Imagem em PDF - Início

Propaganda
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
CURSO DE PSICOLOGIA
SAMARA PRUDÊNCIO
TRANSTORNO DE ANSIEDADE: AS INFLUÊNCIAS NA QUALIDADE
DE VIDA DAS PESSOAS
CRICIÚMA, JUNHO DE 2010.
SAMARA PRUDÊNCIO
TRANSTORNO DE ANSIEDADE: AS INFLUÊNCIAS NA QUALIDADE
DE VIDA DAS PESSOAS
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado
para obtenção do grau de Bacharel no curso de
Psicologia da Universidade do Extremo Sul
Catarinense, UNESC.
Orientador(a): Prof. (ª) Denise Nuernberg
CRICIÚMA, JUNHO DE 2010.
2
SAMARA PRUDÊNCIO
TRANSTORNO DE ANSIEDADE: AS INFLUÊNCIAS NA QUALIDADE DE VIDA
DAS PESSOAS
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela
Banca Examinadora para obtenção do Grau de
Bacharel, no Curso de Psicologia da
Universidade do Extremo Sul Catarinense,
UNESC, com Linha de Pesquisa em Saúde e
Qualidade de Vida.
Criciúma, 29 de Junho de 2010.
BANCA EXAMINADORA
Profª Denise Nuernberg - Especialista - (UNESC) - Orientadora
Profª Myrta Carlota Glauche Jaroszewski - Especialista- (UNESC)
Profª Tânia Aquino Alves Martins - Especialista- (UNESC)
3
Dedico este trabalho a todas as pessoas
que passaram e que se fazem presentes
em minha vida, que contribuíram direta e
indiretamente para a construção desse
artigo.
4
AGRADECIMENTOS
Todo o trabalho não seria possível sem a colaboração direta e indireta de
várias pessoas, por isso faço questão de lembrar algumas pessoas que contribuíram
enormemente para que eu pudesse concluir meu Trabalho de Conclusão de Curso;
Agradeço primeiramente a Deus que possibilitou as experiências vivenciadas
que me conduziram à construção deste trabalho;
A minha mãe Verônica pelos seus ensinamentos que vão além, muito
além da academia, que me ensinou a lutar, a ser justa e a respeitar as pessoas sem
fazer qualquer distinção, e aguentou todos os momentos de angústia e estresse por
mim enfrentados, nesta caminhada de cinco anos da minha vida;
A minha Irmã Tainara pelo amor e apoio incondicional, apoiando-me nos
momentos difíceis e brindando cada etapa vencida.
Agradeço ao meu marido Alexsandro que me dá alegria e satisfação, e
que soube entender a minha opção pelos estudos. Agradeço por ter me dado todo o
apoio e compreensão necessária, além de ter suportado minhas frequentes
ausências;
As minhas amigas que fiz durante a graduação, Aline Benedet, Bruna
Franciele Machado, Cristiane Dias, Daiana Carla Coan, Silvana Ghellere Cavalheiro,
pela recíproca amizade, companheirismos e fidelidade que foi conquistado dia após
dia, sempre com um objetivo: a busca pela felicidade uma das outras.
Em especial, quero dirigir meus agradecimentos à minha orientadora
professora, Denise Nuernberg, a ela agradeço todo amor, empenho, dedicação,
competência, disponibilizado durante e depois das nossas orientações. Ao mesmo
tempo quero agradecer todos os professores que passaram pela minha vida durante
a graduação.
A essas importantes presenças em minha vida, que me incentivaram com
os mais singelos e sinceros gestos de apoio e acolhimento, o meu sincero muito
obrigada!
5
“Tudo o que somos nasce com nossos
pensamentos. Em nossos pensamentos,
fazemos o nosso mundo”
Buda
6
RESUMO
Existem muitos estudos científicos que mostram as transformações sociais, e com
elas, o aumento de muitos distúrbios emocionais. Dentre estes distúrbios a
ansiedade tem se mostrado muito frequente e vem afetando de maneira significativa
a qualidade de vida do homem. Neste sentido, o presente artigo investiga como o
Transtorno de Ansiedade interfere na Qualidade de Vida das Pessoas, no aspecto
físico, cognitivo e social, e identifica a contribuição de tratamentos alternativos como
exercícios físicos, meditação, relaxamento entre outros, como complementos no
tratamento de pacientes diagnosticados com Ansiedade e Transtornos de
Ansiedade. Assim como a contribuição na participação de grupos de ajuda nos
transtornos de Ansiedade como o TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada)
desenvolvido pela clínica de psicologia da UNESC, o qual se observou que este
método contribui de maneira significativa no tratamento da ansiedade.
Palavras-chave: Ansiedade. Qualidade de Vida. Saúde. Psicologia.
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
2 MARCO TEÓRICO................................................................................................. 10
2.1 Ansiedade Normal ............................................................................................. 10
2.2 Transtornos de Ansiedade ............................................................................... 10
2.3 Sintomas do Transtorno de Ansiedade ........................................................... 11
2.4 Os Tipos de Transtorno de Ansiedade Seção secundária ............................ 12
3 PROBLEMA ........................................................................................................... 14
4 OBJETIVOS ........................................................................................................... 14
4.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 14
4.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 15
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 16
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DA REVISTA DE CIÊNCIAS HUMANAS ............. 17
ARTIGO .................................................................................................................... 24
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 51
ANEXOS ................................................................................................................... 55
APÊNDICES ............................................................................................................. 57
8
1 INTRODUÇÃO
No contexto da vida moderna, torna-se extremamente relevante para
o profissional de psicologia compreender e adquirir conhecimentos sobre o
transtorno de ansiedade, assim como as suas reações, sintomas e as suas
diferenciações, destacando-se a Ansiedade patológica e a Ansiedade normal; pois
desta forma compreende-se como esta interfere e, muitas vezes, compromete a vida
dos indivíduos.
Observa-se que o cotidiano da vida moderna exige muito dos
indivíduos, pois sempre se está correndo em busca de algo. São muitas tarefas a
fazer em curto espaço de tempo e, junto com todos os afazeres, vem a preocupação
de não conseguir cumprir com o que estava previsto. Esta preocupação, muitas
vezes inconsciente, traz à realidade da sociedade, os chamados estados ansiosos.
Nessa direção, é perceptível nos dias atuais observar pessoas que
perdem o controle facilmente, seja no trânsito, no trabalho, nas relações familiares;
enfim, em todas as atividades que possam de alguma maneira, frustrar a pessoa que
se encontra ansiosa.
Perante essas reflexões, constatou-se a necessidade de compreender
melhor o que é o transtorno de ansiedade e as suas características, sendo a
Ansiedade um tema envolvente e polêmico, pois nem sempre o indivíduo consegue
ter a certeza de que está passando por estados ansiosos, pois muitas vezes,
confunde-se com angústia. Desse modo, salienta-se que a população está se
tornando vítima com frequência, da situação estressora que os sintomas ansiosos
causam na vida.
Sendo assim, vive-se em um mundo ansioso sem se perceber. As
situações rotineiras possibilitam entrar em contato com os sintomas ansiosos,
tornando a Ansiedade um problema da vida moderna. (SHEEHAN, 2000). Desta
maneira, esse tema apresenta relevância social. Sabe-se também que a qualidade
de vida é indispensável às condições de vida humana e envolve o bem estar físico,
mental, psicológico e emocional, e as relações sociais como família e amigos, bem
como a saúde e a educação.
Nesse sentido, justifica-se a presente pesquisa na tentativa de
compreender melhor o fenômeno da ansiedade e seus reflexos na qualidade de
9
vida, para que o profissional em psicologia consiga agir de maneira mais atuante e
potencializar ainda mais o tratamento de seu cliente.
10
2 MARCO TEÓRICO
2.1 Ansiedade Normal
A ansiedade, segundo Dalgalarrondo (2000), pode ser definida como um
estado
de
humor
desconfortável,
mal
estar,
apreensão
negativa
sobre
acontecimentos ainda não vivenciados e que acontecem por alguns períodos no dia,
não causando transtorno ao dia a dia, podendo se manifestar em características
somáticas e físicas. Pode ser muito confundida com o sentimento de angústia, o que
difere uma da outra é a sua característica sintomática, visto que a angústia tem
caráter de experiências passadas, com sintomas corporais como aperto no peito e
na garganta, sentimento de sufocamento.
Os autores Hetem e Graeff (2004), contribuem dizendo que a ansiedade é
experienciada pelo indivíduo ao menos uma vez em toda a sua vida, pois a mesma é
uma experiência inata que o homem possui para manter uma relação com o meio,
dessa forma é inevitável não experiência-lá, pois a ansiedade é uma relação
humana que trás impulsos motivacionais as pessoas, que se torna útil a vida
humana, e todo o ser humano, ao menos uma vez durante a sua vida experienciou
os sintomas de ansiedade, sem talvez ter consciência de se tratar de ansiedade.
2.2 Transtornos de Ansiedade
O transtorno de ansiedade, segundo Freud (1959 apud Holmes, 1997), é
causado por um conflito intra-psíquico, esse conflito é responsável por provocar
reações
e
sentimentos
desagradáveis
como
medo,
angústia,
apreensão,
inquietação, insegurança, desconforto por antecipação, pensamentos distorcidos,
referente a eventos ou atividades ainda não vivenciadas, tendo como principal
sintoma a ansiedade.
Segundo Holmes (1997), o modo como são percebidos os estímulos
externos é que irá diferenciar o tipo de ansiedade que o indivíduo está vivenciando.
11
A ansiedade em níveis baixos é aquela em que as pessoas conseguem perceber as
reações e manter o controle sobre as mesmas; a ansiedade que é experienciada
pelo indivíduo em níveis elevados, a qual não se consegue controlar as reações
ansiosas, se tornando um transtorno na relação do homem com o meio, então ela se
torna um obstáculo, comprometendo seu rendimento social. Para ser definida como
patologia é necessário que o indivíduo não consiga controlar seus atos, sendo
inaceitável pela sociedade.
De acordo com Trickett (2000) os transtornos ansiosos podem ser
definidos conforme estes fatores:
O nível que estão se apresentando as reações ansiosas; se o nível de
ansiedade é compatível ao estímulo recebido pelo meio;
Se há uma justificativa para determinado estado ansioso, como algum
evento ou situação, que está sendo ou irá ser vivenciada;
As
consequências
negativas
que
os estados
ansiosos estão
possibilitando ao indivíduo, conduzindo à conseqüências indesejáveis,
comprometendo seu desempenho social;
Para Trickett (2000), existem três tipos de transtornos de ansiedade, cada
uma originada de experiências diferentes do nosso cotidiano: Ansiedade causada
por fatos externos é caracterizada por preocupações externas e reais como
condições financeiras, doenças, desemprego. Nesses casos a ansiedade se
apresenta com fatores físicos.
A ansiedade por causas internas é causada por pensamentos, o indivíduo
não tem coragem de expor o que realmente pensa, com medo de atitudes contrárias.
A ansiedade nascida da culpa é originada por sentimentos morais, fazer o
que não se quer, para não vivenciar o sentimento de culpa imoral.
Segundo Dalgalarrondo (2000), podem-se classificar alguns sintomas que
as pessoas com Transtorno de Ansiedade vivenciam durante os períodos ansiosos,
tais como irritabilidade, nervosismo, agitação, medo, tremores, tensão, dificuldade de
relaxamento, dificuldade de concentração, dores de cabeça e nas costas.
2.3 Sintomas do Transtorno de Ansiedade
12
Segundo Trickett (2000), as pessoas ansiosas desenvolvem um estilo de
vida típico, são agitadas, capazes de marcar diversos compromissos para um
mesmo dia, e os desenvolverem com muita rapidez, sendo essas atitudes uma fuga
de seus verdadeiros desejos e sentimentos do que são e do que querem para a sua
vida. Dessa forma, o indivíduo que experiência os estados ansiosos se torna muito
ativo nas atividades físicas e mentais, para não se deparar com pensamentos e
sentimentos desagradáveis que geram sentimentos de angústia e medo.
Segundo Holmes (1997), os sintomas do transtorno de ansiedade variam
de graus e intensidade, dependendo de cada pessoa. As pessoas percebem o
mesmo estímulo de formas diferentes, e através dessa percepção, é possível
classificar a intensidade dos estímulos entre leve, moderado e intenso, sabe-se
também que para um mesmo estímulo há diversas reações como as motoras, que
causam tensão, pânico e apreensão.
Sintomas Cognitivos que remetem a preocupação, pensamentos
distorcidos sobre a experiência não vivenciada, desatenção e distração
mediante estar focalizado em problemas não reais, como desastre e deixando
de perceber os problemas reais.
Sintomas somáticos imediatos como suor, tremores, respiração curta,
pulsação rápida, aumento da pressão arterial, dormência, latejo de algumas
partes do corpo, palpitações; e sintomas atrasados como pressão sanguínea
cronicamente aumentada, dor de cabeça, fraqueza muscular má digestão.
