0 UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA O LÚDICO COMO FORMA DE APRENDIZAGEM ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM OLHAR DA EDUCAÇÃO FÍSICA TIAGO RAFAEL EICKHOFF Ijuí – RS 2014 1 TIAGO RAFAEL EICKHOFF O LÚDICO COMO FORMA DE APRENDIZAGEM ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM OLHAR DA EDUCAÇÃO FÍSICA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para a obtenção do grau em Licenciatura em Educação Física. Orientadora: Profª Cléia Ines Rigon Dorneles Ijuí – RS 2014 2 Agradeço... A Deus, em primeiro lugar, que iluminou o meu caminho durante esta caminhada e por ter disponibilizado pessoas sábias e compreensivas que me ajudaram em minhas jornadas. A minha família, por tudo que sou e pelos exemplos que me ensinaram muito. A minha noiva Daiane, pela compreensão e companheirismo, por seu amor, paciência e força. Aos meus colegas, que tanto contribuíram para a ampliação do meu aprendizado. Aos meus amigos, pelas orações e pensamentos positivos para que eu pudesse alcançar meus objetivos. A todos os professores, pela seriedade e comprometimento empenhados nesta etapa da minha formação. Em especial, a minha professora orientadora, Cléia Ines Rigon Dorneles, pela dedicação e competência, fundamentais para a construção deste trabalho. 3 “Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo”. (Paulo Freire) 4 RESUMO Por intermédio das atividades lúdicas a criança consegue comunicar-se com o mundo e consigo mesmo, é através dela que estabelece relações sociais, constrói conhecimentos e o mais essencial para tudo isso é o espaço ocupado pela escola, onde ela desenvolve determinadas habilidades e elabora conhecimentos, sendo que o brinquedo é a base da cultura corporal de movimento e elemento de conhecimento, valorizando o ato da criança que brinca. Para a criança, brincar, é sinal vital, é sinônimo de vida ativa, é brincando que a criança aprende e desenvolve habilidades e conhecimentos. O objetivo desta pesquisa foi identificar quais e como são desenvolvidas as atividades lúdicas de uma professora na turma da pré-escola da Escola Municipal Bem Me Quer do município de Chiapetta – RS, bem como analisar a compreensão destes educadores acerca das habilidades motoras no desenvolvimento infantil. A metodologia adotada para este trabalho foi uma pesquisa de estudo de campo. A população amostra foi uma professora de Educação Infantil de uma turma da pré-escola de 14 alunos da Escola Municipal de Educação Infantil Bem Me Quer do município de Chiapetta – RS. Os instrumentos utilizados foram uma entrevista com a professora, seguida de observação das aulas realizadas pela professora da turma, a coleta dos dados ocorreu em duas etapas, sendo que a primeira foi a de observação de dois dias de aula e a segunda etapa foi a realização de entrevistas. A partir do que foi colocado concluiu-se que grande parte dos professores possui certos conhecimentos sobre o tema, mas, porém, observo a necessidade de uma maior conscientização e reflexão no sentido de acabar com o preconceito de que o “lúdico” é apenas um mero passatempo e sim objeto de grande valor no desenvolvimento e aprendizagem das crianças. Palavras-Chaves: Educação Infantil. Ludicidade. Desenvolvimento Motor. Educação Física Escolar. Habilidades Motoras. 5 ABSTRACT Through playful activities children are able to communicate with the world and with themselves, through it, social relationship are established, knowledge built and, the most essential for all this is the space taken by schools, where they develop certain skills and they produce knowledge, and the plaything is the basis of body movement culture and an element of knowledge, giving value to the act of children that play. For children, play, is a vital sign, synonymous of an active life, is playing that children learn and develop skills and knowledge. The goal of this research was to identify which and how are developed the playful activities of a teacher and a tutor in a preschool class of Bem Me Quer municipal school in the city of Chiapetta – RS. The adopted methodology for this work is a study field survey. The population sample is a teacher from childhood education and a tutor of 14 students at pre-school of Childhood Education Bem Me Quer in Chiapetta – RS. The used instruments had been teacher interviews followed by observations of lessons performed by the teacher of the class. The data collecting happened in two phases, the first one was an observation of two days of lessons and the second phase was the interviews achievement. From the data obtained I conclude that a large number of teachers have knowledge about the subject, but I have observed needs of a bigger awareness and reflection like a way to finish the prejudice about “playful activities” being just a hobby, instead of being a great value tool to be used for children development and learning. Keywords: Childhood Education. Playfulness. Motor Activities. Motor Development. Plaything. 6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 7 1 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 10 1.1 BRINQUEDO........................................................................................................ 10 1.2 LUDICIDADE........................................................................................................ 11 1.3 O BRINCAR E O LÚDICO .................................................................................... 13 1.3.1 O Ato e Modo de Brincar ................................................................................... 13 1.3.2 O Lúdico nas Escolas de Educação Infantil ...................................................... 16 1.3.2.1 Educação Física e Lúdico na Educação Infantil ............................................. 16 1.3.2.2 O Lúdico no Desenvolvimento Humano na Educação Infantil ........................ 17 2 METODOLOGIA ..................................................................................................... 19 2.1 TIPO DE PESQUISA ............................................................................................ 19 2.2 UNIVERSO/POPULAÇÃO DOS SUJEITOS ........................................................ 20 2.3 PROCEDIMENTOS .............................................................................................. 20 2.4 COLETA DOS DADOS......................................................................................... 