente, pois pode dar à cultura melhores condições para
suportar adversidades climáticas, edáficas e biológicas, tendo como resultado final um
aumento e maior qualidade na produção. Estresses causados por temperaturas extremas,
veranicos, metais pesados ou tóxicos, por exemplo, podem ter seus efeitos reduzidos com o
uso do silício. Um dos efeitos benéficos que se sobressaem é o seu papel em reduzir a
susceptibilidade
das
plantas
a
doenças
causadas
por
fungos.
A resistência das plantas às doenças pode ser aumentada por meio da formação de barreiras
mecânicas e/ou pela alteração das respostas químicas da planta ao ataque do parasita,
aumentando a síntese de toxinas que podem agir como substâncias inibidoras ou repelentes.
Barreiras mecânicas incluem mudanças na anatomia, como células epidérmicas mais grossas e
um grau maior de lignificação e/ou silicificação (acúmulo de silício). A sílica amorfa ou “opala”
localizada na parede celular tem efeito marcante sobre as propriedades físicas desta. Ao
acumular-se nas células da camada epidérmica o silício pode ser uma barreira física estável na
penetração de alguns tipos de fungos, principalmente em gramíneas. Neste aspecto, o papel
do silício incorporado à parede celular é semelhante ao da lignina, que é um componente
estrutural resistente à compressão.
Além da barreira física, devido à acumulação na epiderme das folhas, o silício ativa genes
envolvidos na produção de compostos secundários do metabolismo, como os polifenóis, e
enzimas relacionadas com os mecanismos de defesa das plantas. Deste modo, o aumento de
silício nos tecidos vegetais faz com que a resistência da planta ao ataque do fungo patogênico
aumente, devido à produção suplementar de toxinas que podem agir como substâncias
inibidoras do patógeno. Alguns exemplos de doenças que encontram resistência do hospedeiro
com a suplementação de silício incluem bruzone e mancha parda em arroz, cancro-da-haste
em soja, oídio em trigo, soja, cevada, pepineiro e tomateiro, rizoctoniose em arroz e sorgo,
cercosporiose em cafeeiro, dentre outras.
A tecnologia baseada no uso do silício é limpa e sustentável, com enorme potencial para
diminuir o uso de agroquímicos e aumentar a produtividade através de uma nutrição mais
equilibrada e fisiologicamente mais eficiente, o que significa plantas mais produtivas, com
menos doenças e mais vigorosas.
Oscar Fontão de Lima Filho1
Artigo 2/8
O SILÍCIO É UM FORTIFICANTE E ANTIESTRESSANTE NATURAL PARA
AS PLANTAS
Há séculos o homem utiliza extratos vegetais para aumentar a saúde das plantas. Um
exemplo clássico é o uso de extrato de cavalinha ou rabo de cavalo, uma planta do gênero
Equisetum rica em silício nos seus tecidos. A agricultura biodinâmica, por exemplo,
caracteriza-se por utilizar nove preparações homeopáticas com o objetivo de aumentar a
qualidade do solo e estimular o crescimento das plantas. Duas delas tem como base o silício:
extrato de cavalinha e pó de quartzo, para prevenir doenças fúngicas e estimular o
crescimento.
O silício é absorvido pelas plantas, de modo geral, em grandes quantidades. Em muitas
espécies, inclusive, os teores encontrados nos tecidos superam aqueles existentes para
nitrogênio e potássio, nutrientes majoritários nas plantas. Atualmente considera-se como
nutrientes, ou seja, essenciais para a vida vegetal os seguintes elementos: carbono, oxigênio,
hidrogênio, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre (macronutrientes), e os
micronutrientes boro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, níquel, cloro, selênio, sódio,
cobalto e silício.
A essencialidade do silício foi comprovado apenas para algumas espécies, falhando-se em
descrever o mecanismo de ação deste elemento, o que faz com que a maioria dos autores o
considere apenas como elemento benéfico. Os conceitos de essencialidade de minerais para as
plantas, estabelecidos há 65 anos, levam em conta o fato de que a deficiência do elemento
torna impossível para a planta completar a fase vegetativa ou reprodutiva do seu ciclo de
vida, de que a deficiência do elemento é específica, sendo impedida ou corrigida com o
fornecimento deste elemento e que o elemento está diretamente relacionado com a nutrição
da planta, não levando em conta os possíveis efeitos na correção de quaisquer condições
químicas ou microbiológicas do solo ou outro meio de cultura. Estes critérios de
essencialidade, entretanto, são rígidos, não levando em consideração os avanços na ciência.
Como veremos mais adiante, a diminuição na resistência da planta a fatores estressantes,
bióticos ou abióticos, ou seja, causados por desbalanços nutricionais, doenças fúngicas, pragas
e condições climáticas adversas, pode ocorrer quando a concentração do ácido silícico estiver
abaixo de um limite crítico na solução do solo e, conseqüentemente, na planta. Nestas
condições adversas, se as mudanças bioquímicas que se manifestam em uma planta são
danosas a ela, em virtude da quantidade reduzida de silício em seus tecidos, poderia-se
estabelecer, por meio deste critério, a essencialidade do silício.
