UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE PSICOLOGIA SAMARA PRUDÊNCIO TRANSTORNO DE ANSIEDADE: AS INFLUÊNCIAS NA QUALIDADE DE VIDA DAS PESSOAS CRICIÚMA, JUNHO DE 2010. SAMARA PRUDÊNCIO TRANSTORNO DE ANSIEDADE: AS INFLUÊNCIAS NA QUALIDADE DE VIDA DAS PESSOAS Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Bacharel no curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientador(a): Prof. (ª) Denise Nuernberg CRICIÚMA, JUNHO DE 2010. 2 SAMARA PRUDÊNCIO TRANSTORNO DE ANSIEDADE: AS INFLUÊNCIAS NA QUALIDADE DE VIDA DAS PESSOAS Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Bacharel, no Curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, com Linha de Pesquisa em Saúde e Qualidade de Vida. Criciúma, 29 de Junho de 2010. BANCA EXAMINADORA Profª Denise Nuernberg - Especialista - (UNESC) - Orientadora Profª Myrta Carlota Glauche Jaroszewski - Especialista- (UNESC) Profª Tânia Aquino Alves Martins - Especialista- (UNESC) 3 Dedico este trabalho a todas as pessoas que passaram e que se fazem presentes em minha vida, que contribuíram direta e indiretamente para a construção desse artigo. 4 AGRADECIMENTOS Todo o trabalho não seria possível sem a colaboração direta e indireta de várias pessoas, por isso faço questão de lembrar algumas pessoas que contribuíram enormemente para que eu pudesse concluir meu Trabalho de Conclusão de Curso; Agradeço primeiramente a Deus que possibilitou as experiências vivenciadas que me conduziram à construção deste trabalho; A minha mãe Verônica pelos seus ensinamentos que vão além, muito além da academia, que me ensinou a lutar, a ser justa e a respeitar as pessoas sem fazer qualquer distinção, e aguentou todos os momentos de angústia e estresse por mim enfrentados, nesta caminhada de cinco anos da minha vida; A minha Irmã Tainara pelo amor e apoio incondicional, apoiando-me nos momentos difíceis e brindando cada etapa vencida. Agradeço ao meu marido Alexsandro que me dá alegria e satisfação, e que soube entender a minha opção pelos estudos. Agradeço por ter me dado todo o apoio e compreensão necessária, além de ter suportado minhas frequentes ausências; As minhas amigas que fiz durante a graduação, Aline Benedet, Bruna Franciele Machado, Cristiane Dias, Daiana Carla Coan, Silvana Ghellere Cavalheiro, pela recíproca amizade, companheirismos e fidelidade que foi conquistado dia após dia, sempre com um objetivo: a busca pela felicidade uma das outras. Em especial, quero dirigir meus agradecimentos à minha orientadora professora, Denise Nuernberg, a ela agradeço todo amor, empenho, dedicação, competência, disponibilizado durante e depois das nossas orientações. Ao mesmo tempo quero agradecer todos os professores que passaram pela minha vida durante a graduação. A essas importantes presenças em minha vida, que me incentivaram com os mais singelos e sinceros gestos de apoio e acolhimento, o meu sincero muito obrigada! 5 “Tudo o que somos nasce com nossos pensamentos. Em nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo” Buda 6 RESUMO Existem muitos estudos científicos que mostram as transformações sociais, e com elas, o aumento de muitos distúrbios emocionais. Dentre estes distúrbios a ansiedade tem se mostrado muito frequente e vem afetando de maneira significativa a qualidade de vida do homem. Neste sentido, o presente artigo investiga como o Transtorno de Ansiedade interfere na Qualidade de Vida das Pessoas, no aspecto físico, cognitivo e social, e identifica a contribuição de tratamentos alternativos como exercícios físicos, meditação, relaxamento entre outros, como complementos no tratamento de pacientes diagnosticados com Ansiedade e Transtornos de Ansiedade. Assim como a contribuição na participação de grupos de ajuda nos transtornos de Ansiedade como o TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) desenvolvido pela clínica de psicologia da UNESC, o qual se observou que este método contribui de maneira significativa no tratamento da ansiedade. Palavras-chave: Ansiedade. Qualidade de Vida. Saúde. Psicologia. 7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8 2 MARCO TEÓRICO................................................................................................. 10 2.1 Ansiedade Normal ............................................................................................. 10 2.2 Transtornos de Ansiedade ............................................................................... 10 2.3 Sintomas do Transtorno de Ansiedade ........................................................... 11 2.4 Os Tipos de Transtorno de Ansiedade Seção secundária ............................ 12 3 PROBLEMA ........................................................................................................... 14 4 OBJETIVOS ........................................................................................................... 14 4.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 14 4.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 15 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 16 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DA REVISTA DE CIÊNCIAS HUMANAS ............. 17 ARTIGO .................................................................................................................... 24 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 51 ANEXOS ................................................................................................................... 55 APÊNDICES ............................................................................................................. 57 8 1 INTRODUÇÃO No contexto da vida moderna, torna-se extremamente relevante para o profissional de psicologia compreender e adquirir conhecimentos sobre o transtorno de ansiedade, assim como as suas reações, sintomas e as suas diferenciações, destacando-se a Ansiedade patológica e a Ansiedade normal; pois desta forma compreende-se como esta interfere e, muitas vezes, compromete a vida dos indivíduos. Observa-se que o cotidiano da vida moderna exige muito dos indivíduos, pois sempre se está correndo em busca de algo. São muitas tarefas a fazer em curto espaço de tempo e, junto com todos os afazeres, vem a preocupação de não conseguir cumprir com o que estava previsto. Esta preocupação, muitas vezes inconsciente, traz à realidade da sociedade, os chamados estados ansiosos. Nessa direção, é perceptível nos dias atuais observar pessoas que perdem o controle facilmente, seja no trânsito, no trabalho, nas relações familiares; enfim, em todas as atividades que possam de alguma maneira, frustrar a pessoa que se encontra ansiosa. Perante essas reflexões, constatou-se a necessidade de compreender melhor o que é o transtorno de ansiedade e as suas características, sendo a Ansiedade um tema envolvente e polêmico, pois nem sempre o indivíduo consegue ter a certeza de que está passando por estados ansiosos, pois muitas vezes, confunde-se com angústia. Desse modo, salienta-se que a população está se tornando vítima com frequência, da situação estressora que os sintomas ansiosos causam na vida. Sendo assim, vive-se em um mundo ansioso sem se perceber. As situações rotineiras possibilitam entrar em contato com os sintomas ansiosos, tornando a Ansiedade um problema da vida moderna. (SHEEHAN, 2000). Desta maneira, esse tema apresenta relevância social. Sabe-se também que a qualidade de vida é indispensável às condições de vida humana e envolve o bem estar físico, mental, psicológico e emocional, e as relações sociais como família e amigos, bem como a saúde e a educação. Nesse sentido, justifica-se a presente pesquisa na tentativa de compreender melhor o fenômeno da ansiedade e seus reflexos na qualidade de 9 vida, para que o profissional em psicologia consiga agir de maneira mais atuante e potencializar ainda mais o tratamento de seu cliente. 10 2 MARCO TEÓRICO 2.1 Ansiedade Normal A ansiedade, segundo Dalgalarrondo (2000), pode ser definida como um estado de humor desconfortável, mal estar, apreensão negativa sobre acontecimentos ainda não vivenciados e que acontecem por alguns períodos no dia, não causando transtorno ao dia a dia, podendo se manifestar em características somáticas e físicas. Pode ser muito confundida com o sentimento de angústia, o que difere uma da outra é a sua característica sintomática, visto que a angústia tem caráter de experiências passadas, com sintomas corporais como aperto no peito e na garganta, sentimento de sufocamento. Os autores Hetem e Graeff (2004), contribuem dizendo que a ansiedade é experienciada pelo indivíduo ao menos uma vez em toda a sua vida, pois a mesma é uma experiência inata que o homem possui para manter uma relação com o meio, dessa forma é inevitável não experiência-lá, pois a ansiedade é uma relação humana que trás impulsos motivacionais as pessoas, que se torna útil a vida humana, e todo o ser humano, ao menos uma vez durante a sua vida experienciou os sintomas de ansiedade, sem talvez ter consciência de se tratar de ansiedade. 2.2 Transtornos de Ansiedade O transtorno de ansiedade, segundo Freud (1959 apud Holmes, 1997), é causado por um conflito intra-psíquico, esse conflito é responsável por provocar reações e sentimentos desagradáveis como medo, angústia, apreensão, inquietação, insegurança, desconforto por antecipação, pensamentos distorcidos, referente a eventos ou atividades ainda não vivenciadas, tendo como principal sintoma a ansiedade. Segundo Holmes (1997), o modo como são percebidos os estímulos externos é que irá diferenciar o tipo de ansiedade que o indivíduo está vivenciando. 11 A ansiedade em níveis baixos é aquela em que as pessoas conseguem perceber as reações e manter o controle sobre as mesmas; a ansiedade que é experienciada pelo indivíduo em níveis elevados, a qual não se consegue controlar as reações ansiosas, se tornando um transtorno na relação do homem com o meio, então ela se torna um obstáculo, comprometendo seu rendimento social. Para ser definida como patologia é necessário que o indivíduo não consiga controlar seus atos, sendo inaceitável pela sociedade. De acordo com Trickett (2000) os transtornos ansiosos podem ser definidos conforme estes fatores: O nível que estão se apresentando as reações ansiosas; se o nível de ansiedade é compatível ao estímulo recebido pelo meio; Se há uma justificativa para determinado estado ansioso, como algum evento ou situação, que está sendo ou irá ser vivenciada; As consequências negativas que os estados ansiosos estão possibilitando ao indivíduo, conduzindo à conseqüências indesejáveis, comprometendo seu desempenho social; Para Trickett (2000), existem três tipos de transtornos de ansiedade, cada uma originada de experiências diferentes do nosso cotidiano: Ansiedade causada por fatos externos é caracterizada por preocupações externas e reais como condições financeiras, doenças, desemprego. Nesses casos a ansiedade se apresenta com fatores físicos. A ansiedade por causas internas é causada por pensamentos, o indivíduo não tem coragem de expor o que realmente pensa, com medo de atitudes contrárias. A ansiedade nascida da culpa é originada por sentimentos morais, fazer o que não se quer, para não vivenciar o sentimento de culpa imoral. Segundo Dalgalarrondo (2000), podem-se classificar alguns sintomas que as pessoas com Transtorno de Ansiedade vivenciam durante os períodos ansiosos, tais como irritabilidade, nervosismo, agitação, medo, tremores, tensão, dificuldade de relaxamento, dificuldade de concentração, dores de cabeça e nas costas. 