Depressão: Retorno ao ambiente de trabalho após afastamento

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Depressão: Retorno ao ambiente de trabalho após afastamento.
Autora: Julia Jeanne Monteiro de Souza
Resumo: O presente trabalho objetivou apresentar percepção de trabalhadoras sobre a
depressão e o retorno ao ambiente de trabalho após o afastamento. Foram utilizados os
pressupostos metodológicos da pesquisa qualitativa. Como instrumento de coleta de
dados foram desenvolvido uma entrevista semiestruturada e o questionário
sociodemográfico. Para análise dos dados, optou-se pela Análise de Conteúdo, proposta
por Bardin (2009) e análise estatística simples para os dados de identificação dos
sujeitos. Participaram desse estudo três sujeitos do sexo feminino, com nível superior e
idade entre 32 e 47 anos, moradoras do Distrito Federal, e trabalhadoras de uma
Instituição de Ensino Superior. Para os resultados foram construídos 4 Eixos Temáticos:
Percepção do sujeito sobre o retorno ao trabalho, Descrição da doença, Fatores
desencadeadores e Percepção do sujeito sobre a reação da empresa ao retornar ao
trabalho. Constatou-se que o retorno ao ambiente de trabalho foi satisfatório o que
permitiu um acolhimento positivo com os demais membros da instituição, além disso,
foi apresentada a questão do preconceito como desafio.
Palavras-chave: Depressão. Ambiente de trabalho. Saúde do trabalhador. Afastamento
do trabalho. Retorno ao ambiente de trabalho.
Abstract: This study aimed to present perception of workers on depression and return
to the workplace after removal. the methodological assumptions of qualitative research
were used. As data collection instrument were developing a semi-structured interview
and sociodemographic questionnaire. For data analysis, we opted for the content
analysis proposed by Bardin (2009) and simple statistical analysis for the identification
of data subjects. Participated in this study three female subjects, with higher education
and aged between 32 and 47 years, residents of the Federal District, and working in a
higher education institution. For the results were built 4 Main Themes: Perception of the
subject on the return to work, Description of the disease, trigger factors and perception
of the subject on the reaction of the company to return to work. It was found that the
return to the work environment was satisfactory allowing a positive reception with the
other members of the institution, in addition, was presented the issue of prejudice as a
challenge. Keywords: Depression. Desktop. Worker's health. Absence from work.
Return to the desktop.
Introdução
Por ser considerada como o mal do século e a quarta principal causa mundial de
adoecimento, faz se necessário estudar esta patologia para um melhor entendimento,
visto que, este transtorno de humor está aumentando a cada ano.
Para Bahls (2003) a cada ano, o histórico de depressão entre a população
aumenta consideravelmente, sendo um dado preocupante para a saúde pública. A
Organização Mundial de Saúde indica que, nas próximas décadas, haverá uma mudança
nas necessidades de saúde da população mundial devido ao fato de as doenças como a
depressão estar substituindo os tradicionais problemas das doenças infecciosas e de má
nutrição. Nakamura e Santos (2007) referem que, no ano de 2020, a depressão só
perderá para as doenças cardíacas.
A depressão se tornou um problema de saúde pública. Ela atinge um número
significativo de pessoas nas mais diversas faixas etárias. Segundo a Organização
Mundial de Saúde - OMS (2012) estima-se que 350 milhões de pessoas, cerca de 5 % da
população mundial, sofrem de depressão a cada ano. No Brasil, cerca de 10% da
população sofre de depressão.
São vários os sintomas presentes no indivíduo depressivo. Para Guariente (2002)
a depressão é caracterizada por vários sintomas, dentre eles: falta de interesse, tristeza,
desânimo, apatia, insegurança, choro persistente, negativismo, desesperança,
irritabilidade, falta de concentração, autoestima depreciada, sentimentos de culpa,
sentimentos de impotência, ideias de suicídio, entre outras.
Além dos vários sintomas a depressão também possui vários fatores
deflagradores. Segundo Kaplan et al (1997) e Holmes (2001), são vários os fatores que
influenciam na depressão, dentre os quais fatores biológicos, genéticos, ambientais e os
genéticos e ambientais associados. Diante disso, faz se necessária a realização de
estudos que abordem suas várias dimensões e possibilidades.
Segundo o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS (2013), a depressão e
outros transtornos ansiosos está entre as quatro causas mais frequentes de afastamento
do trabalho. Diante disso, a depressão é considerada atualmente como a 4ª principal
causa de incapacitação no planeta, conhecida como o mal do século que afeta grande
parte da população em alguma época da vida.
