Procedimento Opera- cional Padrão

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TEF
Procedimento Operacional Padrão
POP/UNIDADE DE REABILITAÇÃO/010/2015
Fisioterapia em Pacientes Pediátricos
com Asma
Versão 1.0
UNIDADE DE
REABILITAÇÃO
Procedimento Operacional
Padrão
POP/UNIDADE DE REABILITAÇÃO/010/2015
Fisioterapia em Pacientes Pediátricos com Asma
Versão 1.0
® 2015, Ebserh. Todos os direitos reservados
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh
www.Ebserh.gov.br
Material produzido pela Unidade de Reabilitação do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do
Triângulo Mineiro / Ebserh
Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte e sem fins comerciais.
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ministério da Educação
POP: Fisioterapia em pacientes pediátricos com asma - Unidade de Reabilitação do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo
Mineiro – Uberaba: EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, 2015. 14p.
Palavras-chaves: 1 – POP; 2 – Técnicas; 3 – Respiratória.
EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES – EBSERH
HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
Avenida Getúlio Guaritá, nº 130
Bairro Abadia | CEP: 38025-440 | Uberaba-MG
Telefone: (034) 3318-5200 | Sítio: www.uftm.edu.br
ALOIZIO MERCADANTE OLIVA
Ministro de Estado da Educação
NEWTON LIMA NETO
Presidente da Ebserh
LUIZ ANTÔNIO PERTILI RODRIGUES DE RESENDE
Superintendente do HC-UFTM
AUGUSTO CÉSAR HOYLER
Gerente Administrativo do HC-UFTM
DALMO CORREIA FILHO
Gerente de Ensino e Pesquisa do HC-UFTM
DANIEL FERREIRA DA CUNHA
Gerente de Atenção à Saúde do HC-UFTM
JUVERSON ALVES TERRA JUNIOR
Chefe do Setor de Apoio Terapêutico do HC-UFTM
RENATA DE MELO BATISTA
Chefe da Unidade de Reabilitação do HC-UFTM
EXPEDIENTE
Unidade de Reabilitação do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo
Mineiro
Produção
HISTÓRICO DE REVISÕES
Data
Versão
Descrição
Gestor do POP
Autor/responsável por
alterações
03/09/2015
1.0
Trata da padronização da assistência fisioterapêutica aos pacientes pediátricos com Asma
Renata de Melo Batista
Rodrigo Leonardo Barcelos de Almeida
SUMÁRIO
OBJETIVO ...................................................................................................................................6
GLOSSÁRIO ...............................................................................................................................6
APLICAÇÃO ...............................................................................................................................6
I.
INFORMAÇÕES GERAIS ..............................................................................................7
Introdução...................................................................................................................................7
Fisiopatologia...............................................................................................................................8
Objetivos .....................................................................................................................................9
Indicações .................................................................................................................................10
II.
DESCRIÇÃO DAS TAREFAS ........................................................................................10
Fisioterapia....................................................................................................................................10
REFERENCIAIS TEÓRICOS.......................................................................................................13
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OBJETIVO
Padronizar entre os membros da equipe de fisioterapia a assistência fisioterapêutica ao
paciente pediátrico com asma.
GLOSSÁRIO
AAP – Academia Americana de Pediatria
AVDs – Atividades de vida diária
DF – Distrito Federal
Ebserh – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
Ed. - Edifício
OMS – Organização Mundial de Saúde
p. - Página
POP – Protocolo Operacional Padrão
UTI – Unidade de Terapia Intensiva
PCO2 – Pressão Parcial de Dióxido de Carbono
VEF1 – Volume Expiratório Forçado no 1º minuto
CVF – Capacidade Vital Forçada
PFE – Pico de Fluxo Expiratório
APLICAÇÃO
UTI Neonatal e Pediátrica
Enfermaria de Pediatria
Berçário
Pronto-socorro Infantil
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I.
INFORMAÇÕES GERAIS
Introdução
A asma pode ser definida como uma doença inflamatória crônica pulmonar, caracterizada
por hiperreatividade das vias aéreas inferiores e limitação variável ao fluxo aéreo, sendo reversível ou não, com o uso de medicamentos, como os broncodilatadores. Ela resulta de uma interação entre fatores genéticos, exposição ambiental e alguns fatores específicos que levam ao desenvolvimento e à manutenção dos sintomas.
