Freqüência de aberrações cromossômicas encontradas em bovinos

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55º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 55º Congresso Brasileiro de Genética • 30 de agosto a 02 de setembro de 2009
Centro de Convenções do Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
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Freqüência de aberrações cromossômicas encontradas
em bovinos (Bos taurus) infectados pelo BPV-1 e 2
Melo, TC1; Diniz, N1; Campos, SRC 3; Beçak, W3; Rieger, TT2; Ferraz, OP3; Stocco, RC3
Laboratório de Genética e Citogenética Animal (Depto. de Genética, UFPE); 2Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami, (UFPE);
Laboratório de Genética, Instituto Butantan, Brazil.
[email protected]
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Palavras-chave: Bos taurus; papilomavirus bovino; alterações cromossômicas
O papilomavírus bovino (BPV) é representado por 10 subtipos virais, epiteliotrópicos ou mucosotrópicos, que
são transmitidos entre bovinos por meio do sangue contaminado e/ou contato entre epitélios. O vírus pode estar
presente na forma latente nos linfócitos do hospedeiro, podendo originar instabilidades cromossômicas. Neste
contexto, este estudo teve como objetivo avaliar alterações cromossômicas que podem resultar deste processo de
instabilidade. Foram coletadas amostras de sangue periférico de bovinos Bos taurus taurus, submetidas a avaliação
de presença das seqüências de BPV por reação em cadeia da polimerase (PCR). Em seguida, foram estabelecidas
culturas de linfócitos para análise citogenética. Foram coletadas amostras de 61 bovinos, apresentando papilomatose
(animais sintomáticos) e sem sinais clínicos (animais assintomáticos) e a análise citogenética foi processada em
“teste cego” (em coloração convencional e bandamento C). Os resultados mostraram que no momento da coleta
28 animais não estavam infectados pelo vírus e 33 estavam infectados pelos tipos 1 e/ou 2. O grupo de bovinos
infectados foi subdividido em dois subgrupos: sintomáticos e assintomáticos. Analisando os animais infectados pelo
BPV, o grupo sintomático (com papilomatose), 17 bovinos, apresentou média de 42,71 % de células apresentando
aberrações cromossômicas por indivíduo, enquanto o grupo assintomático (sem papilomatose), 16 bovinos,
apresentou uma média de 40,19 %. Foram analisados entre 50 a 100 células por amostra, totalizando 2203 células,
das quais 918 (42%) apresentavam uma ou mais aberrações cromossômicas. As taxas de alterações cromossômicas
observada nos bovinos sintomáticos (42,7±7,8) e assintomáticos (40,2±11) foram comparadas com os índices de
aberrações espontâneas observado no grupo controle (animais não infectados) (4±2). Para analisar diferenças
estatísticas entre os três grupos, foi utilizado o Teste Kruskal-Wallis, seguido do Teste de Mann Whitney. Estas
análises mostraram que a variabilidade de células alteradas entre o grupo controle e os infectados por BPV é maior
no grupo dos bovinos infectados (P < 0,0001). No entanto, diferenças significativas não foram observadas entre os
subgrupos infectados por BPV (P= 0,62). As alterações cromossômicas identificadas nas análises realizadas foram:
associação cêntrica (AC), fragmento acêntrico (FA), associação telomérica (AT), associação telomérica por uma
cromátide (ATcr), quebra cromatídica (QT), quebra cromossômica (QM), gaps, aneuploidia, poliploidia, adição ou
deleção de segmento cromossômico (add ou del) e separação precoce de cromátides (SPcr). A possibilidade de
distinção entre animais infectados e não infectados por meio dos níveis de aberrações cromossômicas se constitui
em uma evidência da ação viral sobre a cromatina hospedeira. As altas taxas de anormalidades cromossômicas
(numéricas e estruturais) relacionadas à ação do BPV possibilitaram a distinção entre animais acometidos por
vírus dos animais não infectados.
Apoio Financeiro: CNPq, FAPESP, FACEPE.
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