O ambiente do trabalho, segundo Nascimento (1999), caracteriza-se como o
conjunto de condições existentes no local onde o trabalhador exerce a sua profissão,
nele devendo ser compreendidos todos os fatores que, de alguma forma, interferem no
seu bem estar, ou seja, todo o complexo de relações humanas na empresa, a forma de
organização do trabalho, os equipamentos de proteção coletiva e individual, a jornada
de trabalho, os critérios de remuneração, a satisfação dos trabalhadores, os meios de
prevenção à fadiga, as condições de salubridade e, também, as medidas de proteção à
saúde dos trabalhadores. Nas empresas o ambiente de trabalho pode gerar um nível de
estresse e ansiedade tão alto que o trabalhador entra em estado de adoecimento, o que
leva ao afastamento de suas atividades para se tratar.
Esta pesquisa surgiu da necessidade de se falar abertamente sobre a questão da
depressão por se tratar de uma questão atual que vem afetando pessoas de diversas
faixas etárias, etnias e gêneros. Tal transtorno do humor afetivo ou distúrbio afetivo de
acordo com a Organização Mundial da Saúde é visto como a quarta doença que causa
incapacidade de realizar atividades no trabalho, sendo que, em 2020 passará a ser
considerada como a segunda colocada entre as principais causas de incapacidade para o
trabalho. Por se tratar de uma doença do século faz - se necessário pensar sobe a saúde
do indivíduo, nos diversos meios de atuação. Nas empresas o ambiente de trabalho pode
gerar um nível de estresse e ansiedade tão alto que o trabalhador pode entrar em estado
de adoecimento, o que leva ao afastamento de suas atividades. Após o tratamento
adequado o trabalhador terá a difícil missão de retornar as suas tarefas cotidianas e se
deparar com o mesmo ambiente que possivelmente pode ter contribuído ou não para seu
adoecimento. Diante dessas circunstâncias todo o processo pode gerar desconforto,
medo, frustração tanto para o trabalhador quanto para a empresa. O grande desafio é
como reintegrar esse trabalhador ao ambiente de trabalho sem levá-lo ao adoecimento e
como a resiliência desse trabalhador pode melhorar a qualidade de vida no trabalho.
Assim sendo, este trabalho teve como objetivo geral compreender a percepção
do sujeito ao retornar no ambiente de trabalho após afastamento por depressão. E como
objetivos específicos descrever a depressão e seus sintomas, compreender os motivos
que levaram ao adoecimento no trabalho e compreender a partir da percepção do sujeito
como a empresa reage com o retorno após o afastamento por depressão.
Nesse sentido, o tema tratado nesta pesquisa é de grande valia, uma vez que
possibilita conhecer o perfil do sujeito que teve depressão e o que ele observou quando
retornou ao ambiente de trabalho.
Depressão
Segundo os dados disponibilizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS,
2006), mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo. Esta patologia
ocasiona perda da autonomia acometida pelo adoecimento psíquico podendo trazer
consequências, tais como o afastamento do convívio com as demais pessoas, a
dependência financeira, sendo que na maioria dos casos, o indivíduo precisa se ausentar
do trabalho para tratamento ou não.
Ainda sobre as consequências, a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2006),
indica que até 2020 a depressão será a principal doença mais incapacitante em todo o
mundo. Isso significa que quem sofre de depressão tem a sua rotina virada do avesso. A
pessoa deixa de produzir e tem a sua vida pessoal bastante prejudicada. Atualmente,
mais de 120 milhões de pessoas sofrem com a depressão no mundo estima-se que só no
Brasil, sejam 17 milhões. E cerca de 850 mil pessoas morrem, por ano, em decorrência
da doença.
De acordo com a Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento
(CID,1993), a depressão é considerada como transtorno de humor e possui três
variedades, sendo leve, moderada e grave. O indivíduo usualmente que sofre de humor
deprimido tem perda de interesse, prazer e energia reduzida, levando a uma
fatigabilidade aumentada e atividade diminuída. Além disso, sintomas tais como,
concentração e atenção reduzida; autoestima e autoconfiança reduzidas; ideias de culpa
e inutilidade; visões desoladas e pessimistas do futuro; ideias ou atos autolesivos ou
suicídio; sono perturbado; apetite diminuído.
Dalgallarondo (2000), que também faz referência às síndromes depressivas
como um problema de saúde pública, considera que do ponto de vista psicopatológico,
os quadros depressivos tem como elemento central o humor triste. Entretanto, elas se
caracterizam por uma multiplicidade de sintomas afetivos (melancolia, choro fácil e
frequente), instintivos e neurovegetativos (como fadiga, desanimo e desesperança),
relativos à autovalorização (sentimento de baixa autoestima), à vontade e
psicomotricidade (como tendência a passar o dia todo na cama e lentificação motora).
Sobre os fatores de risco para o desenvolvimento da depressão incluem a história
familiar, situações estressantes, sexo feminino, episódios prévios de depressão, início
antes de 40 anos de idade, Comobirdade clínica, tentativas pregressas de suicídios, falta
de sistemas de apoio, história de abuso físico ou sexual, abuso de substância atual
(CITRA; RAMOS; RIBEIRO, 2003).
