ETNOGRAFIA: UMA INTRODUÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE Braulino Pereira de Santana, UNEB# [email protected] Recebido em: 06/01/2013 Aceito em: 06/03/2013 Publicado em: 25/04/2013 Resumo. Este artigo tem como objetivo delinear algumas ideias contemporâneas sobre o conceito de etnografia, discutindo questões teóricas e descrevendo processos metodológicos. Apresenta, também, algumas pesquisas que se utilizam desse campo de estudo como pressupostos teóricos de análise. Palavras-chave: Etnografia. Linguagem. Prática pedagógica. ETHNOGRAPHY: AN INTRODUCTION TO TEACHING PRACTICES Abstract. This article aims to outline some contemporary ideas about concept of ethnography, discussing theoretical issues and methodological describing processes. It also presents some research that use this field of study as theoretical assumptions of analysis. Keywords: Ethnography. Language. Teaching practice. # Doutor em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor Adjunto da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), campus I Salvador/BA. 94 A pesquisa etnográfica: algumas questões C omo age um pesquisador que se considera um etnógrafo? Quais os interesses inerentes à etnografia que não sejam focalizados/estudados por antropólogos? Quais as intersecções e as diferenças entre antropologia e etnografia, já que esses dois campos de estudo lidam com sociedades e culturas humanas? Essas questões não serão enfrentadas aqui de maneira sistemática. Serão feitas breves considerações, que podem ser aprofundadas por pesquisas mais amplas e exaustivas. O ponto em comum entre esses dois campos de saberes nas ciências sociais tem como objeto de estudo sociedades e culturas. Em todas as organizações humanas na história, a distribuição de força, privilégios e oportunidades gera desigualdades e diferenças sociais. Tais desigualdades e diferenças (econômicas, lingüísticas e culturais) dividem os agrupamentos humanos em sociedades. O conceito de cultura engloba o estudo das formas simbólicas. A vida das pessoas em sociedade não pode somente ser explicada pela sucessão de fatos e ações como fenômenos de um mundo natural. Os fatos e as ações em sociedades humanas são expressões significativas, manifestações verbais, símbolos, armas, artefatos, pensados e utilizados por sujeitos que se expressam e entendem uns aos outros por meio de produção e recepção de formas simbólicas. Numa metodologia de enfoque dessas formas simbólicas, estão as diferenças e as intersecções entre antropologia e etnografia. Esses dois campos de saberes enfocam sociedade e cultura como áreas de interesse; o conceito de cultura como um dado de identidade social, contudo, está muito mais próximo dos trabalhos em etnografia. Thompson (1999) distingue quatro tipos básicos de sentido para a palavra cultura: uma concepção clássica, uma descritiva, uma concepção simbólica e uma outra, estrutural. A concepção clássica associa esse termo ao processo de desenvolvimento intelectual e espiritual, ao progresso das sociedades, embasado pelas idéias iluministas de civilização. Com o surgimento da Antropologia em fins do século XIX, essa concepção clássica cedeu lugar a variadas referências antropológicas sobre cultura, dentre essas, o autor destaca o que ele classifica como concepção descritiva e estrutural. A concepção descritiva diz respeito a um variado conjunto de valores, crenças, saberes, convenções, hábitos, práticas e costumes característicos de uma sociedade ou inerentes a um período sócio­histórico da humanidade. A Antropologia, dessa forma, veio “libertar” a concepção de cultura de sua associação à civilização e ao progresso. Ainda hoje, entretanto, é possível observar nas falas e nas atitudes de muitas pessoas essa associação: quando se diz que alguém é uma pessoa 95 culta, tem o lastro da cultura, enquanto o outro é “inculto”/“iletrado”. A concepção simbólica amplia o conceito de cultura pois muda o foco descritivo para uma análise do comportamento das formas de significação. Nesses termos, o