Na presença de crises asmáticas ocorre broncoconstrição, edema de mucosa, aumento da
permeabilidade vascular, hipersecreção, descamação epitelial e processo inflamatório. Sua etiologia é multifatorial, determinada pela interação de fatores genéticos e ambientais, resultando no
estreitamento dos brônquios. As crises de broncoespasmo são desencadeadas por alguns alérgenos inalatórios (ou injetáveis), por infecção respiratória (principalmente virótica), estímulos físicos (esforço excessivo) e por fatores emocionais.
O quadro clínico é caracterizado por episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto
no peito e tosse à noite e ao despertar. Em crianças os sintomas mais comuns são a tosse, sibilos
e aperto no peito, com notável piora durante a atividade física.
O diagnóstico é essencialmente clínico, orientado pela anamnese e exame físico cuidadoso. Os
critérios para o diagnóstico da asma são: a) Sintomas: dispnéia, sibilância, tosse, “aperto no peito”; b) Padrão: episódico ou variável freqüentemente com piora noturna; c) Desencadeantes: exercício, inalação de ar frio, exposição a alergênicos, infecção viral das vias aéreas superiores,
ingestão de antiinflamatórios não esteróides ou sulfitos; d) Avaliação funcional: obstrução variável; e) Presença de hiperresponsividade das vias aéreas: teste de broncoprovocação positivo. A
abordagem diagnóstica da asma depende da idade do paciente.
Nos pacientes menores de seis anos, o diagnóstico baseia-se na história clínica detalhada e no
exame físico minucioso. Os exames complementares, nessa faixa etária, são importantes para
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excluir outras doenças o como refluxo gastroesofágico, fibrose cística, malformações, sinusites e
infecções virais. Na idade escolar, as provas de função pulmonar, a espirometria e a medida do
fluxo de pico expiratório (PFE) ajudam a avaliar o grau de obstrução brônquica e facilitam o diagnóstico.
O diagnóstico da asma em crianças é difícil, considerando-se que as medidas de função pulmonar nem sempre são possíveis de serem feitas e que nem todas as crianças que chiam nos primeiros anos de vida, sãos asmáticas. Por esse motivo o diagnóstico da asma em crianças deve ser
basicamente clinico. A Espirometria é um teste para diagnóstico diferencial, onde a obstrução
das vias aéreas é caracterizada por redução de VEF1 sendo inferior a 80% do previsto e da relação com VEF1/CVF sendo inferior a 75%.
Segundo o III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma, esta doença pode ser classificada quanto
à gravidade em intermitente e persistente (leve, moderada e grave) e sua avaliação é feita segundo a freqüência e intensidade dos sintomas e a função pulmonar.
Tabela 1: Classificação da asma quanto à gravidade
Classificação
Sintomas diurnos
Intermitente
Persistente leve
PFE ou VFE1
Variabilidade PEF
Nenhum ou <2 vezes < 2/mês
na semana
>80%
<20%
3-4/semana
3-4/mês
>80%
20%-30%
Persistente modera- Diariamente
da
>5/mês
>60% e <80%
>30%
Persistente grave
Freqüente
<60%
>30%
Contínuos
Sintomas noturnos
Fonte: III Congresso Brasileiro no Manejo da Asma, 2002.
Fisiopatologia da Asma Brônquica
A conseqüência da alteração fisiopatológica da asma é a obstrução brônquica ao fluxo
aéreo que aumenta a resistência das vias respiratórias e, consequentemente, o trabalho muscular
respiratório, podendo levar à fadiga muscular e causar dispnéia.
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Durante a crise asmática, o espasmo, o edema e a hipersecreção são os fatores responsáveis pela
obstrução brônquica com prejuízo nas duas fases da respiração. Enquanto a inspiração se torna
rápida e superficial, a expiração é longa e ineficaz, levando a hiperinsuflação pulmonar. Ocorre
alteração da mecânica ventilatória com rebaixamento das cúpulas diafragmáticas, redução do seu
trajeto durante os movimentos respiratórios prejudicando a ventilação basal. A caixa torácica adota uma atitude em inspiração, com diminuição da mobilidade costal. Em vista das alterações
citadas, entram em ação os músculos acessórios da respiração (trapézio, peitorais e esternocleidomastóideos), caracterizando a respiração torácica superior, que leva a um grande consumo de
energia levando o asmático à exaustão. O esforço muscular posto em jogo demanda de um maior
consumo de oxigênio para manter a atividade metabólica, porém faz de tal forma que a PCO2 e a
acidose respiratória conseqüentemente piorem ao invés de melhorarem.
