Técnicas de propagação de fruteiras

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Universidade Federal de Rondônia
Curso de Agronomia
Fruticultura I
Técnicas de propagação de
fruteiras
Emanuel Maia
[email protected]
www.lahorta.acagea.net
Método seminífero
Propagação
vegetativa não é
viável – açaí
Poliembrionia em
manga
Porta-enxertos
em citros
Obtenção de sementes
• Plantas
devem
possuir
características
desejadas
– Devem ter ½ idade, vigorosas, sadias, produtivas,
precoces...
• Frutos devem estar maduros
– Garantir a maturidade fisiológica das sementes
Extração sementes
• Frutos secos
– Deiscentes: colher e secar a sombra
– Indeiscentes:
• colher e secar a sombra
• Retirada cuidadosa das sementes ou preparação para semeadura
• Frutos carnosos
– Eliminação da polpa e da película de revestimento da semente
– Observar possibilidade
armazenamento
de
dormência
e
período
de
Porcentagem de sementes germinadas sobre papel de
maracujazeiro doce, em diferentes pré-tratamentos germinativos.
Com arilo
Sem arilo
Substrato irrigado
0,8
29,8
Semente embebida
0,0
32,8
Fonte:Ferreira et al. (2005)
Semente revestida pelo arilo (maracujazeiro azedo)
Fonte: Martins et al. (2006)
Fonte: Nascimento & Silva (2005)
Tratamentos de sementes
• Métodos químicos
– Prevenção do ataque de pragas e doenças
– Promotores do crescimento
– Quebra de dormência
• Métodos físicos
– Prevenção de pragas e doenças (termoterapia: binômio tempo x
temperatura)
– Quebra de dormência
• Métodos biológicos
– Associação biológica com micorrizos e bactérias fixadoras de
nitrogênio
Métodos de propagação vegetativa
• Estruturas especializadas
• Cultivo de meristemas
• Estaquia
• Enxertia
• Mergulhia
Estaquia
• É um método de propagação vegetativa no qual
se obtém clones a partir de seguimentos de
órgãos vegetativos destacados da planta matriz
• Estaca é qualquer parte vegetativa destacada
de uma planta matriz e utilizada para a
propagação vegetativa.
Estaquia
• Processo de enraizamento adventício
– Base anatômica: Polaridade e lignificação do tecido
– Base fisiológica: controle hormonal e acúmulo de reservas
Polaridade
É um fenômeno pelo qual se estabelece a orientação morfológica e/ou
fisiológica em células isoladas, tecidos, órgãos ou organismos
multicelulares. Em plantas ela estabelece o eixo de crescimento
vegetativo.
Polaridade
• Intensidade variável com o órgão
– Estacas caulinares
• Calejamento proximal, com enraizamento nos tecidos do
câmbio vascular.
– Estacas radiculares
• Calejamento distal, próximo as regiões vasculares
– Estacas foliares
• Pouco efeito de polaridade
Controle hormonal
Auxinas
– Funções nos tecidos
– Auxinas empregadas: Ácido 3-indol acético (AIA), ácido 3-indol
butírico (AIB), ácido α-naftaleno ácetico (ANA) e o 2,4-
diclorofenoxiacético (2,4-D)
Eficiência: AIA>AIB>ANA>2,4-D
Estabilidade: 2,4-D>ANA>AIB>AIA
Fatores internos associados ao
enraizamento adventício
 Fatores locais
– Associado ao grau de lignificação dos tecidos
 Fatores internos translocáveis
– Nutrientes, carboidratos, hormônios
 Co-fatores de enraizamento
– Normalmente substância administradas com a auxinas (CHO, fenóis)
 Inibidores de enraizamento
– Substâncias fenólicas que acumulam na região meristemática e nas
gemas
Fatores externos associados ao
enraizamento adventício
 Temperatura
– Temperatura do substrato maior que a do ar na faixa de 5ºC
– Ar: efeito sobre o déficit de pressão de vapor
 Umidade
– Deve ser alta para evitar o dessecamento
 Luz
– Benéfica e necessária para estacas com folhas
– Efeito variável em função da quantidade, qualidade e fotoperíodo. Pode
ocorrer tanto na estaca quanto sobre a planta matriz
Fatores externos...
 Substratos
– Propriedades físico e químicas favoráveis a formação das raízes
– Suportar o desenvolvimento inicial da planta
 Oxigênio
– Alta taxa de respiração
– Tensão suficiente para manter a respiração aeróbica na base da
estaca
 Microrganismos patogênicos
– Substrato livre de agente patogênicos
V (vermiculita) + CAC (casca de arroz carbonizada)
Fonte: Souza et al. (2006)
Vermiculita + CAC
(casca de arroz
carbonizada)
Fonte: Souza et al. (2006)
Tipos de estacas
 Quanto a origem
– Estacas caulinares
 Quanto ao grau de
lignificação
– Estacas radiculares
– Estacas lenhosas
– Estacas de folhas
– Estacas semilenhosas
– Estacas herbáceas
Estacas lenhosas
 Apresentam consistência dura, fibrosa, provenientes de
ramos maduros (lignificados)
 Ramos com aproximadamente 1 ano
 Comprimento varia entre 10-90 cm
 Exemplos: oliveira, marmeleiro, roseiras, videiras, certas
ameixeiras, figueira
Estacas lenhosas
Estacas lenhosas de videira. Superior: com embasamento;
Centro: cruzeta; Inferior: simples. Fonte Pomer (2003)
Estacas semi-lenhosas
 Estacas provenientes de ramos parcialmente lignificados, ou de
plantas que apresentam menor taxa de deposição de lignina
 Em plantas lenhosas ramos com aproximadamente 8 meses de
idade
 Comprimento em torno de 10-15 cm, contendo de uma a duas
folhas
 Exemplos: cafeeiro, goiabeira, figueira, azaléia, camélia
Estacas semi-lenhosas
Estacas herbáceas
 Obtidas em plantas herbáceas, principalmente ou dos
ápices de crescimento de plantas lenhosas
 Idade variável (<6 meses)
 Comprimento entre 5-15 cm
 Exemplos: figueira, goiabeira, cactus, cravo, crisântemo,
begônia
Mergulhia
 Processo de enraizamento adventício de um ramo ligado a planta
matriz.
