saude mental e trabalho - TCC On-line

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SAUDE MENTAL E TRABALHO: UMA REVISAO DE LITERATURA
PSYCHOLOGICAL HEALTH AND WORK: A REVIEW OF LITERATURE
Mariela Lima Amaral¹
Sonia Moura²
¹ Psicóloga, pós graduanda em gestão estratégica de pessoas pela Universidade Tuiuti do
Paraná, Curitiba, Brasil.
Administradora, formada pela Universidade Tuiuti do Paraná e pós-graduada em Marketing
e Negócios pelo IBEPEX.
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RESUMO
Este artigo teve por objetivo estudar a relação entre o trabalho e a saúde
mental, mediante uma analise bibliográfica acerca da saúde mental e o
trabalho. Devido as varias mudanças que vem ocorrendo no ambiente de
trabalho, tais como: necessidade de alta produtividade, avanço tecnológico e
enfraquecimento das relações de trabalhos resultam no aumento dos
trabalhadores com doenças ocupacionais, além de atentar contra a saúde
mental.
Palavras-chave: saúde mental, trabalho.
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SUMMARY
This article aims to study the relationship between work and mental health,
through a literature review on mental health and work. Due to the various
changes that have occurred in the workplace, such as: the need for high
productivity, technological advancement and worsening relations work resulted
in widespread workers with occupational diseases, and undermine mental
health.
Keywords: psychological health, work
INTRODUÇÃO
O presente artigo ira tratar da relação entre a saúde mental e o trabalho.
Esta relação tem recebido atenção nas ultimas décadas, fato decorrente das
mudanças acarretadas pela globalização.
O interesse em pesquisar esse tema deveu-se ao fato de que, um dos
maiores fenômenos da sociedade atual são problemas de saúde mental, que
ainda não possui uma compreensão definitiva e nenhum tratamento definido.
Torna-se interessante, pois, fazer uma análise deste fenômeno.
Supõe-se que devido as varias mudanças que vêm ocorrendo no
ambiente de trabalho, tais como: necessidade de alta produtividade, avanço
tecnológico e enfraquecimento das relações de trabalhos resultam no aumento
dos trabalhadores com problemas de saúde.
Pretende-se, então, compreender a relação entre a saúde mental e o
trabalho, buscando esclarecer a etiologia da saúde mental e o desenvolvimento
de depressão no ambiente de trabalho, através de uma revisão bibliográfica.
Propõe-se, ainda, estudar o desenvolvimento histórico do trabalho, a fim
de compreender as mudanças ocorridas neste contexto com o passar dos
tempos.
A partir dos dados obtidos nessa revisão de literatura, poder-se-á,
através de sua divulgação, contribuir para a melhoria da qualidade de vida
desses profissionais, e a melhoria das relações de trabalho, bem como mostrar
à sociedade a importância do tema, para que possa pensar em políticas de
prevenção a problemas relacionados a saúde mental no trabalho.
REVISÃO DE LITERATURA
Histórico da evolução do trabalho
Segundo MARTINS (2000), a relação entre o trabalho e o homem se da
desde 4000 A.C, onde predominava o trabalho escravo e o trabalhador era
“coisificado”. Na bíblia o trabalho era tido como um castigo. O significado da
palavra trabalho é objeto de tortura.
De acordo com MARTINS (2000), o trabalho poderá ser compreendido
como um conjunto de princípios, regras e instituições cujo objetivo é regular a
atividade dos órgãos jurisdicionais na solução dos dissídios entre empregador
e empregado.
No que diz respeito a evolução do trabalho MOTA (1956), ressalta que
um marco importante foi a revolução industrial, pois após esta revolução tevese consequências transformadoras. A expressão Revolução Industrial nomeia
o grande desenvolvimento econômico ocorrido na Inglaterra nos Sec. XVIII e
XIX. Tal evolução teve origem na organização do sistema fabril, utilizando-se
de novas tecnologias.
Conforme MOTA (1956), com a inserção das maquinas a vapor
aconteceram significativas mudanças com a substituição do trabalho rural e do
artesanato
pelas
atividades
industriais.
Como
consequências
disto,
trabalhadores passaram a deixar o trabalho rural ou artesanal para trabalhar
nas indústrias.
Foi neste momento histórico citado por MOTA (1956), que as condições
de trabalho mudaram radicalmente, predominando o trabalho estafante e
prolongado com péssimas condições de moradia e de alimentação.
De acordo com MOTA (1956), com o passar dos tempos tais condições,
foram-se evidenciando. Além das condições citadas acima se pode considerar:
Concentração do capital em poder de uma reduzida parcela de pessoas;
Ausência de qualquer direito trabalhista e falta de motivação dos trabalhadores.
Foram estes alguns dos motivos que começaram a mobilizar pensadores da
época, que a posteriori começaram a escrever e falar sobre este cenário.
Como consequência uma relação conflituosa passou a existir entre o
empregado e o empregador. Por mais que existissem mais empregados do que
empregador ainda assim não apresentavam força, pela falta de conhecimento
do que estava acontecendo.