estudo dos fenômenos culturais se interessa pela interpretação e pela ação das formas simbólicas. Coincide com a consolidação da análise de discurso como disciplina autônoma e sistemática nos estudos lingüísticos a partir de meados do século passado. Enquanto a concepção clássica se assenta sob uma noção humanística de cultivo das artes e das faculdades inteligíveis das pessoas, esta concepção se preocupa com a análise, a comparação e a classificação dos elementos característicos de um fazer cultural inerente a uma determinada sociedade. Convida o pesquisador a uma reflexão e a uma ação. Por fim, uma concepção estrutural de cultura insere seus interesses nas formas simbólicas em contextos socio­interacionais. Nessa visão, a análise cultural pode ser pensada como o estudo da constituição significativa e da contextualização social das formas simbólicas. A etnografia, então, dedica­se a um recorte pela contextualização social dessas formas, tendo a língua e suas relações com a sociedade suas formas simbólicas basilares. A etnografia é uma “especialização” da antropologia. Enquanto um antropólogo busca estudar e interpretar práticas, culturas, hábitos, artefatos, o trabalho humano nas sociedades, um etnógrafo tem a sua prática associada à investigação das relações entre língua e sociedade, tendo o comportamento das práticas sociais, filtrado pelas práticas discursivas, seu foco de interesse mais acentuado. Ao etnógrafo não interessa o fato lingüístico em si, do ponto de vista da constituição sintática, morfológica ou semântica da língua, mas a repercussão e a ação das práticas discursivas no comportamento dos sujeitos­atores em estudo. E esta é uma das razões pelas quais os pressupostos metodológicos da pesquisa etnográfica são bastante utilizados na pesquisa em Lingüística Aplicada. Geertz (1991) sugere que a análise e a interpretação feita por etnógrafos está relacionada com textos, no sentido de que a prática da etnografia é a produção de textos. Os textos com os quais esses pesquisadores lidam fixam tanto o “dito” como o “não­dito” do discurso social. Procura­se entender, neste tipo de pesquisa, as instituições, os costumes e as mudanças sociais, em certo sentido, como possíveis de serem lidos, interpretados, visualizados como textos. A etnografia é o “ouvido” da antropologia. Não se preocupa em buscar o valor de verdade do que é dito, mas relacionar o que é dito ao comportamento e a práticas sociais. A concepção simbólica de cultura e a 96 contextualização social podem ter facilitado o surgimento dessas formas simbólicas como um campo especializado da antropologia. A pesquisa etnográfica em linguística aplicada Nesta seção, serão resenhadas algumas pesquisas etnográficas (descritivas e comparativas) como exemplos ilustrativos dos processos metodológicos nessa área. Cox e Assis­Peterson (2001) fizeram um estudo etnográfico­comparativo observando o cotidiano de crianças em processo de aquisição de escrita, tendo como foco o conceito de palavra, sua assimilação e sua ressonância entre aprendizes e professores. O cenário foram duas escolas, uma pública e outra particular, nos primeiros ciclos do ensino fundamental. Após uma descrição dos sujeitos­alvo da pesquisa (professores e alunos), e do acompanhamento do cotidiano dessas escolas e das práticas pedagógicas, as pesquisadoras chegaram a algumas conclusões, a partir de observações interpretativas: — não se encontraram diferenças acentuadas entre o processo de aquisição de escrita por um grupo ou outro; — crianças vivendo em contextos ricos em leituras apresentaram assimilação do conceito de palavra em estratégias bem semelhantes àquelas que não vivem nesse contexto. Mota (2003) estuda o papel que uma educação bilingüe exerce no processo de socialização de crianças filhas de imigrantes nos Estados Unidos. Para a realização da análise, a autora focalizou as relações familiares e escolares de doze famílias brasileiras residentes em Somerville, Massachusets. As questões levantadas pela pesquisadora e a metodologia