Aula 08/04 – Robert Merton e a Teoria da Anomia

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Aula 15/04 – Albert Cohen e a Teoria da subcultura delinqüente
Subcultura: conceito importante em sociedades complexas e diferenciadas –
pluralidade de classes, grupos, etnias e raças.
- “cultura dentro de uma cultura”. Mas o que é cultura?
- Cultura: “todos os modelos coletivos de ação, identificáveis nas palavras e na
conduta dos membros de uma dada comunidade, dinamicamente transmitidos
de geração para geração e dotados de certa durabilidade” (F. Dias)
- Existem várias culturas em uma mesma sociedade? Se sim, então a sociedade
não é um todo unitário, mas vários grupos. A negação da existência de outras
culturas, ou no menosprezo delas, significa uma forma de autoritarismo da
cultura dominante, da elite. (Chauí).
- Cultura de massa: forma de homogeneização das expectativas culturais.
Exemplo: americanismo lingüístico, culinário, etc. Globalização.
Diferença entre subcultura e contracultura: ambas representam o enfrentamento
desviante dos jovens em relação à cultura dominante.
- Subcultura – aceita certos aspectos da cultura dominante, mas expressa
sentimentos e crenças exclusivas de seu próprio grupo;
- Contracultura – tem como elemento central o desafio à cultura dominante.
A subcultura, em grande parte, reproduz alguns valores contidos na sociedade
tradicional, porém com um sinal invertido. A lealdade é valorizada, enquanto o
traidor será considerado arquiinimigo do grupo. Os grupos subculturais se
retiram da sociedade convencional.
Já vimos, na aula passada, que as metas culturais condicionam a estrutura social
(Merton). O sentimento de fracasso na sociedade de consumo é inevitável para a
maioria dos grupos sociais.
Uma das formas de opção das minorias altamente desfavorecidas é a orientação
sob uma estrutura social alternativa, constituindo-se uma subcultura criminal.
Vários indivíduos, cada um dos quais funcionou como objeto de referência de
outros, chegam de comum acordo a novo conjunto de critérios.
Dimensão coletiva do comportamento transgressor. Solução coletiva de um
problema comum.
Subcultura delinqüente, portanto, pode ser definida como um comportamento de
transgressão que é determinado por um subsistema de conhecimento, crenças e
atitudes que possibilitam, permitem ou determinam formas particulares de
comportamento transgressor em situações específicas.
Tais comportamentos ocorrem no ambiente cultural dos agentes, e são
incorporados à personalidade, como qualquer aspecto cultural. MODO DE
VIDA.
O modelo subcultural não pretendeu explicar toda a criminalidade, nem
mesmo a criminalidade adulta. Trata-se de um modelo aplicado a certas
formas de criminalidade juvenil – GANGUES.
Características dos grupos subculturais:
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não-utilitarismo da ação: delitos não são cometidos para algum propósito
específico (ficar com o patrimônio, por exemplo). Só a glória e o respeito
ganho em relação ao grupo justificam a ação (status).
Malícia do ato: desafio em estabelecer metas proibidas e prazer em
realizá-las.
Negativismo do ato: correção de um ato, sob a perspectiva subcultural,
depende exclusivamente da contrariedade do mesmo às regras tradicionais.
“É apenas um hedonismo com interesse de mostrar o rechaço deliberado
dos valores correlativos da classe dominante” (Salomão).
Há um elemento de contrariedade dessa teoria com a Escola de Chicago. Para
eles, as áreas criminais não eram setores desorganizados socialmente. Na
verdade, lá vigoravam regras invertidas, mas funcionais.
Há, inclusive, estudos sobre a subcultura da classe média. Decorre menos do
conflito social mertoniano, e mais do chamado conflito de gerações.
Tentativa de dar tratamento não preconceituoso a grupos minoritários. No
entanto, não deixa de estabelecer uma hierarquia cultural. Hipervaloriza
conclusões, que são válidas para determinados grupos, mas não para todos.
Forma de “correção”: reforço de um sistema de comunicações entre os grupos
(cooptação). Forma de hegemonia cultural.
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