Por causa da dificuldade ao expirar o ar contido nos pulmões, a capacidade residual funcional e o
volume residual aumentam muito durante uma crise de asma. Se a doença persiste ao longo de
muitos anos, a caixa torácica fica permanentemente aumentada de volume, resultando no “tórax
em barril” e a capacidade funcional residual e o volume residual ficam permanentemente aumentados. As crises de asma são episódicas, mas a inflamação das vias aéreas está cronicamente presente. Mesmo no paciente com asma leve, podem ser identificados marcadores da presença de
inflamação das vias aéreas. Por isso, considera-se a asma uma doença crônica que requer tratamento prolongado.
Objetivos:

Minimizar sua intensidade e promover o controle respiratório, quando nos períodos
intercrise, para oferecer orientações ao paciente, manter a permeabilidade da via aérea e
adequar à ventilação pulmonar;

Aliviar o broncoespasmo, ajudar na remoção de secreções, melhorar o padrão respiratório
e treinar posturas específicas para controlar a dispnéia;

Evitar os efeitos colaterais dos medicamentos utilizados para o seu tratamento, prevenir o
desenvolvimento de obstrução irreversível das vias aéreas e prevenir a mortalidade por asma;
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
Reabilitação funcional respiratória, através da execução adequada de exercícios que
atuam na mobilidade dos músculos respiratórios, exercícios ritmados com a respiração bem
como a adoção de posturas que exercem ação facilitadora e corretiva da ventilação pulmonar;
 Melhorar endurance e força dos músculos respiratórios;
 Otimizar o sistema de umidificação para obter adequada viscosidade de secreções;
 Correção e prevenção de deformidades e contraturas;
 Avaliar padrão respiratório e das características da crise (início, reação do doente e familiares,
postura assumida pela criança);
 Reeducação postural;
Indicações
Pacientes com relato de um ou mais dos seguintes sintomas: dispnéia, tosse crônica, aperto no peito ou desconforto torácico, particularmente à noite ou nas primeiras horas da manhã.
Espirometria com redução de VEF1 inferior a 80% do previsto, e da relação VEF1/CVF
inferior a 75%.
II.
DESCRIÇÃO DAS TAREFAS
Fisioterapia
A avaliação e o tratamento fisioterapêutico da criança com asma é baseado na situação
clinica do momento. Dentre os principais pontos a serem considerados na avaliação, devem-se
determinar o padrão ventilatório e a expansibilidade torácica, investigar a presença ou acúmulo
de secreções brônquicas, observar os distúrbios posturais e investigar a qualidade de vida.
Os objetivos gerais das principais técnicas utilizadas são a desobstrução brônquica, a melhora da expansibilidade torácica, a reeducação postural, o reequilibrio muscular e a reabilitação
e o condicionamento físico.
Técnicas de Desobstrução Brônquica:
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- Drenagem Postural: Nessa técnica a ação da gravidade atua auxiliando o deslocamento de secreções periféricas para regiões proximais do pulmão. O uso do posicionamento como forma de
drenagem baseia-se na anatomia da árvore brônquica. Adotando-se a postura invertida do segmento pulmonar acometido, a secreção é encaminhada para uma porção mais central, em que
será removida por meio de tosse ou aspiração. Geralmente está associada a outras técnicas como
vibração.
A posição de Trendelemburg não é utilizada na UTI Pediátrica devido à labilidade do paciente e
é contra indicada nos casos de refluxos gastroesofágico, fístula traqueoesofágica, hipertensão
intracraniana e desconforto respiratório do paciente.
- Tosse: A tosse é um mecanismo de defesa para remoção de secreções brônquicas e de corpos
estranhos das vias aéreas. Ela pode ser dirigida ou provocada. A tosse dirigida trata-se de um esforço de tosse voluntária que o fisioterapeuta obtém quando solicita à criança cooperante. A tosse provocada trata-se de uma tosse reflexa aplicada na criança pequena incapaz de cooperar e,
portanto, de realizar uma tosse ativa. É induzida pela estimulação dos receptores mecânicos situados na parede da traquéia extratorácica.