2.3 Sintomas do Transtorno de Ansiedade 12 Segundo Trickett (2000), as pessoas ansiosas desenvolvem um estilo de vida típico, são agitadas, capazes de marcar diversos compromissos para um mesmo dia, e os desenvolverem com muita rapidez, sendo essas atitudes uma fuga de seus verdadeiros desejos e sentimentos do que são e do que querem para a sua vida. Dessa forma, o indivíduo que experiência os estados ansiosos se torna muito ativo nas atividades físicas e mentais, para não se deparar com pensamentos e sentimentos desagradáveis que geram sentimentos de angústia e medo. Segundo Holmes (1997), os sintomas do transtorno de ansiedade variam de graus e intensidade, dependendo de cada pessoa. As pessoas percebem o mesmo estímulo de formas diferentes, e através dessa percepção, é possível classificar a intensidade dos estímulos entre leve, moderado e intenso, sabe-se também que para um mesmo estímulo há diversas reações como as motoras, que causam tensão, pânico e apreensão. Sintomas Cognitivos que remetem a preocupação, pensamentos distorcidos sobre a experiência não vivenciada, desatenção e distração mediante estar focalizado em problemas não reais, como desastre e deixando de perceber os problemas reais. Sintomas somáticos imediatos como suor, tremores, respiração curta, pulsação rápida, aumento da pressão arterial, dormência, latejo de algumas partes do corpo, palpitações; e sintomas atrasados como pressão sanguínea cronicamente aumentada, dor de cabeça, fraqueza muscular má digestão. Sintomas motores - os quais, o indivíduo ansioso costuma vivenciar com muita frequência, como roer unha, inquietação, movimentos motores excessivos, emitir sons, etc. 2.4 Os Tipos de Transtorno de Ansiedade Seção secundária Segundo DSM IV(2002) é possível classificar o transtorno de ansiedade por tipo, dependendo da experiência que se origina. O transtorno de ansiedade generalizado é definido por um estado de ansiedade aguda que se prolonga pelo menos por seis meses e não está associado a nenhuma situação. O indivíduo se mantém vigilante, apreensivo, à espera de que 13 algo poderá acontecer; esse estado gera cansaço e distração. O transtorno de ansiedade generalizada se difere do transtorno de pânico, pois a sua intensidade é menor. Transtorno de ansiedade devido a uma condição médica geral é uma ansiedade que se desenvolve após alguma situação médica. É significativo ao que está acontecendo à pessoa naquele momento. O indivíduo poderá vivenciar estados de ansiedade, ansiedade generalizada e com períodos de, ataque de pânico, compulsões e obsessões. No Transtorno de ansiedade induzido por substância o indivíduo vivencia períodos ansiosos que são conseqüência de uso e abuso de substâncias psicoativas e medicamentos. Nesse estado, o indivíduo vivencia transtorno de ansiedade generalizada, ansiedade proeminente, fobia social, ataque de pânico, transtorno obsessivo compulsivo, entre outros. Transtornos de ansiedade sem outra especificação: são classificados para os casos de pessoas que vivenciam estado de ansiedade sem terem passado por nenhum dos quadros da classificação acima. São sintomas mistos, como transtorno misto de ansiedade e depressão; mas suas características não os definem como transtorno de humor ou transtorno de ansiedade específica. Holmes (1997) diz que dentro do quadro de transtorno de ansiedade podem-se fazer divisões, essas divisões podem ser classificadas entre estados fóbicos e estados de ansiedade; dentro dos estados de ansiedade se apresentam sintomas localizados ou difusos em que podem se manifestar como livre ou flutuante. Sendo assim, o indivíduo tem a sensação de que algo de muito ruim vai acontecer a sua vida, e esses sentimentos perduram por dias, apresentando diversos graus de ansiedade. Os estados de ansiedade são classificados em quatro tipos, segundo Holmes (1997): Transtorno de pânico: se caracteriza por um período de intensa apreensão, associado com pensamentos de catástrofe que apresenta períodos de ansiedade espontânea. Envolve pensamentos, apreensão medo, temor. O indivíduo vivencia sintomas físicos como palpitações, sensações de sufocamento e asfixia, formigamento das extremidades, irritabilidade, suor e calafrios; 14 Transtorno de estresse pós-traumático, que tem com ponto característico a reexperiencia de um evento traumático. Os eventos traumáticos podem ser caracterizados por desastres acidentais ou naturais. Para a pessoa reviver a experiência traumática se torna difícil, pois os pensamentos são muito dolorosos, se manifestando também através de sonhos ou pesadelos, fazendo com que o individuo tenha a sensação de estar vivendo o evento. Esses pensamentos fazem com que a pessoa experimentam reações ansiosas; Transtorno obsessivo compulsivo é caracterizado por pensamentos que trazem grande impulsividade ao individuo, as pessoas não conseguem desvincular de seus pensamentos compulsivos, muitos desses pensamentos são inaceitáveis, trazendo reações ansiosas à vida do indivíduo por causa de suas compulsões; Transtorno de estresse agudo se manifesta depois de um período de experiência traumática, é um estado de ansiedade intensa, tendo um período de duração de no máximo um mês. 3 PROBLEMA De que forma o Transtorno de Ansiedade interfere na qualidade de vida das pessoas? 4 OBJETIVOS 4.1 Objetivo Geral Investigar como o Transtorno de Ansiedade interfere na Qualidade de vida das Pessoas, no âmbito físico, cognitivo e social. 15 4.2 Objetivos Específicos Investigar os fatores que contribuem para o Transtorno de Ansiedade; Observar tratamentos alternativos como exercícios físicos, meditação e relaxamento no tratamento de transtornos de ansiedade; Analisar a influência do transtorno de ansiedade nas relações sociais das pessoas; Analisar as consequências fisiológicas do Transtorno de Ansiedade Perceber a contribuição de um grupo de apoio entre ansiosos e sua contribuição no tratamento; Encontrar subsídios para diagnóstico e prevenção dos transtornos de ansiedade; Analisar os sentimentos das pessoas com Transtorno de Ansiedade; Analisar os aspectos cognitivos do indivíduo com Transtorno de Ansiedade. 16 REFERÊNCIAS DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos, Mentais. Porto Alegre: Artes Médicas sul, 2000. 271p. DSM-IV Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais trad. Cláudia Dornelles; 4 ed. ver. Porto alegre: Artes Médicas, 2002.880p. HELEM, Luz Alberto B, GRAEFF, Frederico G. Transtorno de Ansiedade. São Paulo: atheneu, 2004.439p. HOLMES, David S. trad. Sandra costa. Psicologia dos Transtornos Mentais, 2 ed. porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 565p. LUCIANO, Fábia Liliã. Metodologia Cientifica e da Pesquisa. Criciúma: ed do autor, 2006. 56p. SHEEHAN, Elaine. Ansiedade, fobias e síndrome do pânico : esclarecendo suas dúvidas. São Paulo: Ágora, 2000. 114 p. TRICKETT, Shirley. Ansiedade e Depressão; Manual de auto-ajuda. 2.ed São Paulo : Paulinas, 2000,145p. 17 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DA REVISTA DE CIÊNCIAS HUMANAS Para submeter um manuscrito 1) Os originais deverão ser encaminhados por correio, em 3 (três) vias, digitadas em espaço duplo, com 25 a 30 páginas, incluindo figuras, tabelas, fotos e bibliografia. 2) Todos os manuscritos devem ser acompanhados de uma carta de encaminhamento assinada por todos os autores. 3) O processo de revisão editorial só terá início se o encaminhamento do manuscrito obedecer às condições acima. Caso contrário, será devolvido para adequação às normas. 4) Os autores serão comunicados, imediatamente, sobre o recebimento do manuscrito pelo Editor. 5) Os manuscritos deverão seguir a seguinte ordem: Folha de rosto identificada 1) Título em português e em inglês (máximo de 15 palavras). 2) Sugestão de título abreviado para cabeçalho (com cinco palavras, no máximo). 3) Nome de cada autor, seguido por vínculo institucional. 4) Endereço do(s) autor(es) e a quem a correspondência deve ser enviada, com o endereço completo, incluindo CEP, telefone, fax e e-mail. 5) Notas dos autores e agradecimentos (pessoas ou instituições financiadoras, caso o artigo tenha se originado de projetos de pesquisa). NOTA: como a revisão dos manuscritos é cega (blind review) quanto à identidade dos autores, esta página deve ser o único local onde a autoria aparece. É responsabilidade dos autores verificar se não existem elementos capazes de identificá-los. Esta folha não será encaminhada aos consultores ad hoc. Folha de rosto sem identificação 1) Título em português e em inglês (máximo de 15 palavras). 2) Título abreviado para cabeçalho (com cinco palavras, no máximo). Resumos 1) Resumo, em português, com, no máximo, 150 palavras, ressaltando o tema, objetivo, método, resultados e conclusões do trabalho. 2) Palavras-chave, em português, com, no mínimo, três e, no máximo, cinco. 3) Abstract, em inglês, compatível com o texto em português. 18 4) Keywords, em inglês, compatíveis com as palavras-chave. Texto O texto começa na página três (3) com o título centrado. Cada página subseqüente deve estar numerada. Não inicie páginas novas a cada subtítulo, porém dê um espaço antes de iniciar o próximo. Quando o manuscrito for um relato de pesquisa, o texto deverá apresentar, além das páginas de rosto e Resumos, Introdução, Método, Resultados, Discussão e Referências Bibliográficas. Se necessário, outros subtítulos podem ser acrescentados. Em alguns casos pode ser conveniente apresentar Resultados e Discussão juntos, embora essa estratégia não seja recomendável. Utilize o mínimo possível as notas de rodapé. Quando existirem, deverão ser colocadas no rodapé, ordenadas por algarismos arábicos e deverão aparecer imediatamente após o segmento do texto ao qual se refere a nota. Os locais sugeridos para inserção de Figuras e Tabelas deverão ser indicados no texto. Anexos, quando contiverem informação original importante, ou detalhamento indispensável para a compreensão de alguma seção do trabalho, deverão acompanhar o texto, porém colocados no final. Acrescente, no final do texto, após as Referências Bibliográficas, a data em que o manuscrito foi submetido. Citações no corpo do texto (ABNT / NBR 10520) Todos os nomes de autores cujos trabalhos forem citados devem ser seguidos da data de publicação na primeira vez em que aparecerem. Evite fazer citações indiretas quando o original pode ser recuperado com facilidade. Neste último caso, deve-se citar nas Referências Bibliográficas apenas a obra consultada e, no corpo do texto, indicar autores e datas dos dois artigos, conforme o exemplo: Piaget (1932, apud FLAVELL, 1996). Quando o autor ou a instituição responsável estiver incluída na sentença, indica-se o autor em caixa baixa, exceto a primeira letra, e a data e a página entre parênteses: Segundo Morais (1955, p.32) assinala "[...] a presença de concreções de bauxita no Rio Cricon". Em Teatro Aberto (1963, p.79) relata-se a emergência do teatro do absurdo. 19 Quando o autor estiver entre parênteses, deve vir em maiúsculas, seguido por ano e página: Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo não é uma psicanálise da filosofia". (DERRIDA, 1967, p. 293). Especificar no texto a página, o volume, o tomo ou a seção da fonte consultada, se houver: A produção de lítio começa em Searles Lake, Califórnia, em 1928 (MUMFORD, 1949, p. 513). Oliveira e Leonardos (1943, p.146) dizem que a "[...]relação da série São Roque com os granitos porfiróides pequenos é muito clara". Freud (1974, v.21, p. 81-171) define a dualidade [... As transcrições no texto de até três linhas devem estar encerradas entre aspas duplas. As aspas simples são utilizadas para indicar citação no interior da citação: Barbour (1971, p. 35) descreve: "o estudo da morfologia dos terrenos [...] ativos". "Não se mova, faça de conta que está morta" (CLARAC; BONNIN, 1985, p.72). Segundo Pereira de Sá (1995, p. 27): [...] "por meio da mesma ‘arte da conversação’ que abrange tão extensa e significativa parte de nossa existência cotidiana". As transcrições no texto com mais de três linhas devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto utilizado e sem aspas: A teleconferência permite ao indivíduo participar de um encontro nacional ou regional sem a necessidade de deixar seu local de origem. Tipos comuns de teleconferência incluem o uso da televisão, telefone e computador. Através de audioconferência, utilizando a companhia local de telefone, um sinal de rádio pode ser emitido em um salão de qualquer dimensão (NICHOLS, 1993, p.181). Quando se tratar de comunicações pessoais (cartas, palestras, debates, comunicações conversas telefônicas ou pessoais – mensagens, etc.) não devem ser incluídas nas Referências Bibliográficas; nesses casos, indicar entre parênteses a expressão "informação verbal", mencionando-se os dados disponíveis somente em nota de rodapé: Tricart constatou que na bacia do Resende, no Vale do Paraíba, há indícios de cones de dejecção (informação verbal). Para enfatizar trechos da citação, deve-se destacá-los indicando esta alteração com a expressão grifo nosso entre parênteses, após a idealização da citação. 