Sabe-se que os solos tropicais e subtropicais sujeitos à intemperização e lixiviação, com
cultivos sucessivos, tendem a apresentar baixos níveis de silício trocável. Estes solos,
normalmente, apresentam baixo pH, alto teor de alumínio, baixa saturação em bases e alta
capacidade de fixação de fósforo, além de uma atividade microbiológica reduzida. Solos
arenosos são particularmente pobres em silício disponível para as plantas, isto é, ácido silícico.
Quando se tem um elemento no solo limitando a expressão máxima do crescimento e
produção, deve-se supri-lo através da adubação química e/ou orgânica. Em 1840 Justius von
Liebig (1803-1873), pai da Nutrição Mineral de Plantas, já sugeria o uso do silício como
fertilizante, sendo o primeiro cientista a conduzir um trabalho de pesquisa com o elemento em
casa-de-vegetação. Desde 1859 são conduzidos ensaios com fertilizantes silicatados na
Estação Experimental de Rothamsted, Inglaterra. Países asiáticos, como o Japão por exemplo,
utilizam quantidades elevadas de silício em arrozais há décadas. Outros países estão
aumentando o uso da fertilização silicatada em várias culturas. Portanto, o interesse e o uso
comercial do silício na agricultura não é recente. Estudos científicos têm demonstrado
aumentos significativos na taxa fotossintética, melhoria da arquitetura foliar e de outros
processos no metabolismo vegetal, tendo como resultado final um aumento e maior qualidade
na produção. O silício tem um papel importante nas relações planta-ambiente, pois pode dar à
cultura maiores condições para suportar adversidades climáticas, edáficas e biológicas.
Estresses causados por temperaturas extremas, veranicos, metais pesados ou tóxicos, por
exemplo, podem ter seus efeitos reduzidos com o uso do silício. A adubação com silício pode,
também, aumentar a resistência a várias doenças fúngicas, bem como para algumas pragas.
O estímulo na fotossíntese e no teor de clorofila aumenta a assimilação de nitrogênio em
compostos orgânicos nas células, o suprimento de carboidratos, o fornecimento de material
para a parede celular e a atividade radicular. Com isso há uma maior absorção de água e
nutrientes, notadamente nitrogênio, fósforo e potássio e um maior poder de oxidação das
raízes. A acumulação de silício nas células da epiderme, particularmente em gramíneas,
mantém as folhas mais eretas, aumentando a penetração da luz no dossel, diminui a
transpiração excessiva, evitando ou diminuindo o estresse hídrico nas folhas e aumenta a
resistência
ao
acamamento,
pois
aumenta
a
força
mecânica
do
colmo.
Culturas como soja, trigo, algodão, arroz e cana-de-açúcar, por exemplo, podem ser
beneficiadas com o uso do silício. Deve-se salientar que o efeito do silício tende a ser mais
intenso em cultivos com adubações nitrogenadas pesadas e em solos com níveis baixos de
silício
disponível.
A soja pode apresentar quantidades consideráveis de silício em seus tecidos quando a
concentração do elemento no solo é alta. Trabalhos mostram aumentos na produtividade,
altura da planta, número de vagens, matéria seca da parte aérea e das raízes. Já foram
observados sintomas de deficiência de silício em soja, que se caracterizam pela malformação
de
folhas
novas
e
redução
da
fertilidade
do
grão
de
pólen.
Trigo suplementado com silício pode apresentar maior altura, área foliar, matéria seca, massa
de grãos e número de espiguetas em relação a uma planta de trigo com deficiência do
elemento. Em condições de estresse hídrico, plantas alimentadas com silício mantêm maior
teor e potencial hídrico e área foliar. Além disso, apresentam folhas mais grossas e densas.
Em algodoeiro a concentração de silício na fibra aumenta durante a fase de alongamento,
alcançando um valor máximo na iniciação da parede secundária, sugerindo que o elemento
possa ter um papel na formação e alongamento da fibra e, possivelmente, no
desenvolvimento da parede secundária. Pesquisas indicam, também, que a adubação com
silício via solo pode promover crescimento mais rápido do algodão. Além disso, pode aumentar
o número total de capulhos e ramos frutíferos, tamanho de capulhos e porcentagem de fibra.
O arroz e a cana-de-açúcar são culturas acumuladoras de silício, concentrando em seus
tecidos teores mais elevados do que outros nutrientes, como nitrogênio e potássio. Em arroz,
a suplementação com silício proporciona aumento na produção, na massa individual das
sementes, no número de grãos e panículas e diminuição da esterilidade. Com o suprimento do
silício a diferença no comprimento das lâminas foliares, principal responsável pela altura,
tende a aumentar de acordo com o desenvolvimento da planta. A maior expansão foliar
determina maior taxa de assimilação de gás carbônico por planta. Com isso, há uma maior
translocação de assimilados para a produção de grãos, aumentando a produtividade. Em arroz
irrigado o silício aumenta o poder de oxidação das raízes, minimizando os efeitos tóxicos de
níveis elevados de ferro. A cana-de-açúcar também pode responder à adubação silicatada. Ao
aumentar o comprimento e o diâmetro dos colmos, e o número de perfilhos, a aplicação de
silicato aumenta a produtividade.
