COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA BRASILEIRA DE TRANSFORMAÇÃO Julho – 2015 (Revisada) INTRODUÇÃO A indústria brasileira de transformação tem perdido competitividade, de forma contínua, há quase uma década. Isto pode ser comprovado pela forte redução de sua participação no PIB, bem como pela perda de exportações de manufaturados e pelo aumento do “Market Share”, dos produtos importados, no consumo aparente de bens manufaturados no mercado brasileiro. DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 2 PESO DA INDÚSTRIA NO PIB % Transformação: R$601.816,90 bilhões em valores correntes Cons. Civil + extrativa: R$579.731,88 bilhões em valores correntes DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 3 EXPORTAÇÃO BRASILEIRA POR FATOR AGREGADO: ESTAMOS JOGANDO FORA A INDUSTRIALIZAÇÃO FEITA NAS DÉCADAS DE 60 E 70 DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 4 O INCENTIVO AO CONSUMO NÃO BENEFICIOU A INDÚSTRIA NACIONAL 210 Nº índice base: 2002 = 100 190 COMÉRCIO 170 150 130 PRODUÇÃO INDUSTRIAL 110 Fonte: IBGE . Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 5 jul-14 jan-14 jul-13 jan-13 jul-12 jan-12 jul-11 jan-11 jul-10 jan-10 jul-09 jan-09 jul-08 jan-08 jul-07 jan-07 jul-06 jan-06 jul-05 jan-05 jul-04 jan-04 jul-03 jan-03 jul-02 jan-02 90 O AUMENTO DO CONSUMO FOI SUPRIDO POR IMPORTADOS QUE DOBRARAM SEU “MARKET SHARE” Coeficiente de penetração dos produtos importados Indústria de transformação 25 20,8 20,9 21,7 19,1 20 17,3 15,5 15,3 15 13,5 11,3 12,1 10,8 10,1 11,6 11,8 10,5 10,3 11,1 11,9 10 5 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Fonte: Funcex . Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 6 PARTICIPAÇÃO DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO NO PIB – COMPARAÇÃO BRASIL - MÉXICO Fonte: IBGE . Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 7 PORQUÊ NÃO SOMOS COMPETITIVOS? Diversas causas tem sido apontadas como responsáveis da falta de competitividade: Baixa produtividade (1/4 dos EUA e Alemanha) Falta de investimentos em tecnologia e inovação Mão de obra de baixa escolaridade e qualificação Carga tributária excessiva Infraestrutura deficiente Falta de integração nas C.P.V. Insegurança jurídica ............... Na realidade todos estes itens influenciam a competitividade mas não são determinantes visto que o Brasil já foi, no passado, mais competitivo mesmo convivendo com todas estas deficiências. DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 8 O FATO É QUE, MESMO PARA AS INDÚSTRIAS BRASILEIRAS PRODUTIVAS**, FABRICAR O MESMO PRODUTO CUSTA 25P.P. MAIS QUE PRODUZIR NA ALEMANHA OU EUA Custo Brasil - ∆ entre Brasil e EUA/Alemanha* 25,2 1 Custos dos insumos (câmbio a R$ 2,82) 8,7 2 Impacto dos juros sob o capital de giro 6,5 3 Impostos não recuperáveis na cadeia produtiva 4,7* 4 Demais Itens 5,3 Fonte: IBGE, BCB, ILOS,FED de St. Luis, Banco Mundial, BNDES, ABIMAQ, Macrodados. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. (*) Média do período pós desoneração do INSS patronal da folha de pagamento. *Para BKM em 2012 com câmbio atualizado à média do 2º semestre de 2014. ** Por exemplo: Grandes empresas brasileiras e filiais de multinacionais. DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 9 A TAXA DE CÂMBIO NECESSITA DE MAIOR DEPRECIAÇÃO PARA TERMOS GANHOS REAIS DE COMPETITIVIDADE Variação % acumulada – Base dezembro/13 DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 10 O BRASIL É O CAMPEÃO DE JUROS REAIS HÁ DUAS DÉCADAS Elaboração: Credit Suisse, com dados até maio / 2015 DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 11 OS JUROS ELEVADOS ENCARECEM A PRODUÇÃO E FAZEM CONCORRÊNCIA AOS INVESTIMENTOS PRODUTIVOS TAXA DE JUROS REAIS DE EMPRÉSTIMOS Fonte: FMI – Fundo Monetário Internacional. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 12 RETORNO DO CAPITAL INVESTIDO É MENOR QUE O CUSTO FINANCEIRO DE DÍVIDA DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 13 OS GASTOS COM ENERGIA ELÉTRICA E COMBUSTÍVEL NO CUSTO TOTAL POR SETOR EM 2010 EXPLICITAM O ESTRAGO DO AUMENTO > DE 50% NAS TARIFAS DO SETOR OCORRIDO EM 2015 Fonte: Bradesco DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 14 DESAFIOS PARA A RETOMADA DO CRESCIMENTO A SITUAÇÃO ATUAL DO PAÍS FORTE RETRAÇÃO DA ATIVIDADE INDUSTRIAL CÂMBIO VOLÁTIL E EM NOVO PATAMAR DESAQUECIMENTO ALCANÇA O VAREJO AJUSTE FISCAL DIFÍCIL INTENSIFICAÇÃO DAS DEMISSÕES FALTA DE CONFIANÇA DOS EMPRESÁRIOS INFLAÇÃO ACIMA DO TETO DA META BAIXA EXPECTATIVA DE INVESTIMENTO CRISE POLÍTICA APROFUNDANDO DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 