de trabalho são típicas de uma pesquisa etnográfica moderna: referem­se à pertinência da escuta das vozes dos sujeitos­atores sobre o impacto que uma proposta pedagógica em educação bilingüe tem trazido para as suas vidas pessoais e profissionais. A pesquisa se concentra num estudo descritivo da realidade lingüística e cultural dos Estados Unidos atualmente e suas relações com o ambiente escolar, particularmente com o ambiente escolar de educação bilingüe e suas propostas de inserção pedagógica. O fulcro do trabalho de Mota, no entanto, aponta para um distanciamento identitário das crianças imigrantes em relação à sua cultura de origem, e o “embaralhamento” de identidades culturais num contexto de 97 bilingüismo. O trabalho procurou centralizar atenção nas relações familiares, tendo o português e o inglês como línguas usadas cotidianamente por pais e filhos. A possibilidade de manutenção das duas línguas nas relações familiares, contudo, mostra­se cada vez mais difícil pois, em todos os grupos minoritários, a mudança lingüística parece fazer parte da atitude anglo­conformista, necessária para o processo de assimilação (p.04). Há um progressivo abandono das raízes étnicas e culturais dos filhos imigrantes (pari passu ao abandono da língua materna) impulsionado pela necessidade de “acomodação” cultural a uma sociedade dominante. Esse resultado contrasta com concepções atuais da Lingüística que atestam contextos multilingüe como saudáveis à socialização dos indivíduos, como também quase que necessários à convivência interativa e de respeito às diferenças e semelhanças entre as pessoas em sociedade. A pesquisa também descreve experiências bem sucedidas de educação bilingüe em vários países relatadas por Skutnabb­Kangas e Cummins (1988), apontando que em todas elas observa­se um alto comprometimento da comunidade, pela integração de metas comuns orientadas a partir da convivência dialógica família/escola, no sentido de promover o bilingüismo/biculturalismo no currículo escolar. A “divisão” lingüística entre pais que pouco dominam o inglês e filhos que assimilam o inglês e o absorvem quase que totalmente, ao ponto de esses filhos “se esquecerem” de que têm uma língua materna, acentua diferenças não somente étnicas, mas sobretudo ideológicas e de poder. A família imigrante vê­se distante das escolas americanas pois o ambiente de bilingüismo não é compartilhado e nem vivido pela escola, e pouco a pouco sendo também desacreditado na família. A pesquisa relata que a comunicação entre pais e filhos apresenta obstáculos e conflitos nas relações entre eles: um conflito de ordem psicológica e um conflito de ordem lingüística. Esses conflitos contribuem para o desgaste e para a desintegração do diálogo familiar, invertendo­se papéis: filhos que dominam a língua do país poderoso; enquanto pais passam a ser vistos como os diferentes, aqueles que (muitas vezes por incompetência, inaptidão, na visão preconceituosa e estereotipada lançada sobre o imigrante de um país pobre) não assimilaram a língua de prestígio. Tal fato contribui ao ponto de, em muitas situações, os pais serem ajudados pelos filhos em situações concretas de tradução. Kleiman (1995) estuda padrões de letramento e práticas de alfabetização na escola também num trabalho tendo como modelo uma pesquisa etnográfica. Ela 98 inicialmente define as bases teóricas com as quais vai ser possível a análise dos dados levantados para a pesquisa. Para letramento, por exemplo, a autora separa os estudos sobre o impacto social da escrita dos estudos sobre alfabetização, dando­lhe uma definição de práticas sociais de assimilação de escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos, para objetivos específicos. Kleiman observa que existem “agências” de letramento, sendo a escola uma das mais profícuas e significativas, a agência “oficial” por excelência. Diferencia, entre outras, duas concepções de letramento: o modelo autônomo e o modelo ideológico. O primeiro pressupõe haver uma maneira de o letramento ser desenvolvido