Estresses nutricionais podem ser reduzidos com a suplementação silicatada, pois ocorrem
interações do silício com vários elementos, favorecendo a nutrição vegetal. A toxidez de ferro,
cádmio, chumbo, zinco, mercúrio, manganês, sódio e alumínio, por exemplo, pode ser
minimizada ou evitada com o uso do silício. O fato reveste-se de importância ao
considerarmos que em solos ácidos a toxidez de alumínio é um dos principais fatores de
estresse
que
limitam
o
crescimento
das
plantas.
Além da barreira física, devido à acumulação na epiderme das folhas, o silício ativa genes
envolvidos na produção de compostos secundários, como fenóis, e enzimas relacionadas com
os mecanismos de defesa das plantas. Deste modo, o aumento de silício nos tecidos vegetais
faz com que a resistência da planta ao ataque do fungo patogênico aumente, devido à
produção suplementar de toxinas que podem agir como substâncias inibidoras do fungo.
Reações bioquímicas elicitadas pelo silício, em função do ataque de um fungo patogênico,
foram estudadas em trigo e pepineiro. Plantas de trigo tratadas com silício e atacadas por
oídio apresentam reações de defesa específicas que incluem a formação de papilas, calose,
liberação de compostos fenólicos glicosilados, aumento na síntese de enzimas como
peroxidases e superóxido dismutase e incremento na produção de lignina. O material fenólico
acumula-se tanto ao longo da parede celular como associando-se ao fungo. No caso de
cucurbitáceas, a presença de oídio aumenta os níveis de fenóis e o ataque de fungos
causadores de podridão de raiz, do gênero Pythium, induz a uma maior síntese de peroxidases
e polifenoloxidases, enzimas relacionadas com o rompimento das próprias células do
hospedeiro. Também há aumento na produção de quitinase, enzima ligada à degradação da
parede celular do fungo, e de beta-glicosidase, enzima relacionada com substâncias
fungitóxicas encontradas nas raízes. Exemplos de outras doenças que encontram resistência
do hospedeiro com a suplementação de silício incluem bruzone e mancha parda em arroz,
cancro-da-haste em soja, oídio em soja, cevada, moranga e tomateiro, rizoctoniose em arroz
e sorgo, dentre outras.
A maior resistência ao ataque de insetos por plantas com nível ótimo de silício nos tecidos está
sendo alvo de estudo por um número cada vez maior de pesquisadores no Brasil. Alguns
resultados de pesquisa incluem o pulgão verde em trigo e sorgo, lagarta do cartucho em
milho, broca do colmo em cevada, broca da cana-de-açúcar, lagarta do colmo em arroz,
gafanhoto verde, etc. A planta pode responder ao estímulo invasor da praga aumentando a
absorção de silício, como foi constatado em citrus e pastinaca.
Estratégias alternativas de manejo de controle de doenças e a utilizaçao de novos insumos no
manejo nutricional do solo têm despertado bastante interesse, principalmente pelo potencial
de uso comercial e baixo impacto ambiental. A tecnologia baseada no uso do silício é limpa e
sustentável, com enorme potencial para diminuir o uso de agroquímicos e aumentar a
produtividade por meio de uma nutrição mais equilibrada e fisiologicamente mais eficiente.
Oscar Fontão de Lima Filho1
Artigo 3/8
O silício combate estresses nutricionais
O silício é um elemento que está despertando bastante interesse entre os técnicos e
agricultores, pelos inúmeros benefícios que traz às culturas, incluindo aumentos na
produtividade e na resistência a estresses bióticos e abióticos, tais como excesso de metais
pesados, deficiência hídrica e doenças fúngicas. Quando adicionamos um nutriente ao solo, via
adubação, ocorrem reações químicas que podem modificar, para mais ou para menos, os
teores disponíveis de outros elementos. O caso do silício é interessante, pois ocorrem
interações com vários elementos que favorecem a nutrição da planta.
O ácido silícico, a forma solúvel presente na solução do solo e pela qual a planta absorve o
silício, ajuda a proteger as plantas dos efeitos tóxicos do alumínio pela formação de
hidroxialuminossilicatos inertes na solução do solo. Mas esta propriedade não se restringe
apenas ao alumínio. O ácido silícico pode reagir com outros metais como ferro, manganês,
cádmio, chumbo, zinco, mercúrio e outros, formando silicatos desses metais. Com uma
concentração elevada de ácido monossilícico, pode ocorrer precipitação dos metais pesados
com
uma
baixa
proporção
de
silicatos
solúveis.
