efeito de diferentes doses de um ansiolítico e de um

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EFEITO DE DIFERENTES DOSES DE UM ANSIOLÍTICO E DE UM
ANSIOGÊNICO SOBRE COMPORTAMENTO EXPLORATÓRIO E
ESTEREOTIPIA EM RATOS NO LABIRINTO EM CRUZ ELEVADO
Lucas Siqueira Ribeiro (Bolsista Fundação Araucária/ Inclusão Social)
Celio Roberto Estanislau, e-mail: [email protected]
Universidade Estadual de Londrina/ Departamento de Psicologia Geral e
Análise Comportamental/CCB.
Área e sub-área do conhecimento: Psicologia/Psicobiologia
Palavras-chave: Ansiedade; ansiogênico; ansiolítico
Resumo
A pesquisa visa estabelecer a dose mais adequada para administração de
duas drogas, uma ansiolítica (midazolam) e outra ansiogênica
(pentilenotetrazol), que atinjam os seus efeitos esperados de cada droga sem
que ocorra nenhum comprometimento em relação a parte motora do rato. Essa
dose servirá futuramente para outros experimentos. Até o presente momento,
48 ratos foram submetidos a sessões curtas de 5 minutos no labirinto em cruz
elevado. Aqui são relatados resultados de um comportamento exploratório
(rearing) e de cadeias estereotipadas de grooming. Pode-se perceber uma
diferença entre os efeitos das duas drogas. Em relação à cadeia estereotipada
não houve nenhum padrão encontrado, em ambas as drogas, provavelmente
devido a sessão nas quais os ratos foram submetidas serem curtas, já em
relação ao rearing, pode-se notar o efeito claro do ansiolítico, indicando que a
sua dose mais adequada seja de 2mg/Kg. Porém, algo a ser discutido, foi o
fato de o ansiogênico possuir o mesmo efeito do ansiolítico conforme o
aumento da dose em relação ao mesmo comportamento (rearing). Entretanto,
como apenas parte dos ratos previstos na pesquisa foram submetidos ao
experimento, ainda não foi possível concluir qual a dose mais adequada de
cada droga, que servirá posteriormente para a realização de outros
experimentos.
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Introdução e objetivo
Este experimento faz parte de uma pesquisa maior sobre ansiedade, que é
composta por cinco outros experimentos, sendo este utilizado como base para
os demais. Neste experimento visa-se, através da análise comportamental dos
ratos submetidos a 3 doses diferentes de um ansiolítico (midazolam) e um
ansiogênico (pentilenotetrazol), determinar qual a dose mais adequada para a
realização dos experimentos posteriores, essa dose deve trazer o efeito
esperado para cada uma delas, porém, sem que haja um prejuízo motor nos
ratos. As respectivas drogas foram selecionadas devido as suas comprovações
em diversos estudos como drogas que agem, respectivamente, diminuindo ou
aumentando a atividade defensiva dos ratos (CAVALLI, 2009).
Neste estudo foi analisado apenas a frequência dos comportamentos de
rearing (levantar as patas dianteiras, ficando apoiado apenas pelas traseiras), e
a cadeia estereotipada (padrão fixo de ação de movimentos de grooming
composto por 4 fases) (BERRIDGE et al., 2005).
O presente trabalho se insere na área de modelos animais de
transtornos comportamentais. Devido a todas as dificuldades, tanto éticas
quanto financeiras, para os estudos sobre a ansiedade, o tema é muitas vezes
abordado por meio de modelos animais. Para se adotar um modelo animal
deve-se utilizar dos seguintes critérios: semelhança – grau de similaridade
fenomenológica entre a ansiedade humana e o comportamento definido como
modelo animal; previsibilidade – adquirir correlação entre os efeitos, em
humanos e nos diferentes modelos, obtidos pela aplicação de uma droga;
homologia – presume-se que os mesmos processos psicobiológicos
relacionados com a etiologia e fisiopatologia dos sintomas clínicos também
estejam presentes no modelo animal (CRUZ et al., 1997).
Na presente pesquisa foi utilizado o Labirinto em Cruz Elevado (LCE),
que tem o formato de uma cruz, com dois braços (um de frente para o outro)
fechados nas laterais e outros dois braços abertos. O labirinto se encontra à
50cm do solo. De acordo com diversos autores (ver MÜNCHEN, 2013), o LCE
foi validado por todos os critérios como um modelo animal de ansiedade.