Já no Brasil, MARTINS (2000), relata que o primeiro órgão de solução
de conflito de trabalho foi o Patronato Agrícola, criado em 1911, através da lei
nº 1.299- A de 27 de dezembro de 1911.
Com o Advento da revolução industrial, criou-se a necessidade de um
setor que pudesse regular as atividades dos diversos trabalhadores dentro das
industrias. Esta área foi denominada de Recursos Humanos.
Segundo Marras (2002), a área de Recursos humanos surgiu da
necessidade de controlar os trabalhadores. Objetivavam controlar horas
trabalhadas, atrasos e absenteísmo.
Marras (2002), ressalta que esta área era e é entendida pelos
trabalhadores como o lugar onde contratam e demitem pessoas. Um
departamento que serve apenas os interesses da empresa.
Foi com base neste cenário que surgiu o interesse em se estudar sobre
os efeitos colaterais observados no campo da psicologia organizacional e da
sociologia do trabalho.
Foi o americano Taylor e após o francês Fayol que introduziram pela
primeira vez a clássica divisão do administrador, sendo estes autores
responsáveis pelo surgimento do movimento da administração científica.
É neste momento histórico que surgiu a função de chefe de pessoal.
Como citado por Marras (2002), Os trabalhadores eram vistos pelas empresas
como mais um instrumento para obtenção de resultados. A ideia predominante
era a de ter trabalhadores com boa saúde física e com a máxima dedicação à
empresa. Se levarmos em consideração o cenário em que a função de chefe
de pessoal nasceu, podemos então, chegar a conclusão que sua postura como
gestor era exclusivamente voltado aos interesses da empresa não havendo
preocupações com a saúde mental e bem estar do trabalhador.
Eram atividades de um chefe de pessoal o controle de entrada e saída
de funcionários, pagamentos, vales, advertência e desligamento. Era uma
função vista pelos empregadores como de confiança, sendo a essa função,
atribuído muito poder coercitivo.
A década de 20 foi marcada por movimentos de relações humanas,
onde se passou a refletir sobre o modelo de atuação do chefe de pessoal.
Passa-se então, a utilizar um modelo de gestão que valoriza a relação entre
empregador e empregado. Enquanto na escola clássica predominava uma
postura autocrática, o novo modelo propunha aumentar a produtividade pela
eliminação dos conflitos. Este novo modelo administrativo buscava o bem
estar do trabalhador, um movimento no qual nem os empregados e nem os
empregadores estavam preparados (Marras, pag 23-2002).
Segundo Marras (2002), foi em 1945 influenciado pelo behaviorismo,
teoria psicológica que elege o comportamento como objeto de estudo, que os
primeiros estudos sobre liderança, autocracia, democracia e motivação foram
realizados. É neste contexto que a função de chefe de pessoal passou a ser
envolvida com as teorias de Simon, McGregor, Barnard, Argyris, Likert e pelo
poder das relações informais.
É pensando na necessidade de se conhecer as variáveis intrínsecas e
extrínsecas dos seres humanos que se começa a valoração da função de
“cuidar do pessoal”. É neste momento que a função chefe de pessoal deixa de
ser puramente operacional para se tornar de origem tática.
De acordo com pesquisas realizadas em 1997 pela professora Tose, da
Faculdade de administração da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
citado por Marras (2002), pode destacar cinco fases no desenvolvimento e
evolução do perfil profissional dos trabalhadores de RH.
Anterior a década de 30 predominava-se a fase contábil, ou seja, da
gestão de pessoal. Preocupava-se com os custos da organização. Os
trabalhadores eram visto sob o enfoque contábil.
De 1930 a 1950 foi denominada como fase legal, onde o chefe de
pessoal se preocupava com o acompanhamento e manutenção das recémcriadas leis trabalhistas.
Já em 1950 a 1965 os profissionais de RH assumiram uma postura mais
tecnicista. Neste período foi implantado o modelo americano de gestão de
pessoal. Foi nesta fase que o RH passou a operacionalizar serviços de
treinamento, desenvolvimento, recrutamento, seleção, cargos e salário, higiene
e segurança no trabalho.
De 1965 a 1985 foram anos que marcaram a atuação dos profissionais
de RH como a fase Administrativa, onde se pretendia transferir a ênfase dos
procedimentos burocráticos e operacionais para as responsabilidades de
ordem humanísticas, voltada ao individuo e não a empresa.
Foi a partir de meados da década de 80 que foram introduzidos os
primeiros programas de planejamento estratégico.
Foi nesta fase que se registraram as
primeiras preocupações de longo prazo, por parte
do board das empresas, com os seus
trabalhadores. Iniciou-se nova alavancagem
organizacional do cargo de GRH, que, de posição
gerencial, de terceiro escalão, em nível ainda
tático, passou a ser reconhecido como diretoria,
em nível estratégico nas organizações (Marras,
pg.27-2002).
De acordo com Fernandes e Berton (2004), o estudo das estratégias
organizacionais esta diretamente relacionado com os conceitos militares a
respeito de como vencer os inimigos. Os militares definiam três alvos para
vencer os inimigos. O primeiro alvo era a avaliação das forças do inimigo; o
segundo era relacionado a avaliação dos recursos dos inimigos e o terceiro
relacionava-se a sua disposição em lutar.
