Artigo Inédito Estudo piloto sobre a previsibilidade de recobrimento radicular de recessões gengivais classe III de Milller Flávia sukekava*, Cléverson Oliveira Silva*, Maurício G. araÚjo* Palavras-chave Resumo Recobrimento radicular. Cirurgia. O objetivo do presente estudo foi avaliar o grau de recobrimento radicular de recessões classe III de Miller obtido após a realização de reposicionamento coronal do retalho associado a enxerto de tecido conjuntivo subepitelial. Vinte pacientes foram incluídos no estudo, cada um oferecendo uma recessão gengival. Esses indivíduos preencheram os seguintes critérios de inclusão: (a) recessões gengivais únicas ou múltiplas classificadas como classe III de Miller; (b) ausência de comprometimento sistêmico ou uso de medicamentos que os impedisse de sofrer qualquer intervenção cirúrgica; (c) ausência de sinais clínicos de inflamação gengival; (d) perda de inserção interproximal < 4mm; (e) ausência de lesão de cárie radicular. Imediatamente antes do procedimento de recobrimento radicular, o tamanho da recessão gengival foi avaliado com auxílio de uma sonda milimetrada. Um ano após o procedimento de recobrimento radicular, as áreas operadas foram reexaminadas. Os exames clínicos indicaram que havia ausência de supuração, sangramento gengival, sensibilidade e profundidade de sondagem > 3 mm. A altura média inicial da recessão era de 4mm e, ao final de um ano de acompanhamento, era de 1,2mm. A porcentagem média de recobrimento da distância da junção cemento-esmalte à margem gengival foi de 69% ao final do estudo. O retalho posicionado coronalmente associado ao enxerto de tecido conjuntivo parece ser uma técnica adequada para recobrir parcialmente recessões gengivais classe III de Miller. Recessão gengival. * Professores de Periodontia do Departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá. Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2010 abr-jun;4(2):93-102 93 Estudo piloto sobre a previsibilidade de recobrimento radicular de recessões gengivais classe III de Milller radicular, e tornou-se o padrão-ouro para o re- INTRODUÇÃO As cirurgias plásticas periodontais têm sido cobrimento radicular25. muito utilizadas para melhorar a estética dos Apesar de diversos estudos com recobri- pacientes. Uma das indicações mais frequen- mento radicular, poucos trabalhos mostram o tes desse tipo de cirurgia é o tratamento de resultado do mesmo em recessões gengivais recessões gengivais . Os procedimentos de classe III de Miller. Dessa forma, o objetivo do recobrimento radicular são indicados não so- presente estudo foi avaliar, de maneira retros- mente quando há comprometimento estético, pectiva, o percentual de recobrimento radi- mas também em casos de hipersensibilidade cular obtido em recessões classe III de Miller dentinária e cáries radiculares1,17,19,23,26,29. com a técnica de reposicionamento coronal 8,19,23 A etiologia das recessões gengivais (i.e.: deslocamento apical da margem gengival em do retalho associado ao enxerto de tecido conjuntivo subepitelial. relação à junção cemento-esmalte ) é multi2 fatorial5,26,27. Existem fatores predisponentes, Material e Métodos como biotipo periodontal fino, deiscências ós- O presente estudo retrospectivo incluiu 20 seas, mau posicionamento dentário; e fatores indivíduos (média de idade de 37 anos, 4 ho- desencadeantes, como inflamação periodontal mens e 16 mulheres). Esses indivíduos pre- induzida por placa bacteriana e trauma de esco- encheram os seguintes critérios de inclusão: vação. O controle desses últimos pode impedir (a) recessões gengivais únicas ou múltiplas clas- a progressão da recessão gengival1,6,26,28. sificadas como classe III de Miller (Fig. 1A), (b) Diversos fatores podem interferir no resul- ausência de comprometimento sistêmico ou uso tado do recobrimento radicular, dentre os quais de medicamentos que os impedissem de sofrer pode-se citar o cigarro , o tamanho da reces- qualquer intervenção cirúrgica, (c) ausência de são e a posição do dente na arcada 24 e sinais clínicos de inflamação gengival, (d) perda o tipo de defeito16. Quanto ao tipo de defeito, de inserção interproximal < 4 mm, (e) ausência as recessões gengivais classes III e IV de Mil- de lesão de cárie radicular e (f) não-fumantes. 7,10,11,28,29 ler possuem prognóstico menos favorável, por apresentarem perda de osso interproximal . 