O problema da demarcação em Karl Popper

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O problema da demarcação em Karl Popper
Juliana Barbosa Brito*
* graduada em Filosofia pela Universidade Estadual de Santa Cruz
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A preocupação em identificar características próprias da ciência é algo recorrente ao longo da
história da filosofia. Muitos critérios de demarcação científica já foram propostos sob diversos
pontos de vista. Tal problema foi investigado pelo filósofo Karl Popper ao constatar a necessidade
de um critério adequado que determinasse o caráter científico de uma teoria. No presente
trabalho, pretendo apresentar o problema da demarcação entre conhecimento científico e
conhecimento não científico no pensamento epistemológico de Karl Popper. Abordarei a crítica do
filósofo ao método indutivo de pesquisa, bem como a crítica dirigida à filosofia positivista do
Círculo de Viena, demonstrando que o método positivista de verificação, proposto como critério de
demarcação, não é plausível para determinar o caráter científico de uma teoria. Por fim,
apresentarei o método de investigação científica defendido por Popper, e a sua solução para o
problema da demarcação. A critica de Popper se dirige ao método de pesquisa defendido pelos
positivistas lógicos do Circulo de Viena, que é essencialmente indutivo, ou seja, afirma que de
fatos particulares observados inferem-se enunciados e leis universais. Para o filósofo, a
injustificabilidade desse método é o principal problema do conhecimento científico. A solução
oferecida por Popper é o método “dedutivo de prova", para o qual devem-se buscar refutar
empiricamente enunciados universais a partir de enunciados singulares. Para que uma teoria
conquiste o estatuto científico, ela deve ser passível de refutação empírica. Caso não seja, ela
será considerada metafísica ou não científica. O novo critério de demarcação que surge com
Popperé fruto da tentativa de reconstruir o método da ciência de forma que somente a lógica
dedutiva seja suficiente para avaliar as proposições científicas. Por acreditar no progresso da
ciência, o filósofo defende que todo conhecimento é falível e passível de correções e deve,
portanto, ser duramente criticado. Em síntese, o critério que determina o caráter científico de uma
teoria é a sua falsificabilidade ou testabilidade.
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