UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO COMÉRCIO EXTERIOR VANDERLEI PONCIANO ANALISE DA ROTATIVIDADE DE RECURSOS HUMANOS NA BACK SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA E SEGURANÇA E SERVIÇOS ESPECIALIZADOS LTDA São José, SC. 2006 VANDERLEI PONCIANO ANALISE DA ROTATIVIDADE DE RECURSOS HUMANOS NA BACK SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA E SEGURANÇA E SERVIÇOS ESPECIALIZADOS LTDA Trabalho de Conclusão de Curso – pesquisa teóricoempírica - apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração com Habilitação em Comércio Exterior da Universidade do Vale do Itajaí, no Centro de Ensino Superior VII, Campus São José. Orientador: Prof.º Felipe de Faria Monaco. São José, SC. 2006 VANDERLEI PONCIANO ANALISE DA ROTATIVIDADE DE RECURSOS HUMANOS NA BACK SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA E SEGURANÇA E SERVIÇOS ESPECIALIZADOS LTDA Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final pela Coordenação do Curso de Administração – Habilitação em Comércio Exterior da Universidade do Vale do Itajaí. Centro de Ensino Superior VII, Campus São José. São José, 28 de junho de 2006. Prof.ª Luciana Merlin Bervian, Msc Univali – CE São José Coordenador (a) do Curso Banca Examinadora: Prof.º Felipe de Faria Mônaco, Msc Univali – CE São José Professor Orientador Prof.º. Everton Luis Pelizzaro de Lorenzi Cancellir, Dr. Univali – CE São José Membro Prof.ª. Kellen da Silva coelho, Msc Univali – CE São José Membro Dedico esse trabalho a minha esposa Dione aos meus filhos Arthur e Isadora, que tanto me incentivaram nesta longa etapa. AGRADECIMENTOS Agradeço ao professor orientador Felipe de Faria Mônaco por ter me acompanhado neste longo caminho e apontado melhores alternativas para o desenvolvimento deste trabalho acadêmico. Aos meus amigos que durante esta longa caminhada souberam entender a minha ausência e que muitas vezes souberam me incentivar, e compreenderam o quão importante para mim a conclusão deste curso. Em especial a Lina e ao Pedro, amigos que me ajudaram nos momentos de grandes dificuldades. Agradeço a todos os professores que durante o curso contribuíram com minha formação acadêmica. Grato aos meus pais, irmã e demais familiares que souberam me estender as mão nas horas certas para me ajudar nesta caminhada. Agradeço aos membros da banca examinadora por terem aceitado o convite e pelas relevantes contribuições nesta pesquisa. Aos gerentes e demais funcionários entrevistados que prestaram real contribuição para realização deste trabalho. Em especial ao gerente de recursos humanos, Sr. Heloi Duarte Laureano que abriu as portas de seu departamento para que eu pudesse desenvolver este estudo. Quanto mais se chega perto do sonho, mais a lenda pessoal vai se tornando a verdadeira razão de viver. O alquimista – Paulo Coelho RESUMO O presente trabalho refere-se ao tema análise da rotatividade de recursos humanos que foi desenvolvido na empresa BACK serviços de vigilância e segurança e serviços especializados LTDA. Tendo como objetivo geral compreender as implicações das políticas de administração de recursos humanos na rotatividade de pessoal na dita empresa com os objetivos específicos se pretendem descrever a estrutura e o papel da área de recursos humanos, levantar as políticas de administração de recursos humanos, como também, identificar os motivos que resultam no desligamento de colaboradores da empresa. Este estudo é importante, pois contribui com a literatura acadêmica em administração no que diz respeito ao estudo e analise da rotatividade de recursos humanos. Para a empresa a preocupação recai sobre a qualidade e a produtividade, assim também existe a preocupação e a satisfação e o bem estar no trabalho. Por isso é relevante avaliar suas funções e papéis referente à administração de recursos humanos, bem como pela possibilidade do apresentação de um referencial teórico prático para melhoria do departamento de recursos humanos existente, possibilitando a reformulação em sua estrutura organizacional, elevando-se por conseqüência, a satisfação pessoal e a produtividade na empresa. O estudo é baseado numa pesquisa do tipo teórica-empírica com caráter descritivo, terá uma abordagem qualitativaquantitativa e, como procedimento metodológico utilizou-se o estudo de caso. Os resultados do estudo sugerem que a empresa implante um sistema de analise no desligamento de seus funcionários para obter um controle mais ativo na rotatividade dos mesmos. Palavras-chave: recursos humanos, rotatividade, qualidade. ABSTRACT This present work is about the subject that analysis the turnover of human resources that was developed in company BACK services of monitoring and security and specialized jobs LTDA. It has as a main objective to understand the implications of the politics of administration of human resources in the turnover of staff in that company and with the specific objectives It intends to describe the structure and the reason of human resources, to raise the politics of administration of human resources and also to identify the reasons that result of fired collaborators of the company. This study is important, therefore it contributes with academic literature in administration in whom it says respect to the study and it analyzes of the turnover of human resources. The company concerns is about the quality and the productivity and also the concern about the satisfaction and the wellbeing in the work. Therefore it is excellent to evaluate its functions and papers referring to the administration of human resources, as well as for the possibility of the presentation of a practical theoretical referential for improvement of the department of human resources existing, making possible the reformularization in the company structure, raising themselves for consequence, the personal satisfaction and the productivity in the company. The study theoretician-empiricist with descriptive character is based on a research of the type, will have a qualitativequantitative boarding the method procedure used the case study. The results of the study suggest that the company has implanted a system of analyzes in the disconnection of its employees to get a more active control in the turnover of the same ones. Word-key: human resources, rotation, quality. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 15 1.1 1.2 1.3 1.3.1 Apresentação do Tema e Problema .......................................................................... 15 Perguntas de Pesquisa............................................................................................... 17 Objetivos................................................................................................................... 17 Objetivo Geral .......................................................................................................... 17 1.3.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 17 1.4 Justificativa............................................................................................................... 18 2. REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................ 19 2.1 Importância das Organizações e o Histórico da Administração............................... 19 2.2 Buscando conceitos, os objetivos e as funções da administração de recursos humanos.25 2.2.1 As Funções de Recursos Humanos........................................................................... 27 2.3 A Administração de Recursos Humanos e a Rotatividade de Pessoal (Turnover)... 28 2.2 As Causas e os Custos da Rotatividade de Pessoal (Turnover)................................ 30 2.3 Cálculo do Índice da Rotatividade de Pessoal (Turnover) ....................................... 35 3. ASPECTOS METODOLÓGICOS.............................................................................. 38 3.1 3.2 3.3 4. Caracterização da pesquisa....................................................................................... 38 População e Amostra do estudo................................................................................ 40 Métodos e Técnicas para Coleta, Tratamento e Análise dos Dados......................... 43 RESULTADOS DO ESTUDO...................................................................................... 45 4.1 Caracterização da Organização: O caso Back ................................................................ 45 4.2 Políticas de administração de recursos humanos da empresa ........................................ 48 4.3 Análise global da rotatividade na organização (Turnover) ............................................ 52 4.4 Iniciativa dos desligamentos........................................................................................... 54 4.5 Análise dos custos da rotatividade (Turnover) ............................................................... 57 4.6 Perfil dos entrevistados................................................................................................... 59 4.7 Análise e interpretação dos dados .................................................................................. 65 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 93 6. REFERÊNCIAS:........................................................................................................... 95 ANEXOS ................................................................................................................................ 98 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Principais personagens da escola clássica ............................................................... 21 Figura 2 - Rodízio de pessoal nas organizações ....................................................................... 29 Figura 3 - Formula do índice de rotatividade de pessoal para efeito de planejamento de RH . 35 Figura 4 - Cálculo do índice de rotatividade de pessoal........................................................... 35 Figura 5 - Calculo do índice de rotatividade de pessoal........................................................... 36 Figura 6 - Índice de rotatividade de pessoal, por iniciativa da empresa ou dos empregados... 36 Figura 7 - Cálculo da rotatividade de pessoal por departamento ou seções ............................. 36 Figura 8 - Cálculo da amostra................................................................................................... 42 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Três tipos de autoridade segundo Max Weber. ...................................................... 23 Quadro 2 - Teoria X e Teoria Y: diferentes concepções da natureza humana ......................... 24 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - População e amostra (Serviços de Vigilância e Segurança).................................... 41 Tabela 2 - População e amostra (Serviços Especializados)...................................................... 42 Tabela 3 - Tabulação do turnover............................................................................................. 53 Tabela 4 - Tabulação do turnover (Serviços Especializados) ... Erro! Indicador não definido. Tabela 5 - Iniciativa dos desligamentos (Vigilância e Segurança)........................................... 55 Tabela 6 - - Iniciativa dos desligamentos (Serviços Especializados)........ Erro! Indicador não definido. Tabela 7 - Custos da rotatividade (Turnover)........................................................................... 58 Tabela 8 - Área de trabalho ...................................................................................................... 59 Tabela 9 - Sexo dos entrevistados ............................................................................................ 60 Tabela 10 - Idade dos entrevistados ......................................................................................... 61 Tabela 11 - Estado civil dos entrevistados ............................................................................... 62 Tabela 12 - Escolaridade dos funcionários.............................................................................. 63 Tabela 13 - Tempo de serviço na empresa ............................................................................... 64 Tabela 14 - A estrutura da empresa .......................................................................................... 66 Tabela 15 - O clima de trabalho na organização ...................................................................... 67 Tabela 16 - A remuneração (salário + benefícios) ................................................................... 68 Tabela 17 - A possibilidade de carreira .................................................................................... 69 Tabela 18 - O estilo de chefia................................................................................................... 70 Tabela 19 - O relacionamento entre colegas ............................................................................ 71 Tabela 20 - O relacionamento da chefia com os funcionários ................................................. 72 Tabela 21 - A higiene e segurança no trabalho ........................................................................ 73 Tabela 22 - O respeito às normas trabalhistas .......................................................................... 75 Tabela 23 - O Reconhecimento no trabalho ............................................................................. 76 Tabela 24 - A divisão do trabalho ............................................................................................ 77 Tabela 25 - O respeito e a valorização da pessoa ..................................................................... 78 Tabela 26 - O treinamento e a capacitação............................................................................... 79 Tabela 27 - As políticas e ações de recursos humanos............................................................. 80 Tabela 28 - Motivos que levam os funcionários a se desligarem da empresa.......................... 82 Tabela 29 - Indicação de amigo para trabalhar na empresa ..................................................... 83 Tabela 30 - Satisfação em trabalhar na empresa ....................... Erro! Indicador não definido. 12 Tabela 31 - Interesse em sair da empresa ................................................................................. 84 Tabela 32 - Satisfação na função.............................................................................................. 85 Tabela 33 - Sobrecarga nas atividades, .................................................................................... 86 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Flutuação das admissões e demissões (Vigilância e Segurança) ........................... 53 Gráfico 2 - Flutuação das admissões e demissões (Serviços Especializados).. Erro! Indicador não definido. Gráfico 3 - Iniciativa dos desligamentos (Vigilância e Segurança) ......................................... 55 Gráfico 4 - Iniciativa dos desligamentos (Serviços Especializados)......... Erro! Indicador não definido. Gráfico 5 - Custos da rotatividade (Turnover) ......................................................................... 59 Gráfico 6 - Área de trabalho ..................................................................................................... 60 Gráfico 7 - Sexo dos entrevistados ........................................................................................... 60 Gráfico 8 - Idade dos entrevistados .......................................................................................... 62 Gráfico 9 - Estado Civil dos entrevistados ............................................................................... 63 Gráfico 10 - Escolaridade dos entrevistados ............................................................................ 64 Gráfico 11 - Tempo de serviço na empresa.............................................................................. 65 Gráfico 12 - A estrutura da empresa......................................................................................... 66 Gráfico 13 - O clima de trabalho na organização ..................................................................... 67 Gráfico 14 - A remuneração (salário + benefícios) .................................................................. 68 Gráfico 15 - A possibilidade de carreira................................................................................... 69 Gráfico 16 - O estilo da chefia.................................................................................................. 70 Gráfico 17 - O relacionamento entre os colegas....................................................................... 71 Gráfico 18 - O relacionamento da chefia com os funcionários ................................................ 72 Gráfico 19 - A higiene e segurança no trabalho ....................................................................... 74 Gráfico 20 - O respeito às normas trabalhistas......................................................................... 75 Gráfico 21 - O Reconhecimento no trabalho............................................................................ 76 Gráfico 22 - A divisão do trabalho ........................................................................................... 77 Gráfico 23 - O respeito e a valorização da pessoa.................................................................... 78 Gráfico 24 - O treinamento e a capacitação ............................................................................. 79 Gráfico 25 - As políticas e ações de recursos humanos. .......................................................... 81 Gráfico 26 - Motivos que levam os funcionários a se desligarem da empresa ........................ 82 Gráfico 27 - Indicação de amigo pra trabalhar na empresa...................................................... 83 Gráfico 28 - Satisfação em trabalhar na empresa ..................................................................... 84 14 Gráfico 29 - Interesse em sair da empresa................................................................................ 85 Gráfico 30 - Satisfação na função ............................................................................................ 86 Gráfico 31 - Sobrecarga nas atividades .................................................................................... 