Após a segunda guerra mundial a definição acima citada passou a ser
empregada aos métodos de gestão quando se tratava de estabelecer
estratégias para vencer na batalha por mercado (Fernando e Berton, pag.132004). Ao se aplicar este conceito no âmbito empresarial não irá se tratar
apenas de vencer inimigos e sim se estende no sentido de tornar concreto o
futuro desejado, visando tanto às oportunidades que o mercado oferece quanto
os recursos que a organização dispõe.
Segundo Henderson citado por Fernandes e Berton (2004), é através
das estratégias que as organizações podem planejar a sua evolução. De
acordo com o mesmo autor :
Estratégia é a busca deliberada de um
plano de ação para desenvolver e ajustar a
vantagem competitiva de uma empresa. Para
qualquer empresa, a busca é um processo
interativo que começa com um reconhecimento de
quem somos e do que temos neste momento.
Seus competidores mais perigosos são os que
mais se parecem com você. As diferenças entre
você e seus competidores são a base de suas
vantagens. Se você participa do mercado e é
autossuficiente, pode já ter uma vantagem
competitiva, não importa se pequena e sutil. De
outra forma, já estaria perdendo gradualmente os
clientes, mais rapidamente do que ganhando. O
objetivo deve ser aumentar o escopo de sua
vantagem, oque só pode acontecer se alguém
perder com isto (Fernandes e Berton, pag.142004).
Para que se tenha uma competição estratégica, Fernandes e Berton
(2004) destacam os seguintes elementos: Capacidade de compreender o
comportamento competitivo considerando cliente, dinheiro, pessoas e recursos
em constante relação; capacidade de compreensão para ter clareza quando
uma estratégia poderá gerar um desiquilíbrio competitivo; capacidade de prever
riscos e lucros com exatidão e certeza e disposição para agir.
De acordo com Bethlem (2003), pode-se perceber que as estratégias
não são simples de serem planejadas e executadas. A estratégia engloba tudo
e requer comprometimento de toda a organização, sendo esta, planejada e
ponderada onde se comprime o tempo e causa mudanças radicais. O
pensamento estratégico irá implicar na maneira de pensar e agir a respeito das
mudanças ocorridas tanto na empresa quanto no mercado.
Como se pode perceber a área de recursos humanos surgiu da
necessidade de controlar alguns aspectos como: faltas injustificadas e atrasos,
visando o interesse da empresa. Com os movimentos de relações humanas os
empregadores passaram a pensar no individuo e em sua relação com a
empresa, e para isto tornou-se importante discutir sobre um RH menos
operacional e mais estratégico.
Segundo Marras (2002), Podemos entender o Recursos Humanos
Estrategico como a gestão que valoriza a otimização dos resultados finais e a
qualidade dos talentos que compõe a empresa. Este modelo de administração
de RH não se posiciona em linha no organograma da empresa, mas sim em
Staff. Neste modelo o RH se posiciona entre a diretoria e os negócios da
empresa, ou seja, não esta representada por equipes técnicas que respondem
cada uma por um tipo de serviço como se da à configuração do RH táticooperacional. A AERH irá atuar cada vez mais como consultoria.
Quando um RH se posiciona de forma estratégica ele passa a
assessorar e prestar subsídios cognitivos aos diretores da empresa no que diz
respeito
a:
Qualidade
dos
talentos
que
compõem
a
organização;
desenvolvimento individual e organizacional; politicas de manutenção do RH;
produtividade e qualidade total (Marras, pág 253-2002).
Conforme visto em Marras (2002), são notáveis as diferenças que a
proposta da administração estratégica de RH traz, principalmente quando a
comparamos com a administração tática-operacional de RH. Enquanto o ARH
esta centrada em prestar serviços, portanto geradora de despesas a AERH
objetiva “participar e assessorar na formação das macros diretrizes da empresa
de modo a alterar o perfil dos resultados e, portanto, dos lucros da empresa,
agregando valor através do capital humano existente nas organizações”
(Marras, pag 254-2002).
São poucas as empresas que tem clareza necessária para que haja uma
mudança significativa no ARH. Para que as empresas consigam atuar em um
AERH ela terá que criar e difundir diretrizes estratégicas ao longo de toda
estrutura organizacional. Estas diretrizes estratégicas poderão variar de
intensidade e qualidade conforme a empresa se estrutura (Marras 2002).
Faz-se necessário, então, discutirmos aspectos relacionados a saúde
mental dos trabalhadores. Pois trata-se de um assunto que surgiu juntamente
com a evolução do trabalho.
Saúde Mental
Para Devereux (1971), saúde mental diz respeito a capacidade do
sujeito de ajustamento às transformações que ocorrem no seu meio. Desta
forma, pode-se definir a saúde mental enquanto um estado de equilíbrio entre a
pessoa e o ambiente no qual esta inserido. É este estado de equilíbrio que ira
proporcionar a pessoa uma participação laboral atrelada a seu bem estar.
