30/04/2012 Controle de Obras Mecânica dos solos • Tensões verticais no solo Prof. Ilço Ribeiro Jr 1 h Dh s er e l E dR Dh el h s e l e Dr er r Prof. Ilço Ribeiro Jr 2 1 30/04/2012 Prof. Ilço Ribeiro Jr 3 Tensões no Solo • No solo a tensão vertical em uma determinada profundidade é devida ao peso de tudo que se encontra acima. • Ou seja, grãos de solo, água, fundações. • Desta forma, a tensão normalmente aumenta com a profundidade. Nível d’água g peso específico do solo zw z sz z q sz Prof. Ilço Ribeiro Jr sz sh sh sz = gz z sz = gz + gwzw sh sz = gz + q 4 2 30/04/2012 Tensões no Solo Lembre-se que g é o peso de tudo (solo e água) por unidade de volume. Como sz advém do peso total do solo ele é conhecido como tensão total. Note que a água no “lago” mostrado anteriormente aplica uma tensão total na superfície do solo da mesma forma que a água aplica um tensão na base de um copo de água. O peso específico de solos varia aproximadamente entre 20kN/m3 para um solo saturado e 16kN/m3 para um solo seco. E o peso específico da água vale 10kN/m3. Existem também as tensões horizontais sh, mas não existe uma relação simples entre sz e sh. Prof. Ilço Ribeiro Jr 5 Tensões nos solos Os solos são compostos por partículas. As cargas aplicadas são transmitidas partículas a partículas além das que são suportadas pela água dos poros. No caso de partículas maiores, como grãos de siltes e areias, a transmissão das forças se dá pelo contato direto mineral com mineral Nas argilas as forças nos contatos são muito pequenas mas pode ocorrer transmissão através da água adsorvida quimicamente. Prof. Ilço Ribeiro Jr 6 3 30/04/2012 Diversos grãos transmitirão forças à placa que podem ser decompostas em normais e tangenciais à superfície da placa. Porem, é impossível desenvolver modelos que representem essa situação. Por isso, utiliza-se o conceito de tensões. N T T N N T Prof. Ilço Ribeiro Jr 7 Fisicamente as tensões serão: Tensão Normal – Soma das forças normais ao plano dividida pela área total: N s Area Prof. Ilço Ribeiro Jr 8 4 30/04/2012 Tensão cisalhante – Soma das forças tangenciais dividida pela área total: T Area Prof. Ilço Ribeiro Jr 9 A tensão assim definida é muito menor do que ocorrem nos contatos entre as partículas. No solo Nos contatos Até 1 MPa Até 700 Mpa O estado de tensões em qualquer plano passando por um ponto em um meio continuo é definido por tensões atuantes em três planos mutuamente ortogonais passando pelo mesmo ponto. Prof. Ilço Ribeiro Jr 10 5 30/04/2012 Princípio das Tensões Efetivas As tensões em qualquer ponto de uma seção de uma massa de solo pode ser definida a partir das tensões principais totais σ1,σ2,σ3 que agem neste ponto. Se os vazios do solo estiverem preenchidos por água, sob pressão u, as tensões totais são compostas por 2 parcelas: Prof. Ilço Ribeiro Jr 11 Uma parcela u que atua na água e nos grãos sólidos em todas as direções em igual intensidade, denominada de pressão neutra ou poro pressão; A outra partícula é a tensão efetiva que representa o excesso sobre a pressão neutra, e é suportado exclusivamente pela parte solida do solo. s'1 s 1 u s' 2 s 2 u s' 3 s 3 u Prof. Ilço Ribeiro Jr 12 6 30/04/2012 Terzaghi escreveu a equação fundamental do princípio