87 1 INTRODUÇÃO 1.1 Apresentação do Tema e Problema As constantes mudanças que transformam a economia atual demonstram as mais variadas adaptações que as empresas tem que implementar para poderem competir no mercado. A globalização e as revoluções tecnológicas, especialmente nas áreas de computação, telecomunicação e informação, o crescimento de alguns setores de trabalho e o desaparecimento de outros, a diversidade cultural e as mudanças nas expectativas da sociedade, o aumento do espírito empreendedor e clientes mais exigentes, formam um novo ambiente em termos das relações de trabalho e de gestão de recursos humanos. Diante deste cenário, constata-se que as empresas procuram cada vez mais diferentes alternativas para poderem obter um melhor resultado no seu desempenho. Para que as organizações possam estar mais bem preparadas para competir no mercado atual é necessário avaliar seu ambiente, de modo a impedir que forças externas afetam seu relacionamento com a sociedade. Segundo Stoner & Freeman, (1982, p.46) “O ambiente externo passa por mudanças continuas e rápidas, com efeitos de longo alcance sobre as organizações e suas estratégias administrativas”. Para Robbins (2002, p.103): “O sucesso na administração do ambiente exige, que os gerentes analisem a fonte de incerteza e depois selecionem uma estratégia para que a organização possa implementar eficazmente”. Desta forma, acredita-se que o fator humano é uma profunda fonte de vantagem competitiva, entretanto as pessoas tornam-se o diferencial de uma organização à medida que elas estejam comprometidas com os objetivos. Portanto é em meio a isto que o departamento que compreende o papel de recursos humanos assume o papel fundamental no contexto das organizações contemporâneas. Segundo Gil (2001, p.17) “Recursos Humanos (RH), é função gerencial que visa à cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto individuais”. Esta atividade se relaciona com uma grande quantidade de atividades, como recrutamento de pessoal, descrição de cargos, treinamento e 16 desenvolvimento, avaliação de desempenho dentre outros. Com estes exemplos se percebe o grau de importância e o que este setor pode proporcionar dentro de uma organização, sejam eles fatores positivos ou quando não bem executados pode alcançar resultados negativos. Apesar do empenho destes profissionais de recursos humanos em todo o processo de seleção para a captação de profissionais para as organizações, ainda enfrentam grandes problemas, sendo um deles a rotatividade de pessoal ou também chamado de turnover. Para Chiavenato (1997) rotatividade de recursos humanos ou turnover é o intercâmbio de pessoas entre a organização e o ambiente o qual é definido pelo fluxo de pessoas que entram e saem das organizações. Contudo a alta rotatividade de recursos humanos pode trazer conseqüências negativas para a organização, tais como a queda no nível de desempenho e no moral dos funcionários, implementação de estratégias inadequadas, os altos custos relacionados no recrutamento e no desligamento, os reflexos na produção e perdas nos negócios. Durante diagnóstico realizado no estágio I observou-se que, a Back Serviços de Vigilância, Segurança e Serviços Especializados LTDA possui grande número de funcionários e encontra dificuldades em obter pessoas que se comprometam com a organização. Por este motivo a empresa enfrenta também um grande problema que é a da alta rotatividade de colaboradores. Este problema vem gerando preocupação dentro da organização, pois o número de contratação e demissão vem aumentando constantemente, o que vem a ser um fator altamente negativo, pois, interfere diretamente nos serviços administrativos da empresa, na qualidade do serviço prestado, controle, custos diretos com rescisões, fatores que são evidentes e que desestabilizam a organização. Diante do exposto, busca-se neste trabalho responder ao seguinte problema de pesquisa: “Como as políticas de Administração de Recursos Humanos geram implicações na rotatividade de pessoal na Back Serviços de Vigilância, Segurança e Serviços Especializados LTDA?” 17 1.2 Perguntas de Pesquisa • Qual a estrutura e o papel da área de Recursos Humanos da Back Serviços de Vigilância, segurança e serviços especializados LTDA? • Quais as políticas de administração de Recursos Humanos da Back Serviços de Vigilância, segurança e serviços especializados LTDA? • Quais os motivos que resultam no desligamento de funcionários da Back Serviços de Vigilância, segurança e serviços especializados LTDA? 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo Geral Compreender as implicações das políticas de administração de recursos humanos na rotatividade de pessoal na BACK Serviços de Vigilância, Segurança e Serviços Especializados LTDA. 1.3.2 Objetivos Específicos a) Descrever a estrutura e o papel da área de Recursos Humanos da BACK Serviços de Vigilância, Segurança e serviços especializados LTDA; b) Levantar as políticas de administração de Recursos Humanos da BACK Serviços de Vigilância, Segurança e serviços especializados LTDA e; c) Identificar os motivos que resultam no desligamento de colaboradores da empresa BACK Serviços de Vigilância, Segurança e serviços especializados LTDA; 18 1.4 Justificativa A justificativa consiste numa exposição sucinta, porém completa, buscando evidenciar os principais fatos correspondentes ao tema, as razões teórica e os motivos de ordem prática que tornam importante a realização da pesquisa. (LAKATOS & MARCONI, 1992). O presente trabalho tem por intenção contribuir com a literatura acadêmica em administração, no que diz respeito ao estudo e planejamento do processo de rotatividade de colaboradores de uma empresa. Com este trabalho pretende-se, também diminuir as barreiras entre a teoria assimilada em sala de aula e os procedimentos praticados pela empresa em estudo. Segundo Vasconcelos, Motta & Pinochet (2003, p.95) “a constante redefinição dos papéis sociais e as rápidas mudanças enfrentadas pelas organizações atuais são responsáveis pelas distancia entre a teoria e a prática, fazendo surgir contradições e paradoxos”. À empresa, o estudo é relevante no sentido de avaliar as atividades, pois passa por um processo de reformulação em sua estrutura organizacional em recursos humanos em todos os setores, buscando alcançar maior eficiência, elevar a satisfação pessoal e a produtividade da empresa. Diante da situação, observou-se que muitos setores apresentam dificuldades em se organizar e atingir suas metas. Este trabalho, também contribuirá para analisar alternativas no sentido de minimizar os impactos negativos causados pelo nível de rotatividade de funcionários e para economia de tempo e dinheiro para a empresa. Conforme Chiavenato (1997, p.186) “rotatividade de recursos humanos é a flutuação de pessoal entre organização e seu ambiente”. Ainda ressalta que, “tanto a entrada como a saída de recursos devem manter entre si mecanismos homeostáticos capazes de se autoregularem, e de garantirem um equilíbrio dinâmico e constante”. Uma das razões que motivaram a realizar este trabalho na área de recursos humanos foi por trabalhar na empresa em estudo e também, poder desenvolver um estudo mais aprofundado de interesse acadêmico e da empresa. A escolha do tema-problema ocorreu devido às evidências encontradas durante o diagnóstico realizado na disciplina de estágio 1, do 6º período onde foram observadas dificuldades em alguns setores da empresa em cumprir obrigações, seja no âmbito administrativo quanto operacional, devido à rotatividade de funcionários. 2 REFERENCIAL TEÓRICO Neste capítulo busca-se descrever a importância das organizações, o histórico da administração, como, também a evolução e as funções da Administração de Recursos Humanos. 2.1 Importância das Organizações e o Histórico da Administração Segundo Stoner & Freeman (1982, p. 20-21) “organização é um conjunto de duas ou mais pessoas trabalhado juntas e de modo estruturado para alcançar um objetivo específico ou um conjunto de objetivos”. Para Robins, (2002, p.31) “organização é um arranjo sistemático de duas ou mais pessoas que cumprem papéis formais e compartilham um propósito comum”. A organização é um sistema de atividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas destinadas para em conjunto alcançar objetivos pré-estabelecidos, (CHIAVENATO, 1997). Diante dos conceitos expostos pelos autores podemos dizer que, um negócio se torna uma organização quando possui metas formais, emprega mais de uma pessoa e desenvolve uma estrutura formal que define as relações entre seus membros, (ROBINS, 2002). Stoner & Freeman (1982, p.4), definem, “administração como o processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização, e de usar todos os recursos disponíveis da organização para alcançar objetivos estabelecidos”. Segundo Kwasnicka (1995, p.17), “administração é um processo pelo qual o administrador cria, dirige, mantém, opera e controla uma organização”. As organizações desempenham um papel importante na sociedade, são representadas por instituições sociais, delegacias de polícia, empresas nacionais, e multinacionais. As organizações proporcionam a seus empregados uma fonte de sobrevivência e dependendo da eficácia de seus administradores, até mesmo satisfação e auto-realização pessoal, com isto admitem que vivamos juntos de modo civilizado e permitindo que realizemos nossos objetivos enquanto sociedade. (STONER & FREEMAN, 1982) Forma de classificar o que os administradores fazem para alcançar suas metas em uma organização, usando técnicas como: planejamento, organização, liderança e controle. Planejar 20 é o processo que abrange a definição das metas de uma organização, este processo mostra que os administradores pensam antecipadamente em seus objetivos e ações, e que seus atos são baseados em métodos, plano ou lógica, e não em palpites. (STONER & FREEMAN, 1982). Segundo Robins, (2002, p.33): “organização é a função gerencial que inclui a definição de quais tarefas devem ser realizadas, quem deve realizá-las como dever ser agrupadas, quem se reporta a quem e onde as decisões devem ser tomadas”. Ainda para Robins, (2002, p.33), “a liderança é a função gerencial que abrange a motivação dos funcionários, direção das atividades dos outros, seleção do canal da comunicação mais eficaz e solução de conflitos entre os membros”. Por outro lado, o controle é a função do administrador de monitorar e garantir que as atividades sejam realizadas conforme planejado e realizando correções de quaisquer desvios do processo de desenvolvimento do projeto. Segundo Maximiniano (2000), a partir do início do século XX, a organização tornouse a base do desenvolvimento da teoria e da prática da administração, onde participaram desse processo, muitas pessoas e grupos de pesquisadores e estudiosos como Frederick w. Taylor, industriais, como Henry Ford; executivos, como Henri Fayol; cientistas, como Max Weber. Com estas pessoas ficou formada a escola clássica da administração, como está demonstrado na Figura 1. 21 HENRI FAYOL Processo de Administração a) Aplicação de métodos • Especialização do • Administração da de pesquisa para trabalhador. empresa é distinta identificar a melhor das operações de • Fixação do maneira de trabalhar. trabalhador no posto de produção. b) Seleção de treinamento trabalho. • Administração é científico de trabalho processo de planejar, • Trabalho (produto organizar, comandar, em processo de montagem) passa pelo coordenar e controlar. trabalhador. FREDERICK TAYLOR Administração Científica HENRY FORD Linha de montagem MAX WEBER Teoria da burocracia • Autoridade tem a contrapartida da obediência. • Autoridade baseia-se nas tradições, no carisma e em normas racionais. Autoridade burocrática é base da organização moderna. ESCOLA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO Figura 1 - Principais personagens da escola clássica Fonte: Maximiniano, 2000, p. 55. Conforme Gil (2001, p.18), “o objetivo fundamental desse movimento era proporcionar fundamentação científica às atividades administrativas, substituindo a improvisação e o empirismo”. Nesta época todo o processo de trabalho das organizações era desenvolvido de forma desordenada e sem qualquer tipo de controle, tendo como referencia a experiência no chão das fábricas, ou seja, dos próprios funcionários, sendo que nesta época o desenvolvimento do trabalho era passado de pai para filho. Segundo Gil, (2001, p.18), “Taylor, com base em observações diretas, feitas em oficinas, concluiu que, de modo geral, os operários produziam muito menos do que poderiam produzir”. Taylor procurou a melhor maneira de fazer cada trabalho por meio da racionalização. Neste período começou a existir uma preocupação em buscar alternativas para uma racionalização do trabalho ou simplificação dos movimentos para execução de tarefas, visando a redução do tempo consumido. Isto provocou uma verdadeira revolução mental por parte dos empregados e empregadores, que deveriam abandonar a luta pela repartição do 22 produto do trabalho em favor da coordenação de esforços para aumentar o lucro (ROBBINS, 2002). Para Morgan (1996, p.33), “o efeito da administração científica de Taylor no ambiente de trabalho tem sido enorme, aumentando muito a produtividade, enquanto acelera a substituição de habilidades especializadas por trabalhadores não qualificados”. Os estudos desenvolvidos por Taylor, no âmbito da organização e racionalização do trabalho, trouxeram a tona um aspecto que ainda hoje perdura nos sistemas contemporâneos de produção: a noção da divisão de trabalho. Por outro lado o Fayolismo atribui aos subordinados uma capacidade técnica, que se exprime nos princípios: conhecer, prever, organizar, comandar, coordenar e controlar (KANAANE, 1995). Para Fayol os diferentes cargos existentes dentro de uma empresa exigiam de seus ocupantes capacidades diferenciadas para cumprir estas diferentes funções. Ao operário interessava que tivesse excelente capacidade técnica, acima de qualquer outra, enquanto que para o alto executivo, deveria predominar a capacidade administrativa. Conforme se sobe os degraus hierárquicos, a importância relativa da função administrativa aumenta e a da função técnica diminui (PARK, BONIS & ABUD, 2002). Ainda, para Gil (2001), Fayol também contribuiu para o movimento da Administração Científica, formulando a doutrina que atribui aos subordinados uma capacidade técnica, tendo como princípios: conhecer, prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Os funcionários eram tratados como máquina, programadas para fazerem somente o que o patrão os manda-se fazer e em ritmo acelerado, exigidos ao máximo, e causando problemas relacionados com a saúde dos funcionários como a fadiga. Com esta visão, Fayol obteve uma grande quebra de paradigma. Henry Ford (1863-1947), afirmava que, para diminuir os custos, a produção deveria ser em grande quantidade, “produção em massa”, aparelhada com tecnologia capaz de desenvolver ao máximo a produtividade dos operários, e o trabalho deveria ser altamente especializado, “especialização do trabalhador”, realizando cada operário uma única tarefa, “fixação do trabalhador no seu posto de trabalho”. Ainda proponha boa remuneração e jornada de trabalho menor para aumentar a produtividade dos operários. (GIL, 2001). Neste período, o sociólogo jurista Alemão Marx Weber estudou e procurou descrever o alicerce formal legal em que as organizações reais se assentam o que chamou de burocracia Este por sua vez tinha como característica a dominação ou autoridade e obediência dentro de 23 um grupo determinado. Define ainda três tipos puros de autoridade, conforme demonstrado no Quadro 1. • • • AUTORIDADE AUTORIDADE TRADICIONAL CARISMÁTICA Baseia-se Baseia-se nos usos e costumes; a) qualidades das pessoas de Passa de geração a geração; líder; Depende da crença na b) Depende de “santidade dos hábitos”. seguidores admirarem qualidades do líder. nas • um • os • as AUTORIDADE LEGAL-RACIONAL Baseia-se em normas impessoais e racionais; Cria “figuras de autoridade”; Cria direitos e obrigações. Quadro 1 - Três tipos de autoridade segundo Max Weber. Fonte: Maximiniano, 2000, p. 63. As bases do movimento das relações humanas tiveram inicio com o psicólogo americano Elton Mayo em 1890-1949, onde destacava a valorização das relações humanas no trabalho considerando a relevância dos fatores psicológicos e sociais na produtividade (GIL, 2001). A Escola das Relações Humanas teve popularidade a partir de 1940, devido à divulgação dos livros de Mayo. Este movimento trouxe inegavelmente melhorias nas condições de trabalho, no treinamento dos supervisores, no desenvolvimento de estudos sobre dinâmica de grupo, comunicações, estudos sobre o moral industrial e relações industriais. Neste período as relações humanas passaram a ser mais reconhecida no contexto organizacional e com isto veio a proporcionar relação da ideologia a harmonização entre capital e trabalho de modo a fazer com que os trabalhadores colaborem com a empresa e a satisfazer suas necessidades sociais e psicológicas (GIL, 2001). Para Mayo, os empregados eram pessoas motivadas pela necessidade de estar junto, de ser reconhecido, de receber uma boa comunicação (BOSCO, 1993). Diante de um cenário repleto de mudanças começam a surgir diversos problemas no âmbito das organizações e na busca das soluções deste problema o psicólogo Elton Mayo realizou diversos pesquisas objetivando a solução dos problemas existentes na época. Para Maximiniano (2000), o resultado de um trabalho de entrevistas realizado por Mayo e seus colaboradores o qual interpretaram os resultados do experimento e chegaram a uma série de conclusões dentre elas destacam as mais importantes sendo: 24 • O trabalho de tratamento desempenhado pela gerência aos subordinados influencia no seu trabalho, ou seja, bom tratamento bom desempenho e; • O sistema social formado pelos grupos determina o resultado do indivíduo, que é mais leal ao grupo do que à administração. Se o grupo resolve ser leal à administração o resultado é positivo para a empresa. O resultado é negativo para a empresa quando o grupo resolve atender a seus próprios interesses. Segundo Gil (2001), Mayo desenvolveu uma experiência que teve como objetivo inicial o estudo das influências da iluminação na produtividade, em índice de acidentes e fadiga, e veio demonstrar a influência de fatores psicológicos e sociais no produto final do trabalho. Com esta experiência e outras demonstraram a importância dos fatores psicológicos e sociais na produção, com isto passando a valorizar as relações humanas no trabalho. Segundo Chiavenato (1997), a teoria das organizações de Douglas Mcgregor, a teoria X e a teoria Y possuem posições que explica o comportamento humano dentro das organizações. A teoria X baseia-se em certas concepções e premissas incorretas e distorcidas da natureza humana ocorridas em décadas passadas. A teoria Y uma concepção moderna da administração que se baseia em um conjunto de suposições da teoria da motivação humana. O Quadro 2 deixa claro algumas comparações significativas entre as duas teorias. • • • • • TEORIA X Os seres humanos não gostam do trabalho e o evitarão, sempre que puderem; Toda organização tem objetivos é para atingi-los, as pessoas que nada trabalham devem ser compelidas, controladas e mesmo ameaçadas com punições, para que seus esforços sejam orientados para aqueles objetivos; As pessoas, em geral, preferem ser dirigidas a dirigir; As