20 [...] para que não tenha lugar a produção de degenerados, quer physicos quer moraes, misérias, verdadeiras ameaças à sociedade (SOUTO, 1916, p. 46, grifo nosso). Caso o destaque seja do autor consultado, usa-se a expressão "grifo do autor". Na primeira citação de um artigo deve-se mencionar do nome de todos os autores e a respectiva data. Nas subseqüentes citações do mesmo artigo devem-se mencionar o primeiro autor, seguido da expressão "et al.". Deve-se usar, quando for o caso, expressões latinas no corpo do texto. Exemplos: Apud (citado por, conforme, segundo): Segundo Silva (apud ABREU, 1999, p.3) diz ser [...]. Idem ou Id. (mesmo autor): ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1989, p.9. Id., 2000, p.19. Ibidem ou Ibid. (na mesma obra): Durkheim, 1925, p. 176. Ibid., p.190 Opus citatum, opere citato ou op.cit. (obra citada): Adorno, 1996, p.38. Adorno, op. cit., p.40 Loco citato ou loc. cit. (no lugar citado): Tomaselli; Porter, 1992, p.33-46. Tomaselli; Porter, 1992, loc. cit. Cf. (confira, confronte): Cf. Caldeira, 1992. Sequentia ou et seq. (seguinte ou que se segue): Foucault, 1994, p.17 et seq. Referências bibliográficas Inicie uma nova página para a seção de Referências bibliográficas, que devem ser digitadas usando espaço simples entre as linhas e espaço duplo para separá-las. A palavra da segunda linha de cada referência inicia-se embaixo da primeira letra da palavra da linha superior, não sendo, portanto, mais deslocada. O sinal, na forma de travessão, colocado em uma referência cujo autor seja o mesmo da anterior não deve mais ser colocado. As Referências bibliográficas devem ser colocadas em ordem alfabética e, em ordem crescente de data, para referenciar dois ou mais artigos de um mesmo autor. Exemplos de Referências bibliográficas Livros HARVEY, D. The condition of postmodernity. Oxford: Brasil Blackwell, 1989. 378 p. 21 Capítulos de livros CLAVAL, P. Réseaux territoriaux anracinement. In: DUPUY, G. (Org.) Réseaux territoriaux. Caen: Paradigme, 1988, p.17-161. Artigos em periódicos MOURA, A. S. de. Direito de habitação às classes de baixa renda. Ciências & Trópico, Recife, v. 11, n.1, p.71-78, jan./jun. 1983. Artigos em jornais COUTINHO, W. O paço da cidade retorna ao seu brilho barroco. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 6 mar. 1985. Caderno B, p.6. Arquivos em disquete KRAEMER, L.L.B. Apostila.doc. Curitiba, 13 de maio de 1995. 1 arquivo (605 bytes). Disquete 3 ½. Word for Windows 6.0. Base de dados em CD-ROM INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA IBICT. Bases de dados em Ciência e Tecnologia. Brasília: IBICT, n.1, 1996. CDROM. E-mail MARINO, A. M. TOEFL brienfieng number [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por [email protected] em 12 de maio de 2000. FTP BRAGA, H. Deus não se agradou dele e de sua oferta. Disponível em: [email protected] em: 22 de maio de 2000. Artigos de periódicos (on-line) MALOFF, J. A internet e o valor da "internetização". Ciência da Informação, Brasília, v. 26, n.3, 1997. Disponível em: http://www.ibict.br/cionline/. Acesso em: 18 maio 1998. Trabalhos em eventos CONGRESSO INTERNACIONAL DE FONOAUDIOLOGIA, 4.; ENCONTRO IBEROAMERICANO DE FONOAUDIOLOIA, 3., 1999, São Paulo. Anais... São Paulo: [s.n.], 1999. 562 p. BRAYNER, A. R. A.; MEDEIROS, C. B. Incorporação do tempo em SGBD orientado a objetos. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 9., 1994, São Paulo. Anais... São Paulo: USP, 1994. p. 16-29. 22 ANDRADE, C. R. F.; SASSI, F. C. Eletromiografia e gagueira: tensão mínima e máxima para produção do som /p/. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FONOAUDIOLOGIA, 8., 2000, Recife. Resumos... São Paulo: [s.n.], 2000. p.85. ANDRADE, C. R. F. Avaliação das gagueiras: diagnóstico diferencial das disfluências infantis. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE FONOAUDIOLOGIA, 4.; ENCONTRO IBERO-AMERICANO DE FONOAUDIOLOGIA, 3., 1999, São Paulo. Anais... São Paulo [s.n.], 1999. p.470. Mesa redonda. Dissertações e Teses AMBONI, N. F. Estratégias organizacionais: um estudo de multicasos em sistemas universitários federais das capitais da Região do Sul do país. 1995. 143 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Curso de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis. LOPES, H. S. Analogia e aprendizado evolucionário: aplicação em diagnóstico clínico. 1996. 179f. Tese (Doutorado em Engenharia Elétrica) - Curso de PósGraduação em Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis. Figuras e Tabelas Figuras e Tabelas devem ser apresentadas com as respectivas legendas e títulos, uma em cada página. Títulos de Figuras devem ser colocados na parte inferior, e Títulos de Tabelas devem ser colocados na parte superior. Apreciação pela Comissão Editorial / Conselho Editorial Os trabalhos serão, primeiramente, apreciados pelo Editor / Comissão Editorial, que solicitará pareceres de Consultores ad hoc, cujos nomes serão mantidos em sigilo. Para esses os manuscritos serão encaminhados sem identificação. Os autores serão notificados da aceitação ou recusa de seus manuscritos, sendo-lhes enviadas cópias do conteúdo dos pareceres. Os originais, mesmo quando não aproveitados, não serão devolvidos. Pequenas modificações no manuscrito poderão ser feitas pelo Editor/ Comissão Editorial da Revista. Quando forem necessárias modificações substanciais, o autor será notificado e encarregado de realizá-las, devolvendo o trabalho reformulado no prazo máximo de dez dias, sendo duas cópias em papel e uma em disquete, com carta de encaminhamento informando sobre as reformulações realizadas. Caso os autores tenham decidido não realizar algumas das modificações sugeridas, devem 23 justificar essa decisão. Esta carta e o manuscrito reformulado serão encaminhados a um dos Conselheiros Editoriais, juntamente com os pareceres iniciais dos consultores ad hoc e a versão inicial do manuscrito para uma análise final. Nesta etapa do procedimento, o Conselheiro Editorial terá conhecimento das identidades dos autores e dos consultores. Antes de enviar os manuscritos para impressão, o Editor enviará uma prova para a revisão dos autores. Esta revisão deverá ser feita em cinco dias úteis e devolvida à revista. Caso os autores não devolvam indicando correções, o manuscrito será publicado conforme a prova. A decisão final acerca da publicação ou não do manuscrito é sempre da Comissão Editorial. Direitos autorais Os direitos autorais das matérias publicadas são da Revista de Ciências Humanas. A reprodução total ou parcial (mais de 500 palavras do artigo) requererá autorização por escrito do Editor. Os autores da matéria receberão, cada um, dois exemplares da edição em que esta foi publicada. 24 TRANSTORNO DE ANSIEDADE: AS INFLUÊNCIAS NA QUALIDADE DE VIDA DAS PESSOAS ANXIETY DISORDER: THE INFLUENCES ON THE QUALITY OF LIFE OF PERSONS SAMARA PRUDÊNCIO UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC Samara Prudêncio 1 e Denise Nuernberg2 1 Acadêmica da 9ª Fase do Curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC Endereço: R.Travessa Antonio Serafim, nº 127- Bairro: Laranjinha- Criciúma -Brasil- CEP: 88818-650 Tel. (48) 9640-3826 E-mail: [email protected]. 2 Coordenadora e Professora do Curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC Especialista em Fundamentos Psicopedagógicos do Ensino e Psicóloga Clínica. Endereço: R. Cel. Pedro Benedet, 363 – Sala 809 – Centro – Criciúma - Brasil – CEP 88801-250 Tel. (48) 9984-7762 E-mail: [email protected] – [email protected]. 25 TRANSTORNO DE ANSIEDADE: AS INFLUÊNCIAS NA QUALIDADE DE VIDA ANXIETY DISORDER: THE INFLUENCES ON THE QUALITY OF LIFE 26 Resumo Existem muitos estudos científicos que mostram as transformações sociais e com elas o aumento de muitos distúrbios emocionais. Dentre estes distúrbios a ansiedade tem se mostrado muito frequente e vem afetando de maneira significativa a qualidade de vida do homem. Neste sentido o presente artigo investiga como o Transtorno de Ansiedade interfere na Qualidade de Vida das Pessoas, no aspecto físico, cognitivo e social, e identifica a contribuição de tratamentos alternativos como exercícios físicos, meditação, relaxamento entre outros como complementos no tratamento de pacientes diagnosticados com Ansiedade e Transtornos de Ansiedade. Assim como a contribuição na participação de grupos de ajuda nos transtornos de ansiedade como o TAG (transtorno de ansiedade generalizada) desenvolvido pela clínica de psicologia da UNESC- Criciúma-SC. Observou- se que este método contribui de maneira significativa no tratamento da ansiedade. Palavras chave: Ansiedade. Qualidade de Vida. Saúde. Psicologia. Abstract There are many scientific studies that show the social changes and with them the expansion of many emotional disorders. Among these the disorders anxiety has been very frequent and affect significantly the quality of human life. In this sense the present article investigates how the anxiety disorder interferes in the quality of life of people, in the physical, cognitive and social aspects, and identifies the contribution of alternative treatments such as physical exercises, meditation, relaxation and other, as complement in the treatment for patients diagnosed with Anxiety and anxiety disorders. Such are the contribution in the participation of support groups in anxiety disorders like TAG (Disorder of generalized anxiety) developed by UNESC's psychology clinic. There was observed that this method contributes significantly in the treatment of anxiety. Key Words: Anxiety. Quality of life. Health. Psicology. 