Sintomas motores - os quais, o indivíduo ansioso costuma vivenciar
com muita frequência, como roer unha, inquietação, movimentos motores
excessivos, emitir sons, etc.
2.4 Os Tipos de Transtorno de Ansiedade Seção secundária
Segundo DSM IV(2002) é possível classificar o transtorno de ansiedade
por tipo, dependendo da experiência que se origina.
O transtorno de ansiedade generalizado é definido por um estado de
ansiedade aguda que se prolonga pelo menos por seis meses e não está associado
a nenhuma situação. O indivíduo se mantém vigilante, apreensivo, à espera de que
13
algo poderá acontecer; esse estado gera cansaço e distração. O transtorno de
ansiedade generalizada se difere do transtorno de pânico, pois a sua intensidade é
menor.
Transtorno de ansiedade devido a uma condição médica geral é uma
ansiedade que se desenvolve após alguma situação médica. É significativo ao que
está acontecendo à pessoa naquele momento. O indivíduo poderá vivenciar estados
de ansiedade, ansiedade generalizada e com períodos de, ataque de pânico,
compulsões e obsessões.
No Transtorno de ansiedade induzido por substância o indivíduo vivencia
períodos ansiosos que são conseqüência de uso e abuso de substâncias psicoativas
e medicamentos. Nesse estado, o indivíduo vivencia transtorno de ansiedade
generalizada, ansiedade proeminente, fobia social, ataque de pânico, transtorno
obsessivo compulsivo, entre outros.
Transtornos de ansiedade sem outra especificação: são classificados para
os casos de pessoas que vivenciam estado de ansiedade sem terem passado por
nenhum dos quadros da classificação acima. São sintomas mistos, como transtorno
misto de ansiedade e depressão; mas suas características não os definem como
transtorno de humor ou transtorno de ansiedade específica.
Holmes (1997) diz que dentro do quadro de transtorno de ansiedade
podem-se fazer divisões, essas divisões podem ser classificadas entre estados
fóbicos e estados de ansiedade; dentro dos estados de ansiedade se apresentam
sintomas localizados ou difusos em que podem se manifestar como livre ou
flutuante. Sendo assim, o indivíduo tem a sensação de que algo de muito ruim vai
acontecer a sua vida, e esses sentimentos perduram por dias, apresentando
diversos graus de ansiedade.
Os estados de ansiedade são classificados em quatro tipos, segundo
Holmes (1997):
Transtorno de pânico: se caracteriza por um período de intensa
apreensão, associado com pensamentos de catástrofe que apresenta
períodos de ansiedade espontânea. Envolve pensamentos, apreensão
medo, temor. O indivíduo vivencia sintomas físicos como palpitações,
sensações de sufocamento e asfixia, formigamento das extremidades,
irritabilidade, suor e calafrios;
14
Transtorno
de
estresse
pós-traumático,
que
tem
com
ponto
característico a reexperiencia de um evento traumático. Os eventos
traumáticos podem ser caracterizados por desastres acidentais ou
naturais. Para a pessoa reviver a experiência traumática se torna difícil,
pois os pensamentos são muito dolorosos, se manifestando também
através de sonhos ou pesadelos, fazendo com que o individuo tenha a
sensação de estar vivendo o evento. Esses pensamentos fazem com que
a pessoa experimentam reações ansiosas;
Transtorno obsessivo compulsivo é caracterizado por pensamentos
que trazem grande impulsividade ao individuo, as pessoas não
conseguem desvincular de seus pensamentos compulsivos, muitos desses
pensamentos são inaceitáveis, trazendo reações ansiosas à vida do
indivíduo por causa de suas compulsões;
Transtorno de estresse agudo se manifesta depois de um período de
experiência traumática, é um estado de ansiedade intensa, tendo um
período de duração de no máximo um mês.
3 PROBLEMA
De que forma o Transtorno de Ansiedade interfere na qualidade de vida
das pessoas?
4 OBJETIVOS
4.1 Objetivo Geral
Investigar como o Transtorno de Ansiedade interfere na Qualidade de
vida das Pessoas, no âmbito físico, cognitivo e social.
15
4.2 Objetivos Específicos
Investigar os fatores que contribuem para o Transtorno de Ansiedade;
Observar tratamentos alternativos como exercícios físicos, meditação e
relaxamento no tratamento de transtornos de ansiedade;
Analisar a influência do transtorno de ansiedade nas relações sociais das
pessoas;
Analisar as consequências fisiológicas do Transtorno de Ansiedade
Perceber a contribuição de um grupo de apoio entre ansiosos e sua
contribuição no tratamento;
Encontrar subsídios para diagnóstico e prevenção dos transtornos de
ansiedade;
Analisar os sentimentos das pessoas com Transtorno de Ansiedade;
Analisar os aspectos cognitivos do indivíduo com Transtorno de Ansiedade.
16
REFERÊNCIAS
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos,
Mentais. Porto Alegre: Artes Médicas sul, 2000. 271p.
DSM-IV Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais trad. Cláudia
Dornelles; 4 ed. ver. Porto alegre: Artes Médicas, 2002.880p.
HELEM, Luz Alberto B, GRAEFF, Frederico G. Transtorno de Ansiedade. São
Paulo: atheneu, 2004.439p.
HOLMES, David S. trad. Sandra costa. Psicologia dos Transtornos Mentais, 2
ed. porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 565p.
LUCIANO, Fábia Liliã. Metodologia Cientifica e da Pesquisa. Criciúma: ed do
autor, 2006. 56p.
SHEEHAN, Elaine. Ansiedade, fobias e síndrome do pânico : esclarecendo suas
dúvidas. São Paulo: Ágora, 2000. 114 p.
TRICKETT, Shirley. Ansiedade e Depressão; Manual de auto-ajuda. 2.ed São
Paulo : Paulinas, 2000,145p.
17
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DA REVISTA DE CIÊNCIAS HUMANAS
Para submeter um manuscrito
1) Os originais deverão ser encaminhados por correio, em 3 (três) vias, digitadas em
espaço duplo, com 25 a 30 páginas, incluindo figuras, tabelas, fotos e bibliografia.
2) Todos os manuscritos devem ser acompanhados de uma carta de
encaminhamento assinada por todos os autores.
3) O processo de revisão editorial só terá início se o encaminhamento do manuscrito
obedecer às condições acima. Caso contrário, será devolvido para adequação às
normas.
4) Os autores serão comunicados, imediatamente, sobre o recebimento do
manuscrito pelo Editor.
5) Os manuscritos deverão seguir a seguinte ordem:
Folha de rosto identificada
1) Título em português e em inglês (máximo de 15 palavras).
2) Sugestão de título abreviado para cabeçalho (com cinco palavras, no máximo).
3) Nome de cada autor, seguido por vínculo institucional.
4) Endereço do(s) autor(es) e a quem a correspondência deve ser enviada, com o
endereço completo, incluindo CEP, telefone, fax e e-mail.
5) Notas dos autores e agradecimentos (pessoas ou instituições financiadoras, caso
o artigo tenha se originado de projetos de pesquisa).
NOTA: como a revisão dos manuscritos é cega (blind review) quanto à identidade
dos autores, esta página deve ser o único local onde a autoria aparece. É
responsabilidade dos autores verificar se não existem elementos capazes de
identificá-los. Esta folha não será encaminhada aos consultores ad hoc.
Folha de rosto sem identificação
1) Título em português e em inglês (máximo de 15 palavras).
2) Título abreviado para cabeçalho (com cinco palavras, no máximo).
Resumos
1) Resumo, em português, com, no máximo, 150 palavras, ressaltando o tema,
objetivo, método, resultados e conclusões do trabalho.
2) Palavras-chave, em português, com, no mínimo, três e, no máximo, cinco.
3) Abstract, em inglês, compatível com o texto em português.
18
4) Keywords, em inglês, compatíveis com as palavras-chave.
Texto
O texto começa na página três (3) com o título centrado. Cada página subseqüente
deve estar numerada. Não inicie páginas novas a cada subtítulo, porém dê um
espaço antes de iniciar o próximo.
Quando o manuscrito for um relato de pesquisa, o texto deverá apresentar, além das
páginas de rosto e Resumos, Introdução, Método, Resultados, Discussão e
Referências Bibliográficas. Se necessário, outros subtítulos podem ser
acrescentados. Em alguns casos pode ser conveniente apresentar Resultados e
Discussão juntos, embora essa estratégia não seja recomendável.
Utilize o mínimo possível as notas de rodapé. Quando existirem, deverão ser
colocadas no rodapé, ordenadas por algarismos arábicos e deverão aparecer
imediatamente após o segmento do texto ao qual se refere a nota.
Os locais sugeridos para inserção de Figuras e Tabelas deverão ser indicados no
texto.
Anexos, quando contiverem informação original importante, ou detalhamento
indispensável para a compreensão de alguma seção do trabalho, deverão
acompanhar o texto, porém colocados no final.
Acrescente, no final do texto, após as Referências Bibliográficas, a data em que o
manuscrito foi submetido.
Citações no corpo do texto (ABNT / NBR 10520)
Todos os nomes de autores cujos trabalhos forem citados devem ser seguidos da
data de publicação na primeira vez em que aparecerem. Evite fazer citações
indiretas quando o original pode ser recuperado com facilidade. Neste último caso,
deve-se citar nas Referências Bibliográficas apenas a obra consultada e, no corpo
do texto, indicar autores e datas dos dois artigos, conforme o exemplo:
Piaget (1932, apud FLAVELL, 1996).
Quando o autor ou a instituição responsável estiver incluída na sentença, indica-se o
autor em caixa baixa, exceto a primeira letra, e a data e a página entre parênteses:
Segundo Morais (1955, p.32) assinala "[...] a presença de concreções de bauxita no
Rio Cricon".
Em Teatro Aberto (1963, p.79) relata-se a emergência do teatro do absurdo.
19
Quando o autor estiver entre parênteses, deve vir em maiúsculas, seguido por ano e
página: Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo não é uma
psicanálise da filosofia". (DERRIDA, 1967, p. 293).
Especificar no texto a página, o volume, o tomo ou a seção da fonte consultada, se
houver: A produção de lítio começa em Searles Lake, Califórnia, em 1928
(MUMFORD, 1949, p. 513).
Oliveira e Leonardos (1943, p.146) dizem que a "[...]relação da série São Roque com
os granitos porfiróides pequenos é muito clara".
Freud (1974, v.21, p. 81-171) define a dualidade [...
As transcrições no texto de até três linhas devem estar encerradas entre aspas
duplas. As aspas simples são utilizadas para indicar citação no interior da citação:
Barbour (1971, p. 35) descreve: "o estudo da morfologia dos terrenos [...] ativos".
"Não se mova, faça de conta que está morta" (CLARAC; BONNIN, 1985, p.72).
Segundo Pereira de Sá (1995, p. 27): [...] "por meio da mesma ‘arte da conversação’
que abrange tão extensa e significativa parte de nossa existência cotidiana".
As transcrições no texto com mais de três linhas devem ser destacadas com recuo
de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto utilizado e sem
aspas:
A teleconferência permite ao indivíduo participar de um
encontro nacional ou regional sem a necessidade de deixar seu
local de origem. Tipos comuns de teleconferência incluem o
uso da televisão, telefone e computador. Através de
audioconferência, utilizando a companhia local de telefone, um
sinal de rádio pode ser emitido em um salão de qualquer
dimensão (NICHOLS, 1993, p.181).
Quando se tratar de comunicações pessoais (cartas, palestras, debates,
comunicações conversas telefônicas ou pessoais – mensagens, etc.) não devem ser
incluídas nas Referências Bibliográficas; nesses casos, indicar entre parênteses a
expressão "informação verbal", mencionando-se os dados disponíveis somente em
nota de rodapé:
Tricart constatou que na bacia do Resende, no Vale do Paraíba, há indícios de
cones de dejecção (informação verbal).
Para enfatizar trechos da citação, deve-se destacá-los indicando esta alteração com
a expressão grifo nosso entre parênteses, após a idealização da citação.
20
[...] para que não tenha lugar a produção de degenerados, quer physicos quer
moraes, misérias, verdadeiras ameaças à sociedade (SOUTO, 1916, p. 46, grifo
nosso).
Caso o destaque seja do autor consultado, usa-se a expressão "grifo do autor".
Na primeira citação de um artigo deve-se mencionar do nome de todos os autores e
a respectiva data.
Nas subseqüentes citações do mesmo artigo devem-se mencionar o primeiro autor,
seguido da expressão "et al.".
Deve-se usar, quando for o caso, expressões latinas no corpo do texto. Exemplos:
Apud (citado por, conforme, segundo): Segundo Silva (apud ABREU, 1999, p.3) diz
ser [...].
Idem ou Id. (mesmo autor): ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
1989, p.9.
Id., 2000, p.19.
Ibidem ou Ibid. (na mesma obra): Durkheim, 1925, p. 176.
Ibid., p.190
Opus citatum, opere citato ou op.cit. (obra citada): Adorno, 1996, p.38.