Saúde do Trabalhador
A Organização Mundial da Saúde – OMS define a saúde como sendo um
perfeito estado de bem-estar físico, psíquico e social. Assim definida, a saúde se
converte no objetivo que toda pessoa deseja alcançar e, o trabalho a ser a atividade
fundamental para melhorar o nível de saúde. No entanto, trabalhando, se pode perder a
saúde. A perda de saúde implicará em uma menor capacidade de trabalho e, portanto,
uma diminuição das possibilidades para melhorar o nível de saúde (VIEIRA, 2005).
Pereira (1995, p.30) aponta o conceito de saúde e de doença como: “A saúde
pode ser definida com ausência de doença e a doença, inversamente, conceituada como
falta ou perturbação da saúde”.
O Ministério da Saúde (2001) traz que as causas condicionantes da saúde do
trabalhador estão compreendidas as sociais, econômicas, tecnológicas e organizacionais
responsáveis pelas condições de vida e os fatores de risco ocupacionais, que são: físicos,
químicos, biológicos, mecânicos e aqueles decorrentes da organização laboral –
presentes nos processos de trabalho. Dessa forma, as ações de saúde do trabalhador têm
como foco as mudanças nos processos de trabalho que contemplem as relações saúdetrabalho em toda a sua complexidade, por meio de uma atuação multiprofissional,
interdisciplinar e intersetorial.
A saúde do trabalhador constitui uma área da Saúde Pública que tem como
objeto de estudo e intervenção as relações entre o trabalho e a saúde.
Para Dejours (1999), a saúde do trabalhador discute também as doenças
psicossomáticas, a saúde mental, o estresse, que nada mais são do que sobrecargas
impostas, que influem poderosamente sobre a percepção que o sujeito tem sobre seu
próprio corpo. Doenças que pesam sobre os trabalhadores com o pavor da demissão e
consequente precarização da vida são fatores que, somados à sobrecarga de trabalho,
vão afetando a saúde física e mental. Para não perder o emprego, o trabalhador
ameaçado produz acima de seu limite, expondo-se mais aos acidentes de trabalho e às
doenças profissionais e, por viver estressado, apresenta maiores índices de hipertensão
arterial, úlceras pépticas e doenças nervosas.
Vieira (2005) menciona que proteger a saúde do trabalhador exige a colaboração
de vários profissionais que, direta ou indiretamente, se relacionam: Engenheiros de
Segurança, Técnicos de Segurança, Ergonomistas, Médicos, Psicólogos, Nutricionista,
profissionais de Educação Física, Fisioterapeuta e farmacêuticos a fim de garantir a
efetividade dos programas de saúde.
Ambiente de trabalho
O trabalho hoje é concebido como uma atividade que envolve o homem em
todas suas dimensões, exercendo importante papel na construção da subjetividade
humana, e como tal, um elemento constitutivo da saúde mental e coletiva. Segundo
Bridges (1995) o trabalho, além de contribuir fortemente para a sobrevivência material
dos indivíduos, organiza e estrutura a vida das pessoas dando-lhes uma identidade,
proporcionando uma rede de relações e de contatos, estruturando seu tempo e
construindo espaço na sociedade por meio de direitos e obrigações.
O trabalho é o ambiente no qual o trabalhador passa maior parte do tempo.
Sendo assim, o empregador deve proporcionar-lhe, com base nos preceitos advindos da
Constituição Federal de 1988, especialmente o inciso XXII do artigo 7º, condições
saudáveis, a fim de que o trabalhador possa executar suas funções com qualidade e
rendimento. Um profissional que não encontra circunstâncias mínimas de proteção no
ambiente de trabalho, certamente, adquira problemas de saúde advindos da precariedade
que está submetido, diante disso, não conseguirá exercer seu papel e suas atividades,
levando a afastar do ambiente de trabalho.
Compreender o que levou ao adoecimento é uma tarefa difícil, pois a patologia
depressão apresenta inúmeros sintomas e é um desafio identificar o fator
preponderantemente responsável pelo seu surgimento. De acordo com Jorge Neto,
Cavalcante e Miranda (2012) é impossível a identificação de um fato pontual
responsável pelo quadro depressivo, sendo sua origem multifatorial, sendo que entre
eles podemos citar: predisposição genética; ambiente familiar; educação; estrutura
psicoemocional; qualidade dos relacionamentos interpessoais e o trabalho.
Segundo Teles (1992), outros fatores que podem contribuir para desencadear a
doença são: o stress, o perfeccionismo, o medo do fracasso ou do sucesso,
desequilíbrios hormonais, falta de uma relação plena de confiança e cumplicidade,
doenças como hipoglicemia, anemia, hipo ou hipertireoidismo, esgotamento, problemas
sexuais, perdas na infância, o desenvolvimento da baixa autoestima na infância e
cobranças excessivas por parte dos pais.