27 Introdução Observa-se que o cotidiano da vida moderna exige muito dos indivíduos, pois sempre se está correndo em busca de algo, são muitas tarefas a fazer em curto espaço de tempo e, junto com todos os afazeres, vem a preocupação de não conseguir cumprir com o que estava previsto. Esta preocupação, muitas vezes inconsciente, traz à realidade da sociedade os chamados estados ansiosos. Destacam-se ainda os problemas emocionais que o dia a dia e os relacionamentos acarretam, trazendo mais ingredientes para contribuir com os quadros de ansiedade. Nessa direção, os transtornos de ansiedade têm emergido de maneira muito frequente na sociedade de modo que é preciso buscar formas de atenuá-lo, haja vista que muitas são as suas consequências na qualidade de vida das pessoas. Diante disso, o presente artigo investiga como o Transtorno de Ansiedade interfere na Qualidade de Vida das Pessoas, no âmbito físico, cognitivo e social, e identificar a contribuição de tratamentos alternativos como exercícios físicos, meditação, relaxamento entre outros, como complementos no tratamento de pacientes diagnosticados com Ansiedade e transtorno de ansiedade. Para isso, parte-se da premissa que a qualidade de vida é indispensável às condições de vida humana e envolve o bem estar físico, mental, psicológico e emocional, as relações sociais como família e amigos, bem como a saúde e a educação. Diante disso, este artigo pretende discutir a interferência do Transtorno de Ansiedade na Qualidade de vida das Pessoas, no âmbito físico, cognitivo e social e observar tratamentos alternativos como exercícios físicos, meditação e relaxamento no tratamento de transtornos de ansiedade; assim como a participação de pacientes ansiosos em grupos terapêuticos. Para tanto, se apresenta pesquisa teórica pertinente ao tema, bem como análises de entrevistas de participantes de um grupo de TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) desenvolvida na 28 Clínica de psicologia da UNESC – Criciúma- SC para observar a eficácia no tratamento de quadros ansiosos. Qualidade de Vida Ao se observarem os discursos históricos ao longo da trajetória da humanidade, constata-se que antigamente a qualidade de vida era mais ampla do que a encontrada atualmente. Isso porque se vivia de maneira simples e com qualidade, mesmo sem ter conhecimento sobre o assunto. Vivia-se em contato com a natureza, ar puro, e com a família. Não existiam muitas facilidades tecnológicas como hoje; entretanto, as preocupações em busca do material não eram tão prioritárias (DE MASI, 2000). Com o passar do tempo e com o avanço das tecnologias no final do século XIX, o homem começou a ficar escravo do tempo e do trabalho, e com isso aumentou seus anseios sociais. Começou a se comportar mecanicamente, esquecendo da sua individualidade e das relações pessoais que são importantes para alcançar uma qualidade de vida melhor (DE MASI, 2000). De acordo com Nahas (2003), essa mudança social e cultural ocorreu com o advento da industrialização, e daí em diante o homem começou a buscar bens materiais de maneira mais rápida e urgente. Essa busca, nos dias de hoje, reflete-se na ansiedade, na pressa, no medo; enfim, a luta pela sobrevivência desencadeou um processo que conduz o ser humano a uma vida com menos qualidade, mas com mais dinheiro. Nesse mesmo ritmo, as organizações que compram o trabalho, foram se atualizando e precisando de profissionais mais engajados e atualizados, e assim, o dia a dia ficou corrido. Sem perceber, esses efeitos foram direcionando o ser humano às tecnologias, dessa forma, transformando o homem em um mecanicista e escravo do tempo, que negligencia a busca do seu bem-estar em razão do ter. (DE MASI, 2000). 29 Destaca-se que em consequência disso as pessoas acabaram desenvolvendo mais estresse e adoecendo mais rapidamente, haja vista que a falta de qualidade de vida causa um desequilíbrio na vida do ser humano. Com isso, atualmente, no século XXI, o homem volta-se mais para o seu lado humano, sem desprezar o material, pois sem ele também não terá qualidade de vida; mas o homem de hoje busca em seu dia a dia mais qualidade em suas relações e em sua vida (GONÇALVES & VILARTA, 2004). Buscando o bem-estar social, houve uma necessidade do ser humano em resgatar a sua qualidade de vida. A partir desse paradigma, o tema qualidade de vida e bem-estar começou a ser enfatizado com maior proporção, visando à melhoria da qualidade de vida e suas relações. O homem de hoje é um ser que busca se cuidar mais e se manter saudável, o que determina ser esta uma era na busca pela qualidade de vida (NAHAS, 2003). Nahas (2003) ressalta que qualidade de vida pode ser definida como um estado de saúde que impulsiona a felicidade, e que é experienciada subjetivamente por cada indivíduo. Qualidade de vida é uma resultante de um conjunto de perspectivas: individual, sócio ambientais, culturais, que podem ser modificadas ou não; portanto qualidade de vida é um nível de integração da satisfação e bem-estar, é fazer o que lhe agrada e o que te deixa bem (NAHAS, 2003). Para o autor qualidade de vida compreende duas variáveis, a individual, e sócioambiental. A individual corresponde ao estilo de vida das pessoas. Irá determinar o bem-estar que os indivíduos procuram; portanto hábitos saudáveis, atividade física, boa alimentação, relacionamento etc., são atividades que englobam o estilo pessoal e determinam a qualidade de vida. Neste sentido, Minayo (2000 apud ROSA, 2006) contribui dizendo que qualidade de vida é um grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental; portanto é a própria estética existencial do ser humano. Por conseguinte, infere-se que para a 30 melhor qualidade de vida das pessoas é preciso buscar a integração desses fatores: emocional, afetivo, econômico, ambiental e social. Existe uma necessidade dos indivíduos buscarem uma qualidade de vida. Essa necessidade é proveniente da insatisfação que é sentida em diversos aspectos da vida do ser humano, como os aspectos físico, mental, social, cultural, ambiental e espiritual, insatisfações causadas em consequência do estilo de vida mecanicista, individualista e consumista (ROSA, 2006). Salienta-se que a expressão qualidade de vida foi empregada pela primeira vez pelo presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson, em 1964, ao declarar que “os objetivos não podem ser medidos através do balanço dos bancos. Eles só podem ser medidos através da qualidade de vida que proporcionam às pessoas” (FLECK et. al., 1999, p. 20). O interesse em conceitos como “padrão de vida” e “qualidade de vida” foi inicialmente partilhado por cientistas sociais, filósofos e políticos. O crescente desenvolvimento tecnológico da Medicina e ciências afins trouxe como uma consequência negativa a sua progressiva desumanização. Assim, a preocupação com o conceito de “qualidade de vida” refere-se a um movimento dentro das ciências humanas e biológicas, no sentido de valorizar parâmetros mais amplos que o controle de sintomas, a diminuição da mortalidade ou o aumento da expectativa de vida (FLECK et. al., 1999). O termo qualidade de vida é mais geral e inclui uma variedade potencial maior de condições que podem afetar a percepção do indivíduo, seus sentimentos e comportamentos relacionados com o seu funcionamento diário, incluindo, mas não se limitando, a sua condição de saúde e as intervenções médicas (LEAL & LOUZADA, 1999). Ansiedade Na busca pela sobrevivência no mundo capitalista o homem do século XXI sofre muitas pressões, o que prejudica a sua qualidade de vida. Nesse sentido, essas pressões e 31 frustrações, diante do contexto moderno, trazem problemas emocionais que em um primeiro momento configuram-se na ansiedade (CASTILLO et. al., 2000). A ansiedade pode ser definida como um estado emocional que é vivenciado comumente pelos seres humanos que antecede momento de perigo real ou imaginário; podendo assim ser definida como um fenômeno moderno, pois a cada dia emerge a consciência dos efeitos que a mesma provoca na vida dos seres humanos, e são sentimentos perceptíveis em vários momentos da vida (HOLMES, 1997). A ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado pela tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho (CASTILLO et. al., 2000). O nível de ansiedade de um indivíduo em determinado momento se refletirá em seu comportamento. Dependendo do grau de ansiedade, esse efeito pode trazer experiências positivas ou negativas (SHEEHAN, 2000). A ansiedade é considerada como patológica quando passa a interferir na vida diária das pessoas, como uma ansiedade desproporcional ao estímulo que se está recebendo, os estados ansiosos sendo apresentados com longa duração. Essa ansiedade é caracterizada por um nível aguçado, o indivíduo se mostra apreensivo, tem a sensação que algo ruim vai acontecer, aparenta-se nervoso, demonstra excitabilidade, desânimo ou irritabilidade, desconforto por antecipação, podendo apresentar reações físicas e mentais. A pessoa tem a necessidade de se manter ocupada para fugir dos pensamentos e estados emocionais incontroláveis (CASTILLO et. al., 2000). Nesta direção, de acordo com Castillo et. al. (2000), a ansiedade e o medo passam a ser reconhecidos como patológicos quando são exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, ou qualitativamente diversos do que se observa como normal naquela faixa etária e interferem com a qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário do indivíduo. 32 A maneira prática de se diferenciar ansiedade normal de ansiedade patológica é basicamente avaliar se a reação ansiosa é de curta duração, autolimitada e relacionada ao estímulo do momento ou não (CASTILLO, et. al. 2000). Nessa direção, Zandomeneghi (2008) pontua que ansiedade é um estado emocional desagradável de apreensão, causado pela suspeita ou previsão de um perigo contra a própria integridade. É um temor frente a um perigo real ou imaginário, uma espécie de alerta para algo que possa ferir física ou moralmente. É uma defesa natural do corpo, mas torna-se prejudicial quando limita, impede, bloqueia e quando provoca sentimentos ou sensações de difícil controle. Por conseguinte, Freud (1959 apud HOLMES, 1997) contribui dizendo que a ansiedade é o “medo do nada”, ou seja, o medo de deixar de existir, vista com uma emoção que ameaça a base da identidade. Portanto, ao experienciar os sintomas de ansiedade, o indivíduo vivencia sensações de desequilíbrio, pois não consegue controlar os seus sentimentos e emoções e essas sensações acabam comprometendo o seu estado racional normal contribuindo para que perca o controle de seus comportamentos e atitudes. As pessoas que sofrem com a ansiedade tendem a sofrer uma interferência em suas atividades rotineiras, pois vivenciam com muita intensidade seus medos e anseios, deixando transparecer que não conseguem controlar as reações nervosas diante do perigo iminente (NARDI, 2000). Castillo et. al. (2000) destaca que indivíduos ansiosos, geralmente são inseguros, isso porque a insegurança é consequência da ansiedade pela falta de controle interno e excesso de controle externo ou maior credibilidade no outro do que em si mesmo. Dessa forma, o indivíduo ansioso tem um abalo em seu controle pessoal, pois se sente controlado pelo ambiente, pelas pessoas e situações cotidianas, sem conseguir domínio do seu auto controle acaba destacando para si; atividades que são importantes para outras pessoas. 33 Para Nardi (2000), o comportamento recebe a influência do controle externo e sua vida passa a ficar à mercê do mundo exterior, o controle está nas mãos do outro. O comportamento também recebe influência do controle interno, pois quando se lida com conflitos internos e externos, coloca-se em ação o autocontrole, buscando internamente recursos para lidar de maneira adequada com aquela situação. Dessa forma, o indivíduo passa a ser um ser que toma as rédeas de sua vida sem ter influências de outras pessoas (ZANDOMENEGHI, 2008). Constata-se que o indivíduo ansioso enfrenta manifestações como aumento da estimulação do sistema nervoso autônomo, somatizações que transformam as reações em problemas físicos, motores e psicológicos. Portanto, cada indivíduo percebe de maneira diferente as manifestações ansiosas em sua vida; além disso, cada pessoa enfrenta as reações da maneira que acha adequada, ajudando ou não no alívio de seus sintomas (RAMOS, 2009). Normalmente as pessoas ansiosas apresentam sintomas como agitação, nervosismo, apreensão, mal estar, irritabilidade, dor de cabeça, falta de ar, dilatação das pupilas, palpitações, medo, sudorese, calafrios, tonturas, tensão muscular, dores estomacais, muitas vezes, têm dificuldade de concentração e dificuldade para dormir, apresentam também quadros de insônia e pesadelo (HETEM & GRAEFF, 2004). No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais IV (2002), a ansiedade é definida como um estado de preocupação excessiva que o sujeito vivencia, podendo ter um motivo real, ou imaginário, responsável por desencadear sintomas diversos dependendo de cada pessoa. A ansiedade, segundo Dalgalarrondo (2000), pode ser definida como um estado de humor desconfortável, mal-estar, apreensão negativa sobre acontecimentos ainda não vivenciados e que acontecem por alguns