Adorno, op. cit., p.40
Loco citato ou loc. cit. (no lugar citado): Tomaselli; Porter, 1992, p.33-46.
Tomaselli; Porter, 1992, loc. cit.
Cf. (confira, confronte): Cf. Caldeira, 1992.
Sequentia ou et seq. (seguinte ou que se segue): Foucault, 1994, p.17 et seq.
Referências bibliográficas
Inicie uma nova página para a seção de Referências bibliográficas, que devem ser
digitadas usando espaço simples entre as linhas e espaço duplo para separá-las.
A palavra da segunda linha de cada referência inicia-se embaixo da primeira letra da
palavra da linha superior, não sendo, portanto, mais deslocada.
O sinal, na forma de travessão, colocado em uma referência cujo autor seja o
mesmo da anterior não deve mais ser colocado.
As Referências bibliográficas devem ser colocadas em ordem alfabética e, em
ordem crescente de data, para referenciar dois ou mais artigos de um mesmo autor.
Exemplos de Referências bibliográficas
Livros
HARVEY, D. The condition of postmodernity. Oxford: Brasil Blackwell, 1989. 378 p.
21
Capítulos de livros
CLAVAL, P. Réseaux territoriaux anracinement. In: DUPUY, G. (Org.) Réseaux
territoriaux. Caen: Paradigme, 1988, p.17-161.
Artigos em periódicos
MOURA, A. S. de. Direito de habitação às classes de baixa renda. Ciências &
Trópico, Recife, v. 11, n.1, p.71-78, jan./jun. 1983.
Artigos em jornais
COUTINHO, W. O paço da cidade retorna ao seu brilho barroco. Jornal do Brasil,
Rio de Janeiro, 6 mar. 1985. Caderno B, p.6.
Arquivos em disquete
KRAEMER, L.L.B. Apostila.doc. Curitiba, 13 de maio de 1995. 1 arquivo (605 bytes).
Disquete 3 ½. Word for Windows 6.0.
Base de dados em CD-ROM
INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA IBICT. Bases de dados em Ciência e Tecnologia. Brasília: IBICT, n.1, 1996. CDROM.
E-mail
MARINO, A. M. TOEFL brienfieng number [mensagem pessoal]. Mensagem
recebida por [email protected] em 12 de maio de 2000.
FTP
BRAGA, H. Deus não se agradou dele e de sua oferta. Disponível em: [email protected] em: 22 de maio de 2000.
Artigos de periódicos (on-line)
MALOFF, J. A internet e o valor da "internetização". Ciência da Informação, Brasília,
v. 26, n.3, 1997. Disponível em: http://www.ibict.br/cionline/. Acesso em: 18 maio
1998.
Trabalhos em eventos
CONGRESSO INTERNACIONAL DE FONOAUDIOLOGIA, 4.; ENCONTRO IBEROAMERICANO DE FONOAUDIOLOIA, 3., 1999, São Paulo. Anais... São Paulo: [s.n.],
1999. 562 p.
BRAYNER, A. R. A.; MEDEIROS, C. B. Incorporação do tempo em SGBD orientado
a objetos. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 9., 1994, São
Paulo. Anais... São Paulo: USP, 1994. p. 16-29.
22
ANDRADE, C. R. F.; SASSI, F. C. Eletromiografia e gagueira: tensão mínima e
máxima para produção do som /p/. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
FONOAUDIOLOGIA, 8., 2000, Recife.
Resumos... São Paulo: [s.n.], 2000. p.85.
ANDRADE, C. R. F. Avaliação das gagueiras: diagnóstico diferencial das
disfluências infantis. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE FONOAUDIOLOGIA,
4.; ENCONTRO IBERO-AMERICANO DE FONOAUDIOLOGIA, 3., 1999, São Paulo.
Anais... São Paulo [s.n.], 1999. p.470. Mesa redonda.
Dissertações e Teses
AMBONI, N. F. Estratégias organizacionais: um estudo de multicasos em sistemas
universitários federais das capitais da Região do Sul do país. 1995. 143 f.
Dissertação (Mestrado em Administração) – Curso de Pós-Graduação em
Administração, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis.
LOPES, H. S. Analogia e aprendizado evolucionário: aplicação em diagnóstico
clínico. 1996. 179f. Tese (Doutorado em Engenharia Elétrica) - Curso de PósGraduação em Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis.
Figuras e Tabelas
Figuras e Tabelas devem ser apresentadas com as respectivas legendas e títulos,
uma em cada página. Títulos de Figuras devem ser colocados na parte inferior, e
Títulos de Tabelas devem ser colocados na parte superior.
Apreciação pela Comissão Editorial / Conselho Editorial
Os trabalhos serão, primeiramente, apreciados pelo Editor / Comissão Editorial, que
solicitará pareceres de Consultores ad hoc, cujos nomes serão mantidos em sigilo.
Para esses os manuscritos serão encaminhados sem identificação. Os autores serão
notificados da aceitação ou recusa de seus manuscritos, sendo-lhes enviadas cópias
do conteúdo dos pareceres. Os originais, mesmo quando não aproveitados, não
serão devolvidos.
Pequenas modificações no manuscrito poderão ser feitas pelo Editor/ Comissão
Editorial da Revista. Quando forem necessárias modificações substanciais, o autor
será notificado e encarregado de realizá-las, devolvendo o trabalho reformulado no
prazo máximo de dez dias, sendo duas cópias em papel e uma em disquete, com
carta de encaminhamento informando sobre as reformulações realizadas. Caso os
autores tenham decidido não realizar algumas das modificações sugeridas, devem
23
justificar essa decisão. Esta carta e o manuscrito reformulado serão encaminhados a
um dos Conselheiros Editoriais, juntamente com os pareceres iniciais dos
consultores ad hoc e a versão inicial do manuscrito para uma análise final. Nesta
etapa do procedimento, o Conselheiro Editorial terá conhecimento das identidades
dos autores e dos consultores.
Antes de enviar os manuscritos para impressão, o Editor enviará uma prova para a
revisão dos autores. Esta revisão deverá ser feita em cinco dias úteis e devolvida à
revista. Caso os autores não devolvam indicando correções, o manuscrito será
publicado conforme a prova.
A decisão final acerca da publicação ou não do manuscrito é sempre da Comissão
Editorial.
Direitos autorais
Os direitos autorais das matérias publicadas são da Revista de Ciências Humanas.
A reprodução total ou parcial (mais de 500 palavras do artigo) requererá autorização
por escrito do Editor.
Os autores da matéria receberão, cada um, dois exemplares da edição em que esta
foi publicada.
24
TRANSTORNO DE ANSIEDADE: AS INFLUÊNCIAS NA QUALIDADE DE VIDA
DAS PESSOAS
ANXIETY DISORDER: THE INFLUENCES ON THE QUALITY OF LIFE OF
PERSONS
SAMARA PRUDÊNCIO
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
Samara Prudêncio 1 e Denise Nuernberg2
1
Acadêmica da 9ª Fase do Curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC
Endereço: R.Travessa Antonio Serafim, nº 127- Bairro: Laranjinha- Criciúma -Brasil- CEP: 88818-650
Tel. (48) 9640-3826 E-mail: [email protected].
2
Coordenadora e Professora do Curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC
Especialista em Fundamentos Psicopedagógicos do Ensino e Psicóloga Clínica.
Endereço: R. Cel. Pedro Benedet, 363 – Sala 809 – Centro – Criciúma - Brasil – CEP 88801-250
Tel. (48) 9984-7762 E-mail: [email protected][email protected].
25
TRANSTORNO DE ANSIEDADE: AS INFLUÊNCIAS NA QUALIDADE DE VIDA
ANXIETY DISORDER: THE INFLUENCES ON THE QUALITY OF LIFE
26
Resumo
Existem muitos estudos científicos que mostram as transformações sociais e com elas
o aumento de muitos distúrbios emocionais. Dentre estes distúrbios a ansiedade tem se
mostrado muito frequente e vem afetando de maneira significativa a qualidade de vida do
homem. Neste sentido o presente artigo investiga como o Transtorno de Ansiedade interfere
na Qualidade de Vida das Pessoas, no aspecto físico, cognitivo e social, e identifica a
contribuição de tratamentos alternativos como exercícios físicos, meditação, relaxamento
entre outros como complementos no tratamento de pacientes diagnosticados com Ansiedade e
Transtornos de Ansiedade. Assim como a contribuição na participação de grupos de ajuda nos
transtornos de ansiedade como o TAG (transtorno de ansiedade generalizada) desenvolvido
pela clínica de psicologia da UNESC- Criciúma-SC. Observou- se que este método contribui
de maneira significativa no tratamento da ansiedade.
Palavras chave: Ansiedade. Qualidade de Vida. Saúde. Psicologia.
Abstract
There are many scientific studies that show the social changes and with them the
expansion of many emotional disorders. Among these the disorders anxiety has been very
frequent and affect significantly the quality of human life. In this sense the present article
investigates how the anxiety disorder interferes in the quality of life of people, in the physical,
cognitive and social aspects, and identifies the contribution of alternative treatments such as
physical exercises, meditation, relaxation and other, as complement in the treatment for
patients diagnosed with Anxiety and anxiety disorders. Such are the contribution in the
participation of support groups in anxiety disorders like TAG (Disorder of generalized
anxiety) developed by UNESC's psychology clinic. There was observed that this method
contributes significantly in the treatment of anxiety.
Key Words: Anxiety. Quality of life. Health. Psicology.
27
Introdução
Observa-se que o cotidiano da vida moderna exige muito dos indivíduos, pois sempre
se está correndo em busca de algo, são muitas tarefas a fazer em curto espaço de tempo e,
junto com todos os afazeres, vem a preocupação de não conseguir cumprir com o que estava
previsto. Esta preocupação, muitas vezes inconsciente, traz à realidade da sociedade os
chamados estados ansiosos. Destacam-se ainda os problemas emocionais que o dia a dia e os
relacionamentos acarretam, trazendo mais ingredientes para contribuir com os quadros de
ansiedade.
Nessa direção, os transtornos de ansiedade têm emergido de maneira muito frequente
na sociedade de modo que é preciso buscar formas de atenuá-lo, haja vista que muitas são as
suas consequências na qualidade de vida das pessoas. Diante disso, o presente artigo investiga
como o Transtorno de Ansiedade interfere na Qualidade de Vida das Pessoas, no âmbito
físico, cognitivo e social, e identificar a contribuição de tratamentos alternativos como
exercícios físicos, meditação, relaxamento entre outros, como complementos no tratamento de
pacientes diagnosticados com Ansiedade e transtorno de ansiedade.
Para isso, parte-se da premissa que a qualidade de vida é indispensável às condições
de vida humana e envolve o bem estar físico, mental, psicológico e emocional, as relações
sociais como família e amigos, bem como a saúde e a educação.
Diante disso, este artigo pretende discutir a interferência do Transtorno de Ansiedade
na Qualidade de vida das Pessoas, no âmbito físico, cognitivo e social e observar tratamentos
alternativos como exercícios físicos, meditação e relaxamento no tratamento de transtornos de
ansiedade; assim como a participação de pacientes ansiosos em grupos terapêuticos. Para
tanto, se apresenta pesquisa teórica pertinente ao tema, bem como análises de entrevistas de
participantes de um grupo de TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) desenvolvida na
28
Clínica de psicologia da UNESC – Criciúma- SC para observar a eficácia no tratamento de
quadros ansiosos.
Qualidade de Vida
Ao se observarem os discursos históricos ao longo da trajetória da humanidade,
constata-se que antigamente a qualidade de vida era mais ampla do que a encontrada
atualmente. Isso porque se vivia de maneira simples e com qualidade, mesmo sem ter
conhecimento sobre o assunto. Vivia-se em contato com a natureza, ar puro, e com a família.
Não existiam muitas facilidades tecnológicas como hoje; entretanto, as preocupações em
busca do material não eram tão prioritárias (DE MASI, 2000).
Com o passar do tempo e com o avanço das tecnologias no final do século XIX, o
homem começou a ficar escravo do tempo e do trabalho, e com isso aumentou seus anseios
sociais. Começou a se comportar mecanicamente, esquecendo da sua individualidade e das
relações pessoais que são importantes para alcançar uma qualidade de vida melhor (DE
MASI, 2000).
De acordo com Nahas (2003), essa mudança social e cultural ocorreu com o advento
da industrialização, e daí em diante o homem começou a buscar bens materiais de maneira
mais rápida e urgente. Essa busca, nos dias de hoje, reflete-se na ansiedade, na pressa, no
medo; enfim, a luta pela sobrevivência desencadeou um processo que conduz o ser humano a
uma vida com menos qualidade, mas com mais dinheiro.
Nesse mesmo ritmo, as organizações que compram o trabalho, foram se atualizando
e precisando de profissionais mais engajados e atualizados, e assim, o dia a dia ficou corrido.
Sem perceber, esses efeitos foram direcionando o ser humano às tecnologias, dessa forma,
transformando o homem em um mecanicista e escravo do tempo, que negligencia a busca do
seu bem-estar em razão do ter. (DE MASI, 2000).
