Conceição I. C. P. de Souza nº 08 Deise Souto da Silva nº 10 Luisa Miranda de Oliveira nº 21 Maria Ivanice L. Celani nº 22 Moisés Gama dos S. Souza nº 24 Pamela de Freitas Lima nº 25 Turismo Receptivo – 3º módulo Matéria: Segurança do Trabalho e Primeiros Socorros. Professor: Eduardo Jundiaí, Março de 2012. 1 CHOQUE CARDIOGÊNICO Definição: O choque cardiogênico é caracterizado pelo súbito enfraquecimento do músculo cardíaco, tornando o coração incapaz de bombear sangue suficiente para as necessidades metabólicas do organismo. Trata-se mais precisamente da falência da bomba cardíaca, (redução relativa do volume circulante). Na grande circulação mimetiza alterações secundárias à hipovolemia; Na pequena circulação – sobrecarga de volume no VE e na circulação pulmonar, com aumento na pressão capilar pulmonar, podendo resultar em edema pulmonar, um quadro de doença sempre aguda e é ocasionado por outras doenças cardíacas de quadro geralmente crônicos. Exemplo: Insuficiência coronariana ou arritmias, mau funcionamento de válvulas cardíacas, traumas de cardio, estágio de Sepse ou mesmo intoxicação medicamentosa e até mesmo alimentar; Porém a maioria dos choques cardiogênicos está associada a um IAM (infarto agudo do miocárdio), que ocorre devido presença de quadro de doença crônica como: Angina, ICC (insuficiência Cardio congestiva, ICO (insuficiência Cardio coronariana) e Diabetes). Não podemos esquecer que essas doenças apresentam-se principalmente em pacientes com mais de 75 anos de idade e com a maioria do sexo feminino. 2 Ocorrência O choque cardiogênico mais comumente ocorre se a câmara esquerda inferior do coração, o ventrículo esquerdo, subitamente para de funcionar porque um ataque cardíaco em progresso previne o músculo cardíaco de obter suficiente sangue rico em oxigênio. Como resultado, o músculo cardíaco enfraquecido não consegue bombear suficiente sangue rico em oxigênio para o resto do corpo. Em torno de 3% dos casos de choque cardiogênico, a câmara direita inferior do coração, ventrículo direito, não está funcionando. Isso significa que o coração não consegue bombear eficientemente sangue aos pulmões, onde ele obtém oxigênio para levá-lo de volta ao coração e ao resto do corpo. Sem sangue rico em oxigênio alcançando os principais órgãos do corpo, várias complicações podem ocorrer. Quanto menos tempo a pessoa ficar em choque cardiogênico, menores serão os danos aos seus órgãos. Por isso é muito importante obter tratamento de emergência o mais rápido possível. Causas por trás do choque cardiogênico As causas por trás do choque cardiogênico são as condições que enfraquecem o coração e o impedem de bombear suficiente sangue rico em oxigênio ao coração. Doença das artérias coronárias e ataque cardíaco A doença das artérias coronárias é o tipo mais comum de doença cardíaca. Ela ocorre quando as artérias coronárias, que suprem o músculo cardíaco de sangue, ficam endurecidas e estreitas devido ao acúmulo de placas. Esse processo de acúmulo de placas e endurecimento e estreitamento das artérias é chamado de arteriosclerose. As placas são uma mistura de substâncias gordurosas que incluem colesterol e outros lipídeos. O acúmulo de placa reduz o fluxo sanguíneo ao músculo cardíaco e aumenta a probabilidade de formação de coágulos nas artérias. A embolia pulmonar é um bloqueio súbito em uma artéria do pulmão. Essa condição é geralmente decorrente de coágulo sanguíneo que viaja ao pulmão a partir de uma veia na perna. Embolia pulmonar pode danificar o coração e outros órgãos do corpo. 3 Condições causadas pelo ataque cardíaco O ataque cardíaco pode causar algumas condições cardíacas sérias que podem ocasionar choque cardiogênico. Exemplos incluem: Ruptura do septo intraventricular: Essa é uma condição que ocorre quando a parede que separa os ventrículos rompe: . Ruptura do músculo papilar. Essa condição ocorre se os músculos que ajudam a ancorar as válvulas cardíacas param de funcionar ou rompem em decorrência do corte de suprimento de sangue. Algumas condições cardíacas sérias, que ocorrem com ou sem ataque cardíaco, podem causar choque cardiogênico. Exemplos incluem: Miocardite, inflamação do músculo cardíaco; Endocardite, infecção do revestimento interno das válvulas e câmaras cardíacas; Arritmias cardíacas potencialmente fatais; Tamponamento pericardial, muito fluido ou sangue ao redor do coração. 