períodos no dia, não causando transtorno ao dia a dia, podendo se manifestar em características somáticas e físicas. Também é muito confundida com o sentimento de angústia. O que difere uma da outra é a sua característica 34 sintomática, na qual a angústia tem caráter de experiências passadas, com sintomas corporais como aperto no peito e na garganta, sentimento de sufocamento. Pode-se classificar a ansiedade normal aquela em que o indivíduo consegue perceber as reações e manter o controle sobre as mesmas (CASTILLO et. al., 2000). Segundo Trickett (2000), a psicoterapia junto com a prática de exercícios relaxantes como a Yoga e o Tai-chi, e os exercícios físicos contribuem para o tratamento dos sintomas de ansiedade, pois ajudam o indivíduo a liberar o estresse que está acumulado no corpo. Portanto, ao fazer exercícios físicos o organismo libera substâncias como a endorfina e adrenalina que propiciam ao indivíduo sensações de tranquilidade, relaxamento, e equilíbrio, efeitos esses proporcionados pelos medicamentos antidepressivos e ansiolíticos, dessa forma se tem a possibilidade de buscar formas saudáveis para controlar os sintomas ansiosos. Transtorno de Ansiedade e a Qualidade de Vida De modo genérico pode-se dizer que o Transtorno de Ansiedade é uma enfermidade psíquica resultante da extrema preocupação por situações ou experiências que ainda acontecerão (CASTILLO et. al., 2000). O Transtorno de Ansiedade é considerado atualmente uma disfunção psicológica que é encontrada com muita frequência. Seus sintomas são os mais comuns vivenciados pela sociedade em geral, podendo ser percebidos em qualquer pessoa em determinadas fases da vida, proporcionando incapacitações ao indivíduo em alguns tipos de tarefas (KINRYUS & WYGANT, 2005). É reconhecida como uma doença de curso crônico, pois sem tratamento pode evoluir acometendo o indivíduo por toda a vida. (DEL REI, 2006). Para Galvão & Abuchin (2001), a ansiedade pode ser caracterizada por sensações desagradáveis e indefinidas, que pode vir acompanhada de sensações como frio no estômago, aperto no peito, coração acelerado e tremores, caracterizando com manifestações de alerta que 35 o organismo manifesta, para se defender. Já a ansiedade patológica apresenta reações de longa duração e intensidade maior que o esperado para a situação, se tornando um obstáculo, pois não ajuda no enfrentamento da situação estressora; suas manifestações atrapalham. Portanto os Transtornos de Ansiedade são psicopatologias que, em diversas ocasiões, favorecem respostas negativas e paralisantes ao indivíduo, em vista a esse conceito e que interferem diretamente na qualidade de vida (DALGALARRONDO, 2000). Nesta direção, muitos estudos relativos à temática são elaborados, dentre estes se destaca Kinryus e Wygant (2005) que após observarem dados estatísticos sobre uma pesquisa realizada nos Estados Unidos constataram que as mulheres possuem uma maior probabilidade em desenvolver os sintomas de transtornos ansiosos, e, muitas vezes, podem ser influenciadas por questões hormonais, sociais, biológicas e psicológicas. O transtorno pode apresentar ao indivíduo prejuízo no desempenho social, laboral e acadêmico, pois são atividades que exigem paciência que é a grande responsável por fazer manter o controle emocional. Dessa forma, ajuda a desenvolver a tolerância aos erros e fatos indesejados do nosso cotidiano (KINRYUS E WYGANT, 2005). O indivíduo que apresenta um quadro clínico ansioso sente a necessidade de realizar as tarefas com muita rapidez, isso é um reflexo de alguns dos sintomas como as inquietações e a falta de concentração (DEL REI, 2006). Lemos (2008) relata que muitas vezes, os indivíduos não sabem lidar com os seus pensamentos e sentimentos, e em decorrência disso, ficam nervosos e irritados, acabam por interpretar uma situação erroneamente e proporcionam a si próprios, problemas de ordem familiar como brigas, discussões, aflições sucessivas e conflitos, e tensão familiar e social que se caracterizam por esquiva de atividades, de locais e pessoas. Segundo Holmes (1997), os transtornos de ansiedade são caracterizados por um nível elevado de ansiedade em determinada situação, sendo essas experiências denominadoras de 36 cada transtorno, como o estresse pós-traumático que se caracteriza por uma ansiedade excessiva ao recordar uma experiência traumática. Além desse destaca-se ainda: A Ansiedade Generalizada - o indivíduo vivencia os níveis ansiosos frequentemente por diversas situações do cotidiano, acompanhada por irritabilidade, inquietação, fadiga dentre outros sintomas presente no transtorno de ansiedade. A Síndrome do Pânico - o indivíduo enfrenta com grande frequência e inesperadamente ataques de pânico, consistindo em períodos de intensa ansiedade, acompanhado de taquicardias, dificuldade de respirar, sensação de irrealidade, e outros sintomas específicos. A Fobia simples o estado ansioso aparece quando o indivíduo se depara com o objeto fóbico, podendo muitas vezes, o quadro de fobia simples, passar para um quadro de síndrome de pânico. Na fobia social o nível de ansiedade é intenso e persistente e está relacionado a uma situação social, como exposição perante o público (HOLMES, 1997). Relacionando o transtorno de ansiedade à qualidade de vida verifica-se que comprovadamente, a prática de exercícios de hidroginástica auxilia na redução dos níveis ansiosos. Constata-se que os indivíduos ao fazerem os exercícios de hidroginástica, além de melhorarem seus estados ansiosos, passam a ter respostas positivas em relação ao humor, e ao bem-estar, melhorando seus pensamentos vagos e sentimentos apreensivos (PARCUS & VIEIRA, 2004). Para Salmo (2001), a prática de exercícios físicos e aeróbios é benéfica à saúde, pois durante um exercício físico o organismo libera endorfina e dopamina que no organismo são responsáveis por produzir substâncias que geram efeitos antidepressivos, ansiolíticos e analgésicos, protegendo assim, a saúde do indivíduo. Brown (1993), reforça a idéia de que os exercícios aeróbios em indivíduo com transtorno de ansiedade possuem os mesmos efeitos de uma atividade de relaxamento, pois os exercícios aeróbios liberam substâncias nocivas ao nosso organismo, e os exercícios de 37 relaxamentos proporcionam ao indivíduo um autoconhecimento e uma focalização em si mesmo; dessa forma; passam a se preocupar consigo e são capazes de identificar quais práticas estão lhe fazendo mal. Por conseguinte, o indivíduo passa a pensar mais na sua qualidade de vida e no que é melhor para si, e com isso as prática e técnicas de relaxamentos conseguem fazer com que fiquem centrados em si e desenvolvam habilidade de viverem o aqui e agora, deixando as preocupações de lado. Dessa forma, esse tipo de exercício eleva o equilíbrio interior das pessoas refletindo na sua saúde como um todo, tendo a descoberta da qualidade de vida (SALMO, 2001). Destaca-se que pessoas ansiosas sentem grande necessidade de fazer uso de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos para controlar seus estados emocionais e conseguirem levar uma vida normal (KAPLAN, SADOCK & GREBB, 1997). Os exercícios físicos são tão eficazes no tratamento da ansiedade quanto o tratamento farmacológico, e os efeitos encontrados com o uso de fármacos, na prática de exercícios físicos produzem igualmente as mesmas substâncias, garantindo assim resultados iguais e ainda proporcionado ao indivíduo bem-estar, qualidade de vida, desenvolvendo atividades simples e saudáveis, sem efeitos colaterais e de baixo custo (CRAFT & LANDERS, 1997). Andreatini, Lacerda & Zorzetto (2005) ressaltam que a psicoterapia é indicada para as pessoas que sofrem de Transtornos Ansiosos, em que o tratamento psicoterapêutico visa trabalhar o que está desencadeando estes sintomas. Portanto, não trabalha só com o sintoma em si, mais sim o que está levando a pessoa a ficar ansiosa. Muitas vezes, a ansiedade é herança familiar, dessa forma o tratamento se faz com o núcleo familiar, a prática de exercícios relaxantes como Yoga, Tai-chi, e exercícios físicos que ajudam a liberar o estresse e descontraem (VERSIANI, 2001). Castillo et. al., (2000) afirmam que é evidente a eficácia de exercícios físicos junto com psicoterapias em pessoas que sofrem com os Transtornos Ansiosos, visto que as duas 38 práticas irão ter como objetivo auxiliar, a redução dos níveis ansiosos e proporcionarão uma melhora na qualidade de vida, ajudando o indivíduo a identificar seus anseios e saber como trabalhar com eles. Dessa forma, contribui com o bem-estar físico, psíquico e emocional. Atitudes que irão refletir na vida social do indivíduo, oportunizando que desenvolva uma melhor qualidade de vida. Qualidade de Vida é mais do que ter uma boa saúde física ou mental. É estar de bem consigo mesmo, com a vida, com as pessoas, enfim, estar em equilíbrio. Isso pressupõe muitas coisas; hábitos saudáveis, cuidados com o corpo, atenção para a qualidade dos seus relacionamentos, um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, ter real consciência sobre o estilo de vida que está se proporcionando (GONÇALVES & VILARTA, 2004). Para Campos (1992), as pessoas devem disponibilizar um auto cuidado, buscar quais são suas necessidades, tanto do corpo quanto da mente, melhorar o estilo de vida, desenvolver uma alimentação sadia, conhecer e controlar os fatores de risco que levam às doenças; essas ações visam à melhoria da qualidade de vida. Nahas (2006) contribui ressaltando que os fatores que compõem a qualidade de vida envolvem condições de moradia, assistência médica, meio ambiente, estilo de vida, hábitos alimentares, controle de estresse. Teixeira (2009) ressalta que os aspectos citados acima são relevantes para a qualidade de vida dos indivíduos, a felicidade, a liberdade, o amor; esses sentimentos tornam a vida de cada sujeito com um sentido mais positivo, para seguir em seu dia a dia, tornando assim mais prazeroso, o convívio com a família e também com o trabalho. Dessa forma, pode-se concluir que atitudes simples adotadas cotidianamente possibilitam uma melhor qualidade de vida às pessoas; pois é através delas que se desenvolvem o bem-estar, a felicidade, os sonhos, a dignidade e a cidadania, Portanto, qualidade de vida é poder fazer o que se gosta. 39 Método O estudo caracteriza-se como uma pesquisa de cunho qualitativo, do tipo exploratória. Pesquisas exploratórias, segundo Luciano (2001), visam aproximar o problema e as hipóteses de pesquisa, envolvendo revisão bibliográfica sobre o tema pesquisado e entrevistas com pessoas que tiveram experiências com o problema estudado, analisando exemplos que estimulem a compreensão do problema. Pesquisas exploratórias são desenvolvidas também, com o objetivo de proporcionar uma visão geral, aproximativa, sobre determinado fato. Esse tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil formular hipóteses precisas e operacionalizáveis sobre o assunto (GIL, 1991). Caracterização da Pesquisa O local de realização da pesquisa foi a Clínica de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC- Criciuma- S.C, com uma equipe montada com pacientes que apresentam quadro clínico de transtorno de ansiedade generalizada. A escolha desse local deve-se ao grande número de pacientes ansiosos, em tratamento com estagiários da clínica, e pelo grupo específico, coordenado pela professora Vânia Menegalli Moonjen. A pesquisa está pautada em adultos Jovens, classificados na faixa etária de 20 a 45 anos. Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006), o Adulto Jovem se caracteriza pela idade que se identifica como o início da vida adulta; nessa fase, o indivíduo estabelece bases para o seu desenvolvimento futuro e cria responsabilidades, assume compromissos, estabelece relações importantes. De acordo com Rosa (2006), essa fase é também o período de estabilização da vida humana, ou seja, é aí que o indivíduo estabelece os padrões de comportamento que o acompanharão até o fim da vida. Isso significa que o indivíduo define as linhas mestras de sua personalidade. 