Ainda hoje, o conceito de saúde mental esta intimamente ligado a uma
analogia com a saúde física, porém trata-se de um fenômeno mais complexo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, ainda não se tem uma definição
para a saúde mental, pois se trata de um fenômeno complexo que conforme o
contexto social e histórico pode sofrer alterações.
De acordo com BLEGER (1984), não se pode apenas considerar a
saúde mental enquanto ausência de doença, mas sim compreender a saúde
mental enquanto o pleno desenvolvimento das pessoas em sociedade. Nesta
visão, a ênfase recai não sobre a doença, mas sim na saúde e em como as
pessoas se relacionam com o seu meio.
Segundo DEJOURS (1949), falar a respeito de saúde sempre é difícil,
porém falar de doença se torna uma atividade fácil. O alicerce da psicopatia
tradicional esta no modelo clássico da fisiopatologia das doenças que afetam o
corpo. A grande questão a ser compreendida é como algumas pessoas
mantem seu equilíbrio perante o mesmo cenário que outras adoecem?
No cotidiano encontram-se pessoas que por sua psicodinâmica interna,
apresentam tendências a trabalhar em excesso e não criar oportunidades para
o lazer e em contra partida temos as pessoas que se permitem divertir por
vários dias. É evidente que tanto o trabalho quanto a diversão em proporções
satisfatórias são o alicerce de uma saúde mental saudável.
Segundo SANTANA (2006), as discussão entre a saúde mental e
trabalho na literatura vem aumentando , sendo que muitos destes estudos
foram realizados na área da saúde.
De acordo com SANTANA (2006), quando o meio cientifico começa a
preocupar-se com a relação entre a saúde mental e trabalho, muitos artigos
vão tratar da depressão como o conjunto de sintomas que mais incide no meio
de trabalho. Desta forma, optou-se por dar especial atenção a Depressão.
Depressão
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a depressão
atinge cerca de 121 milhões de pessoas no mundo todo, mas somente 25%
recebem tratamento adequado. Estima-se que, em 2020, a depressão seja a
segunda causa de incapacitação no mundo, perdendo apenas para doenças
cardíacas, atingindo ambos os sexos e todas as idades. No Brasil chega a 1,7
milhões o número de depressivos.
Hoje a depressão é a 4ª doença de maior impacto global. Do ponto de
vista econômico, seu custo é elevado tanto para o doente quanto para a
sociedade em geral. O custo relacionado com a morte prematura, o custo
indireto por redução na produtividade e absenteísmo no trabalho são
preocupantes (SAMPAIO, 2006).
De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Brasília (UnB)
e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) quase 50% dos casos de
afastamento registrados pelo INSS são de trabalhadores que sofrem de
doenças mentais como a depressão (MORENO; SOARES, 2003, p. 7 – 8).
Pelo menos 10% da população irá experienciar um episódio de
depressão maior durante a vida e as mulheres têm mais probabilidade de se
tornarem depressivas do que homens (SHINOHARA, 2006).
Depressão no DSM IV- Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais
Segundo o DSM IV a depressão é tratada como “Transtorno Depressivo”
que se subdivide em Transtorno Depressivo Maior, Transtorno Distímico e
Transtorno Depressivo Sem Outra Especificação, e se diferencia dos
Transtornos Bipolares pelo fato de haver uma história de jamais ter havido um
Episódio Maníaco, Misto ou Hipomaníaco.
Transtorno Depressivo Maior
O DSM IV define o transtorno depressivo maior por um ou mais
episódios depressivos, ou seja, pelo menos duas semanas de humor deprimido
ou perda de interesse, acompanhados por pelo menos quatro sintomas
adicionais de depressão, constantes na Tabela 1.
A presença de um sintoma deve ser recente ou então ter claramente
piorado, em comparação com o estado pré-episódico da pessoa. Os sintomas
devem persistir na maior parte do dia, praticamente todos os dias, por pelo
menos duas semanas consecutivas. O episódio deve ser acompanhado por
sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social,
profissional ou outras áreas importantes da vida do indivíduo. Se o prejuízo é
severo, a pessoa pode perder a capacidade de funcionar social ou
profissionalmente. Para alguns indivíduos com episódios mais leves, o
funcionamento pode parecer normal, mas exige um esforço acentuadamente
aumentando.
Um Episódio Depressivo Maior não se deve aos efeitos fisiológicos
diretos de uma droga de abuso (por ex., abstinência de cocaína), aos efeitos
colaterais de medicamentos ou tratamentos (por ex., esteróides) ou à
exposição de uma toxina. Da mesma forma, o episódio não é devido aos
efeitos fisiológicos diretos de uma condição médica geral (por ex.,
hipotiroidismo). Além disso, se os sintomas começam dentro de dois meses
após a perda de um ente querido e não persistem além desses dois meses,
eles geralmente são considerados decorrência do Luto, a menos que estejam
associados com um acentuado prejuízo funcional ou incluam preocupação
mórbida com desvalia, ideação suicida, sintomas psicóticos ou retardo
psicomotor.
Critérios Diagnósticos Para Episódio Depressivo Maior
Tabela 1:
A.
Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas presentes durante o mesmo
período de duas semanas representando uma alteração a partir do
funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas devem ser (1) humor
deprimido ou (2) perda do interesse ou prazer.
Nota: não incluir sintomas nitidamente devidos a uma condição médica
geral ou alucinações ou delírios incongruentes com o humor.
(1) Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, indicado
por relato subjetivo (por ex., chora muito).
Nota: em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável.
(2) Interesse ou prazer acentuadamente diminuído por todas ou quase
todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (indicado
por relato subjetivo ou observação feita por outros).
(3) Perda ou ganho significativo de peso sem estar de dieta (por ex., mais
de 5% do peso corporal em um mês) ou diminuição ou aumento de
apetite quase todos os dias.
Nota: em crianças considerar falha em apresentar os ganhos de peso
esperados.
(4) Insônia ou hipersonia quase todos os dias.
(5) Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por
outros, não meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar
mais lento).
(6) Fadiga ou perda de energia quase todos os dias.
(7) Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada (que pode
ser delirante), quase todos os dias (não meramente auto-recriminação
ou culpa por estar doente).
(8) Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, ou indecisão, quase
todos os dias (por relato subjetivo ou observação feita por outros).
(9) Pensamentos de morte recorrentes (não apenas medo de morrer),
ideação suicida recorrente sem um plano específico, tentativa de
suicídio ou plano específico para cometer suicídio.
B.
Os sintomas não devem satisfazer os critérios para um Episódio Misto.
Tabela extraída de DSM-IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais p.312
Transtorno Distímico
Para o DSM IV o Transtorno Distímico caracteriza-se por pelo menos
dois anos de humor deprimido na maior parte do tempo, acompanhados por
sintomas depressivos adicionais (Tabela 2) que não satisfazem os critérios
para um episódio depressivo maior.
Critérios Diagnósticos Para Transtorno Distímico
Tabela 2:
A. Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, indicado por
relato subjetivo ou observação feita por outros, por pelo menos dois anos.
Nota: Em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável, e a duração
deve ser no mínimo de um ano.
B. Presença, enquanto deprimido, de duas (ou mais) das seguintes
características:
(1) Apetite diminuído ou hiperfagia;
(2) Insônia ou hipersonia;
(3) Baixa energia ou fadiga;
(4) Baixa auto-estima;
(5) Fraca concentração ou dificuldade em tomar decisões.
C. Durante o período de dois anos (um ano, para crianças ou adolescentes) de
perturbação, jamais a pessoa esteve sem os sintomas dos Critérios A e B
por mais de dois meses a cada vez.
D. Ausência de Episódio Depressivo Maior durante os primeiros dois anos de
perturbação (um ano para crianças e adolescentes); isto é, a perturbação
não é melhor explicada por um Transtorno Depressivo Maior Crônico ou
Transtorno Depressivo Maior, em emissão parcial.
E. Jamais houve um Episódio Maníaco, um Episódio Misto ou um Episódio
Hipomaníaco e jamais foram satisfeitos os critérios para Transtorno
Ciclotímico.
F. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de um Transtorno
psicótico crônico, como Esquizofrenia ou Transtorno Delirante.
G. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos direitos de uma
substância (por ex., droga de abuso, medicamento) ou de uma condição
médica geral (por ex., Hipotiroidismo).
H.
Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no
funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da
vida do indivíduo.
Tabela extraída de DSM-IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais p.332 e 333
Transtorno Depressivo Sem Outra Especificação
De acordo com o DSM IV, o Transtorno Depressivo sem outra
especificação é incluído para codificação de transtornos com características
depressivas que não satisfazem os critérios para transtorno depressivo maior,
transtorno de ajustamento com humor deprimido ou transtorno de ajustamento
misto de ansiedade e depressão (ou sintomas depressivos acerca dos quais
existem informações inadequadas ou contraditórias), exemplificados na Tabela
3.
Exemplos de Transtorno Depressivo Sem Outra Especificação
Tabela 03:
1. Transtorno disfórico pré-menstrual: na maioria dos ciclos menstruais
durante o ano anterior, sintomas (por ex., humor acentuadamente
deprimido, ansiedade acentuada, acentuada instabilidade afetiva, interesse
diminuído por atividades) ocorreram regularmente durante a última semana
da fase lútea (e apresentaram remissão alguns dias após o início da
menstruação). Estes sintomas devem ser suficientemente severos para
interferir acentuadamente no trabalho, na escola ou atividades habituais e
devem estar inteiramente ausentes por pelo menos uma semana após a
menstruação.
2. Transtorno depressivo menor: episódios de pelo menos duas semanas de
sintomas depressivos, porém com menos do que os cinco itens exigidos
para transtorno depressivo maior.
3. Transtorno depressivo breve recorrente: episódios depressivos durando de
dois dias a duas semanas, ocorrendo pelo menos uma vez por mês,
durante doze meses (não associados com o ciclo menstrual).
4. Transtorno depressivo
pós-psicótico da esquizofrenia: um episódio
depressivo maior que ocorre durante a fase residual da esquizofrenia.