pessoas, em geral, procuram evitar as responsabilidades; As pessoas médias têm pouca ambição; As pessoas preocupam-se, acima de tudo, com a própria Segurança e bem-estar. TEORIA Y O trabalho pode ser uma fonte de satisfação ou de sofrimento, dependendo das condições; b) O controle externo e as ameaças de punição não são os únicos meios de estimular e dirigir esforços. As pessoas podem Ter autocontrole e autodirigirse, desde que convencidas e comprometidas; c) As recompensas no trabalho estão ligadas aos compromissos assumidos; d) As pessoas podem aprender a aceitar e assumir responsabilidades; e) A imaginação, a criatividade e a engenhosidade são largamente encontradas nas pessoas; O potencial intelectual do ser humano médio está longe de ser totalmente utilizado. a) Quadro 2 - Teoria X e Teoria Y: diferentes concepções da natureza humana Fonte: Chiavenato, 1997, p. 143. Logo após a Segunda guerra mundial no período das relações industriais verificou-se o aumento do poder dos sindicatos dos trabalhadores e as empresas passaram a se preocupar mais com as condições de trabalho, concessão de benefícios á seus empregados e ainda 25 passaram a negociar salários. Foi o movimento das relações industriais que se expandiu a partir da década de 50 (GIL, 1994). Começa-se a falar em administração de recursos humanos na década de 60, sendo que esta expressão passou a substituir a expressão administração de pessoal e relações industriais. Este termo teve origem da teoria geral dos sistemas à gestão de pessoal (GIL, 2001). A Administração de Recursos Humanos surge em decorrência do crescimento das organizações e do aumento da complexidade das tarefas de gestão de pessoal e seu desenvolvimento confunde-se com a própria História da Administração. (GIL, 2001). Ainda, Gil (2001), relata que o aparecimento da Administração de Recursos Humanos deve-se a introdução de conceito originários da Teoria Geral dos sistemas de gestão de pessoal que por sua vez teve origem nos estudos do biólogo alemão Ludwig Von Bertalanfly. Ele verificou que certos princípios de algumas ciências poderiam ser aplicados a outras, desde que seus objetos pudessem ser entendidos como sistemas, fossem eles físicos, químicos, sociais, psicológicos etc. O sistema pode ser definido como combinação de partes, formando um todo unitário, um conjunto de elementos materiais ou ideais, entre os quais se possam encontrar uma relação; uma disposição das partes ou elementos de um todo, coordenados entre si e que funcionam como estrutura organizada (GIL, 2001). Segundo Maximiniano (2000), Berlanfly relata que a teoria dos sistemas é como um meio de orientação do pensamento e de visão do mundo tendo como base a introdução dos sistemas um novo paradigma científico, que contrasta com o paradigma analítico, mecanístico e linear de causa-e-efeito da ciência clássica. 2.2 Buscando conceitos, os objetivos e as funções da administração de recursos humanos. A administração de recursos humanos é um assunto fascinante e importante. Fascinante porque envolve as pessoas no trabalho e importante porque os recursos humanos são a própria organização. As pessoas tomam decisões, fixam objetivos e planejam, produzem 26 e vendem os produtos. A forma como as pessoas são administradas faz diferença (MILKOVICH, 2000). Para Chiavenato (1997, p.168), a administração de recursos humanos significa conquistar e manter pessoas na organização, trabalhando e dando o máximo de si, com uma atitude positiva e favorável. Representa todas aquelas coisas não só grandiosas que provocam euforia e entusiasmo, como também aquelas coisas muito pequenas e muito numerosas, que frustram ou impacientam, ou que alegram e satisfazem, mas que levam as pessoas a desejar permanecer na organização. Segundo Stoner & Freeman (1982, p.276), “administração de recursos humanos, é a função da administração que auxilia administradores na seleção, treinamento e desenvolvimento, buscando manter uma relação, adequando ás vontades do ponto de vista organizacional e as necessidades pessoais de seus membros”. Para Chiavenato (1997), administração de recursos humanos é o conjunto de políticas e práticas necessárias para concluir os aspectos da posição gerencial relacionados com as “pessoas” ou recursos humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação de desempenho. Ainda, Chiavenato (1999), administração de recursos humanos esta no contexto de organizações e de pessoas, em que administrar pessoas significa lidar com pessoas que participam de organizações, é o que o autor chama de administrar com as pessoas. Segundo Gil (1994), a administração de recursos humanos tem como objetivo integrar o trabalhador no contexto organizacional, por meio do processo de recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, manutenção, controle e avaliação de pessoal, desta forma obtendo o aumento de sua produtividade. Os objetivos da administração de recursos humanos derivam dos objetivos da organização inteira. Podemos destacar os principais objetivos como: Criar, manter e desenvolver um contigente de pessoas com habilidade e motivação para realizar os objetivos da organização, como também condições organizacionais de aplicação, desenvolvimento para alcance dos objetivos individuais e alcançar eficiência e eficácia através das pessoas (CHIAVENATO, 1997). 27 2.2.1 As Funções de Recursos Humanos Segundo Toledo (1977), a descrição e análise de funções, são tarefas básicas indispensáveis à maioria dos programas de administração de pessoal. Não podemos selecionar ou treinar pessoal, nem determinar o valor de uma função ou mérito de um funcionário se não tivermos uma idéia clara e registrada por escrito do que se faz neste cargo ou função, e quais os requisitos pessoais necessários para o seu bom desempenho. E também, são úteis principalmente aos seguintes aspectos da administração de pessoal: Seleção e integração de pessoal, treinamento, promoção e transferência, determinação racional de salário, prêmios e incentivos de produção, avaliação de desempenho. Para Chiavenato(1997, p.8) “administração de Recursos Humanos é a função administrativa devotado à aquisição, treinamento, avaliação e remuneração dos empregado”. Aquino (1980), também relata que a função de pessoal está ligada aos fins e objetivos da empresa, ao planejamento estratégico e as características da organização. Sabemos que a administração de recursos humanos, para apresentar resultados relevantes deve assumir a postura de uma especialidade à altura da missão empresarial. Stoner & Freeman (1982, p.276), “A administração de Recursos Humanos, tem como função, auxiliar os administradores na seleção, treinamento e desenvolvimento de membros da organização”. Segundo Toledo (1995), as atividades de um órgão de recursos humanos podem se resumir em: 1) educação e assessoramento que é a atitude de incentivar todos os seus membros na identificação e remoção das condições restritivas ao desenvolvimento, motivação e sinergia das pessoas e grupo para obtenção do clima propício para a saúde organizacional, 2) serviços, que são as atividades tradicionais como: recrutamento e seleção de pessoal, administração de salários e benefícios, avaliações de desempenho para efeito de aperfeiçoamento profissional dos membros da organização e treinamento e 3) a atividade de planejamento e desenvolvimento de pessoal que visa dimensionar, qualitativa e quantitativamente o patrimônio humano de uma empresa, facilitando a existência de condições para que as pessoas possam desenvolver-se profissionalmente. 28 2.3 A Administração de Recursos Humanos e a Rotatividade de Pessoal (Turnover) Segundo Chiavenato (1999) rotatividade de recursos humanos é usada para definir a flutuação de pessoal entre uma organização e seu ambiente que por sua vez é definido pelo volume de pessoas que entram e saem da organização. Esta, geralmente, é expressa por uma relação percentual entre as admissões e os desligamentos com relação ao número de participantes da organização, no decorrer de certo período de tempo. Mobley (1992) define rotatividade de pessoal como sendo a suspensão da condição de membro ou desligamento (voluntário ou involuntário), de uma organização por parte de um indivíduo que recebe a compensação monetária por seus trabalhos desenvolvidos dentro ou fora da organização. A rotatividade de pessoal ou turnover é um dos pontos mais importantes na atual conjuntura organizacional e que vem preocupando os executivos da área de recursos humanos. Segundo Robbins (2002, p.21) “os funcionários estão diante de um mundo que oferece menos permanência e previsibilidade do que o existente nas décadas passadas. O contrato informal de lealdade anteriormente existente entre funcionários e empregador foi irrevogavelmente rompido”. Segundo Chiavenato (1997), para a empresa poder desenvolver suas operações e gerar resultados necessitam de um lado importar recursos humanos e energia do ambiente externo, na forma de matéria prima, máquinas, equipamentos, pessoal, etc. Por conseqüência as organizações exportam para o ambiente externo os produtos acabados ou serviços, refugos, lixos, etc. Neste processo de importação de insumos do ambiente externo e os resultados que exporta para este ambiente, deverá haver um equilíbrio entre as operações para obter os níveis desejados pelas organizações. Se os insumos forem mais volumosos do que as saídas, ocorrerá um congestionamento no processo de produção, e vice versa. Desta forma reconhecemos que tanto a entrada como as saídas de recursos da organização devem manter o equilíbrio. Os processos de demissões e admissões são fatores presentes nas organizações e que devem ser analisados tanto do ponto de vista do empregado como do empregador, sendo que teremos as demissões voluntárias e as dispensas. Segundo Milkovich (2000), demissões voluntárias são aquelas cuja iniciativa surge por parte do empregado, tendo como justificativa de deixar a empresa fatores como aposentadoria ou em função de benefícios e incentivos. E a dispensa é aquela cuja iniciativa surge por parte do empregador, e este acontece por motivos 29 pessoais específicos, como incompetência, violação de regras, desonestidade, preguiça, absenteísmo, insubordinação ou incapacidade de ser aprovado no período de teste. Dentre os recursos que as organizações importam do ambiente externo, podemos destacar as pessoas como sendo mais importante para o contexto. Realizando comparações, podemos dizer que as admissões e demissões dentro de uma empresa devem manter o equilíbrio para não comprometer as operações do sistema organizacional. Na Figura 2 podemos observar como se porta o rodízio de pessoal nas organizações. ENTRADAS Contratações Recursos Humanos MOVIMENTAÇÃO INTERNA Necessários a Organização Promoção Transferência S Demissões A Demissionários Í Aposentadoria D Mortes A Promoções S Transferência Figura 2 - Rodízio de pessoal nas organizações Fonte: Pontes (1996, p. 21) Segundo Robbins, (2002, p.103): “Redução do quadro de pessoal, reestruturação, reengenharia, terceirização e extinção de cargos são razões maiores pelas quais a imensa maioria dos indivíduos já não pode esperar emprego de carreira em uma única grande organização”. Segundo Chiavenato (1999, p.186) “Quase sempre, a rotatividade é expressa em índices mensais ou anuais para permitir comparações, seja para desenvolver diagnósticos, seja para promover providências, seja ainda com caráter preditivo”. 30 2.2 As Causas e os Custos da Rotatividade de Pessoal (Turnover) As organizações precisam obter informações sobre as causas que levam os colaboradores a saírem da organização, para que desta forma possam estudar e diagnosticar os pontos falhos do ambiente organizacional. O diagnóstico das causas da rotatividade de pessoal além de possibilitar as empresas a criar sistemas de informações e ajustes em suas políticas de recursos humanos, garantem ainda uma compreensão melhor sobre o assunto. Segundo Milkovich (2000), a decisão de pedir demissão pode ser influenciada por fatores externos, estes dificilmente controlados pela organização, como a taxa de desemprego, responsabilidades familiares e atração por outras empresas. E pode ser influenciada ainda, por fatores internos ocorridos pela própria organização, pela atividade de recursos humanos a estrutura da função, recrutamento que cria expectativa, oportunidade de planejamento de carreira e promoção, níveis salariais, investimento em treinamento e sensação de justiça no tratamento pela empresa. Para Chiavenato (1997), as conseqüências que reflete a atitude e o comportamento do pessoal, estão divididas em fenômenos internos e externos na organização. Os fenômenos externos estão relacionados à situação ocorrida fora da organização como: a oferta e procura de recursos humanos no mercado, a conjuntura econômica e as oportunidades de empregos no mercado de trabalho. E os fenômenos internos estão relacionados às situações ocorridas dentro das organizações, entre elas podemos citar: a política salarial e de benefícios da organização, o tipo de supervisão exercido sobre o pessoal, as oportunidades de crescimento profissional, o tipo de relacionamento humano dentro da organização, as condições físicas ambientais de trabalho, o moral do pessoal, a política de recrutamento, seleção e treinamento de recursos humanos, a política disciplinar da organização, e os critérios de avaliação do desempenho. Algumas empresas para se manterem competitivas no mercado se obrigam a reduzir o quadro de funcionários, com o objetivo de reduzir os custos. Segundo Milkovich (2000), as empresas precisam buscar mais do que reduzir sua rotatividade e devem determinar cuidadosamente o que é mais eficaz, encorajar os empregados a deixarem à empresa ou tentar mante-los, sendo que o fator-chave não é quantos empregados estão saindo e sim qual o valor daqueles que estão permanecendo. 31 Segundo Chiavenato (1997), “os custos da rotatividade de pessoal estão divididos em: custos primários, secundários e terciários”. a) Custos primários da rotatividade de pessoal: Para Chiavenato (1997), os custos primários da rotatividade de pessoal são aqueles envolvidos em todo o processo de demissão e contratação de cada funcionário, que por sua vez incluem os custos de recrutamento e seleção, custos de registros e documentação, custo de integração e custo de desligamento. Chiavenato (1997), relata ainda que os custos de recrutamento e seleção são compostos pelos seguintes itens: • Despesas da emissão e processamento da requisição de empregado; • Despesas de manutenção do órgão de recrutamento e seleção (salários do pessoal de recrutamento e seleção, encargos sociais, horas extras, material de escritório, aluguéis pagos, etc.); • Gastos com anúncios em jornais, folhetos de recrutamento, honorários de empresas de recrutamento, material de recrutamento, formulários, etc.; • Gastos com testes de seleção e avaliação de candidatos; e • Despesas de manutenção do órgão de serviços médicos (salário do pessoal de enfermaria, encargos sociais, horas extras, etc.), rateados pelo número de candidatos submetidos a exames médicos de seleção. Chiavenato (1997), divide os custos de registro e documentação da seguinte forma: • Despesas de manutenção do órgão de registro e documentação de pessoal (salários, encargos sociais, horas extras, material de escritório, aluguéis pagos, etc.); e • Gastos com formulários, documentação, anotações, registros, processamento de dados, abertura de conta bancária, etc. Os custo de integração, segundo Chiavenato (1997), podem ser constituídos de: 32 • Despesas do órgão de treinamento (se for este o órgão responsável pela integração do pessoal recém-admitido na organização; se a integração for descentralizada pelos vários órgãos do sistema de recursos humano da organização – recrutamento e seleção, treinamento, serviço social, higiene e segurança, benefícios, etc. Deve-se fazer o rateio pelo tempo proporcional aplicado ao programa de integração de novos empregados), rateados pelo número de empregados submetidos ao programa de integração e; • Custo do tempo do supervisor do órgão requisitante aplicado na ambientação do empregado recém-admitido em sua seção. Os Custo de desligamento são compostos dos seguintes itens: (CHIAVENATO, 1997): • Despesas do órgão de registro e documentação relativas ao processamento do desligamento do empregado (anotações, registros, comparecimentos a homologações na justiça do trabalho, no sindicato de classe, etc.), rateados pelo número de empregados desligados; • Custo das entrevistas de desligamento (tempo do entrevistador aplicado às entrevistas de desligamento, custo dos formulários utilizados, custo da elaboração dos relatórios conseqüentes, etc.); • Custo das indenizações pelo tempo anterior à opção pelo FGTS, conforme o caso; e • Custo da antecipação de pagamento relacionado com férias proporcionais, 13º salário proporcional, aviso prévio (com ou sem a contraprestação do serviço pelo empregado), multa do FGTS, etc. b) Custos secundários da rotatividade de pessoal: Os custos secundários da rotatividade de pessoal são difíceis de serem analisados numericamente, pois possuem características predominantemente qualitativas e estão indiretamente relacionados à rotatividade de funcionários. Os custos secundários da rotatividade de pessoal são constituídos pelo reflexo na produção, reflexo na atitude do pessoal, custo extralaboral, custo extra-operacional, (CHIAVENATO, 1997). Para Chiavenato (1997), o reflexo na produção é constituído de: 33 • Perda de produção causada pela vaga deixada pelo empregado desligado, enquanto este não for substituído; • Produção geralmente inferior pelo menos durante o período de ambientação do novo emprego no cargo e; • Insegurança inicial do novo empregado e sua interferência no trabalho dos colegas, Segundo Chiavenato (1997), o reflexo na atitude da pessoa, podem ser observados por meio de aspectos como: • Imagem, atitudes e predisposições que o empregado que se está desligando transmite aos colegas; • Imagem, atitudes e predisposições que o empregado que se está iniciando transmite aos colegas; • Influência de ambos os aspectos acima sobre o moral e atitude do supervisor e do chefe e; • Influência de ambos os aspectos acima sobre a atitude dos clientes e fornecedores. Conforme Chiavenato (1997), o custo extralaboral é destacado como: • As despesas de pessoal extra ou horas extra necessárias para cobrir a vaga existente ou para cobrir a deficiência inicial do novo empregado; • O tempo adicional de produção causado pela deficiência inicial do novo empregado; • A elevação do custo unitário de produção com a queda da eficiência média provocada pelo novo empregado; e • O tempo adicional do supervisor aplicado na integração e no treinamento do novo empregado. Ainda Chiavenato (1997), o custo extra-operacional representa: • O custo adicional de energia elétrica, devido ao índice reduzido de produção do novo empregado; 34 • O