40 O adulto jovem foi o grupo relacionado para participar da pesquisa, e se dispuseram a entrada no grupo de TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) para melhorarem seus sintomas, sua autoestima e qualificarem as suas vidas, como terapia ocupacional. A amostragem do referido estudo foi intencional. A pesquisa iniciou-se com 8 participantes, na qual se mostraram interessados em colaborar e em exporem seus medos e anseios perante o grupo. O enfoque foi caracterizado por uma programação exploratória, que pretendeu considerar aspectos referentes aos fundamentos teóricos do estudo. Segundo Gil (1991), esse modo de pesquisa envolve a exploração do problema a fim de torná-lo mais explícito ou formular hipóteses para amenização das dificuldades relacionadas a este. Neste trabalho desempenhou-se o modo qualitativo, que não se baseia em critérios numéricos para garantir sua representatividade, mas tenta compreender dados subjetivos, percebendo as demandas e representações dos participantes (LEOPARDI, 2001). Neste sentido, focalizou-se a qualidade dos processos que resultaram das sensações, sentimentos, emoções propiciadas por vivências do Grupo. Apresentação e Análise dos Dados A partir da análise dos conteúdos dos dados pretendeu-se utilizar o método hermenêutico, que de acordo com Gonçalves (2006, p. 5) “Busca a compreensão do texto no contexto do autor e do interpretador”. Descrição da Realização da Pesquisa Os dados foram coletados em três encontros, a partir de vivências, questionários e testes de escala de avaliação de ansiedade de Hamilton e relaxamento corporal. Após a 41 referida vivência, os participantes participaram de uma entrevista semi-estruturada (em anexo) e que serviu de base para algumas proposições deste estudo. As atividades aconteceram por uma hora, uma vez por semana, respeitando os horários disponíveis do grupo, e compreende preferencialmente atender os objetivos e as necessidades dos indivíduos pertencentes àquele grupo. Neste sentido, direciona-se em construir juntamente aos participantes do grupo de TAG, desenvolver uma qualidade de vida, expor as experiências ansiosas perante o grupo, aprender a usar técnicas de relaxamento que podem ser empregadas no dia a dia, permitir ao indivíduo se conhecer e conhecer aquilo que desenvolve suas reações ansiosas. Resultados Obtidos com a Pesquisa Durante o processo observou-se a relevância dos participantes em quererem se ajudar, de forma que o grupo foi facilitador, exprimindo verbalmente suas experiências de sentimentos e emoções. Após as vivências, as técnicas de respiração, as exposições das histórias, percebia-se uma melhora considerável nos participantes, inclusive em relação ao seu estilo de vida, como se estivessem com o bem-estar mais elevado, além de se apresentarem mais espontâneos, e com a autoestima maior. Relatavam que após as técnicas sentiam que suas reações ansiosas pareciam mais controladas. Diante da proposta inicial e a realização da pesquisa percebeu-se que se o período para o cumprimento das atividades pudesse ser estendido, certamente os resultados obtidos seriam ainda mais satisfatórios. Correlacionando as questões teóricas sobre o Transtorno de Ansiedade, mais precisamente as reações ansiosas, a prática de exercícios de relaxamentos , a qualidade de vida e as suas vivências, os exercícios e técnicas de respiração e relaxamento conjuntamente com a psicoterapia, intensificado com o embasamento teórico, proporcionaram uma proximidade ao alcance dos objetivos traçados no projeto para a aplicação do estudo. 42 Acalentando as expectativas e indagações tanto diante da pesquisadora, assim como dos indivíduos participantes do grupo de TAG, compreendeu-se que as práticas de respiração, vivências e o autoconhecimento, são experiências precisamente positivas, segundo as pessoas que se propuseram a participar da pesquisa. Assim confirma-se a hipótese de que as técnicas alternativas no processo terapêutico podem ser relevantes e complementares ao tratamento da Ansiedade, além de outras patologias. Análise das Entrevistas As entrevistas foram baseadas nas questões pertinentes aos objetivos da pesquisa, que eram: A ansiedade está presente no seu cotidiano? Como você percebe quando está ansioso? O que você faz para acalmar a sua ansiedade? Você já sentiu problemas físicos por ficar ansioso? Sua ansiedade se reflete na vida social e nos seus relacionamentos? Como você se sente quando está ansioso? Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você consegue perceber diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e reações ansiosas? Os entrevistados participantes do grupo são oito pessoas, sendo sete mulheres e apenas um homem. Segundo Bauer (2004), os transtornos ansiosos acometem com grande probabilidade as mulheres, uma das razões está voltada, às disfunções hormonais, na qual o desequilíbrio favorece o desencadeamento da ansiedade, o transtorno de ansiedade tende a ter suas manifestações na segunda década de vida. Bauer (2004) contribui dizendo que outro fator que pode colaborar com o transtorno de ansiedade são as bases genéticas, pois, homens e mulheres herdam bases neurobiológicas da susceptibilidade à ansiedade. Para Castillo (2000), o sexo feminino tende a desenvolver o transtorno de ansiedade, visto que as mulheres desempenham muitas tarefas no seu dia a dia, portanto vivem sobre pressão e com isso produzem mais o hormônio do estresse, o cortisol, 43 que aumenta a adrenalina e acelera os batimentos cardíacos, desestruturando o equilíbrio das células. A primeira questão que investigou se os participantes percebiam a ansiedade presente em seu cotidiano, constatou que cem por cento dos participantes confirmaram que a ansiedade está presente em seu cotidiano, com muita frequência, e convivem com ela por um longo período de tempo no seu dia a dia. Observem-se as proposições de um participante: “A ansiedade se encontra muito presente no meu cotidiano, um dia sem motivo nenhum acordei com o coração disparado, sufocamento, falta de ar, pensamentos terríveis, e ficou me agoniando durante o dia todo, foi o dia mais triste da minha vida, espero nunca mais passar por isso” (sexo: feminino, 38 anos). Para Bauer (2004), vivenciar os sintomas de ansiedade faz parte do nosso cotidiano, a ansiedade serve como sistema de alerta e regula os nossos medos. É um fenômeno importante e necessário, sem o estado de ansiedade o indivíduo se arriscaria em situações perigosas e correria o risco de morte com frequência, pois não sentiria medo. Em relação ao segundo questionamento, investigou-se como os participantes percebem quando estão ansiosos e, como resposta, obteve-se que primeiramente eles identificam a sensação corporal como sintoma de ansiedade, sendo esse entrave físico o que mais sentem. Constata-se que esse resultado corrobora com a escala de avaliação de Ansiedade de Hamilton, que avalia os seus participantes pelas conotações sensoriais 3. Segundo Hetem & Graeff (2004), o questionário tem como objetivo avaliar os pacientes que tem o diagnóstico de transtorno de ansiedade, a avaliação é feita por meio de um questionário que tem como foco, identificar as sensações e estados psicológicos do 3 Esse questionário está dividido em sensações intelectuais, sensoriais, cardiovasculares, neurovegetativas, gastrointestinais, e humor deprimido e ansioso, e seus medos. Portanto, o questionário parte do princípio que o indivíduo ansioso, apresenta diversas sensações, as quais ele irá classificar a intensidade numa escala de zero a quatro. 44 ansioso, partindo do pressuposto que o indivíduo identifica sua ansiedade através das suas sensações corporais. O Manual de Transtornos Mentais IV (2002) também aponta como escopo identificar o ansioso por suas conotações corporais. Observem-se as proposições de alguns entrevistados que corroboram com o exposto: O sujeito 01 expõe “me sinto tensa, nervosa, com pensamentos negativos. Agitada, dores no peito, diminuição do apetite, voz trêmula, tenho dificuldade de concentração”. (sexo: feminino, idade 20). O sujeito 04 se manifesta da seguinte forma: “me sinto triste, desanimada, sufocada, não me concentro, tenho sensações de frio, muita vontade de ir ao banheiro, e as pessoas me falam que fico pálida”. (sexo: feminino, idade: 22 anos). O sujeito 06 aponta que: “tenho a sensação de boca seca, coração acelerado, me sinto fraca e pensamentos perturbadores”. (sexo: feminino, idade: 33 anos). Em síntese, todas as respostas pontuaram para alguma forma física a percepção de seu quadro ansioso. Através da fala dos participantes pode-se ressaltar que para cada sujeito as manifestações sentidas foram diferentes, as reações e sensações ansiosas são sentidas diferentemente em cada indivíduo, pois cada um vivencia as experiências de forma diferente, mas tendo em comum sensação, um desconforto em seus pensamentos, característico do transtorno. Como afirma Holmes (1997), cada sujeito é único, sente e percebe diferentemente seus estímulos e reações advindas do meio; contudo, ao ter contato com uma situação de conflito, cada pessoa manifesta a reação que é apropriada ao seu estilo de vida. As reações servem como um estímulo de defesa para poder lidar com o conflito, em que o indivíduo enfrenta o estímulo da maneira mais condizente. Portanto, aciona sua defesa pessoal e esse estímulo defensor é encarado com uma ajuda do organismo para combater os estímulos interpretados como negativos do meio. Para Sheehan (2000), a subjetividade de cada pessoa, dá características únicas diante da sociedade, portanto é responsável pelas conotações 45 sensitivas e corporais sentidas por cada ser humano, portanto cada indivíduo vivencia de forma diferente suas reações, e seus sentimentos e estímulos ansiosos. O terceiro questionamento investigou se os participantes já tinham sentido alguns problemas físicos por ficarem ansiosos e verificou-se a confirmação de que todos os participantes já sentiram problemas físicos, como dores no estômago, mancha roxa nas pernas, cãibras, taquicardia, etc. Das respostas obtidas, expõem-se algumas proposições para comprovar o exposto. O sujeito 02 faz a seguinte proposição: “desenvolvi uma gastrite nervosa, pois passava muito tempo ansioso e sem comer”. (sexo: feminino, idade: 20 ano). O sujeito 03 pontua:“acabei tendo convulsões nervosas, e engordei vinte quilos, pois para acalmar minha ansiedade eu tinha compulsão alimentar, eu resolvia comer bastante”. (sexo: feminino, anos, idade: 24 anos). E o sujeito 05 corrobora que “sinto muitas dores de cabeça e fortes dores no estômago e sinto com bastante frequência meu coração acelerado”. (sexo: feminino, idade: 30 anos). Pode-se observar que os sujeitos desenvolveram problemas os mais diversos, portanto, desencadearam problemas físicos como uma fuga para tentar amenizar os estímulos da ansiedade. Segundo Bauer (2004), todo o indivíduo tem um sistema de alarme, responsável por regular seus medos e impulsos, quando o sistema de alarme e a ansiedade estão em níveis normais, possibilitam ao indivíduo viver melhor. Quando esses níveis estão elevados, o indivíduo adoece, o organismo não tem tempo para reestruturar o equilíbrio, então o organismo começa a avisar através de somatizações que não está em seu funcionamento normal, que está utilizando mais energia do que o necessário. As somatizações são reações manifestadas pelo corpo, decorrentes de que algo não está funcionando bem, antes que o corpo adoeça por completo, é uma forma de pedir atenção para áreas que não estão sendo cuidadas. Segundo Hetem & Graef (2004), ao ficar ansioso, o corpo recebe estímulos que associa como negativo e desencadeiam reações diversas nos 46 aspectos