Vieira (1996) menciona que existe uma diferença entre doença profissional e a
doença do trabalho, ele cita que a doença profissional é caracterizada como sendo
aquela produzida ou desencadeada pelo exercício de trabalho peculiar a determinada
atividade e, a doença do trabalho, é caracterizada como aquela adquirida, ou
desencadeada em função de condições especial em que o trabalho é realizado.
A depressão não é a única patologia responsável pelo adoecimento no ambiente
de trabalho, existem várias outras como; Estresse, Burnout, Lesões por Esforços
Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT), entre
outras.
Abreu (2007) aponta que a relação da depressão com a atividade laboral sempre
foi muito sutil. Entretanto, atualmente, o trabalho vem sendo reconhecido como
importante fator no desencadeamento de distúrbios psíquicos.
O Afastamento do trabalho
O empregado impedido de trabalhar por doença ou acidente e que contribui para
a Previdência Social por, no mínimo, 12 meses tem direito ao auxílio-doença. O
objetivo do benefício é dar ao trabalhador incapacitado temporariamente condições de
reabilitação profissional e reinserção no mercado.
O auxílio doença é um benefício previdenciário, concedido pelo INSS aos
trabalhadores que ficarem mais de 15 dias consecutivos incapacitados para o trabalho.
Existem dois tipos de auxílio doença: o auxílio doença comum e o auxílio
doença acidentário. O auxílio doença acidentário é concedido ao trabalhador que sofreu
acidente de trabalho, doenças profissionais ou qualquer outra causada pelo trabalho. Já o
auxílio doença comum decorre de todas as demais situações de origem não profissional.
O retorno ao ambiente de trabalho
O retorno ao ambiente de trabalho pode dar prazer ou pode desencadear
novamente sofrimento. Mendes (2007) menciona que o trabalho na abordagem
psicodinâmica é caracterizado como fonte de prazer e sofrimento, sendo as vivências de
prazer e sofrimento entendidas como o sentido do trabalho, uma construção única e
dialética. A contribuição para o processo de saúde está na intervenção sobre a
organização do trabalho, significando dessa maneira que a psicodinâmica é mais do que
teoria e pesquisa, é um modo de ação sobre a realidade. Intervir na organização do
trabalho “permite aos sujeitos subverter o sofrimento, transformando-o em sentido, em
inteligibilidade e em ação, o que não significa anular o sentimento, mas transformá-lo
no prazer da reapropriação do vivido pela ação”. (MENDES, 2007ª, p. 43)
Uma fonte de prazer é justamente essa transformação das situações causadoras
de sofrimento por meio da mobilização subjetiva, em que sujeito faz uso de sua
subjetividade, sua inteligência prática e do coletivo de trabalho buscando o resgate do
sentido do trabalho. O coletivo mencionado é construído pelos trabalhadores com base
na solidariedade, confiança, cooperação, e “pressupõe a existência de um espaço
público da fala e da promessa da equidade quanto ao julgamento do outro” (MENDES,
2007a, p. 43).
Segundo Dejours (2008) na perspectiva da psicodinâmica é possível vivenciar
prazer desde que a organização do trabalho ofereça condições para o desenvolvimento
de três importantes ações pelos trabalhadores: mobilização da inteligência prática, do
espaço público de fala e da cooperação. A fim de ultrapassar o sofrimento, o sujeito
necessita agir, o que inclui a capacidade de tolerar o desconforto e investir em novas
tentativas até encontrar ou criar uma solução. E é nesse processo que o sujeito mobiliza
seus recursos internos para superar as dificuldades. Assim, há a manifestação de uma
inteligência guiada pelo sofrimento (inteligência pática (derivada de pathos,
sofrimento)), pois é a partir do mesmo que se chega à intuição da solução. Quando o
sujeito consegue, finalmente, criar uma solução para o impasse causador do sofrimento,
usufrui a vivência do prazer, que é profundamente benéfica. Ao solucionar o problema,
que parecia em alguns momentos intransponível, o sujeito se descobre mais hábil e
competente do que julgava anteriormente. Esse processo possibilita a subversão do
sofrimento em prazer e mobiliza a renovação do entusiasmo.
Metodologia
A metodologia utilizada para a presente pesquisa é a qualitativa, pois esta
oferece a possibilidade de investigar os processos subjetivos como as expectativas, as
vivências e seus resultados psicológicos nos sujeitos da pesquisa. A escolha desta
abordagem nos permite a construção de uma base metodológica capaz de realizar a
imersão nos processos subjetivos.
De acordo com Gil (1999), o método qualitativo de investigação define-se pela
descrição, interpretação e desenvolvimento de teorias relativas aos fenômenos. A
pesquisa qualitativa em Psicologia procura compreender os fenômenos humanos e
sociais, isto é, as relações de significados.
