Apresentação do PowerPoint

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Papilomatose vulvar em bovinos
de raça Alentejana
Bettencourt, Elisa.M.V.*, Barata, Sandra M.S.B.*, Romão, Ricardo J.C.T.P.**, Lavrador, Catarina F.T.V.B.*
Martinho, Cristeta***, Calisto, Sílvia***, Soudo, Ana***, Galhoz, Susana***
*Universidade de Évora — Departamento de Sanidade Animal e Vegetal ** Universidade de Évora — Departamento de Zootecnia
***Universidade de Évora — Curso de Medicina Veterinária (4º ano)
INTRODUÇÃO
A papilomatose é uma neoplasia benigna transmissível causada por um vírus DNA da família Papovaviridae, género
Papillomavirus. 1,2,3,4,5. Este vírus afecta geralmente a pele e pode também causar lesões nas mucosas1,2,3,5. Em bovinos estão
descritos seis tipos de papilomavírus (BPV), três dos quais (BPV 1, 2 e 5) são responsáveis pelo aparecimento de fibropapilomas
cutâneos enquanto os outros (BPV 3, 4, 6) causam papilomas na pele (BPV 3 e 6) ou esófago (BPV 4)4,5. A forma genital é
geralmente associada aos tipos 1 e 2 do vírus (BPV1 e 2) e ocorre mais frequentemente em animais jovens.2,3
Figura 1: aspecto da massa tumoral na região vaginal.
No presente trabalho descrevem-se dois casos clínicos de papilomatose vulvar em bovinos de raça Alentejana. Os animais em
questão estavam envolvidos num programa de engorda numa exploração na região de Évora. Na medida em que é uma
neoplasia transmissível por contacto directo e que o vírus pode persistir no meio ambiente, optou-se por efectuar a sua excisão
cirúrgica para confirmação do diagnóstico por exame histopatológico.
DESCRIÇÃO DO CASO
Os animais apresentavam pólipos na região vulvar. Um dos animais apresentava uma
formação única, com 2,5 x 2,0 cm, pediculada, bem delimitada, enquanto no outro se
observavam formações múltiplas de superfície muito irregular e ulcerada que invadiam o
assoalho da mucosa vaginal.
Figura 2: aspecto da região 15 dias após a cirurgia
Procedeu-se à sua excisão cirúrgica com electrocautério e bisturi eléctrico. A cirurgia
efectuou-se com o animal em estação, após tranquilização com acepromazina e xilazina,
realização de epidural alta com lidocaína a 2% e cateterização vesical. Efectuou-se
antibioterapia sistémica durante 8 dias. As amostras foram processadas para avaliação
histopatológica.
Figura 3: aspecto lobulado do fibropapiloma
(hematoxilina-eritrosina, 40x).
No exame histopatológico observou-se uma hiperplasia epitelial e fibroblástica, com índice
mitótico raro. As células epiteliais organizavam-se em várias camadas que invadiam a
mucosa e na superfície de alguns fragmentos observou-se hiperqueratose.
DISCUSSÃO
O diagnóstico da papilomatose baseia-se geralmente no exame clínico na medida em que as lesões macroscópicas são bastante
características desta patologia, no entanto a sua confirmação deverá ser efectuada por exame histopatológico, podendo também
realizar-se serologia para identificação do tipo de vírus implicado4,5. O exame histopatológico permitiu confirmar o diagnóstico de
fibropapiloma1,2,5, contudo não se observaram inclusões virais intranucleares características1. Apesar da papilomatose bovina ocorrer
com alguma frequência em bovinos jovens, especialmente quando estabulados, não é uma causa importante de prejuízos económicos
e, na medida em que é auto-limitante, raramente se procede a qualquer tratamento2,3,4,5. A localização genital desta afecção, no
entanto, ao interferir com a função reprodutiva, poderá ter indicação cirúrgica.2,3,4. Na medida em que esta patologia é extremamente
contagiosa por contacto directo e indirecto torna-se de particular importância, na sua prevenção, o controlo e isolamento dos animais
afectados bem como a esterilização de todo o material utilizado na exploração. A realização de uma auto-vacina é preferível à
utilização de vacinas comerciais, já que existe uma grande especificidade imunitária para o tipo de vírus e para a espécie envolvida 2 3,4
.
Figura 4: hiperplasia epitelial e hiperqueratose
(hematoxilina-eritrosina, 100x).
Figura 5: proliferação epitelial e fibroblástica
(hematoxilina-eritrosina, 400x).
BIBLIOGRAFIA
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Figura 6: ausência de proliferação epitelial
possivelmente por regressão da lesão
(hematoxilina-eritrosina, 400x).
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