motores, sensoriais, intelectuais, respiratórios, cardiovasculares, gastrointestinais, entre outros. O questionamento seguinte investigou se a ansiedade reflete na vida social e principalmente nos relacionamentos, e constatou-se que todos os participantes já passaram por situações desagradáveis. Essa constatação corrobora com o pesquisador Nardi (2000), pois para ele as pessoas que apresentam o quadro de transtorno de ansiedade, podem ser caracterizadas como indivíduos que tem um breve surto durante o quadro ansioso, pois perdem o controle de seus atos, com isso pensam e agem de forma errônea, comprometendo suas atividades rotineiras e seus relacionamentos sociais e pessoais. Esse comprometimento ocorre por meio de um acúmulo de informações que são processadas rapidamente, em consequência as funções do organismo se alteram causando desconforto ao indivíduo que está sentindo (BAUER, 2004). Observem-se algumas proposições apresentadas nas quais o sujeito 03 afirmou que “não consigo agir calmamente, tenho pensamentos distorcidos, tenho a necessidade de fazer tudo muito rápido, às vezes sinto vontade de sair correndo me parece que tenho muita energia acumulada no meu corpo”. (sexo:femininos, idade: 24 anos) O Sujeito 06 pontua: “perdi vários relacionamentos pelos pensamentos e idéias distorcidas, já perdi também emprego, pois tinha ansiedade falava mais alto e não consegui me conter”. O sujeito 08 aponta: “fico perturbado, sem saber como agir, tento parecer o mais normal possível, mais sempre acabo provocando brigas, agindo erradamente”. (sexo: Masculino, idade:37 anos). Nesse sentido, as afirmações dos entrevistados de que a ansiedade interferiu em suas vidas, vem ao encontro da afirmação de Hetem & Graeff (2004), pois destacam que a ansiedade não só interfere na vida dos indivíduos como também, acomete seus dias. O indivíduo tem uma baixa no seu rendimento, e um declínio em sua qualidade de vida, ao se deparar com seus sentimentos, vivencia um estado tão desagradável que pode ser comparado com sensação de morte. Para Holmes (1997), o indivíduo ao se deparar com os estímulos de 47 ansiedade tendem a ter uma desfragmentação do eu, dessa forma agem sem controle sobre seus atos, muitas vezes utilizando as fugas e as omissões de seus afazeres diários acarretando problemas dos mais diversos possíveis. Para Bauer (2004) a ansiedade passa a ser um transtorno na vida dos indivíduos quando a mesma é classificada erroneamente, pois muitas vezes o indivíduo atribui as suas sensações e reações a um estilo de vida, dessa forma são manifestações do corpo que passam a ser vistas como normais, o indivíduo não tem a real clareza do que está acontecendo consigo, dentro dessa perspectiva a autora contribui dizendo que o autoconhecimento é a base do tratamento da ansiedade, portanto tomar a consciência das reações ansiosas o quanto antes, evitará situações desagradáveis e sem controle. O questionamento seguinte investigou como os participantes se sentem quando estão ansiosos. Como amostragem emerge algumas proposições: O sujeito 01 relata; “parece que saio do meu estado normal, faço as coisas sem perceber, parece que entro em transe, meu foco é nos pensamentos negativos, e como controlá-lo, sem ter sucesso”. (sexo: feminino, idade 20 anos). O sujeito 04 aponta; “fico sem foco, e muito triste, por não conseguir controlar meus pensamentos, sentimentos e ações, às vezes tenho a sensação de estar ficando louca”. (sexo:feminino, idade: 22 anos). O sujeito 08 relata; “saio fora do ar, eu fico focalizado nos pensamentos e nas reações que sinto”. (sexo: feminino, idade: 37 anos). Portanto, diante dessas afirmações ressalta-se que o indivíduo ao se deparar com as diversas reações e percepções que o estado ansioso possibilita, tende a não saber como lidar, principalmente, com as reações corporais e os estímulos involuntários. Com essa confusão de sensações e sentimentos, o indivíduo tenta canalizar quais são as manifestações mais latentes e o que o está levando a ficar ansioso, sem obter respostas satisfatórias, pois o seu estado não possibilita um raciocínio lógico. A maioria dos indivíduos acaba optando por um afastamento do grupo social e se focaliza no problema existente (SHEEHAN, 2000). 48 Para Bauer (2004), o indivíduo ao se deparar com uma situação conflituosa, tende a elevar o seu nível de adrenalina, começa a ter reações em seu comportamento, ou o indivíduo tem a consciência de suas sensações físicas, ou a consciência de estar nervoso e amedrontado, com isso acaba desencadeando sentimentos vagos e difusos. O sujeito tem a sensação de descontrole da sua própria vida, tendo atenção apenas para as suas sensações, acabando por interagir com o meio de forma impulsiva e sem prestar atenção em suas ações. O último questionamento investigou se após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, os participantes conseguiram perceber diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e às reações ansiosas. Deste questionamento emergiram as seguintes afirmativas: O participante 01 relata que “ao começar a terapia e logo em seguida a complementar com o grupo de TAG, para mim foi ótimo, hoje consigo me perceber melhor, consigo relacionar o que é ansiedade, e o que me faz ficar ansioso, consigo controlar meus pensamentos, e sentimentos, posso vivenciar experiências, sair de casa, sem ter medo das minhas reações ansiosas, comecei a fazer atividades físicas, que me fazem muito bem, para mim estar participando do grupo foi ótimo”. (sexo: Feminino, idade: 20 anos). O participante 03 aponta que “o grupo de TAG, junto com as psicoterapias, me possibilitaram conhecer pessoas que passavam pela mesma situação que eu, então entendia que eu não era a única, que havia mais pessoas que se sentiam igual a mim e assim trocamos experiências, para mim foi ótimo, adoro as técnicas de relaxamento, estou gostando bastante, por mim eu participaria do grupo e faria terapia todos os dias”. (sexo: feminino, idade: 24 anos). Sendo assim, para o estudioso Milleco (2001), muitas sintomatologias podem ser amenizadas com a complementação de terapêuticas, sendo os grupos de terapias e a prática de exercícios físicos, alternativas relevantes e eficazes, no sentido de reintegrar os sentimentos e 49 as sensações físicas e emocionais. Ressalta que “através dos grupos de apoios e terapias, resgataram a sua unidade, a intensidade do viver”. (MILLECO, 2001, p. 45). Ruud (1990) completa afirmando que as terapias permitem o extravasar de vários conflitos e emoções que acometem o ser humano, num espaço apropriado e permissivo com apoio do terapeuta. Considerações Finais A presente pesquisa permitiu a construção de alguns conhecimentos a respeito do transtorno de ansiedade, dentre estas descobertas constatou-se que, de fato, os exercícios físicos e terapias alternativas auxiliam na recuperação de diversos quadros patológicos, inclusive no Transtorno de Ansiedade. Como visto, a partir dos resultados da pesquisa, a hidroginástica e os exercícios relaxantes como meditações e Yoga podem contribuir valiosamente no que se refere ao tratamento da doença, sendo antes de tudo uma relação construída em encontros que se constituem em momentos de vivências, experiências, e o autoconhecimento. Diante desse estudo foi possível responder o problema da pesquisa, que buscava identificar quais as contribuições dos exercícios físicos e qualidade de vida no cotidiano dos indivíduos, como técnica psicoterapêutica e como complemento no tratamento de pacientes diagnosticados com Ansiedade e Transtorno de Ansiedade. Neste sentido, compreendeu-se também que os motivos que conduziram os pacientes a procurarem e continuarem a participar dos grupos e terapias para acalmarem seus estados ansiosos foram pela contribuição positiva que tiveram ao longo do tratamento, vendo como uma possibilidade de terapia ocupacional. Para outros participantes foi à necessidade de sentirem-se mais seguros para expressar, suas experiências ansiosas e saber que todos do grupo já vivenciaram e conseguiram passar por essas situações, portanto, buscam a ampliação dos conhecimentos relacionados ao Transtorno de Ansiedade. Durante o processo compreendeu-se que as 50 emoções e sentimentos emergentes no processo dos sintomas de transtorno de ansiedade e suas relevâncias, podem ser consideravelmente minimizadoras dos sintomas ansiosos, sendo fortes contribuintes na expressão dos elementos da subjetividade, e elevação da autoestima. Compreendeu-se também que a envolvente ligação do grupo e a colaboração dos participantes, além de aparentemente reequilibrar a energia física e psíquica do ser humano, possibilitaram o desencadeamento da sensibilidade e da capacidade criativa deste. A troca de experiências e o contato podem ser recarregadores das energias vitais, resultando numa inundação de afetos, recordações, emoções e sentimentos. Certamente vinculado da experiência da essência humana, que pode tornar o homem um ser mais integrado. Neste sentido, observou-se o processo de amenização da sintomatologia do transtorno através da troca de vivências. Portanto, o grupo terapêutico de ansiedade, trabalhando com as vivências, experiências e o autoconhecimento, possibilitou as expressões individuais, contribuiu para o melhoramento comparável aos mesmos efeitos que os remédios permitiam, por conseguinte, práticas saudáveis garantem o bem-estar dos indivíduos ansiosos. 51 REFERÊNCIAS ANDRIANTINI, Juan Carlos, LACERDA, Julio silva, ZARZETO Eduardo - Ansiedade disponível em in. PsiqWeb, Internet, http://www.psiqweb.med.br/, revisto em 2005. Acessado em: 18 de maio de 2010. BAUER, Sofia, Da Ansiedade a Depressão. Campinas - São Paulo, Livro Pleno. 2004. 584 p. BROW, Carlos, transtorno de Ansiedade Generalizada. 1993. Disponível em http://www.redepsi.com.br/portal/modules/smartsection/item.php?itemid=1247; acesso em: 05 de maio de 2010. CAMPOS, Vicentes Falconi. TQC- Controle de Qualidade Total. 2. Ed. São Paulo: Bloch Editores, 1992. 180 p. CASTILLO, Ana Regina GL. et al. Transtornos de Ansiedade. Revista Brasileira de psiquiatria. Vol 22. 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Caxias do Sul R.S. 55 ANEXOS 56 ANEXO 01 TERMO DE CONSENTIMENTO Eu, ________________________________________________________________ residente à rua _______________________________________________________ na cidade de _________________, declaro conhecer todas as implicações da participação da pesquisa realizada pela acadêmica SAMARA PRUDÊNCIO, cujo tema é “TRANSTORNO DE ANSIEDADE: AS INFLUÊNCIAS NA QUALIDADE DE VIDA DAS PESSOAS”, para fins de elaboração do trabalho monográfico, em caráter obrigatório para obtenção do título de Psicólogo na Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. Assim sendo, estou ciente de estar colaborando no fornecimento de dados, permitindo o uso das informações recolhidas através de entrevistas sem identificação e o não ressarcimento pela participação na mesma. Autorizo também a gravação da entrevista. Para tanto, declaro participar por consentimento livre e esclarecido da pesquisa. _____________________________________ Entrevistado Criciúma, ________________________ de 2010. Acadêmica: Samara Prudêncio – Tel.: 96403826 Orientadora: Denise Nuernberg –Tel.: 99847762 57 APÊNDICES 58 APÊNDICE 01 Questionário Idade ................. Sexo........................ Profissão..................... 1- A ansiedade está presente no seu cotidiano? 2-Como você percebe quando está ansioso? 3- Você já sentiu algum problema físico por ficar ansioso? 4- Sua ansiedade se reflete na vida social e principalmente nos relacionamentos? 5- Como você se sente quando está ansioso? 6- Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você consegui nota diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e reações ansiosas. 