A criança é colocada em decúbito dorsal e desencadeada preferencialmente ao final da inspiração
ou no inicio da expiração por meio de uma breve pressão do polegar sobre o conduto traqueal em
sua saída torácica esternal (fúrcula esternal).
Para que a tosse seja eficaz a ponto de produzir altos fluxos inspiratórios, capazes de deslocar e
remover o muco das paredes das vias aéreas é necessário que haja o mínimo de integridade do
sistema respiratório.
Dessa forma é importante que se realize uma criteriosa avaliação da eficácia da tosse durante o
atendimento, a ponto de determinar a necessidade, ou não, de intervir de uma maneira mais invasiva, realizando a aspiração nasotraqueal.
Em crianças com menos de três anos de idade, em virtude da incapacidade de expectoração, as
secreções removidas pelo mecanismo da tosse são deglutidas pelo sistema gastrointestinal.
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Em crianças menores de 18 meses, a estimulação da fúrcula pode ser eficaz a ponto de induzir o
arcorreflexo da tosse, entretanto, nos neonatos esse procedimento não deve ser realizado, pois
seus efeitos negativos são mais relevantes do que a própria remoção da secreção.
Técnica da Expiração Forçada (TEF): Define-se como a combinação de uma ou duas
expirações forçadas ('huffs') de volume pulmonar médio a baixo e períodos de controle diafragmático e relaxamento. O objetivo desse método é promover a remoção de secreções brônquicas
acumuladas com a menor alteração da pressão pleural e menor probabilidade de colapso bronquiolar.
A glote deve manter-se aberta durante a técnica e, para isso, o paciente deve emitir sons
de "huff" durante a expiração. O "huff" é uma manobra forçada e a sua duração ou a força de
contração dos músculos expiratórios podem ser moduladas para ampliar o fluxo expiratório e
diminuir o risco de colapso das vias aéreas.
Um "huff" de volume pulmonar médio é realizado a partir de uma respiração média com
a boca e a glote abertas e o ar deve ser expulso dos pulmões pela ação dos músculos da parede
torácica e os abdominais.
Enquanto um "huff" de baixo volume pulmonar move secreções periféricas, um "huff" de
alto volume remove muco localizado nas partes proximais das vias aéreas superiores. Portanto,
quando necessário, o "huff" deve ser longo o bastante para descolar secreções mais distais, porém não deve se prolongar muito, o que causaria uma tosse paroxística desnecessária, ou mais
breve uma vez que as secreções já atingiram as vias aéreas superiores.
- Aceleração Fluxo Expiratório (AFE): Consiste em um movimento toracoabdominal sincronizado. O fisioterapeuta posiciona-se em pé ao lado do paciente, coloca uma mão sobre o tórax da
criança (entre a fúrcula esternal e a linha intermamária) e a outra sobre o abdome (em cima do
umbigo) e faz um movimento sincrônico aproximando as duas mãos do inicio ao fim da expiração.
A posição mais adequada em crianças é o decúbito dorsal elevado, pois evita o refluxo gastroesofágico. Pode ser dividida em aceleração do fluxo expiratório (AFE) rápido, progressão da secreção dos brônquios de médio para os de grande calibre, ou AFE lento, que mobiliza secreções
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dos pequenos brônquios até as vias aéreas periféricas, com expiração longa e não forçada inibindo fechamento precoce dos pontos de igual pressão (PIP).
- Vibração / Vibrocompressão: A vibração pode ser realizada manualmente ou por meio de aparelho especifico. A vibração manual consiste em movimentos oscilatórios empregados no tórax por meio de contração isométrica da musculatura do antebraço e deve ser realizada na fase
expiratória; entretanto, no recém-nascido não é possível aplicar a vibração somente durante a
expiração, devido à sua alta frequência respiratória.
A vibrocompressão associa essa vibração com compressão torácica. O fundamento da vibração
está vinculado à propriedade do muco de liquefazer-se durante a agitação, portanto, o emprego
desse recurso facilita a depuração da secreção.