16 Duas semanas antes do procedimento cirúrgico, os pacientes foram instruídos sobre méto- Durante a década de 70, as técnicas de re- dos de higiene bucal com escova convencional posicionamento lateral ou coronal do retalho e e fio dental, para que qualquer potencial trauma o enxerto gengival livre foram as mais utilizadas de escovação fosse eliminado. Cada paciente para o recobrimento radicular. A partir da dé- forneceu uma área experimental. cada de 80, o enxerto subepitelial foi introdu- Imediatamente antes do início do proce- zido, aumentando a previsibilidade do recobri- dimento cirúrgico, a distância da junção ce- mento em áreas que apresentavam exposição mento-esmalte à margem gengival, na porção 94 Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2010 abr-jun;4(2):93-102 Sukekava F, Silva CO, Araújo MG Figura 1B - Incisões relaxantes nas porções mesial e distal da recessão gengival. foram realizadas lateralmente à recessão e estendidas até 3-4mm além da junção mucogengival (Fig. 1B). Essa incisão foi iniciada na margem da gengiva interproximal, entre a porção mais alta da papila e o zênite gengival do dente adjacente. As incisões relaxantes foram ligadas por uma incisão intrassulcular (Fig. 2A). Um retalho dividido foi realizado até Figura 1A - Aspecto clínico inicial da recessão classe III de Miller em um paciente leucoderma, normoreativo, gênero masculino, 34 anos de idade, no elemento dentário número 13. a base da incisão relaxante e, a partir desse nível, divulsionado com o auxílio de uma tesoura Metzenbaum (Welfare®, Alemanha) (Fig. 2B). O retalho foi considerado como adequadamente divulsionado quando a margem do mesmo média da face vestibular do dente em estudo, pudesse ser estendida até a porção incisal do foi obtida com auxílio de uma sonda periodon- dente operado (Fig. 3A). A gengiva interproxi- tal (UNC 15, Hu-Friedy , Chicago, EUA). Anes- mal incluída no retalho foi desepitelizada e as tesia adequada da região foi conseguida atra- raízes expostas foram raspadas. ® vés da infiltração local de anestésico com va- A partir de uma incisão 2mm aquém da soconstritor. Duas incisões relaxantes verticais, margem gengival, pela face palatina, que foi e ligeiramente divergentes no sentido apical, estendida da raiz palatina do primeiro molar Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2010 abr-jun;4(2):93-102 95 Estudo piloto sobre a previsibilidade de recobrimento radicular de recessões gengivais classe III de Milller superior em direção ao 1º pré-molar do mesmo quadrante (Fig. 6A), um enxerto de tecido conjuntivo subepitelial foi removido do palato (Fig. 6B). O tecido mole do palato foi dividido até obter as dimensões necessárias para a área receptora. A parte do enxerto de conjuntivo voltada para o osso foi delimitada por uma incisão e removida com o auxílio de um destaca-periósteo. O enxerto foi preparado (Fig. 6C) e a incisão no palato foi fechada com suturas simples. O enxerto foi fixado à área receptora através de sutura tipo colchoeiro no tecido conjuntivo adjacente à raiz exposta, com fio 5.0 reabsorvível (Vicryl®, Johnson & Johnson, São José dos Campos, São Paulo, Brasil) (Fig. 3B, 4A). Em seguida, o retalho vestibular foi reposicionado coronalmente e mantido em posição através de sutura tipo colchoeiro na papila interproximal, Figura 2A - Divisão da papila mesial do elemento 13 com lâmina de bisturi nº 15. de tal forma a recobrir totalmente o enxerto de tecido conjuntivo (Fig. 4B). Após o procedimento cirúrgico, os pacientes foram (a) medicados com paracetamol 750mg, 4 vezes ao dia por 3 dias, (b) instruídos a não escovar a área operada por uma semana e não usar fio dental por duas semanas e (c) a enxaguar com digluconato de clorexidina a 0,12% por duas vezes ao dia durante 15 dias. As suturas foram removidas com 7 dias e um programa de manutenção periodontal, que incluiu instrução em higiene bucal e profilaxia, foi realizado a cada 3 meses. Um ano após o procedimento cirúrgico, a recessão gengival residual foi medida e expressa em porcentagem de recobrimento da distância da junção cemento-esmalte à margem gengival obtida antes do tratamento (Fig. 5). 96 Figura 2B - Tesoura de Metzenbaum divulsionando o retalho. Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2010 abr-jun;4(2):93-102 Sukekava F, Silva CO, Araújo MG Figura 3A - Retalho suficientemente divulsionado, encobrindo a porção incisal do dente a ser recoberto. Figura 3B - Enxerto de tecido conjuntivo subepitelial posicionado sobre a raiz exposta do dente 13. Figura 4A - Enxerto posicionado e suturado sobre o leito receptor com fio de sutura reabsorvível 5.0. Figura 4B - Retalho reposicionado coronalmente e suturado com fio de sutura reabsorvível 5.0, com suturas tipo colchoeiro nas papilas interproximais e suturas simples nas incisões relaxantes. Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2010 abr-jun;4(2):93-102 97 Estudo piloto sobre a previsibilidade de recobrimento radicular de recessões gengivais classe III de Milller Figura 5A - Aspecto clínico inicial da recessão gengival. Figura 5B - Aspecto clínico três meses após o procedimento cirúrgico. Figura 5C - Aspecto clínico ao final de um ano de acompanhamento. Figura 6A - Incisão 2mm aquém da margem gengival que foi estendida da raiz palatina do primeiro molar superior em direção ao 1º pré-molar do mesmo quadrante. Figura 6B - Aspecto clínico do enxerto conjuntivo subepitelial removido do palato em sua face voltada para o periósteo. Figura 6C - Aspecto clínico do enxerto conjuntivo subepitelial removido do palato em sua face voltada para o epitélio, tendo seu excesso de tecido adiposo removido. 