custo adicional de lubrificação e combustível, devido ao índice reduzido de produção do novo empregado; • O custo adicional de serviços de manutenção, utilidades, planejamento e controle de produção, expediente etc., que se tornam mais elevados frente ao índice reduzido de produção do novo empregado; • O acréscimo de acidentes – e consequentemente de seus custos diretos e indiretos -, devidos à sua intensidade maior no período de ambientação inicial dos recém admitidos e; • Os Acréscimos de erros, refugos e problemas de controle de qualidade provocados pela inexperiência do novo empregado. c) Custos terciários da rotatividade de pessoal Estão relacionados com os efeitos colaterais imediatos da rotatividade, que se fazem sentir a médio e longo prazo. Os custos terciários são apenas estimáveis e são divididos em: custo extra-investimento e perdas nos negócios (CHIAVENATO, 1997). O custo extra-investimento é descrito a seguir: • Aumento proporcional das taxas de seguros, depreciação do equipamento, manutenção e reparos em relação ao volume de produção, reduzido em face das vagas existentes ou a recém–admitidos em período de ambientação e treinamento; e aumento do volume de salários pagos aos novos empregados e, consequentemente, de reajustes de todos os demais empregados, quando a situação do mercado de trabalho é de oferta, intensificando a competição e a oferta de salários iniciais mais elevados no mercado de recursos humanos (CHIAVENATO, 1997). As perdas nos negócios representam: • Os reflexos na imagem e nos negócios da empresa, provocados pela qualidade dos produtos ou serviços executados por empregados inexperientes em fase de ambientação. (CHIAVENATO, 1997), 35 2.3 Cálculo do Índice da Rotatividade de Pessoal (Turnover) O cálculo do índice de rotatividade de pessoal é baseado no volume de entradas e saídas de pessoal em relação aos recursos humanos disponíveis em certa área da organização, dentro de certo período de tempo, e em termos percentuais. “Para medir o índice de rotatividade de pessoal para efeito do planejamento de recursos humanos, utiliza-se a seguinte equação” (CHIAVENATO, 1997). A + D X 100 Índice de rotatividade de pessoal = 2 EM Figura 3 - Formula do índice de rotatividade de pessoal para efeito de planejamento de RH Fonte: Chiavenato (1997, p. 188) Onde: A = admissão de pessoal na área considerada dentro do período considerado (entrada); D = desligamento de pessoal (tanto por iniciativa da empresa como por iniciativa dos empregados) na área considerada dentro do período considerado (saídas); EM = efetivo médio da área considerada dentro do período considerado. Pode ser obtido pela soma dos efeitos existentes no inicio e no final do período, dividida por dois. Segundo Milkovich (2000) o Bureau Of Nacional Alfairs, órgão oficial do governo Norte Americano usa a seguinte formula para medir o índice de rotatividade durante o mês. Número total de demissões durante o mês Número total de pessoas empregadas durante o mês X 100 Figura 4 - Cálculo do índice de rotatividade de pessoal Fonte: Milkovick (2000, p. 264) Para Lacombe (2005, pág. 259), “a rotatividade de pessoal pode ser calculada por meio do quociente resultante da divisão da soma do número de empregados admitidos e dos 36 que saíram em determinado período pelo número de empregado existente no final do período”. Rotatividade = Total de empregados admitidos + Total de empregados que saíram do órgão Total de empregados no final do período Figura 5 - Calculo do índice de rotatividade de pessoal Fonte: Lacombe (2005, p. 259) Quando se trata de analisar as perdas de pessoal e suas causas, não se consideram as admissões (entradas) no cômputo do índice de rotatividade de pessoal, mas somente os desligamentos, sejam por iniciativa da organização ou dos empregados (CHIAVENATO, 1997). . Índice de rotatividade de pessoal = D x 100 EM Figura 6 - Índice de rotatividade de pessoal, por iniciativa da empresa ou dos empregados Fonte: Chiavenato (1997, p. 189) Segundo Chiavenato (1997) “quando se avalia a rotatividade de pessoal por setor ou departamento tomado como subsistemas de um sistema maior, que é a organização, cada subsistema deve ter um cálculo próprio do índice de rotatividade de pessoal através da equação”. A+D Índice de rotatividade de pessoal = 2 EM Figura 7 - Cálculo da rotatividade de pessoal por departamento ou seções Fonte: Chiavenato, (1997, p. 190) Onde: + R+ T 37 R = recebimento de pessoal por transferência de outros subsistemas departamento ou seções e; T = transferência de pessoal para outros subsistemas (departamento ou seções). Finalizada a apresentação dos aspectos que referenciam teoricamente este trabalho, parte-se, agora, para a metodologia utilizada na pesquisa. 3 ASPECTOS METODOLÓGICOS Levando em consideração o problema de pesquisa descrito neste trabalho, faz-se necessário destacar neste capítulo o encaminhamento metodológico que será utilizado para aprofundar o conhecimento por meio da pesquisa. Para tanto, serão traçados os mais variados caminhos para abordagem do problema e alcance dos objetivos propostos. Segundo Gil (1995), o objetivo principal da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos. Para Oliveira (2001) a pesquisa, tanto para efeito científico como profissional, envolve a abertura de novos horizontes e a apresentação de diretrizes na busca de soluções de um problema e que podem contribuir para o desenvolvimento do conhecimento dentro de uma área específica de estudo. Na pesquisa, foram utilizados diferentes instrumentos para se chegar a uma resposta mais precisa na resolução da questão - problema proposto. O “instrumento ideal” de pesquisa deverá ser escolhido de forma que se possa atingir o resultado esperado. 3.1 Caracterização da pesquisa Este trabalho caracteriza-se por ser do tipo teórico - empírico, com caráter descritivo. Terá uma abordagem qualitativa – quantitativa e o delineamento de pesquisa é o estudo de caso. De acordo com Oliveira (2001, p. 123), “a pesquisa teórica tem por objetivo ampliar generalizações, definir leis mais amplas, estruturar sistemas e modelos teóricos, relacionar e enfeixar hipóteses por força de dedução lógica”. Segundo Demo (1994, p. 21), “a pesquisa teórico - empírica é dedicada ao tratamento da face empírica e fatual da realidade; produz e analisam dados, procedendo sempre pela via do controle empírico e fatual”. A pesquisa teórica - empírica possibilita maior concretude as argumentações, por mais tênue que possa ser a base fatual. O significado dos dados empíricos depende do referencial teórico, mas estes dados agregam impacto pertinente, sobretudo no sentido de facilitarem a aproximação prática. Conforme Gil (2002), a pesquisa exploratória tem como objetivo principal o aprimoramento de idéias proporcionando maior familiaridade do pesquisador com o 39 problema, tornando-o mais explicito ou possibilitando a constituição de hipóteses. “Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se necessários seu esclarecimento e delimitação, o que exige revisão da literatura, discussão com especialistas e outros procedimentos” (GIL, 1995, p. 45). Neste caso buscou-se esta forma de pesquisa para o desenvolvimento do trabalho, pois o tema em questão “rotatividade de funcionários”, é ainda pouco estudado no meio acadêmico, principalmente levando-se em consideração os trabalhos de conclusão de curso desenvolvidos no âmbito do curso de Administração da UNIVALI – São José. Aliado a isso se entende que este trabalho pode ser tratado através de um estudo exploratório em virtude da necessidade de aprofundamento teórico necessário ao acadêmico para maior familiaridade e compreensão dos aspectos inerentes à rotatividade de pessoal no contexto da organização. Para Gil (2002, p. 45), “as pesquisas descritivas tem como objetivo primordial à descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. Descritiva porque toda pesquisa qualitativa é, por princípio, descritiva e objetivando uma maior análise do problema pesquisado, será necessário coletar dados sobre características dos colaboradores tais como: Idade, sexo, nível de escolaridade, tempo de empresa, cargo e função. Para Oliveira (2001, p. 114), “o estudo descritivo possibilita o desenvolvimento de um nível de análise em que se permite identificar as diferentes formas dos fenômenos, sua ordenação e classificação. No presente estudo será adotado como forma de pesquisa a abordagem qualitativa – quantitativa. Segundo Oliveira (2001, p.117): a abordagem qualitativa possui a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisa a interação de certas variáveis, compreende e classifica processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos. A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas sim com o aprofundamento da compreensão de um grupo num determinado contexto sócio organizacional. Neste trabalho, busca-se a utilização da pesquisa qualitativa, por meio de levantamento da opinião do quadro gerencial da empresa através da condução de entrevistas, objetivando maior compreensão do problema da rotatividade de funcionários, na Back 40 Serviços de Vigilância, Segurança e Serviços Especializados LTDA sob a perspectiva gerencial. Visando uma compreensão mais concreta do fenômeno estudado e do objeto de estudo proposto, neste estudo também será utilizada a abordagem quantitativa. Para Oliveira (2001, p.115), “a pesquisa quantitativa significa quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações, assim como também com o emprego de recursos e técnicas estatísticas desde os mais simples, como percentagem, média, moda, mediana e desvio padrão, até o uso mais complexo, como coeficiente de correlação, a análise de regressão etc”. A pesquisa quantitativa é projetada para coletar dados quantificáveis devendo ser usada para saber, por exemplo, quantas pessoas irão responder de uma determinada forma ou quantas terão a mesma opinião sobre um fenômeno em específico. Busca ainda exprimir as relações de dependência funcional entre variáveis, que no caso deste estudo tratará do relacionamento entre as políticas de administração de Recursos Humanos e os motivos que resultam na alta rotatividade de funcionários na Back Serviços de Vigilância, segurança e serviços especializados LTDA. Segundo Gil, (2002), o estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já conhecidos. O objetivo do estudo de caso pode ser uma análise profunda de uma organização ou de um sujeito em particular ou ainda uma situação. Destaca-se, portanto, que neste trabalho o estudo de caso será realizado numa empresa de grande porte prestadora de serviços. 3.2 População e Amostra do estudo O trabalho realizado na BACK serviços de vigilância, segurança e serviços especializados LTDA, filial de Florianópolis visa identificar os problemas que resultam na demissão de funcionários e os motivos da rotatividade na empresa. A referência e fonte de coleta de dados é o setor de Administração de Recursos Humanos, em que foram coletadas informações, necessária ao estudo. Atualmente, a filial de Florianópolis possui 534 funcionários na área de vigilância e segurança e 1.881 funcionários na área de serviços especializados, correspondendo um total de 2.415 funcionários. Para levantamento desses dados foi considerada a pesquisa efetuada no 41 banco de dados do setor de Administração de Recursos Humanos da empresa, realizada no dia 06 de outubro de 2005. Por se tratar de uma empresa prestadora de serviços terceirizados, os funcionários foram divididos em diretos e indiretos. Funcionários diretos são aqueles que trabalham em setores administrativos, operacionais dentro da organização contratante, e funcionários indiretos são aqueles que são designados a prestar serviços a outras organizações em atividades operacionais, administrativas e atendimentos, por força de contrato, ou seja, indivíduos que prestam serviços na parte externa da empresa. Neste trabalho, foram realizadas entrevistas e questionários com os funcionários diretos do corpo gerencial, recursos humanos, supervisores, e responsáveis por demais serviços operacionais. E também, foram coletadas informações sobre os funcionários, por meio de consulta aos registros informatizados da empresa. O tamanho da população considerada é de 2.145 funcionários e a amostra foi de 188 funcionários. A fórmula utilizada para o cálculo da amostra está representado na Figura 8 considerando uma margem de erro de 7%. Foi utilizado o método estatístico e a amostra aleatória proporcional. Na Tabela 1, estão representados 534 funcionários da Back serviços de vigilância e segurança, sendo 55 funcionários diretos, ou seja, que prestam serviços diretamente na empresa e 479 são funcionários indiretos, que prestam serviços fora da empresa (em outras organizações). Dos 55 funcionários diretos 04 (2%) foram selecionados aleatoriamente para participarem do estudo e dos 479 funcionários indiretos 37 foram selecionados aleatoriamente para participarem do estudo. A fórmula utilizada para obtenção da amostra está representada na Figura 8. Área da empresa Funcionários Amostra % Funcionários diretos 55 04 2% Funcionários indiretos 479 37 20% Total 534 41 22% Tabela 1 - População e amostra (Serviços de Vigilância e Segurança) Fontes: Dados primários (2005) Na Tabela 2, estão representados 1881 funcionários da Back serviços de vigilância e segurança, sendo 73 funcionários diretos, ou seja, que prestam serviços diretamente na empresa e 1.808 são funcionários indiretos, que prestam serviços fora da empresa (em outras organizações). Dos 73 funcionários diretos 08 (4%) foram selecionados aleatoriamente para 42 participarem do estudo e dos 1.808 funcionários indiretos 139 foram selecionados aleatoriamente para participarem do estudo. A fórmula utilizada para obtenção da amostra está representada na Figura 8. Área da empresa Funcionários Amostra % 73 08 4% Funcionários indiretos 1.808 139 74% Total 1.881 147 78% Funcionários diretos Tabela 2 - População e amostra (Serviços Especializados) Fontes: Dados primários, 2005 N= tamanho da população; n =tamanho da amostra; n0 = uma primeira aproximação para o tamanho da amostra e E0 = erro amostral tolerável n = N . n0 N + n0 n0 = 1 (E0) 2 n = (N) . (n0) N + n0 Figura 8 - Cálculo da amostra Fonte: Barbeta (2001, p.50) 43 3.3 Métodos e Técnicas para Coleta, Tratamento e Análise dos Dados. Nesta pesquisa os dados foram coletados em fontes primárias e secundárias. Para Mattar (2001, p.48) “dados secundários são aqueles que já foram coletados, trabalhados, ordenados, e às vezes, até analisados e que estão catalogados à disposição dos interessados”. Neste estudo foram levantados dados por meio de pesquisa em documentos da empresa, entrevistas de desligamento (ANEXO A), sistemas operacionais (Microsiga), Internet, livros, relatórios e manuais. Mattar (2001, p. 48), destaca que os dados primários, “são aqueles que não foram antes coletados, estando ainda em posse dos pesquisados, e que são coletados com o propósito de atender às necessidades específicas da pesquisa em andamento”. A coleta de dados primários deu-se através de entrevistas (APÊNDICE A) e questionários (APÊNDICE B), realizado com funcionários. As entrevistas e questionários foram elaborados tendo como referência os objetivos específicos e a fundamentação teórica. Por aspectos éticos os pesquisados não serão identificados, para que não ocorram informações distorcidas por receio do pesquisado. Segundo Alves (2003), a entrevista é considerada uma das principais técnicas utilizadas para colher uma gama de informações, para aprofundar os dados fornecidos e realizar correções sobre os dados levantados. Por outro lado, Vergara (1998), destaca que o questionário caracteriza-se por apresentar uma série de questões apresentadas ao respondente, sendo comparado a um teste e usado em escala, quando quantifica as respostas. Estes métodos utilizados para coleta de informações, têm como objetivo detalhar as causas ou razões que resultam no problema e na solução do mesmo. Desta forma proporciona ao pesquisador maior compreensão do estudo realizado e com isto poderá ser determinado pelo pesquisador, melhores alternativas para analise e tratamento dos dados. Após os dados coletados foi realizado o tratamento e analise dos dados. Segundo Gil (1994, p. 166), “a analise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação”. Para Lakatos & Marconi, (1992) analisar é decompor um todo em suas partes, buscar detalhes em todos os aspectos que possam ter influência sobre o objeto de estudo a fim de poder efetuar um estudo mais completo. Interpreta as causas e possíveis soluções dos pontos em desequilíbrio e indica os tipos de relações existentes entre as idéias expostas. 44 Como instrumento de coleta, utilizou-se entrevistas com perguntas subjetivas (APÊNDICE A) realizada com os gerentes, buscando o seu conhecimento sobre a administração de recursos humanos e a rotatividade de funcionários na organização. Os dados deste estudo foram coletados durante os meses de março e abril de 2006. Foram aplicadas 04 (quatro) entrevistas, com os gerentes de setores, área de recrutamento e seleção, departamento de pessoal, setor operacional e setor responsável pela qualidade da empresa. Em base aos dados coletados e levando em consideração a proximidade do pesquisador com a realidade das empresas objeto de estudo, far-se-á o possível para mesclar os resultados das entrevistas com a observação particular da realidade visando captar e compreender os objetivos pessoais, os sentimentos, anseios e potencialidades, dos gerentes. Baseando-se para isto na bibliografia estudada e analisando na medida do possível os dados coletados na prática da empresa. As entrevistas foram realizadas individualmente com cada participante. Os questionários também foram utilizados como meio de coleta e análise dos dados com perguntas objetivas (APÊNDICE B) os quais foram aplicados a 188 funcionários diretos e indiretos, buscando quantificar as principais causas e conseqüências que a rotatividade de recursos humanos trás para a empresa. Aos participantes tanto das entrevistas como dos questionários foi possibilitado o anonimato, para que pudessem se sentir mais a vontade com as respostas e sugestões oferecidas ao estudo da organização. 4. RESULTADOS DO ESTUDO Neste capitulo serão apresentados os principais resultados encontrados por meio da coleta, analise e interpretação dos dados. Dados esses que foram coletados em fontes primárias e secundárias. 