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CENTRO DE ESTUDOS DE TERAPIA COGNITIVO
COMPORTAMENTAL
NATÁLIA COSTA DOS SANTOS SILVA
INTERVENÇÃO DE TRATAMENTO EM TERAPIA
COGNITIVO COMPORTAMENTAL PARA MULHERES
COM TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL
São Paulo
2014
NATÁLIA COSTA DOS SANTOS SILVA
INTERVENÇÃO DE TRATAMENTO EM TERAPIA
COGNITIVO COMPORTAMENTAL PARA MULHERES
COM TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL
Monografia apresentada ao Centro de Estudo em
Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC) – Curso de
Especialização, para a obtenção do título de Especialista
em Terapia Cognitivo-Comportamental
Orientadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins
Coorientadora: Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon
São Paulo
2014
Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte.
SILVA, Natalia.
Intervenção de tratamento em terapia cognitivo comportamental para mulheres com transtorno disfórico
pré-menstrual / Natalia Costa dos Santos Silva, Eliana Melcher Martins, Renata Trigueirinho Alarcon – São
Paulo, 2014.
30 f + CD ROM
Trabalho de Conclusão de Curso (especialização) – Centro de Estudos em Terapia CognitivoComportamental (CETCC). 2014.
Orientação: Profª. Msc Eliana Melcher Martins
Coorientação: Profa. Dra Renata Trigueirinho Alarcon
1. TRANSTORNO DISFORICO PRÉ-MENSTRUAL. 2. SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL . 3.
SAUDE DA MULHER. I. Silva, Natalia . II. Martins, Eliana Melcher, orient III. Alarcon, Renata Trigueirinho.
IV. Intervenção de tratamento em terapia cognitivo comportamental para mulheres com transtorno disfórico prémenstrual.
Nome: Natalia Costa dos Santos Silva
Título: Intervenção de tratamento em terapia cognitivo comportamental para mulheres
com transtorno disfórico pré-menstrual.
Monografia apresentada ao Centro de Estudos em Terapia
Cognitivo-Comportamental como parte das exigências para
obtenção do título de Especialista em Terapia Cognitivo
Comportamental.
BANCA EXAMINADORA
Parecer: _______________________________________________________________
Orientadora: Profa. Msc. Eliana Melcher Martins _______________________________
Parecer: _______________________________________________________________
Coorientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon __________________________
São Paulo, ___ de __________________ de 2014
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu esposo Moisés Francisco
e à minha mãe Benedita Costa.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por tudo que Ele tem feito por mim, pela minha vida,
minha saúde, pelas oportunidades concedidas e, sobretudo por eu ser quem sou.
Ao meu esposo, Moisés Francisco que tem me incentivado e me ajudado nestes anos
que estamos juntos. A minha mãe, Benedita Costa que me ajudou ser quem sou, me educou,
me ensinou os valores da vida e pela sua presença em minha vida.
A orientadora Dra. Eliana Melcher Martins pela disponibilidade, aprendizagem,
incentivo constante e pela contribuição ao meu crescimento pessoal e profissional.
A minha coorientadora Dra. Renata Alarcon por seu apoio, paciência, dedicação e
especial atenção nas revisões e sugestões que foram fundamentais para a conclusão deste
trabalho.
Ao Élcio Martins por todo apoio e incentivo recebido.
EPÍGRAFE
“Não são as coisas que nos perturbam,
mas a visão que temos
dessas coisas”.
Epíctetos, I. d.c.
RESUMO
O transtorno disfórico pré-menstrual é caracterizado por alterações severas no humor da
mulher que ocorrem na semana anterior ao início da menstruação e cessa com o início do
fluxo menstrual. Além das alterações de humor os principais sintomas do TDPM são:
depressão, labilidade afetiva, ansiedade, irritabilidade, tensão e distúrbios do sono. Sem o
alívio desses sintomas, a mulher pode ter as suas relações no ambiente social, familiar,
profissional e escolar comprometidas a cada mês. O tratamento para o TDPM consiste em a
mulher administrar os sintomas por meio de mudanças no estilo de vida tais como:
reeducação alimentar, atividade física, administração de medicamentos e terapias. Nesse
sentido a terapia cognitivo comportamental visa ajudar paciente identificar o pensamento
disfuncional, e, assim, substituí-lo por um pensamento mais saudável para a sua vida.
Objetivo: analisar por meio de revisão bibliográfica, se os tratamentos apresentados para
mulheres com TDPM incluem as técnicas utilizadas na terapia cognitiva comportamental.
Metodologia: a pesquisa foi realizada por meio revisão bibliográfica de artigos científicos e
livros. Resultados: a terapia cognitivo comportamental foi indicada como um dos tratamentos
para o TDPM e, como intervenção encontrada, a anotação diária dos sintomas, sendo esta
técnica conhecida como monitoria de atividades. Conclusão: tornam-se importantes novas
pesquisas a respeito do TDPM, bem como as intervenções por meio da terapia cognitivo
comportamental, a fim conscientizar a população a respeito de tal transtorno e promover
melhor qualidade de vida para as mulheres acometidas com tal transtorno.
