Lei de Gauss II Revisão: Aula 2_2 Física Geral e Experimental III Prof. Cláudio Graça Revisão • Cálculo vetorial 1. 2. 3. Produto de um escalar por um vetor Produto escalar de dois vetores Lei de Gauss, fluxo através de uma superfície, analogias 4. Exemplos e aplicações da Lei de Gauss 5. Lei de Gauss aplicada aos condutores (continuação) Lei de Gauss: Fluxo e linhas de campo • O número N de linhas de campo que atravessam a superfície fechada é proporcional à carga Q contida no volume limitado por essa superfície. • N(Linhas de campo -E) para uma carga Q no interior da superfície. Q Coulombs ⇒ α Ν número de linhas Linhas de campo elétrico Quantas linhas de campo atravessam a superfície externa? 8C ⇒ 8 linhas 16C ⇒ 16 linhas 32C 16C 8C 32C ⇒ 32 linhas Analogia de Integrais de Área Esta área fica mais molhada! Integrais de Área – veja o fluxo? chuva ds Chuva ds Esta área molha mais! Integrais de área – calcule o fluxo de água! chuva ds ds chuva As áreas são as mesmas, mas o ângulo entre a velocidade da chuva e o vetor que representa a área… Integrais de área – calcule o fluxo de água! Chuva, v Chuva, v ds ds Casos extremos a 180° - fluxo máximo!! a 90°, fluxo nulo!! Fluxo de chuva através da área ds • Fluxo = v.ds (Fluxo= vazão m3/s) – |v||ds|cos(θ) – vds cos(θ) • Fluxo = 0 para 90° … cos(θ) = 0 • Fluxo = -vds para 180° … cos(θ) = -1 • Geralmente, Fluxo = vds cos(θ) -1 < cos(θ) < +1 Lei de Gauss – Exemplo 1: distribuição linear de carga Construa uma “Superfície Gaussiana” simétrica com a distribuição de carga - cilíndrica neste caso, depois calcule ∫∫E.ds E E ds ds λl Coulombs/m r ds L Cálculo de ∫∫E.ds E ds • ∫∫E.ds = ∫∫E.ds sup. Cilíndrica + ∫∫E.ds sup. planas r • Nas sup. planas, E & ds são perpendiculares E.ds nas tampas = 0 • ∫∫E.ds nas tampas = 0 • As superfícies planas não contribuem.! Cálculo de ∫∫E.ds • ∫∫E.ds = ∫∫E.ds na sup. cilíndrica E & ds paralelos, E.ds = |E|´|ds| = Eds E ds ρl Coulombs/m ds L Cálculo de ∫∫E.ds r r ∫∫ E ⋅ ds = carga no interior da gaussiana λL E.2πrL = εo λ E(r ) = 2πεo r r E(r ) = λ r̂ 2πεo r Discussão • E aponta radialmente • |E| é proporcional a λ – Maior densidade de carga = maior o campo • |E| é proporcional a 1/r – Diminui com a distância à carga, o que é intuitivamente correto Outras formas de distribuição de carga! • Distribuição esférica de carga • ρ ∝ r-2, r-3, e –r … • Escolha uma gaussiana.. • Então E e ds serão, novamente, paralelos • Aplique a lei de Gauss! r Distribuição esférica de carga (simetria)esférica de carga Lei de Coulomb?....não lei de Gauss É mais simples e mais geral q r2 Q Considere uma superfície esférica Φ= Q ε0 Por simetria E é ⊥ à superfície Φ =| E | A = Q ε0 =| E | 4πr 2 = 1 Q 1 Q | E |= = 4πr 2 ε 0 4πε 0 r 2 F=qE Q ε0 F= 1 qQ 4πr 2 ε 0 Distribuição esférica de carga (simetria)esférica de carga Qual é o campo em volta de uma casca esférica Q Φ dentro Considere uma superfície simétrica com a distribuição de carga Q fora Φ fora = ε0 Φ out | E |= 1 Q 4πε 0 r 2 dentro Carga dentro = 0 Φ dentro = 0 E=0 Aplicações da Lei de Gauss • Ação de campos elétricos sobre condutores: – Polarização – Carga no interior de um condutor – Campo na superfície de um condutor • Blindagem eletrostática: – Gaiola de Faraday • Localização das cargas: – Lei de Gauss na forma diferencial Condutores em campos E Colocando-se um condutor dentro de um campo elétrico, aparecem cargas induzidas….ocorre a polarização da carga elétrica. Uma casca metálica com uma carga no interior Uma carga negativa de 10μC é colocada no interior de uma casca metálica como é mostrado na figura (a). a) Qual será a quantidade de carga que será induzida na superfície interna da casca? b) Como se distribui essa carga? c) Qual será o valor do campo fora da casca? Resposta Æ Como o valor de E dentro do condutor é zero o fluxo através da gaussiana é nulo. Æ A carga total dentro da gaussiana é zero. Æ A carga + induzida no interior da casca é idêntica à carga na cavidade Æ A carga negativa induzida na parte externa, deve ser nula, pois a carga no condutor era nula. Æ Como as linhas de campo externo é normal à superfície a distribuição de carga externa deve ser homogênea. Condutor em equilíbrio eletrostático com carga positiva Fluxo através das superfícies gaussianas: interna Φ = 0; externa Φ >0. Lei de Gauss na forma diferencial Podemos rescrever a lei de Gauss, para a eletrostática, em função de uma densidade de carga volumétrica, como a seguir: onde ρ é a densidade de carga volumétrica e V é o volume no interior da superfície gaussiana. Usando o teorema de Gauss, o qual correlaciona uma integral de superfície com uma integral de volume, temos que, Comparando os lados direitos das duas equações acima encontramos, como esta igualdade é verdadeira para qualquer volume, então o integrando da equação deve ser nulo, isto é Lei de Gauss na forma diferencial significa que, se o divergente do campo elétrico é não nulo, então, deve existir campos elétricos na região resultantes de carga total não nula Aplicação da Lei de Gauss na forma diferencial q Φ = E lim εo ΔV → 0 ⇒ lim ( ΔV → 0 ) r r ρΔV ∫∫ E ⋅ dA = εo r r r r⎞ ρ ⎛ 1 ∇ ⋅ E = lim ⎜ ⋅ ⇒ E d A ⎟ ∫∫ ⎠ εo ΔV →0 ⎝ ΔV r r r ∂E x ∂E y ∂E z + div E = ∇ ⋅ E = + ∂x ∂y ∂z r r ρ ∇⋅E = εo Propriedades dos condutores Para um condutor em equilíbrio eletrostático! 1. E é zero no interior do condutor 2. Qualquer carga, Q, se distribui na superfície (densidade de carga será: σ=Q/A) 3. E é ⊥ à superfície 4. σ é maior onde o raio for menor 5. Gaiola de Faraday σ2 σ1 σ 1 >> σ 2 E é zero no interior do condutor • Se existisse um campo no interior do condutor, os elétrons livres seriam acelerados e haveria corrente elétrica. • Dessa maneira não haveria equilíbrio Portanto E=0 Qualquer carga se distribui na superfície do condutor Considere a superfície S logo abaixo da superfície externa do condutor Como o condutor está em equilíbrio, E=0, portanto Φ=0 Lei de Gauss qi Φ = EA = ∑ q / ε 0 ∑q /ε i 0 =0 A carga no interior deverá ser nula! O campo E é ⊥ à superfície Considere uma pequena superfície cilindríca, contendo a superfície E⊥ q E|| Se E|| >0 