das tensões efetivas como: s ' s u Prof. Ilço Ribeiro Jr 13 A segunda parte do princípio das tensões efetivas diz: ...”Todos os efeitos mensuráveis oriundos da variação de tensões, tais como compressão, distorções e mudança na resistência ao cisalhamento, são exclusivamente devido as variações da tensão efetiva”... Prof. Ilço Ribeiro Jr 14 7 30/04/2012 Atkinson e Bransby (1978) apresentaram os seguintes corolários sobre o princípio das tensões efetivas: Corolário 1: O comportamento (em termos da engenharia)de 2 solos com a mesma estrutura e mineralogia será o mesmo se eles tiverem a mesma tensão efetiva. Corolário 2: Se um solo for carregado ou descarregado, sem qualquer variação de volume ou distorção, não haverá variação da tensão efetiva. Corolário 3: Um solo expandirá em volume (enfraquecendo-se) ou se comprimirá (tornando-se mais resistente) se a pressão neutra, isoladamente for aumentada ou diminuída. Prof. Ilço Ribeiro Jr 15 Tensões no Solo Água no solo e pressão da água • A água nos poros de um solo saturado possui uma pressão conhecida como pressão de poro ou pressão neutra - u. Nível de água Nível de água hw hw u u g whw u Prof. Ilço Ribeiro Jr 16 8 30/04/2012 Tensão Efetiva • É claro que a movimentação do solo e a instabilidade dele pode ser causada por mudanças na tensão total, devida as cargas de fundações ou escavações em geral. • No entanto, não é tão obvio que os movimentos do solo possam ser devido às variações de poro pressão (presão neutra). • Desta forma, se existe indução de deformação por mudança na tensão total ou da poro pressão, existe a possibilidade do comportamento do solo ser governado por uma combinação entre s e u. • Esta combinação é conhecida como tensão efetiva (s’), por que ela é efetiva em determinar o comportamento do solo. • O princípio das tensões efetivas foi estabelecido por Terzaghi em 1923. s ' s u Prof. Ilço Ribeiro Jr 17 Climas da Terra Prof. Ilço Ribeiro Jr 18 9 30/04/2012 Ascenção Capilar u g whc g w hc hc Prof. Ilço Ribeiro Jr hc 19 Ascenção Capilar Prof. Ilço Ribeiro Jr 20 10 30/04/2012 Meniscos capilares independentes do nível d’água A água existente no solo que não se comunica com o lençol freático forma meniscos capilares como mostra na figura – chamado de sucção. T T P P T T Prof. Ilço Ribeiro Jr 21 Nesta situação diz-se que o solo está não-saturado. A tensão superficial da água aproxima as partículas, ou seja, aumenta a tensão efetiva. Essa tensão efetiva confere ao solo uma coesão aparente que permite construir castelos de areia na praias. Muitos taludes são estáveis devido a coesão aparente e por isso ocorrem escorregamentos na época de chuvas Prof. Ilço Ribeiro Jr 22 11 30/04/2012 Nesta situação diz-se que o solo está não-saturado. Efeito da capilaridade A tensão superficial da água aproxima as partículas, ou seja, aumenta a tensão efetiva. Essa tensão efetiva confere ao solo uma coesão aparente que permite construir castelos de areia na praias. Muitos taludes são estáveis devido a coesão aparente e por isso ocorrem escorregamentos na época de chuvas Prof. Ilço Ribeiro Jr 23 Coesão aparente de areias N.A. Escavações em areia, rebaixamento do N.A. u<0 u=0 u>0 Prof. Ilço Ribeiro Jr 24 12 30/04/2012 solo não