Palavras Chaves: transtorno disfórico pré-menstrual, síndrome pré-menstrual, saúde da
mulher
ABSTRACT
The Premenstrual Dysphoric Disorder is characterized by severe woman mood swings that
occur in the week before at the beginning of menstruation and cease with at the begining of
menstual flow. In addition to those changes in mood, the most important symptoms
of PDD are: depression, emotional lability, anxiety, irritability, tension and sleep disorders.
Without the relief of these symptoms, the woman may have their relationships in the social
environment, family, professional and academic endangered each month. Treatment
for PDD consists in teaching to woman how to deal with symptoms through changes in
their lifestyle such as nutritional education, physical activity, administration of medications
and therapies. In this sense, cognitive behavioral therapy aims to help patients identify
dysfunctional thinking and, thus replace it with a healthier thought for their life. Objective: to
analyze through literature review whether the treatments given to women with PDD include
the techniques used in cognitive behavioral therapy. Methodology: the survey was conducted
through literature review of scientific articles and books. Results: cognitive behavioral
therapy has been recommended as a treatment for PDD, and as an alternative found, to take
notes of the symptoms in daily basis, this technique is known as monitoring of
activities. Conclusion: new researchs about PDD have become paramount, as well as
interventions through cognitive behavioral therapy, to raise awareness about the disorder
among population and yet to promote better quality of life for women afflicted with this
disorder.
Key words: premenstrual dysphoric disorder, premenstrual syndrome, woman's health
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
Instrumentos utilizados para identificação do TDPM ......................................... 21
Figura 2
Número de artigos que especificam as intervenções realizadas .......................... 23
Figura 3
Número de artigos com informação sobre o tratamento para o TDPM ..............
24
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Instrumento utilizado para identificação do TPDM ............................................
Tabela 2
Intervenção, tratamento e indicação da terapia cognitivo comportamental para
19
tratamento do TPDM ........................................................................................... 21
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13
2 OBJETIVO .......................................................................................................................... 17
3 METODOLOGIA ............................................................................................................... 18
3.1 Critérios de inclusão ........................................................................................................... 18
3.2 Critérios de exclusão ........................................................................................................... 18
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 19
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 28
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ........................................................................................ 31
Termo de Responsabilidade Autoral ......................................................................................... 32
13
1 INTRODUÇÃO
O ciclo menstrual, segundo Carvalho et al. (2009) tem duração média de 28 dias, e,
pode ser dividido em três fases: folicular, ovulatória e lútea. Segundo os autores, a fase
folicular inicia-se no primeiro dia da menstruação e tem duração entre 9 e 23 dias, a fase
ovulatória, pode durar até 3 dias e a fase lútea inicia-se no fim da ovulação vai até o início do
fluxo menstrual.
No período pré-menstrual, ou seja, uma semana antes do início da menstruação, pode
surgir na mulher sintomas físicos e psicológicos, segundo Carvalho et al., 2009. Neste período
pré-menstrual há um aumento de crimes violentos, acidentes, atendimento de emergência nos
hospitais, prescrições de antidepressivos, tentativas e consumação de autoextermínio, uso
abusivo de cigarros e outras drogas (VALADARES et al., 2006). Desta forma, o surgimento
desses sintomas é característico da síndrome pré-menstrual (SPM), tendo em vista que na
síndrome, a mulher tem alterações físicas, no humor e cognitivas (VALADARES et al., 2006;
MURAMATSU, 2001), comportamentais
(VALADARES
et
al.,
2006) e sociais
(MURAMATSU, 2001) .
A síndrome pré-menstrual, portanto, segundo Muramatsu (2001), pode ser considerada
como um conjunto de sinais e sintomas físicos e psíquicos que ocorrem na vida da mulher,
durante o período fértil.
No período fértil, segundo (VALADARES et al., 2006), as queixas mais frequentes
são: tumefação e dor nos seios, dor no abdômen, cefaleia, desconforto, depressão ou fadiga,
irritabilidade, alteração no apetite e compulsão por alimentos ricos em carboidratos. Além
dessas queixas, Nogueira e Silva (2000) incluem desejo por doces, tensão, palpitação,
tremores, insônia, ansiedade, choro fácil, confusão e esquecimento.
Esses sintomas comprometem o relacionamento da mulher, e, sobretudo, afetam a sua
produtividade no ambiente social, familiar, profissional e escolar (MURAMATSU, 2001). No
entanto, esses sintomas podem ser aliviados no início do fluxo menstrual (CARVALHO et al.,
2009; VALADARES et al., 2006).