como forma associada ao progresso e à civilização. Esse modelo conta com uma pedagogia da mobilidade, da escola como instituição redentora, sem conflitos. O letramento é um processo “natural”, possível graças à freqüência habitual, sem grandes traumas. O segundo pressupõe práticas de letramento (enfatizadas pela autora, no plural). Tais práticas são sociais e culturalmente determinadas. Os significados da escrita assumidos por um grupo social são diferentes, por vezes, divergentes, e não podem ser tomados como únicos. Por exemplo, práticas de letramento e assimilação da escrita por comunidades carentes têm um sentido diferente, talvez até, ideologicamante, mais importantes que para comunidades de classe média. O trabalho descreve um evento de letramento em que essas duas concepções estão, por vezes, em conflito ou interagindo. Numa aula de produção de um texto (uma receita), a professora propõe uma receita de bolo de fubá. Estimula as alunas, dando ênfase aos aspectos formais de produção de textos escritos. O foco, portanto, está nos aspectos formais, negligenciados os discursivos e contextuais. A contribuição das alunas muitas vezes não se ouve por conta de um modelo estruturado e pré­construído pela professora. Assim, perde­se substancial contribuição das alunas, pois a oralidade parece se esconder ou ser minimizada na aula de produção de textos escritos observada. A professora não é capaz de “fazer a ponte”, relacionar as variadas intersecções entre oralidade e escrita necessárias a um evento de letramento. Escrita e oralidade são vistas como excludentes, devem­se evitar, também, ao máximo, estratégias de oralidade num texto escrito. Parece ser um resumo teórico do que se passa numa aula como essa. Citando Heath (1982), Kleiman (1995:16) aponta, porém, que nem todos os grupos letrados verbalizam ou se apóiam na escrita para analisar a seqüência de passos envolvidos na realização de uma tarefa, e, com certeza, os grupos de tradição oral têm outras estratégias para auxiliar a memória. No Brasil há uma carência, senão quase que ausência, de uma etnografia de sala de aula. Enquanto o desenvolvimento e a aplicação de modelos teórico­ pedagógicos são rica e amplamente divulgados e experimentados, descrição e análise 99 de eventos de ensino­aprendizagem são escassas. Apesar dessa escassez, alguns exemplos já se configuram no cenário acadêmico brasileiro. A pesquisa de Cajal (1993), por exemplo, se inscreve nesse campo: A interação de sala de aula: como o professor reage às falas iniciadas pelos alunos? Ela parte da concepção de aula como um evento social, uma situação em que, para além de conteúdos sendo buscados e trabalhados e decisões metodológicas e pedagógicas pré­definidas e cumpridas, uma aula se constitui num “acordo” entre pessoas que extrapola a relação ensino­aprendizagem e se insinua como vivência e envolvimentos de mundos diferentes, por vezes até conflitantes. A Etnografia é concebida como a pesquisa que tem como centro de interesse a fala produzida e o significado dela analisado sob o ponto de vista dos falantes, isto é, documentando o que as pessoas fazem ao falar. Para tanto, a etnografia busca responder a cinco questões: 1. O que está acontecendo aqui? 2. O que significa o que está acontecendo para os atores envolvidos? 3. Como esses acontecimentos estão organizados? 4. Em que tempo e espaço histórico estão acontecendo? 5. Está acontecendo o mesmo em algum outro lugar? Tendo em vista essas questões e a análise dos modelos de interação, o lugar e o significado das falas dos alunos para os professores, a pesquisa se desenvolveu em duas salas de pré­escola de Cuiabá, em escolas da rede municipal de ensino. Uma das salas fica num subúrbio da capital, e a outra na zona urbana. A professora­pesquisadora descreve as duas salas de aula. Enfatiza a precariedade e as condições difíceis na da zona suburbana, e as condições um pouco melhores, mas mesmo assim, precárias na da zona urbana. Faz uma comparação entre os sujeitos­atores, professores e alunos, não