4.1 Caracterização da Organização: O caso Back O presente estudo de caso foi desenvolvido no Grupo Back, uma empresa de terceirização de serviços de vigilância eletrônica e orgânica e mão-de-obra especializada. O Grupo é um conjunto de empresas criadas pela sociedade de constituição familiar que no decorrer do seu histórico aparecendo à entrada de somente um sócio, extra família. A Back foi fundada pela Sra. Eulália Biz Back, ao terceiro dia do mês de novembro do ano de 1969, na cidade de Rio do Sul no estado de Santa Catarina, sob o nome de Eulália Back como firma individual. Sua finalidade econômica era a prestação de serviços de limpeza, vigilância noturna junto a autarquias, bancos e entidades particulares. Sua primeira filial além das fronteiras do estado de Santa Catarina, foi em 1981 na cidade de Porto Alegre, localizada no estado do Rio Grande do Sul, prestando somente serviços de limpeza e conservação. Neste mesmo período a firma passou a operar também no ramo de fornecimento de lanches a estabelecimentos bancários e repartições públicas. No decorrer dos anos foram realizadas várias alterações contratuais, de entrada e saída de sócios, alteração de capital e aberturas de filiais (que serão relatadas no decorrer do estudo). A Back possui trinta e seis anos de existência (1969-2005). é constituído de empresas de terceirização de serviços de vigilância eletrônica, vigilância humana, mão-de-obra especializada e recursos humanos, sob a forma de uma sociedade familiar, estando hoje sob a administração de sua segunda geração. A empresa tem como missão: “fornecer serviços qualificados através de investimentos em recursos humanos e tecnológicos, destacando a empresa no mercado onde atua”. Como visão pretende: “ser, reconhecida pelos clientes como a empresa mais qualificada e conhecida no mercado onde atua”. 46 Os serviços são prestados com equipamentos de segurança especiais para cada atividade. Além da agilidade assegurada pelo Grupo Back e confirmada por mais de 6000 clientes ativos. Atualmente, há mais de 8.000 centrais de alarme instaladas sob a responsabilidade da Back. Buscando oferecer tranqüilidade aos seus clientes e o melhor em Recursos Humanos, o Grupo Back atua da forma mais completa possível, adequando-se permanentemente às necessidades de pessoas e empresas. Pertencente ao terceiro setor, o grupo Back define-se como: prestador de serviços de limpeza e conservação, mão-de-obra especializada, vigilância eletrônica, recrutamento e seleção de pessoal, trabalho temporário (Lei 6.019/74), treinamento e administração de estágios. Atualmente o organograma do Grupo Back é constituído pela diretoria, gestão da qualidade, administração de filiais, assessoria jurídica, assessoria financeira, assessoria comercial, assessoria técnica, assessoria administrativa, gerentes de filiais que contam com o apoio dos coordenadores e demais funcionários. DIRETOR ASSESSOR / SUPERINTENDENTE GERENTE DE UNIDADE GERENTE OPERACIONAL SUPERVISORES/COORDENADORES DEMAIS FUNCIONÁRIOS Figura 9 – Organograma da empresa Fonte: Grupo Back (manual de recursos humanos, 2005). 47 A Back possui um grande quadro de colaboradores, aproximadamente 4.000 (quatro mil), uma frota de 160 veículos, 18 escritórios de negócios espalhados pelo sul do Brasil. Investimentos tecnológicos massivos e os melhores equipamentos. Conta, atualmente, com escritórios em diversas cidades do Estado de Santa Catarina e do Paraná, atuando em toda a região Sul do Brasil, com filiais geograficamente distribuídas nos principais mercados industriais e financeiros do Estado. Suas unidades estão distribuídas nas cidades de, Rio do Sul (matriz), sede administrativa Filial Florianópolis, Filial Blumenau, Filial Joinville, Filial Jaraguá do Sul, Filial Lages, Filial Chapecó, Filial Tubarão, Filial Brusque, Filial Criciúma, Filial Itajaí, Filial Curitiba, Filial Curitibanos, Filial Itapoá, Filial Urussanga, Filial Timbó, Filial Mafra, Filial Itapoá, Em relação aos produtos oferecidos aos seus clientes a Back, Serviços de Vigilância e Segurança Ltda, é a prestação de serviços de vigilância armada e desarmada a estabelecimentos financeiros e a outros estabelecimentos, conforme preceitua a lei nº 7.102 e suas alterações e o artigo nº 31 do decreto nº 89.056, bem como a prestação de serviços de vigilância eletrônica. Sua área de atuação é em todos os municípios do estado de Santa Catarina e nos demais estados do Território Nacional. Já a Back Serviços Especializados Ltda, oferece aos seus clientes uma gama de serviços, que são: a prestação de serviços de limpeza e conservação e mão-de-obra especializada, em áreas hospitalares, de datilografia, de ascensorista e de copeiro; fornecimento de lanches a autarquias, bancos e entidades particulares, bem como o transporte rodoviário de volumes junto às entidades que representa e ainda, a prestação de serviços de dedetização, desratização e lavação de carpetes e forrações, anotações de leituras e entrega de faturas para concessionárias de serviços públicos e demais entidades, auxiliar de escritório, digitadores, telefonistas, recepcionistas, Office-boy, transporte de malotes rodoviários; jardinagem; motoristas; supervisores; garagistas, porteiros, marceneiros, mecânicos, zelador, cozinheiro, lavadeiro, degustador, demonstrador, promotor de vendas, repositor, operador de tele marketing, manobrista de veículos, encarregado, líder de grupo, secretária, auxiliar administrativo, pintor, pedreiro, carpinteiro, eletricista, auxiliar de mecânico e jardineiro bem como os serviços de desenvolvimento de software, hardware e netword, telemarketing, instalações eletrônicas, consultoria e desenvolvimento de projetos, comunicação de dados em listas de fornecedores de bens e serviços, provedor de internet, enlonador, operador de 48 máquinas e de empilhadeiras, ajudante de motorista de caminhão, ajudante de carregamento e de enlonamento. 4.2 Políticas de administração de recursos humanos da empresa A empresa conta como política de administração de recursos humanos a certificação ISO 9001 e o treinamento admissional. A BACK procurando se diferenciar de seus concorrentes buscou o certificado de qualidade ISO 9001. Em novembro de 2000, a BACK recebeu o certificado, que é um certificado mundial de qualidade. Para tanto, a BACK, teve que seguir procedimentos pré estabelecidos por uma outra empresa chamada empresa certificadora. Essa certificação trouxe a BACK a implementação de melhorias em todos os setores da empresa. Houveram padronizações nas rotinas de trabalho e foram criados controles para garantir que o padrão definido seja seguido e as atividades tenham os resultados esperados. De 6 em 6 meses a empresa, passa por auditorias com o objetivo de comprovar que a BACK esta realmente trabalhando nos procedimentos da qualidade. Treinamento Admissional é uma forma de integração a todos os novos colaboradores da empresa. Onde de maneira objetiva é explicado o funcionamento da empresa, no que diz respeito a: Informações em geral sobre a empresa, procedimentos, postura no trabalho, segurança e medicina do trabalho. A área de recursos humanos tem como papel o gerenciar todos os subsistemas de Recursos Humanos, zelar pelo cumprimento da legislação trabalhista e normas internas da empresa, como também a elaboração, atualização e manutenção do manual de recursos humanos, departamento de pessoal (MRH) 001/04, enquanto que a diretoria e a assessoria de recursos humanos cabem a aprovação. Quanto aos processos de gerenciamento da área de recursos humanos pode-se atribuir: • Atualização e Manutenção das ferramentas de gestão; • Recrutamento, Seleção e Admissão; • Administração de Remuneração e Benefícios; 49 • Manutenção de Cadastro e Alterações Contratuais; • Afastamentos e Licenças; • Férias; • Desligamentos; • Folha de Pagamento; • Obrigações Trabalhistas e Previdenciários; • Normas Disciplinares; • Contencioso Trabalhista; • Controle e Arquivos de registros; • Auditoria Interna; • Supervisão dos serviços executados pelas Unidades relacionados aos subsistemas de RH. O setor de Recursos Humanos (RH) da empresa está relacionado diretamente com o subsistema Departamento de Pessoal (DP). Tem como responsabilidade o gerenciamento de todos os subsistemas de Recursos Humanos, zelar pelo cumprimento da legislação trabalhista e normas internas da empresa. A administração de Pessoal procura atingir vários objetivos simultaneamente, alguns desses objetivos estão voltados aos objetivos organizacionais como: o lucro, a imagem da empresa, maior participação dela no mercado, a redução de custos, etc., e outro lado, estão voltados para os empregados, melhor remuneração, segurança no emprego, melhores benefícios sociais, melhor qualidade de vida, etc. (CHIAVENATO, 2000). Todas as ações e normas do RH são fundadas nas seguintes premissas: • Ênfase na satisfação e valorização dos clientes internos e externos; • Agilidade na identificação e solução de problemas; • Agregar valores em todas as ações visando os negócios das empresas; • Direcionar as rotinas da empresa dentro da Legislação Trabalhista; Um dos meios de controlar e medir os resultados da política de Recursos Humanos, desenvolvida pela organização, é a realização da Entrevista de Desligamento; a qual, aliás, costuma ser o principal meio de diagnosticar e determinar as causas da rotatividade de 50 pessoal. Na realização desse trabalho se busca identificar os problemas e as possíveis dissonâncias existentes na organização, bem como, as causas das demissões. Da mesma forma, também se procura trabalhar os ressentimentos dos colaboradores desligados em relação à empresa, os quais poderão interferir na imagem da organização transmitida para outras pessoas. Cabe salientar, que nem sempre a entrevista de desligamento proporciona conclusões realmente autênticas do clima organizacional, pois a reação da pessoa dependerá da forma como ocorrera seu desligamento. O objetivo da entrevista de desligamento é obter informações com relação à seleção, treinamento, moral, relações humanas, comunicação, supervisão e clima organizacional. Com base nas entrevistas de desligamentos o RH Matriz poderá elaborar relatório de gerenciamento e analise dos desligamentos por semestre. 51 DIRETORIA Definir Planos/Metas e Normas do RH. ASSESSORIA DO RH Adequar e Dimencionare a Gestão de RH conforme Planos definidos pela Diretoria RH Matriz Preparar e Elaborar os procedimentos e normas Pré-definidas Comunicar , orientar e assessorar Gestores e equipes do RH das Unidades Acompanhar e avaliar os processos Figura 10 – Tomada de Decisão e Gerenciamento Fonte: Grupo Back (manual de recursos humanos, 2005). A Diretoria e a Assessoria de RH cabe a aprovação É de responsabilidade do RH Matriz o gerenciamento de todos os subsistemas de Recursos Humanos, zelar pelo cumprimento da legislação trabalhista e normas internas da empresa, como também a elaboração, atualização e manutenção deste manual. 52 4.3 Análise global da rotatividade na organização (Turnover) Os índices de rotatividade da empresa foram tratados de forma distinta, sendo que no primeiro momento foram analisados os índices de rotatividade da Back serviços de vigilância e segurança, e logo após os índices de rotatividade da Back serviços especializados. Para a obtenção da coleta dos dados foram utilizadas as fórmulas do cálculo da rotatividade (turnover), representadas nas figuras 03 e 04. Esta análise leva em consideração a média entre as admissões e demissões de pessoal ocorrida no período em estudo (Julho/2005 a dez/2005), com a finalidade de analisar de forma global a rotatividade de pessoal na empresa Back serviços de vigilância e segurança e Back serviços de especializados. Na tabela 03 abaixo, são apresentadas as flutuações da movimentação de pessoal, que ocorreram no período de julho/2005 à dezembro/2005. O total de 27 admissões e 31 demissões, sendo que no mês de dezembro ocorreu o maior número de admissões, 08, representando 1,50% do efetivo médio e no mês de Outubro, teve-se o maior número de desligamentos (09), representando 1,69% do efetivo médio. Já os menores números de admissões e demissões ocorreram no mês de agosto, 01 admissão representando 0,19% do efetivo médio e no mês de novembro 01 demissão representando 0,18% do efetivo médio. Sendo assim, observa-se que o período com maior índice de rotatividade de pessoal ocorreu em outubro correspondendo a 1,50% do efetivo médio e o menor ocorreu em novembro com 0,28% do efetivo médio. De uma maneira geral, o índice de rotatividade médio do período entre jul/05 à dez/05 é de 0,94%. Constata-se ainda com esta análise que o índice de rotatividade não esta ligado ao período de tempo definido, pois permanece homogêneo em quase todos os meses em estudo. Indicadores Efetivo Início do Mês Efetivo Final do Mês Efetivo Médio Nº admitidos Flutuação Nº demitidos Flutuação Turnover jul/05 529 530 530 04 0,76% 06 1,13% 0,94% ago/05 530 534 532 01 0,19% 05 0,94% 0,56% Set/05 534 534 534 05 0,94% 05 0,94% 0,94% Período out/05 534 532 533 07 1,31% 09 1,69% 1,50% nov/05 532 533 533 02 0,38% 01 0,18% 0,28% Dez/05 533 536 534 08 1,50% 05 0,94% 1,21% Média 532 533 533 05 0,94% 05 0,94% 0,94% 53 Tabela 3 - Tabulação do turnover. Fonte: Dados primários, 2005. 1,80% 1,69% 1,60% 1,50% 1,40% 1,20% 1,31% 1,00% 0,80% 1,19% 1,13% Admitidos 0,94% 0,91% 0,94% 0,94% 0,76% Demitidos Turnover 0,60% 0,40% 0,38% 0,20% 0,19% 0,18% 0,00% jul/05 ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 Gráfico 1 - Flutuação das admissões e demissões. Fonte: Dados primários, 2005. Na tabela 04 abaixo, são apresentados as flutuações da movimentação de pessoal, que ocorreram no período de julho/2005 à dezembro/2005. O total de 325 admissões e 262 demissões, e pode-se constatar que no mês de novembro ocorreu o maior número de admissões (67), representando 3,50% do efetivo médio e no mês de dezembro, teve-se o maior número de desligamentos (63), representando 3,29% do efetivo médio. Já os menores números de admissões e demissões ocorreram no mês de julho, 40 admissões representando 2,17% do efetivo médio e no mês de outubro 33 demissão representando 1,75% do efetivo médio. Sendo assim, observa- se que o período com maior índice de rotatividade de pessoal ocorreu em setembro correspondendo correspondendo 2,96% do efetivo médio e o menor ocorreu em outubro com 2,27% do efetivo médio. De uma maneira geral, o índice de médio do período entre jul/05 a dez/05 é de 2,60%. 54 Período Indicadores Jul/05 ago/05 Set/05 Out/05 nov/05 dez/05 Média Efetivo Início do Mês 1.844 1.847 1.864 1.881 1.901 1.923 1.877 Efetivo Final do Mês 1.847 1.864 1.881 1.901 1.923 1.907 1.887 Efetivo Médio 1.845 1.855 1.872 1.891 1.912 1.915 1.881 Nº admitidos 40 54 64 53 67 47 54 2,17% 2,91% 3,41% 2,80% 3,50% 2,45% 2,85% 37 37 47 33 45 63 44 Flutuação 2,00% 1,99% 2,51% 1,75% 2,35% 3,29% 2,34% Turnover 2,09% 2,45% 2,96% 2,27% 2,93% 2,87% 2,60% Flutuação Nº demitidos Tabela 4 - Tabulação do turnover. Fonte Dados primários, 2005. 4,00% 3,41% 3,50% 2,91% 2,94% 2,93% 2,87% 2,43% 2,51% 2,35% 2,45% 3,50% 3,00% 2,50% 2,00% 2,17% 2,01% 2,00% 2,80% 2,27% 3,29% Adimitidos Demitidos 1,99% 1,75% Turnover 1,50% 1,00% 0,50% 0,00% jul/05 ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 Gráfico 2 - Flutuação das admissões e demissões Fonte: Dados primários, 2005. 4.4 Iniciativa dos desligamentos Conforme dados apresentados na tabela 05, dos 06 desligamentos ocorridos no mês de julho, 05 (83%) foram por iniciativa da empresa e 01 (17%) foi por iniciativa do empregado. Dos 05 desligamentos ocorridos no mês de agosto, 04 (80%) ocorreram por iniciativa da empresa e 01 (20%) ocorreu por iniciativa do empregado. Dos 05 desligamentos ocorridos no mês de setembro, 04 (80%) ocorreram por iniciativa da empresa e 01 (20%) ocorreu por iniciativa do empregado. Dos 09 desligamentos ocorridos no mês de outubro 06 (67%) foram por iniciativa da empresa e 03 (33%) foram por iniciativa do empregado. Dos 06 desligamentos ocorridos nos meses de novembro e dezembro, sendo 01 no mês de novembro e 05 no mês de dezembro todos (100%) ocorreram por iniciativa da empresa. 55 Dos 31 desligamentos ocorridos no período em estudo, 25 foram por iniciativa do empregador, enquanto que 06 foram por iniciativa do empregado. Diante dos dados observase a caracterização de uma situação que aparentemente encontra-se sob controle da empresa, pois os desligamentos estão ocorrendo em sua maioria por iniciativa da mesma. Segundo Chiavenato (1997) quando a rotatividade é provocada pela empresa para fazer substituições no sentido de melhorar o potencial humano existente, ou seja, trocar parte de seus recursos humanos por outros de melhor qualidade encontrados no mercado, a rotatividade encontra-se sob controle. Mês Empresa Iniciativas Empregado Total 05 04 04 06 01 05 25 81% 01 01 01 03 00 00 06 19% 06 05 05 09 01 05 31 100% Jul/2005 Ago/2005 Set/2005 Out/2005 Nov/2005 Dez/2005 Total Percetual (%) Tabela 5 - Iniciativa dos desligamentos. Fonte: Dados secundários, 2006. 120% 100% 100% 83% 80% 80% 100% 80% 67% Empresa 60% Empregado 33% 40% 20% 17% 20% 20% De z 00 5 No v/ 2 /2 00 5 Ou t /2 00 5 Se t 00 5 Ag o/ 2 Ju l/2 00 5 0 /2 00 5 0 0% Gráfico 2 - Iniciativa dos desligamentos. Fonte: Dados secundários, 2006. Conforme dados apresentados na tabela 06, dos 37 desligamentos ocorridos no mês de julho, 18 (49%) foram por iniciativa da empresa e 19 (51%) foram por iniciativa do 56 empregado. Dos 37 desligamentos ocorridos no mês de agosto, 23 (62%) ocorreram por iniciativa da empresa e 14 (77%) ocorreram por iniciativa do empregado. Dos 47 desligamentos ocorridos no mês de setembro 36 (80%) ocorreram por iniciativa da empresa e 11 (23%) ocorreram por iniciativa do empregado. Dos 33 desligamentos ocorridos no mês de outubro 19 (58%) foram por iniciativa da empresa e 14 (42%) foram por iniciativa do empregado. Dos 45 desligamentos ocorridos no mês de novembro, 26(58%) foram por iniciativa da empresa e 19(42%) foram por iniciativa do empregado. E por fim dos 63 desligamentos ocorridos no mês de dezembro, 51(81%) foram por iniciativa da empresa e 12 (19%) foram por iniciativa do empregado. Diante dos dados observa-se a caracterização de uma situação relativamente preocupante para a empresa no mês de julho, sendo que dos 37 desligamentos 19 foram por iniciativa do empregado, enquanto que 18 foram por iniciativa da empresa, porém a maioria dos desligamentos ocorridos no período de estudo ocorreu por iniciativa da empresa. Dos 262 desligamentos ocorridos no período em estudo, 173 (66%) foram por iniciativa do empregador, enquanto que 89 (34%) foram por iniciativa do empregado. Segundo Lacombe (2005), se o índice de rotatividade por iniciativa do empregado for alto, será preciso examinar o ambiente interno da empresa, especialmente o clima e a cultura organizacional, a política de remuneração e benefícios, o estilo de gestão, as relações entre as pessoas, o moral do pessoal, as condições de trabalho, as oportunidades de crescimento profissional, e todos os demais fatores além desses fatores, especial atenção deve ser dada às entrevistas de desligamento e a sua análise. Para Chiavenato (1997) quando as perdas de recursos não são provocadas pela empresa, ou seja, quando ocorrem independentemente dos objetivos da mesma, e este volume de demissão sendo alto ou não, devem-se localizar os motivos que estão provocando o desligamento de recursos humanos, afim de que a empresa possa atuar sobre ele e diminuir o volume das saídas indesejáveis. Desta forma, constata-se uma real necessidade de obter um controle das causas da rotatividade, pois os índices de desligamentos por iniciativa dos empregados não precisam ser altos para que mereça a devida atenção. 