A abordagem qualitativa, para Chizzotti (1991, p.79), pressupõe “uma relação
dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o
objeto, um vínculo indissociável entre o mundo do objetivo e a subjetividade do
sujeito”.
Análise dos dados
As entrevistas foram transcritas em sua íntegra e analisadas por meio da técnica
de Análise de Conteúdo.
A análise de Conteúdo se define como um “conjunto de técnicas de análise das
comunicações” (quantitativos ou não) que aposta no rigor do método como forma de
não se perder na heterogeneidade de seu objeto, visa obter, por procedimentos,
sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores e
conhecimentos relativos às condições de variáveis inferidas na mensagem. (BARDIN,
1977, p. 31)
Ainda sobre a análise de conteúdo Bardin (1977) organiza em três as fases: 1) a
pré-análise; 2) a exploração do material; 3) o tratamento dos resultados e interpretação.
Local
A pesquisa foi realizada em uma instituição de Ensino Superior privada e
brasileira, localizada na cidade de Taguatinga, no Distrito Federal.
Resultados e discussão
Com base nas respostas dos participantes às dezenove perguntas abertas, a
Análise de Conteúdo gerou 4 (quatro) Eixos Temáticos. Para a criação dos eixos
temáticos foram observados os objetivos da pesquisa e a frequência do aparecimento
das palavras e frases que correspondiam ao mesmo sentido para respostas apresentadas.
Os Eixos Temáticos foram: 1) Percepção do sujeito sobre o retorno ao trabalho,
2) Descrição da doença, 3) Fatores desencadeadores, e 4) Percepção do sujeito sobre a
reação da empresa ao retornar ao trabalho. Esses eixos estão apresentados e discutidos a
seguir.
Percepção do sujeito sobre o retorno ao trabalho
No propósito de compreender a percepção do sujeito sobre o retorno ao trabalho
após afastamento por depressão essa unidade de análise foi impulsionada pelas
perguntas: “Como foi o processo de retorno?”, “Você se vê adaptada e integrada ao
trabalho?”. Foram encontradas 27 respostas nas 3 entrevistas alcançando 5 categorias.
Na categoria Retorno ao ambiente de trabalho, foram obtidas 9 respostas
dadas nessa unidade de análise. Nessa categoria a frequência relativa foi de 33%. De
acordo com os trechos das falas dos sujeitos é possível perceber que o retorno ao
ambiente de trabalho se deu de modo satisfatório o que permitiu um acolhimento
positivo com os demais membros da instituição. Além disso, foi possível observar que o
trabalho não é apenas um fator de adoecimento ele possibilita o sujeito crescimento,
transformações, reconhecimento e independência pessoal e profissional. Cabe ressaltar a
importância dos vínculos e as relações interpessoais como motivadores e reforçadores
do retorno. O indivíduo vê seu desejo e sua existência reconhecidos pelas relações que
mantém com o outro no jogo de identificações (CHANLAT, 1996). É na relação com o
semelhante que o indivíduo se constitui, se reconhece, satisfaz ou não seus desejos.
Na categoria Adaptação e Integração, foram obtidas 4 respostas dadas nessa
unidade de análise.
A frequência relativa foi de 15%. De acordo com os trechos das falas dos
sujeitos é possível perceber que alguns se perceberam adaptados e integrados e outros
apresentaram não se sentirem pertencentes na instituição o que pode gerar desconforto e
até mesmo desencadear novamente os sintomas depressivos. Cabe ressaltar a
importância da adaptação e integração do sujeito no meio organizacional, pois é por
meio do sentimento de pertença que os indivíduos sentem-se membros efetivos da
organização; é ele que permite estabelecer a identidade da organização e de cada um
como seu integrante. Conforme Pichon-Rivière (1998), a identificação se transforma em
pertença quando há uma maior integração do indivíduo ao grupo. Logo, o sentimento de
pertença traduz a integração e identificação com a organização e com as pessoas.
Além disso, é importante mencionar que a adaptação e a integração devem partir
da instituição. Oliveira e Eccel (2011) afirmam que a integração organizacional reduz os
anseios do empregado frente à empresa a qual desenvolverá as suas atividades. Em suas
visões, é necessário que seja apresentado ao colaborador as mudanças que ocorreram
durante seu afastamento, para que este possa ser reintegrado no seu ambiente de
trabalho.
Na categoria Atividades, foram obtidas 3 respostas dadas nessa unidade de
análise.