Embora haja uma prevalência de 75% a 80% de mulheres que sofrem com a síndrome
da tensão pré-menstrual, algumas mulheres, 3% a 8% podem ser acometidas com o transtorno
disfórico pré-mestrual (TDPM) (VALADARES et. al., 2006).
O TDPM é mais severo que a síndrome pré-menstrual tendo em vista que há uma
14
alteração intensa no humor da mulher (CARVALHO et al., 2009), sendo este o fator mais
perturbador nesse transtorno (CARVALHO et al., 2009 & VALADARES et. al. 2006).
Segundo Carvalho et al. (2009), a etiologia desse transtorno não é bem definida, pois
os fatores hormonais, ambientais, familiares e socioculturais podem contribuir para o seu
aparecimento e não apenas os sintomas físicos. Já para Steiner (2000), a etiologia do TDPM
ainda é desconhecida. No entanto, para o autor, pesquisas referem-se que o TDPM deve-se a
uma alteração no ovário e não devido a alterações hormonais.
Todavia, a principal característica para o TDPM, segundo Carvalho et al., (2009) é a
recorrência dos sintomas de humor e comportamento durante a fase lútea. Os sintomas mais
frequentes no transtorno para os autores são: depressão, labilidade afetiva, ansiedade,
irritabilidade, tensão e distúrbios do sono. Segundo (STEINER, 2000; CARVALHO et al.,
2009; VALADARES et al., 2006), sem o alívio desses sintomas, a mulher pode ter sua vida
social e ocupacional comprometidas a cada mês, ao longo de vários anos.
Esse
comprometimento agrava ao aproximar a menstruação e cessa imediatamente com o início do
fluxo menstrual (CARVALHO et al., 2009; VALADARES et al., 2006).
Os sintomas do TDPM podem iniciar-se desde a menarca até a menopausa, sendo
assim, encontram-se presentes na vida das mulheres durante o período reprodutivo
(CARVALHO et al., 2009). No entanto, o transtorno disfórico pré-menstrual e a síndrome prémenstrual precisam ser diferenciados, pois na SPM, as alterações de humor são leves e os
sintomas são moderados (VALADARES et al., 2006).
Para diagnosticar o TDPM, segundo o DSM-IV (APA, 2002), a mulher precisa ter
cinco sintomas de uma lista de dez e, é necessário um dos quatro primeiros sintomas. Desta
forma, segundo o DSM-IV (APA, 2002), os critérios são os seguintes:
“1 - humor acentuadamente deprimido, sentimentos de falta de desesperança ou
pensamentos autodepreciativos; 2 - acentuada ansiedade, tensão, sentimento de
estar “com os nervos à flor da pele; 3 – instabilidade afetiva acentuada (p. ex.,
subitamente triste ou prantos ou sensibilidade aumentada à rejeição); 4 – raiva ou
irritabilidade persistente e acentuada ou conflitos interpessoais aumentados; 5 –
diminuição do interesse pelas atividades habituais (p. ex., trabalho, escola, amigos,
passatempos); 6 – sentimento subjetivo de dificuldade em concentrar-se; 7 –
letargia, fadiga fácil ou acentuada falta de energia; 8 - acentuada alteração do
apetite, excessos alimentares ou avidez por determinados alimentos; 9 – hipersonia
ou insônia; 10 – sentimento subjetivo de descontrole emocional; 11 – outros
sintomas físicos, tais como sensibilidade ou inchação das mamas, cefaleia, dor
articular ou muscular, sensação de “inchaço geral”, ganho de peso”(p. 724).
Estes sintomas, no entanto, devem ter ocorrido nos últimos doze meses e na maioria
dos meses, segundo os critérios do DSM-IV (APA, 2002). Sendo assim, de acordo com
15
Steiner (2000), os sintomas precisam ter interferido na vida social ou profissional da mulher.
No entanto, para que haja o diagnóstico diferencial do TDPM, segundo Valadares et.
al. (2006) e Steiner (2000), torna-se necessário excluir as doenças psiquiátricas ou clínicas
com as quais haja a probabilidade de ser confundido. No diagnóstico psiquiátrico, as mais
comuns podem ser a depressão e ansiedade (VALADARES et. al, 2006; APA , 2002). Já as
doenças clínicas, podem ser: epilepsia, hipotireoidismo, cefaleia migratória e síndrome do
colo irritável (VALADARES et. al, 2006). E, por fim, as doenças que não tem padrão na fase
lútea, tais como: doença fibrocística da mama, anemia e lúpus eritematoso sistêmico também
precisam ser excluídas (VALADARES et al., 2006).
Já pelo DSM-IV (APA, 2002), o diagnóstico diferencial também inclui diferenciar o
TPDM da exacerbação pré-menstrual de um transtorno mental atual, tais como: transtornos
somatoformes, transtornos por uso de substâncias, bulimia nervosa e transtornos de
personalidade. Após a exclusão de outras doenças ou transtornos, é necessário analisar os
sintomas mais problemáticos apresentados pela mulher (STEINER, 2000).
