Discurso do Deputado Juquinha (PL-GO) sobre as perspectivas positivas da economia brasileira, proferido na sessão de /03/2002. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados Todos os indicadores apontam para uma crescente recuperação da economia brasileira este ano. E o aspecto mais promissor é que a recuperação vem se dando mais depressa do que se previa e cada vez mais distante do contágio da crise argentina, prova de uma maior confiança dos investidores internacionais na nossa economia e de que a estabilidade econômica é irreversível. Para coroar esse momento favorável, o País já vem colhendo uma safra recorde de grãos, superior a 100 milhões de toneladas. Apenas a colheita da safra de verão deverá injetar cerca de R$ 30 bilhões na economia, particularmente no interior do País, ampliando o abastecimento do mercado interno e ajudando no controle dos preços. E há mais notícias positivas. A taxa de juros voltou a sofrer nova redução, o que resultará em maior atividade econômica. O racionamento de energia elétrica é algo superado. A economia norte-americana voltou a reagir favoravelmente, com reflexos positivos para todos os países. A indústria vem dando sinais de reaquecimento. O comércio varejista na região Sudeste praticamente repetiu o de um ano antes, quando o mercado ainda estava aquecido. Por fim, cresceu também a procura por mais recursos para investimento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para os economistas, os indícios positivos ainda são esparsos, mas sinalizam um quadro de recuperação. Nesse início de ano, a indústria eletroeletrônica produziu 26,4 por cento a mais do que o mesmo período do ano passado, embora as vendas ainda estejam aquém do primeiro bimestre de 2001, mas com tendência de alta. Temos que levar em conta que muitos consumidores haviam adiado a compra de equipamentos temendo o prolongamento do racionamento de energia. Com o mercado de energia voltando à normalidade, a tendência agora é a retomada dos planos de consumo. Felizmente, a crise no setor elétrico não se constituiu apenas problema para produtores e consumidores. Contribuiu também para estimular novos investimentos. Nos dois primeiros meses deste ano, as consultas ao BNDES somaram R$ 9,7 bilhões, um valor 136 por cento maior que igual bimestre do ano passado. Além disso, a maior parte das consultas veio de empresas de infra-estrutura, particularmente de energia e de telecomunicação. Os desembolsos, no período, também cresceram significativamente, somando US$ 4,5 bilhões, representando um aumento de 75 por cento em relação ao ano anterior. Os setores de eletricidade, gás e água receberam recursos da ordem de R$ 1,2 bilhão. E o banco dispõe R$ 28 bilhões para financiar o setor produtivo este ano, sendo que mais de 40 por cento dos recursos serão destinados a projetos de modernização produtiva. Até mesmo a evolução do câmbio contribui para o aumento da produção. O efeito foi maior no programa de substituição de importações. Com a mudança da relação de preços, muitos produtos nacionais voltaram a ser atrativos, especialmente alguns cuja importação havia crescido nos últimos anos. Embora preocupante no início, a desvalorização do real a partir de 1999 também contribuiu para aumentar a rentabilidade das exportações. Mesmo enfrentando um mercado internacional restritivo, o País fechou o ano com um superávit comercial da ordem de US$ 1,5 bilhão, algo que não ocorria desde 1994. E as previsões para este ano são de um superávit entre US$ 4,5 e US$ 5 bilhões. Mesmo com a lenta recuperação da economia japonesa, os indicadores internacionais também apontam para uma crescente melhora no cenário econômico mundial. Até porque a economia americana, principal locomotiva da economia mundial, continua em franca recuperação. Mas as melhores notícias vêm mesmo do campo. Com o ingresso dos recursos da safra de verão, o comércio no interior do País já registra crescimento de até 10 por cento nas vendas. Principalmente máquinas e implementos agrícolas. O setor de agronegócios, que já vem contribuindo decisivamente para o melhor desempenho da balança comercial, deve apresentar este ano desempenho ainda melhor. O Ministério da Agricultura estima que o setor deve chegar a um superávit de US$ 21 bilhões no comércio externo este ano, contra US$ 18,9 bilhões no ano passado. E por que essas notícias são importantes? Porque na medida em que a recuperação se espalhe pelos diversos segmentos da economia, as condições de emprego e renda deverão melhorar significativamente. Nossa expectativa, portanto, é de que não haja novos sobressaltos na economia brasileira e no cenário externo para que essa tendência de recuperação se consolide cada vez mais. E assim possamos ter efetivamente um ano promissor e com melhores oportunidades para todos os brasileiros. Muito obrigado.