Ciclo Ativo da Respiração: Controle respiratório através de respirações relaxadas ao
nível do volume corrente e predominantemente diafragmáticas com intuito de prevenção do
broncoespasmo; Os exercícios de expansão são inspirações profundas com expirações tranqüilas,
podendo estar acompanhadas por técnicas de vibração e percussão
Instrumentos de Oscilação de Alta Frequência:
Flutter: é um aparelho portátil formado por um bocal, um cone, uma bola de ácido inoxidável e uma tampa perfurada. A melhor posição para realizá-lo é sentado. O fisioterapeuta solicita uma inspiração profunda seguida de expiração. Durante a expiração a esfera vibra e produz
uma pressão expiratória oscilatória positiva de 20 a 25 cmH2O com o objetivo de melhorar a depuração mucociliar e a função pulmonar, o paciente deve manter bochechas contraídas para que
as ondas de pressão não sejam dissipadas na cavidade bucal.
Shaker: é um aparelho nacional portátil composto por um bocal, um cone, uma bola de
aço inoxidável e uma tampa perfurada. Apresenta o mesmo principio do Flutter. Há produção de
frenagem do fluxo respiratório por produzir curtas e sucessivas interrupções à passagem do fluxo, com pressão expiratória positiva de 10 a 18 cm H2O, permitindo uma repercussão oscilatória
produzida pelo resistor do aparelho com frequência de 9 a 18 Hz, que é transmitida à arvore
brônquica.
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Acapella: tem mecanismo baseado, também, na vibração com pressão oscilatória positiva
intrabrônquica durante a expiração. A diferença está na forma como acontece a oscilação, que é
realizada por um cone pivotante que possui uma válvula que regulará a resistência. O paciente
pode executar em qualquer posição; com frequência ajustável ou máscara. O Acapella pode ser
associado com nebulização para medicamentos em aerossol.
Todos esses dispositivos atuam como um monolítico físico, acentuando a tosse e deslocando as
secreções.
Exercícios Respiratórios e Técnicas Desinsuflativas:
Técnica Expiratória Manual Passiva (TEMP) ou Pressão Manual Torácica e Abdominal
(PMTA): É uma força exercida manualmente sobre uma parte do tórax e/ou abdômen com objetivo de aumentar o fluxo respiratório. A mão do terapeuta é colocada de forma plana sobre o tórax respeitando-se a mobilidade costal. No abdômen a mão apoia no sentido cranial para a elevação do diafragma ou no sentido descendente para reter a massa abdominal. Aplicar a técnica com
cautela, respeitando o ciclo respiratório para não modificá-lo, acarretando em hiperventilação ou
hipoventilação, sempre na fase expiratória.
Pressão Positiva Expiratória Final: O aparelho de PEP consiste em uma máscara facial e uma
válvula com uma saída para que a resistência expiratória possa ser conectada. Um manômetro é
inserido no sistema para monitorar a pressão. Esta técnica leva a um aumento na eliminação de
muco ao efeito da PEP nas vias aéreas periféricas e nos canais colaterais.
A terapia com pressão expiratória positiva consiste em realizar uma expiração contra uma
resistência ao fluxo compreendida entre 10 e 20 cmH2O. A PEP remove as secreções nas vias
aéreas maiores através da chegada de ar a segmentos pouco ou não ventilados pela ventilação
colateral e por prevenir o colapso das vias aéreas durante a expiração. Portanto, um aumento no
volume pulmonar faz com que o ar localizado atrás das secreções, que obstruem as pequenas vias, ajude a removê-las.
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Para a realização da técnica, o paciente deve estar sentado, inclinado para frente, com os
cotovelos apoiados sobre uma superfície estável e segurando a máscara firmemente sobre a boca
e o nariz. Um bucal pode ser usado no lugar da máscara, caso haja maior preferência, ou melhor,
adaptação do paciente.
Primeiramente, o indivíduo inspira em volume corrente e expira ativa e levemente em
torno de 6 a 10 respirações, sendo importante que o volume pulmonar se mantenha, evitando expirações completas. A máscara do PEP é removida, e uma TEF de médio volume é realizada no
intuito de eliminar as secreções mobilizadas.