5. Um episódio depressivo maior sobreposto a transtorno delirante, transtorno
psicótico sem outra especificação ou fase ativa da esquizofrenia.
6. Situações nas quais o clínico conclui que um transtorno depressivo está
presente, mas é incapaz de determinar se é primário, devido a uma
condição médica geral ou induzido por uma substância.
Tabela extraída de DSM-IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais p.334
Segundo MATOS (2001) o DSM IV é um manual diagnóstico e
estatístico, adotado pela APA American Psychological Association , e se
constitui como um conjunto e sistema de classificação de patologias mentais.
Nele há a descrição de transtornos clínicos, condições médicas e problemas
psicossociais e ambientais associados com o transtorno mental. Se, por um
lado, o DSM IV possibilita uma maior compreensão e diferenciação dos
transtornos psicológicos, por outro demonstra suas limitações e desvantagens.
Há uma fragmentação dos quadros clínicos dos transtornos mentais, pacientes
recebem simultâneos diagnósticos, e o profissional que o utiliza não deve usálo como uma lista infalível que fornece automaticamente um diagnóstico
psiquiátrico. É necessário cautela e experiência na utilização do DSM IV,
tendo-se a consciência de que este não deve ser utilizado como única fonte de
conhecimento da especialidade.
Aspectos Fisiológicos da Depressão
Segundo KAPCZINSKI, QUEVEDO e IZQUIERDO (2004) praticamente
todos os neurotransmissores foram estudados na depressão, com o objetivo de
avaliar sua possível participação na fisiopatologia dessa condição. Dentre eles
os mais estudados e com resultados mais robustos são a noradrenalina
(norepinefrina) e a serotonina (responsável pelo controle da liberação de
alguns hormônios e a regulação do ritmo circadiano, do sono e do apetite, entre
outras). No entanto, vários outros neurotransmissores e eixos hormonais
aparecem alterados, sugerindo um complexo inter-relacionamento entre os
diferentes sistemas, não havendo ainda uma definição de qual ou quais seriam
as alterações primárias e quais seriam subprodutos.
Vários estudos relataram anormalidades nos metabólicos das aminas
biogênicas – como adrenalina, catecolamina e serotonina – no sangue, na
urina, e no líquido cerebrospinal (LCS) – líquor – de pacientes com transtornos
do humor. Os dados encontrados são bastante consistentes com a hipótese de
que esses transtornos se associam com desregulações heterogêneas das
aminas biogênicas. Das aminas biogênicas, a norepinefrina e a serotonina são
os dois neurotransmissores mais implicados na fisiopatologia dos transtornos
do humor.
Norepinefrina
A norepinefrina, também chamada de noradrenalina é sintetizada nas
fibras nervosas, suas principais ações no sistema cardiovascular estão
relacionadas ao aumento do influxo celular de cálcio, e também a manutenção
da pressão sangüínea em níveis normais além de ser um hipertensor.
A correlação sugerida pelos estudos de ciências básicas entre
downregulation dos receptores β-adrenérgicos e as respostas clínicas aos
antidepressivos é, provavelmente, a evidência isolada mais convincente
indicando um papel direto do sistema noradrenérgico na depressão. Outras
evidências implicaram também nos receptores β2-pré-sinápticos na depressão,
já que sua ativação leva a uma redução da quantidade de norepinefrina
liberada. Os receptores β2-pré-sinápticos também estão localizados nos
neurônios serotonergéticos e regulam a quantidade de serotonina liberada. A
eficácia clínica dos antidepressivos com efeitos noradrenérgicos – como a
venfalaxina (Efexor) – apóia ainda mais um papel da norepinefrina na
fisiopatologia de pelo menos alguns sintomas da depressão (Kapczinski,
Quevedo e Izquierdo, p.266).
Serotonina
A serotonina em estudos recentes parece ter funções diversas, como o
controle da liberação de alguns hormônios e a regulação do ritmo circadiano,
do sono e do apetite, entre outras.
Com o forte impacto que os inibidores seletivos da recaptação de
serotonina (ISRSs) – como a fluoxetina (Prozac) – tem tido sobre o tratamento
da depressão, a serotonina tornou-se a amina biogênica associada com mais
freqüência a depressão. A identificação de vários subtipos de receptores de
serotonina também aumentou a expectativa da comunidade de pesquisa sobre
o desenvolvimento de tratamentos ainda mais específicos para depressão
(Kapczinski, Quevedo e Izquierdo, p.267). Além do fato de os ISRSs (Inibidores
Seletivos de Serotonina - classe de fármacos que aumentam a concentração
extracelular do neurotransmissor serotonina, inibindo a sua recaptação pelo
neurônio pré-sináptico, aumentando o nível de serotonina disponível para se
ligar ao receptor pós-sináptico.) e outros antidepressivos serotonérgicos serem
eficazes no tratamento da depressão, outros dados indicam que a serotonina
está envolvida na fisiopatologia da depressão. A redução da serotonina pode
precipitar depressão, alguns pacientes com impulsos suicidas têm baixas
concentrações de metabólicos da serotonina no LCS (líquido cerebrospinal) e
baixas concentrações de sítios de captação da mesma nas plaquetas.