98 Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2010 abr-jun;4(2):93-102 Sukekava F, Silva CO, Araújo MG tratamento de recessões classe III. Sendo as- Resultados Todos os pacientes apresentaram cicatri- sim, a comparação dos resultados do presente zação adequada e relataram apenas um leve estudo com os resultados obtidos em outros desconforto após o procedimento cirúrgico. trabalhos fica comprometida. Durante o exame clínico realizado após um Poucos estudos na literatura mostram a ano, houve ausência de supuração, sangra- previsibilidade do recobrimento em recessões mento gengival, sensibilidade e profundidade gengivais classe III de Miller e nenhum deles foi de sondagem > 3mm. A altura média inicial da inicialmente desenhado para testar o resultado recessão foi de 4mm e, ao final de um ano de dos procedimentos nesse tipo de defeito: os acompanhamento, foi de 1,2mm. A porcenta- estudos utilizam uma amostra mista de defeitos gem média de recobrimento da distância entre classes I, II e III3,9,12,14,17,18. Como as amostras a junção cemento-esmalte e a margem gengival dos estudos eram muito heterogêneas, os resul- foi de 69% ao final do estudo, com 95% de tados foram muito distintos, variando de 51%18 intervalo de confiança entre 64,2% e 71,6%. a 92%3, mesmo utilizando técnicas cirúrgicas Nenhuma das áreas experimentais apresentou semelhantes. No presente estudo, a recessão 100% de recobrimento radicular em qualquer gengival residual (1,2mm) e a porcentagem de período pós-operatório. recobrimento radicular (69%) estão dentro da variação mostrada na literatura. Alguns trabalhos são casos clínicos, séries Discussão O objetivo deste estudo retrospectivo foi de casos ou estudos não-controlados, e não avaliar o resultado do tratamento de recessões mostram dados específicos quanto aos resulta- gengivais classe III de Miller utilizando a técnica dos do tratamento dos defeitos classe III14,17,18. do retalho posicionado coronalmente associado Outros estudos permitem uma avaliação indivi- ao enxerto de tecido conjuntivo subepitelial. Um dual e mostram uma grande variação na por- ano após o procedimento cirúrgico, foi obser- centagem de recobrimento e na quantidade de vado aproximadamente 70% de recobrimento sítios com recobrimento completo3,8,9,12. Esses radicular das recessões gengivais. Nas revisões resultados diferentes se devem, pelo menos em de Pagliaro et al. , Roccuzzo et al. e Oates parte, às diferentes características dos defeitos et al. , que incluíram estudos publicados so- de classe III, tendo em vista que a quantidade bre recobrimento radicular a partir de 1970 até de perda óssea interproximal, que determina o 2002, não foram incluídos recobrimentos em prognóstico dos defeitos de classe III, diverge recessões classificadas como classe III de Miller, muito de um defeito para o outro. 20 23 19 pois não havia trabalhos que se enquadrassem Diversas técnicas foram propostas para na metodologia pesquisada ou ainda não ha- realizar o recobrimento radicular. O enxerto via trabalhos que envolvessem exclusivamente de tecido conjuntivo subepitelial, inicialmente Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2010 abr-jun;4(2):93-102 99 Estudo piloto sobre a previsibilidade de recobrimento radicular de recessões gengivais classe III de Milller proposto por Langer, Langer13 e Raetzke22, fez causa abrasão do cemento e da dentina expos- com que o recobrimento radicular se tornasse tos ao meio bucal, alterando a posição original um procedimento muito mais previsível, uma do limite entre cemento e esmalte. Nesse estudo vez que a nutrição do enxerto é melhorada pelo piloto, optou-se por analisar o percentual de reco- meio bilaminar. Um recobrimento radicular com- brimento a partir da margem da papila (a média pleto pode ser esperado em recessões gengi- geral de recobrimento poderá ser maior). Harris11 vais classes I e II16 com qualquer tipo de técnica afirmou que dentes mal posicionados na arcada 16 empregada, porém, os defeitos classes III e IV também podem ser classificados como classe III. possuem uma pior previsibilidade. Isto porque Outro fator importante a se pensar com respeito à o nível máximo de recobrimento é determinado previsibilidade do recobrimento em classe III é que pela altura da crista óssea proximal . a técnica utilizada nesse trabalho não contempla 21 têm sugerido a manipulação dos tecidos nas regiões interproxi- que o suprimento sanguíneo para a área