vendo muitas diferenças entre eles. O foco da pesquisa recai na reação das professoras às falas das crianças em eventos de ensino­aprendizagem e também nos momentos em que as atividades não são “estritamente” pedagógicas. A pesquisadora chega às seguintes conclusões: nas duas escolas, as crianças usam a fala para responder a questões feitas pela professora e para solicitar auxílio na compreensão ou execução de atividades pedagógicas propostas. Há preocupação tanto com a função social da linguagem (quando as crianças simplesmente conversam sobre assuntos que não se relacionam com o cotidiano e as práticas pedagógicas) como também com a função formativa no processo pedagógico. 100 A iniciativa de usar a palavra, sem solicitar consentimento ou sem que seja feita uma pergunta pela professora, foi mais comum num ambiente urbano que num ambiente suburbano. Isso pode estar associado ao grau de autonomia na aquisição da escrita ou na percepção dos objetivos da escola, interiorizados pelas professoras ou pelos alunos. Por lidar constantemente com identidades e representações culturais, uma pesquisa etnográfica busca reconstituir o comportamento (as práticas sociais) de uma comunidade, tendo como objetivos mapear e demonstrar como as vozes afetam e modificam o cotidiano. É um trabalho de (re)construção de identidades em interação, cooperação e conflito. Uma etnografia “coerente” não busca o significado, o “valor de verdade” das falas num evento de comunicação. Neste tipo de pesquisa, o que se torna relevante é a circulação das falas e o modo como circulam, e captar essas falas e esses modos, associando­os ao comportamento e a práticas sociais. Parece ser esses objetivos essenciais numa pesquisa etnográfica, como assinala Cajal (2001). Num ambiente em que a palavra circula, acontece a troca. Conclusão Ao longo dessa discussão, temos observado alguns conceitos básicos que definem os pressupostos teóricos e metodológicos da pesquisa etnográfica. Com base nos conceitos discutidos e nos exemplos apresentados, podemos voltar às questões postas logo no início do texto e tentar respondê­las: 1. Como age um pesquisador que se considera um etnógrafo? O seu trabalho pode estar associado à capacidade de trocas simbólicas, a troca de sua experiência de observador com a troca das experiências em observação. 2. Quais os interesses inerentes à etnografia que não sejam focalizados/estudados por antropólogos? Os antropólogos lidam com os mesmos materiais e podem recorrer aos mesmos métodos de observação e análise dos etnógrafos, só que para os primeiros o objeto de análise pode ser mais amplo que para os segundos. 3. Quais as intersecções e as diferenças entre antropologia e etnografia, já que esses dois campos de estudo lidam com sociedades e culturas humanas? As intersecções são as sociedades e culturas humanas, as diferenças podem estar restritas ao método de observação, coleta e análise de dados ­ enquanto um antropólogo lida com sociedade e 101 cultura com o “olhar”, um etnógrafo lida com esses mesmos eventos tendo os ouvidos como “arma”. Referências C0X; ASSIS­PETERSON (Orgs.). Cenas de sala de aula. Mercado de Letras, Campinas ­ São Paulo, 2001. CAJAL, Irene Baleroni. A interação de sala de aula: como o professor reage às falas iniciadas pelos alunos? In: Cox e Assis­Peterson (Orgs.). Cenas de sala de aula. Mercado de Letras, Campinas ­ São Paulo, 2001. GEERTZ, Clifford. The Interpretation of Culture. Basic Books, New York, 1973. KLEIMAN, Ângela. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. IN: Kleiman (Orgs.) Os significados do letramento uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas ­ São Paulo, Mercado de Letras, 1995. MOTA, Kátia Maria Santos. Políticas de educação bilingüe na escola e na família: cenários de competitividade lingüística. 25ª ANPED/Educação, manifesto, lutas e utopias, Caxambu, MG, set/2002, www.anped.org.br. THOMPSON, John B. Ideologia e Cultura Moderna: Teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa. Vozes, Petrópolis, 1999.