TEMAS LIVRES DO 51º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA 9º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO – 1º CONGRESSO DE DOR DA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA A BRADICARDIA, HIPOTENSÃO ARTERIAL EM PACIENTE BETA BLOQUEADO APÓS INDUÇÃO EM CIRURGIA BARIÁTRICA. RELATO DE CASO Dirce de Abreu, Nelson Unzer S Fº *, Jose Mauricio P Assef, Rogério M da Silva CET/SBA da Sta. Casa de Marília - Santa Casa de Misericórdia de Marília Rua dos Ônix no 438 CEP 17516 -210 - Marília-SP Introdução - As drogas utilizadas pelo paciente no pré-operatório podem interagir com os anestésicos e coadjuvantes. É necessário, portanto avaliar criteriosamente as drogas que vão ser utilizadas na anestesia. Relato do Caso - Paciente de sexo feminino, 58 anos de idade, 123 kg, altura 1.58 m, IMC 50, foi programada para gastroplastia redutora não laparoscópica. Tinha antecedente de HAS, tratada com 50 mg/dia de hidroclorotiazida, 50 mg/dia de atenolol, e 100 µg/dia de levotiroxina sódica para hipotireiodismo. No pré operatório apresentava FC de 52 bpm, PA120 x 70 mmHg, oximetria de 95% de sat Hb. Aindução foi feita com 5 mg de diazepam, 250 µg de fentanil e 200 mg de propofol em bolus, 100 mg de succinilcolina, intubada e conectada ao ventilador. Após esses procedimentos houve diminuição da freqüência cardíaca para 30 BPM e diminuição da PA para 80 x 40 mmHg. Tratada com 1,5 mg de atropina, houve aumento da FC para 58 bpm, porem apareceram extrassístoles ventriculares no cardioscópio que foram tratadas com lidocaína IV sem sucesso. Administrou-se 6 mg de pancurônio e optou-se pela suspensão da cirurgia. Foi enviada para UTI onde após 4 hr foi extubada com FC de 60 e sem extrassístoles. Evoluiu bem porem desistiu da cirurgia. Discussão - Apaciente recebeu na indução da anestesia três drogas que por si só podem determinar diminuição da freqüência cardíaca: fentanil, succinilcolina, e também o propofol quando administrado em “bolus”. Alie-se a isso o fato da paciente estar fazendo uso de beta bloqueador que certamente contribuiu para a diminuição da FC. Referências - 01. Barash PG et al Anestesia Clínica, 4th Ed, São Paulo, Editora Manole, 2004;333-338 e 357 e 422. B EDEMA AGUDO DE PULMÃO APÓS AMIGDALECTOMIA. RELATO DE CASO Nelson Unzer S Fº *, José Maurício P Assef, Edson A R Silva Fº, Tatiane G T Silva CET/SBA da Sta. Casa de Marília - Santa Casa de Misericórdia de Marília Rua dos Ônix no 438 CEP 17516 -210 - Marília-SP Introdução - Existem drogas e situações que podem levar a edema agudo de pulmão mesmo em pacientes sem problemas cardíacos. O laringoespasmo e o uso do naloxona estão entre essas condições. Relato do Caso - Paciente com 24 anos, cerca de 80 kg, hipertenso, utilizando captopril para tratamento de HAS, ECG dentro dos limites da normalidade. Na história pregressa apresentava roncos noturnos intensos com episódios de despertar freqüente durante o sono. Amígdalas hipertrofiada 4+/4. MPA midazolam (15 mg) vo. Anestesia induzida com propofol, fentanil e succinilcolina; mantida com O 2 , isoflurano, N2 O e pancurônio. Cirurgia sem intercorrências. Após a extubação, apresentou dificuldade respiratória e iniciou diminuição progressiva na saturação da Hb. Reintubado sob ação de atropina, diazepam, succinilcolina com sonda Portex® 8,5 pela qual foi aspirada grande quantidade de secreção rósea e espumosa característica. Ventilado com O 2 com o que melhorou a saturação para 90%. Encaminhado para UTI onde recebeu assistência respiratória e diuréticos. Alta da UTI após dois dias e hospitalar a seguir sem seqüelas. Discussão - Na literatura existem inúmeros relatos de edema pulmonar não cardiogênico, após laringoespasmo, em geral em homens, fortes. Esse edema seria causado pela pressão negativa devido à obstrução aguda e grave das vias aéreas. Também é mais comum no pós-operatório de adenotonsilectomia de grande tamanho. Alem desses fatores citados, foi utilizado naloxona que é citada como causadora de edema agudo, mesmo em doses terapêuticas. Referências - 01. Barash PG et al Anestesia Clínica, 4ª Ed, São Paulo, Editora Manole, 2004;368:991-993:1498; 02. Galvis AG et al - Pulmonary edema following relief of acute upper airway obstruction. Ann Otol, 1980;89:124. CBA 204 Revista Brasileira de Anestesiologia Vol. 54, Supl. Nº 33, Novembro, 2004