No caso do manganês ocorre um outro fato interessante. A toxidez de manganês nas plantas
se caracteriza pelo aumento de compostos fenólicos, responsáveis pelas manchas pardas e
necróticas nas folhas. A adição de silício suprime o aumento de ácidos fenólicos causados pelo
excesso de manganês, diminuindo ou mesmo impedindo o aparecimento dos sintomas de
toxidez.
Em casos de estresses salinos, o silício também pode ser benéfico. A concentração de sódio na
parte aérea da planta diminui sensivelmente quando se adiciona silício em substratos com
carência neste elemento.
A escória agrícola, que é um silicato de cálcio e de magnésio proveniente da indústria
siderúrgica, e fonte comercial de silício, é considerada também um corretivo de acidez do solo.
Sua ação neutralizante se deve à dissociação do silicato de cálcio e do silicato de magnésio,
com posterior formação de íons hidroxilas que irão neutralizar o íon hidrogênio da solução do
solo, responsável pela sua acidez.
O uso de fertilizantes silicatados aumenta a eficiência da adubação NPK. Os adubos silicatados
normalmente apresentam boas propriedades de adsorção. Isto faz com que ocorra uma menor
lixiviação de potássio e outros nutrientes móveis no horizonte superficial. Com o aumento no
teor de silicato no solo, ocorrem reações químicas de troca entre o silicato e fosfatos, como os
fosfatos de cálcio, alumínio e ferro. Com isso, há a formação de silicatos de cálcio, alumínio e
ferro, por exemplo, com a liberação do íon fosfato, aumentando o teor de fósforo na solução
do solo. Além disso o silicato pode deslocar o fósforo dos sítios de adsorção na argila e nos
sesquióxidos, ou ocupá-los preferencialmente. Estudos indicam, também, a possibilidade do
silício aumentar a translocação interna do fósforo para a parte aérea da planta.
Plantas com níveis mais elevados de silício tendem a conter mais nitrogênio em seus tecidos.
Como o silício aumenta a produção de fotoassimilados, devido ao incremento na taxa
fotossintética, há um aumento de substrato para a incorporação do nitrogênio nos esqueletos
carbônicos. Para maximizar o potencial de produção, por exemplo no arroz, pode-se adotar
plantios mais adensados e altas aplicações de nitrogênio. Contudo, nestas condições, as folhas
tendem a ficar menos eretas, e a planta fica mais suscetível a doenças. A aplicação de silício
deixa as folhas mais eretas, diminuindo o sombreamento mútuo, e a planta mais resistente a
doenças. Cultivos intensivos, com aplicações pesadas de nitrogênio, necessitam de adubação
complementar com silício.
O papel do silício no manejo do solo será cada vez mais importante para uma maior
produtividade e sustentabilidade, à medida que os agricultores tiverem acesso a fontes
silicatadas.
Oscar Fontão de Lima Filho1
Artigo 4/8
PRODUTIVIDADE E O MANEJO DO SOLO: O CASO DO SILÍCIO
O agricultor necessita otimizar os custos de produção para se tornar competitivo e conviver
com a flutuação dos preços pagos pelo seu produto. A melhor maneira de se fazer isso é
através da utilização de tecnologias geradas pela pesquisa. Dentre os fatores que afetam a
produtividade, estão a disponibilidade de nutrientes corretamente balanceados nos solos e o
controle de pragas e doenças.
Várias doenças causadas por fungos em diversas culturas, bem como algumas pragas, podem
ser reduzidas significativamente com a fertilização silicatada. Estresses causados por
temperaturas extremas, veranicos, metais pesados e/ou tóxicos, por exemplo, podem ter seus
efeitos reduzidos com o uso do silício. Interações nutricionais positivas, como aumento na
absorção de nitrogênio, fósforo e potássio e melhoria na arquitetura foliar, com incrementos
na fotossíntese também são observados devido à utilização do silício como parte do manejo do
solo. Além disso, fontes comerciais atualmente disponíveis no mercado contêm outros
elementos que podem contribuir para a nutrição da planta. Os silicatos de cálcio e de
magnésio provenientes da indústria siderúrgica, aprovados para uso agrícola, possuem níveis
variáveis de silício, cálcio, magnésio, e outros elementos em menor concentração, como por
exemplo, boro, zinco, manganês, fósforo, potássio e enxofre. Estes silicatos, denominados
escórias agrícolas, também são considerados corretivos agrícolas, podendo substituir
totalmente os calcários.
Culturas importantes no contexto nacional, como soja, milho, trigo, algodão, arroz, cana-deaçúcar e outras, podem se beneficiar com a fertilização silicatada, já que uma boa parte de
nossos solos possuem baixos níveis de silício disponível para as plantas, o qual se encontra na
forma de ácido silícico na solução do solo. A soja pode apresentar quantidades consideráveis
de silício em seus tecidos quando a concentração do elemento no solo é alta. Trabalhos
mostram aumentos na produtividade, altura da planta, número de vagens, matéria seca da
parte aérea e das raízes. Já foram observados sintomas de deficiência de silício em soja, que
se caracterizam pela malformação de folhas novas e redução da fertilidade do grão de pólen.