causaria o movimento da carga na superfície e não haveria equilíbrio, portanto E|| =0 Cilindro pequeno o bastante para E ser constante! Lei de Gauss Φ = EA = q / ε o E = q / Aε o E ⊥ = σ / εo σ é maior onde r é menor r r ρ ∇⋅E = εo r1 r2 No próximo capítulo voltaremos ao assunto, utilizando a função potencial! Carga de teste sem Condutor isolado blindagem As linhasisolado, de campo, Condutor possui produzidas uma carga o mesmo por número de de teste, positivas externa, furam cargas + eo cilindro negativas – Carga de teste com 50% de 100% de blindagem blindagem Os elétrons elétrons se se movem movem na na Os direção direção da da carga carga de de teste teste criando um campo anulando totalmente o elétrico contrário no campo... cilinddro... Cilindro Isolado Carga de Teste não blindado 10% Blindagem 20% Blindagem 30% Blindagem 40% Blindagem 50% Blindagem 60% Blindagem 70% Blindagem 80% Blindagem 90% Blindagem 100% Blindagem Lei de Gauss na forma diferencial z Superfície gaussiana E y x 43 Lei de Gauss na forma diferencial Dada uma superfície fechada, o fluxo será dado por: r r qint Φ = ∫ E .dA = εo A qint = ∫ ρ ( r )dV = ∫ ( ρ continuo + ρ discreto )dV V V r r 1 ∫ E .dA = ∫ ρ ( r )dV A εo V Pelo teorema da divergência: r r r ∫ E .dA = ∫ ∇.EdV A V r 1 ∫ ( ∇.EdV − ρ ( r )dV ) = 0 V εo Para um volume arbitrário, a integral só será nula quando: r ρ( r ) ∇.E = εo A divergência do campo elétrico está em cada ponto, Associada à densidade total de cargas nesse ponto. 44 Lei de Gauss na forma diferencial Q O campo elétrico neste ponto diverge, e a sua DIVERGÊNCIA é diferente de zero neste ponto pois existe uma carga nesse ponto, ρ>0. E O campo elétrico neste ponto diverge, e a sua DIVERGÊNCIA é zero neste ponto, como não existe uma carga presente neste ponto, ρ=0. 45 Lei de Gauss na forma diferencial E O campo elétrico aqui não diverge mas a sua a DIVERGENCIA não é nula neste ponto pois existe uma carga neste pornto, ρ>0. O campo elétrico nào diverge neste ponto e a sua DIVERGENCIA é zero pois não existe carga neste ponto, ρ=0. 46 Equação de Poisson A forma diferencial, também chamada forma local da Lei de Gauss. r ρ( r ) ∇.E = εo Esta forma é também conhecida como equação de Poisson Em coordenadas cartesianas o divergente pode ser expresso da seguinte forma: r r ∂E x ∂E y ∂E z + divE = ∇.E = + ∂y ∂z ∂x ∂E x ∂E y ∂E z ρ ( x , y , z ) + + = εo ∂x ∂y ∂z 47 Interpretação geométrica do divergente r r Δq ρ ( P )ΔV Φ A = ∫ E .dA = = εo A εo r 1 r r ρ( P ) divE( P ) = limΔV →0 [ E .dA = ∫ ΔV A εo Exemplo: Calcule o divergente do seguinte vetor: r r 3 4 r . d A = r dA = π r ∫ ∫ A P ΔV A Volume limitado por uma superficie em torno de P r r = xî + yˆj + zk̂ Portanto div r=3 A 4πr 3 ΔV = 3 r ∂x ∂y ∂z + + =1+1+1= 3 divr = ∂x ∂y ∂z 48 Equações de Poissson e Laplace E Q r ρ( r ) ∇.E = r ∇.E = 0 Poisson Laplace εo 49 Equações de Poissson e Laplace Poisson r ρ( r ) ∇.E = + εo r E ρ ρ( r ) = δ 1/r2 δ Laplace r ∇.E = 0 r δ r ∂E = 0 ∴ E x = cons tan te ∂x Estes mesmos problemas serão tratados no capítulo de potencial ! 50