Dopamina
A dopamina é um neurotransmissor, precursor natural da adrenalina e
da noradrenalia. Tem como função a atividade estimulante do sistema nervoso
central. A dopamina também está associada ao Mal de Parkinson, à
Esquizofrenia, à dependência do jogo, do álcool e de outras drogas.
Embora a norepinefrina e a serotonina sejam aminas biogênicas
associadas com mais freqüência à fisiopatologia da depressão, estabeleceu-se
a teoria de que a dopamina também tem um papel no transtorno. Os dados
sugerem que sua atividade pode estar reduzida na depressão e aumentada na
mania. A descoberta de novos subtipos de receptores para a dopamina e o
aumento da compreensão da regulação pré-sináptica e pós-sináptica de sua
função enriqueceu ainda mais a pesquisa sobre a relação entre a dopamina e
os transtornos do humor. Os medicamentos que reduzem as concentrações da
dopamina – como a reserpina (Serpasil) – e doenças que também têm esse
efeito de diminuição (por ex., doença de Parkinson) estão associados a
sintomas depressivos. Em contraste, medicamentos que aumentam suas
concentrações, como a tirosina, a anfetamina e a bupropiona (Wellbutrin)
reduzem os sintomas de depressão. Duas teorias recentes sobre dopamina e
depressão são que a via mesolímbica da dopamina pode estar disfuncional e
que seus receptores D1 podem estar hipoativos na depressão (Kapczinski,
Quevedo e Izquierdo, p.267).
Outros Fatores Neuroquímicos
Ainda
que
os
dados
não
sejam
conclusivos,
os
aminoácidos
neurotransmissores (particularmente o ácido γ-aminobutírico [GABA]) e os
peptídeos neuroativos (em especial a vasopressina e os opióides endógenos)
têm sido implicados na fisiopatologia dos transtornos do humor. Alguns
investigadores sugeriram que os sistemas de segundos-mensageiros – como o
da adenil ciclase, o do fosfatidil-inositol e a regulação do cálcio – também
podem ser relevantes. Os aminoácidos glutamato e glicina parecem ser os
principais neurotransmissores excitadores no sistema nervoso central. Eles se
ligam a locais associados com o receptor do N- metil-D-aspartato (NMDA) e,
em excesso, podem ter efeitos neurotóxicos. O hipocampo apresenta alta
concentração de receptores para NMDA: dessa forma, é possível que o
glutamato,
em
conjunto
com
hipercortilosemia,
intermeie
os
efeitos
neurocognitivos do estresse crônico. Têm surgido evidências de que
medicamentos
que
antagonizam
os
receptores
NDMA
têm
efeitos
antidepressivos (Kapczinski, Quevedo e Izquierdo, p.268).
Regulação Neuroendócrina
O hipotálamo é central na regulação dos eixos neuroendócrinos e ele
próprio recebe muitos inputs neuronais que utilizam as aminas biogênicas
neurotransmissoras. Várias desregulações neuroendócrinas foram relatadas
em pacientes com transtornos do humor. Assim, a regulação anormal dos eixos
neuroendócrinos pode se originar do funcionamento anormal dos neurônios
contendo
aminas
biogênicas.
Embora
seja
teoricamente
possível
o
envolvimento de uma desregulação particular de um eixo neuroendócrino na
causa de um transtorno do humor, as desregulações refletem com mais
probabilidade um distúrbio cerebral subjacente fundamental. Os principais
eixos neuroendócrinos de interesse nos transtornos do humor são os eixos das
adrenais, da tireóide e do hormônio do crescimento. Outras anormalidades
neuroendócrinas que têm sido descritas em pacientes com transtorno do humor
incluem a redução da secreção noturna da melatonina, a redução da liberação
de prolactina em resposta à administração do triptofano, a redução dos níveis
basais do hormônio folículo-estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH),
bem como a redução dos níveis de testosterona no homem.
Os neurotransmissores e os sistemas de produção hormonal são os
principais partícipes na fisiopatologia da depressão. Dentre eles pode-se
destacar a noradrenalina e a serotonina.
As aminas biogênicas, como a adrenalina e a catecolamina, são também
consideráveis na relação dos transtornos do humor.
A noradrenalina (norepinefrina) influencia diretamente nos sistema
noradrenérgico na depressão. A serotonina é essencial ao ser humano por ter
como função: a liberação de alguns hormônios e a regulação do ritmo
circadiano, do sono e do apetite. Sendo assim a redução da serotonina pode
precipitar a depressão. A dopamina está ligada a estimulação do sistema
nervoso central, portanto sua diminuição aumenta os sintomas depressivos.
Outros fatores que influenciam na depressão são os aminoácidos
neurotransmissores
e
os
peptídeos
neuroativos,
além
da
relação
neuroendócrina que pode levar a uma anormalidade funcional dos neurônios.
Saúde Mental
Para DEVEREUX (1971), saúde mental diz respeito à capacidade do
sujeito de ajustamento às transformações que ocorrem no seu meio. Desta
forma, pode-se definir a saúde mental enquanto um estado de equilíbrio entre a
pessoa e o ambiente no qual esta inserido. É este estado de equilíbrio que ira
proporcionar a pessoa uma participação laboral atrelada a seu bem estar.
