Sebenta de Cirurgia Digestiva II

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2011
Sebenta de
Cirurgia Digestiva II
4º ano - Mestrado Integrado em Medicina - FMUC
Baseada na sebenta pré-existente, apontamentos da aulas e em slides de
outros anos.
Patrícia Gaspar Silva
 Adenocarcinomas
 Assintomáticos/poucos sintomas
 Jejuno proximal
 Metástases em 80% aquando da cirurgia
 Terapêutica: Ressecção segmentar
 Prognóstico: Sobrevida aos 5 anos: 25%
 Leiomiosarcomas (raro)
Tumores do Intestino Delgado
Epidemiologia








1-5% dos tumores do tubo digestivo
Surgem + no íleo terminal (tb no jejuno proximal)
85% em indivíduos > 40 anos
Correlacionados com outras neoplasias primárias
Apenas 10% são sintomáticos
Benignos 10x + que malignos
Linfoma é o tumor maligno mais frequente
75% dos sintomáticos são malignos
 Hemorragia digestiva
 De causa oculta (astenia + anemia
ferropénica)  + comum
 Oclusão (por invaginação do tumor)
Secundários ou metastáticos
 Origem:
 Melanoma (50% metástases intestinais)
 Rim, mama (raro), pulmão, colo uterino
 Sintomatologia: Obstrução ou hemorragia
 Tratamento: Cirurgia nas complicações
Tumores Carcinóides
 Apudomas (células enterocromafins ou do sistema
APUD)
 Solitários ou associados a outras neoplasias (MEN I
e II)
 Aos 25 - 45 anos
 Localização no tubo digestivo (MEN):
 alto - 5%
 médio – 88%
1º apêndice
2º intestino delgado (íleo 10x > jejuno)
 baixo – 6% (MEN)
 40% são múltiplos
 Morfologia: Nódulos amarelados, duros, na submucosa.
 Têm crescimento lento.
 No diagnóstico:
 40% com invasão da muscular  T2
 45% com N+ ou M+ hepáticas
 Correlação tamanho/metastização:
 Se <1cm, < 2% com M+
 Se > 2cm, 80% com M+
 Substâncias secretadas:
 Serotonina e substância P
 Neurotensina
 Gastrina, Secretina
 Glucagon, etc…
 Sinais e sintomas:
 Maioria assintomáticos
 30%: oclusão, dor, hemorragia
 10%: SÍNDROMA CARCINÓIDE (quando
secretadas aminas activas)
 «Flush» cutâneo
 Diarreia
 Broncoconstrição
 Doença valvular cardíaca direita
 Metástases
hepáticas
ou
carcinoma
ovário/brônquios
Tumores Benignos
Pólipos
 Hamartomas (+ frequentes)
 Solitários (50%); múltiplos (50%)
 S. Peutz-Jeghers (10%):
 Pólipos gastro-intestinais
 Pigmentação muco-cutânea (lábios e
orofaringe)
 Cirurgia: só se sintomas
 Adenomatosos
 Relativamente raros no ID (≠ do cólon)
 Geralmente solitários
 Sintomatologia: oclusão ou hemorragia
 Geralmente surgem num contexto de PAF ou
Polipose juvenil
Outros
 Leiomiomas
 Lipomas
 Neurofibromas
 Fibromas
 Endometriose
 Hemangiomas
Tumores Malignos
Primários
 Linfomas(Ocidente)
 Lesões focais, nodulares, polipóides ou
ulcerativas
 No jejuno proximal (doença celíaca) e íleo distal
 Proliferação de células B
 Lesões múltiplas em 25%
 Sintomatologia: Oclusão, hemorragia ou
perfuração
 Terapêutica: Ressecção conservadora +
radioterapia (RT) c/ ou sem quimioterapia (QT)
 Prognóstico: Sobrevida aos 5 anos = 40%
2
 Tratamento:
 Cirúrgico – ressecção
 «2nd-look» aos 6 meses
 Metástases hepáticas:
 solitária  ressecção
 múltiplas ou não ressecáveis
 QT infusional da artéria hepática
 Embolização da artéria hepática
 Se síndroma carcinóide:
 Fenotiazinas
 Corticóides
 Antagonistas dos receptores da histamina
 Octreótido
 Interferon
 Prognóstico:
 Sobrevida aos 5 anos após ressecção: 70%
 Sobrevida aos 5 anos com metástases
hepáticas: 20%
 Sobrevida média desde o diagnóstico
histológico: 14 anos
 Sobrevida média desde o início do S.
carcinóide: 8 anos
Terapêutica
 Ressecção do divertículo «em cunha»  usada nos
“achados” acidentais, quando não há processo
inflamatório associado
 Ressecção intestinal que engloba o divertículo 
se processo inflamatório associado
Divertículos adquiridos







Jejuno e ileum
Raros: 1-3% (descobertos por Rx e autópsias)
Podem ser verdadeiros ou falsos
Geralmente múltiplos
Com diverticulose duodenal ou cólica em 30%
Se surgem sintomas geralmente é em > 60 anos
Doença da motilidade geralmente associada
(esclerose sistémica, miopatia visceral familiar)
 Pseudo-obstrução,
inflamação
(perfuração),
hemorragia
 Diagnóstico: Enteroclise
 Cirurgia se perfuração ou hemorragia
Enterite Rádica
Divertículos
 Em doentes submetidos a radioterapia abdominal
ou pélvica por cancro (+ com cancro do colo do
útero)
 Hoje em dia é menos frequente.
 Ocorre devido a rádio-sensibilidade das células
proliferativas do epitélio intestinal
 Pode ser precoce ou tardia
 Dose-dependente:
 4500 cGy  5%
 6000 cGy  30%
CONGÉNITOS (Divertículo de Meckel)
ou
ADQUIRIDOS
Divertículo de Meckel
Características gerais
 Remanescente do canal onfalo-mesentérico;
 Revestido por mucosa intestinal, cólica ou gástrica
(esta pode ulcerar e sangrar!);
 Localização: 10-90 cm da válvula ileo-cecal no
bordo anti-mesentérico do ileum;
 H/M – 1:1
 Prevalência: 1 – 3%
 Maioria assintomáticos (achado acidental), mas se
tecido heterotópico  sintomas em 60%
 Complicações em 4% (40% com < 10 anos)
Precoce





Sinais e Sintomas
 Hemorragia: 40%
 Invaginação: 20%
 Diverticulite ou perfuração péptica: 15%
 Dor na FID ou peri-umbilical, possível peritonite
 Semelhante apendicite aguda
 Oclusão por volvo (pode evoluir p/ necrose!) ou
invaginação
 Diagn: cintigrama c/ Tc99 ou enteroressonância
Durante ou ≈ 1 mês depois
Relacionada com uma dose mais intensa
Lesões mucosas
Sintomas minor, transitórios
Dor abdominal, náuseas e vómitos, diarreia
sanguinolenta
Tardia






3
≈ 30 anos depois
Doses menos intensas
Lesões vasculares da parede intestinal
Isquémia intestinal crónica
Sub-oclusão ou oclusão
Cancro (raro)
Tratamento
Síndrome do Intestino Curto
 Médico (>ia dos doentes)
 Cirúrgico (menos usado porque grandes áreas são
afectadas)
 Alívio dos sintomas
 Oclusão devido a estenose ou envolvimento
por fibrose pélvica
 Perfuração com abcesso ou fístula
 Hemorragia devido a ulceração da mucosa
 Ressecção ou «by-pass» (anastomose em
intestino sem lesão)
 Mortalidade operatória: 10-15%
Situação de má absorção consequência de uma
ressecção maciça do jejuno/íleo
Causas para a ressecção extensa do ID:






Doença vascular mesentérica/isquémia intestinal
Trauma
Doença de Crohn
Enteropatia rádica
Estrangulamento por hérnia
Neoplasia
Rebate na capacidade de absorção depende de:
 Extensão e localização da ressecção
 Presença/ausência de válvula íleo-cecal e cólon (a
excisão desta acelera o trânsito intestinal e diminui
a absorção do segmento mantido)
 Função de absorção e adaptação do intestino
restante
 Natureza e complicações do processo de base
Prognóstico
 Reservado
 Sobrevida aos 5 anos pós-cirurgia: 30-45%
Fisiologia do Intestino Delgado
Manifestações mais frequentes
 Desnutrição/Síndrome de mal-absorção
 Diarreia persistente (diminuição da reabsorção de
H2O e da absorção de sais biliares)
 Esteatorreia (má absorção de sais biliares) → mais
grave se ressecção superior a 1m de íleo terminal
 Hiperoxalúria entérica (por absorção excessiva de
oxalato pelo cólon) → formação de cálculos de
oxalato de cálcio
 Gastrite (por hipersecreção gástrica)
 Litíase biliar (consequência da alteração do ciclo
entero-hepático de sais biliares)
 Acidose láctica → confusão mental, perda de
memória, comportamento instável, discurso
incoerente
Se restam menos de 3m de intestino delgado, temos
anomalias nutricionais graves. Se menos de 2m, a
função de absorção está clinicamente impedida. Se
resta apenas 1 metro ou menos  nutrição
parenteral total (NPT) indefinidamente.
A excisão do íleo tem mais consequências que a do
jejuno porque o íleo é responsável pela absorção de
vários elementos fundamentais – Vit. B12, colesterol,
sais biliares, lípidos e vitaminas lipossolúveis (A, D, K e
E), funções estas a que o jejuno não se consegue
adaptar.
Após a cirurgia existe um período de adaptação
(até 2 anos) com aumento do número de vilosidades e
alongamento do intestino, numa tentativa de
optimizar a função do intestino restante.
4
Tratamento
Fístulas Digestivas
↘Médico
Objectivos
 Optimizar a função do intestino restante
 Estancar a diarreia
 Diminuir hipersecreção gástrica
 Manter, na medida do possível, alimentação oral
com:
 ↑ calorias ingeridas
 Suplementos vitamínicos (++ vit.B12 se íleo
terminal ressecado)
 Suplementos de cálcio e magnésio
 ↑ ingestão de triglicerídeos de cadeia média
Definição
Comunicação anormal entre o tubo digestivo e
qualquer víscera oca ou cavidade abdominal (fístula
interna) ou, ainda, com a superfície cutânea (fístula
externa), através da qual ocorre a drenagem dos
líquidos digestivos.
Classificação
 Quanto à localização anatómica:
 Gástrica
 Pancreática
 Duodenal
 Jejunal
 Ileal
 Cólica
 Colovesicais, enteroentéricas, etc…
 Quanto ao débito:
 Alto débito (>200ml/24horas)
 Baixo débito se inferior  pode cicatrizar
apenas com repouso intestinal o que
dificilmente acontece com a de alto débito
 Quanto à origem:
 Congénitas
 Adquiridas
 Primárias – devido a processos patológicos
intestinais (Crohn, neoplasias, infecções)
 Secundárias – como complicação (cirurgia,
radiação, perfuração)
 Quanto ao trajecto
 Simples
 Complexas
 Modo de apresentação
 Terminal
 Lateral
Consoante extensão da ressecção:
Estádio 1