Pesquisas realizadas nos Estados Unidos e China também mostram o potencial da aplicação do
silício na cultura algodoeira. Nestes trabalhos a concentração de silício na fibra do algodão
aumentou durante a fase de alongamento, alcançando um valor máximo na iniciação da
parede secundária, sugerindo que o silício possa ter um papel na formação e alongamento da
fibra e, possivelmente, no desenvolvimento da parede secundária. As pesquisas também
indicaram que a adubação com silício via solo pode promover crescimento mais rápido do
algodão. Além disso, pode aumentar significativamente o número total de capulhos e ramos
frutíferos, tamanho de capulhos e porcentagem de fibra.
O arroz e a cana-de-açúcar são culturas acumuladoras de silício, concentrando em seus
tecidos teores mais elevados do que outros nutrientes. Por exemplo, estima-se que, em
média, a cada 5 toneladas de grãos, a cultura do arroz remove de 500 a 1000 kg de sílica
(dióxido de silício) por hectare. Em arroz, a suplementação com silício proporciona aumento
na produção e na massa individual das sementes e diminuição da esterilidade. Com o
suprimento do silício a diferença no comprimento das lâminas foliares, principal responsável
pela altura, tende a aumentar de acordo com o desenvolvimento da planta. A maior expansão
foliar determina maior taxa de assimilação de gás carbônico por planta. Com isso, há uma
maior translocação de assimilados para a produção de grãos, aumentando a produtividade.
Em arroz irrigado o silício aumenta o poder de oxidação das raízes, minimizando os efeitos
tóxicos de níveis elevados de ferro. O efeito do silício tende a ser mais intenso em cultivos
com adubações nitrogenadas pesadas e em solos com níveis baixos de silício disponível.
A cana-de-açúcar responde bastante à adubação silicatada. Ao aumentar o comprimento e o
diâmetro dos colmos, e o número de perfilhos, a aplicação de silicato aumenta a
produtividade. Trabalhos de pesquisa também têm mostrado aumentos no teor de açúcar em
solos pobres em silício disponível. Nessa cultura o sintoma de deficiência de silício consiste em
manchas pardas nas folhas (“freckling”), e nas partes mais iluminadas do limbo há manchas
cor
de
prata.
Não é só através da barreira física, proporcionada pela presença de uma camada de sílica
entre a cutícula e a parede das células da epiderme, que o silício age contra a penetração de
fungos e o ataque de determinadas pragas. O silício não controla a doença, mas pode reforçar
a resistência da planta, ao estimular a produção de enzimas e substâncias relacionadas com
os mecanismos de defesa. Pode-se citar, como exemplos, o aumento da resistência do arroz à
bruzone e mancha parda, da cana-de-açúcar à mancha anelar, da soja ao cancro da haste e
de diversas culturas ao oídio, como trigo, cevada e cucurbitáceas.
Não se deve subestimar o significado deste elemento dentro da biologia vegetal. A maior
disponibilidade de fontes comerciais de silício no Brasil está possibilitando ao agricultor optar
por uma tecnologia que revela-se eficaz, do ponto de vista técnico, no aumento da
produtividade e na prevenção ou redução de estresses bióticos e abióticos.
Oscar Fontão de Lima Filho1
Artigo 5/8
Silício: produtividade com qualidade na lavoura
Oscar Fontão de Lima Filho1
Plantas mais produtivas, com menos doenças e mais vigorosas. Esse é o resultado que muitos
agricultores vem obtendo ao utilizar o silício como mais um insumo no manejo do solo. A
maioria dos agricultores e técnicos ainda desconhece os efeitos e as vantagens do uso de
fontes silicatadas nas suas lavouras.
Há mais de 2000 anos atrás, os chineses já utilizavam cinzas de palha de arroz, ou cevada,
misturadas com esterco para fertilizar o solo. Virgílio (70 - 19 A.C.), poeta e cientista do
Império Romano, também sugeria o uso de cinza vegetal para aumentar a fertilidade dos
solos já degradados. As cinzas vegetais podem ser consideradas como o primeiro fertilizante
mineral complexo, e as cinzas de arroz e outros cereais, que acumulam quantidades
significativas de silício, como o primeiro fertilizante silicatado utilizado pelo homem. Um
famoso agrônomo e químico alemão, Justius von Liebig (1803-1873), foi a primeira pessoa a
sugerir o uso do silício como fertilizante em 1840, e o primeiro cientista a conduzir um
experimento com silício em casa-de-vegetação. O primeiro experimento de campo com
fertilizante silicatado, no mundo, ocorreu em 1859 na Estação Experimental de Rothamsted,
na Inglaterra, famosa por seus ensaios seculares. Aliás, os experimentos com adubação
silicatada continuam até hoje. Estes são alguns exemplos que mostram que o uso do sílicio na
agricultura não é recente. De lá para cá a pesquisa científica tem demonstrado, e a prática
tem comprovado, os inúmeros benefícios da adubação silicatada, cujo interesse no Brasil tem
aumentado bastante. Isto se explica pelo fato de já haver disponibilidade de fontes comerciais
de silício, o que não ocorria há apenas alguns anos atrás.