57 Mês Iniciativas Empregado 19 14 11 14 19 12 89 34% Empresa 18 23 36 19 26 51 173 66% Jul/2005 Ago/2005 Set/2005 Out/2005 Nov/2005 Dez/2005 Total Percetual (%) Total 37 37 47 33 45 63 262 1000% Tabela 6 - Iniciativa dos desligamentos. Fonte: Dados secundários, 2006. 90% 70% 60% 50% 81% 77% 80% 62% 58% 58% 49%51% 42% 38% 40% 30% Empresa 42% Empregado 23% 20% 19% 10% 0% Jul/2005 Ago/2005 Set/2005 Out/2005 Nov/2005 Dez/2005 Gráfico 4 - Iniciativa dos desligamentos Fonte: Dados secundários, 2006. 4.5 Análise dos custos da rotatividade (Turnover) Os dados para a análise dos custos da rotatividade foram obtidos através de fontes secundárias (Sistema Microsiga) e com pesquisa realizada junto ao departamento financeiro da Back. Na Tabela 7 são apresentados os custos da rotatividade de funcionários da Back serviços de vigilância e segurança e serviços especializados LTDA, no período descrito de jul/2005 a dez/2005. Foram analisados somente os custos diretos da rotatividade, ou seja, os custos envolvidos na admissão e demissão de funcionários. Sendo que os demais custos da rotatividade, como os de reflexo na produção, reflexos de atitude do pessoal e extralaboral 58 operacional não foram incluídos em virtude da impossibilidade de serem calculo, tendo em vista a falta de um controle dos processos por parte da organização. Com relação aos valores apresentados, no período da pesquisa a empresa teve um custo com a rotatividade de pessoal (Turnover) de: R$ 567.869,44 (quinhentos e sessenta e sete mil, oitocentos e sessenta e nove reais, e quarenta e quatro centavos), representados no gráfico 5, como (91%) do custo total, comparados aos custos com admissão, treinamento desenvolvimento de funcionários computados no valor de R$ 54.069,44 (cinqüenta e quatro mil, sessenta e nove reais e quarenta e quatro centavos), representando 9% do custo total. Foram incluídos no custo total da rotatividade, os custos de recrutamento e seleção, custos de integração e os custos de desligamento de funcionários. Os custos de desligamento de funcionários foram obtidos por meio da soma dos valores gastos com multa de fundo de garantia (FGTS), rescisão, salários nos avisos prévios e demais honorários inclusos no processo rescisório dos funcionários. Por meio destes dados percebe-se que a empresa está gastando mais para desligar seus funcionários do que para admitir, treinar e desenvolver a capacidade profissional. É importante observar que neste período houve um total de 352 admissões e 293 demissões de funcionários em um universo de 2.415 funcionários. Estes dados quantitativos devem ser utilizados para conscientizar os envolvidos nos processos de demissão e admissão, de que o custo da rotatividade de pessoal não consiste apenas no custo de desligamento, sendo que há outros custos que por sua vez não foram possíveis de calcular e que devem ser levados em consideração sempre que for possível mensurá-los. Custos diretos Custos de recrutamento e seleção Custos de integração Custos de desligamento de funcionários Custo total da rotatividade (Turnover) Custos de treinamento Custo total de treinamento e desenvolvimento Custo total Total de Admissões ocorridas no período Total de Demissões ocorridas no período Tabela 4 - Custos da rotatividade (Turnover). Fonte: Dados secundários, 2006. Eventos ocorridos no período de Jul/2005 á Dez/2005 R$ 15.600,00 R$ 469,44 R$ 551.800,00 R$ 567.869,44 R$ 38.000,00 R$ 54.069,44 R$ 605.869,44 352 293 59 9% 91% Custo total da rotatividade (Turnover) Custo total de treinamento e desenvolvimento Gráfico 5 - Custos da rotatividade (Turnover). Fonte: Dados secundários, 2006. 4.6 Perfil dos entrevistados A seguir será apresentado o perfil dos funcionários que responderam o questionário e as entrevistas levando-se em consideração os seguintes aspectos: Sexo, idade, estado civil, escolaridade e tempo de empresa. Conforme dados apresentados na tabela 08 abaixo, quanto ao cargo/função que ocupam, os questionários foram distribuídos para três categorias: atendimento, administrativo e operacional. Dos 188 (cento e oitenta e oito) questionários, 19 (10%) foram direcionados a funcionários da área administrativa, 45 (24%) foram direcionados a funcionários que trabalham no atendimento ao público e 124 (66%) foram direcionados a funcionários que realizam serviços operacionais. Respostas Administrativo Atendimento Operacional Total Tabela 5 - Área de trabalho. Fonte: Dados primários, 2006. Total Absoluto 19 45 124 188 Total Relativo 10% 24% 66% 100% 60 10% Administrativo 24% Atendimento Operacional 66% Gráfico 3 - Área de trabalho. Fonte: Dados primários, 2006. Quanto ao sexo, de um total de 188 (cento e oitenta e oito) questionários, 92 (49%) foram aplicados aos funcionários do sexo masculino e 96 (51%) foram para os funcionários do sexo feminino, conforme observa-se na Tabela 9. Destaca-se ainda que tanto as mulheres quanto os homens, trabalham nas mais variadas áreas da empresa e fora dela. Respostas Feminino Masculino Total Total Absoluto 96 92 188 Total Relativo 51% 49% 100% Tabela 6 - Sexo dos entrevistados. Fonte: Dados primários, 2006. 49% Gráfico 4 - Sexo dos entrevistados. Fonte: Dados primários, 2006. 51% Feminino Masculino 61 Em relação à idade, dos 188 funcionários pesquisados, apenas 10 (5%) têm entre 18 e 20 anos, a maioria 99 (53%) tem entre 21 e 30 anos de idade; 50 (27%) tem entre 31 e 40 anos e 29 (15%) tem entre 41 e 50 anos de idade. Fica evidente que com este dado quanto à idade, à juventude dos funcionários da empresa, sendo que 109 (58%) têm entre 18 e 30 anos. Isto pode ser um fator importante a ser analisado com relação á rotatividade de funcionários da empresa, pois um indivíduo quando está nesta faixa etária possui probabilidade maior de se aventurar em outras profissões e aproveitam com mais facilidade as oportunidades no mercado de trabalho, e o instinto de lealdade e comprometimento que existia antigamente entre empregado e empresa, são difíceis de serem encontrados a conjuntura atual. Pode-se ressaltar que, além da necessidade de identificação que o indivíduo apresenta por uma determinada organização, há também os sentimentos de lealdade, o desejo de permanecer e de se esforçar em prol dessa organização, conforme estudos de Mowday, Porter e Steers (1979). Ainda para Moraes, Godoi e Batista (2004), o comprometimento afetivo existente entre funcionário e empresa pode aumentar com a idade, o nível e o objetivo do trabalho e está associado com maior contribuição do indivíduo à organização. Respostas De 18 a 20 anos De 21 a 30 anos De 31 a 40 anos De 41 a 50 anos Total Tabela 7 - Idade dos entrevistados. Fonte: Dados primários, 2006. Total Absoluto 10 99 50 29 188 Total Relativo 5% 53% 27% 15% 100% 62 15% 5% 27% 53% De 18 a 20 anos De 21 a 30 anos De 31 a 40 anos De 41 a 50 anos Gráfico 5 - Idade dos entrevistados. Fonte: Dados primários, 2006. Quanto ao estado civil, dos 188 funcionários pesquisados, a maioria 77 (40%) são solteiros, 52 (28%) estão casados; 37 (20%) estão amasiados, 15 (8%) estão divorciados e 07 (4%) estão viúvos. Este é um fator que também deve ser considerado quando analisado as causas e o índice de rotatividade, sendo que uma pessoa solteira, quando não possui as responsabilidades existentes em um casamento, filhos, despesas da casa, etc. o vinculo existente entre empresa e empregado existe, porém esta pessoa quando se sentir pressionado ou de certa forma desmotivado com a organização chega mais fácil a decisão de sair da empresa, pois não tem a percepção de analisar aspectos que venham a comprometer situações de pessoas que estão ao seu redor tendo que se preocupara somente com consigo próprio. Respostas Casado Solteiro Amasiado Divorciado Viúvo Total Tabela 8 - Estado civil dos entrevistados Fonte: Dados primários, 2006. Total Absoluto 52 77 37 15 07 188 Total Relativo 28% 40% 20% 8% 4% 100% 63 8% 4% 28% Casado Solteiro 20% Amasiado Divorciado Viúvo 40% Gráfico 6 - Estado Civil dos entrevistados. Fonte: Dados primários, 2006. Quanto à escolaridade, dos 188 funcionários pesquisados, 64 (34%) não tem o 1º grau completo, 26 (14%) tem o 1º grau completo, 34 (18%) não tem o 2º grau completo, 49 (26%) tem o 2º grau completo, 07 (4%) iniciaram o curso superior e 08 (4%) possuem o curso superior completo. Observa-se na tabela 12, que 92% dos funcionários entrevistados possuem até o segundo grau completo. Concluí-se que os cargos com maior número de funcionários na empresa estão ocupados com profissionais exercendo as funções de serventes, copeiros, vigilância, zelador e outros cargos que não necessitam de um nível de escolaridade maior do que o 2º grau. Respostas 1º grau incompleto 1º grau completo 2º grau incompleto 2º grau completo Superior incompleto Superior completo Total Tabela 9 - Escolaridade dos funcionários. Fonte: Dados primários, 2006. Total Absoluto 64 26 34 49 07 08 188 Total Relativo 34% 14% 18% 26% 4% 4% 100% 64 4% 4% 34% 1º grau incompleto 1º grau completo 26% 2º grau incompleto 2º grau completo Superior incompleto Superior completo 18% 14% Gráfico 7 - Escolaridade dos entrevistados. Fonte: Dados primários, 2006. Na tabela 13 abaixo, são apresentados os dados relacionados ao tempo de serviço das pessoas na organização. Dos 188 respondentes 58 (31%) tem menos de 01 ano de serviços na empresa, 99 (52%) tem de 01 a 05 anos de serviço na empresa 24 (13%) tem de 05 a 10 anos de serviços na empresa e 07 (4%) tem mais de 10 anos de serviços na empresa. Moraes et al. (1997) concluíram que as pesquisas realizadas no Brasil até 1997 identificaram que as variáveis do comprometimento possuem uma correlação direta com os aspectos relativos ao tempo de serviço, quanto maior é o tempo do vínculo empregatício mais alto é o comprometimento do empregado para com a organização. Respostas Menos de 1 ano De 1 a 5 anos De 5 a 10 anos Mais de 10 anos Total Tabela 10 - Tempo de serviço na empresa Fonte: Questionário (APÊNDICE B), 2006. Total Absoluto 58 99 24 7 188 Total Relativo 31% 52% 13% 4% 100% 65 4% 13% 31% Menos de 1 ano De 1 a 5 anos De 5 a 10 anos Mais de 10 anos 52% Gráfico 8 - Tempo de serviço na empresa. Fonte: Dados primários, 2006. 4.7 Análise e interpretação dos dados A análise e interpretação dos dados foi baseada nos questionários e nas entrevistas realizadas com funcionários diretos, ou seja, aqueles que prestam serviços dentro da organização e funcionários indiretos, aqueles que prestam serviços fora da organização e que trabalham nas mais variadas funções e áreas das organizações. Para ampliar o conteúdo da análise e as interpretações das entrevistas de desligamento de funcionários levantados junto a empresa. Essas entrevistas são aplicadas nos processos de demissão, sendo que este estudo será apresentado a seguir em forma de tabelas e gráficos de cada questão. Com base nos dados apresentados na tabela 14, quanto à estrutura da empresa. Dos 188 entrevistados, 117 (62%) consideram a estrutura da empresa boa, 39 (21%) consideram a estrutura da empresa ótima, 26 (14%) consideram a estrutura da empresa regular e 06 (3%) consideram a estrutura da empresa ruim. Dos 188 funcionários entrevistados, 156 (83%), consideram a estrutura da empresa adequada para desenvolver suas atividades, porém 32 (17%) acham que a empresa precisa melhorar a estrutura organizacional. As pessoas e as organizações estão interligadas em uma complexa interação; as pessoas passam a maior parte do seu tempo nas organizações das quais dependem para viver e as organizações sã constituídas de duas ou mais pessoas que pretendem cooperar entre si a fim de alcançarem objetivos comuns (CHIAVENATO, 1997). 66 Respostas Total Absoluto 39 117 26 6 188 Ótimo Bom Regular Ruim Total Total Relativo 21% 62% 14% 3% 100% Tabela 11 - A estrutura da empresa. Fonte: Dados primários, 2006. 3% 14% 21% Ótimo Bom Regular Ruim 62% Gráfico 9 - A estrutura da empresa. Fonte: Dados primários, 2006. . Conforme dados apresentados na tabela 15, quanto ao clima de trabalho na organização. Dos 188 respondentes, 129 (69%) consideram o clima de trabalho na organização bom, 14 (7%) consideram o clima de trabalho na organização ótimo, 32 (17%) classificam o clima de trabalho na organização regular e 13 (7%) consideram o clima de trabalho na organização ruim. Esta posição, de 143 (76%) dos funcionários, considera o clima de trabalho na organização entre bom e ótimo mostra que há uma interação entre todos no espaço da organização. Para Chiavenato (1997), o clima organizacional está intimamente relacionado ao grau de motivação dos funcionários. Quando se há elevação da motivação se traduz em relação ao grau de satisfação, interesse e colaboração o clima organizacional se traduz na qualidade do ambiente de trabalho. Significa que, quanto maior a motivação na empresa maior será o grau de satisfação dos funcionários. 67 Respostas Total Absoluto 14 129 32 13 188 Ótimo Bom Regular Ruim Total Total Relativo 7% 69% 17% 7% 100% Tabela 12 - O clima de trabalho na organização. Fonte: Dados primários, 2006. 7% 7% 17% Ótimo Bom Regular Ruim 69% Gráfico 10 - O clima de trabalho na organização. Fonte: Dados primários, 2006. De acordo com os dados apresentados na tabela 16, quanto à remuneração (salário + benefícios) na organização. Dos 188 respondentes 70 (37%) acham que a remuneração (salário + benefícios) é ruim, 69 (37%) acham que a remuneração (salário + benefícios) é regular, 43 (23%) acreditam que a remuneração (salário + benefícios) é boa e 06 (3%) consideram a remuneração (salário + benefícios) ótima. As pessoas não trabalham de graça, e cada funcionário está interessado em investir com o trabalho, dedicação e esforço pessoal, desde que receba um salário digno e adequado e de acordo com o seu papel na organização. (CHIAVENATO,1999). Dos 188 entrevistados 139 (74%) consideram a remuneração (salário + benefícios) como sendo regular e ruim. Os salários dos funcionários que trabalham em empresas prestadoras de serviços especializados, vigilância e segurança, são reformulados por 68 sindicatos, que por sua vez formalizam os interesses da categoria por meio de convenção coletiva do trabalho (CCT). Percebe-se por meio desta análise que independente de área ou setor os funcionários de uma forma geral estão insatisfeitos com os salários e benefícios concedidos pela empresa. Respostas Total Absoluto 6 43 69 70 188 Ótimo Bom Regular Ruim Total Total Relativo 3% 23% 37% 37% 100% Tabela 13 - A remuneração (salário + benefícios). Fonte: Dados primários, 2006. 3% 23% 37% Ótimo Bom Regular Ruim 37% Gráfico 11 - A remuneração (salário + benefícios). Fonte: Dados primários, 2006. Com base nos dados apresentados na tabela 17, quanto à possibilidade de carreira na organização. Dos 188 respondentes 78 (41%) consideram a possibilidade de carreira regular, 36 (19%) consideram a possibilidade de carreira ruim, 71 (38%) classificam a possibilidade de carreira como bom e 03 (2%) consideram a possibilidade de carreira ótima. Esta posição de 114 (60%) dos entrevistados consideram a possibilidade de carreira regular e ruim, sabe-se que a empresa não possui um plano de cargos e carreira, tanto para os funcionários diretos que trabalham dentro da organização como para os funcionários indiretos que prestam serviços dentro de outras organizações. 69 A possibilidade de carreira é uma das maneiras de recompensar cada funcionário pelo trabalho realizado e uma forma de contribuir para o desenvolvimento de uma carreira significativa na empresa. È uma oportunidade de desenvolvimento de satisfação no trabalho e também oportunidade de receber mais dinheiro. O desenvolvimento de carreira deve adequarse às exigências de tarefas como também as expectativas de indivíduos, (VROOM, 1997). Respostas Total Absoluto 3 71 78 36 188 Ótimo Bom Regular Ruim Total Total Relativo 2% 38% 41% 19% 100% Tabela 14 - A possibilidade de carreira. Fonte: Dados primários, 2006. 2% 19% 38% Ótimo Bom Regular Ruim 41% Gráfico 12 - A possibilidade de carreira. Fonte: Dados primários, 2006. Conforme dados apresentados na tabela 18, quanto ao estilo da chefia. Dos 188 respondentes 114 (61%) classificam o estilo de chefia como bom, 36 (19%) classificam o estilo de chefia como regular, 32 (17%) acham que o estilo de chefia é ótimo e 06 (3%) acham que o estilo de chefia é ruim. O supervisor ou chefe é a interligação entre o trabalhador e a administração. Ele é o único capaz de apresentar à administração o que o trabalhador necessita para ter um bom 70 desempenho na sua função. Sua atuação na distribuição de tarefas ou função irá determinar o desempenho no trabalho, pois ele dever assegurar que o pessoal tenha o equipamento com o qual trabalham e que o ambiente seja propício ao trabalho, (DRUCKER, 1981). Dos 188 funcionários, 146 (78%) consideram o estilo da chefia como sendo entre bom e ótimo, e 42 (22%) classificam o estilo da chefia como sendo entre regular e ruim. Por meio destes dados pode-se concluir que o estilo de chefia esta atendendo as necessidades da organização,criando um clima propício ao desenvolvimento das atividades e correspondendo as expectativas dos funcionários. Respostas Total Absoluto 32 114 36 6 188 Ótimo Bom Regular Ruim Total Total Relativo 17% 61% 19% 3% 100% Tabela 15 - O estilo de chefia. Fonte: Dados primários, 2006. 3% 17% 19% Ótimo Bom Regular Ruim 61% Gráfico 13 - O estilo da chefia. Fonte: Dados primários, 2006. Com base nos dados apresentados na tabela 19, quanto ao relacionamento entre colegas. Dos 188 respondentes, 92 (49%) classificam o relacionamento entre colegas como bom, 70 (37%) classificam o relacionamento entre colegas ótimo, 23 (12%) acham que o 71 relacionamento entre colegas é regular e 3 (2%) acham que o relacionamento entre colegas é ruim. Conforme dados, 162 (86%) consideram que o relacionamento entre colegas na organização entre bom e ótimo. Segundo Heller (1999), é importante que o grupo se íntegre com outros membros. A relação entre os empregados é de extrema importância para a qualidade do trabalho em grupo, desenvolve um senso de camaradagem e colaboração entre seus pares e é uma forma de ultrapassar os problemas pessoais e organizacionais. Para Drucker (1981), o ser humano trabalha em grupo e forma grupos para trabalhar. Não importa como ou para que tenha sido formado, logo se concentra numa tarefa. As relações do grupo afetam a tarefa e esta, por sua vez influencia os relacionamentos pessoais dentro do grupo. Ao mesmo tempo, o ser humano permanece um indiví-duo e é preciso criar uma harmonia para organização do trabalho. Respostas Total Absoluto 70 92 23 3 188 Ótimo Bom Regular Ruim Total Total Relativo 37% 49% 12% 2% 100% Tabela 16 - O relacionamento entre colegas. Fonte: Dados primários, 2006. 