Nessa categoria atividades apresentaram frequência relativa de 11%. É possível
observar que a maneira como cada sujeito se relaciona com sua atividade laboral
influencia no seu estado de saúde. Oliveira; Kilimnik; Silva (2005) afirmam que a
manifestação patológica do estresse no ambiente de trabalho depende de como o
indivíduo enquanto um ser biológico, subjetivo, social e cultural interage com o
ambiente. Isso significa dizer que, dependendo da forma como o trabalho está
organizado e de como é executado pelo trabalhador, podem ser gerados efeitos
negativos, entre os quais estão situações que levam ao adoecimento. Observa-se ainda
que decisões, antes quase automáticas da rotina de trabalho parecem agora demandar
mais esforços para serem realizadas. Por ser uma doença altamente incapacitante,
interfere, na vida pessoal, profissional, social e econômica das pessoas acometidas
(THOMPSON, 2010).
Na categoria Relacionamento interpessoal, foram obtidas 4 respostas dadas
nessa unidade de análise.
Aqui a frequência relativa foi de 15%. De acordo com os trechos das falas dos
sujeitos é possível perceber a preocupação em como reatar os vínculos que foram
quebrados por conta do afastamento. Além disso, é observado que existe um julgamento
moral no sujeito de como reportar diante do outro com medo da reação. Robbins (2005)
faz menção ao relacionamento interpessoal afirmando que se os funcionários
expressarem emoções positivas, os demais responderam da mesma maneira. O contrário
também é válido visto que as emoções negativas de um funcionário despertaram
respostas também negativas nos demais.
Vale ressaltar que tanto o estresse quanto a depressão são fatores que levam a
dificuldades nos relacionamentos interpessoais no ambiente organizacional. Para
Olivier; Behr (2005, p. 2) “As relações interpessoais se desenvolvem a partir da
interação existente nos ambientes nos quais o homem está presente e constituem-se na
base do funcionamento de qualquer interação humana, por existir um processo de
dependência mútua entre as pessoas”. Moscovici (1998) chama a atenção sobre a
importância das relações interpessoais no dia a dia, esclarecendo que a interação
funciona como suporte para o desenvolvimento do ser humano.
Na categoria Desafios, foram obtidas 7 respostas dadas nessa unidade de análise.
Nessa categoria a frequência relativa foi de 26%. De acordo com os trechos das
falas dos sujeitos é possível perceber que um dos desafios que foi apontado foi o
preconceito e este se dá por conta da falta de conscientização dos colaboradores sobre as
doenças mentais. Ressalta a importância de desenvolver atividades de integração social
e humanização, com o objetivo de diminuir qualquer tipo de preconceito institucional.
Cabe apontar a importância do profissional da área da Psicologia para junto com a
equipe multiprofissional realizar um diagnóstico, prevenir e desenvolver intervenções
para lidar com essa situação. De acordo com Camacho (1984) deve-se incluir no novo
papel do profissional de RH, a necessidade de uma visão ampla dos processos
organizacionais que o possibilite sugerir políticas e estratégias de intervenção.
Descrição da doença
Com o propósito de descrever a depressão e seus sintomas, essa unidade de
análise foi impulsionada pelas perguntas: “Conte-me sobre seu processo de
adoecimento?”, “Como você descreveria em poucas palavras tudo o que você viveu
desde o seu afastamento do trabalho?” Foram encontradas 23 respostas nas 3 entrevistas
alcançando 3 categorias.
Na categoria Percepção sobre a Doença, foram obtidas 13 respostas dadas
nessa unidade de análise.
A frequência relativa foi de 57%. De acordo com os trechos das falas dos
sujeitos é possível perceber que a doença apresentou de diversas formas. Por ser
considerada uma doença complexa que tem consequências físicas e emocionais não se
tem uma causa concreta para mencionar o surgimento da doença. A causa da depressão
é tida como multifatorial, isto é, pode apresentar com pessoas com histórico familiar
(fator genético), pessoas que enfrentam situações repetidas de estresse, estilo de vida e
entre outros aspectos. De acordo com os trechos das falas dos sujeitos é possível
perceber a dificuldade de aceitação da doença e a dificuldade de lidar com a mesma.
Na categoria Sentimentos, foram obtidas 6 respostas dadas nessa unidade de
análise.
Na categoria sentimento a frequência relativa foi de 26%. Nessa categoria é
possível ver os sentimentos que cada sujeito apresentava. Do ponto de vista
psicopatológico, os quadros depressivos tem como elemento central o humor triste, este
não é apenas considerado como fator principal, pois a depressão tem múltiplos sintomas
afetivos.
Na categoria Sintomas, foram obtidas 4 respostas dadas nessa unidade de
análise
Na categoria sintomas a frequência relativa foi de 17%. Nessa categoria é
possível observar os sintomas que cada sujeito apresentava. É importante ressaltar que
os sintomas variam de uma pessoa para outra. Nem todos os portadores de depressão
apresentam os mesmos sintomas, sem que isso descaracterize a patologia que os
acomete.