Estas fontes são um subproduto proveniente da produção do ferro e aço da indústria
siderúrgica, e são chamadas escórias. Mas para que uma escória possa ser utilizada na
agricultura, há a necessidade do licenciamento ambiental por órgão ligado à secretaria
estadual do meio ambiente, e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no
qual a composição química e física da escória deve seguir as normas para corretivos de solo.
Se apta para o uso agrícola, a escória é liberada e certificada, passando a ser uma Escória
Agrícola. Estas escórias, que são silicatos de cálcio e magnésio, além de poderem ser
utilizadas como corretivos do solo, podendo substituir o calcário, devido à sua basicidade, são
fontes principalmente de silício, cálcio e magnésio, além de outros nutrientes em menor
quantidade. Vários fertilizantes silicatados são agora utilizados em larga escala em outros
países, como EUA, Japão, Coréia e China.
Mas por quê a necessidade de se adicionar silício solúvel ao solo? Solos tropicais e subtropicais
sujeitos à intemperização e lixiviação, com cultivos sucessivos, tendem a apresentar baixos
níveis de silício trocável, devido à dessilicificação (perda de silício). Estes solos, normalmente,
apresentam baixo pH, alto teor de alumínio, baixa saturação em bases, e alta capacidade de
fixação de fósforo, além de uma atividade microbiológica reduzida. A compactação do solo
também pode reduzir a quantidade de silício disponível para as plantas, pois aumenta o nível
de ácidos polissilícicos, diminuindo o teor de ácido monossilícico, que é a forma pela qual a
planta absorve o silício. Regiões agrícolas importantes são pobres em silício disponível, como o
centro-oeste brasileiro. Solos tropicais altamente intemperizados podem apresentar teores de
silício menores do que 2 ppm na solução do solo. O baixo conteúdo de silício em muitas
regiões pode limitar a busca de uma maior produtividade com qualidade, sustentabilidade e
com o máximo retorno econômico.
A pesquisa científica tem demonstrado o envolvimento do silício em vários aspectos
estruturais, fisiológicos e bioquímicos da vida da planta, com papéis bastante diversos. Além
de promover melhorias no metabolismo, ativa genes envolvidos na produção de fenóis e
enzimas relacionadas com os mecanismos de defesa da planta. A essencialidade do silício já
foi comprovada para as algas diatomáceas, algumas espécies vegetais, e para os animais,
incluindo os seres humanos. Devido aos inúmeros benefícios que a adubação silicatada pode
oferecer às plantas, aumentando a produtividade e a qualidade do produto colhido, considerase o silício um elemento agronomicamente essencial.
Uma lista, incompleta, mas mesmo assim extensa, com os processos, estruturas e
características das plantas que podem ser influenciados pelo silício, todos documentados na
literatura, mostra o significado deste elemento na vida e no rendimento das plantas.
Aumenta
o
crescimento
e
a
produtividade
Aumenta
a
força
mecânica
do
colmo
e
a
resistência
ao
acamamento
Favorece a penetração da luz no dossel da planta por manter as folhas mais eretas,
promovendo
assim
a
fotossíntese
Aumenta a atividade radicular, promovendo a absorção de água e nutrientes, principalmente
nitrogênio,
fósforo
e
potássio,
e
o
poder
de
oxidação
das
raízes
Aumenta
a
resistência
a
pragas
e
doenças
Neutraliza o alumínio tóxico do solo, bem como diminui a toxidez causada pelo manganês e
outros
metais
pesados
Em gramíneas diminui a transpiração excessiva, aumentando a resistência a veranicos
Promove
a
formação
de
nódulos em
leguminosas
Aumenta a
proteção
contra
temperaturas
extremas
e
ao
estresse
salino
Aumenta a massa individual das sementes e a fertilidade dos grãos de pólen
Aumenta a produção de carboidratos e açúcares
Não se pode negar o fato do silício ser um componente majoritário dos vegetais, e dos papéis
importantes que desempenha na vida das plantas. A inclusão da adubação silicatada no
manejo do solo pode significar um maior retorno econômico para o agricultor.
Artigo 6/8
Silício na Agricultura e a Saúde Humana
Oscar Fontão de Lima Filho1
Quando se menciona o silício pensa-se logo nos vidros, nos implantes de silicone e nos chips
de computadores. A sua utilização pelo ser humano data da era paleolítica, quando se
fabricavam artefatos de silex, que é uma rocha constituída de sílica amorfa e sílica cristalina.
O silício participa de uma gama enorme de processos e produtos oriundos de diversas
indústrias, como a eletrônica, médica, farmacêutica, construção civil, siderúrgica, alimentícia,
limpeza, perfumaria, etc.