59 APÊNDICE 02 TRANSCRIÇÃO DAS ENTREVISTAS 1º Questionário Idade: 20 anos Sexo: Feminino Profissão: Estagiária 1- A ansiedade está presente no seu cotidiano? Sim 2-Como você percebe quando está ansioso? Me sinto tensa, nervosa, com pensamentos negativos, agitada, dores no peito, diminuição do apetite, voz trêmula e não consigo me concentrar. 3-Você já sentiu algum problema físico por ficar ansioso? Sim, Muitas dores no estômago, manchas roxa nas pernas, formigamento nas mãos. 4- Sua ansiedade se reflete na vida social e principalmente nos relacionamentos? Sim, quando tenho crises ansiosas, tenho câimbras eu brigo com todo mundo parece que estou em outro estado, não consigo me controlar. 5- Como você se sente quando está ansioso? Parece que saio do meu estado normal, faço as coisas sem perceber, parece que entro em transe só consigo pensar nos pensamentos negativos. E como controlá-los, sem conseguir 6- Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você consegui nota diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e reações ansiosas? Ao começar a terapia e logo em seguida a complementar com o grupo de Tag, para mim foi ótimo, hoje consigo me perceber melhor consigo relacionar o que é ansiedade, e o que me faz ficar ansiosos, consigo controlar meus pensamentos, e sentimentos, posso vivenciar experiências, sair de casa, sem ter medo das minhas reações ansiosas, comecei a fazer atividades físicas, que me fazem muito bem, para mim estar participando do grupo foi ótimo 2º Questionário Idade: 21 anos Sexo: feminino Profissão: secretária 1- A ansiedade está presente no seu cotidiano? Muito presente 2-Como você percebe quando está ansioso? Me sinto muito mal, fico irritada, não consigo dormir direito, pensamentos a mil, em várias atividades, choro muito, tenho a sensação de sufocamento. Parece que tenho disposição para sair correndo por horas. 3-Você já sentiu algum problema físico por ficar ansioso? Desenvolvi uma gastrite. 4-Sua ansiedade se reflete na vida social e principalmente nos relacionamentos? Sim muito, principalmente quando tenho muito trabalho, tenho pensamentos negativos, tenho impressão de não dar conta dos afazeres, parece que as pessoas que trabalham comigo estão notando que eu estou ansiosa, e quando chego em casa não consigo dormir só pensando no meu dia trágico, não gosto que ninguém converse comigo. 5- Como você se sente quando está ansioso? Sem rumo, não raciocino direito 6- Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você consegui nota diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e reações ansiosas? Nunca fui tão feliz em toda minha vida, hoje tenho uma vida saudável, desenvolvo várias atividades, consigo controlar meus pensamento, sou 60 mais alegre, não me vejo mais em situação de alerta que antes costumava a ficar, me permito a vivenciar as coisas boas. 3º Questionário Idade: 24 Sexo: Feminino Profissão: Estagiaria 1- A ansiedade está presente no seu cotidiano? Sempre 2-Como você percebe quando está ansioso? Fico meio confusa, pensamentos distorcidos em relação a algumas situações. Vontade de chorar, aperto no peito. 3-Você já sentiu algum problema físico por ficar ansioso? Engordei 20 quilos, pois para me controlar eu tinha compulsões alimentares, e por duas vezes tive convulsões nervosas. 4- Sua ansiedade se reflete na vida social e principalmente nos relacionamentos? Sim, sempre, não consigo agir calmamente e normalmente. Muitas vezes choro ao enfrentar situações que me causam ansiedade. 5- Como você se sente quando está ansioso? Confusa, com medo, triste, chorona, sensação estranha parece que o mundo vai acabar ou eu vou morrer. 6- Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você consegui nota diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e reações ansiosas? O grupo de TAG junto com as psicoterapias, me possibilitaram conhecer pessoas que passavam pela mesma situação que eu, então entendi que eu não era a única, que havia mais pessoas que se sentiam igual a mim e assim trocamos experiências, para mim foi ótimo, adoro as técnicas de relaxamento, estou gostando bastante, por mim eu participaria do grupo e faria terapia todos os dias. 4º Questionário Idade: 22 Sexo: Feminino Profissão: Estudante de enfermagem 1- A ansiedade está presente no seu cotidiano? Sim 2-Como você percebe quando está ansioso? Me sinto triste, desanimada, com pensamentos negativos, sufocada, não me concentro, tenho sensações de frio, calafrios, muitas vontade de fazer xixi, as pessoas me dizem que fico pálida 3- Você já sentiu algum problema físico por ficar ansioso? Dores musculares. 4- Sua ansiedade se reflete na vida social e principalmente nos relacionamentos? Sim, não consigo fazer nada, fico no meu canto, tenho medo de fazer algo de errado. 5- Como você se sente quando está ansioso? Sem foco, e muito triste por não conseguir controlar meus pensamentos, sentimentos e ações. 6-Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você consegui nota diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e reações ansiosas? Quando eu comecei a participar do grupo foi através da minha amiga que me incentivou muito, pois ela estava melhor e gostaria que eu ficasse melhor também, mais eu vim meio obrigado, depois eu descobri que como é bom falar de nossas experiências de sabermos que não somos únicos, que tem pessoas que me entendem isso para mim é muito bom, hoje eu vivo uma vida muito melhor me percebo e me cuido, e sei que posso viver uma vida como qualquer pessoa. 5º Questionário Idade: 30 Sexo: Feminino Profissão: Secretária 1- A ansiedade está presente no seu cotidiano? As vezes 2-Como você percebe quando está ansioso? Fico inquieta, e parece que o meu rosto está pegando fogo, coração acelerado, idéia negativa. 61 3- Você já sentiu algum problema físico por ficar ansioso? Sim muitos, como dores de cabeça fortes, dores no estomago, 4- Sua ansiedade se reflete na vida social e principalmente nos relacionamentos? Antes sim, quando eu não tinha controle, eu brigava com todo mundo. Tinha idéias distorcidas. 5- Como você se sente quando está ansioso? Fora da realidade, com medo, tremula, tenho náuseas, me sinto sem controle sobre minha vida 6- Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você consegui nota diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e reações ansiosas? Só posso dizer muito obrigado por me fazerem compreender o que é o transtorno de ansiedade e como eu posso viver com ele, para mim a terapia e o grupo foi muito bom e eu espero que o nosso círculo de amizade e de pessoas ansiosas possam aumentar, pois só quem passa por esse transtorno sabe o quanto é triste estar vivendo está sensação e ninguém entender achar que é bobagem, já estou falando para todos que conheço do nosso grupo de tag. 6 º Questionário Idade: 33 anos Sexo: Masculino Profissão: Técnico de informática 1- A ansiedade está presente no seu cotidiano? Sim, quase sempre 2-Como você percebe quando está ansioso? Fico confuso, boca seca, tenho taquicardia, me sinto fraco. Pensamentos que perturbam 3- Você já sentiu algum problema físico por ficar ansioso? Não 4- Sua ansiedade se reflete na vida social e principalmente nos relacionamentos? Sim, já perdi muitos relacionamentos, e muita oportunidade de emprego, por ter ficado ansioso ao extremo. 5- Como você se sente quando está ansioso? Me percebo louco, fora de mim. 6- Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você consegui nota diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e reações ansiosas? O grupo foi ótimo, apesar de no começo ficar meio receoso, pois eu era o único homem, pensei que eu estava passando por um transtorno de mulher (risos). Mais depois com mais conhecimento descobri que tem muitos homens que passam pelo transtorno mais não tem a coragem de procurara ajuda, a terapia e o grupo me fizeram a ver o mundo muito diferente antes eu tinha uma idéia agora tenho outra. O grupo e a terapia foi, e é a melhor coisa que me puderam proporcionar gosto muito de estar aqui, para mim não tem coisa melhor, melhorei muito minha alto-estima minha qualidade de vida com as dicas, eu sempre que posso ponho em prática. 7º Questionário Idade: 23 anos Sexo: Feminino Profissão: Secretária 1- A ansiedade está presente no seu cotidiano? Sim 2-Como você percebe quando está ansioso? Fico tremula confusa, tensa, cansada, apreensiva. 3- Você já sentiu algum problema físico por ficar ansioso? Dores, musculares. 4- Sua ansiedade se reflete na vida social e principalmente nos relacionamentos? Sim, muitas vezes fiquei ansiosa com medo não consegui sair de casa para vim trabalhar. 5- Como você se sente quando está ansioso? Nervosa, tonta, perco o interesse pelas atividades. 6- Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você conseguiu nota diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e 62 reações ansiosas? O grupo e a terapia foi, e é a melhor coisa que eu me proporcionei gosto muito de estar aqui, para mim não tem coisa melhor, melhorei muito minha alto-estima minha qualidade de vida com as dicas de exercícios físicos, e boa alimentação. 8 º Questionário Idade: 37 anos Sexo: Feminino profissão: Atendente 1-A ansiedade está presente no seu cotidiano? A ansiedade se encontra muito presente no meu cotidiano, um dia sem motivo nenhum acordei com o coração disparado, sufocamento, falta de ar, pensamentos terríveis, e ficou me agoniando durante o dia todo, foi o dia mais triste da minha vida, espero nunca mais passar por isso. 2- Como você percebe quando está ansioso? Fico tensa, sinto muito calafrios, tenho temores de que algo ruim vai acontecer, ou que não vou dar contra dos afazeres, muita rapidez ao fazer as coisas. 3- Você já sentiu algum problema físico por ficar ansioso? Sim, dores nas costas, pernas e dores de cabeça, prisão de ventre. 4- Sua ansiedade se reflete na vida social e principalmente nos relacionamentos? Sim, pois fico perturbada, sem saber como agir, tento parecer o mais normal possível, daí fico tensa e a maioria das vezes faço e falo coisas que não deveria. 5- Como você se sente quando está ansioso? Saio fora do ar, parece que o meu mundo se fecha e eu só fico focalizada nos pensamentos e reações que estou vivenciando. 6- Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você consegui nota diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e reações ansiosas? As terapias convencionais e o grupo, puderam mostrar para mim uma nova vida, uma pessoa que pode viver sim com os sintomas ansiosos, mais que pode se controlar, que pode viver uma vida ótima, com qualidade de vida sem apreensão e pensamentos distorcidos, e sensação de aperto no peito de que o mundo iria acabar hoje eu me noto muito mais feliz, hoje eu me conheço, e sei de onde vêm meus anseios e meus medos. 63 APÊNDICE 03 64 APÊNDICE 04 65 APÊNDICE 05 66 67 APÊNDICE 06 Sra. Samara Prudêncio Esta secretaria da Revista de Ciências Humanas recebeu seu artigo. Agradecemos a colaboração. Grato, Luiz Carlos Cardoso Secretaria - RCH ----- Original Message ----From: Samara Prudêncio To: [email protected] Sent: Friday,, June 11, 2010 6:07 PM Subject: Artigo: Transtorno de Ansiedade: as Influências na Qualidade de vida das Pessoas TRANSTORNO DE ANSIEDADE: AS INFLUÊNCIAS NA QUALIDADE DE VIDA DAS PESSOAS UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC Samara Prudêncio1 e Denise Nuernberg2 1 Acadêmica da 9ª fase do Curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. Endereço: Rua Travessa Antonio Serafim, Bairro: Laranjinha, nº 127– 88818-650 – Criciúma-SC – Brasil. Tel.: 48 96403826 E-mail: [email protected] 2 Coordenadora e professora do Curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC e psicóloga clínica. Especialista em Fundamentos Psicopedagógicos do Ensino – Unesc. Endereço: Rua Coronel Pedro Benedet, nº 363 Ed. San Vicente – Sala 809 – Centro – 88801-250 – Criciúma-SC – Brasil. Tel.: 48 34372840. E-mail: [email protected] – [email protected] 68