Fatores desencadeadores
A terceira temática, “Fatores desencadeadores” tem como propósito
compreender os motivos que levaram ao adoecimento no trabalho essa unidade de
análise foi impulsionada pelas perguntas: “Você consegue identificar o que levou você
ao adoecimento?”, “Como se sentia no seu trabalho?” e “Quais eram as atividades no
trabalho?”. Foram encontradas 21 respostas nas 3 entrevistas alcançando 3 categorias.
Na categoria Social, foram obtidas 4 respostas dadas nessa unidade de análise.
Na categoria os fatores sociais a frequência relativa foi de 19%. Ao contrário do
que normalmente se pensa os fatores sociais, muitas vezes, são consequência e não
causa da depressão, ou seja, não é o principal fator a desencadear uma depressão no
sujeito, mas certamente tem ligação no seu desenvolvimento e agravamento.
Nessa categoria é possível observar que os fatores sociais se referem aos danos
morais que os sujeitos vivenciaram ao longo da vida. Hoele; Cooper (2000) mostram
que as vítimas de assédio moral possuem uma degradação em termos de saúde física e
mental quando comparadas com as testemunhas ou os colegas que nunca foram o alvo
de assédio moral. Vítimas de assédio moral mostram um número maior de queixas
psicossomáticas: dores de cabeça, dor de estômago, insônia e tontura (MOAYED et al.,
2006; YILDIRIM; YILDIRIM, 2007). Hansen et al. (2006) encontraram em sua
pesquisa que as vítimas de assédio moral tinham um maior nível de sintomas de
depressão, de ansiedade, de afetividade negativa comparativamente as não vítimas de
assédio.
Na categoria Emocional/Psicológico, foram obtidas 7 respostas dadas nessa
unidade de análise.
Aqui a frequência relativa foi de 33%. É possível observar que o fator de stress,
preocupação e perdas, foram os desencadeadores que contribuíram para o surgimento da
depressão. Segundo Fontana (1994), os efeitos psicológicos podem ser divididos em
efeitos cognitivos, ligados ao pensamento e ao conhecimento; efeitos emocionais,
ligados aos sentimentos, emoções e personalidade; efeitos comportamentais gerais,
relacionados igualmente a fatores cognitivos e afetivos. Cabe apontar que cada sujeito
apresentou seu fator desencadeador de maneira diferente, conforme aponta França;
Rodrigues (1997)
O surgimento de determinadas doenças em uma pessoa e não em outras, depende
das diferenças individuais que são determinadas pela história de vida da pessoa e de
suas vulnerabilidades condicionadas pela genética e pela sua constituição
(FRANÇA; RODRIGUES, 1997, p. 93).
Na categoria Trabalho, foram obtidas 10 respostas.
Nessa categoria os fatores do trabalho apresentaram frequência relativa de 48%,
o que mostra que o trabalho pode ser considerado como fator desencadeador de
adoecimento mental, entretanto, ele não pode ser considerado como sendo apenas o
fator de adoecimento, conforme o trecho a seguir:
O trabalho humano possui um duplo caráter: por um lado, é fonte de realização,
satisfação e prazer, estruturando e conformando o processo de identidade dos
sujeitos; por outro lado, pode também se transformar em elemento patogênico,
tornando-se nocivo à saúde (SELIGMANN-SILVA,1987, p. 25).
Nas respostas obtidas nas entrevistas é possível observar a sobrecarga no
trabalho, cobrança interna e externa, desvalorização, problemáticas institucionais, falta
de reconhecimento e desmotivação. De acordo com Dejours (2007), a grande maioria
dos trabalhadores se esforça para realizar um bom trabalho e é esse investimento
pessoal que necessita de reconhecimento. Quando essa contribuição não é notada ou é
negada pelo grupo, pode levar a um sofrimento intenso, danoso para a saúde mental de
qualquer trabalhador.
Além disso, nessa categoria pode ser observado aspectos físicos, cognitivos e
psíquicos. Na compreensão de Wisner (1994) todas as atividades, inclusive o trabalho,
têm pelo menos três aspectos: físico, cognitivo e psíquico. Ao aspecto físico,
corresponde o esforço físico necessário à execução da tarefa; ao cognitivo, os processos
de tomada de decisão (como aspecto principal, mas não como único); e, ao psíquico, ao
conflito produzido pelos constrangimentos gerados na organização técnica e social do
trabalho.
Percepção do sujeito sobre a reação da empresa ao retornar ao trabalho
A quarta temática e última, “Percepção do sujeito sobre a reação da empresa ao
retornar ao trabalho” tem como o propósito compreender como a empresa reagiu com o
retorno do sujeito após afastamento por depressão, essa compreensão tem como base a
percepção do sujeito. Essa unidade de análise foi impulsionada pelas perguntas: “Como
as pessoas reagiram após seu retorno? Chefia e funcionários”. Foram encontradas 16
respostas nas 3 entrevistas alcançando 3 categorias.
Na categoria Acolhimento, foram obtidas 03 respostas dadas nessa unidade de
análise.