Alimentação somente intra-venosa
(Diarreia intensa durante 1-3 meses)
Perifericamente: soros
Central: NPT
Corrigir distúrbios electrolíticos
Nada per os!  se for dado vai ↓ a adaptação
devido ao ↑ do peristaltismo
Antagonistas H2 (i.v.)  inibe hipersecreção
gástrica
Loperamida (para a diarreia)
Protecção cutânea (dermatite  20 a 30 dejecções
diárias têm um efeito irritativo)
Estádio 2




Alimentação intra-venosa e oral
(Diarreia < 2,5l/dia)
Solução oral de sódio e potássio
Dietas isotónicas e poliméricas
Não ingerir leite – substituir por queijos e iogurtes
Re-introdução oral de lacticínios deve ser feita ao
pequeno-almoço, porque à noite o peristaltismo é
maior.
Fístulas externas
 Presença
de
secreção
purulenta
ou
extravasamento de conteúdo do tracto GI em sítios
de drenagem ou incisões abdominais, pode levar a
inflamação celulítica e sépsis.
 90 a 95%: complicações de cirurgia
 10 a 5%: patologias como doença de Crohn
Estádio 3




Alimentação oral
(se pelo menos 1 a 2 m de intestino restante,
introduzida até 2 anos após cirurgia)
Vit. B12 (iv)  + se ressecção íleo terminal
Dieta pobre em gorduras e em oxalato (são menos
absorvidos)
Loperamida, Colestiramina, Enzimas pancreáticas
Suplementos vitamínicos
Fístulas internas
Diagnóstico mais difícil, requerem exames de imagem
para confirmação.
Sinais inespecíficos, como diarreia, sépsis ou dispneia,
podem estar presentes.
Patologias como: Doença de Crohn, carcinomas,
colecistites, diverticulite (+ no sigmóide  fleimão
peridiverticular  bexiga  fecalúria/pneumatúria)
NB: Não existe solução cirúrgica para este problema.
Transplante de Intestino Delgado como perspectiva de
futuro para doentes que necessitem de NPT
indefinidamente.
5
Confirmada a fístula, o seguimento diário consiste
na verificação do volume e aspecto da secreção e do
balanço hidroelectrolítico.
Periodicamente, deve ocorrer avaliação bioquímica
(amilase, lipase, bilirrubina e pH), do grau de infecção
e do estado metabólico e nutricional do paciente.
Imagiologia
Febre e dor abdominal no pós-operatório
Se espontânea a apresentação é mais indolente
Abcessos
Sépsis
Emagrecimento
Escoriação cutânea (devido a auto-digestão
cutânea pela acção de fermentos digestivos)
 ↓ Hb, GV, albumina, volume plasmático,
electrólitos
 ↑ GB
 Rx
 Fistulografia
 Consiste na colocação de cateter no orifício
cutâneo, injecção de contraste e observação
das características da fístula através de RX.
 Com contraste hidrossolúvel
 Permite determinar:
 Trajecto
 Localização
 Estenoses adjacentes
 Grau de deiscência
 Abcessos adjacentes
 Obstrução distal
 Trânsito/enema contrastado
 Ecografia
 TC
 RMN
Complicações
Factores de mau prognóstico
Clínica