Os estudos biológicos na área agronômica já demonstraram os efeitos notáveis do silício no
aumento do crescimento vegetal, na produção de alimentos e no combate a estresses
causados em plantas por fatores físicos, climáticos e biológicos. No outro lado da moeda
temos os animais, consumidores dessas plantas. Da mesma forma como vários outros
minerais, o silício é essencial para animais, o que inclui os seres humanos. O silício é o
terceiro elemento traço essencial mais abundante do corpo humano, após o ferro e o zinco. Os
teores mais altos de silício ocorrem em tecidos conectivos ou conjuntivos, especialmente
aorta, traquéia, tendões, ossos e pele. Os tecidos conjuntivos caracterizam-se por estabelecer
e manter a forma do corpo, fazem a ligação entre outros tecidos e o preenchimento de
órgãos. Também é encontrado em outros órgãos, como timo, supra-renais, pâncreas, fígado,
coração, músculo, pulmão e baço, por exemplo. Além de promover a biossíntese de colágeno
e a formação e calcificação dos tecidos ósseos, o silício está envolvido no metabolismo
de fosfolipídeos, bem como afeta o conteúdo de cálcio no corpo, o qual está associado
intimamente à idade. O silício também está ligado à lã animal e às moléculas de queratina de
chifres. A deficiência de silício pode aumentar a susceptibilidade a doenças, como artrite
degenerativa e arterioesclerose, bem como o envelhecimento precoce da pele e a fragilidade
das unhas.
Como se pode notar, é fundamental que a dieta alimentar contenha níveis adequados de
silício. Ainda não foram estabelecidos os valores nutricionais adequados para a ingestão deste
elemento, mas estima-se que a dieta humana diária deva conter de 20 a 30 mgde SiO2
(dióxido de silício ou sílica). Alguns fatores podem contribuir para que a ingestão de silício
seja sub-ótima, induzindo carências marginais em humanos, que podem levar a uma
debilitação de tecidos que o requerem em maior quantidade, como tendões, ossos, pele, pêlos
e unhas. Esses fatores estão ligados, principalmente, à produção dos alimentos no campo,
pois as plantas podem absorver quantidades insuficientes de silício. As causas mais
importantes para as plantas conterem níveis de silício abaixo do ideal em seus tecidos, são
citadas a seguir:
1) A retirada de silício do solo pelas plantas e destas do campo, por meio das colheitas, sem a
devida reposição do elemento. Como as cultivares modernas têm um potencial de extração de
nutrientes cada vez maior, principalmente em função da maior produtividade, intensifica-se a
exportação ou saída de silício de nossos solos;
2) Solos carentes em silício disponível para as plantas. Os solos naturalmente pobres em
nutrientes, geralmente são pobres também em silício. A correção do solo com calcário e a
adubação convencional não aumentam os níveis de silício necessários para o crescimento
pleno e saudável da planta. Convém salientar que solos arenosos normalmente possuem
níveis baixos de silício na forma assimilável pelas plantas;
3) Uso crescente de defensivos que diminuem a população de microrganismos do solo que
atuam como solubilizadores de silicatos;
4) Menor consumo de fibras pela população, onde se concentra uma grande parte do silício
nos alimentos. Ademais, o ser humano está geneticamente condicionado a consumir níveis de
silício bem mais elevados que os atuais, pois a sua dieta tem sido rica em fibras há milhares
de anos. Atualmente, porém, o maior consumo de alimentos processados e mais pobres em
fibras, particularmente em países mais desenvolvidos, contribui para a menor ingestão de
silício.
Uma fonte importante de silício é a água que a população consome, cujos níveis do elemento
variam, principalmente, com a sua origem geológica. Com o advento do tratamento da água
com sulfato de alumínio para agregar partículas no processo da floculação, os teores de silício
ficaram ainda mais baixos.
Considerando os benefícios proporcionados pela nutrição balanceada, o agricultor deve
considerar daqui para frente a utilização de fertilizantes sólidos ou líquidos (adubação
foliar) silicatados no manejo nutricional e fitossanitário da sua lavoura. É uma tecnologia
relativamente nova no Brasil, sendo que o uso do silício como adubo já está regulamentado
em legislação pertinente.
¹ Engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS),
e-mail: [email protected].
Artigo 7/8
Uso de escórias de siderurgia na agricultura
Oscar Fontão de Lima Filho1
O parque siderúrgico nacional é composto atualmente por 28 usinas, distribuídas
majoritariamente em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo. Para a
produção do aço, utilizam-se como matérias-primas o minério de ferro, carvão vegetal ou
mineral e calcário. No processo de obtenção do ferro líquido, ocorre a aglutinação
das"impurezas" não metálicas contidas nesse material, havendo a separação por diferença de
densidade. Esse co-produto, chamado de escória, é resfriado e posteriormente moído.
As escórias de siderurgia podem ser utilizadas em inúmeras atividades, como na
construção civil e pavimentação, mas pela sua capacidade de correção da acidez do solo e por
conter inúmeros nutrientes para as plantas, podem ser utilizadas na agricultura como
corretivo do solo e, também, como fertilizante silicatado, ou seja, passível de fornecer silício
para as plantas. Elas ainda contêm, além do silício, altos teores de cálcio e magnésio,
incluindo outros nutrientes em menores proporções, como ferro, manganês, zinco, fósforo,
enxofre etc. A composição efetiva de nutrientes de uma escória varia de acordo com o forno
do qual ela procede ou, mesmo, de um lote para outro, além, é claro, da composição
individual das matérias-primas. A possibilidade de uso agrícola de uma determinada escória
como corretivo da acidez do solo ou fertilizante, depende de seu registro no Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), atendendo determinados requisitos previstos
em legislação.