29
Destaca-se que em consequência disso as pessoas acabaram desenvolvendo mais
estresse e adoecendo mais rapidamente, haja vista que a falta de qualidade de vida causa um
desequilíbrio na vida do ser humano. Com isso, atualmente, no século XXI, o homem volta-se
mais para o seu lado humano, sem desprezar o material, pois sem ele também não terá
qualidade de vida; mas o homem de hoje busca em seu dia a dia mais qualidade em suas
relações e em sua vida (GONÇALVES & VILARTA, 2004).
Buscando o bem-estar social, houve uma necessidade do ser humano em resgatar a
sua qualidade de vida. A partir desse paradigma, o tema qualidade de vida e bem-estar
começou a ser enfatizado com maior proporção, visando à melhoria da qualidade de vida e
suas relações. O homem de hoje é um ser que busca se cuidar mais e se manter saudável, o
que determina ser esta uma era na busca pela qualidade de vida (NAHAS, 2003).
Nahas (2003) ressalta que qualidade de vida pode ser definida como um estado de
saúde que impulsiona a felicidade, e que é experienciada subjetivamente por cada indivíduo.
Qualidade de vida é uma resultante de um conjunto de perspectivas: individual, sócio ambientais, culturais, que podem ser modificadas ou não; portanto qualidade de vida é um
nível de integração da satisfação e bem-estar, é fazer o que lhe agrada e o que te deixa bem
(NAHAS, 2003).
Para o autor qualidade de vida compreende duas variáveis, a individual, e sócioambiental. A individual corresponde ao estilo de vida das pessoas. Irá determinar o bem-estar
que os indivíduos procuram; portanto hábitos saudáveis, atividade física, boa alimentação,
relacionamento etc., são atividades que englobam o estilo pessoal e determinam a qualidade
de vida.
Neste sentido, Minayo (2000 apud ROSA, 2006) contribui dizendo que qualidade de
vida é um grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental;
portanto é a própria estética existencial do ser humano. Por conseguinte, infere-se que para a
30
melhor qualidade de vida das pessoas é preciso buscar a integração desses fatores: emocional,
afetivo, econômico, ambiental e social.
Existe uma necessidade dos indivíduos buscarem uma qualidade de vida. Essa
necessidade é proveniente da insatisfação que é sentida em diversos aspectos da vida do ser
humano, como os aspectos físico, mental, social, cultural, ambiental e espiritual, insatisfações
causadas em consequência do estilo de vida mecanicista, individualista e consumista (ROSA,
2006).
Salienta-se que a expressão qualidade de vida foi empregada pela primeira vez pelo
presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson, em 1964, ao declarar que “os objetivos não
podem ser medidos através do balanço dos bancos. Eles só podem ser medidos através da
qualidade de vida que proporcionam às pessoas” (FLECK et. al., 1999, p. 20).
O interesse em conceitos como “padrão de vida” e “qualidade de vida” foi
inicialmente partilhado por cientistas sociais, filósofos e políticos. O crescente
desenvolvimento tecnológico da Medicina e ciências afins trouxe como uma consequência
negativa a sua progressiva desumanização. Assim, a preocupação com o conceito de
“qualidade de vida” refere-se a um movimento dentro das ciências humanas e biológicas, no
sentido de valorizar parâmetros mais amplos que o controle de sintomas, a diminuição da
mortalidade ou o aumento da expectativa de vida (FLECK et. al., 1999).
O termo qualidade de vida é mais geral e inclui uma variedade potencial maior de
condições que podem afetar a percepção do indivíduo, seus sentimentos e comportamentos
relacionados com o seu funcionamento diário, incluindo, mas não se limitando, a sua condição
de saúde e as intervenções médicas (LEAL & LOUZADA, 1999).
Ansiedade
Na busca pela sobrevivência no mundo capitalista o homem do século XXI sofre
muitas pressões, o que prejudica a sua qualidade de vida. Nesse sentido, essas pressões e
31
frustrações, diante do contexto moderno, trazem problemas emocionais que em um primeiro
momento configuram-se na ansiedade (CASTILLO et. al., 2000).
A ansiedade pode ser definida como um estado emocional que é vivenciado
comumente pelos seres humanos que antecede momento de perigo real ou imaginário;
podendo assim ser definida como um fenômeno moderno, pois a cada dia emerge a
consciência dos efeitos que a mesma provoca na vida dos seres humanos, e são sentimentos
perceptíveis em vários momentos da vida (HOLMES, 1997).
A ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado
pela tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou
estranho (CASTILLO et. al., 2000).
O nível de ansiedade de um indivíduo em determinado momento se refletirá em seu
comportamento. Dependendo do grau de ansiedade, esse efeito pode trazer experiências
positivas ou negativas (SHEEHAN, 2000).
A ansiedade é considerada como patológica quando passa a interferir na vida diária
das pessoas, como uma ansiedade desproporcional ao estímulo que se está recebendo, os
estados ansiosos sendo apresentados com longa duração. Essa ansiedade é caracterizada por
um nível aguçado, o indivíduo se mostra apreensivo, tem a sensação que algo ruim vai
acontecer, aparenta-se nervoso, demonstra excitabilidade, desânimo ou irritabilidade,
desconforto por antecipação, podendo apresentar reações físicas e mentais. A pessoa tem a
necessidade de se manter ocupada para fugir dos pensamentos e estados emocionais
incontroláveis (CASTILLO et. al., 2000).
Nesta direção, de acordo com Castillo et. al. (2000), a ansiedade e o medo passam a
ser reconhecidos como patológicos quando são exagerados, desproporcionais em relação ao
estímulo, ou qualitativamente diversos do que se observa como normal naquela faixa etária e
interferem com a qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário do
indivíduo.
32
A maneira prática de se diferenciar ansiedade normal de ansiedade patológica
é basicamente avaliar se a reação ansiosa é de curta duração, autolimitada e relacionada ao
estímulo do momento ou não (CASTILLO, et. al. 2000).
Nessa direção, Zandomeneghi (2008) pontua que ansiedade é um estado emocional
desagradável de apreensão, causado pela suspeita ou previsão de um perigo contra a própria
integridade. É um temor frente a um perigo real ou imaginário, uma espécie de alerta para
algo que possa ferir física ou moralmente. É uma defesa natural do corpo, mas torna-se
prejudicial quando limita, impede, bloqueia e quando provoca sentimentos ou sensações de
difícil controle.
Por conseguinte, Freud (1959 apud HOLMES, 1997) contribui dizendo que a
ansiedade é o “medo do nada”, ou seja, o medo de deixar de existir, vista com uma emoção
que ameaça a base da identidade. Portanto, ao experienciar os sintomas de ansiedade, o
indivíduo vivencia sensações de desequilíbrio, pois não consegue controlar os seus
sentimentos e emoções e essas sensações acabam comprometendo o seu estado racional
normal contribuindo para que perca o controle de seus comportamentos e atitudes.
As pessoas que sofrem com a ansiedade tendem a sofrer uma interferência em suas
atividades rotineiras, pois vivenciam com muita intensidade seus medos e anseios, deixando
transparecer que não conseguem controlar as reações nervosas diante do perigo iminente
(NARDI, 2000).
Castillo et. al. (2000) destaca que indivíduos ansiosos, geralmente são inseguros, isso
porque a insegurança é consequência da ansiedade pela falta de controle interno e excesso de
controle externo ou maior credibilidade no outro do que em si mesmo. Dessa forma, o
indivíduo ansioso tem um abalo em seu controle pessoal, pois se sente controlado pelo
ambiente, pelas pessoas e situações cotidianas, sem conseguir domínio do seu auto controle
acaba destacando para si; atividades que são importantes para outras pessoas.
33
Para Nardi (2000), o comportamento recebe a influência do controle externo e sua
vida passa a ficar à mercê do mundo exterior, o controle está nas mãos do outro. O
comportamento também recebe influência do controle interno, pois quando se lida com
conflitos internos e externos, coloca-se em ação o autocontrole, buscando internamente
recursos para lidar de maneira adequada com aquela situação. Dessa forma, o indivíduo passa
a ser um ser que toma as rédeas de sua vida sem ter influências de outras pessoas
(ZANDOMENEGHI, 2008).
Constata-se que o indivíduo ansioso enfrenta manifestações como aumento da
estimulação do sistema nervoso autônomo, somatizações que transformam as reações em
problemas físicos, motores e psicológicos. Portanto, cada indivíduo percebe de maneira
diferente as manifestações ansiosas em sua vida; além disso, cada pessoa enfrenta as reações
da maneira que acha adequada, ajudando ou não no alívio de seus sintomas (RAMOS, 2009).
Normalmente as pessoas ansiosas apresentam sintomas como agitação, nervosismo,
apreensão, mal estar, irritabilidade, dor de cabeça, falta de ar, dilatação das pupilas,
palpitações, medo, sudorese, calafrios, tonturas, tensão muscular, dores estomacais, muitas
vezes, têm dificuldade de concentração e dificuldade para dormir, apresentam também
quadros de insônia e pesadelo (HETEM & GRAEFF, 2004).
No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais IV (2002), a ansiedade
é definida como um estado de preocupação excessiva que o sujeito vivencia, podendo ter um
motivo real, ou imaginário, responsável por desencadear sintomas diversos dependendo de
cada pessoa.
A ansiedade, segundo Dalgalarrondo (2000), pode ser definida como um estado de
humor desconfortável, mal-estar, apreensão negativa sobre acontecimentos ainda não
vivenciados e que acontecem por alguns períodos no dia, não causando transtorno ao dia a
dia, podendo se manifestar em características somáticas e físicas. Também é muito
confundida com o sentimento de angústia. O que difere uma da outra é a sua característica
34
sintomática, na qual a angústia tem caráter de experiências passadas, com sintomas corporais
como aperto no peito e na garganta, sentimento de sufocamento. Pode-se classificar a
ansiedade normal aquela em que o indivíduo consegue perceber as reações e manter o
controle sobre as mesmas (CASTILLO et. al., 2000).
Segundo Trickett (2000), a psicoterapia junto com a prática de exercícios relaxantes
como a Yoga e o Tai-chi, e os exercícios físicos contribuem para o tratamento dos sintomas
de ansiedade, pois ajudam o indivíduo a liberar o estresse que está acumulado no corpo.
Portanto, ao fazer exercícios físicos o organismo libera substâncias como a endorfina e
adrenalina que propiciam ao indivíduo sensações de tranquilidade, relaxamento, e equilíbrio,
efeitos esses proporcionados pelos medicamentos antidepressivos e ansiolíticos, dessa forma
se tem a possibilidade de buscar formas saudáveis para controlar os sintomas ansiosos.
Transtorno de Ansiedade e a Qualidade de Vida
De modo genérico pode-se dizer que o Transtorno de Ansiedade é uma enfermidade
psíquica resultante da extrema preocupação por situações ou experiências que ainda
acontecerão (CASTILLO et. al., 2000).
O Transtorno de Ansiedade é considerado atualmente uma disfunção psicológica que
é encontrada com muita frequência. Seus sintomas são os mais comuns vivenciados pela
sociedade em geral, podendo ser percebidos em qualquer pessoa em determinadas fases da
vida, proporcionando incapacitações ao indivíduo em alguns tipos de tarefas (KINRYUS &
WYGANT, 2005). É reconhecida como uma doença de curso crônico, pois sem tratamento
pode evoluir acometendo o indivíduo por toda a vida. (DEL REI, 2006).
Para Galvão & Abuchin (2001), a ansiedade pode ser caracterizada por sensações
desagradáveis e indefinidas, que pode vir acompanhada de sensações como frio no estômago,
aperto no peito, coração acelerado e tremores, caracterizando com manifestações de alerta que
35
o organismo manifesta, para se defender. Já a ansiedade patológica apresenta reações de longa
duração e intensidade maior que o esperado para a situação, se tornando um obstáculo, pois
não ajuda no enfrentamento da situação estressora; suas manifestações atrapalham. Portanto
os Transtornos de Ansiedade são psicopatologias que, em diversas ocasiões, favorecem
respostas negativas e paralisantes ao indivíduo, em vista a esse conceito e que interferem
diretamente na qualidade de vida (DALGALARRONDO, 2000).
Nesta direção, muitos estudos relativos à temática são elaborados, dentre estes se
destaca Kinryus e Wygant (2005) que após observarem dados estatísticos sobre uma pesquisa
realizada nos Estados Unidos constataram que as mulheres possuem uma maior probabilidade
em desenvolver os sintomas de transtornos ansiosos, e, muitas vezes, podem ser influenciadas
por questões hormonais, sociais, biológicas e psicológicas.
O transtorno pode apresentar ao indivíduo prejuízo no desempenho social, laboral e
acadêmico, pois são atividades que exigem paciência que é a grande responsável por fazer
manter o controle emocional. Dessa forma, ajuda a desenvolver a tolerância aos erros e fatos
indesejados do nosso cotidiano (KINRYUS E WYGANT, 2005).
