A CRÍTICA DE KARL POPPER AO VERIFICACIONISMO: O FALSIFICACIONISMO COMO CRITÉRIO DE DEMARCAÇÃO DE TEORIAS." ROMANINI, Mateus/ Programa de Pós-Graduação em Filosofia/ UFSM; NAIDON, Karen G. V. da Cunha/ Programa de Pós-Graduação em Filosofia/ UFSM; ORIENTADOR:GALLINA, Albertinho Luiz/ Departamento de Filosofia/ UFSM. Palavras-Chave: Verificacionismo; Falsificacionismo; Demarcação. Este trabalho visa avaliar a crítica de Karl Popper ao verficacionismo. O tema deste trabalho é o da demarcação entre teorias científicas e não;científicas, que, segundo Popper (1972), é a tarefa mais importante da epistemologia. O critério de verificação é utilizado por Carnap e outros positivistas tanto para distinguir sentenças significativas de sentenças não;significativas quanto para demarcar o limite entre teorias científicas, que são dotadas de significado, e teorias não;científicas. Este problema da demarcação tem em suas raízes a concepção de que somente conhecimento baseado e verificado pela empiria pode ser considerado conhecimento verdadeiro, portanto a metafísica por exemplo, que por definição não é empírica, não poderia ser considerada conhecimento. Segundo o ponto de vista de muitos neopositivistas a metafísica está ligada à irracionalidade e às emoções, enquanto que a ciência empírica está estreitamente ligada à razão e à racionalidade. Esta demarcação estrita está ligada a uma forte crítica à metafísica. Segundo Carnap (1959), a metafísica contém apenas pseudo;proposições que se caracterizam ou por conter termos que, erroneamente, acreditamos que tenham sentido, ou então seus termos possuem significado, mas são agrupadas de modo a não constituir um enunciado significativo. Deste modo a metafísica não é algo que pode ser considerado errado ou mesmo improvável, mas sim destituída de sentido. Para Karl Popper o problema da demarcação entre teorias científicas e não;científicas é o mais importante para a epistemologia. Ele critica duramente a solução dos positivistas do Círculo de Viena. Segundo Popper (1972), uma teoria pode ser superior às outras, mas nunca pode ser considerada verdadeira. Sua crítica se baseia principalmente na afirmação de que a indução falha e, conseqüentemente, o verificacionismo também. Devida a impossibilidade do indutivismo o autor propõe um critério falsificacionista, que substitui o verificacionismo como critério de demarcação. Ao contrário da solução positivista, que coloca a questão do sentido dos enunciados metafísicos, o falsificacionismo não serve como critério de significado, pois não tem qualquer implicação semântica. Apesar das críticas ao positivismo, segundo Popper a metafísica também não possui o mesmo status da ciência quando se trata de conhecimento, pois conhecimento científico implica na possibilidade de falsificar teorias claramente afirmativas e precisas e as teorias metafísicas ficam fora deste âmbito por serem vagas e indefinidas. Por mais que se possa falsificar enunciados universais através da falsificação de enunciados singulares, mesmo as afirmações singulares das teorias metafísicas carecem de definição. Segundo Popper (1972), a verificação de teorias é impossível. Isso implica a impossibilidade da verdade ser plenamente manifesta. Se somente o falsificacionismo funciona, jamais poderemos saber se encontramos ou não a verdade, o que muitas vezes podemos saber é se estamos errados. Conhecemos através de conjecturas e refutações, através de tentativa e erro. Deste modo, o erro é um importante elemento para a metodologia racional, implicando em uma teoria racional do erro que afirma que o erro não é necessariamente irracional. A realização deste trabalho guiar;se;á por métodos de leitura e interpretação de textos, assim como pela análise do problema da demarcação de teorias. O trabalho será realizado em quatro etapas. Em todas as etapas, além da bibliografia primária, serão utilizadas obras de comentadores para a abordagem do problema. As etapas são: apresentação do critério verificacionista, tendo por base os seguintes textos: Sentido e Verificação (SCHLICK,1975)e Testabilidade e Significado (CARNAP, 1975); a outra etapa consiste em demonstrar e analisar a crítica de Karl Popper ao verificacionismo contida nas obra Conjecturas e Refutações (1972) e A Lógica da Investigação Científica (1975). REFERÊNCIAS: CARNAP, Rudolph.. The Elimination of Metaphysics Through Logical Analysis of Language. The Free Press. 1959. CARNAP, Rudolph.. Testabilidade e Significado. Abril S.A. Cultural. 1975. POPPER, Karl. A Lógica da Investigação Científica. Abril S.A. Cultural. 1975. POPPER, Karl R.. Conjecturas e Refutações. Universidade de Brasília. 1972. SCHLICK, Moritz. Sentido e Verificação. Abril S.A. Cultural. 1975.