A duração e a freqüência do tratamento dependem da reação de cada paciente à técnica,
mas equivale, de maneira geral, a 15 minutos por sessão, 2 vezes ao dia, em pacientes com doença pulmonar estável, mas com traços de hipersecreção.
Fortalecimento dos músculos expiratórios: Cinesioterapia respiratória descrita anteriormente focando a musculatura expiratória (MM Abdominais).
Alongamento dos músculos inspiratórios: Promovendo posicionamento adequado, além de alongamentos passivos, ativos e ativo-assistido da musculatura inspiratória (Diafragma,
Intercostais, Escalenos e musculatura acessória – Peitoral Maior e Menos, Trapézio, Serrátil Anterior e Esternocleidomastóideo)
Compressão e Descompressão torácica: Terapeuta coloca a mão na base inferior das últimas costelas do paciente. Enquanto o paciente expira o fisioterapeuta faz uma compressão torácica para dentro e para baixo, e posteriormente uma descompressão súbita quando o paciente inicia a inspiração. Isto gera uma elevação no fluxo da expiração e uma variação súbita de fluxo
durante a inspiração.
Freno Labial: Esse exercício tem como objetivo aumentar o VC e diminuir a freqüência
respiratória, melhorando a oxigenação por manutenção de pressão positiva nas vias aéreas. Paciente realiza inspiração nasal lenta e expiração contra a resistência dos lábios franzidos. Tempo
expiratório pode ser longo ou curto.
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Terapia de Expansão Pulmonar:
-Incentivadores Inspiratórios: São aparelhos que oferecem um estimulo visual
para o paciente, como forma de encorajá-lo a realizar uma inspiração máxima sustentada e alcançar a capacidade pulmonar total. A execução é feita com parte do volume residual seguido de
uma inspiração máxima até atingir a capacidade pulmonar total e aplicada no incentivador por
via oral, ativa e profunda, de inicio rápido e mantido no final, no qual ocorre o maior incremento
do trabalho ventilatório.
Após a inspiração máxima pode-se ou não realizar uma pausa inspiratória fora do bocal, que potencializa o ar intra-alveolar e ocorre maior ventilação colateral e o recrutamento de unidades
alveolares colapsadas.
Existem dois tipos de incentivadores: a fluxo e a volume.
O incentivador a fluxo consiste em uma ou mais câmaras plásticas que abrigam esferas semelhantes a bolas de pingue-pongue que se elevam em fluxos inspiratórios altos e turbulentos. O
utilizado no HC-UFTM é o Respiron.
O incentivador a volume consiste em um sistema de pistão em que um êmbolo ou disco deve ser
elevado até atingir a capacidade inspiratória máxima ou nível predeterminado. Esse tipo é mais
fisiológico, pois o volume de treinamento é mais constante e gera um fluxo menos turbulento
quando comparado com o incentivador a fluxo. O Voldyne é o utilizado no HC-UFTM.
-Máscara de Pressão Positiva nas Vias Aéreas (EPAP): Aparelho que consiste no uso de uma
máscara facial acoplada a uma válvula unidirecional em que resistores expiratórios podem ser
ajustados com a função de manter pressão positiva em toda a fase expiratória. Um manômetro
determina o nível de pressão positiva nas vias aéreas (PEP) correto entre a válvula e o resistor.
A sessão deve durar de 15 a 20 minutos. A PEP aumenta a oxigenação e a capacidade residual
funcional, melhora a complacência pulmonar, diminui o shunt pulmonar e auxilia na higiene
brônquica.
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- Respiração por Pressão Positiva Intermitente (RPPI): É uma pressão positiva aplicada na
fase inspiratória, por intermédio de uma máscara facial ou bocal, com a expiração retornando a
níveis de pressão atmosférica com ou sem retardo. A RPPI leva ao aumento da pressão alveolar
na inspiração, com o objetivo de aumentar a capacidade inspiratória.
O fisioterapeuta irá ajustar a pressão inspiratória máxima de acordo com cada paciente, a sensibilidade (que deve permitir o inicio da inspiração com esforço mínimo) e o fluxo (baixo a moderado para permitir um tempo inspiratório mais longo possível).