Segundo Steiner (2000), ainda não existe um teste para diagnosticar o TPDM, então é
preciso que a mulher avalie diariamente os sintomas, ou seja, anotar os seus sintomas por,
pelo menos, dois meses consecutivos do seu ciclo menstrual.
O mapeamento dos sintomas para diagnóstico deve demonstrar que há uma piora dos
sintomas no período pré menstrual e que durante o início da menstruação, há uma melhora
neste quadro clínico. Com essas informações, o médico pode agrupar os sintomas, fazer o
diagnóstico e definir um plano de tratamento (STEINER, 2000).
Nesse sentido, a identificação precoce e o tratamento adequado, segundo Carvalho et
al. (2009), podem contribuir para que o TDPM não se torne crônico e recorrente. Sendo
assim, no tratamento, a mulher pode administrar os sintomas físicos e psicológicos por meio
de mudanças no estilo de vida tais como: reeducação alimentar e atividade física;
administração de medicamentos e terapias (CARVALHO et al., 2009).
A terapia cognitivo comportamental (TCC), criada por Beck visa ajudar paciente a
identificar o pensamento disfuncional e, assim, substituí-lo por um pensamento mais
saudável, ou seja, mais adequado para a sua vida. Desta forma, por meio da terapia cognitivo
comportamental é possível corrigir as distorções cognitivas da depressão e de outros
transtornos psiquiátricos (HOCKENBURY, HOCKENBURY; 2003).
Para Greenberger (1999), o terapeuta cognitivo verifica, junto com o cliente, a situação
vivenciada, bem como os pensamentos, as crenças, o estado de humor, comportamentos e as
reações fisiológicas emitidas diante dessa situação. Pois, de acordo com o autor, a percepção
16
que o cliente tem a respeito de uma determinada situação ou experiência pode alterar as suas
respostas emocionais, fisiológicas e comportamentais.
O terapeuta cognitivo comportamental, segundo Hockenbury e Hockenbury (2003),
incentiva o paciente a testar a veracidade de seus pensamentos automáticos e de suas crenças
ao invés de debater a disfuncionalidade dos pensamentos e a irracionalidade das crenças.
Desta forma, ao examinar a veracidade dos pensamentos automáticos disfuncionais, terapeuta
e cliente coletam evidências que possam contradizer tais pensamentos. Sendo assim, a terapia
cognitiva criada por Beck confronta o pensamento do cliente comparando tal pensamento à
realidade (LEAHY, 2006). O terapeuta cognitivo comportamental ensina o paciente a avaliar
os seus pensamentos automáticos de modo que ele possa fazer essa análise sozinho
(HOCKENBURY, HOCKENBURY; 2003). Sendo assim, segundo Beck et al. (1979), as
situações ou problemas que anteriormente eram considerados insuportáveis passam a ser
dominados pelo paciente, tendo em vista que esse paciente passa a reavaliar e, por fim, alterar
o seu pensamento.
Este estudo teve como objetivo analisar, por meio de revisão bibliográfica, se os
tratamentos apresentados para mulheres com transtorno disfórico pré-menstrual incluem as
técnicas utilizadas na terapia cognitiva comportamental.
Embora o transtorno disfórico pré-menstrual seja um tema pouco discutido na
atualidade, o presente estudo torna-se importante para orientar a sociedade a respeito das
alterações que as mulheres podem sofrer no período menstrual e, sobretudo as intervenções de
tratamento que podem minimizar as alterações de humor neste período. Já para a psicologia,
tal estudo torna-se importante para que os profissionais da área possam ampliar o seu
conhecimento a respeito do transtorno podendo assim ter um novo olhar sobre as alterações
de humor que podem acontecer no período menstrual da mulher, e, assim, contribuir de
maneira mais eficaz no tratamento.
17
2 OBJETIVO
Analisar, por meio de revisão bibliográfica, se os tratamentos apresentados para
mulheres com transtorno disfórico pré-menstrual incluem as técnicas utilizadas na terapia
cognitiva comportamental.
18
3 METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada por meio de revisão bibliográfica de artigos científicos e
livros.
As bases de dados pesquisadas foram: Scielo, Lilacs, Medline, e Pubmed. Foram
utilizadas palavras chaves em português e inglês. No idioma português as palavras chaves
foram: disfórico, disforia, transtorno disfórico pré-menstrual, disfórico pré-menstrual, prémenstrual e terapia cognitiva, terapia cognitivo comportamental e disfórico pré-menstrual. Já
no idioma inglês foram: dysphoric, dysphoria, premenstrual dysphoric disorder, premenstrual
dysphoric, premenstrual and therapy cognitive, cognitive behavioral therapy and premenstrual
dysphoric. A seleção dos artigos deu-se por meio da leitura prévia dos resumos inglês dos
artigos
3.1 Critérios de inclusão
Os critérios de inclusão dos artigos foram: pesquisas sobre o transtorno disfórico prémenstrual as quais estivessem no idioma de publicação português e inglês.