De gravidade variável, de acordo com a etiologia,
tipo (drenagem interna ou externa), localização
anatómica e débito da fístula (qualidade e quantidade
do líquido perdido).
As maiores complicações das FGIs incluem:
 Perda de líquidos e electrólitos (hiponatrémia,
hipocaliémia, acidose / alcalose metabólicas)
 Desnutrição
 Perturbações da digestão/absorção
 Processos
infecciosos
intra-abdominais
graves, como peritonite purulenta difusa,
abcesso subfrénico e outros abcessos
intrabdominais
 Sépsis
 Falência multi-orgânica
 Morte
Localização
Gástrica
Pâncreas
Duodeno
ID proximal
Cólica
Composição
Ácidos
H, Na e K
HCO3, Ca2+ e
Mg2+
Fezes, Flora
 Desnutrição
 Doença intestinal (Crohn, neoplasia)
 Problemas anatómicos
 Corpo estranho
 Obstrução distal
 Deiscência completa
 Abcesso crónico peri-fistular
 Epitelização fistular
Prevenção
Possível em caso de cirurgia. Deve incidir na
melhoria do estado nutricional e na profilaxia de
infecções bacterianas (antibioticoprofilaxia).
Maior risco se:
 Perda de peso > 10 a 15% em 3 a 4 meses
 Albumina < 3g/dl
 Transferrina < 220mg/dl
 Debilidade imunológica e/ou funcional
Consequências clínicas
Alcalose metabólica
Hipoclorémia+Hipocaliémia
Acidose metabólica
Acção erosiva sobre a pele
(tripsina)
Infecção, Septicémia
Terapêutica
Princípios gerais
 Avaliação (e reanimação se necessário)
 Reposição equilíbrio hidroelectrolítico
 Considerar volume drenado na fístula +
perdas basais (diurese e outras perdas)
 Repor magnésio, zinco e manganês
 Protecção cutânea
 Uso precoce de hidrocolóides
 ++ em fístulas altas por maior quantidade de
bílis e suco pancreático
 Suporte nutricional – cateter central na subclávia
(nutrição parentérica) ou sonda nasoentérica com
regime calórico energético (2000-3000 Kcal/dia)
Causas de desenvolvimento da desnutrição nas FGI
 Restrição alimentar
 Catabolismo inerente ao jejum
 Estado hipermetabólico
 Doença de base
 Trauma cirúrgico
 Infecção
 Outras complicações associadas
 Perda proteica intestinal
6
 Controlo da fístula
 ↓ débito por suspensão da ingestão
alimentar
 Antagonistas H2 ou IBP
 Neutralização conteúdo gástrico
 Prevenção hemorragia
 Somatostatina e análogos
 Estimulam cicatrização
 Em fístulas biliares ou pancreáticas
 Prevenção/Tratamento das complicações
 Cirurgia se necessário – quando, depois de 6
semanas, não há resolução da fístula.
30% das fístulas encerram espontaneamente.
Cirurgia se após 6 a 8 semanas de tratamento
correcto (com suporte nutricional adequado) a fístula
não encerrar.
Epidemiologia
 Cerca de 7% dos indivíduos dos países ocidentais.
 > incidência entre os 20-30anos, mas pode ocorre
em qualquer idade
 Sexo masculino = sexo feminino
 Patologia intra-abdominal que frequentemente
necessita de intervenção cirúrgica.
Tratamento cirúrgico
Indicado em caso de:
 Presença de obstrução intestinal
 Comprometimento patológico do intestino
 Fístulas múltiplas
 Infecção perifistular ou intra-abdominal
 Abcesso ou corpo estranho
 Orifício ou trajecto maior que 2cm
 Deiscência completa de anastomose
 Evisceração
 Continuidade mucocutânea (crescimento da
mucosa intestinal em continuidade com a pele).
Bacteriologia
Flora polimicrobiana semelhante à do cólon:
 aeróbios gram negativos (E. coli, Pseudomonas
aeruginosa, enterococos,...)
 anaeróbios (Bacteroides fragilis,
Peptoestreptococci, Lactobacillus ...).
Etiologia
Possibilidades:
 Drenagem de abcesso
 Exclusão, bypass, ressecção com derivação
 Definitiva – Ressecção com anastomose
1) Hiperplasia linfóide (60%), secundária por exemplo
a uma infecção viral
2) Partículas fecais ou fecalitos (35%)
3) Parasitas ou corpos estranhos (5%)
Riscos cirúrgicos:
 Necessidade
de
repetidas
laparotomias,
principalmente se ressecções repetidas do ID (o
que pode levar à síndrome do intestino curto)
 Sepsis intra-abdominal
 Morte
Fases
1) Catarral – anorexia e dor periumbilical (fase inicial
de obstrucção com edema)
2) Fleimonosa/supurativa (progressão inflamação)
3) Gangrenada e/ou perfurada – dor na FID
(inflamação transmural c/ irritação peritoneu parietal)
Apendicite Aguda
edema da
parede
Apêndice ileo-cecal localiza-se na FID, inserindo-se
na base do cego, cerca de 2 a 3cm abaixo da válvula
ileo-cecal. Em 16% dos casos é retrocecal. A ponta do
apêndice pode ocupar múltiplas posições, por vezes,
produzindo queixas menos típicas.
Possível função: Folículos linfóides que involuem
após a adolescência.
Obstrução do
lúmen
apendicular
↑ pressão
intraluminal
obstrução
vascular
7
Ulceração da
mucosa
Invasão
bacteriana
transmural
Envolvimento
da serosa com
ou sem
perfuração
Sintomas
Casos particulares
 Desconforto mesoabdominal vago
 Náuseas, vómitos (em 75% do casos) e anorexia
que constitui frequentemente o sinal mais precoce
(1º) e fidedigno.
 Dor ligeira a moderada com inicio peri-umbilical ou
epigástrica (2º) – inicialmente é mais um
desconforto difuso, que progride para dor
localizada na FID.
 Há modificação da localização da dor quando há
irritação peritoneal parietal (situação mais
dolorosa). Nesta fase, a maioria dos doentes sentese suficientemente doente p/ procurar auxílio.
 Localizações anómalas
 Grávida - <defesas e <localização da infecção na
FID, dando mais rapidamente uma peritonite
generalizada por diagnóstico tardio.
 Extremos da vida: muito jovens e muito idosos – o
diagnóstico é mais difícil por falta de capacidade
de colaboração com o clínico ou porque, a
sintomatologia é frustre.
Diagnóstico Diferencial
 Doença inflamatória pélvica (DIP)
 FP – 20%
 Dor nos quadrantes inferiores
 Após 5dias da última menstruação
 Sem náuseas e vómitos
 Exame gineco. c/ sensibilidade anexial à esqda
 Outros tipos de patologias ginecológicas como a
rotura de folículo ovárico, gravidez ectópica,
torção de quisto do ovário ou dor intermenstrual
 Doença de Crohn
 Adenite mesentérica (Yersinia enterocolitica ou
pseudotuberculosis)
 Mais frequente na infância e idade jovem.
 Antecedente de infecção respiratória e
adenite cervical.
 Dor peri-umbilical de tipo cólica (na
apendicite é constante), sem migração.
 Vómito simultâneo com a cólica.
 Temperatura 37-38ºC.
 Sem defesa ou Blumberg.
 Localização da dor na palpação modifica-se
com a posição do paciente (adenopatias