Terapias Posturais:
Reeducação Postural Global – RPG: - Este método utiliza o alongamento muscular ativo,
procurando alongar em conjunto os músculos estáticos antigravitários, os rotadores internos e os
inspiratórios. O método RPG descreve a presença de cinco cadeias musculares: cadeia posterior,
cadeia anterior do braço, cadeia ântero-interna do ombro, cadeia ântero-interna do quadril e cadeia inspiratória. Os músculos que compreendem a cadeia inspiratória são: escalenos, peitoral
menor, intercostais externos e o diafragma acompanhado. O encurtamento dessa cadeia leva ao
aumento do volume da caixa torácica em repouso, formando-se um tórax com grande diâmetro,
porém recebendo pequeno volume de ar corrente.
As posturas empregadas no método RPG visam corrigir retrações existentes nas diferentes cadeias e devem ser mantidas o máximo de tempo possível, uma vez que o tempo de manutenção é
proporcional ao ganho de alongamento.
O alongamento da cadeia muscular inspiratória pode ser feito nas posturas realizadas no solo,
como a "rã no chão" e a "rã no ar", que permitem melhor estabilidade dos pontos de inserção do
diafragma, sendo ideais para trabalhar o alongamento dessa cadeia.
Reequilíbrio Tóraco-abdominal – RTA:
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Tem o objetivo de recuperar o sinergismo entre o tórax e abdômen, melhorar a justaposição entre
o músculo diafragma e os arcos costais, aumentar o tônus e a força dos músculos respiratórios,
desempenhar com eficiência as funções inspiratórias e expiratórias, aumentando o volume corrente, melhorar a complacência pulmonar e diminuir a resistência expiratória.
O método utiliza-se de massagens miofasciais e musculares, fortalecimento e alongamento dos
músculos respiratórios acessórios, fortalecimento e facilitação do músculo diafragma, estimulação tátil e proprioceptiva e reestruturação do posicionamento articular normal.
Treinamento Muscular Inspiratório – TMI:
Threshold IMT é um aparelho na forma de um cilindro plástico transparente, contendo,
em uma das extremidades, uma válvula de spring load que se mantém fechada pela pressão positiva de uma mola e, na outra extremidade, um bocal. A válvula bloqueia o fluxo aéreo até que o
paciente gere pressão inspiratória suficiente para vencer a carga imposta pela mola.
O Treinamento da musculatura Inspiratória com Treshould é realizado através da imposição da resistência inspiratória regulável com o objetivo de trabalhar a endurance dos músculos
inspiratórios. Este treinamento é realizado em 3 séries com 10 inspirações, com intervalos de 60
segundos entre as séries, podendo ser iniciado com valor de 40% da PiMáx, elevando se gradualmente até 100% da PiMáx ou o valor da pressão máxima do Threshould IMT (41cmH2O).
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REFERENCIAIS TEÓRICOS
3ª Jornada Interdisciplinar em saúde - Considerações Gerais Sobre Crianças Asmáticas. Promovendo Saúde na Contemporaneidade: desafios de pesquisa, ensino e extensão Santa Maria, RS,
08 a 11 de junho de 2010.
Intervenção Fisioterapêutica na Criança com Asma, GONÇALVES, Renata Maba; ALBUQUERQUE, Yessa do Prado; FERREIRA, Letícia Goulart; ASSUMPÇÃO, Maíra Seabra de;
BOBBIO, Tatiana Godoy; SCHIVINSKI, Camila Isabel Santos
Principais técnicas fisioterapêuticas utilizadas no tratamento da criança asmática – revisão - Revista de Pediatria SOPERJ - v.7, no 1, p4-9, abril 2006.
Treinamento muscular inspiratório e exercícios respiratórios em crianças asmáticas, Jornal de
Brasileiro de Pneumologia – vol.34 no.8 São Paulo Agosto 2008.
Fisioterapia Respiratória em Pediatria e Neonatologia / SARMENTO, George Jerre Vieira;
CARVALHO, Fabiane Alves de; PEIXE, Adriana de Arruda Falcão – Barueri, SP: Manole,
2007. 36 – 60 p; 357 – 381p.
Fisioterapia Respiratória Pediátrica / POSTIAUX, Guy – Porto Alegre, RS: Artmed, 2000. 198 –
199 p; 135 – 226 p.
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HOSPITAL DE CLÍNICAS
DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DO TRIÂNGULO MINEIRO
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