3.2 Critérios de exclusão
Foram excluídos os artigos com idiomas diferentes do português e inglês e pesquisas
referentes a outros transtornos.
19
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A busca nas bases de dados resultou em cinco artigos que preencheram os critérios de
inclusão e exclusão. A apresentação dos resultados foi baseada na análise desses artigos.
Tabela1: Instrumento utilizado para identificação do TDPM
Autor/Ano
Local
Carvalho et al.
(2009)
Recife (Brasil)
Steiner (2000)
Não consta
Reed et al. (2008)
Nova York
(EUA)
Delara et al. (2013)
Sabzevar
(Iran)
Gehlert et al.
(2009)
Chicago
(EUA)
Amostra
Instrumento Utilizado
259 mulheres 1. Questionário com questões sobre
hábitos de vida e história clínica;
2. Escalas específicas (não especificadas);
3. Questionário de Sintomas Menstruais
(Menstrual Symptom F12MSQ);
4. Escala de auto avaliação de síndrome
de transtorno pré-menstrual de Steiner;
5. Questionário de Auto avaliação da
Escala de Hamilton para Depressão
(QAEH-D);
Não consta Não existe um teste para diagnosticar o
TPDM
29 mulheres 1. Questionário de humor (DRF);
2. Questionário de auto-relato
retrospectiva;
3. Inventário de Depressão do Beck.
1379
1. Escala de avaliação pré-menstrual
adolescentes (PAS);
2. Questionário contendo informações
sócio demográficas, menstruais e
escolares.
1246
1. Check list contendo os onze sintomas
mulheres
característicos do TDPM;
2. Questionário com seis questões a
respeito da interferência dos sintomas em
casa, trabalho, escola e relações
interpessoais;
3. Escala com mensuração das respostas
do questionário;
4. Testes para entrevista clínica
estruturada para o DSM-IV.
A tabela 1 apresenta os instrumentos utilizados para identificação do transtorno
disfórico menstrual. Além desta informação são apresentados também, autor e ano da
publicação, local da pesquisa e amostra.
20
Esta tabela demonstra que a pesquisa realizada por Carvalho et al. (2009), foi em
Recife, teve como amostra 259 mulheres e houve aplicação de instrumento para identificar se
as mulheres selecionadas apresentavam o transtorno disfórico pré-menstrual. Esses autores
utilizaram como instrumento questionários e escalas. Os questionários continham questões
relacionadas aos hábitos de vida e história clínica, sintomas menstruais (F12MSQ) e
autoavaliação da escala de Hamilton para depressão (QAEH-D). Já as escalas utilizadas foram
específicas, no entanto, não foram especificadas pelos autores. Também foi aplicada a escala
de autoavaliação de síndrome de transtorno pré-menstrual de Steiner. Percebe-se que os
autores não inseriram em suas pesquisas o nome das escalas utilizadas sendo que tal
informação é importante ser inserida nos estudos.
Na pesquisa realizada por Steiner (2000), não foi especificada a região em que foi
realizada e também o número amostral. Para este autor, não existe um teste capaz de
identificar o transtorno disfórico pré-menstrual.
Já a pesquisa realizada por Reed et al. (2008), o local de estudo foi Nova York e a
amostra foi de 29 mulheres, as quais continham com ciclo menstrual regular. Dessa amostra,
14 mulheres apresentavam os critérios DSM-IV para identificação do transtorno e as outras 15
não apresentavam critérios para o transtorno. Os questionários utilizados foram o de humor
(DRF) e autorelato retrospectiva e o inventário de depressão de Beck (BDI). Diferente dos
dois primeiros autores, Reed et al. (2008) em sua pesquisa, apresentou um diferencial que foi
selecionar na amostra mulheres que apresentassem os critérios do DSM-IV para o TDPM.
Essa seleção criteriosa da amostra possibilitou que o autor fizesse comparações no resultado,
o que não foi evidenciado nos dois primeiros estudos.
A pesquisa realizada por Delara et al. (2013), foi na cidade de Sabzevar no Iran, teve
como amostra 1379 adolescentes e os instrumentos utilizados foram escala de avaliação prémenstrual (PAS) e questionários. Já a pesquisa de Gehlert et al. (2009) foi realizada nos em
Chicago (EUA), tendo uma amostra de 1246 mulheres. Foram utilizados como instrumentos
check list com sintomas característicos do TDPM, questionários, escalas e testes para
entrevista clínica. Não foram mencionados quais os testes aplicados para o TDPM, mas foi
citado que entraram no estudo mulheres que preencheram os critérios estabelecidos pelo
DSM-IV para identificação do transtorno. Percebe-se que o autor utilizou uma das formas de
identificar o TDPM uma vez que utilizou um check list com os sintomas do transtorno,
diferentemente dos demais autores que não utilizaram este critério em suas pesquisas.