mesentéricas dolorosas).
 Toque rectal normal.
 Colite ulcerosa
 Diverticulite, Divertículo de Meckel
 Colecistite aguda
 Perfuração de úlcera péptica
 Infecção ou lítiase urinária
 Gastroenterite
viral
ou
bacteriológica
(Y.enterocolitica, Campylobacter enteritis, S.typhi)
 Dor abdominal inespecífica
Nota: Evolução da dor permite DD com úlcera
perfurada  dor com início abrupto e logo muito
dolorosa que acorda doente a noite
Sinais
 Hipersensibilidade abdominal na FID
 Dor localizada à palpação no ponto McBurney*
(união 1/3 externo com 2/3 internos, de uma linha
que une o umbigo à espinha ilíaca antero-superior)
 Discreta defesa muscular* (irritação peritoneal
parietal; contracção reflexa muscular do abdómen)
 Dor à descompressão (Blumberg+) *
 Sinal de Rovsing (dor na FID à palpação na FIE) *
 Fundo de saco de Douglas ou saco vaginal direitos
dolorosos (ao toque rectal ou vaginal) *
 Febre discretamente elevada (37,7-38ºC) (febre
mais alta sugere um processo mais avançado,
como a perfuração apendicular)
* sinais peritoneais
Diagnóstico feito essencialmente pela clínica!!!
Achados laboratoriais
 Leucocitose (90% >10000), mas forma leucocitária
pode estar semelhante, por exemplo, doente HIV+,
não tem leucocitose mas tem neutrofilia.
 Neutrofilia (3/4 doentes com >75%)
 PCR elevada
Imagiologia
 Rx simples do abdómen (raro benefício)
 Ecografia abdominal e TAC abdominal – ajudam a
esclarecer uma massa abdominal da FID ou a
identificar colecções líquidas, que sugiram o
processo inflamatório em curso ou, talvez mais
importante, excluir outras causas de patologia
desta região nomeadamente a ginecológica.
Complicações
Perfuração
 Peritonite
localizada
(microperfuração
ou
perfuração localizada)
 Abcesso apendicular ou plastron
 Envolvimento inflamatório epiploon e vísceras
adjacentes evitando peritonite generalizada.
 Massa na FID com dias a semanas de evolução
Fazer Eco e TAC abdominal
8
 Peritonite generalizada  grave!
 Rotura do apêndice e contaminação da
cavidade abdominal com contéudo septical
 Sépsis grave
 Febre elevada
 Contractura abdominal (ventre em madeira)
 Ileus paralítico
Algoritmo de acção se apendicite complicada
apendicite
complicada
perfuraçã
o ou
gangrena
préoperatório
intraoperatório
Pileflebite  grave! (trombose séptica da veia porta)
 Tromboflebite supurativa do sistema porta
 Arrepios
 Febre alta
 Icterícia/subicterícia
 Abcessos hepáticos (se evoluir)
 Confusão mental (por vezes)
TC abdominal (+ rápido possível, terapêutica urgente)
ATB
pós-op
abcesso
evidência
obstrução
intestinal
s/ evidência
obstrução
intestinal
apen
dicec
tomia
ATBs +
apendicec
tomia
electiva
ou
apendicec
tomia
ATBs
Tratamento
préoperatório
drenagem
percutâne
a e ATBs
apendicec
tomia
electiva
intraoperatório
drenagem,
apendicec
tomia e
ATBs
Oclusão Intestinal
Apendicectomia
Tipo de incisões usadas:
 Transversa
 Oblíqua
A incisão é centrada na linha
medioclavicular
Técnica
Paragem na progressão de gases e fezes através do
lúmen intestinal.
Epidemiologia





Abdómen agudo é a sintomatologia típica
=
>50 – 80 anos
Intestino delgado vs cólon: 70 vs 30%
Etiologia provável depende de idade, sexo, etc…
Classificação
 Topografia
 Delgado
 Alta
 Baixa
 Cólon
 Válvula íleo-cecal competente
 Válvula íleo-cecal incompetente
 Intensidade (de acordo com apresentação clínica)
 Completa (++ agudo)
 Incompleta
 Apresentação clínica
 Aguda
 Sub-aguda
 Crónica ou intermitente
 Etiologia
 Intrínseca
 Intraluminal (ex: bezoar, fecaloma, cálculo)
 Parietal/Mural (ex: tumor, invaginação, DII,
divertículo, Hirchsprung)
 Extrínseca/Extra-mural (ex: bridas, volvo, hérnia)
Via laparoscópica (< taxa de infecções pós-op)
Divisão do apêndice e meso-apêndice e remoção do
apêndice por umas das portas de entrada.
A excepção ao tratamento cirúrgico imediato é o
abcesso apendicular, no qual existe uma massa
inflamatória na FID. Neste caso, a antibioterapia pode
levar à resolução da situação, devendo a
apendicectomia ser realizada posteriormente.
Prognóstico
Bom.
9
 Patogenia
 Adinâmica (funcional)
 Aperistalse
 Íleus paralítico
 Íleus espástico
 Síndrome de Ogilvie
 Peristalse não propulsiva
 Dinâmica (mecânica)
 Simples
 Complicada
 Estrangulamento (ex: hérnia inguinal
estrangulada)
 “Ansa fechada”
Fisiopatologia
 Dilatação proximal acima da lesão
 Acumulação de gás e fluidos e ↓ da reabsorção
 Edema mucoso devido a dilatação da parede int.
Fluxo venoso e depois fluxo arterial impedidos
Isquémia intestinal
Necrose e perfuração
Translocação bacteriana e de endotoxinas
Desidratação progressiva, desequilíbrio electrolítico,
toxicidade sistémica.
Sépsis  falência multiorgânica  morte.
Etiologia
Intestino delgado
 Mecânicia
 Aderências e bridas – 60%
 Hérnia – 20%
 Neoplasias – 10%
 Volvo (torção de ansa) – 5%
 Outros – 5%
 Funcional
 Íleus paralítico
 Obstrução funcional + freq. pós cirurgia
 Tb trauma, isquémia intestinal, sepsis
 Distensão de todo o intestino delgado
 Absorção deficiente ou impedida de
líquidos, electrólitos e nutrientes
 Perda significativa de líquidos do
compartimento extra-celular
 Inflamação
 ↑ volume luminal
 Alterações da motilidade
 Desequilíbrios hidroelectrolíticos
Intestino grosso
 Mecânica
 Tumores
 Volvo
 Diverticulite
 Fecaloma
 Estenose anast.
 Colite ulcerosa
 Colite Crohn
 Funcional
 S. Ogilvie*
Clínica
Depende do nível da oclusão (alta, média ou baixa),
da etiologia…
Oclusão intestinal mecânica
 Dor abdominal, tipo cólica, central. Precoce!
 Dor constante se isquémia
 Vómitos – precoces na oclusão alta
 Distensão abdominal – grau depende do nível de
obstrução
 Palpação abdominal dolorosa (defesa)
 Dificuldade na emissão de gases e fezes
 Paragem absoluta da emissão de gases e fezes –
achado tardio
 De início ruídos intestinais aumentados; depois
silêncio abdominal.
 Desidratação associada a taquicardia, hipotensão e
oligúria (choque).
 Sinais de peritonismo indicam estrangulamento ou
perfuração.
* paragem (atonia) do cólon ou recto, comum, por ex., em
doentes medicados com anti-parkinsónicos. Após cirurgia
ou patologia médica. Relacionada com o uso de narcóticos,
repouso no leito e anomalias electrolíticas. Terapêutica:
Neostigmina iv, im ou sc; descompressão endoscópica;
eventualmente cirurgia.