4 SINAIS E SINTOMAS O choque é caracterizado por sinais e sintomas clínicos típicos. Hipotensão associada à taquicardia, taquipnéia, e rebaixamento do nível de consciência, sudorese, pulso fraco, pés e mãos frios, dilatação das pupilas com perda de brilho nos olhos e palidez são os sinais mais evidentes. Seus sintomas serão caracterizados por dor torácica associada a queixas decorrentes do estado de hipoperfusão tecidual, tais como: mal estar, náuseas, confusão mental e dispneia. Outros possíveis sinais e sintomas de ataque cardíaco incluem: * Desconforto na parte superior do corpo, como em um ou ambos os braços, pescoço, mandíbula ou estômago. Qualquer cardiogênico. um desses sintomas sozinho é improvável ser choque Se você ou alguém estiver tendo esses sinais e sintomas, chame atendimento de emergência imediatamente. O tratamento imediato pode prevenir ou limitar danos duradouros ao coração e outros órgãos, e prevenir morte súbita. Nem todos que têm ataque cardíaco experimentam os sintomas típicos. Pessoas que já tiveram ataque cardíaco podem ter outro com sintomas diferentes. Quanto mais sinais e sintomas a pessoa tiver, maior probabilidade de estar sofrendo um ataque cardíaco. 5 ESTATÍSTICA Incidência Recentes estimativas da incidência do choque cardiogênco mostra uma variação de 5-10% dos pacientes com quadro de IAM, em algum momento de sua patologia. Segundo Dr. Elias Knobel que estudou 1.160 pacientes com choque cardiogênco, 74,0 % tinham predominantemente falência do ventrículo esquerdo; 4,6% ruptura do septo intraventricular; 8,3% insuficiência mitral aguda; 3,4%, insuficiência ventricular direita isolada; 1,7% tamponamento cardíaco ou ruptura cardíaca; 8% tinham choque de outras causas. Este mesmo trabalho revela que 75% dos pacientes desenvolveram choque nas 24 horas iniciais à apresentação do quadro de base. Mortalidade Varia entre 30 e 90 %, esse percentual depende do tempo emergencial do socorro, diagnostico e providências, lembrando que se ocorrer em pacientes intrahospitalar, as chances de sobrevivências são maiores. 6 PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA Realize uma rápida inspeção na vítima, combata, evite ou contorne a causa do estado de choque, se possível. Mantenha a vítima deitada e em repouso, controle toda e qualquer hemorragia externa, verifique se as vias aéreas estão permeáveis, retire da boca, se necessário secreção, dentadura ou qualquer outro objeto. Execute a massagem cardíaca externa , se a vítima apresentar ausência de pulso, dilatação das pupilas e parada respiratória. Afrouxe a vestimenta da vítima, vire a cabeça da vítima para o lado caso ocorra vômito. Procure aquecer a vítima. Remova IMEDIATAMENTE a vítima para o hospital mais próximo. 7 PREVENÇÃO DO CHOQUE CARDIOGÊNICO A prevenção do choque é a estratégia mais efetiva no seu manuseio. A possibilidade de prevenção é substancial, pois somente a minoria (10 por cento a 15 por cento dos pacientes) é admitida no hospital em choque após infarto agudo do miocárdio. O reconhecimento dos pacientes com alto risco para o desenvolvimento de choque pode facilitar sua transferência antes da instalação da instabilidade hemodinâmica. Embora o choque cardiogênico não seja completamente evitável, há coisas que podem ser feitas para minimizar seu risco de ocorrência certamente, reconhecimento em fases precoces e início de terapia corretiva. Requer um grau alto de suspeita e um nível exaltado de consciência Como em diversos casos o choque ocorre posteriormente a um infarto agudo do miocárdio vale citar medidas que previnam o mesmo, dentre as principais recomendações, podemos citar: Seguir uma dieta balanceada, rica em frutas e verduras. Com baixa quantidade de gorduras e sal. Perder peso, em caso de obesidade ou sobrepeso. Parar de fumar. Praticar atividades físicas regularmente, sob orientação médica. Tratar adequadamente doenças como o colesterol alto, hipertensão arterial e diabetes mellitus. 