saturado A Zona Vadosa poro pressão negativa saturado hcmax. hcmin. N.A. poro pressão positiva Prof. Ilço Ribeiro Jr NA 25 Tensões no Solo Diagrama de tensões Diagrama de tensões 0m argila orgânica mole preta g = 15 kN/m3 -4m Tensão Efetiva areia fina argilosa medianamente compacta -7m g = 19 kN/m3 Tensão Total Pressão Neutra argila siltosa mole cinza escuro g = 17 kN/m3 - 15 m solo de alteração de rocha Exemplo para a cota –7m Exemplo para a cota –7m 0 50 100 150 200 250 300 kPa s 15 * 4 19 * 3 117kPa u 10 * 7 70kPa s ' s u 47kPa Prof. Ilço Ribeiro Jr 26 13 30/04/2012 Exemplo: Determinação da tensão vertical A g=16kN/m³ B 1m N.A g=17kN/m³ 2m C g=20kN/m³ 3m D Prof. Ilço Ribeiro Jr 27 σv, σv’, u 1m 3m 6m Prof. Ilço Ribeiro Jr u σv’ σv 28 14 30/04/2012 Pto Tensões Totais Pressão Neutra Tensões Efetivas A σvA = 0 u A= 0 σ’vA= 0 B σvB =16x1= u B= 0 σ’vB=16-0= 16kPa C σvC =16+18x2= uC=10x2= 20kPa 52kPa D 16kPa σ’vC=52-20= 32kPa σvD =52+20x3= uD=10x5= 50kPa σ’vD=112-50= 112kPa Prof. Ilço Ribeiro Jr 62kPa 29 Transmissão de tensões no solo: Aplicação da Teoria da Elasticidade Prof. Ilço Ribeiro Jr 30 15 30/04/2012 Prof. Ilço Ribeiro Jr 31 Aplicabilidade da Teoria da Elasticidade Para cálculo de tensões Massa homogênea – Quando as condições de contorno do problema analítico se aproxima das condições de contorno “in situ”, a distribuição de tensões no campo são comparáveis àquelas obtidas pela análise linear elástica. Para cálculo de deslocamentos O cálculo de deslocamentos depende mais diretamente da natureza da lei constitutiva e das magnitudes dos parâmetros utilizados, desta forma, a habilidade da teoria da elasticidade em prever deslocamentos depende, de forma mais marcante, da não linearidade e da heterogeneidade do material “in situ”. Em outras palavras: quando não existe homogeneidade do material a teoria da elasticidade não pode ser aplicada. Prof. Ilço Ribeiro Jr 32 16 30/04/2012 O Problema de Boussinesq Espaço semi-infinito Material homogêneo Massa Isotrópica Relação tensão deformação linear P x q y r z Espaço elástico Semi-infinito Prof. Ilço Ribeiro Jr 33 Variação da tensão vertical devida à carga em um ponto (sz = plotado verticalmente) (z = constante) r (z = constante) r (z = constante) r (r = 0) (sz = plotado horizontalmente) Prof. Ilço Ribeiro Jr 34 17 30/04/2012 Tensão devida à carga em um ponto Boussinesq Q Fator de Influência 3 1 Ip 2 r 2 1 z z sz sr sz r sq 5/ 2 Q I 2 p z Prof. Ilço Ribeiro Jr 35 Espraiamento das tensões 30o z tg 30 sv Prof. Ilço Ribeiro Jr 2L z tg 30 2L so 2 L 2 ztg 30o 36 18 30/04/2012 Solução de Newmark Tensão vertical no canto de uma área retangular uniformemente carregada so b=n.z so a=mz Z sz = so.Ir σv sz 0,5 σ0 2.m.n.(m² n² 1 2m.n.(m² n² 1) 0,5 . arctg 4.π (m² n² 1 m².n²).(m² n² 1) m² n² 1 m².n² Prof. Ilço Ribeiro Jr 37 0.25 0.24 2.0 a=mz 0.23 b=nz 1.5 0.22 1.2 0.21 Tensão vertical no canto de uma área retangular uniformemente carregada SOLUÇÂO DE NEWMARK 1.0 0.2 0.19 0.18 z 0.7 0.17 0.16 Ir m 0.8 sz 0.6 0.15 0.14 0.5 0.13 0.12 0.4 0.11 0.1 0.3 0.09 0.08 0.07 0.2 0.06 0.05 0.04 0.1 0.03 0.02 0.01 0 0.1 Prof. Ilço Ribeiro Jr n 1 10 38 19 30/04/2012 Tensão Na borda s z q * Ir sz Prof. Ilço Ribeiro Jr No centro s z 4* q * Ir sz 39 20