UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS - CURSO DE LETRAS Disciplina: INTRODUÇÃO À FILOSOFIA Profº: LILIANA LETRAS/LITERATURA - 2º PERÍODO TURMA: A Nubia Ferreira G. de Assis (matr. 2007023130) Rio de Janeiro, 14 de junho de 2008. Avaliação 2 - Introdução à Filosofia - Profª. Liliana 1. Leia o Texto: O homem é, antes de mais nada, um projeto que se vive subjetivamente, em vez de ser um creme, qualquer coisa podre ou uma couve-flor; nada existe anteriormente a este projeto; nada há no céu inteligível, e o homem será antes de mais o que tiver projetado ser. Não o que ele quiser ser. Porque o que entendemos vulgarmente por querer aderir é uma decisão consciente e que, para a maior parte de nós, é posterior àquilo que ele próprio se fez. Posso querer aderir a um partido, escrever um livro, casar-me; tudo isso não é mais do que a manifestação duma escolha mais original, mais espontâneo do que o que se chama de vontade. Mas se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Se, com efeito, a existência precede a essência, não será nunca possível referir uma explicação a uma natureza dada e imutável; por outras palavras, não há determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. ...o homem, sem querer apoio e sem qualquer auxílio, está condenado a cada instante a inventar o homem. SARTRE, Jean Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p.6, 9 e 10. Questão A) ARGUMENTE a favor de ou contra a idéia do autor de que o homem está condenado a ser livre: Quando se analisa a frase de Sartre que diz que “o homem está condenado a ser livre”, no primeiro momento podemos ser conduzidos a concordar com ele. Mas na verdade há outros fatores que devem ser levados em consideração. Estudar a liberdade significa estabelecer quais são os limites desta referida liberdade. Para muitos, ser livre é fazer o que bem entende, não respeitando o espaço do outro. Mas como alguém pode chamar de liberdade pisar nos direitos alheios? O que é liberdade para alguns é prisão para outros. Em um país como o Afeganistão ser livre é poder andar pelas ruas, é ter a liberdade de soltar uma pipa ou ler um livro. Coisas que para nós brasileiros são tão corriqueiras. O sentido de liberdade aqui não é o mesmo de lá. Estamos condenados a viver , mesmo que não queiramos, sob o domínio de algo ou alguém. Somos dominados a todo instante pela mídia, que nos impõe um jeito estereotipado de ser. E por mais que sejamos “independentes”, estamos sempre seguindo esta ou aquela moda imposta pelas propagandas de TV, pelo filme que assistimos, pelo astro do momento. E, como afirma Kierkegaard, “liberdade demais gera angústia no homem”, sendo assim, é muito difícil para o homem ser livre. E isso o desespera, porque ele não sabe como lidar com essa liberdade. Enfim, podemos concluir que o homem só será realmente livre quando perceber que liberdade não é fazer tudo, mas não ser dominado por nada. Questão B) Se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Segundo Sartre “o homem é responsável por aquilo que é, como projeto que se escolhe a si próprio e se realiza num "devir" de criadora auto-superação”. Podemos ser a favor do autor se levarmos em conta que o meio não influi em sua essência, que o homem será o que está projetado para ser. Não será um homem livre para fazer escolhas, não poderá ter sonhos, viverá segundo o que foi projetado para ele, por ele mesmo. Não crerá em Deus, como determina Sartre e será apenas regido por si mesmo. Mas por menos que o homem queira, ele acredita, ele tem fé em algo. Não consegue crer que é responsável por si mesmo. Precisa responsabilizar alguém por seus erros, suas falhas, sua negligência. Se o homem for mesmo responsável pelo que é, e acreditar nisso, não conseguirá sobreviver consigo mesmo. É um peso grande demais para ser carregado por ele, pois o ser humano é fraco demais para carregar tamanha responsabilidade. Enfim, parece egoísta demais o homem centrar-se na idéia de que não existe nenhum Deus que o tenha planejado, e portanto não exista nenhuma natureza humana fixa a que ele, o homem, deva respeitar. Seja que religião for. Que crença o homem tiver, ele precisa firmar-se em algo para sobreviver. "Que o jovem não espere para filosofar, nem o velho de filosofar se canse. Ninguém, com efeito, é ainda imaturo ou já está demasiado maduro para cuidar da saúde da alma. Quem diz não ter ainda chegado sua hora de filosofar ou já ter ela passado, fala como quem diz não ter ainda chegado ou já ter passado a hora de ser feliz." Epicuro, Carta a Menequeu Atividade Complementar A1 e A2 - valor= 2,0 pontos cada ATIVIDADE COMPLEMENTAR DE A1 – Introdução à Filosofia- profa. Liliana Lúcia Campus: Realengo Leia este trecho: “... a filosofia não é revelação feita ao ignorante por quem sabe tudo, mas o diálogo entre iguais que se fazem cúmplices em sua mútua submissão à força da razão e não à razão da força”. SAVATER, Fernando. As perguntas da vida. Tradução de Mônica Stahel. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p.2. A partir da leitura desse trecho e de outros conhecimentos sobre o assunto, REDIJA um texto destacando duas características da atitude filosófica. Fonte: Prova de Filosofia, Universidade Federal de Minas Gerais- Vestibular 2005 ATIVIDADE COMPLEMENTAR DE A2 A1 – Introdução à Filosofiaprofa. Liliana Lúcia Campus: Realengo Leia este trecho: “A educação, disse eu, seria uma arte da reviravolta, uma arte que sabe como fazer o olho mudar de orientação do modo mais fácil e mais eficaz possível; não a arte de produzir nele o poder de ver, pois ele já o possui, sem ser corretamente orientado e sem olhar na direção que deveria, mas a arte de encontrar o meio para reorienta-lo”. PLATÃO, República VII 518D Na imagem proposta por Platão, sair da caverna representa a educação como uma reviravolta. Com base na leitura desse trecho e em outras informações presentes nessa obra, REDIJA um texto, explicando o que significa essa reviravolta. Fonte: Prova de Filosofia, Universidade Federal de Minas Gerais- Vestibular 2005 Observação: Participação no fórum também pode ser considerada atividade complementar. Data final para entrega: 14/06/2008