Diante das informações descritas acima, a tabela 1 ilustra que os autores (CARVALHO
et al., 2009; REED et al., 2008; DELARA et al., 2013; e GEHLERT et al., 2009) utilizaram
21
instrumentos para identificar o transtorno disfórico pré menstrual em suas pesquisas.
Discordante, Steiner (2000) não acredita que haja teste que possibilite a identificação do
transtorno. Sendo assim, fica evidente que embora os autores tenham especificado os
instrumentos utilizados, não há uma concordância de qual melhor instrumento para
identificação do TDPM.
A figura 1 ilustra a quantidade de instrumentos utilizados pelos autores em suas
pesquisas para identificação do TDPM.
Figura 1: Instrumentos utilizados para identificação do TDPM
A tabela 2 apresenta as intervenções utilizadas, o tratamento indicado e se houve
indicação para o tratamento do TDPM por meio da terapia cognitiva comportamental.
Tabela2: Intervenção, tratamento e indicação da terapia cognitivo comportamental para tratamento do TDPM.
Autor/Ano
Intervenção
Tratamento
Carvalho et al. (2009)
Não Consta
1. Reeducação alimentar
2. Administração de medicamentos
(psicofármacos e contraceptivos)
3. Atividade física
4. Psicoterapias
1. Reeducação alimentar
2. Administração de medicamentos
3. Terapia cognitivo comportamental
Não consta
Steiner (2000)
Reed et al. (2008)
Delara et al. (2013)
Gehlert et al. (2009)
Anotar sintomas
10 sessões
(02 de treinos e 08 de testes)
Não consta
Anotar sintomas e coletar
urina
Não consta
Não consta
22
Na pesquisa realizada por Carvalho et al. (2009) e Delara et al. (2013) não houve
especificação da intervenção utilizada. Carvalho et al. (2009) utilizaram como tratamento dos
sintomas do TDPM a reeducação alimentar, administração de psicofármacos e contraceptivos,
atividade física e psicoterapias. Embora haja indicação de psicoterapias, Carvalho et al.
(2009), não citaram a terapia cognitivo comportamental como método de tratamento para o
transtorno e não informaram quais terapias podem ser utilizadas como tratamento.
Já na pesquisa realizada por Steiner (2000) e Gehlert et al. (2009) a intervenção
consistiu em avaliar diariamente os sintomas, ou seja, as mulheres precisaram anotar os seus
sintomas por pelo menos dois meses consecutivos do seu ciclo menstrual. O tratamento para
os sintomas do TDPM consistiu em reeducação alimentar, administração de medicamentos
(psicofármacos), e terapia cognitivo comportamental (STEINER, 2000).
Nas pesquisas realizadas por Steiner (2000) e Gehlert et al. (2009) os autores
utilizaram em sua pesquisa as mesmas intervenções para o TDPM, isso demonstra que para
identificar se a mulher é portadora do TDPM torna-se importante anotar os sintomas para
verificar se tais sintomas tem ocorrido nos últimos doze meses na maioria dos meses, de
acordo com os critérios do DSM-IV (APA, 2002). Steiner (2000) recomenda como forma de
tratamento a inclusão da terapia cognitivo comportamental para os sintomas do transtorno
disfórico pré-menstrual. Para o autor, os objetivos das intervenções de tratamento devem ser
voltadas para o desaparecimento dos sintomas ou redução para um nível tolerável no qual não
aja interferência na vida social, ocupacional e relacionamentos da mulher. Embora Steiner
(2000) tenha indicado a terapia cognitivo comportamental o autor não especificou em sua
pesquisa o nome das técnicas que poderão ser utilizadas a fim de identificar os pensamentos
disfuncionais e alterações de humor.
Na pesquisa realizada por Reed et al. (2008) a intervenção realizada foram dez
sessões, sendo duas sessões de treinos e oito sessões de teste. As sessões de treino tinham
como objetivo familiarizar as participantes com as rotinas que seriam seguidas e, sobretudo,
informá-las sobre o desempenho das tarefas realizadas. Os dados das sessões de treino não
foram analisados. Já as sessões de teste foram quatro durante a fase folicular e quatro sessões
durante a fase lútea tardia do ciclo menstrual. Em cada sessão as mulheres completaram um
questionário de humor relacionado com a alimentação, tarefas de coordenação motora e
tarefas cognitivas. Os autores (REED et al., 2008; DELARA et al., 2013 e GEHLERT el al.,
2009) não informaram o tratamento utilizado para o transtorno disfórico pré-menstrual e
também não indicaram a terapia cognitivo comportamental como forma de tratamento para os
sintomas do transtorno.
23
Os dados apresentados na tabela 2 revelam que ainda não há consenso de intervenção
para o tratamento do TDPM e sobre as técnicas que poderão ser utilizadas na intervenção.