Ileus
Obstipação
Disfunção
Isquémia
Megacólon tóxico
10
Oclusão intestinal funcional
 História recente de cirurgia ou trauma
 Distensão abdominal aparente
 A dor não é um achado proeminente
 Drenagem acentuada pela sonda naso-gástrica
 Paragem na emissão de gases
 Silêncio à auscultação abdominal




Diagnóstico
 Anamnese
 Tipo da dor
 Tipo de vómitos
 Biliares
 Fecalóides
 Paragem de gases e fezes
 Exame físico
 Estado geral e sinais vitais
 Desidratação/oligúria
 Choque hipovolémico
 Febre/septicemia
 Inspecção
 Distensão abdominal
 Cicatrizes cirúrgicas? Traumatismos?
 Percussão
 Timpanismo: central (ID), periférico
(cólon) ou generalizado
 Palpação
 Dolorosa
 Orifícios herniários (hérnia estrangulada!!)
 Sinais de peritonismo
 Auscultação
 Oclusão mecânica
 RHA aumentados, timbre metálico
 Depois silêncio abdominal
 Oclusão funcional
 Silêncio abdominal
 Toque rectal
 Distensão e vacuidade da ampola rectal –
sinal de Hochenegg
 Evidenciar fecaloma, invaginação, tumor
 Detectar fundo saco Douglas preenchido
por ansas distendidas – sinal de Gold
 Sangue na luva é sugestivo de invaginação
ou neoplasia
 Níveis hidro-aéreos (no ID: centrais, mais
largos que altos)
 Válvula íleo-cecal competente?
 Cálculos rádio-opacos? (se fístula biliar)
 Aerobilia (+ se ileus biliar)
 Imagem caroço de maçã  sugere neoplasia
Enteroclise
TC
Colonoscopia
Clister com produto contrastado
 Não usar bário  risco peritonite
Se funcional
 Rx abdominal simples com ansas dilatadas e gás no
cólon (níveis não são muito comuns)
 Clister com produto contrastado (DD oclusão
mecânica vs funcional)
Tratamento
Funcional
 Repor equilíbrio hidroelectrolítico (cristalóides –
Na+, Cl- e K+ se necessário)  monitorizar a eficácia
da reanimação pelo débito urinário e PVC
(algaliação e catéter venoso central)
 Sonda naso-gástrica: se oclusão funcional pode ser
a única medida necessária para ter resultados
 Neostigmina sc se íleus paralítico estabelecido
Resolução espontânea após 4-5 dias
Mecânica
 Repor equilíbrio hidroelectrolítico
 Sonda naso-gástrica
 Antibioticoterapia, se:
 Diverticulite
 Volvo (se suspeita de isquémia e, logo,
possibilidade de translocação bacteriana)
 Doença de Crohn
 Eliminação da etiologia obstrutiva
 Cirurgia (se sinais de peritonismo ou
toxicidade sistémica é urgente, em contrário,
tentar abordagem conservadora por 48h)
 Ressecção (a 1 ou vários tempos)
 Derivação (em vários tempos)
 Transversotomia lateral
 Ileostomia lateral
 Cecostomia
 Endoscópica
 Descompressão
 Endo-próteses
 Laser
 Radiologia de intervenção
Exames complementares de diagnóstico
 Hemograma, BQ
Se mecânica
 Rx abdominal simples (perfil ou de pé ou deitado
com raios horizontais)
 Ingestão de contraste oral
 Dilatação de ansas
11
Prevenção de oclusões funcionais
Oclusão do ID
Crónica/subaguda
Incompleta
Não complicada
Soros
Dieta 0
ATB(?)




Aguda, Completa
C/estrangulamento
Ansa fechada,
Peritonite
Oclusão por carcinoma colo-rectal
Monitorização
Diurese (sonda de Foley)
Hemodinâmica
PVC – CVC
Equilíbrio HE e AB
(gasimetria)
monitorizar
20%
Manipulação intestinal mínima; incisões mínimas
Produtos anti-aderências
Correcção do desiquilíbrio hidro-electrolítico
Erradicação de focos sépticos
Epidemiologia
 1/3 a 1/2 de todos os casos de oclusão colo-rectal
 50% oclusões colo-rectais (60% idoso)
 Cólon esquerdo (sigmóide e ângulo esplénico)
 Maioria com > 70 anos e n1 estadio mais avançado
 Sintomatologia insidiosa ou aguda
 25% já metastizado qdo diagnóstico
Cirurgia
Oclusão Colo-rectal
História clínica
Reanimação
Peritonite
Rx abdominal
simples
Perfuração
Obstrução
intestino grosso
Volvo sigmóide
Distorção cólica
Clister c/
contraste hs

Ressecção electiva
da sigmóide

Sinais e sintomas
Sintomatologia insidiosa ou aguda
 Crónica (3 – 6 meses)
 Sistémicos
 Emagrecimento
 Fadiga
 Astenia
 Anorexia
 Febre
 Arrepios
 Mal-estar geral
 Caquexia
 Icterícia
 Locais
 Alterações hábitos intestinais
 Dificuldade em emitir gases e fezes
 Obstipação
 Dor abdominal baixa
 Distensão
 Vómitos
 Rectorragias
 Aguda (15 a 20%)
 Obstipação
 Dor abdominal (cólica ou constante)
 Distensão
 Vómitos
 Rectorragias
 Febre
 Arrepios
 Hipotensão
 Confusão
 Emagrecimento
 Massa na FID
Cirurgia
(a 2 tempos)
Sínd.
Ogilvie
doença
diverticular
Carcinoma
ou
Trata//
não
cirúrgico
Cirurgia
ATB
Drenagem
de abcesso
Cirurgia
electiva
Indicações cirúrgicas
 Absolutas
 Peritonite generalizada ou localizada
 Perfuração visceral
 Hérnia encarcerada ou estrangulada
 Relativas
 Massa palpável
 Sem antecedentes cirúrgicos
 Sem melhoria com o tratamento médico
Prognóstico
 Sem estrangulamento: 2% mortalidade (idosos)
 Com estrangulamento
 8% nas primeiras 36h
 25% se cirurgia depois das 36h
12
Diagnóstico
 História clínica e exame físico
 Exames complementares
 Estudo laboratorial
 Rx simples abdominal
 Clister contrastado hidro-solúvel
 Endoscópicos
 TC (Estadiamento e diagnóstico diferencial)
Cirurgia a vários tempois (2 ou 3): Em doentes muito
graves e/ou com patologia associadas (ASA III e IV); se
isquémia cólica ou peritonite fecal. Necessário
encerramento em vez da anastomose, devido à
probabilidade de complicações que surgiriam se esta
fosse realizada. Para o cólon dto (se gangrena,
perfuração…) – hemicolectomia direita com
ileostomia terminal. Para o cólon esqdo:
 Ressecção c/ colostomia; encerra// (Hartmann)
 a 2 tempos
 ressecção sigmoideia  fecha-se o coto rectal
 faz-se uma colostomia  3 a 6 meses
depois reconstitui-se a continuidade do tracto
digestivo (menor risco para fístulas do que se
a anastomose for feita mais precocemente)
 Ressecção com ostomia e fístula mucosa
 Ressecção com anastomose e ostomia proximal
Tratamento
 Oclusão
parcial:
tratamento
conservador
(reanimação apropriada e preparação intestinal
pré-operatória) + cirurgia programada
 Oclusão completa/quase completa:
 Cirurgia (1 ou + tempos)
 próteses endoscópicas + cirurgia programada
 Não cirúrgico (próteses endoscópicas)
Tratamento não-cirúrgico
próteses endoscópicas/ablação por laser/dilatação
Usado como ponte para cirurgia (permite uma
preparação pré-operatória adequada, sendo possível
cirurgia electiva a um único tempo) ou em contexto
paliativo, em caso de doença incurável ou irressecável
ou de co-morbilidades incontornáveis. Resolução da
obstrução em até 90%.
 Complicações (< 5%)
 Perfuração
 Migração
 Re-obstrução
Objectivos do tratamento
 Resolver complicações
 Tratamento com intuito oncológico
 Restabelecimento de função
Técnicas cirúrgicas
Cirurgia num único tempo: ideal se segura (ASA I ou II,
ie, sem comorbilidades importantes): ↓ tempo de
hospitalização, não necessita de ostomia, menores
custos. Implica ressecção seguida de anastomose
primária, podendo ser realizada, para o cólon direito,
a hemicolectomia direita (ressecção e anastomose
primária) e, para o cólon esquerdo:
 Lavagem intra-operatória (remoção de conteúdo
infectante) + ressecção segmentar (LIO+RS)
 Colectomia sub-total (CST)
Ambas têm Morbi-mortalidade similar:
 Fístula anastomótica: 5%
 Mortalidade oper.: 10%
Contra-indicada cirurgia a um tempo se:
 Instabilidade circulatória
 Peritonite fecal
 Intestino friável/edematoso
LIO+RS
Prognóstico
 Ñ existe correlação clara entre estádio e obstrução
 Maior mortalidade peri-op. (15-30%)
 Cirurgia curativa em 35%
 Cólon dto ou obstrução  pior prognóstico
Oclusão por volvo
 Cecal (+ congénito)
 Falência da fusão do peritoneu parietal com o
cego e cólon ascendente
 Sigmóide(++ comum, adquirido)
 Sigmóide redundante e alargada com base
mesentérica estreita
 Doenças neuro-psiquiátricas
 Uso abusivo de sedativos e psicotrópicos
 Uso excessivo de laxantes e enemas
 Dieta rica em fibras
 Gravidez
Clínica
 Dor abdominal
 Distensão
 Obstipação
 Náuseas e vómitos(Cecal)
CST
Indicações
Lesões obstrutivas esqdas
Perfuração/isquémia cecal
Lesões síncronas
Pacientes jovens
Contra-indicações
Lesões síncronas
Risco de isquémia/perf do
segmento que permanece
↓ função esfincteriana
Desvantagens
Maior risco infecção ferida
operatória
Complexidade técnica
↑ significativo do nº de
dejecções vs ressecção
segmentar
13
Diagnóstico
 Rx abdominal simples
 Clister com contraste hidro-solúvel
 Rectosigmoidoscopia
 Colonoscopia
 Intra-operatório (raro)
Cirurgia
Precoce!!
 Hipóteses
 Colectomia total com anastomose íleo-rectal
(CT+AIR)
 Proctocolectomia total reconstrutiva com
bolsa (PCR)
 Proctocolectomia total com ileostomia
definitica (PCT) – hoje em dia faz-se menos,
excepto se, por exemplo, houver atingimento
da linha branca ou se não existir margem de
segurança suficiente.
 Laparotomia ou laparoscopia
 Objectivos
 Eliminar risco de cancro colo-rectal
 Aceite por doente jovem assintomático
 Baixa morbilidade
 Manter a continência fecal
 Evitar a disfunção sexual e urinária
 Escolha da opção cirúrgica deve ser individualizada
consoante vários factores:
 Nº pólipos rectais
 Presença de carcinoma ou displasia severa
 Severidade dos sintomas
 Continência fecal
 Genótipo
 Adesão a protocolos de vigilância
Tratamento
VOLVO CECAL
 Distorção simples
 Distorção e cecopexia
 Distorção e cecostomia
 Ressecção com ou sem anastomose
 Descompressão endoscópica
VOLVO SIGMÓIDE
1º) Tentar c/ endoscopia a distorção e descompressão
do volvo  manter viabilidade do cólon!!
Se efectiva: observação e ressecção cirúrgica electiva
(sigmoidectomia com anastomose primária)
Se não efectiva: cirurgia urgente
 distorção simples
 mesopexia
 sigmoidopexia
 ressecção e colostomia (Hartmann)
 ressecção e anatomose primária (com LIO)
 colectomia sub-total
Perfuração cecal
“TIMING”
 Idade de detecção de pólipos por colonoscopia
 Se 13 – 15 anos e doença moderada 
esperar até aos 17 – 20 anos
 Se doença severa, sintomática, > risco de
cancro do recto  intervenção imediata
 Na obstrução em ansa fechada
 Se diâmetro > 9-12cm  > risco perfuração
 Cirurgia urgente
Síndromes polipósicos
Exemplos:
 PAF (polipose adenomatosa familiar)
 PAFA (PAF atenuada)
 MYH (polipose múltipla MYH)
 Polipose hamartomatosa
Nota: Existe também o cancro colo-rectal hereditário
não polipósico (HNPCC)
PAF