8 RELATO DE CASO Paciente do sexo feminino, 49 anos, com depressão mais alcoolismo crônico. Admitida no Pronto-Socorro quatro horas após ingestão voluntária de 60 comprimidos de dissulfïram (15g), 16 comprimidos de clonazepam (8mg) e 6 comprimidos de maprotilina (450mg), associada ao consumo de álcool. Do exame clínico, destacavam-se sonolência, taquipnéia e má perfusão periférica. Pressão arterial: 68 - 35 mmHg; frequência cardíaca: 105 bpm. Ausculta pulmonar com estertores bolhosos difusos. Dos resultados bioquímicos, salientava-se uma proteína C reativa elevada (PCR) 31 mg/dl. A gasometria revelava hipoxemia grave (PaO2 66 mmHg, com FiO2 85%). Os marcadores de isquemia miocárdica eram negativos. O eletrocardiograma mostrava taquicardia sinusal, sem alterações compatíveis com isquemia aguda. A radiografia de tórax apresentava opacidades alveolares bilaterais. Foram iniciadas de imediato medidas de ressuscitação de volume e posteriormente dopamina. Colheu-se rastreio microbiológico e iniciou-se antibioterapia de largo espectro. Apesar dessas medidas, a paciente manteve choque refratário e evoluiu com agravamento da dificuldade respiratória e dessaturação progressiva, exigindo intubação orotraqueal e início de ventilação mecânica, tendo sido admitida na UTI. O quadro foi inicialmente interpretado como choque misto - cardiogênico e séptico. A sepses era assumida como componente principal, com ponto de partida em possível pneumonia de aspiração devido à prostração. O componente cardiogênico seria resultante dos efeitos colaterais dos medicamentos ingeridos. Persistindo dúvidas relativas ao grau de comprometimento cardíaco, foi realizado ecocardiograma que mostrou prejuízo moderado da função sistólica do ventrículo esquerdo, com fração de ejeção de 36% e hipocinésia global, sem outras alterações. Esses resultados motivaram monitorização hemodinâmica invasiva com catéter de PICCO (Pulse Induced Continuous Cardiac Output), que confirmou perfil compatível com choque cardiogênico puro, com índice cardíaco baixo e resistências vasculares periféricas elevadas. Nesse contexto, foi substituída dopamina por dobutamina e suspendido antibiótico nas primeiras 24h. Verificou-se, posteriormente, redução progressiva da PCR até normalização. Os marcadores cardíacos seriados e eletrocardiograma permaneceram normais e a paciente não apresentou perturbações da condução ou ritmo. As imagens radiológicas 9 foram reinterpretadas como edema pulmonar cardiogênico, em substituição das hipóteses iniciais de pneumonia. A corroborar essa hipótese, o fato de as alterações radiológicas terem se resolvido, nas primeiras horas após o início da ventilação mecânica e do ajuste de aminas, com melhoria da função cardíaca global. Verificou-se resolução do choque circulatório ao fim de 72 horas e melhoria dos parâmetros ventilatórios permitindo extubação no 4º dia. Já sem suporte de aminas, repetiu-se ecocardiograma, tendo-se verificado uma melhoria na função sistólica (fração de ejeção de 52%) e regressão da hipocinésia global. A paciente manteve evolução favorável do ponto de vista cardiovascular, tendo tido alta da UTI acordada e colaborante, hemodinamicamente estável e sem sinais de insuficiência cardíaca. 10 BIBLIOGRAFIA http://publicacoes.cardiol.br/abc/1999/7204/72040002.pdf/acesso em 04/03/2012 às 20h. http://www.fisacta.com.br/artigos/01.pdf/acesso em 04/03/2012 às 20h15min. http://saude.culturamix.com/medicina/taquipneia/acesso em 04/03/2012 às 20h 25min http://fisiopatologia3.blogspot.com/2010/05/hipoperfusao-sistemicachoque.html/acesso em 04/03/2012 às 20h35min. http://renatapinheiro.com/sinais-x-sintomas/acesso em 04/03/2012 às 21h15min http://www.infoescola.com/cardiologia/taquicardia/acesso em 04/03/2012/acesso em 04/03/2012 às 21h22min. http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=go ogle&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=413914&indexSearch=I D acessado dia 06/03/2012 às 20h33min. http://www.lookfordiagnosis.com/faq.php?term=Choque+Cardiog%C3%AAnico&la ng=3/acessado dia 06/03/2012 às 20h45min. http://www.bancodesaude.com.br/infarto-miocardio/prevencao-infarto-agudomiocardio/acessado dia 06/03/2012 às 21h23min. http://www.copacabanarunners.net/choque-cardiogenico-causas.html/acesso em 04/03/2012 às 17h10min. http://www.copacabanarunners.net/coronarias.html/acesso 17h25min em 04/03/2012 às 11