ACOLHIMENTO COMO RECURSO TERAPÊUTICO O acolhimento como recurso terapêutico é relevante ferramenta da Atenção Primária, pois contribui na compreensão das concepções das práticas em Saúde Mental pela equipe. Assim, além do caráter resolutivo no momento do acolhimento, a Recepção da Saúde Mental na Unidade Básica de Saúde, por meio de encaminhamento ou acompanhamento pela equipe, sinaliza uma terapia comunitária, pois visa identificar e suscitar forças e capacidades dos indivíduos e famílias para encontrar soluções para superar dificuldades. Relacionando o acolhimento de Saúde Mental na Atenção Primária em grupo, de forma equânime e com função terapêutica, torna-se fundamental que não se valorize o diagnóstico psiquiátrico e as psicopatologias, mas a “existência-sofrimento dos pacientes” e suas formas de expressão dentro de cada contexto social (Andrade, Botti, 2009). OS CAPS A CAPS precisa a) Conhecer e interagir com as equipes de atenção primária de seu território; b) Estabelecer iniciativas conjuntas de levantamento de dados relevantes sobre os principais problemas e necessidades de saúde mental no território; c) Realizar apoio matricial às equipes da atenção primária, isto é, fornecerlhes orientação e supervisão, atender conjuntamente situações mais complexas, realizar visitas domiciliares acompanhadas das equipes, atender casos complexos por solicitação da atenção primária; d) Realizar atividades de educação permanente (capacitação, supervisão) sobre saúde mental, em cooperação com as equipes da atenção primária. PSICOFARMACOLOGIA São orientações gerais para o uso de antidepressivos na atenção primária à saúde (Pereira, 2009): 1. geralmente a monoterapia com antidepressivos é a única medicação necessária; 2. todos os antidepressivos apresentam eficácia similar, o que os diferencia é basicamente o perfil dos efeitos colaterais e segurança; 3. para a seleção da droga, avalie história prévia do uso de antidepressivos e utilize aquele do qual o paciente obteve boa resposta; 4. caso já tenha usado um grupo farmacológico sem boa resposta (tricíclico, por ex.), prescreva um antidepressivo de outro grupo farmacológico (inibidor de recaptura de serotonina, por ex.); 5. realizar avaliação cardiológica de todos os pacientes com 50 anos ou mais e de todos que tenham alguma suspeita de cardiopatia; 6. lembrar que todos os antidepressivos possuem também alguma ação ansiolítica. O tratamento dos quadros ansiosos geralmente exige doses mais baixas que as prescritas para o tratamento dos quadros depressivos. TRABALHO COM GRUPOS COMO RECURSO TERAPÊUTICO Os grupos cumprem os seguintes objetivos relacionados ao paciente (Chazan, 2000): 1. promover maior aderência ao tratamento; 2. ampliar a consciência sobre a sua patologia; 3. desenvolver maior capacidade de assimilação das informações; 4. ampliar sua capacidade adaptativa (ajudar a organizar as defesas e auxiliar na administração da doença) 5. ajudar na interação com a instituição, ampliar as noções de direitos e deveres, diminuindo a passividade, estimulando a percepção de sua responsabilidade sobre seu tratamento e facilitando métodos de cobrança da instituição no que lhe é devido; 6. estimular a solidariedade e possibilitar que cada paciente possa atuar na comunidade, de forma informal, como um agente de saúde. TERAPIA COMUNITÁRIA COMO RECURSO TERAPÊUTICO A Terapia comunitária se insere na rede de Saúde Pública por meio das equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e, teoricamente, está fundamentada sobre cinco pilares: 1. Pensamento Sistêmico; 2. Teoria da Comunicação; 3. Antropologia Cultural; 4. Resiliência; 5. Pedagogia de Paulo Freire;