< 1% Ca colo-rectal
Prevalência 1:8000
Centenas a milhares de adenomas colo-rectais
Estômago, 2ª e 3ª porção duodeno (< freq)
Risco de Ca 100%, 40 anos
Autossómica dominante (mutação no gene APC no
cromossoma 5)
CT + AIR
PCR
+++
Técnica “fácil”
Laparoscopia (+)
Boa função intestinal
---
Persiste o recto  risco Ca
Vigilância necessária

<1000 adenomas cólicos
<20 adenomas recto
Mutações nos exões 3 e 4
ou 3’ no exão 15
6 em 6 meses 
rectoscopia
Risco ↓↓ de Ca do recto
Evita ostomia definitiva
Laparoscopia (+/-)
Fecundidade menor
Função intest. imprevisível
Procedimento complexo
Ostomia temporária
Cirurgia a 2 tempos
>1000 adenomas cólicos
>20 adenomas recto
Mutações no exão 15G
(associadas polipose severa)
Carcinoma ou displasia
severa do cólon ou recto
Esfíncteres anais pobres
Ca recto avançado
requerendo AAP
(amputação abdóminoperineal)
>1000 adenomas cólicos
>20 adenomas recto
Ca cólon ou recto
14
 Colonoscopia (Gold standart! Se lesão cólon esqdo,
excluir lesões síncronas no cólon direito)
 Colonografia (colonoscopia virtual por TC)*
 CODC (clister opaco com duplo contraste)*
 Biópsia (obrigatória!)
Cancro colo-rectal
Forma de apresentação
 Crónica ou electiva: sintomas predominantes
dependem da localização
 Direito: massa, perdas hemáticas (anemia,
sangue oculto nas fezes)
 Esquerdo: oclusão intestinal
 Aguda ou urgente: complicações
 Oclusão (ver capítulo da oclusão)
 Perfuração
 Hemorragia aguda
*usados se colonoscopia não possível (ex: lesão estenosante)
Estadiamento pré-operatório
 Extensão local
 Toque rectal
 Ecografia endo-rectal
 RMN (exame de eleição)
 TC (já menos usada)
 Urografia intravenosa: se lesões muito
extensas que possam ter invadido os ureteres
 Extensão à distância
 Exame geral (hepatomegalia, gg, ascite)
 Rx tórax + eco abdominal
 Tc tóraco-abdomino-pélvica
 RMN
 Marcadores tumorais: CEA e CA19.9 (não é
estadiamento, + p/ avaliar a progressão, permitem
monitorizar o sucesso/falência da terapêutica por
comparação com valores pré-operatórios)
Sintomas e sinais
 Cólon
 Alteração dos hábitos intestinais
 Dor abdominal
 Hemorragia
 Perdas de muco
 Emagrecimento
 Massa abdominal
 Abcessos/fístulas
 Metástases (++ fígado e pulmão, tb cérebro)
 Recto
 Hemorragia
 Falsas vontades (por vezes: muco e sangue)
 Tenesmo
 Proctalgia (se atinge canal anal)
 Dor abdominal (⅓ superior do recto)
 Emagrecimento
 Incontinência (⅓ distal do recto, se invadir os
esfíncteres)
 Fístulas
 Edema dos membros (se tumor com
compressão de órgãos pélvicos)
 Metástases
Diagnóstico diferencial
De acordo com o sintoma preponderante:
 Massa lesional: tumores benignos, diverticulose,
massas inflamatórias (diverticulite e DII);
 Estenoses: colite de Crohn, isquémica, rádica;
 Rectorragias: diverticulose, DII, colite isquémica;
 Dor abdominal: DII, diverticulite, cólon irritável;
 Alteração hábitos intestinais: DII, cólon irritável.
Tratamento cirúrgico
Princípio básico:
 Remoção do segmento colo-rectal com carcinoma
 Margem adequada de mesentério (linfáticos)
 Margem adequada distal e lateral
Factores de risco
 Dieta rica em gorduras e pobre em fibras;
 Idade > 40 anos;
 História pessoal de adenoma colo-rectal,
carcinoma colo-rectal, cancro do endométrio,
mama e ovário;
 História familiar de síndromes de polipose
gastrointestinal, síndromes de Lynch I e II, familiar
do 1º grau com cancro colo-rectal;
 Doença inflamatória intestinal: colite ulcerosa e
doença de Crohn.
Objectivos
 Curativo (controlo local e sistémico)
 Preservação da função esfincteriana, urinária e
sexual (+ se recto envolvido)
Medidas pré-cirúrgicas:
 Preparação intestinal pré-operatória:
 Dieta sem resíduos (72h antes cirurgia);
 Laxantes ( polietilenoglicol);
 Líquidos (4L/4h) – oral ou SNG;
 Metoclopramida (evitar náuseas).
 ATB - neomicina + eritromicina/ metronidazol
 Profilaxia tromboembólica (Heparina BPM pré/pós-op)
Confirmação de diagnóstico
 Exame geral e abdominal
 Toque rectal
 Rectossigmoidoscopia (rígida/flexível)
15
 5% dos doentes
 estadiamento com eco-endorrectal
 Critérios de selecção
 T1-T2 (mucosa/sub-mucosa, rara// muscular)
 N0
 < 4cm≥ 8 cm margem anal
 móveis
 não ulcerados, não mucinosos (histologia)
 polipóide ou diplóide
 diferenciação boa ou moderada
 ausência de invasão vascular (linfática)
Técnica cirúrgica vs localização do tumor
 1/3 superior: RA +EPM (excisão parcial mesor.)
 1/3 médio: RA baixa +ETM (excisão total mesor.)
 1/3 inferior:
 RA ultra-baixa + ETM
 AAP + ETM
 excisão local
Cólon
Terapêutica adjuvante
 Estadio II (T3/T4, N0, M0): discutível
 Estadio III (qualquer T, N1/2/3, M0): Sim (QT)
 Não: terapia neoadjuvante, RT (nunca)
Técnica cirúrgica (VER CAPÍTULO DE OCLUSÃO)
 Cólon direito: hemicolectomia direita
 Ângulo hepático e cólon transverso direito:
hemicolectomia direita alargada distalmente
 Cólon esquerdo: hemicolectomia esquerda
 Ressecção alargada – quando o tumor está
aderente/ invade órgãos adjacentes (ID, ovários,
útero) excisão em bloco (estrutura invadida).
 Ressecção paliativa – tumor não pode ser excisado
 ↓ sintomas e evitar obstrução/hemorragia
futura (ex: by –pass intestinal)
 Colectomia sub-total/total: tumor multicêntrico
ou Ca do cólon c/ pólipos neoplásicos múltiplos.
Terapêutica neo-adjuvante (RT ou RT+QT)
 Estádio III (gg+): sim
 Estádio II: sim se T3
Terapêutica adjuvante nos estádios II e III é discutível.
Recto
1/3 proximal: revestido por peritoneu
1/3 médio e distal: extraperitoneal
Opções
 Ressecção anterior (RA) recto-sigmoideia
 Amputação abdominoperitoneal (AAP): implica
colostomia definitiva (não conserva esfíncteres)
 Excisão local
Rastreio CCR:
 Pesquisa anual de sangue oculto nas fezes (>50 A);
 Rectosigmoidoscopia/sigmoidoscopia flexível (5-5A);
 Colonoscopia total (10-10A)
Doenças inflamatórias intestinais
Escolha RA (baixa) vs AAP: depende do risco potencial
de invasão abaixo do carcinoma (margem distal).
Hoje em dia faz-se AAP se:
<4-5 cm da margem anal
<1-2 cm do topo dos esfíncteres
Doença de Crohn
Colite ulcerosa
Epidemiologia
= , 20-40A, ↑ judeus
+ , 20-40 A
Localização das lesões
95%:Íleon terminal atingido
Recto é o + atingido!
Atinge todo o tubo GI
Pancolite: 15-20%
“skip lesions”:
Colite distal: 30-50%
atinge várias zonas de
Proctite ulcerosa: 30-50%
modo segmentado.
Contínua na sua extensão.
Fisiopatologia
Atinge toda a parede
Atinge mucosa e
(transmural)  fissuras.
submucosa. Surgem
Úlceras aftosas  aspecto
peudopólipos (inflamatóem pedra de calçada.
rios)  característicos
Sinais e sintomas
Diarreia: 90%
astenia, mal-estar, febre, anemia,
perda de peso (+ na UC, ++ na DC), desnutrição…
Dor abdominal tipo cólica
Dor abdominal (+ q UC) tipo
FID (mais à palpação) por
cólica FIE (mais à palpação).
vezes com massa palpável.
Rectorragia, perdas muco.
Fístulas, fissuras.
Tenesmo.
Lesões ano-rectais (abces.).
Lesões ano-rectais.
Carcinoma do recto
Entidade oncológica especial!
 Risco de recidiva local pélvica:
 Cirurgião é factor independente do
prognóstico: excisão inadequada  recidiva
 Importante remover sempre o mesorrecto
(gordura peri-rectal)
Anastomoses (recto)
 Bolsa cólica
 Bolsa em J
 Bolsa com coloplastia transversal
 Ambas com o tempo aumentam a compliance
 “neo-recto”
Excisão local: rara (grande vantagem do rastreio é que
aumenta a probabilidade de detecção precoce e
permitir a sua utilização)
16
Estatísticas:
 90% dos doentes: 1 intervenção cirúrgica
 40 a 70%: 2 intervenções (aos 15 anos pós-op)
 2,4 intervenções cirúrgicas em média por doente
Manifestações extra-intestinais
30% dos pacientes: eritema Pouco frequentes: anemia,
nodoso, piodermite
uveíte, artrite, eritema
gangrenosa, ireíte, uveíte,
nodoso, outras doenças
artrite, espondilite,
concomitantes ( colangite
pericolangite, hepatite e
esclerosante primária,
colangite esclerosante.
hepatopatia, …)
Apresentação clínica
Início insidioso.
3 fases: aguda, de
Períodos de bem-estar
resolução e quiescente.
alternados com crises.
Leve (≤4 dejecções)
Curso progressivo: recidivas
Moderada (5-8 dej.)
tornam-se + freq e graves.
Grave (+8 dej.): ↑ risco MT!
Exames complementares de diagnóstico
BQ (marcadores inflamatórios que indicam actividade:
↑VS, PCR…) e hemograma. Excluir infecções.
Colonoscopia+biópsia (UC vs DC - Crohn tem granulomas!)
Rx: “pedra de calçada”
Endoscopia.
Rx abdominal.
Clister op.: sinal do cordel
Clister opaco: fase aguda
Ecografia (complicações)
Diagnóstico diferencial
Doença de Crohn.
Colites (isquémica,
Ileocolite infecciosa.
inflamatória, amebiana,
Apendicite aguda.
bacteriana e radica).
Colites (ulcerosa e outras).
Proctite por gonorreia ou
Neoplasia intestinal.
clamídea.
Neoplasia do cólon.
Complicações
Intratabilidade médica
Oclusão
Perfuração
Abcessos (ano-rectais,p.e.)
Megacólon tóxico
Fístulas entero-cutâneas ou
Colite tóxica
entero-entéricas…
Carcinoma do cólon
Cancro pouco frequente
Tratamento médico
Alimentação rica em fibras, antidiarreicos…
Prednisolona, azatioprina,
Mesalazina, corticóides. Se
mesalazina, ciclosporina,
grave: nutrição iv, corrigir
infliximab, reposição vit B12
distúrbios electrolíticos e
se necessário.
proteicos (albumina), ATB.
Prognóstico
Cirurgia não curativa.
Episódica e branda na >ia.
Recidivas em 60% aos 10A
Cirurgia curativa mts xs.
Técnicas cirúrgicas:
 Cirurgia mínima, “Bypass” já não se usa
 Ressecção curta
 + ileal
 1ª intervenção
 Para certeza diagnóstica
 Estenosoplastia (“strictureplasty”)
 Abrir longitudinalmente a estenose e
depois suturar transversalmente
Colite ulcerosa
 Se intervenção urgente (megacólon tóxico):
colectomia total + ileostomia + preservação rectal
(recto pode ser removido num 2º tempo se
necessário).
 Cirurgia electiva: a intervenção de eleição é a
proctocolectomia reconstrutiva, em que se cria
uma bolsa ileal (“neo-recto”).
Doença diverticular do cólon
Divertículo: saco ou bolsa anormal que se torna
procidente da parede de um órgão oco, como o cólon.
Pode ser:
 Verdadeiro – constituído por todas as camadas da
parede abdominal; são congénitos e muito raros.
 Falso ou pseudodivertículo – na sua constituição
faltam porções da parede entérica normal.
