PORTUGUÊS Prof. Valladares 1. Por que os pronomes oblíquos têm esse nome e quais as regras para utilizá-los? As expressões “pronome oblíquo” e “pronome reto” são oriundas do latim (casus obliquus e casus rectus). Elas eram usadas para classificar as palavras de acordo com a função sintática. Quando estavam como sujeito, pertenciam ao caso reto. Se exerciam outra função (exceto a de vocativo), eram relacionadas ao caso oblíquo, pois um dos sentidos da palavra oblíquo é “não é direito ou reto”. Os pronomes pessoais da língua portuguesa seguem o mesmo padrão: os que desempenham a função de sujeito (eu, tu, ele, nós, vós e eles) são os pessoais do caso reto; e os que normalmente têm a função de complementos verbais (me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, os, a, as, lhe, lhes, se, si, consigo, nos, conosco, vos e convosco) são os do caso oblíquo. NOVA ESCOLA. Coluna “Na dúvida”, dez. 2008, p. 20. Na descrição dos pronomes, estão implícitas regras de utilização adequadas para situações que exigem linguagem formal. A estrutura que está de acordo com as regras apresentadas no texto é: a) Eu observei ela. d) Traga tinta para mim pintar. b) Eu a vi no quarto. e) Esse acordo é entre eu e você. c) Traga a tinta para eu. 2. VERÍSSIMO, L. F. As cobras em: Se Deus existe que eu seja atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM, 1997. (Foto: Reprodução/Enem) a) b) c) d) e) O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com relação ao uso de pronome pessoal reto, em vez de pronome oblíquo. De acordo com a norma-padrão da língua, esse uso é inadequado, pois contraria o uso previsto para o registro oral da língua. contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e objeto. gera inadequação na concordância com o verbo. gera ambiguidade na leitura do texto. apresenta dupla marcação de sujeito. 3. Aumento do efeito estufa ameaça plantas, diz estudo. O aumento de dióxido de carbono na atmosfera, resultante do uso de combustíveis fósseis e das queimadas, pode ter consequências calamitosas para o clima mundial, mas também pode afetar diretamente o crescimento das plantas. Cientistas da Universidade de Basel, na Suíça, mostraram que, embora o dióxido de carbono seja essencial para o crescimento dos vegetais, quantidades excessivas desse gás prejudicam a saúde das plantas e têm efeitos incalculáveis na agricultura de vários países. O Estado de São Paulo, 20 set. 1992, p.32. 15. a) b) c) d) e) O texto possui elementos coesivos que promovem sua manutenção temática. A partir dessa perspectiva, conclui-se que a palavra “mas”, na linha 3, contradiz a afirmação inicial do texto: linhas 1 e 2. B)a palavra “embora”, na linha 4, introduz uma explicação que não encontra complemento no restante do texto. as expressões: “consequências calamitosas”, na linha 2, e “efeitos incalculáveis”, na linha 6, reforçam a ideia que perpassa o texto sobre o perigo do efeito estufa. o uso da palavra “cientistas”, na linha 3, é desnecessário para dar credibilidade ao texto, uma vez que se fala em “estudo” no título do texto. a palavra “gás”, na linha 5, refere-se a “combustíveis fósseis” e “queimadas”, nas linhas 1 e 2, reforçando a ideia de catástrofe. 1 4. Pronominais Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro “Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar, despreocupada, ou na língua escrita quando se deseja reproduzir a fala dos personagens (...). ” CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: Nacional, 1980. ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988. Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar que ambos: a) condenam essa regra gramatical. b) acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra. c) criticam a presença de regras na gramática. d) afirmam que não há regras para uso de pronomes. e) relativizam essa regra gramatical. Leia o texto abaixo: Já na segurança da calçada, e passando por um trecho em obras que atravanca nossos passos, lanço à queima-roupa: — Você conhece alguma cidade mais feia do que São Paulo? — Agora você me pegou, retruca, rindo. Hã, deixa eu ver... Lembro-me de La Paz, a capital da Bolívia, que me pareceu bem feia. Dizem que Bogotá é muito feiosa também, mas não a conheço. Bem, São Paulo, no geral, é feia, mas as pessoas têm uma disposição para o trabalho aqui, uma vibração empreendedora, que dá uma feição muito particular à cidade. Acordar cedo em São Paulo e ver as pessoas saindo para trabalhar é algo que me toca. Acho emocionante ver a garra dessa gente. R. Moraes e R. Linsker. Estrangeiros em casa: uma caminhada pela selva urbana de São Paulo. National Geographic Brasil. Adaptado. 5. Ao reproduzir um diálogo, o texto incorpora marcas de oralidade, tanto de ordem léxica, caso da palavra “garra”, como de ordem gramatical, da mesma maneira que: a) “lanço à queima-roupa”. b) “Agora você me pegou”. c) “deixa eu ver”. d) “Bogotá é muito feiosa”. e) “é algo que me toca”. 