ope- mais. Diferente de Carnio8, que afirmou ser possí- rada é determinante para o sucesso do reco- vel obter recobrimento total em classe IV de Miller brimento radicular. Enxertos de maior espessura utilizando uma técnica que objetiva aumentar a associados ao reposicionamento coronal do re- papila com enxerto de tecido conjuntivo subepite- talho estão mais relacionados com recobrimento lial e não tracionar a porção vestibular do retalho. radicular total. Enxertos finos de tecido mole di- Os resultados finais do presente estudo fo- ficultam o procedimento e aumentam o risco de ram obtidos com 12 meses de proservação e necrose pós-operatória. Enxertos submersos de talvez já sendo contemplados pelo fenômeno do tecido mole têm sua sobrevivência maximizada creeping attachment que, segundo Matter, Cimasoni15 e Lee et al.14, foi primeiramente descrito por Goldman e Cohen como uma migração da margem gengival em direção coronal sobre a superfície radicular previamente exposta, particularmente no segmento anteroinferior. Essa migração frequentemente é vista por longos períodos pós-operatórios até que a margem gengival estável seja atingida. A literatura é limitada em afirmar quando o creeping attachment para, como progride e qual o momento ideal para avaliá-lo15. Para Matter e Cimasoni15, os melhores resultados do creeping attachment foram observados em pacientes jovens com recessões unitárias, rasas, estreitas e sem perda de osso interproximal. Diversos trabalhos 4,7,8,10,17,19,29 por receberem duplo aporte sanguíneo: do retalho e do periósteo do leito receptor. Independentemente da técnica empregada, é o suprimento sanguíneo que vai determinar o sucesso do procedimento cirúrgico mucogengival4. Segundo Harris11, a técnica escolhida para recobrimento radicular deve idealmente obter o recobrimento da superfície radicular até a junção cemento-esmalte ou até a porção mais coronal da papila distal ou mesial. Ainda nesse sentido, Zucchelli et al.30 discutem a dificuldade de se identificar corretamente a junção cemento-esmalte, já que uma das causas da recessão gengival pode ser o trauma de escovação — que, por sua vez, 100 Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2010 abr-jun;4(2):93-102 Sukekava F, Silva CO, Araújo MG Conclusão 1. O reposicionamento coronal do retalho gengivais classe III de Miller. associado com enxerto de tecido conjun- 2. Mais estudos são necessários para se tivo subepitelial mostrou ser uma técnica estabelecer a previsibilidade de recobri- capaz de recobrir parcialmente recessões mento das recessões gengivais classe III. Pilot study about root coverage predictability in Miller’s class III gingival recession ABSTRACT The aim of the present study was to evaluate the root coverage outcomes of Miller’s class III gingival recession defects achieved with a coronally positioned flap associated with subepithelial connective tissue graft. Twenty patients, each with one gingival recession, were included in the study. The inclusion criteria were (a) at least one Miller’s class III gingival recession, (b) no systemic disease or use of medication that could disqualify the possibility of surgical intervention, (c) absence of gingival inflammation signals, (d) attachment loss < 4 mm, (e) no root caries. Immediately before the root coverage procedure the gingival recession height was evaluated with a periodontal probe. One year after the root coverage procedures the operated areas were re-evaluated. The clinical evaluation showed absence of suppuration, gingival bleeding, sensibility, and probing pocket depth > 3 mm. The initial mean recession height was 4 mm and after one year it was 1.2 mm. The mean root coverage of the distance between the cementum-enamel junction and gingival margin was 69% at the end of the study. The coronally positioned flap associated with subepithelial connective tissue graft seems to be an adequate technique to partially cover Miller´s class III gingival recession defects. KEYWORDS: Root coverage. Surgery. Gingival recession. Referências 1. Allen EP, Miller PD. Coronal positioning of existing gingival: RL. Enamel matrix proteins (Emdogain) in combination short term results in the treatment of shallow marginal with coronally advanced flap or subepithelial connective tissue recession. J Periodontol. 1989;6:316-9. tissue graft in the treatment of shallow gingival recessions. 2. American Academy of Periodontology. Academy report: oral reconstructive and corrective considerations in periodontal therapy. J Periodontol. 2005;76:1588-600. 3. Boltchi FE, Allen EP, Hallmon WW. The use of a bioabsorbable barrier for regenerative management of Int J Periodontics Restorative Dent. 2002;22(6):583-93. 5. Borghetti A, Monnet-Corti V. Recessões teciduais marginais. 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