No cólon são falsos, já que na sua parede não há
camada muscular. São mais frequentes no cólon
sigmóide.
Diverticulose: presença de múltiplos divertículos, não
complicados, no cólon.
Diverticulite: inflamação dentro e em torno de um
divertículo, na sequência da sua perfuração.
Epidemiologia
 Sexo feminino = sexo masculino
 A frequência aumenta com a longevidade (1% a
10% nos 40 anos, 60% acima dos 80 anos).
 Doença característica da sociedade ocidental em
que a dieta desempenha um papel de relevo na
etiologia (menor consumo de fibras).
 Mais agressiva em jovens (<40 anos).
 Mortalidade por complicações mais elevada em
idosos.
Tratamento cirúrgico
Doença de Crohn
Indicações:
 Em doentes não controlados, com crises de
repetição graves…
 Nas complicações (oclusão, fístulas, perfuração)
 RAMs graves do trat. médico (ex: Cushing grave).
 Nas crianças: devido ao atraso de crescimento
provocado pela terapêutica médica.
Usado apenas se não há alternativa e sempre uma
abordagem conservativa  risco de intestino curto!
17
frequência miccional, febre, calafrios e distensão
abdominal, causada por ileus ou obstrução parcial.
Episódios repetidos de microperfuração ou
inflamação persistente podem evoluir para
diverticulite crónica.
 Complicada
Em caso de abcesso, este pode alargar ou romper
para a cavidade peritoneal originando peritonite
purulenta generalizada ou pode, por erosão, drenar
para um órgão adjacente formando uma fístula
(colovesical,
colovaginal,
colo-entérica
ou
colocutânea). O toque rectal ou vaginal pode revelar
abcesso pélvico doloroso; RX pode revelar
pneumoperitoneu; a rectossigmoidoscopia é útil para
excluir cancro colo-rectal.
Patogenia
A etiologia é desconhecida. Para a formação do
divertículo, é necessária a componente estrutural e a
funcional.
Componente estrutural: os divertículos formam-se
em zonas de menor resistência da parede cólica. Essas
zonas estão compreendidas entre a taenia
mesentérica e uma das taeniae antimesentéricas e
correspondem aos locais em que as arteríolas (vasa
recta) penetram a parede muscular para se dirigirem
para a submucosa e mucosa. É por esses locais que
ocorrem hérnias da mucosa, originando o divertículo.
Componente funcional: a pressão intracólica está
anormalmente elevada, o que favorece o
aparecimento do divertículo. O aumento da pressão
cólica empurra a mucosa através dos pontos fracos da
parede. O cólon sigmóide está afectado em 95% dos
casos. A dieta pobre em fibras está relacionada com
um cólon estreito. Um lúmen estreito permite
contracções segmentares isoladoras de sectores do
cólon, que ficam sujeitos a altas pressões intracólicas.
Repetidas contracções promovam hérnias da mucosa
através da parede cólica, originando divertículos.
Estádio I
Estádio II
Estádio III
Estádio IV
Classificação de Hinchey
Abcesso ou fleimão peri-cólico
Abcesso pélvico, intra-abd., retro-peritoneal
Peritonite purulenta
Peritonite fecal
 Hemorragia diverticular:
Resulta da estreita relação anatómica entre os
divertículos e os ramos da artéria marginal do cólon. A
parede arterial enfraquece (acção mecânica e
química) e rompe para o divertículo (hematoquézia da
diverticulose). A hemorragia é autolimitada e
recorrente. É tipicamente de sangue escuro, mas pode
surgir como melena, simulando HDA se o divertículo
for no cólon proximal.
Clínica
A diverticulose é assintomática. Sintomas estão
relacionados com as complicações (doença
diverticular) – diverticulite aguda e hemorragias:
 Dor abdominal ocasional, na FIE ou hipogastro.
 Flatulência, obstipação ou diarreia.
 A palpação abdominal pode ser dolorosa durante
as crises, na zona do cólon sigmóide.
Diagnóstico/exames
O diagnóstico realiza-se pela clínica e exames
auxiliares com relevo para o clister opaco ou
endoscopia.
Clister opaco: contra-indicado na fase aguda da
diverticulite. Permite observar:
 Estadio pré diverticular: contornos espiculados
do cólon (imagens em dentes de serra)
 Na fase de diverticulose: saculações localizadas
preferencialmente no cólon sigmóide.
Endoscopia:
permite
observar
orifícios
diverticulares, a existência de conteúdo fecal, aspecto
da mucosa e se há estenose. Permite também excluir
a existência de cancro do cólon sigmóide.
RSA:
pode
mostrar
a
existência
de
pneumoperitoneu, sinais de obstrução intestinal e
tumor inflamatório no quadrante inferior esquerdo do
abdómen.
TAC: exame de eleição para confirmar o
diagnóstico. Permite localizar a inflamação, existência
de abcessos, fistulas, obstrução uretral e possibilita a
drenagem de abcesso por punção percutânea guiada.
Complicações
 Diverticulite cólica aguda (15 a 29%):
 Não complicada
É a inflamação associada à perfuração diverticular
e consequente extravasão de fezes do lúmen para a
superfície serosa do cólon. Pode originar abcesso,
fístula, peritonite ou obstrução (diverticulite aguda
complicada).
Microperfuração: contaminação fecal mínima, com
infecção controlada pelas defesas do organismo e
localizada à parede cólica ou tecidos pericólicos.
Macroperfuração:
grande
contaminação
bacteriana ou capacidade de resposta diminuída,
ultrapassando defesas peritoneais e formando
abcesso ou peritonite generalizada.
A clínica caracteriza-se por uma dor no quadrante
inferior esquerdo, tipo moinha ou cólica, podendo
irradiar para regiões supra-púbicas, inguinal esquerda
e sagrada. Também estão presentes náuseas e
vómitos, alterações dos hábitos intestinais, disúria,
18
Angiografia: está indicada por cateterização
selectiva dos vasos mesentéricos se a colonoscopia for
inconclusiva e a hematoquézia > 0,5 cc/min.
Hinchey I e II: Drenagem percutânea guiada por
TAC, com ressecção electiva com anastomose
primária.
Hinchey III: operação de Hartmann, ressecção com
anastomose primária com ou sem ostomia de
derivação, drenar e derivar.
Hinchey IV: operação de Hartmann, drenar e
derivar.
Diagnóstico diferencial
 Cancro
 Doença inflamatória intestinal
 Colite isquémica
 Apendicite (se no cólon direito)
Hemorragia diverticular:
Cirurgia está indicada quando:
 A reanimação do doente necessitou de
transfusão >1500cc de sangue;
 Transfusão superior a 2000cc nas primeiras
24horas para manter o doente estável;
 Hemorragia persistente por mais de
72horas;
 Recorrência de hemorragia uma semana
após episodio inicial.
Sector patológico identificado: colectomia
segmentar num só tempo, com ABterapia profiláctica.
Sector patológico não identificado: colectomia
total ou subtotal, com ileoproctostomia.
Tratamento
Diverticulose:
Medidas para impedir progressão da doença e
desenvolvimento de complicações (como dieta rica
em fibras vegetais)
Diverticulite aguda não complicada:
Se sinais inflamatórios mínimos: ABs de largo
espectro e dieta líquida.
Se sinais inflamatórios significativos: repouso
intestinal, fluidos IV, AB de largo espectro, aspiração
naso-gástrica se a inflamação for acompanhada de
obstrução intestinal.
Nos casos de recorrência, está indicada a cirurgia,
com ressecção do segmento afectado após a
regressão da inflamação.
Doente imunodeprimido:
Deve-se fazer ressecção após a primeira crise no
caso de uma diverticulite aguda não complicada. Se
for complicada, faz-se uma ressecção electiva com
anastomose primária.
Diverticulite aguda complicada por abcesso:
Drenagem percutânea ou para o recto.
Cirurgia electiva – ressecar o cólon sigmoideu
patológico e realizar anastomose colorectal sem
necessidade de colostomia.
Patologia ano-rectal e do pavimento
pélvico
Exame físico
Diverticulite complicada por fístula:
Na fistula colovesical: controlo da sépsis com AB e
alívio da obstrução urinária por algaliação ou
cistotomia supra-púbica.
No tratamento cirúrgico, se inflamação não for
grave: colectomia sigmoideia com anastomose
colorectal primária; se for extensa: cirurgia de
Hartmann (procedimento onde o cólon afectado é
ressecado e mobilizado, o recto é fechado e é
realizada uma colostomia. 3 meses depois, a
colostomia é fechada com restauração da
continuidade do cólon).
A maioria das doenças ano-rectais pode ser
diagnosticada pelo exame físico:
 Exame geral
 Adenopatias inguinais
 Palidez (anemia)
 Aumento do volume hepático
 Massa abdominal
 Dedos em baqueta
 Artropatia
 Eritema nodoso
 Pioderma gangrenoso
 Inspecção e palpação do períneo
 Exame ano-rectal
Diverticulite aguda complicada de peritonite
generalizada:
Laparotomia urgente para controlo da infecção.
Excisão do segmento intestinal afectado.
Colostomia proximal ao segmento intestinal
patológico.
Exame ano-rectal digital
 Canal anal: esfíncter, orifícios fistulosos,
úlceras/fissuras, pólipos, abcessos, hemorróidas,
estenoses
 Próstata / Cérvix: carcinoma, abcessos
Diverticulite perfurada:
19
 Fundo de Saco de Douglas: ginecológicos (ovário,
útero), peritoneu (metástases)
 Intraluminal: fezes, corpos estranhos, pólipos,
proctite, úlcera solitária
 Pós-rectal:
tumores,
anomalias
ósseas,
adenopatias
 Pavimento pélvico: tónus de repouso, contracção
voluntária, reflexo à tosse, fraqueza dos
elevadores, abcesso
esfíncter interno e externo), e o orifício interno ou
primário a nível da linha pectínea.
 Fases da infecção:
 Abcesso interesfinctérico
 Abcesso perianal (espaços perianais)
 Abertura espontânea para o exterior – fístula
perianal
Abcesso
 Sintomas (fase aguda):
 Dor (intensa, pulsátil, constante na região
anal, exacerbada com defecação e tosse)
 Febre
 Massa inflamatória
 Fase crónica: evolução para fístula
 Classificação:
 Perianal típico
 Isquiorrectal (na fossa isquiorrectal)
 Interesfinctérico
 Supra-elevador
Posicionamento do doente
 Decúbito lateral esquerdo
 Confortável
 Possibilita manipulação e instrumentação
 Preferido pelos idosos
 Disfunção do pavimento pélvico
 Genupeitoral
 Boa inspecção do períneo
 Incómoda
 Litotomia
 Boa exposição do períneo
 Difícil acesso ao pavimento pélvico
 Adequada para pequenas cirurgias
O abcesso anal tem sempre indicação para drenagem
cirúrgica, com cultura posterior do pus recolhido.
Deve igualmente administrar-se um antibiótico no
caso de infecções significativas.
Pesquisa da abertura do orifício anal