Ainda hoje o conceito de saúde mental esta intimamente ligada ao uma
analogia com a saúde física, porém trata-se de um fenômeno mais complexo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, ainda não se tem uma definição
para a saúde mental, pois trata-se de um fenômeno complexo que conforme o
contexto social e histórico pode sofrer alterações.
De acordo com BLEGER (1984), não pode-se apenas considerar a
saúde mental enquanto ausência de doença, mas sim compreender a saúde
mental enquanto o pleno desenvolvimento das pessoas em sociedade. Nesta
visão, a ênfase recai não sobre a doença, mas sim na saúde e em como as
pessoas se relacionam com o seu meio.
Segundo DEJOURS (1949), falar a respeito de saúde sempre é dificil,
porém falar de doença se torna uma atividade fácil. O alicerce da psicopatia
tradicional esta no modelo clássico da fisiopatologia das doenças que afetam o
corpo. A grande questão a ser compreendida é como algumas pessoas
mantem seu equilíbrio perante o mesmo cenário que outras adoecem?
No cotidiano encontram-se pessoas que por sua psicodinâmica interna,
apresentam tendências a trabalhar em excesso e não criar oportunidades para
o lazer e em contra partida temos as pessoas que se permitem divertir por
vários dias. É evidente que tanto o trabalho quanto a diversão em proporções
satisfatórias são o alicerce de uma saúde mental saudável.
Segundo SANTANA (2006), as discussão entre a saúde mental e
trabalha na literatura vem aumentando , sendo que muitos destes estudos
foram realizados na área da saúde.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Analisados os dados, verificou-se que este estudo possibilitou relacionar
o trabalho e a saúde mental, considerando a evolução histórica do trabalho
juntamente com a saúde mental do trabalhador.
Percebeu-se que o trabalho sempre se apresentou como sinônimo de
tortura para o homem. No decorrer da evolução histórica este conceito foi se
modificando, porém permanecendo a característica de uma atividade que
causa sofrimento. Com o advento da revolução industrial, começou uma
preocupação com a saúde mental dos trabalhadores, pois não bastava apenas
maquinas de qualidade, mas sim de trabalhadores com condições físicas e
psicológicas em equilíbrio.
Foi possível compreender, também, que com a evolução do trabalho
teve-se o aumento de dificuldades em relação à saúde mental do trabalhador.
Conforme a OMS a depressão atinge cerca de 121 milhões de pessoas em
todo o mundo e apenas 25% recebem tratamento adequado. Mudanças que
vem ocorrendo no ambiente de trabalho, tais como: necessidade de alta
produtividade, avanço tecnológico e enfraquecimento das relações de
trabalhos. São estes alguns dos fatores que colaboram para este alto índice de
pessoas incapacitadas para o trabalho.
Revisões literárias, assim como esta permitem identificar aspectos
pouco explorados na literatura e percebe-se que existe um aumento nas
produções cientificas relacionando a saúde mental com o trabalho. Estima-se
que em 2020, a depressão será uma das maiores causadoras de incapacitação
no mundo, desta forma faz-se necessário, mais pesquisas e estudos para
buscar compreender os fenômenos que desencadeiam o aumento de pessoas
incapacitadas para o trabalho, para assim propor sugestões e estratégias com
o objetivo de diminuir o número de trabalhadores incapacitados para o trabalho
por motivo de saúde mental.
REFERÊNCIAS
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Fontes, 1989.
BETHLEN, A. Evolução do pensamento estratégico no Brasil: textos e casos.
São Paulo: Atlas, 2003.
DEJOURS, C. A Loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho.
São Paulo: Cortez Obore, 1992.
DEVEREUX, G. “Normal and Abnormal: The Key Problem of Psychiatric
Anthropology”, in Some Uses of Anthropology: Theoretical and Applied.
Washington, The Anthropological Society of Washington, 1971.
DSM-IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. trad.
Dayse Batista. 4ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
FERNANDES,
B.H.R.
Administração
estratégica:
da
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empreendedora á avaliação de desempenho. Curitiba: Posigraf, 2004.
MARRAS, J.P- Administração de recursos humanos: do operacional ao
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Modelos de petição, recursos, sentenças e outros. 13º edição: Atlas, 2000.
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SANTANA, V.S. Saude do trabalhador no Brasil: pesquisa na pos graduação.
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SAMPAIO, Viviane. “Depressão e Produtividade o Trabalho.” Disponível em: <
http://www.oabsp.org.br/noticias/2006/08/17/3799. Acesso: 21/09/14
SHINOHARA, Heleine. “O modelo cognitivo e depressão” Anais de mostra
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http://www.atc-rio.org.br/docs/ANAIS_4a_MOSTRA.doc. Acesso: 21/09/14
KAPCZINSKI, Flávio; QUEVEDO, João; IZQUIERDO, Iván et al. Bases
Biológicas dos Transtornos Psiquiátricos. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2004
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