16 HÁ UM CENÁRIO DE PREÇOS DE COMMODITIES EM QUEDA, COM PROBLEMAS NA CHINA E NA GRÉCIA Índice de commodities e subíndices calculados pelo FMI DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 17 OS INVESTIMENTOS PREVISTOS ESTÃO AMEAÇADOS Setores selecionados (R$ bilhões) Setores Realizado Previsto Média anual Part. % 2010-2013 2015-2018 Realizado Realizado Total 3.503 4.101 876 100,0 Indústria 1.060 1.243 265 30,3 358 44 58 20 22 20 22 8 4 58 41 191 102 112 509 40 59 21 22 12 28 13 12 49 25 192 141 120 90 11 15 5 6 5 6 2 1 15 10 48 26 28 10,2 1,3 1,7 0,6 0,6 0,6 0,6 0,2 0,1 1,7 1,2 5,5 2,9 3,2 164 810 1.469 264 963 1.631 41 203 367 4,7 23,1 41,9 Petróleo e gás Extrativa mineral Automotivo Papel e celulose Indústria química Siderurgico Complexo eletrônico Complexo indust da saúde Aeroespacial Alimentos Sucroenergético Eletrico Telecomunicações Demais da indústria Infraestrutura Residências Agroindústria e serviços DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística A indústria de óleo e gás era responsável por 10% da FBCF e por 1/3 dos investimentos do setor industrial mas vai cortar, em 2015, cerca de 40% do investimento previsto 18 HÁ FORTE DETERIORAÇÃO DA CONFIANÇA E DAS EXPECTATIVAS (PRÓXIMOS 6 MESES) Em pontos – acima de 50 pontos indica otimismo DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 19 AVALIAÇÃO DO GOVERNO DILMA Percentual (%) de respostas Fonte: CNI DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 20 AS PRIMEIRAS INTENÇÕES DA NOVA EQUIPE ECONÔMICA SÃO POBRES E INSUFICIENTES Crédito financeiro do PIS/COFINS Nova rodada do Programa de Concessões AGENDA Plano Nacional de Exportação Reforma do ICMS Desburocratização Fortalecimento dos mercados de capitais Fonte: CNI DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 21 CONSIDERAÇÕES FINAIS • Caso tudo dê certo no modelo proposto: • Ajuste fiscal e monetário ocorre dentro do prometido e ajuda a reestabelecer a credibilidade • Inflação vai ser alta em 2015 e 2016, mas o centro da meta deverá ser alcançado em 2017 • Juros permanecerão altos e Plano crédito mais difícil, porém a elevada Nacional de Exportação liquidez internacional deve manter o fluxo de crédito • Recessão de 2015 muda para modesto crescimento em 2016, Reforma do ICMS mercado de trabalho piora. • As condições climáticas melhoram em 2015/2016 afastando riscos Desburocratização de desabastecimento de água e energia. • A crise política reflui DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística Fortalecimento dos mercados de capitais 22 CONSIDERAÇÕES FINAIS • Mesmo neste caso os resultados não serão brilhantes: Plano Nacional de Exportação Reforma do ICMS Desburocratização Fonte: BCB. Relatório Focus 10/07/2015 DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística Fortalecimento dos mercados de capitais 23 CONSIDERAÇÕES FINAIS: O QUE FAZER PARA RETOMAR O CRESCIMENTO A PARTIR DE 2016 1. Aumentar o ajuste fiscal via redução de custos / subsídios / incentivos / regimes especiais. 2. Ajustar o real para um câmbio em torno de R$/US$ 3,60, hoje, e mantêlo competitivo* 3. Reduzir rapidamente a Selic para IPCA + 1% à medida que avança o equilíbrio nominal das contas públicas Plano Nacional de Exportação 4. Reduzir Spread dos juros de mercado ao nível médio dos países emergentes através da eliminação da do cunha Reforma ICMS fiscal, da redução do compulsório e fim da sua remuneração e maior concorrência 5. Reduzir custos para a produção eDesburocratização investimentos 6. Eliminar indexações e levar a inflação para a meta em dois a três anos * O câmbio competitivo pressupõe uma desvalorização adicional maior que 10% dodos real em relação à cesta moedas Fortalecimento mercados dedecapitais representativas de nossas exportações DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 24 CONSIDERAÇÕES FINAIS: O QUE FAZER PARA RETOMAR O CRESCIMENTO A PARTIR DE 2016 CURTO PRAZO • Desvalorizar o Real e conter a inflação MÉDIO PRAZO FISCAL • Tornar o ajuste permanente e estrutural • Realizar o superávit primário de 1,2% Plano Nacional dereformas Exportação sem aumento de impostos • Avançar nas politica, tributaria e previdenciária do ICMS • Administrar a crise politica sem criseReforma • Aprimorar a gestão publica e o institucional ambiente microeconômico • Superar os episódios de corrupção Desburocratização • Desindexar a economia, e reduzir sem liquidar as empresas continuamente o “Custo Brasil”. Fortalecimento dos mercados de capitais DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística 25 DCEE – Departamento de Competitividade, Economia e Estatística