O indivíduo que apresenta um quadro clínico ansioso sente a necessidade de realizar
as tarefas com muita rapidez, isso é um reflexo de alguns dos sintomas como as inquietações e
a falta de concentração (DEL REI, 2006).
Lemos (2008) relata que muitas vezes, os indivíduos não sabem lidar com os seus
pensamentos e sentimentos, e em decorrência disso, ficam nervosos e irritados, acabam por
interpretar uma situação erroneamente e proporcionam a si próprios, problemas de ordem
familiar como brigas, discussões, aflições sucessivas e conflitos, e tensão familiar e social
que se caracterizam por esquiva de atividades, de locais e pessoas.
Segundo Holmes (1997), os transtornos de ansiedade são caracterizados por um nível
elevado de ansiedade em determinada situação, sendo essas experiências denominadoras de
36
cada transtorno, como o estresse pós-traumático que se caracteriza por uma ansiedade
excessiva ao recordar uma experiência traumática. Além desse destaca-se ainda:

A Ansiedade Generalizada - o indivíduo vivencia os níveis ansiosos
frequentemente por diversas situações do cotidiano, acompanhada por irritabilidade,
inquietação, fadiga dentre outros sintomas presente no transtorno de ansiedade.

A Síndrome do Pânico - o indivíduo enfrenta com grande frequência e
inesperadamente ataques de pânico, consistindo em períodos de intensa ansiedade,
acompanhado de taquicardias, dificuldade de respirar, sensação de irrealidade, e outros
sintomas específicos.

A Fobia simples o estado ansioso aparece quando o indivíduo se depara com o
objeto fóbico, podendo muitas vezes, o quadro de fobia simples, passar para um quadro de
síndrome de pânico. Na fobia social o nível de ansiedade é intenso e persistente e está
relacionado a uma situação social, como exposição perante o público (HOLMES, 1997).
Relacionando o transtorno de ansiedade à qualidade de vida verifica-se que
comprovadamente, a prática de exercícios de hidroginástica auxilia na redução dos níveis
ansiosos. Constata-se que os indivíduos ao fazerem os exercícios de hidroginástica, além de
melhorarem seus estados ansiosos, passam a ter respostas positivas em relação ao humor, e ao
bem-estar, melhorando seus pensamentos vagos e sentimentos apreensivos (PARCUS &
VIEIRA, 2004).
Para Salmo (2001), a prática de exercícios físicos e aeróbios é benéfica à saúde, pois
durante um exercício físico o organismo libera endorfina e dopamina que no organismo são
responsáveis por produzir substâncias que geram efeitos antidepressivos, ansiolíticos e
analgésicos, protegendo assim, a saúde do indivíduo.
Brown (1993), reforça a idéia de que os exercícios aeróbios em indivíduo com
transtorno de ansiedade possuem os mesmos efeitos de uma atividade de relaxamento, pois os
exercícios aeróbios liberam substâncias nocivas ao nosso organismo, e os exercícios de
37
relaxamentos proporcionam ao indivíduo um autoconhecimento e uma focalização em si
mesmo; dessa forma; passam a se preocupar consigo e são capazes de identificar quais
práticas estão lhe fazendo mal.
Por conseguinte, o indivíduo passa a pensar mais na sua qualidade de vida e no que é
melhor para si, e com isso as prática e técnicas de relaxamentos conseguem fazer com que
fiquem centrados em si e desenvolvam habilidade de viverem o aqui e agora, deixando as
preocupações de lado. Dessa forma, esse tipo de exercício eleva o equilíbrio interior das
pessoas refletindo na sua saúde como um todo, tendo a descoberta da qualidade de vida
(SALMO, 2001).
Destaca-se que pessoas ansiosas sentem grande necessidade de fazer uso de
medicamentos ansiolíticos e antidepressivos para controlar seus estados emocionais e
conseguirem levar uma vida normal (KAPLAN, SADOCK & GREBB, 1997).
Os exercícios físicos são tão eficazes no tratamento da ansiedade quanto o tratamento
farmacológico, e os efeitos encontrados com o uso de fármacos, na prática de exercícios
físicos produzem igualmente as mesmas substâncias, garantindo assim resultados iguais e
ainda proporcionado ao indivíduo bem-estar, qualidade de vida, desenvolvendo atividades
simples e saudáveis, sem efeitos colaterais e de baixo custo (CRAFT & LANDERS, 1997).
Andreatini, Lacerda & Zorzetto (2005) ressaltam que a psicoterapia é indicada para
as pessoas que sofrem de Transtornos Ansiosos, em que o tratamento psicoterapêutico visa
trabalhar o que está desencadeando estes sintomas. Portanto, não trabalha só com o sintoma
em si, mais sim o que está levando a pessoa a ficar ansiosa. Muitas vezes, a ansiedade é
herança familiar, dessa forma o tratamento se faz com o núcleo familiar, a prática de
exercícios relaxantes como Yoga, Tai-chi, e exercícios físicos que ajudam a liberar o estresse
e descontraem (VERSIANI, 2001).
Castillo et. al., (2000) afirmam que é evidente a eficácia de exercícios físicos junto
com psicoterapias em pessoas que sofrem com os Transtornos Ansiosos, visto que as duas
38
práticas irão ter como objetivo auxiliar, a redução dos níveis ansiosos e proporcionarão uma
melhora na qualidade de vida, ajudando o indivíduo a identificar seus anseios e saber como
trabalhar com eles. Dessa forma, contribui com o bem-estar físico, psíquico e emocional.
Atitudes que irão refletir na vida social do indivíduo, oportunizando que desenvolva uma
melhor qualidade de vida.
Qualidade de Vida é mais do que ter uma boa saúde física ou mental. É estar de bem
consigo
mesmo,
com
a
vida,
com
as
pessoas,
enfim,
estar
em
equilíbrio.
Isso pressupõe muitas coisas; hábitos saudáveis, cuidados com o corpo, atenção para a
qualidade dos seus relacionamentos, um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, ter real
consciência sobre o estilo de vida que está se proporcionando (GONÇALVES & VILARTA,
2004).
Para Campos (1992), as pessoas devem disponibilizar um auto cuidado, buscar quais
são suas necessidades, tanto do corpo quanto da mente, melhorar o estilo de vida, desenvolver
uma alimentação sadia, conhecer e controlar os fatores de risco que levam às doenças; essas
ações visam à melhoria da qualidade de vida.
Nahas (2006) contribui ressaltando que os fatores que compõem a qualidade de vida
envolvem condições de moradia, assistência médica, meio ambiente, estilo de vida, hábitos
alimentares, controle de estresse.
Teixeira (2009) ressalta que os aspectos citados acima são relevantes para a
qualidade de vida dos indivíduos, a felicidade, a liberdade, o amor; esses sentimentos tornam
a vida de cada sujeito com um sentido mais positivo, para seguir em seu dia a dia, tornando
assim mais prazeroso, o convívio com a família e também com o trabalho.
Dessa forma, pode-se concluir que atitudes simples adotadas cotidianamente
possibilitam uma melhor qualidade de vida às pessoas; pois é através delas que se
desenvolvem o bem-estar, a felicidade, os sonhos, a dignidade e a cidadania, Portanto,
qualidade de vida é poder fazer o que se gosta.
39
Método
O estudo caracteriza-se como uma pesquisa de cunho qualitativo, do tipo
exploratória. Pesquisas exploratórias, segundo Luciano (2001), visam aproximar o problema e
as hipóteses de pesquisa, envolvendo revisão bibliográfica sobre o tema pesquisado e
entrevistas com pessoas que tiveram experiências com o problema estudado, analisando
exemplos que estimulem a compreensão do problema. Pesquisas exploratórias são
desenvolvidas também, com o objetivo de proporcionar uma visão geral, aproximativa, sobre
determinado fato. Esse tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é
pouco explorado e torna-se difícil formular hipóteses precisas e operacionalizáveis sobre o
assunto (GIL, 1991).
Caracterização da Pesquisa
O local de realização da pesquisa foi a Clínica de Psicologia da Universidade do
Extremo Sul Catarinense – UNESC- Criciuma- S.C, com uma equipe montada com pacientes
que apresentam quadro clínico de transtorno de ansiedade generalizada. A escolha desse local
deve-se ao grande número de pacientes ansiosos, em tratamento com estagiários da clínica, e
pelo grupo específico, coordenado pela professora Vânia Menegalli Moonjen.
A pesquisa está pautada em adultos Jovens, classificados na faixa etária de 20 a 45
anos. Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006), o Adulto Jovem se caracteriza pela idade que
se identifica como o início da vida adulta; nessa fase, o indivíduo estabelece bases para o seu
desenvolvimento futuro e cria responsabilidades, assume compromissos, estabelece relações
importantes. De acordo com Rosa (2006), essa fase é também o período de estabilização da
vida humana, ou seja, é aí que o indivíduo estabelece os padrões de comportamento que o
acompanharão até o fim da vida. Isso significa que o indivíduo define as linhas mestras de sua
personalidade.
40
O adulto jovem foi o grupo relacionado para participar da pesquisa, e se dispuseram
a entrada no grupo de TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) para melhorarem seus
sintomas, sua autoestima e qualificarem as suas vidas, como terapia ocupacional.
A amostragem do referido estudo foi intencional. A pesquisa iniciou-se com 8
participantes, na qual se mostraram interessados em colaborar e em exporem seus medos e
anseios perante o grupo.
O enfoque foi caracterizado por uma programação exploratória, que pretendeu
considerar aspectos referentes aos fundamentos teóricos do estudo. Segundo Gil (1991), esse
modo de pesquisa envolve a exploração do problema a fim de torná-lo mais explícito ou
formular hipóteses para amenização das dificuldades relacionadas a este.
Neste trabalho desempenhou-se o modo qualitativo, que não se baseia em critérios
numéricos para garantir sua representatividade, mas tenta compreender dados subjetivos,
percebendo as demandas e representações dos participantes (LEOPARDI, 2001). Neste
sentido, focalizou-se a qualidade dos processos que resultaram das sensações, sentimentos,
emoções propiciadas por vivências do Grupo.
Apresentação e Análise dos Dados
A partir da análise dos conteúdos dos dados pretendeu-se utilizar o método
hermenêutico, que de acordo com Gonçalves (2006, p. 5) “Busca a compreensão do texto no
contexto do autor e do interpretador”.
Descrição da Realização da Pesquisa
Os dados foram coletados em três encontros, a partir de vivências, questionários e
testes de escala de avaliação de ansiedade de Hamilton e relaxamento corporal. Após a
41
referida vivência, os participantes participaram de uma entrevista semi-estruturada (em anexo)
e que serviu de base para algumas proposições deste estudo.
As atividades aconteceram por uma hora, uma vez por semana, respeitando os
horários disponíveis do grupo, e compreende preferencialmente atender os objetivos e as
necessidades dos indivíduos pertencentes àquele grupo.
Neste sentido, direciona-se em construir juntamente aos participantes do grupo de
TAG, desenvolver uma qualidade de vida, expor as experiências ansiosas perante o grupo,
aprender a usar técnicas de relaxamento que podem ser empregadas no dia a dia, permitir ao
indivíduo se conhecer e conhecer aquilo que desenvolve suas reações ansiosas.
Resultados Obtidos com a Pesquisa
Durante o processo observou-se a relevância dos participantes em quererem se
ajudar, de forma que o grupo foi facilitador, exprimindo verbalmente suas experiências de
sentimentos e emoções. Após as vivências, as técnicas de respiração, as exposições das
histórias, percebia-se uma melhora considerável nos participantes, inclusive em relação ao seu
estilo de vida, como se estivessem com o bem-estar mais elevado, além de se apresentarem
mais espontâneos, e com a autoestima maior. Relatavam que após as técnicas sentiam que
suas reações ansiosas pareciam mais controladas. Diante da proposta inicial e a realização da
pesquisa percebeu-se que se o período para o cumprimento das atividades pudesse ser
estendido, certamente os resultados obtidos seriam ainda mais satisfatórios.
Correlacionando as questões teóricas sobre o Transtorno de Ansiedade, mais
precisamente as reações ansiosas, a prática de exercícios de relaxamentos , a qualidade de
vida e as suas vivências, os exercícios e técnicas de respiração e relaxamento conjuntamente
com a psicoterapia, intensificado com o embasamento teórico, proporcionaram uma
proximidade ao alcance dos objetivos traçados no projeto para a aplicação do estudo.
42
Acalentando as expectativas e indagações tanto diante da pesquisadora, assim como
dos indivíduos participantes do grupo de TAG, compreendeu-se que as práticas de respiração,
vivências e o autoconhecimento, são experiências precisamente positivas, segundo as pessoas
que se propuseram a participar da pesquisa. Assim confirma-se a hipótese de que as técnicas
alternativas no processo terapêutico podem ser relevantes e complementares ao tratamento da
Ansiedade, além de outras patologias.