 Normalmente empregada para plantas de difícil enraizamento pelo
processo de estaquia, ou de baixo percentual de pegamento pela
enxertia
 Reduz o período entre a formação da muda e o início da frutificação
 Algumas mudas apresentam conformação defeituosa
 Baixo rendimento de mudas por planta matriz
 Processo trabalhoso
Operações básicas da mergulhia
1.
Preparo do material
•
2.
Anelagem, incisões ou torções dos ramos
•
3.
4.
5.
6.
Remoção de folhas mais velhas e limpeza do seguimento do ramo
Visa acumular promotores do enraizamento
Aplicação de promotores de enraizamento nos tecidos injuriados
Colocar os tecidos em contato com o meio de enraizamento
(sulco ou recipiente)
Irrigação
Iniciar o desmame após verificar a formação de raízes e do
brotamento do ramo
Mergulhia aérea - alporquia
• Permite a obtenção de mudas em um menor espaço de
tempo
• Operações relativamente simples
Fonte: Danner et al. (2006)
Mergulhia simples
• Baixo rendimento
• Mudas de conformação pouco adequadas
Mergulhia contínua
• Necessidade de ramos longos
• Amontoa: camadas de 3-5 cm sobre o ramo – feita em
etapas
• Maior número de mudas que a simples
Mergulhia serpenteada
• Similar a contínua
• Ramos mais flexíveis
• Amontoa realizada somente uma vez
Mergulhia trincheira
• Planta matriz usada
somente uma vez
• Maior rendimento
de mudas por
operação
Mergulhia cepa
Mergulhia cepa
• Vantagens
–
–
–
–
Maior produção de mudas
Simples
Maior tempo de utilização das plantas matrizes
Produz mudas vigorosas em curto período
• Desvantagens
– Método se aplica a plantas com gemas adventícias abundantes
– Mudas podem apresentar alto grau de juvenilidade se a matriz
for proveniente de semente
– Dissemina facilmente pragas e doenças de solo
Enxertia
Método de propagação que consiste em unir duas ou mais
plantas para constituir uma planta com características
desejadas
– Copa (epibioto, cavaleiro) é a parte que vai constituir a copa da
planta. Pode ser obtido a partir de um seguimento de ramo
(garfo) ou de gemas (borbulhas)
– Porta enxerto (hipobioto, cavalo) é a parte que vai constituir o
sistema radicular da nova planta
– Interenxerto: é a parte inserida entre a copa e o porta enxerto
com o objetivo de repara a falta de afinidade entre elas, ou
inserir alguma característica desejada.
Usos da enxertia
1.
2.
3.
4.
Propagação de plantas que não podem ser
empregados outros métodos
Reunir características desejadas
Substituição de copas (sobre-enxertia)
Substituição de porta-enxertos (sub-enxertia)
Bases anatômicas da enxertia
• No momento da enxertia garanta-se o perfeito e total
contato dos tecidos do câmbio vascular da copa e porta
enxerto
• Necessidade da formação de um novo câmbio vascular,
comum às duas partes
• Diferenciação de um novo sistema vascular comum às
duas partes
Fatores que afetam a enxertia
• Afinidade ou parentesco botânico
– Mesma espécie maior sucesso
– Casos de gêneros diferentes Poncirus e Citrus
• Estado fisiológico
– Crescimento vegetativo: borbulhia
– Repouso vegetativo: garfagem
• Características especiais das plantas
– Incompatibilidade.
• Cuidados no momento da operação
– Higiene
Principais procedimentos
– ‘Toilet’ do porta-enxerto
– Altura da incisão: 10-20 cm
– Re-enxertia: abaixo da primeira incisão
– Diâmetro hipobioto: 8-10mm
– Gemas oriunda de ramos maduros
– Retirar as gemas com um pouco do lenho do ramo
– Deve-se garantir higiene em todo o processo
– Após a operação de enxertia proteger a região da
enxertia.
Borbulhia em ‘T’ normal
Borbulhia em ‘T’ invertido
Borbulhia em placa embutida em janela
aberta
Forçamento do enxerto
E um estímulo a brotação da gema enxertada, realizada pela decaptação, ou
vergamento do caule acima da região de enxertia
Forçamento do enxerto
Fonte: Pereira & Carvalho (2006)
Garfagem
Fonte: Jacomino (2008) comunicação pessoal
Garfagem lateral
Garfagem no topo em fenda
x
Garfagem no topo à inglesa simples
Garfagem no topo à inglesa com entalhe
Encostia
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