Embora dois autores tenham especificado o tratamento, apenas um autor indicou a terapia
cognitivo comportamental como forma de intervenção.
A figura 2 apresenta a quantidade de intervenções citadas pelos autores.
Figura 2: Número de artigos que especificam as intervenções realizadas
Tendo em vista que uma das maneiras da mulher administrar os sintomas do TDPM é
por meio de psicoterapias, segundo Carvalho et al. (2009), torna-se necessário um
questionamento: as literaturas disponíveis para o tratamento do transtorno disfórico prémenstrual têm apresentado as técnicas de intervenção utilizadas na terapia cognitivo
comportamental?
Para Steiner (2000) a terapia cognitivo comportamental é eficaz para o tratamento,
podendo ser individual ou em grupo. Para o autor, na TCC a realização de 12 sessões
individuais, ajuda a melhorar os sintomas e a incapacidade funcional da mulher com TPDM.
Embora o autor tenha especificado que o tratamento pode ser por meio de grupo na terapia
cognitivo comportamental, o autor não especificou quais as técnicas e intervenções que
poderão ser adotadas no grupo. É perceptível que esta informação é importante e deveria
constar na pesquisa, pois contribui para que tais técnicas possam ser utilizadas com outras
mulheres portadoras do TDPM.
Segundo Steiner (2000), a mulher precisa anotar diariamente os sintomas pelo menos
dois meses consecutivos do seu ciclo menstrual, sendo assim, no tratamento, a mulher é
incentivada a rever as suas anotações diárias e mensais para identificar o que causou os
24
sintomas. Esse monitoramento também foi realizado no estudo de Gehlert et al. (2009). Na
TCC, essa técnica é conhecida como monitoria de atividades e, segundo Beck (1979) citado
por Powell et al. (2008) consiste em registrar as atividades a cada hora, por alguns dias. Este
registro, segundo os autores é importante para evitar as distorções dos acontecimentos em
virtude do humor depressivo e, sobretudo das dificuldades da memória. Para os autores, esta
técnica fornece ao terapeuta e à paciente dados sobre como esta mulher está funcionando,
sendo assim, é considerada muito eficaz para ser aplicada em pacientes que apresentem
sintomas depressivos. Esta intervenção aparentemente simples pode revelar a relação entre os
sintomas depressivos e a falta de comportamentos positivos, contribuindo, assim, para a
resolução de problemas (Beck, 1979 apud Powell et al.,2008).
Todavia, o tratamento com a terapia cognitivo comportamental, de acordo com Steiner
(2000), precisa ser combinado com mudanças no estilo de vida da mulher. Tais mudanças
incluem: a alimentação (principalmente na fase lútea), reduzir ou limitar o consumo de
chocolate, cafeína, álcool e tabaco. O tratamento proposto de Carvalho et al. (2009), coincide
com o de Steiner (2000), ou seja, o tratamento consiste em a mulher poder administrar os
sintomas físicos e psicológicos por meio de mudanças no estilo de vida tais como: reeducação
alimentar e atividade física; administração de medicamentos e terapias.
A figura 3 apresenta informações a respeito do tratamento para o TDPM de acordo
com os dois autores acima citados.
Figura 3: Número de artigos com informação sobre o tratamento para o TDPM
Tendo em vista que a indicação para a terapia cognitiva comportamental na pesquisa
realizada tenha sido encontrada em apenas um artigo (Steiner, 2000) torna-se evidente a
25
necessidade de novos estudos a respeito do tema para que seja possível propor o tratamento
específico para o transtorno.
Em virtude da ausência das técnicas de intervenções utilizadas na terapia cognitivo
comportamental para tratamento do TDPM, faz-se necessário a sugestão de uma proposta de
intervenção para ser utilizada com mulheres acometidas com tal transtorno. Esta proposta será
baseada em atendimento individual, sendo este uma vez por semana, com duração de 50
minutos por sessão.
Primeiramente sugere-se a realização da psicoeducação a respeito do TDPM e sobre a
terapia cognitivo comportamental. Em relação ao transtorno, de acordo com Figueiredo et al.
(2009) a psicoeducação, terá como objetivo orientar e esclarecer a paciente a respeito das
causas e consequências de tal diagnóstico. Já, em relação à terapia cognitivo-comportamental
a psicoeducação consiste em ensinar a paciente a respeito do pensamento automático e a sua
interferência nas emoções e comportamentos (WRIGHT et al, 2008).
Na sequência, a paciente poderá ser ensinada a avaliar os o seu estado de humor em
uma escala de 0 a 10. A avaliação do estado de humor, segundo Wright et al. (2008) tem como
objetivo avaliar o progresso em relação aos sintomas e sobretudo contribui para a estruturação
de cada sessão. Desta forma, a avaliação do estado de humor será indicada no início e no
término de cada sessão.