Análise das Entrevistas
As entrevistas foram baseadas nas questões pertinentes aos objetivos da pesquisa,
que eram: A ansiedade está presente no seu cotidiano? Como você percebe quando está
ansioso? O que você faz para acalmar a sua ansiedade? Você já sentiu problemas físicos por
ficar ansioso? Sua ansiedade se reflete na vida social e nos seus relacionamentos? Como você
se sente quando está ansioso? Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG,
você consegue perceber diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e reações
ansiosas?
Os entrevistados participantes do grupo são oito pessoas, sendo sete mulheres e
apenas um homem. Segundo Bauer (2004), os transtornos ansiosos acometem com grande
probabilidade as mulheres, uma das razões está voltada, às disfunções hormonais, na qual o
desequilíbrio favorece o desencadeamento da ansiedade, o transtorno de ansiedade tende a ter
suas manifestações na segunda década de vida.
Bauer (2004) contribui dizendo que outro fator que pode colaborar com o transtorno
de ansiedade são as bases genéticas, pois, homens e mulheres herdam bases neurobiológicas
da susceptibilidade à ansiedade. Para Castillo (2000), o sexo feminino tende a desenvolver o
transtorno de ansiedade, visto que as mulheres desempenham muitas tarefas no seu dia a dia,
portanto vivem sobre pressão e com isso produzem mais o hormônio do estresse, o cortisol,
43
que aumenta a adrenalina e acelera os batimentos cardíacos, desestruturando o equilíbrio das
células.
A primeira questão que investigou se os participantes percebiam a ansiedade presente
em seu cotidiano, constatou que cem por cento dos participantes confirmaram que a ansiedade
está presente em seu cotidiano, com muita frequência, e convivem com ela por um longo
período de tempo no seu dia a dia. Observem-se as proposições de um participante: “A
ansiedade se encontra muito presente no meu cotidiano, um dia sem motivo nenhum acordei
com o coração disparado, sufocamento, falta de ar, pensamentos terríveis, e ficou me
agoniando durante o dia todo, foi o dia mais triste da minha vida, espero nunca mais passar
por isso” (sexo: feminino, 38 anos).
Para Bauer (2004), vivenciar os sintomas de ansiedade faz parte do nosso cotidiano,
a ansiedade serve como sistema de alerta e regula os nossos medos. É um fenômeno
importante e necessário, sem o estado de ansiedade o indivíduo se arriscaria em situações
perigosas e correria o risco de morte com frequência, pois não sentiria medo.
Em relação ao segundo questionamento, investigou-se como os participantes
percebem quando estão ansiosos e, como resposta, obteve-se que primeiramente eles
identificam a sensação corporal como sintoma de ansiedade, sendo esse entrave físico o que
mais sentem.
Constata-se que esse resultado corrobora com a escala de avaliação de Ansiedade de
Hamilton, que avalia os seus participantes pelas conotações sensoriais 3.
Segundo Hetem & Graeff (2004), o questionário tem como objetivo avaliar os
pacientes que tem o diagnóstico de transtorno de ansiedade, a avaliação é feita por meio de
um questionário que tem como foco, identificar as sensações e estados psicológicos do
3
Esse questionário está dividido em sensações intelectuais, sensoriais, cardiovasculares, neurovegetativas,
gastrointestinais, e humor deprimido e ansioso, e seus medos. Portanto, o questionário parte do princípio que o
indivíduo ansioso, apresenta diversas sensações, as quais ele irá classificar a intensidade numa escala de zero a
quatro.
44
ansioso, partindo do pressuposto que o indivíduo identifica sua ansiedade através das suas
sensações corporais. O Manual de Transtornos Mentais IV (2002) também aponta como
escopo identificar o ansioso por suas conotações corporais.
Observem-se as proposições de alguns entrevistados que corroboram com o exposto:
O sujeito 01 expõe “me sinto tensa, nervosa, com pensamentos negativos. Agitada,
dores no peito, diminuição do apetite, voz trêmula, tenho dificuldade de concentração”.
(sexo: feminino, idade 20). O sujeito 04 se manifesta da seguinte forma: “me sinto triste,
desanimada, sufocada, não me concentro, tenho sensações de frio, muita vontade de ir ao
banheiro, e as pessoas me falam que fico pálida”. (sexo: feminino, idade: 22 anos). O sujeito
06 aponta que: “tenho a sensação de boca seca, coração acelerado, me sinto fraca e
pensamentos perturbadores”. (sexo: feminino, idade: 33 anos).
Em síntese, todas as
respostas pontuaram para alguma forma física a percepção de seu quadro ansioso.
Através da fala dos participantes pode-se ressaltar que para cada sujeito as
manifestações sentidas foram diferentes, as reações e sensações ansiosas são sentidas
diferentemente em cada indivíduo, pois cada um vivencia as experiências de forma diferente,
mas tendo em comum sensação, um desconforto em seus pensamentos, característico do
transtorno. Como afirma Holmes (1997), cada sujeito é único, sente e percebe diferentemente
seus estímulos e reações advindas do meio; contudo, ao ter contato com uma situação de
conflito, cada pessoa manifesta a reação que é apropriada ao seu estilo de vida. As reações
servem como um estímulo de defesa para poder lidar com o conflito, em que o indivíduo
enfrenta o estímulo da maneira mais condizente. Portanto, aciona sua defesa pessoal e esse
estímulo defensor é encarado com uma ajuda do organismo para combater os estímulos
interpretados como negativos do meio. Para Sheehan (2000), a subjetividade de cada pessoa,
dá características únicas diante da sociedade, portanto é responsável pelas conotações
45
sensitivas e corporais sentidas por cada ser humano, portanto cada indivíduo vivencia de
forma diferente suas reações, e seus sentimentos e estímulos ansiosos.
O terceiro questionamento investigou se os participantes já tinham sentido alguns
problemas físicos por ficarem ansiosos e verificou-se a confirmação de que todos os
participantes já sentiram problemas físicos, como dores no estômago, mancha roxa nas
pernas, cãibras, taquicardia, etc. Das respostas obtidas, expõem-se algumas proposições para
comprovar o exposto.
O sujeito 02 faz a seguinte proposição: “desenvolvi uma gastrite nervosa, pois
passava muito tempo ansioso e sem comer”. (sexo: feminino, idade: 20 ano). O sujeito 03
pontua:“acabei tendo convulsões nervosas, e engordei vinte quilos, pois para acalmar minha
ansiedade eu tinha compulsão alimentar, eu resolvia comer bastante”. (sexo: feminino, anos,
idade: 24 anos). E o sujeito 05 corrobora que “sinto muitas dores de cabeça e fortes dores no
estômago e sinto com bastante frequência meu coração acelerado”. (sexo: feminino, idade:
30 anos).
Pode-se observar que os sujeitos desenvolveram problemas os mais diversos,
portanto, desencadearam problemas físicos como uma fuga para tentar amenizar os estímulos
da ansiedade. Segundo Bauer (2004), todo o indivíduo tem um sistema de alarme, responsável
por regular seus medos e impulsos, quando o sistema de alarme e a ansiedade estão em níveis
normais, possibilitam ao indivíduo viver melhor. Quando esses níveis estão elevados, o
indivíduo adoece, o organismo não tem tempo para reestruturar o equilíbrio, então o
organismo começa a avisar através de somatizações que não está em seu funcionamento
normal, que está utilizando mais energia do que o necessário.
As somatizações são reações manifestadas pelo corpo, decorrentes de que algo não
está funcionando bem, antes que o corpo adoeça por completo, é uma forma de pedir atenção
para áreas que não estão sendo cuidadas. Segundo Hetem & Graef (2004), ao ficar ansioso, o
corpo recebe estímulos que associa como negativo e desencadeiam reações diversas nos
46
aspectos motores, sensoriais, intelectuais, respiratórios, cardiovasculares, gastrointestinais,
entre outros.
O questionamento seguinte investigou se a ansiedade reflete na vida social e
principalmente nos relacionamentos, e constatou-se que todos os participantes já passaram por
situações desagradáveis. Essa constatação corrobora com o pesquisador Nardi (2000), pois
para ele as pessoas que apresentam o quadro de transtorno de ansiedade, podem ser
caracterizadas como indivíduos que tem um breve surto durante o quadro ansioso, pois
perdem o controle de seus atos, com isso pensam e agem de forma errônea, comprometendo
suas atividades rotineiras e seus relacionamentos sociais e pessoais. Esse comprometimento
ocorre por meio de um acúmulo de informações que são processadas rapidamente, em
consequência as funções do organismo se alteram causando desconforto ao indivíduo que está
sentindo (BAUER, 2004).
Observem-se algumas proposições apresentadas nas quais o sujeito 03 afirmou que
“não consigo agir calmamente, tenho pensamentos distorcidos, tenho a necessidade de fazer
tudo muito rápido, às vezes sinto vontade de sair correndo me parece que tenho muita
energia acumulada no meu corpo”. (sexo:femininos, idade: 24 anos) O Sujeito 06 pontua:
“perdi vários relacionamentos pelos pensamentos e idéias distorcidas, já perdi também
emprego, pois tinha ansiedade falava mais alto e não consegui me conter”. O sujeito 08
aponta: “fico perturbado, sem saber como agir, tento parecer o mais normal possível, mais
sempre acabo provocando brigas, agindo erradamente”. (sexo: Masculino, idade:37 anos).
Nesse sentido, as afirmações dos entrevistados de que a ansiedade interferiu em suas
vidas, vem ao encontro da afirmação de Hetem & Graeff (2004), pois destacam que a
ansiedade não só interfere na vida dos indivíduos como também, acomete seus dias. O
indivíduo tem uma baixa no seu rendimento, e um declínio em sua qualidade de vida, ao se
deparar com seus sentimentos, vivencia um estado tão desagradável que pode ser comparado
com sensação de morte. Para Holmes (1997), o indivíduo ao se deparar com os estímulos de
47
ansiedade tendem a ter uma desfragmentação do eu, dessa forma agem sem controle sobre
seus atos, muitas vezes utilizando as fugas e as omissões de seus afazeres diários acarretando
problemas dos mais diversos possíveis. Para Bauer (2004) a ansiedade passa a ser um
transtorno na vida dos indivíduos quando a mesma é classificada erroneamente, pois muitas
vezes o indivíduo atribui as suas sensações e reações a um estilo de vida, dessa forma são
manifestações do corpo que passam a ser vistas como normais, o indivíduo não tem a real
clareza do que está acontecendo consigo, dentro dessa perspectiva a autora contribui dizendo
que o autoconhecimento é a base do tratamento da ansiedade, portanto tomar a consciência
das reações ansiosas o quanto antes, evitará situações desagradáveis e sem controle.
O questionamento seguinte investigou como os participantes se sentem quando estão
ansiosos. Como amostragem emerge algumas proposições:
O sujeito 01 relata; “parece que saio do meu estado normal, faço as coisas sem
perceber, parece que entro em transe, meu foco é nos pensamentos negativos, e como
controlá-lo, sem ter sucesso”. (sexo: feminino, idade 20 anos). O sujeito 04 aponta; “fico sem
foco, e muito triste, por não conseguir controlar meus pensamentos, sentimentos e ações, às
vezes tenho a sensação de estar ficando louca”. (sexo:feminino, idade: 22 anos). O sujeito 08
relata; “saio fora do ar, eu fico focalizado nos pensamentos e nas reações que sinto”. (sexo:
feminino, idade: 37 anos).
Portanto, diante dessas afirmações ressalta-se que o indivíduo ao se deparar com as
diversas reações e percepções que o estado ansioso possibilita, tende a não saber como lidar,
principalmente, com as reações corporais e os estímulos involuntários. Com essa confusão de
sensações e sentimentos, o indivíduo tenta canalizar quais são as manifestações mais latentes
e o que o está levando a ficar ansioso, sem obter respostas satisfatórias, pois o seu estado não
possibilita um raciocínio lógico. A maioria dos indivíduos acaba optando por um afastamento
do grupo social e se focaliza no problema existente (SHEEHAN, 2000).
48
Para Bauer (2004), o indivíduo ao se deparar com uma situação conflituosa, tende a
elevar o seu nível de adrenalina, começa a ter reações em seu comportamento, ou o indivíduo
tem a consciência de suas sensações físicas, ou a consciência de estar nervoso e amedrontado,
com isso acaba desencadeando sentimentos vagos e difusos. O sujeito tem a sensação de
descontrole da sua própria vida, tendo atenção apenas para as suas sensações, acabando por
interagir com o meio de forma impulsiva e sem prestar atenção em suas ações.
O último questionamento investigou se após começar a participar da Psicoterapia e
do grupo de TAG, os participantes conseguiram perceber diferença em sua vida, em relação
ao seu comportamento e às reações ansiosas. Deste questionamento emergiram as seguintes
afirmativas:
O participante 01 relata que “ao começar a terapia e logo em seguida a
complementar com o grupo de TAG, para mim foi ótimo, hoje consigo me perceber melhor,
consigo relacionar o que é ansiedade, e o que me faz ficar ansioso, consigo controlar meus
pensamentos, e sentimentos, posso vivenciar experiências, sair de casa, sem ter medo das
minhas reações ansiosas, comecei a fazer atividades físicas, que me fazem muito bem, para
mim estar participando do grupo foi ótimo”. (sexo: Feminino, idade: 20 anos).