6. “Talvez eu tivesse encontrado a história que todos nós procuramos nas páginas dos livros e nas telas dos cinemas: uma história na qual as estrelas e eu éramos os protagonistas. “ a) b) c) d) Na frase acima, o autor procura delimitar um sentido para a palavra história por meio dos trechos destacados. Esses trechos apresentam uma formulação do seguinte tipo: exemplificação particularização modalização dedução 7. “nada poderia evitar a reincidência daquela cena tantas vezes contada na história do amor, que é a história do mundo.” a) b) c) d) O trecho sublinhado reformula uma expressão anterior. Essa reformulação explicita a seguinte relação de sentido: enumeração generalização exemplificação particularização 2 8. Adorei a pergunta, darling!Tem muita gente que não sabe se comportar no elevador do prédio onde mora nem no da empresa em que trabalha. Anote as minhas dicas para o bom convívio de todos: entre a saia rapidamente (nada de segurar a porta para terminar o bate-papo com a sua amiga); ao embarcar, cumprimente os que já estão presentes; encerre a conversa com o seu colega ao lado ou no celular antes de entrar; não entre se o elevador estiver cheio (o ambiente fi ca insuportável para todos); espere para embarcar, pois a preferência é sempre de quem está desembarcando; se você sair com o seu pet ou carregar objetos grandes,espere até que ele esteja vazio ou use as escadas. Ana Maria Maria, 20 jan. Nas regras de etiqueta, a linguagem coloquial promove maior proximidade do leitor com o texto. Um recurso para a produção desse efeito constitui um desvio à variedade padrão da língua portuguesa. Trata-se do uso de palavras estrangeiras, como “darling” e “pet”, pois afrontam a identidade nacional. do verbo “ter”, que foi utilizado em lugar de “haver”com o sentido de “existir”. da forma verbal “adorei”, uma expressão exagerada de emoção e sentimento. do modo imperativo, típico das conversas informais. do substantivo “bate-papo”, que é uma gíria inadequada para regras de etiqueta. a) b) c) d) e) 9. Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena a) b) c) d) e) Mar português Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. PESSOA, F. Mensagens. São Paulo: Difel, 1986. Nos versos 1 e 2, a hipérbole e a metonímia foram utilizadas para subverter a realidade. Qual o objetivo dessa subversão para a constituição temática do poema? Criar um fato ficcional ao comparar o choro das mães ao choro da natureza. Potencializar a importância dos feitos lusitanos durante as grandes navegações. Relacionar os sons do mar ao lamento dos derrotados nas batalhas do Atlântico. Reconhecer as dificuldades técnicas vividas pelos navegadores portugueses. Atribuir as derrotas portuguesas nas batalhas às fortes correntes marítimas. 10. No 1º verso do poema, há a interpelação direta a um ser inanimado a quem são atribuídos traços humanos. Assinale a alternativa que designe adequadamente as figuras de linguagem que expressam esses conceitos. a) Metáfora e prosopopeia. b) Metonímia e apóstrofe. c) Apóstofre e prosopopeia. d) Redundância e metáfora. e) Redundância e prosopopeia. 11. Ave a raiva desta noite A baita lasca fúria abrupta Louca besta vaca solta Ruiva luz que contra o dia Tanto e tarde madrugada. LEMINSKI, P. Distraídos venceremos. São Paulo: Brasiliense, 2002 (fragmento). a) b) c) d) No texto de Leminski, a linguagem produz efeitos sonoros e jogos de imagens. Esses jogos caracterizam a função poética da linguagem, pois objetivam convencer o leitor a praticar uma determinada ação. transmitem informações, visando levar o leitor a adotar um determinado comportamento. c) visam provocar ruídos para chamar a atenção do leitor. apresentam uma discussão sobre a própria linguagem, explicando o sentido das palavras. representam um uso artístico da linguagem, com o objetivo de provocar prazer estético no leitor. 3 12. Canção do vento e da minha vida O vento varria as folhas, O vento varria os meses O vento varria os frutos, E varria os teus sorrisos... O vento varria as flores... O vento varria tudo! E a minha vida ficava E a minha vida ficava Cada vez mais cheia Cada vez mais cheia De frutos, de flores, de folhas. De tudo. BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José [...] Aguilar, 1967 O vento varria os sonhos E varria as amizades... O vento varria as mulheres... E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De afetos e de mulheres. a) b) c) d) e) Na estruturação do texto, destaca-se a construção de oposições semânticas. a apresentação de ideias de forma objetiva. o emprego recorrente de figuras de linguagem, como o eufemismo. a repetição de sons e de construções sintáticas semelhantes. a inversão da ordem sintática das palavras. 13. Oximoro, ou paradoxismo, é uma figura de retórica em que se combinam palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas que, no contexto, reforçam a expressão. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. a) b) c) d) e) Considerando a definição apresentada, o fragmento poético da obra Cantares, de Hilda Hilst, publicada em 2004, em que pode ser encontrada a referida figura de retórica é: “Dos dois contemplo rigor e fixidez. Passado e sentimento me contemplam” (p. 91). “De sol e lua De fogo e vento Te enlaço” (p. 101). “Areia, vou sorvendo A água do teu rio” (p. 93). “Ritualiza a matança de quem só te deu vida. E me deixa viver nessa que morre” (p. 62). “O bisturi e o verso. Dois instrumentos entre as minhas mãos” (p. 95) Texto: Considere os seguintes trechos de A Hora da Estrela: Embora a moça anônima da história seja tão antiga que podia ser uma figura bíblica. Ela era subterrânea e nunca tinha tido floração. Minto: ela era capim. Se a moça soubesse que minha alegria também vem de minha mais profunda tristeza e que a tristeza era uma alegria falhada. Sim, ela era alegrezinha dentro de sua neurose. Neurose de guerra. 14. a) b) c) d) e) Neles predominam, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem: inversão e hipérbole. pleonasmo e oxímoro. metáfora e antítese. metonímia e metáfora. eufemismo e antítese. 4