12% 2% 37% Ótimo Bom Regular Ruim 49% Gráfico 14 - O relacionamento entre os colegas. Fonte: Dados primários, 2006. 72 Conforme dados apresentados na tabela 20, quanto ao relacionamento da chefia com os funcionários. Das 188 pessoas, 111 (60%) classificam o relacionamento da chefia com os funcionários como bom, 42 (22%) classificam o relacionamento da chefia com os funcionários como ótimo, 27 (14%) consideram o relacionamento da chefia com os funcionários regular e 08 ( 4%) consideram o relacionamento da chefia com os funcionários ruim. Segundo Vergara (2000), a liderança é a capacidade de exercer influencia sobre indivíduos e grupos. Assim nem todo chefe é líder e ou vice-versa. Portanto com a liderança, surge também o trabalho em grupo. Desta forma, destaca-se que a maioria 153 (81%) consideram o relacionamento da chefia com os funcionários entre bom e ótimo e 35 (19%) classificam o relacionamento da chefia com os funcionários entre regular e ruim. Na atual realidade constata-se que muitos administradores estão repensando o relacionamento chefesubordinado e procurando novos meios para aproveitar os talentos dos recursos de cada empregado (Stoner e Freeman, 1982). Respostas Total Absoluto 42 111 27 8 188 Ótimo Bom Regular Ruim Total Total Relativo 22% 60% 14% 4% 100% Tabela 17 - O relacionamento da chefia com os funcionários. Fonte: Dados primários, 2006. 4% 22% 14% Ótimo Bom Regular Ruim 60% Gráfico 15 - O relacionamento da chefia com os funcionários. Fonte: Dados primários, 2006. 73 Com base nos dados apresentados na tabela 21, quanto ao item higiene e segurança no trabalho. Constata-se que dos 188 respondentes 99 (52%) consideram a higiene e segurança no trabalho bom, 45 (24%) consideram a higiene e segurança no trabalho regular, 35 (19%) acham que a higiene e segurança no trabalho é ótima e 9 (5%) acham que a higiene e segurança no trabalho é ruim. Dos 188 respondentes 134 (71%) consideram que a higiene e segurança do trabalho entre bom e ótimo. Desta forma, constata-se que a empresa preocupa-se em fornecer o material e equipamento necessário e previsto em norma técnica para que o funcionário possa desenvolver da melhor maneira possível os trabalhos realizados nas instituições. Com isso a organização está agindo preventivamente, pois a ausência destes equipamentos pode acarretar sérios problemas para a empresa tanto do âmbito jurídico como prejuízo financeiro. Para Chiavenato (1999), higiene no trabalho é o conjunto de medidas e procedimentos que tem como finalidade proteção da integridade física e mental do trabalhador, preservandoos dos riscos de saúde às tarefas do cargo e ao ambiente onde são realizados. Num ambiente de trabalho agradável pode melhorar o relacionamento interpessoal e a produtividade. Observa-se que segurança no trabalho envolve um conjunto ou medidas técnicas, educacionais, empregadas para prevenir as condições inseguras do ambiente e instruindo para implantação ou práticas preventivas. Respostas Ótimo Bom Regular Ruim Total Tabela 18 - A higiene e segurança no trabalho. Fonte: Dados primários, 2006. Total Absoluto 35 99 45 9 188 Total Relativo 19% 52% 24% 5% 100% 74 5% 19% 24% Ótimo Bom Regular Ruim 52% Gráfico 16 - A higiene e segurança no trabalho. Fonte: Dados primários, 2006. De acordo com dados apresentados na tabela 22, quanto ao respeito e as normas trabalhistas. Dos 188 entrevistados 101 (54%) avaliam o respeito e as normas trabalhistas como bom, 42 (22%), avaliam o respeito às normas trabalhistas regular, 30 (16%) avaliam o respeito às normas trabalhistas como ótimo e 15 (8%), avaliam o respeito às normas trabalhistas ruim. Quanto ao respeito às normas trabalhistas, neste caso sendo representada pela Convenção Coletiva do Trabalho (CCT), que por sua vez representa os interesses dos empregados de empresas prestadores de serviços. Segundo Chiavenato (1997), é o acordo de caráter normativo formado por dois ou mais sindicatos representantes da categoria profissional que estimulam condições de trabalho. A empresa mantém uma preocupação continua com relação ao cumprimento de suas obrigações prescritas na convenção coletiva do trabalho. Quando ocorre algum tipo de problema com relação a pagamento, vale transporte, vale alimentação, etc, o setor responsável (departamento de pessoal) busca no seu banco de dados as informações necessárias para resolver o problema. È através deste comprometimento que a empresa se caracteriza como uma empresa séria no mercado, e com isto traz ainda, maior credibilidade para com seu funcionário. 75 Respostas Total Absoluto 30 101 42 15 188 Ótimo Bom Regular Ruim Total Total Relativo 16% 54% 22% 8% 100% Tabela 19 - O respeito às normas trabalhistas. Fonte: Dados primários, 2006. 8% 16% 22% Ótimo Bom Regular Ruim 54% Gráfico 17 - O respeito às normas trabalhistas. Fonte: Dados primários, 2006. Conforme dados apresentados na tabela 23, quanto ao reconhecimento no trabalho. Dos 188 entrevistados 110 (59%) classificam o reconhecimento no trabalho bom, 44 (23%) classificam o reconhecimento no trabalho regular, 19 (10%) classificam o reconhecimento no trabalho ruim e 15 (8%) acham o reconhecimento no trabalho é ótimo. O reconhecimento das conquistas pelos superiores é alta e motivacional, pois ajuda a fortalecer a auto estima. Para muitos funcionários, o reconhecimento tem valor de uma recompensa financeira. (HELLER, 1999). Das 188 pessoas 25 (66%) consideram que o reconhecimento no trabalho entre bom e ótimo e 63 (34%) consideram que o reconhecimento no trabalho entre regular e ruim. O reconhecimento do trabalho traz ao funcionário uma satisfação pessoal, que por sua vez motiva ainda mais na realização de suas tarefas. Os funcionários se sentem bem com suas conquistas se contarem com o reconhecimento das pessoas que estão ao seu redor. Tudo isso 76 faz parte de um grande círculo de atividades voltadas para a satisfação dos clientes internos, para alcançar o que deve ser um dos maiores objetivos, satisfazer e manter o cliente externo. De acordo com Sirota, mischind & Meltzer (2006), os gestores devem estar cientes de que todas as contribuições dos empregados, pequenos ou grandes, precisam ser reconhecidas. Reconhecimento não torna os empregados acomodados, ajuda a assegurar que haverá mais realizações. Respostas Total Absoluto 15 110 44 19 188 Ótimo Bom Regular Ruim Total Total Relativo 8% 59% 23% 10% 100% Tabela 20 - O Reconhecimento no trabalho. Fonte: Dados primários, 2006. 10% 8% Ótimo 23% Bom Regular Ruim 59% Gráfico 18 - O Reconhecimento no trabalho. Fonte: Dados primários, 2006. Com base nos dados apresentados na tabela 24, quanto à divisão do trabalho. Dos 188 respondentes 115 (61%) classificam a divisão do trabalho na empresa como boa, 43 (23%) conceituam a divisão do trabalho como regular, 24 (13%) conceituam a divisão do trabalho como ótimo e 06 (3%) consideram a divisão do trabalho ruim. Sempre que o serviço for grande demais, complicado demais ou árduo para ser executado por uma única pessoa, ele deve ser realizado em equipe, e não por um número de 77 pessoas agrupadas mecanicamente. As pessoas que trabalham juntas formam um grupo social, criam relacionamentos interpessoais que ultrapassam o trabalho. Os indivíduos precisam ser organizados para trabalhar como um verdadeiro grupo, organizados para trabalharem juntos e não um contra o outro. Respostas Total Absoluto 24 115 43 6 188 Ótimo Bom Regular Ruim Total Total Relativo 13% 61% 23% 3% 100% Tabela 21 - A divisão do trabalho. Fonte: Dados primários, 2006. 3% 13% 23% Ótimo Bom Regular Ruim 61% Gráfico 19 - A divisão do trabalho. Fonte: Dados primários, 2006. Conforme dados apresentados na tabela 25, quanto ao respeito e a valorização da pessoa, praticados pela empresa. Das 188 pessoas, 107 (57%) consideram o respeito e a valorização da pessoa, bom, 42 (22%) consideram o respeito e a valorização da pessoa regular, 20 (11%) consideram o respeito e a valorização da pessoa ótima e 19 (10%) consideram o respeito e a valorização da pessoa ruim. Para Vasconcelos, Motta & Pinochet (2001), a oportunidade de crescimento abarca as políticas da instituição no que concerne ao desenvolvimento, crescimento e segurança de seus empregados, ou seja, possibilidade de carreira, crescimento pessoal e segurança no emprego. 78 Neste fato pode-se observar, através das ações implementadas pelas empresas, enquanto prática empresarial está de fato sintonizada com o respeito e a valorização do empregado . Relata ainda compensação justa e adequada ao empregado pelo trabalho realizado, assim como o respeito à equidade interna, como a equidade externa comparação com o mercado de trabalho. A própria discussão sobre o assunto no ambiente de trabalho poderá contribuir para a formação de uma nova mentalidade na qual a igualdade de oportunidades é o ponto de partida. Respostas Total Absoluto 20 107 42 19 188 Ótimo Bom Regular Ruim Total Total Relativo 11% 57% 22% 10% 100% Tabela 22 - O respeito e a valorização da pessoa. Fonte: Dados primários, 2006. 10% 11% Ótimo 22% Bom Regular Ruim 57% Gráfico 20 - O respeito e a valorização da pessoa. Fonte: Dados primários, 2006. De acordo com dados apresentados na tabela 26, quanto ao treinamento e a capacitação. Dos 188 respondentes, 74 (40%) classificam o treinamento e a capacitação bom, 49 (26%) classificam o treinamento e a capacitação regular, 46 (24%) classificam o treinamento e a capacitação ruim e 19 (10%) consideram o treinamento e a capacitação ótimos. 79 Segundo Chiavenato (1999) o treinamento e a capacitação é o processo pelo qual a pessoa recebe um treinamento especifico para a função de forma a ser preparada para desempenhar o cargo que deve ocupar, de maneira excelente. Dos 188 entrevistados 95 (55%) consideram o treinamento e a capacitação entre regular e ruim e 93 (45%) consideram o treinamento e a capacitação entre ótimo e bom. A rotatividade nas empresas gera uma perda em vários aspectos. De um lado, a empresa perde todo o treinamento e investimento feito na contratação de um colaborador, de outro lado, perde de proporcionar ao seu cliente um atendimento mais qualificado, e com isto, perde em satisfação nos serviços, podendo chegar até mesmo à perda de contrato. O treinamento e capacitação são fatores que contribuem para a permanência de um funcionário na empresa. As empresas que conseguem manter uma força de trabalho qualificada têm mais chances de reter seus clientes. Respostas Total Absoluto 19 74 49 46 188 Ótimo Bom Regular Ruim Total Total Relativo 10% 40% 26% 24% 100% Tabela 23 - O treinamento e a capacitação. Fonte: Dados primários, 2006. 10% 24% Ótimo Bom Regular 40% 26% Gráfico 21 - O treinamento e a capacitação. Fonte: Dados primários, 2006. Ruim 80 Com base nos dados apresentados na tabela 27, quanto às políticas e ações de recursos humanos. Das 188 pessoas, 79 (42%) consideram as políticas e ações de recursos humanos bom, 53 (28%) consideram as políticas e ações de recursos humanos regular, 38 (20%) consideram as políticas e ações de recursos humanos ruins e 18 (10%) classificam as políticas e ações de recursos humanos ótimo. Dos 188 entrevistados 91 (48%) classificam as políticas e ações de recursos humanos entre regular e ruim e 97 (52%) classificam as políticas e ações de recursos humanos entre bom e ótimo. As políticas de recursos humanos são formas sistemáticas que as organizações encontram para lidar com seus funcionários e por intermédio deles atingir os objetivos organizacionais, permitindo desta forma condições para o alcance de objetivos individuais. As políticas de recursos humanos são diretrizes em uma linha de ação. È por meio dela que se definem procedimentos a serem implantadas e cursos de ação predeterminada de forma a orientar o desempenho das operações e atividades, tendo como referência os objetivos da organização (CHIAVENATO, 1994). A ausência de política de recursos humanos em uma organização dificulta a relação entre empregado e empresa e vice-versa. A constituição de uma política de recursos humanos em uma organização só vem a ressaltar em benefícios, como a satisfação do funcionário, motivação e desempenho. Respostas Ótimo Bom Regular Ruim Total Total Absoluto 18 79 53 38 188 Tabela 24 - As políticas e ações de recursos humanos. Fonte: Dados primários, 2006. Total Relativo 10% 42% 28% 20% 100% 81 20% 10% Ótimo Bom Regular 42% Ruim 28% Gráfico 22 - As políticas e ações de recursos humanos. Fonte: Dados primários, 2006. Conforme dados apresentados na tabela 28, quanto aos principais motivos que levam seus colegas de trabalho a se desligarem da empresa. Dos 188 entrevistados, 64 (34%) consideram a política salarial inadequada como sendo o principal motivo dos desligamentos dos funcionários, 55 (29%) acham que o principal motivo dos desligamentos dos funcionários são as outras oportunidades de trabalho, 43 (23%) destacam a impossibilidade de crescimento profissional como sendo o principal motivo dos desligamentos dos funcionários. Neste estudo, ocorreu a comparação às entrevistas de desligamentos realizadas pela empresa realizada com 45 funcionários (dados secundários), onde fora coletadas informações com relação ao nível conceitual sobre aspectos gerais da empresa. Constatou-se por meio dos dados coletados a insatisfação dos funcionários com relação à política salarial da empresa e a promoção e valorização do funcionário. Dos 45 entrevistados, 25 (56%) consideram tanto a política salarial da empresa quanto a promoção e valorização do empregado entre regular e ruim, 20 (44%) consideram também tanto a política salarial da empresa quanto a promoção e valorização do empregado entre bom e muito bom. O grau de satisfação com o salário tem relação direta com a rotatividade de recursos humanos (turnover), pois quanto maior for o grau de satisfação do empregado com relação ao salário, menor será a rotatividade de pessoal, e quanto mais às pessoas se mostrarem insatisfeitas com o salário maior será a rotatividade (turnover) da organização. 82 Total Absoluto Total Relativo Respostas 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 1.10 1.11 Política salarial inadequada Aspectos disciplinares O estilo da chefia / supervisão A vida pessoal (questões particulares) Outras oportunidades de trabalho A insatisfação com a área de RH O relacionamento com os colegas A impossibilidade de crescimento profissional O ambiente de trabalho O excesso de trabalho A localização da empresa Total 64 01 06 04 55 14 00 43 00 01 00 188 34% 1% 3% 2% 29% 7% 00 23% 00 1% 00 100% Tabela 25 - Motivos que levam os funcionários a se desligarem da empresa. Fonte: Dados primários, 2006. 40% 35% 34% 29% 30% 23% 25% 20% 15% 10% 7% 5% 1% 3% 2% 0 0% 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 0 1% 0 1.9 1.10 1.11 Gráfico 23 - Motivos que levam os funcionários a se desligarem da empresa. Fonte: Dados primários, 2006. Com base nos dados apresentados na tabela 29, quanto à indicação de um amigo ou outra pessoa para trabalhar na Back. Dos 188 entrevistados 142 (81%) afirmaram que sim indicariam um amigo ou outra pessoa para trabalhar na empresa e 34 (19%) afirmaram que não indicariam um amigo ou outra pessoa para trabalhar na empresa. 83 Respostas Total Absoluto 142 34 188 Sim Não Total Total Relativo 81% 19% 100% Tabela 26 - Indicação de amigo para trabalhar na empresa. Fonte: Dados primários, 2006. 19% Sim Não 81% Gráfico 24 - Indicação de amigo pra trabalhar na empresa. Fonte: Dados primários, 2006. Conforme dados apresentados na tabela 30, quanto à satisfação em trabalhar na Back. Dos 188 entrevistados, 142 (81%) afirmaram que sim estão satisfeitos em trabalhar na empresa e 34 (19%) afirmaram que não estão satisfeitos em trabalhar na empresa. A empresa possui suas dificuldades em controlar seu índice de rotatividade de funcionários, porém demonstra interesse em obter controle sobre a mesma. Sabe-se que uma empresa que busca controlar seu índice rotatividade de funcionários faz com que aumente o índice de satisfação no trabalho e uma empresa socialmente responsável estimula a permanência e o crescimento profissional de seus funcionários e favorece a melhoria do clima organizacional. Podemos citar os fatores motivacionais como um meio de satisfação no trabalho, caracterizados como a realização profissional, o reconhecimento entre seus pares, a responsabilidade e o progresso, estão relacionados ao conteúdo do trabalho e às recompensas ao desempenho do empregado, fatores responsáveis por fidelizar do funcionário na organização. (STONER & FREEMAN 1982). 84 Respostas Total Absoluto 142 34 188 Sim Não Total Total Relativo 81% 19% 100% Tabela 27 - Satisfação em trabalhar na empresa. Fonte: Dados primários, 2006. 