O participante 03 aponta que “o grupo de TAG, junto com as psicoterapias, me
possibilitaram conhecer pessoas que passavam pela mesma situação que eu, então entendia
que eu não era a única, que havia mais pessoas que se sentiam igual a mim e assim trocamos
experiências, para mim foi ótimo, adoro as técnicas de relaxamento, estou gostando bastante,
por mim eu participaria do grupo e faria terapia todos os dias”. (sexo: feminino, idade: 24
anos).
Sendo assim, para o estudioso Milleco (2001), muitas sintomatologias podem ser
amenizadas com a complementação de terapêuticas, sendo os grupos de terapias e a prática de
exercícios físicos, alternativas relevantes e eficazes, no sentido de reintegrar os sentimentos e
49
as sensações físicas e emocionais. Ressalta que “através dos grupos de apoios e terapias,
resgataram a sua unidade, a intensidade do viver”. (MILLECO, 2001, p. 45).
Ruud (1990) completa afirmando que as terapias permitem o extravasar de vários
conflitos e emoções que acometem o ser humano, num espaço apropriado e permissivo com
apoio do terapeuta.
Considerações Finais
A presente pesquisa permitiu a construção de alguns conhecimentos a respeito do
transtorno de ansiedade, dentre estas descobertas constatou-se que, de fato, os exercícios
físicos e terapias alternativas auxiliam na recuperação de diversos quadros patológicos,
inclusive no Transtorno de Ansiedade. Como visto, a partir dos resultados da pesquisa, a
hidroginástica e os exercícios relaxantes como meditações e Yoga podem contribuir
valiosamente no que se refere ao tratamento da doença, sendo antes de tudo uma relação
construída em encontros que se constituem em momentos de vivências, experiências, e o
autoconhecimento.
Diante desse estudo foi possível responder o problema da pesquisa, que buscava
identificar quais as contribuições dos exercícios físicos e qualidade de vida no cotidiano dos
indivíduos, como técnica psicoterapêutica e como complemento no tratamento de pacientes
diagnosticados com Ansiedade e Transtorno de Ansiedade. Neste sentido, compreendeu-se
também que os motivos que conduziram os pacientes a procurarem e continuarem a participar
dos grupos e terapias para acalmarem seus estados ansiosos foram pela contribuição positiva
que tiveram ao longo do tratamento, vendo como uma possibilidade de terapia ocupacional.
Para outros participantes foi à necessidade de sentirem-se mais seguros para
expressar, suas experiências ansiosas e saber que todos do grupo já vivenciaram e
conseguiram passar por essas situações, portanto, buscam a ampliação dos conhecimentos
relacionados ao Transtorno de Ansiedade. Durante o processo compreendeu-se que as
50
emoções e sentimentos emergentes no processo dos sintomas de transtorno de ansiedade e
suas relevâncias, podem ser consideravelmente minimizadoras dos sintomas ansiosos, sendo
fortes contribuintes na expressão dos elementos da subjetividade, e elevação da autoestima.
Compreendeu-se também que a envolvente ligação do grupo e a colaboração dos
participantes, além de aparentemente reequilibrar a energia física e psíquica do ser humano,
possibilitaram o desencadeamento da sensibilidade e da capacidade criativa deste.
A troca de experiências e o contato podem ser recarregadores das energias vitais,
resultando numa inundação de afetos, recordações, emoções e sentimentos. Certamente
vinculado da experiência da essência humana, que pode tornar o homem um ser mais
integrado. Neste sentido, observou-se o processo de amenização da sintomatologia do
transtorno através da troca de vivências.
Portanto, o grupo terapêutico de ansiedade, trabalhando com as vivências,
experiências e o autoconhecimento, possibilitou as expressões individuais, contribuiu para o
melhoramento comparável aos mesmos efeitos que os remédios permitiam, por conseguinte,
práticas saudáveis garantem o bem-estar dos indivíduos ansiosos.
51
REFERÊNCIAS
ANDRIANTINI, Juan Carlos, LACERDA, Julio silva, ZARZETO Eduardo - Ansiedade disponível em in. PsiqWeb, Internet, http://www.psiqweb.med.br/, revisto em 2005. Acessado
em: 18 de maio de 2010.
BAUER, Sofia, Da Ansiedade a Depressão. Campinas - São Paulo, Livro Pleno. 2004. 584
p.
BROW, Carlos, transtorno de Ansiedade Generalizada. 1993. Disponível em
http://www.redepsi.com.br/portal/modules/smartsection/item.php?itemid=1247; acesso em:
05 de maio de 2010.
CAMPOS, Vicentes Falconi. TQC- Controle de Qualidade Total. 2. Ed. São Paulo: Bloch
Editores, 1992. 180 p.
CASTILLO, Ana Regina GL. et al. Transtornos de Ansiedade. Revista Brasileira de
psiquiatria. Vol 22. São Paulo, 2000. 229 p.
CRAFT, Leandro & LANDERS. Rogério Luz Transtorno de Ansiedade generalizada e
seus sintomas. 1997. Disponível em :
http://portaldocoracao.uol.com.br/materias.php?c=sinais-e-sintomas&e=1051 acesso em: 17
de maio de 2010.
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto
Alegre: Artmed, 2000. 271 p.
DE MASI. Domenico. O Ócio Criativo. Rio de Janeiro: Sextante, 2000. 351 p.
DEL REY , Luiz; Transtorno de Ansiedade Generalizada. 2006. Disponível em
http://www.mundoeducacao.com.br/psicologia/transtornos-ansiedade.htm acesso em: 13 de
março de 2010.
DSM-IV Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais trad. Cláudia
Dornelles; 4 ed. ver. Porto alegre: Artes Médicas, 2002. 880 p.
LEMOS, Richard Saul. Ansiedade de informação. São Paulo: Cultura Editores Associados,
2002. 380 p.
52
LUCIANO, Fábia Liliã. Metodologia cientifica e da pesquisa. Criciúma: ed do autor, 2006.
56 p.
FERNANDES, Eda C. Qualidade de vida no trabalho: como medir para melhorar. Ed.
Salvador: Casa da Qualidade Edit. Ltda; 1996. 279 p.
FLECK, Marcelo P.A, et al. Desenvolvimento da versão em português do instrumento de
avaliação de qualidade de vida da OMS (WHOQOL-100). Revista Brasileira Psiquiatria
vol. 21, São Paulo. 1999.
GALVÃO, Ana Luiza & ABUCHAIM, Claudio Moojem; Transtorno de Ansiedade
Generalizada. 2001. Disponível em: http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?142 acesso
em 01 de maio de 2010.
GIL, Antonio Carlos – Como elaborar projetos de pesquisa: 3 ed. São Paulo: Atlas, 1991,
171 p.
GOLÇALVES, Aguinaldo. VILARTA; Roberto. Qualidade de vida e atividade física,
explorando teorias e práticas. Barueri, SP: Ed. Manole , 2004. 287 p.
GONÇALVES, Teresinha Maria. Meio ambiente e saúde: o ecológico na epidemiologia=
Environment and health: the ecological in epidemiology. Revista de Tecnologia e Ambiente
(Criciúma), Criciúma, SC , v.12, n.1 , p.7-17, dez. 2006.
HOLMES, David S. Psicologia dos Transtornos Mentais. 2 ed. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1997. 565 p.
HETEM, Luiz Alberto B.; GRAEFF, Frederico G. Transtorno de Ansiedade. São Paulo:
Atheneu, 2004. 435 p.
KAPLAN, Harold I.; SADOCK, Benjamin J.; GREBB, Jack A. Compêndio de Psiquiatria:
ciências do comportamento e psiquiatria clínica. 7 ed. Porto Alegre: Artmed, 1997. 1169 p
KINRYUS, marcos, WIGANT, Lucio Transtorno de Ansiedade. 2005, Disponível em
http://www.redepsi.com.br/portal/modules/smartsection/item.php?itemid=1247; acesso em:
02 de março de 2010.
53
LEAL, José da Silva & LOUZADA, Gilberto; Qualidade de vida no Trabalho. 1999.
Disponível em: http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=8&infoid=34
Acesso em: 16 de maio de 2010.
LEMOS, Conceição. Associação entre depressão, ansiedade e qualidade de vida após infarto
do miocárdio. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília , v.24, n.4 , p.471-476, dez. 2008.
LEOPARDI, Maria Tereza. Metodologia da pesquisa na saúde. Santa Maria, RS: Pallotti,
2001. 105 p.
MILLECO B. (2001). Fases da vida: crises e desenvolvimento da individualidade (5a ed.).
São Paulo: Antroposófica.
NAKAMURA, Lueni, Ansiedade Generalizada disponível em
http://www.psicosite.com.br/tra/ans/ansgeneralizada.htm,revisa em 2007; acesso em: 10 de
abril de 2010.
NARDI, Antonio Egídio. Transtorno de ansiedade social: fobia social - a timidez
patológica. Rio de Janeiro: MEDSI, 2000. 145 p.
NAHAS, Markus Vnicius. Atividade Fisica, Saúde e Qualidade de vida: conceito e
sugestões para um estilo de vida ativo. 3.Ed.rev.e atual. Londrina: Madiograf, 2003. 278 p.
PAPALIA, Diane E; OLDS, Sally Wendkos; FELDMAN, Ruth Duskin. Desenvolvimento
humano. 8.ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 888 p.
PARKUS, Luiz, VIEIRA José Henrique, Qualidade de vida no trabalho e a auto
realização, 2004. Disponível em: http://www.facape.br/ruth/adm-comport_organ/CO__Texto_2_-_Qualidade_de_vida_no_trabalho_x_autorealizacao.pdf , acesso em 25 de abril de
2010.
RAMOS, Renato Teodoro. Transtornos de ansiedade= Anxiety disorders. Rbm (São Paulo):
Revista Brasileira de Medicina, São Paulo, v.66, n.11, p.365-374, nov. 2009.
ROSA, Marcos Antonio Salles. Qualidade de vida no trabalho: análise do caso de
trabalhadores de uma empresa do ramo de metalúrgica de ponta grossa-PR: Campus ponta
Grossa. 2006. 109f. Disponível em
http://www.pg.cefetpr.br/ppgep/disertações/diss_2006/salles_rosa_ppgep.pdf Acesso em:
21 de Março de 2010.
54
ROSA, Merval. Psicologia evolutiva. 3.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1987. 143 p.
RUUD, Even, Caminhos da musicoterapia. São Paulo – Summus, 1990. 107 p
SAÚDE, Coord Organiz mund, Classificação de Transtornos Mentais e de
comportamneto da CID 10: descrições clinicas e diretrizes diagnósticas- trad Dorival
Caetano – Porto Alegre: artes medicas, 1993. 184p.
SALMOS, Roberto. Treinamento de força na saúde e quantidade de vida. São Paulo. Ed.
Phorte, 2001. 208 p.
SHEEHAN, Elaine. Ansiedade, fobias e síndrome do pânico : esclarecendo suas dúvidas.
São Paulo: Ágora, 2000. 114 p.
TALBOTT, J.; HALES, R. & YUDOFSKY, S. Tratado de Psiquiatria. Porto Alegre, Artes
Médicas. 1992. 795 p.
TEIXEIRA, Paulo Fleury. Autonomia como categoria central no conceito de promoção de
saúde= Autonomy as a central criterion in the concept of health promotion. Ciência &
Saúde, 2001.
TRICKETT, Shirley. Ansiedade e Depressão: Manual de auto-ajuda. 2.ed São Paulo :
Paulinas, 2000. 145 p.
VERSIANI, M; Diagnostico e Tratamento dos transtornos de ansiedade- associação
brasileira de psicologia; 2001.Disponível em:
http://www.projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/099.pdf acesso em:30 de abril de 2010
ZANDOMENEGHI, Denise Cristina. Ansiedade e Insegurança. Jornal Mundo Jovem, nº
389 agosto de 2008, p. 19. Caxias do Sul R.S.
55
ANEXOS
56
ANEXO 01
TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu, ________________________________________________________________
residente à rua _______________________________________________________
na cidade de _________________, declaro conhecer todas as implicações da
participação da pesquisa realizada pela acadêmica SAMARA PRUDÊNCIO, cujo
tema é “TRANSTORNO DE ANSIEDADE: AS INFLUÊNCIAS NA QUALIDADE DE
VIDA DAS PESSOAS”, para fins de elaboração do trabalho monográfico, em caráter
obrigatório para obtenção do título de Psicólogo na Universidade do Extremo Sul
Catarinense – UNESC. Assim sendo, estou ciente de estar colaborando no
fornecimento de dados, permitindo o uso das informações recolhidas através de
entrevistas sem identificação e o não ressarcimento pela participação na mesma.
Autorizo também a gravação da entrevista.
Para tanto, declaro participar por consentimento livre e esclarecido da
pesquisa.