Úlceras
Fissuras
Dôr
Ânus patuloso
Secção do esfíncter
Fístula
Trajecto inflamatório com origem num orifício
interno (a nível da linha pectínea) e um orifício
externo de drenagem (a nível da pele). São
complicação dos abcessos anais, devido a
entupimento do canal excretor da glândula de
Morgagni, abrindo-se uma continuação anormal entre
a mucosa e a superfície cutânea.
Palpação do períneo






Induração: fístula, carcinoma
Descargas purulentas
Edema
Temperatura
Reflexo anal
nervos pudendos
Sensibilidade cutânea
S2, S3, S4
Regra de Goodsall:
Quando o orifício externo se localiza na metade
anterior da região anal, o orifício interno encontra-se
em frente, de forma radial;
Se o orifício é posterior ou se há mais do que um
orifício externo, o orifício interno localiza-se na linha
média posterior.
Toque rectal
 Dedo de luva pode ter: sangue, muco, pus
 Ver cor das fezes
Proctoscopia
 Classificação:
 Interesfinctérica
 Transesfinctérica
 Supra-esfinctérica
 Extra-esfinctérica
 Sintomas:
 São intermitentes (não se relacionam com as
dejecções)
 Drenagem purulenta (amarelada) que suja a
roupa interior
 Exame do canal anal
 Avalia a função ano-rectal
 Inspecciona o estado da mucosa rectal
Fístulas e abcessos anais
 Ambas situações são fases diferentes de um
processo: supuração anal.
 Têm origem na infecção das glândulas anais (de
Morgagni) no espaço interesfinctérico (entre o
20
 Prurido
 Dores anais
 Diagnóstico:
 Inspecção
 Toque rectal (com palpação bidigital, em que
a mão na região peri-anal sente o trajecto
fistuloso)
 Anuscopia
 Lesão dos nervos pudendos: desinervação do
pavimento pélvico devido a estiramento
destes nervos – ↑tempo de latência;
 Idiopático / neurogénico: após esforço
defecatório com em doentes com descida do
períneo;
 Lesões traumáticas: empalamento, lesões
pós-cirúrgicas que produzem lacerações
esfincterianas;
 Lesão congénita: ânus imperfurado com
função esfincteriana comprometida.
 Compromisso do reservatório rectal:
 Fecalomas: retenção de fezes no recto com
fluxo aumentado de fezes líquidas que levam
a alteração da compliance do recto;
 Proctite / Colite: causam um recto rígido e
tubular não distensível (doença de Crohn,
doença venérea)
 Remoção cirúrgica do recto: ressecções
anteriores baixas com anastomoses colorectais ou colo-anais.
O tratamento das fístulas passa por fistulectomia
após identificação do orifício interno e dos trajectos
fistulosos.
Incontinência fecal
Definição: Alteração na capacidade de reter gases e
fezes (líquidas ou sólidas)
A manutenção da normal continência fecal depende:
 Actividade coordenada da musculatura lisa e
estriada da região ano-rectal e pavimento pélvico;
 Integridade anatómica destas estruturas;
 Inervação autónoma;
 Existência de reflexos cerebrais e espinhais.
Exame físico:
 Exame em repouso (detectar laceração / cicatriz /
deformação)
 Toque rectal (avaliar tónus muscular do esfíncter
interno e externo)
Mecanismos de manutenção da continência:
 Esfíncter interno do ânus (85% da pressão anal em
repouso);
 Esfíncter externo do ânus (15%)  contudo esta
pressão pode aumentar para o dobro ao contrairse – em muitos doentes com incontinência há uma
redução da pressão de contracção, que resulta de
um processo de desinervação (entre outros);
 Conservação do reflexo recto-inibitório anal;
 Conservação dos reflexos medulares e cerebrais;
 Barorreceptores
funcionais
nos
músculos
elevadores;
 Adequado número de terminações nervosas
sensitivas anais;
 “Almofadas” anais de tamanho normal
Qualquer alteração de um destes mecanismos pode
levar à incontinência fecal.
Exames complementares:
 Proctoscopia (excluir proctite, polipose, carcinoma;
ver se há fecalomas)
 Manometria
(assimetrias
dos
esfíncteres;
lacerações musculares)
 Electromiografia (compromisso do estímulo neuromuscular; desinervação)
 Ecografia anal
Terapêutica:
 Médica:
 Manipulação dietética
 Modificação intestinal
 Cirúrgica:
 Reconstrução directa esfincteriana e do
pavimento pélvico (por técnicas de aposição,
sobreposição e encurtamento);
 Neo-esfíncteres anais (cerclage anal por
material sintético).
A escolha da técnica cirúrgica mais apropriada varia
com origem e extensão da lesão.
Etiologia:
 Idiopática
 Traumática
 Neurológica
 Congénita
Classificação:
 Compromisso do mecanismo esfincteriano:
 Lesões obstétricas: frequentes no parto
(partos prolongados c/ recorrência a fórceps);
Obstrução defecatória
Incapacidade evacuar voluntariamente o conteúdo
rectal. Contudo, o tempo de trânsito no cólon está
normal (não está atrasado).
21
Geralmente a fissura é aguda, recente. Quando
crónica, pode desenvolver-se um fragmento cutâneo
distal (hemorróida sentinela).
Sintomas:
Alternância de períodos
Dor 90%
de sintomas com períodos
Hemorragia 85%
assintomáticos
Prurido 50%
Obstipação 25%
Diagnóstico
É feito pela inspecção onde se visualiza a fissura (não
se palpam). Por vezes o esfíncter está tão contraído
que é impossível o toque rectal. Tentar então o toque
rectal mais tarde. Tríade de sinais de cronicidade:
 Pequeno pólipo no extremo superior da fissura.
 Pequena hemorróida sentinela no extremo inferior.
 Fibras do esfíncter interno no leito da fissura.
Causas:
 Estenose anal
 Disfunção do assoalho pélvico – síndrome
puborrectal não relaxante
 Fixação rectal anormal
 Fibrose depois de operação anal → Causa + freq
Sinais e sintomas:
 Dificuldade crescente e esforço na defecação
 Eliminações intestinais finas e por vezes dolorosas
 Distensão abdominal, Obstipação
 Evacuação incompleta, secreção de muco,
secreção de muco, rectorragias
Exames auxiliares de diagnóstico:
 Na estenose anal não são necessários.
 No Síndrome Puborrectal não relaxante:
 exame do trânsito cólico
 manometria anorrectal
 colonoscopia
Tratamento
 Médico (curam em quatro semanas):
 Amolecimento de fezes pela dieta;
 Aplicação local de anti-inflamatórios e
anestésicos locais (antes e depois de defecar);
 Cirúrgico (se persiste às seis semanas e sinais de
cronicidade):
 Esfincterotomia lateral interna – Corte parcial
de 20-25% do músculo, sob anestesia local,
para diminuir a contractura que perpetua e
fissura, levando à cicatrização. É Tratamento
definitivo, se após cirurgia se regularizar o
trânsito intestinal com normas higienodietéticas  tratar obstipação pois pode
haver risco de recorrência.
Diagnóstico diferencial:
 D. Crohn, colite ulcerosa
 Cancro, Leucemias
 HIV
 Sífilis
 Tuberculose
 Paget
Tratamento:
 Médico
 Dilatação suave e agentes formadores de
massa (se estenose branda)
 Bio-retro-regulação (se síndrome pubo-rectal
não relaxante)
 Cirúrgico
 Esfincterotomia (se estenose anal grave)
Fissura anal
A fissura anal é uma laceração dolorosa do canal anal
(abaixo da linha pectínea). Estas geralmente são:
 Únicas e geralmente na linha média posterior (se
localização atípica pensar noutras patologias –
doença inflamatória).
 A causa mais frequente de dor anal.
 Mais comuns no adulto jovem.
Hemorróidas
Etiologia
Causada normalmente pelo traumatismo da emissão
de fezes volumosas e duras, devido a um esfíncter
anal que não relaxa por completo. Temos então:
 Hipertonia do esfíncter anal interno
 Isquémia da mucosa.
Hemorróida é a dilatação varicosa das veias
anorretais submucosas devido à pressão venosa
persistentemente elevada no plexo hemorroidário.
São veias hemorroidárias anastomosadas entre si:
 Superior  drenam para a veia porta
 Média e inferior  Veia ilíaca interna  VCI
Existem em 30% da população
Semiologia
Dores intensas à defecação, prolongando-se por
minutos ou horas após esta. A fissura provoca um
intenso espasmo do esfíncter anal, agravando assim a
dor (podendo também impedir a cura). A defecação é
frequentemente seguida de rectorragias.
Etiologia
 Malformações vasculares: fístulas arterio-venosas
na parte terminal do tubo digestivo.
 Aparecimento pode ser favorecido por situações
que ↑ pressão abdominal: obstipação, vida
22
sedentária, gravidez, obesidade, posição sentada –
facilitam a exacerbação destas fístulas.
Se trombose e o doente aparecer:
 nas primeiras horas  cirurgia de urgência
(hemorroidectomia)
 em fase tardia  remoção do trombo sob
anestesia (trombectomia). Há quem faça
corticoesteróides e hialuronidase. Só após isto ser
realizado, fazer cirurgia mais tarde.
Semiologia
 Assintomática na maioria dos casos;
 Sangramento (rectorragias): após a defecação, o
sangue cai sobre as fezes e suja o papel higiénico.
 Desconforto
 Prurido
 Prolapso
 Descargas mucosas
 Indolores (excepto se sofrerem trombose).
 Alternância de exacerbações e remissões
Injecção de
esclerosantes
Terapêutica
GRAU I
 Medidas higieno-dietéticas.
 Pomadas anti-edematosas.
 Flebotópicos (de eficácia questionável).
 Substituição de papel higiénico pela lavagem com
água morna ou preferencialmente
fria,
especialmente se houver rectorragias.
GRAU II
n
 Aplicação de anéis elásticos: um aparelho com um
aspirador que aspira a hemorróida e que tem um
anel que aplica um elástico em volta da veia
dilatada;
 Injecção de substâncias esclerosantes (acima da
linha pectínea)
 Não são medidas curativas, no entanto GRAU II
não justifica cirurgia.
GRAU III e IV
 Retiram-se 3 rectângulos de pele e mucosa
correspondente aos pedúnculos hemorroidários;
em decúbito dorsal estão às 3, 6-7 e 11 horas;
 A cirurgia é:
 indolor
 rápida (alta passadas 24 horas)
 eficaz (em 85% dos casos – recidivas raras)
Criocirurgia e laser não resultam.
No primeiro dia de pós operatório da
hemorroidectomia, estimula-se o doente a defecar e
administra-se um laxante para diminuir a consistência
das fezes.
Cirurgia/anéis
elásticos
Prolapso rectal
A dor não é um sintoma característico de
hemorróidas. Há que excluir outras causas.
Diagnóstico
 Inspecção anal:
 identificação de coxins aumentados
 + às 3, 7 e 11 horas em posição ginecológica
 metaplasia escamosa
 Anuscopia
É importante excluir causa hemorrágica a montante:
pólipo, tumor…
Classificação
 Internas – acima da linha dentada ou pectínea.
 Externas – abaixo da linha dentada (as
hemorróidas externas tornam-se sintomáticas
quando trombosam, com aumento do volume, dor
e cor violácea da zona afectada).
Classificação das hemorróidas internas
GRAU I
GRAU II
GRAU III
GRAU IV
Sem prolapso; sangram;
sintomas ocasionais
Prolapso ao defecar
(redução espontânea logo
após a defecação)
Necessitam de redução
manual após defecação
Prolapso hemorroidário
permanente. Os plexos
int. e externo estão em
continuidade
Alimentação,
pomadas
Exteriorização completa do
recto em toda a sua
espessura através do ânus,
por
fragilidade
do
pavimento pélvico.
Situação
rara
(mais
frequente em crianças e
idosos, sobretudo do sexo
feminino).
Hemorroidectomia
Complicações
 Anemia
 Prolapso rectal
 Trombose Hemorroidária (externas)  Estase
sanguínea  o sangue coagula  tumor
inflamatório inflamatório no ânus (massa dura,
dolorosa, cuja dor é exacerbada à defecação). A
dor permanece 14 dias.
23
Etiologia
 Doentes mentais
 Traumatismos
 Cirurgias
 Parece haver conjugação de factores:
 Mesosigmóide longo;
 Fundo de saco de Douglas + profundo;
 Esfíncter anal enfraquecido;
 Defeitos no pavimento pélvico com afasta//
dos músculos elevadores do ânus;
Classificação
 Completo
 Parcial
Sintomatologia
 Incontinência rectal
 Corrimento mucoso
 Hemorragia por traumatismo
 Falsas vontades (levam a repetição do esforço
defecatório – piora situação)
Fases iniciais: prolapso reduz espontaneamente ou
manualmente;
Fases tardias: exteorização permanente.
Tratamento: Cirúrgico!
 Resseção do recto (anastomose colo-rectal)
 Rectopexia (fixação do recto ao sacro)
Lesões hepáticas benignas
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24
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