Procedimentos metodológicos
Foram utilizados 48 ratos Wistar machos que ficavam mantidos no biotério
dentro de uma câmara com um ciclo claro-escuro de 12/12 horas, se iniciava
às 7:00 hrs e encerrava às 19:00 hrs. Eles possuíam água e comida à vontade.
Os ratos foram separados em 4 cada para cada gaiola. A manutenção e
limpeza nessas gaiolas eram feitas periodicamente, pois os ratos não poderiam
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estar sujos no momento do experimento, visto que isso atrapalharia na
obtenção dos resultados. Os ratos não foram submetidos a nenhuma
habituação. No dia do experimento cada rato era pesado para delimitar a
quantidade do fármaco que iria ser injetada nele, após isso eram levados ao
laboratório, cada rato era submetido a uma injeção intraperitoneal da solução
do fármaco diluída em uma solução de salina de 10 ml/Kg. A concentração
poderia ser de 1, 2 ou 3 mg/Kg no caso do midazolam, 10, 20 ou 30 mg/Kg no
caso do pentilenotetrazol ou nenhuma droga diluída (grupo controle). Após a
injeção o rato voltava a sua caixa, após 20 minutos o rato era submetido a uma
sessão de 5 minutos no labirinto em cruz elevado. Estas sessões eram
gravadas e depois analisadas por meio de um software de registro de
comportamento, o X-PLO-RAT 2005. Não será apresentada qualquer análise
estatística porque mais animais ainda serão testados.
Resultados e discussão
Após as análises foram observados os seguintes dados:
Frequência de cadeias
Frequência de rearing
Figura 1. Frêquências de cadeias estereotipadas de grooming e de rearing em ratos testados no labirinto
em cruz elevado. Os animais foram tratados com midazolam (MDZ) [1-3 mg/kg] pentilenotetrazol (PTZ)
[10-30 mg/kg] ou apenas salina (SAL).
A frequência no número cadeias foi insignificante para todos os grupos, tanto
para os grupos submetidos às injeções de pentilenotetrazol (PTZ10, PTZ20,
PTZ30) quanto ao grupo do midazolam (MDZ1, MDZ2, MD3) e grupo controle
(SAL). Isto pode ser atribuído ao fato de que as sessões as quais os ratos
foram submetidos são muito curtas (5 minutos), normalmente as pesquisas que
analisam as cadeias estereotipadas se utilizam de sessões prolongadas de no
mínimo 10 minutos. Já no rearing pode-se perceber o efeito das drogas. O
grupo que recebeu o ansiolítico realizou uma frequência de rearing bem inferior
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ao grupo controle, que era o resultado esperado. No entanto, mesmo as drogas
sendo de grupos opostos quanto aos efeitos, elas apresentaram efeitos
semelhantes: conforme a concentração da droga aumentava a frequência de
rearing diminuía.
Conclusão
A escolha da dose adequada de cada droga ainda não pôde ser definida
devido ao número pequeno de ratos analisados até o momento, porém com
estes resultados já podemos sugerir que a dose adequada do Midazolam está
entre 1 mg/Kg e 2 mg/Kg, já a dose do pentilenotetrazol com esses dados não
foi possível chegar a uma conclusão prévia.
Agradecimentos
O projeto recebe fomento da Fundação Araucária (prot. 38134) e LSR recebeu
bolsa de iniciação científica da Fundação Araucária durante a realização deste
trabalho.
Referências
Berridge, K.C. et al. Sequential super-stereotypy of an instinctive fixed action
pattern in hyper-dopaminergic mutant mice: a model of obsessive compulsive
disorder and Tourette's. BMC Biology, [S. l.], v. 3, n. 4, p. 1-16, fev. 2005.
CAVALLI, Juliana et al. Efeito do pentilenotetrazol e do midazolam na
aquisição e na expressão da resposta defensiva de ratos submetidos ao
condicionamento olfatório de medo. 2009. Dissertação (Mestrado em
Farmacologia) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
CRUZ, Antonio Pedro de Mello et al. Modelos animais de ansiedade:
implicaçöes para a seleçäo de drogas ansiolíticas. Psicol. teor. pesqui,
Brasília, v. 13, n. 3, p. 269-278, set-dez. 1997.
MÜNCHEN, Paulo Alexandre. Utilidade da Auto-limpeza para avaliação da
ansiedade em ratos repetidamente expostos a sessões prolongadas de
Labirinto em cruz elevado. 2013. Dissertação (Mestrado em Análise do
Comportamento) - Universidade Estadual de Londrina, Londrina.
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