O silício é absorvido pelas plantas, de modo geral, em grandes quantidades,
principalmente por gramíneas. Em muitas espécies, inclusive, os teores encontrados nos
tecidos superam aqueles existentes para nitrogênio e potássio, nutrientes majoritários nas
plantas. Solos naturalmente pobres em elementos essenciais para os vegetais, ou arenosos,
geralmente possuem baixos níveis de silício assimilável pelas plantas. A pesquisa agropecuária
vem apresentando, há muitas décadas, incontáveis resultados positivos da suplementação de
silício no aumento da produtividade das culturas e de melhoria nas condições das plantas para
resistir melhor a estresses, sejam eles de origem biológica, climática ou abiótica. Desde que
registradas e aprovadas pelos órgãos competentes, cabe à iniciativa privada oferecer ao
agricultor escórias siderúrgicas, melhor denominadas de escórias agrícolas, em quantidade e
qualidade compatíveis ao crescimento da agricultura nacional.
¹ Engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS),
e-mail: [email protected].
Artigo 8/8
Buscando maior sustentabilidade na agricultura com silicatos
Oscar Fontão de Lima Filho1
A agricultura brasileira tem se caracterizado por aumentos da produção, área plantada,
exportação e quantidade de tecnologias aplicadas. Mas ao produzir alimentos, o agricultor
deve levar em conta a sustentabilidade, tanto econômica como ambiental. Desse modo, o
objetivo da agricultura moderna deve ser orientado pela produção de alimentos sem impactos
negativos ao meio ambiente e no custo de produção, sem contaminar o trabalhador rural e
com segurança alimentar ao consumidor. Uma tecnologia útil é a utilização de silicatos no
manejo nutricional das lavouras. O seu uso está regulamentado pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), que considera o silício um micronutriente.
O silício, de modo geral, é absorvido pelas plantas em grandes quantidades. Em muitas
espécies, por exemplo, os teores nos tecidos superam aqueles encontrados para nitrogênio e
potássio, nutrientes majoritários em plantas. Mas para que isso ocorra é necessário que o solo
tenha quantidades adequadas desse elemento em forma assimilável pelas plantas, ou seja,
como ácido silícico. Solos que em sua origem são inférteis, mesmo corrigidos e adubados
posteriormente, e os mais arenosos, normalmente possuem baixos níveis de silício que possa
ser aproveitado pelas culturas. O silício, por meio de uma série de ações no metabolismo da
planta, tanto do ponto de vista químico como físico, pode contribuir para que haja aumento no
crescimento e na produtividade. A palavra-chave para este elemento é antiestressante, pois
ele tem um papel importante nas relações planta-ambiente, fornecendo à cultura melhores
condições para suportar adversidades climáticas, biológicas e do solo, tendo como resultado
final um aumento e maior qualidade de produção. Os efeitos do silício nas plantas
são mais evidentes quando elas são submetidas a algum tipo de estresse, seja ele de natureza
química, física ou biológica. Maior rigidez estrutural, menor transpiração, maior tolerância a
doenças e pragas, maior resistência ao acamamento, encharcamento, veranicos e geadas,
bem como neutralização ou diminuição dos efeitos tóxicos de metais pesados, como
manganês e alumínio, são alguns dos importantes benefícios que a adubação silicatada pode
proporcionar
para
as
plantas
cultivadas.
A aplicação no solo de silicatos de cálcio ou silicatos de cálcio e magnésio, os quais passam
por um tratamento térmico a altas temperaturas, pode trazer inúmeros benefícios para as
culturas, como cereais, frutíferas, hortaliças, cana-de-açúcar, etc. Pesquisas também têm
demonstrado que a adubação foliar com silicato de potássio pode ser uma boa estratégia para
diminuir o uso de agrotóxicos no combate a doenças e pragas, principalmente. O silicato de
potássio não é um fungicida e nem substitui esse tipo de produto, mas pode ser usado como
um complemento para aumentar a resistência das plantas a várias doenças, propiciando a
diminuição no uso de agrotóxicos nas culturas. Vale lembrar, também, que este fertilizante é
uma eficiente fonte de potássio para aplicação foliar. Nesse sentido, a Embrapa Agropecuária
Oeste, em Dourados, está conduzindo estudos com o silicato de potássio para prover o
agricultor de informações e subsídios mais concretos sobre o uso desse fertilizante.
A tecnologia baseada no uso do silício é limpa e sustentável, com potencial para diminuir o
uso de agrotóxicos e aumentar a produtividade por meio de uma nutrição mais equilibrada e
fisiologicamente mais eficiente.
¹ Pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS) [email protected]
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