19% Sim Não 81% Gráfico 25 - Satisfação em trabalhar na empresa. Fonte: Dados primários, 2006. De acordo com os dados apresentados na tabela 31, quanto ao interesse dos funcionários em sair da empresa. Dos 188 entrevistados, 96 (55%) informaram que tem interesse em sair da empresa e 80 (45%) afirmaram que não tem interesse em sair da empresa. Os funcionários estão diante de um mundo altamente competitivo e dinâmico e que oferece menos permanência e previsibilidade do que existia em décadas passadas. O contrato informal de lealdade existente em décadas passadas entre funcionários e empregador foi irrevogavelmente rompido (ROBBINS,2002). Respostas Sim Não Total Tabela 28 - Interesse em sair da empresa. Fonte: Dados primários, 2006. Total Absoluto 96 80 188 Total Relativo 55% 45% 100% 85 45% Sim 55% Não Gráfico 26 - Interesse em sair da empresa. Fonte: Dados primários, 2006. Com base nos dados apresentados na tabela 32, quanto a satisfação dos funcionários em trabalhar na função atual. Dos 188 entrevistados, 142 (81%) afirmaram que estão satisfeitos em trabalhar na função atual e 34 (19%) afirmaram que não estão satisfeitos em trabalhar na função atual. Para Aquino (1980), é necessário proporcionar ao funcionário melhores condições no trabalho, oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional e condições que satisfaçam o ambiente de trabalho na organização. Respostas Sim Não Total Tabela 29 - Satisfação na função. Fonte: Dados primários, 2006. Total Absoluto 136 40 188 Total Relativo 77% 23% 100% 86 23% Sim Não 77% Gráfico 27 - Satisfação na função. Fonte: Dados primários, 2006. Conforme dados apresentados na tabela 33, foram questionados quanto a sobrecarga no desenvolvimento de suas atividades de trabalho na empresa. Dos 188 entrevistados, 42 (24%) não estão se sentindo sobrecarregados no desenvolvimento de suas atividades de trabalho na empresa e 134 (76%) consideram que não estão sobrecarregados no desenvolvimento de suas atividades de trabalho na empresa. O ser humano trabalha em grupo e forma grupos para trabalhar. Não importa como ou porque tenha sido formado logo se concentra em sua tarefa. As relações do grupo afetam as tarefas, e estas influenciam as relações interpessoais. É preciso harmonizar o grupo para a organização do trabalho (DRUCKER, 1981). Respostas Sim Não Total Tabela 30 - Sobrecarga nas atividades. Fonte: Dados primários, 2006. Total Absoluto 42 134 188 Total Relativo 24% 76% 100% 87 24% Sim Não 76% Gráfico 28 - Sobrecarga nas atividades. Fonte: Dados primários, 2006. Além dos dados obtidos por meio de questionários analisados anteriormente foram realizadas entrevistas com os gerentes responsáveis por diversos setores e que estão ligados diretamente no processo de decisão no que diz respeito à qualidade no serviço e a contratação e demissão de funcionários na empresa. As nove (9) questões elencadas na entrevista foram analisadas e interpretadas de acordo com as categorias analíticas e indicadores propostos à luz do referencial teórico apresentado neste estudo. Os entrevistados quando questionados a comentarem sobre o papel da área de recursos humanos levando-se em consideração o desligamento de funcionários, mostraram opiniões diferentes. Alguns conhecem o papel da área de recursos humanos, como relata o entrevistado (E1) “os recursos humanos devem registrar e analisar o processo de desligamento, registrar através de um questionário e analisar no sentido de se conhecer as causas da perda de seus funcionários”. Outros não têm a mesma percepção e outros relatam que há falhas no processo de desligamento dos funcionários da empresa. Não há acompanhamento e questionamento sobre as causas dos desligamentos. A empresa possui uma forma de coletar informações para analisar o processo de demissão por meio de entrevistas de desligamentos, aplicado aos funcionários que saem da organização. Porém, as informações contidas nas entrevistas, não são tratadas devidamente, depois de realizado a entrevista, esta folha é anexada ao processo de rescisão e encaixotadas. Desta forma constata-se o que os entrevistados relatam, que as informações contidas neste processo deveriam ser analisadas e trabalhadas no sentido de trazer melhorias em todo o 88 processo organizacional. A entrevista de desligamento constitui uma fonte para a empresa conhecer as causas do rompimento empregatício. Consiste em uma investigação semelhante à seleção, com a diferença de que o estudo se volta para as causas da saída ou do rompimento com a empresa. Após a análise das informações prestadas, dispõe-se de uma visão global das razões significativas do individuo com relação à empresa (AQUINO, 1980). Um setor de recursos humanos, bem organizado é à base de tudo, sua função destinase a encontrar meios de ajudar os gerentes a atrair, reter e motivar o talento e a capacitação de cada funcionário. As organizações de sucesso caracterizam-se pelo envolvimento dos funcionários, pela fidelidade, pelo prazer e pela rotatividade abaixo da média, o que causa conseqüentemente, um bom desempenho financeiro. Em um mundo em que todo trabalho depende de conhecimento e o capital intelectual é indispensável para o sucesso econômico, que a capacidade de atrair, reter e utilizar os talentos das pessoas proporciona uma vantagem competitiva. Em seguida, foram indagados como eles analisam os índices de rotatividade da empresa. Sendo unânimes em responder que os índices são altos e que provocam transtornos e problemas. Porém é importante destacarmos o relato do entrevistado (E2) “se analisarmos somente os números conclui-se que são altos. Mas, levando-se em conta o segmento, concluise que está em um nível aceitável, pois temos que focar preferencialmente os colaboradores internos”. Isto quer dizer, quando analisarmos o índice de rotatividade interno, ou seja, de funcionários que trabalham dentro da empresa constata-se que é relativamente alto. Porém, não existe um controle permanente desta rotatividade tornando-se difícil de mensurar as causas e conseqüências da mesma. Analisa-se ainda, que pelo fato de ser uma empresa prestadora de serviços e seu maior número de funcionários estarem realizando serviços externos, que a rotatividade quando analisada de forma global, seu índice é considerado dentro dos limites aceitáveis. Isto pode ser comprovado ao ser analisado as Tabelas 3 e 4 deste estudo. O índice de rotatividade ideal seria aquele que permitisse à organização reter seu pessoal de boa qualidade, substituindo aquelas pessoas que apresentam distorções de desempenho difíceis de serem corrigidas. (CHIAVENATO, 1997). Posteriormente questionou-se sobre as dificuldades que a área de recursos humanos enfrenta em virtude da rotatividade de funcionários, resultando as seguintes descrições: Perda de produtividade, retrocesso e desorganização no trabalho, novos investimentos em treinamento, reclamação do cliente. Podemos observar que quando ocorre rotatividade de 89 funcionários no ambiente interno da empresa, e em determinados setores, como operacional, financeiro e departamento de pessoal muitas vezes constata-se a perda da qualidade e produtividade nestes setores. Isto vem à tona por mais que o setor se esforce em não deixar transparecer esta perda do funcionário, trazendo conseqüências como sobrecarga nas atividades dos demais funcionários, perda do moral, sensação de insegurança, etc. Por ser uma empresa prestadora de serviços, quando o cliente solicita a troca de um funcionário este que por sua vez esta fora da organização terá ou que ser demitido ou reaproveitado em outro local de trabalho. Se o índice de rotatividade de funcionários neste cliente for alto, poderá trazer um elevado índice de insatisfação para o cliente causando desgastes das relações entre empresa e o mesmo. Em ambos os casos muitas vezes podem trazer conseqüências irreparáveis à organização. De acordo com Lacombe (2005), a saída de funcionários da organização resulta principalmente na perda de conhecimento e ás vezes atraso na produção e perda na qualidade e se este funcionário for para uma empresa concorrente terá um prejuízo ainda maior pois esta por sua vez estará livre de realizar treinamento devido à transferência de conhecimento e fazendo com que o concorrente economize com os custos de formação profissional. Dando seqüência, quando questionados sobre os principais fatores que resultam no desligamento de funcionários foram apontados os seguintes pontos: baixa remuneração, falta de plano de cargos e salários, falta de habilidade no serviço, não desempenham suas funções corretamente. Quando observado anteriormente (Tabela 28) podemos constatar que os principais motivos que levam os funcionários a saírem da empresa são justamente políticas salarial inadequada, a impossibilidade de crescimento profissional e outras oportunidades de trabalho. Assim concluímos, que os entrevistados (gerentes) possuem compreensão dos motivos destes desligamentos. Conforme Chiavenato (1997), a rotatividade de pessoal não é uma causa, é a conseqüência de certos fenômenos que ocorrem na organização tanto em seu ambiente interno como externo. Entre os fenômenos externos, podemos citar a situação de oferta e procura de recursos humanos no mercado, e as oportunidades de emprego. Dos fenômenos internos, podemos citar, a política salarial da organização, as oportunidades de crescimento profissional oferecidos pela organização, política de benefícios, etc. Para Bohlander (2003), um dos fatores responsáveis pelo aumento da rotatividade dos funcionários em uma empresa é o próprio mercado externo. Existe uma grande disputa pelos mais qualificados, pois estes profissionais recebem muitas ofertas de emprego. Um funcionário que se destaca, não é destaque somente no seu local de trabalho, ele chama a atenção também do mercado. Destaca-se porque tem algo diferente, que pode ser atrativo para a concorrência. O 90 trabalho do setor de recursos humanos é importante nesta hora, pois deverá saber manter o seu cliente interno para não perdê-lo a seu concorrente. Prosseguindo a entrevista questionou-se sobre sugestões para redução da rotatividade de funcionários na empresa, obtendo os seguintes dados: participação de resultados na empresa, analise da situação, buscar novos incentivos aos empregados, implantação de Estas política de cargos e salários, treinamento e desenvolvimento interpessoal. sugestões devem ser implantadas observado o ambiente interno e externo da empresa, sendo que neste ambiente encontramos as peças responsáveis pelos mais variados setores como comercial, financeiro, operacional, ou seja, pessoas que possuem maior comprometimento para com a organização. Por outro lado temos um elevado número de funcionários que prestam serviços para outras organizações e que também precisam ter este comprometimento para com a organização. Para que estas mudanças possam ocorrer será necessário uma negociação entre empresa prestadora de serviços e cliente, pois todo este processo exige um custo e se ambos concordarem e dividi-lo ambos podem sair ganhando pois estarão contribuindo para redução do índice da rotatividade de seus funcionários e terão funcionários mais satisfeitos em sua organização. Na busca pela redução da rotatividade de pessoal (turnover), as empresas oferecem benefícios após certo período de trabalho, para estimular a permanência de profissionais na organização. Dando seqüência, quando questionados sobre as implicações que os desligamentos de funcionários podem trazer para a organização, todos foram unânimes em afirmar os seguintes pontos: treinamento, perda da qualidade e da produtividade no trabalho, insatisfação aumento nos custos, retrocesso e desorganização. Observa-se que nesta questão todos foram unânimes lembrando somente as implicações negativas que a rotatividade de pessoal pode trazer para a organização. Porém sabe-se que a rotatividade de pessoal (turnover) quando analisada e gerenciada não significa apontar somente suas causas, e sim buscar informações necessárias para dispensar atenção a suas conseqüências. Para Mobley (1992), um gerenciamento efetivo da rotatividade de pessoal, dentro da organização, deve ser dado maior importância à compreensão de suas conseqüências, que por sua vez, podem ser positivas e negativas à organização. Quando questionados sobre quais são os custos e despesas relacionados à rotatividade de pessoal para a organização, obteve-se as seguintes respostas: indenização, documentos demissionais e admissionais, recrutamento e seleção, atraso nas obrigações consequentemente acumulo de atividade, sobrecarga de trabalho. Observa-se que para a 91 empresa quando ocorre o desligamento de funcionários gera custos ou investimentos financeiros, de tempo e de recursos, assim como perdas de difícil reparação, que vão além de custos diretos com admissões e desligamentos: improdutividade, horas extras, que além da perda financeira, sobrecarregam os demais funcionários do setor, requer integração e orientação do novo profissional, treinamento e desenvolvimento da pessoa recém admitida, tempo do profissional de recursos humanos e de outros profissionais envolvidos, menor produtividade, enquanto a pessoa está no tempo de aprendizado. O controle da rotatividade de pessoal preserva o capital intelectual, o ambiente e a imagem da empresa. Saber até que nível de rotatividade de pessoal uma organização pode suportar sem maiores danos é um problema que cada organização dever avaliar segundo seus próprios cálculos e bases de interesses (CHIAVENATO, 1997). Ao questionar os entrevistados sobre as funções da área de recursos humanos na empresa, foram descritos da seguinte maneira: gerenciar e planejar as atividades dos empregados visando o mesmos, criar estratégias para desenvolvimento das pessoas propiciar clima agradável de trabalho, manter bom relacionamento entre empresa e funcionários, melhorar os benefícios para todos, desenvolver trabalhos relacionamento e desenvolvimento, valorização e captação de profissionais capacitados bem como sua manutenção. Observa-se que, todos têm conhecimento sobre a função que a área de recursos humanos deve exercer dentro da empresa. A administração de recursos humanos tem a função de planejar, organizar, desenvolver, coordenar e controlar técnicas capazes de promover o desempenho eficiente do pessoal, ao mesmo tempo em que a organização representa o meio que permite as pessoas que com ela colaboram para alcançar objetivos individuais relacionados direta ou indiretamente com o trabalho. (CHIAVENATO, 1997). Finalmente, quando questionados sobre como está relacionado às atividades e as políticas de recursos humanos com a rotatividade de pessoal, responderam: a rotatividade está diretamente ligada à motivação, remuneração, estrutura de trabalho e cabe ao departamento de recursos humanos tentar minimizar estes itens para conseguir maior permanência das pessoas na empresa. Procurar contratar mais funcionários mais preparados e também afirmam que atualmente possuem políticas relacionadas e que pretendem até o final do ano implantar políticas eficazes que venham a colaborar na redução da rotatividade. Entendem que o empregado valorizado é sinônimo de satisfação e permanência na empresa. A analise dos dados, o registro qualitativo e quantitativo dos motivos das mudanças, da rotatividade de 92 pessoal (turnover), fornecem aos gestores e às áreas de RH um feedback valioso para direcionar as políticas e as práticas em gestão de pessoas. (POMI, 2005). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Para atender as expectativas cada vez maiores das empresas, os profissionais de recursos humanos devem começar a agir profissionalmente. Devem considerar que atualmente as organizações estão em meio a um mercado globalizado e competitivo. Além disso, às empresas na sua sustentabilidade fazem com que o foco do seu trabalho recaia na importância das pessoas, na organização em atingir resultados concretos no contexto do trabalho. Na pesquisa realizada encontraram-se alguns impedimentos relacionados com à coleta de dados na organização, como horário e disposição dos funcionários para a realização das entrevistas. Também, muitos dos questionários que foram entregues, não foram devolvidos sendo refeitos com outros funcionários. Aliado a isso, alguns obstáculos técnicos atrasaram a realização do estudo, mas ao final deste, com a colaboração de muitos, os objetivos almejados foram alcançados. Foi realizada uma pesquisa extensa em informações, podendo-se concluir que a estrutura e o papel da área de recursos humanos da empresa em estudo, estão bem definidos, desenvolvendo funções operacionais e estratégicas na organização. Os profissionais da área de recursos humanos devem motivarem e satisfazerem as pessoas, tanto os diretores como os funcionários, procurando que desperte neles: talento, criatividade e competência para seu crescimento pessoal e profissional e, consequentemente, da organização. Conforme pesquisado, as políticas de administração de recursos humanos da empresa estão qualificadas de acordo com as especificações do certificado ISO 9001, que prima pela qualidade e busca continua da satisfação do cliente (interno e externo). Em relação aos motivos que resultam no desligamento de colaboradores da empresa em estudo, observa-se que os índices predominantes estão relacionados a desejos pessoais como insatisfação com a política salarial, surgimento de outras oportunidades de trabalho e impossibilidade de crescimento profissional. Observa-se ainda, conforme dados apresentados que grande parte dos funcionários entrevistados apresentam até 30 anos de idade e sua maioria são solteiros, podendo estar relacionados ao problema da rotatividade de recursos humanos da empresa. Sobre as implicações das políticas de administração de recursos humanos na rotatividade de pessoal, percebe-se que a empresa possui somente um meio de coleta dados através das entrevistas de desligamento, porém não utiliza estas informações de maneira 94 estratégica e sistematicamente para diagnosticar as causas e conseqüências da rotatividade. Observa-se, que é necessário aprimorar os meios de coleta e análise dos dados referentes aos desligamentos dos funcionários, para que desta forma a empresa consiga obter melhor desempenho no controle da rotatividade (turnover). Para futuros trabalhos acadêmicos, sugere-se os seguintes tópicos: análise do índice de insatisfação dos funcionários na empresa; análise do absentismo; análise da implantação de um sistema de controle da rotatividade de pessoal para melhor controle do departamento de recursos humanos. A empresa busca se diferenciar dos concorrentes oferecendo aos clientes serviços de qualidade, porém, na prestação de alguns serviços ainda não consegue diferenciar-se da concorrência tendo em vistas a rotatividade de funcionários. Conforme analisado, os principais motivos do índice de rotatividade de funcionários na empresa ocorrem devido a política salarial inadequada, outras oportunidades de trabalho, impossibilidade de crescimento profissional. Diante destes aspectos a empresa deve desenvolver métodos para reduzir este quadro e se necessário realizar uma análise de todo o seu processo organizacional, desde o seu planejamento estratégico, englobando todos os setores. Especial atenção deve ser dada ao setor comercial quando na formulação dos preços de contrato, pois ao elevar o seu preço final, uma percentual poderá ser revertido ao funcionário, se tornando um salário diferenciado na categoria, de outra forma este valor poderá ser repassado ao funcionário por meio de uma cesta básica. Este procedimento poderá agir diretamente sobre os motivos da rotatividade acima mencionados, pois prenderá mais o funcionário na organização, terá maior satisfação dos funcionários com relação à empresa, resultará em uma melhor qualidade na prestação dos serviços e terá um diferencial da concorrência. Em síntese, conclui-se que a empresa precisa melhorar seu controle de entrada e saída de recursos humanos, pois trata-se de uma empresa de prestação de serviços. Neste sentido, acredita-se que as pessoas são suas principais fontes de sucesso, responsáveis pelo desenvolvimento da organização. Á empresa que atua em um mercado altamente competitivo, deve manter-se sempre atualizada, buscando inovações tecnológicas a fim de aprimorar seu controle organizacional. Neste sentido, acredita-se que o estudo contribui com valorosas evidências empíricas que apontam claramente a importância da Área de Recursos Humanos no contexto da organização. 6. REFERÊNCIAS: ALVES, M. Como escrever teses e monografias. Rio de Janeiro: Campus, 2003. AQUINO, C. P. de. Administração de Recursos Humanos: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1980. BARBETTA, P. Estatística aplicada às ciências sociais. Florianópolis: EDUFSC, 1999. BOSCO, João. História da Administração. São Paulo: Pioneira, 1993. CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: O novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. ________ Recursos Humanos – edição compacta. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997. ________ Iniciação à Administração de Pessoal – 3. ed. São Paulo: MACRON Books do Brasil, 2000. DEMO, P. 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