Aqui é possível observar que o acolhimento apresentou frequência relativa 18%.
Segundo os resultados da pesquisa os sujeitos mostraram-se bem acolhidos ao retornar
no ambiente de trabalho, as atitudes dos colegas proporcionaram um aumento na
autoestima. De acordo Silva Jr.; Mascarenhas (2004) denominam de acolhimento como
postura, que pressupõe uma atitude da equipe de comprometimento em receber, escutar
e tratar de forma humanizada os usuários e suas necessidades, por meio de uma relação
de mútuo interesse entre trabalhadores e usuários, estruturada enquanto “relação de
ajuda”.
É importante ressaltar que o acolhimento proporcionou positivamente uma
mudança no estado emocional dos sujeitos, visto que, o retornar ao trabalho é um
grande desafio e um bom acolhimento facilita o processo de adaptação.
Na categoria Chefia, foram obtidas 7 respostas dadas nessa unidade de análise.
A frequência relativa foi de 44%. É possível observar que a postura da chefia foi
acolhedora, de forma tranquila e humanizada, apresentaram compreender a situação e
demonstraram apoio, essa aceitação proporcionou um retorno positivo e satisfatório
para os sujeitos. Segundo Garner (1990) um chefe precisa reconhecer as necessidades
dos seus seguidores ou constituintes, ajudá-los a ver como as necessidades podem ser
atendidas e dar-lhes a confiança de que são capazes de conseguir esse resultado por
meio de seus próprios esforços.
Na categoria Funcionários, foram obtidas 6 respostas dadas nessa unidade de
análise.
Aqui a frequência relativa foi de 38%. É possível perceber que o acolhimento
dos funcionários foi positivo e negativo. No caso positivo, o acolhimento favoreceu
para uma melhor adaptação e aceitação do sujeito ao retornar ao ambiente de trabalho.
No caso negativo, foi observada a presença de preconceito diante da doença. Embora a
doença seja cada vez mais comum, ainda causa discriminação no trabalho.
A repulsa a pessoas com transtorno depressivo, nada mais é que o distanciamento do
inverso da busca de seu ideal de sucesso, que por muitas vezes, esse repúdio causa o
agravamento na doença do indivíduo com transtorno. “O mundo contemporâneo
demonizou a depressão, o que só faz agravar o sofrimento dos depressivos com
sentimentos de dívida ou de culpa em relação aos ideais em circulação” (KEHL,
2009, p. 16).
Considerações finais
Como vimos o adoecimento por depressão tem aumentado nos últimos anos e
por conta disso faz se necessário pensar sobre a saúde do indivíduo, nos diversos meios
de atuação.
O presente estudo foi de extrema relevância, uma vez que, possibilitou
compreender a percepção do sujeito ao retornar no ambiente de trabalho após
afastamento por depressão. Vale apontar que os objetivos foram atingidos. Foi
percebido que o retorno gera impactos não só para o colaborador, mas para o
empregador e os funcionários que o recebem. Foi apontado que mesmo se tratando de
uma patologia da atualidade o sujeito ainda se depara com o preconceito institucional o
que dificulta a adaptação, o relacionamento interpessoal e permanência no local de
trabalho. Foi possível observar que dentro da categoria fatores desencadeadores o
trabalho teve maior relevância o que reforça a afirmação de diversos pesquisadores que
o trabalho pode ser considerado como um dos fatores desencadeadores de adoecimento
mental.
É importante ressaltar que ao longo deste trabalho surgiram novas possibilidades
que não foram desenvolvidas, pois tornariam este trabalho muito extenso uma delas é
estudar a percepção da empresa quando recebe um sujeito após afastamento, o que
permitiria compreender as duas percepções: sujeito e instituição. Sendo assim, o tema
não se esgota por aqui, até mesmo porque não era esse o meu objetivo, além do mais,
isso seria impossível. Essa pesquisa foi apenas o início, deixo para os meus colegas
estudantes e profissionais de Psicologia o desafio de olhar para a patologia fora da
clínica, unir Psicologia Clínica e Psicologia Organizacional, pois ambas tem muito a
contribuir.
Outro ponto importante a considerar é a dificuldade de encontrar referencial
teórico que mencione sobre retorno ao trabalho após afastamento por depressão, muitas
pesquisas se referem sobre afastamento, são poucas que mencionam sobre retorno.
Por fim, ressalto a importância dos profissionais (Gestores, Psicólogos, RH entre
outros) para ficarem mais atentos ao processo de reintegração, a fim de, melhorar a
qualidade de vida e do trabalho dos sujeitos que retornam após afastamento. Reforço
ainda a importância de se fazer a Psicologia nas organizações para que as inquietações e
angústias dos trabalhadores assumam um lugar de destaque, possibilitando intervenções
que propiciem um espaço de fala e escuta.
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