Em seguida, poderão ser aplicados os inventários de depressão de Beck (BDI),
desesperança de Beck (BHS) e ansiedade de Beck (BAI). O inventário BDI tem como
objetivo, segundo Paranhos et al. (2009), identificar a intensidade dos sintomas depressivos.
O inventário BHS, de acordo Beck & Steer, (1993) apud Paranhos et al. (2009), tem como
objetivo verificar a dimensão das atitudes negativas em relação ao futuro e o pessimismo. E,
o inventário BAI tem como objetivo verificar os níveis de ansiedade da paciente
(BORTOLUZZI et al., 2010).
Após a aplicação dos inventários a paciente poderá ser orientada a registrar os
pensamentos disfuncionais (RPD). O RPD tem como objetivo identificar os pensamentos
automáticos disfuncionais, com o intuito que a paciente possa posteriormente examinar e
corrigir os tais pensamentos, buscando respostas adaptativas (WRIGHT et al. 2008).
A partir do RPD será possível a paciente fazer o exame de evidências do seu
pensamento, tendo em vista que esta técnica, segundo Wright et al. (2008) auxiliará a paciente
na modificação do seu pensamento automático disfuncional, uma vez que a paciente será
orientada a elaborar uma lista contendo evidências a favor e contra a validade do seu
pensamento.
26
Em seguida, a paciente poderá ser orientada a identificar as suas distorções cognitivas.
Essas distorções segundo Powell (2008) são consideradas equívocos na percepção dos
pensamentos automáticos e no processamento das informações. Desta forma, a identificação
dessas cognições terá como objetivo promover a modificação de tais cognições visando a sua
reestruturação cognitiva.
E, por fim, após a identificação das distorções cognitivas a paciente poderá ser
orientada a realizar o automonitoramento. Essa técnica terá como objetivo da paciente
observar e registrar diariamente os seus comportamentos e emoções (BOHM e GIMENES,
2012) a fim de identificar quais situações desencadeiam as alterações de humor, bem como o
horário ou período do dia em que essas alterações são mais frequentes visando identificar o
que causou os sintomas correspondentes ao TDPM.
Após as técnicas cognitivas, a fim de lidar com os sintomas de ansiedade acentuada e
tensão, sugere-se a aplicação de técnica de relaxamento conhecida como respiração
diafragmática com intuito de promover o controle da ansiedade e provocar o bem estar na
paciente (ZENI, 2009).
Além das intervenções citadas acima, faz-se necessárias intervenções comportamentais
no TDPM, tendo em vista que um dos sintomas do transtorno é a raiva ou irritabilidade
persistente. Desta forma, para ajudar no manejo da raiva ou a irritabilidade sugere-se a técnica
conhecida como dar um tempo. Esta técnica, segundo Greenberger (1999) tem como objetivo
a paciente se retirar da situação a qual está provocando a raiva retornando após determinado
intervalo para abordar a situação com um novo ponto de vista.
Em virtude das técnicas citadas acima se tratarem de sugestão para o TDPM é
importante novos estudos a respeito do tema contendo as intervenções utilizadas para o
tratamento de tal transtorno.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio da revisão bibliográfica realizada percebeu-se que embora haja de 3% a 8%
da população feminina acometida com o transtorno disfórico pré-menstrual, ainda há poucos
estudos na atualidade mencionando a terapia cognitivo comportamental como tratamento.
Observou-se que apenas uma pesquisa informou a terapia cognitivo comportamental
como coadjuvante ao tratamento do transtorno, apesar de não trazer como a TCC teria sido
utilizada. Percebeu-se que foi utilizada em dois estudos uma intervenção com a técnica
conhecida na terapia cognitivo comportamental como monitoria de atividades, não houve
nomeação de tal técnica pelos pesquisadores. Também observou-se que não há consenso para
intervenção, tratamento e instrumento específico para o diagnóstico do TDPM.
Em virtude das observações citadas acima ressalta-se a importância de novas
pesquisas a respeito do transtorno disfórico pré-menstrual, bem como a eficácia de
intervenções por meio da terapia cognitivo comportamental a fim conscientizar a população a
respeito de tal transtorno e promover melhor qualidade de vida para as mulheres acometidas.
28
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Termo de Responsabilidade Autoral
Eu Natalia Costa dos Santos Silva, afirmo que o presente trabalho e suas devidas
partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade autoral
sobre seu conteúdo.
Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de
Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob o título “Intervenção
de tratamento em terapia cognitivo comportamental para mulheres com transtorno
disfórico pré-menstrual”, isentando, mediante o presente termo, o Centro de Estudos em
Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC), meu orientador e coorientador de quaisquer
ônus consequentes de ações atentatórias à "Propriedade Intelectual", por mim praticadas,
assumindo, assim, as responsabilidades civis e criminais decorrentes das ações realizadas para
a confecção da monografia.
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