_____________________________________
Entrevistado
Criciúma, ________________________ de 2010.
Acadêmica: Samara Prudêncio – Tel.: 96403826
Orientadora: Denise Nuernberg –Tel.: 99847762
57
APÊNDICES
58
APÊNDICE 01
Questionário
Idade .................
Sexo........................
Profissão.....................
1- A ansiedade está presente no seu cotidiano?
2-Como você percebe quando está ansioso?
3- Você já sentiu algum problema físico por ficar ansioso?
4- Sua ansiedade se reflete na vida social e principalmente nos
relacionamentos?
5- Como você se sente quando está ansioso?
6- Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você
consegui nota diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e
reações ansiosas.
59
APÊNDICE 02
TRANSCRIÇÃO DAS ENTREVISTAS
1º Questionário
Idade: 20 anos Sexo: Feminino Profissão: Estagiária
1- A ansiedade está presente no seu cotidiano? Sim
2-Como você percebe quando está ansioso? Me sinto tensa, nervosa, com
pensamentos negativos, agitada, dores no peito, diminuição do apetite, voz trêmula
e não consigo me concentrar.
3-Você já sentiu algum problema físico por ficar ansioso? Sim, Muitas dores no
estômago, manchas roxa nas pernas, formigamento nas mãos.
4- Sua ansiedade se reflete na vida social e principalmente nos
relacionamentos? Sim, quando tenho crises ansiosas, tenho câimbras eu brigo com
todo mundo parece que estou em outro estado, não consigo me controlar.
5- Como você se sente quando está ansioso? Parece que saio do meu estado
normal, faço as coisas sem perceber, parece que entro em transe só consigo pensar
nos pensamentos negativos. E como controlá-los, sem conseguir
6- Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você
consegui nota diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e
reações ansiosas?
Ao começar a terapia e logo em seguida a complementar
com o grupo de Tag, para mim foi ótimo, hoje consigo me perceber melhor consigo
relacionar o que é ansiedade, e o que me faz ficar ansiosos, consigo controlar meus
pensamentos, e sentimentos, posso vivenciar experiências, sair de casa, sem ter
medo das minhas reações ansiosas, comecei a fazer atividades físicas, que me
fazem muito bem, para mim estar participando do grupo foi ótimo
2º Questionário
Idade: 21 anos Sexo: feminino Profissão: secretária
1- A ansiedade está presente no seu cotidiano? Muito presente
2-Como você percebe quando está ansioso? Me sinto muito mal, fico irritada,
não consigo dormir direito, pensamentos a mil, em várias atividades, choro muito,
tenho a sensação de sufocamento. Parece que tenho disposição para sair correndo
por horas.
3-Você já sentiu algum problema físico por ficar ansioso? Desenvolvi uma
gastrite.
4-Sua ansiedade se reflete na vida social e principalmente nos
relacionamentos? Sim muito, principalmente quando tenho muito trabalho, tenho
pensamentos negativos, tenho impressão de não dar conta dos afazeres, parece
que as pessoas que trabalham comigo estão notando que eu estou ansiosa, e
quando chego em casa não consigo dormir só pensando no meu dia trágico, não
gosto que ninguém converse comigo.
5- Como você se sente quando está ansioso? Sem rumo, não raciocino direito
6- Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você
consegui nota diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e
reações ansiosas? Nunca fui tão feliz em toda minha vida, hoje tenho uma vida
saudável, desenvolvo várias atividades, consigo controlar meus pensamento, sou
60
mais alegre, não me vejo mais em situação de alerta que antes costumava a ficar,
me permito a vivenciar as coisas boas.
3º Questionário
Idade: 24 Sexo: Feminino Profissão: Estagiaria
1- A ansiedade está presente no seu cotidiano? Sempre
2-Como você percebe quando está ansioso? Fico meio confusa, pensamentos
distorcidos em relação a algumas situações. Vontade de chorar, aperto no peito.
3-Você já sentiu algum problema físico por ficar ansioso? Engordei 20 quilos,
pois para me controlar eu tinha compulsões alimentares, e por duas vezes tive
convulsões nervosas.
4- Sua ansiedade se reflete na vida social e principalmente nos
relacionamentos? Sim, sempre, não consigo agir calmamente e normalmente.
Muitas vezes choro ao enfrentar situações que me causam ansiedade.
5- Como você se sente quando está ansioso? Confusa, com medo, triste,
chorona, sensação estranha parece que o mundo vai acabar ou eu vou morrer.
6- Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você
consegui nota diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e
reações ansiosas? O grupo de TAG junto com as psicoterapias, me possibilitaram
conhecer pessoas que passavam pela mesma situação que eu, então entendi que
eu não era a única, que havia mais pessoas que se sentiam igual a mim e assim
trocamos experiências, para mim foi ótimo, adoro as técnicas de relaxamento, estou
gostando bastante, por mim eu participaria do grupo e faria terapia todos os dias.
4º Questionário
Idade: 22
Sexo: Feminino
Profissão: Estudante de enfermagem
1- A ansiedade está presente no seu cotidiano? Sim
2-Como você percebe quando está ansioso? Me sinto triste, desanimada, com
pensamentos negativos, sufocada, não me concentro, tenho sensações de frio,
calafrios, muitas vontade de fazer xixi, as pessoas me dizem que fico pálida
3- Você já sentiu algum problema físico por ficar ansioso? Dores musculares.
4- Sua ansiedade se reflete na vida social e principalmente nos
relacionamentos? Sim, não consigo fazer nada, fico no meu canto, tenho medo de
fazer algo de errado.
5- Como você se sente quando está ansioso? Sem foco, e muito triste por não
conseguir controlar meus pensamentos, sentimentos e ações.
6-Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você
consegui nota diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e
reações ansiosas? Quando eu comecei a participar do grupo foi através da minha
amiga que me incentivou muito, pois ela estava melhor e gostaria que eu ficasse
melhor também, mais eu vim meio obrigado, depois eu descobri que como é bom
falar de nossas experiências de sabermos que não somos únicos, que tem pessoas
que me entendem isso para mim é muito bom, hoje eu vivo uma vida muito melhor
me percebo e me cuido, e sei que posso viver uma vida como qualquer pessoa.
5º Questionário
Idade: 30 Sexo: Feminino Profissão: Secretária
1- A ansiedade está presente no seu cotidiano? As vezes
2-Como você percebe quando está ansioso? Fico inquieta, e parece que o meu
rosto está pegando fogo, coração acelerado, idéia negativa.
61
3- Você já sentiu algum problema físico por ficar ansioso? Sim muitos, como
dores de cabeça fortes, dores no estomago,
4- Sua ansiedade se reflete na vida social e principalmente nos
relacionamentos? Antes sim, quando eu não tinha controle, eu brigava com todo
mundo. Tinha idéias distorcidas.
5- Como você se sente quando está ansioso? Fora da realidade, com medo,
tremula, tenho náuseas, me sinto sem controle sobre minha vida
6- Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você
consegui nota diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e
reações ansiosas? Só posso dizer muito obrigado por me fazerem compreender o
que é o transtorno de ansiedade e como eu posso viver com ele, para mim a terapia
e o grupo foi muito bom e eu espero que o nosso círculo de amizade e de pessoas
ansiosas possam aumentar, pois só quem passa por esse transtorno sabe o quanto
é triste estar vivendo está sensação e ninguém entender achar que é bobagem, já
estou falando para todos que conheço do nosso grupo de tag.
6 º Questionário
Idade: 33 anos Sexo: Masculino Profissão: Técnico de informática
1- A ansiedade está presente no seu cotidiano? Sim, quase sempre
2-Como você percebe quando está ansioso? Fico confuso, boca seca, tenho
taquicardia, me sinto fraco. Pensamentos que perturbam
3- Você já sentiu algum problema físico por ficar ansioso? Não
4- Sua ansiedade se reflete na vida social e principalmente nos
relacionamentos? Sim, já perdi muitos relacionamentos, e muita oportunidade de
emprego, por ter ficado ansioso ao extremo.
5- Como você se sente quando está ansioso? Me percebo louco, fora de mim.
6- Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você
consegui nota diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e
reações ansiosas? O grupo foi ótimo, apesar de no começo ficar meio receoso,
pois eu era o único homem, pensei que eu estava passando por um transtorno de
mulher (risos). Mais depois com mais conhecimento descobri que tem muitos
homens que passam pelo transtorno mais não tem a coragem de procurara ajuda, a
terapia e o grupo me fizeram a ver o mundo muito diferente antes eu tinha uma idéia
agora tenho outra. O grupo e a terapia foi, e é a melhor coisa que me puderam
proporcionar gosto muito de estar aqui, para mim não tem coisa melhor, melhorei
muito minha alto-estima minha qualidade de vida com as dicas, eu sempre que
posso ponho em prática.
7º Questionário
Idade: 23 anos Sexo: Feminino Profissão: Secretária
1- A ansiedade está presente no seu cotidiano? Sim
2-Como você percebe quando está ansioso? Fico tremula confusa, tensa,
cansada, apreensiva.
3- Você já sentiu algum problema físico por ficar ansioso? Dores, musculares.
4- Sua ansiedade se reflete na vida social e principalmente nos
relacionamentos? Sim, muitas vezes fiquei ansiosa com medo não consegui sair
de casa para vim trabalhar.
5- Como você se sente quando está ansioso? Nervosa, tonta, perco o interesse
pelas atividades.
6- Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você
conseguiu nota diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e
62
reações ansiosas? O grupo e a terapia foi, e é a melhor coisa que eu me
proporcionei gosto muito de estar aqui, para mim não tem coisa melhor, melhorei
muito minha alto-estima minha qualidade de vida com as dicas de exercícios físicos,
e boa alimentação.
8 º Questionário
Idade: 37 anos Sexo: Feminino profissão: Atendente
1-A ansiedade está presente no seu cotidiano? A ansiedade se encontra muito
presente no meu cotidiano, um dia sem motivo nenhum acordei com o coração
disparado, sufocamento, falta de ar, pensamentos terríveis, e ficou me agoniando
durante o dia todo, foi o dia mais triste da minha vida, espero nunca mais passar por
isso.
2- Como você percebe quando está ansioso? Fico tensa, sinto muito calafrios,
tenho temores de que algo ruim vai acontecer, ou que não vou dar contra dos
afazeres, muita rapidez ao fazer as coisas.
3- Você já sentiu algum problema físico por ficar ansioso? Sim, dores nas
costas, pernas e dores de cabeça, prisão de ventre.
4- Sua ansiedade se reflete na vida social e principalmente nos
relacionamentos? Sim, pois fico perturbada, sem saber como agir, tento parecer o
mais normal possível, daí fico tensa e a maioria das vezes faço e falo coisas que não
deveria.
5- Como você se sente quando está ansioso? Saio fora do ar, parece que o meu
mundo se fecha e eu só fico focalizada nos pensamentos e reações que estou
vivenciando.
6- Após começar a participar da Psicoterapia e do grupo de TAG, você
consegui nota diferença em sua vida, em relação ao seu comportamento e
reações ansiosas? As terapias convencionais e o grupo, puderam mostrar para
mim uma nova vida, uma pessoa que pode viver sim com os sintomas ansiosos,
mais que pode se controlar, que pode viver uma vida ótima, com qualidade de vida
sem apreensão e pensamentos distorcidos, e sensação de aperto no peito de que o
mundo iria acabar hoje eu me noto muito mais feliz, hoje eu me conheço, e sei de
onde vêm meus anseios e meus medos.
63
APÊNDICE 03
64
APÊNDICE 04
65
APÊNDICE 05
66
67
APÊNDICE 06
Sra. Samara Prudêncio
Esta secretaria da Revista de Ciências Humanas recebeu seu artigo.
Agradecemos a colaboração.
Grato,
Luiz Carlos Cardoso
Secretaria - RCH
----- Original Message ----From: Samara Prudêncio
To: [email protected]
Sent: Friday,, June 11, 2010 6:07 PM
Subject: Artigo: Transtorno de Ansiedade: as Influências na Qualidade de vida das
Pessoas
TRANSTORNO DE ANSIEDADE: AS INFLUÊNCIAS NA QUALIDADE DE VIDA
DAS PESSOAS
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
Samara Prudêncio1 e Denise Nuernberg2
1
Acadêmica da 9ª fase do Curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul
Catarinense – UNESC.
Endereço: Rua Travessa Antonio Serafim, Bairro: Laranjinha, nº 127– 88818-650 –
Criciúma-SC – Brasil. Tel.: 48 96403826
E-mail: [email protected]
2
Coordenadora e professora do Curso de Psicologia da Universidade do Extremo
Sul Catarinense – UNESC e psicóloga clínica.
Especialista em Fundamentos Psicopedagógicos do Ensino – Unesc.
Endereço: Rua Coronel Pedro Benedet, nº 363 Ed. San Vicente – Sala 809 – Centro
– 88801-250 – Criciúma-SC – Brasil. Tel.: 48 34372840. E-mail: [email protected][email protected]
68
Download