21 2.5 ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................................ 22 3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ........................................... 24 3.1 DESCREVENDO A POPULAÇÃO DA PESQUISA .............................................. 24 3.2 ESPAÇO DA SALA DE AULA .............................................................................. 24 3.2.1 Observação e Descrição das Atividades do Brincar em Sala de Aula .............. 25 3.3 ANÁLISE DA ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA REALIZADA COM A PROFESSORA DA EDUCAÇÃO INFANTIL .............................................................. 28 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 31 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 33 ANEXO ...................................................................................................................... 35 7 INTRODUÇÃO A utilização do lúdico nas aulas evidencia-se como uma atividade que rompe com os obstáculos disciplinares, a sua utilização sem dúvida é uma realidade, recurso fundamental para a ampliação do conhecimento. Uma nova abordagem que se integra à prática pedagógica, tornando-se o lúdico um forte e importante aliado, demandando novas formas de pensar, refletir criticamente, interpretar, enfim, representar o conhecimento. De acordo com Brasil (1998) para pensar o brincar como possibilidade de base do conhecimento, o professor de Educação Física e/ou pedagogo poderá pensar em diferentes perspectivas, como o brincar poderá ser importante no desenvolvimento da criança e como valorizar a ação da criança que brinca, pois há situações em que o brinquedo se refere à livre expressão lúdica, que representa o descomprometido, o prazeroso, espontâneo, enfim nas manifestações do imaginário e as fantasias das crianças, no faz de conta e também há situações em que o brinquedo é um eixo da cultura corporal de movimento, sendo um importante conhecimento, por isso está presente na escola. A situação problema desta pesquisa se define como a professora aplica as atividades lúdicas em suas aulas no processo de aprendizagem dos conteúdos na Educação Infantil. Como o professor de Educação Infantil significa pedagogicamente o brincar e que intervenções pedagógicas são estabelecidas ou não neste momento do brincar? O objetivo geral desta pesquisa foi identificar quais e como são desenvolvidas as atividades lúdicas de uma professora da pré-escola da Escola Municipal Bem Me Quer do município de Chiapetta – RS, bem como analisar a 8 compreensão desta educadora acerca das habilidades motoras no desenvolvimento infantil. A partir disto, fomos a campo especificar os demais objetivos: a) analisar se a professora relaciona as atividades lúdicas com o desenvolvimento das habilidades motoras da turma; b) verificar de que maneira a professora desenvolve as atividades lúdicas em suas aulas; c) identificar qual frequência da utilização do brincar na Educação Infantil, sua significação pedagógica; d) observar as intervenções da professora durante as atividades lúdicas. Justificamos esta temática como investigação, porque no decorrer de nossa formação acadêmica percebemos a necessidade e a importância de se ter um espaço, um local para as atividades do brincar, mas infelizmente nem sempre esta atividade faz parte das aulas da Educação Infantil. Sendo que é justamente através das brincadeiras, dos brinquedos que as crianças interagem com o mundo, têm contato com a realidade, dão asas à sua imaginação e também à criatividade. Todo o tipo de brincar é importante para a criança, porque envolve a criança a compreender melhor a sua realidade, conhecer o mundo, as regras e as pessoas que as rodeiam. Então começamos perguntando: Como e de que forma estes professores vêm intervindo nas práticas pedagógicas do brincar? De acordo com Brasil (1998) o objetivo pedagógico do eixo de conhecimento brincar é estimular o desenvolvimento da identidade e da autonomia corporal das crianças. Desta maneira, o professor agirá criando condições de interação, preparando os ambientes, os materiais e auxiliando as crianças. Não fazendo, é claro, as tarefas por elas, mas favorecendo a construção da autonomia, possibilitando que a criança se relacione, pense e construa conhecimentos. O brinquedo e o brincar exercem um papel fundamental para restringir as mais variadas personalidades, padrões de conduta e ainda características de cada grupo, definindo sua identidade. A brincadeira pode transformar-se em um espaço de interação e confronto de diferentes crianças com diferentes pontos de vista, e nestas interações elas buscam resolver as contradições entre a liberdade da brincadeira com a submissão das regras que por elas mesmas são estabelecidas e 9 que vão determinando limites, e assim interagindo de forma autônoma, compreendendo e agindo na realidade de maneira ativa e cooperativa. Como as crianças de hoje brincam? Em busca desta resposta não tive como não fazer uma comparação com os meus tempos de criança, aonde nós inventávamos as brincadeiras e os brinquedos, tínhamos espaço para brincar, correr e jogar, assistíamos a muita pouca televisão e computador, então quase nem se falava, a única novidade era o videogame, mas que jogávamos somente quando chovia e não poderíamos brincar lá fora, isso quando não aproveitávamos para tomar banho de chuva, o que infelizmente não ocorre nos dias de hoje, aonde a tecnologia tomou conta das brincadeiras e as crianças tornam-se cada vez mais suas prisioneiras, aonde ficam horas e horas na frente da televisão ou do computador, sendo que a rotina de hoje também não permite que os pais consigam acompanhar os seus filhos e sair para passearem nos parques, permitindo que na escola seja talvez o único espaço que possuem para brincar, pois é na escola que passam grande parte do seu tempo, e é lá que surge a oportunidade do brincar como um eixo de conhecimento. Existem momentos da nossa infância e da vida escolar que nunca esqueceremos, não digo somente em relação às amizades, mas as descobertas, aprendizagens, desde os momentos em sala de aula, os momentos de intervalo e principalmente as aulas de Educação Física, e as brincadeiras aonde se reuniam vários colegas após as aulas e brincávamos até a noite. Acho que isto foi tão marcante na minha vida que ao realizar a disciplina de Estágio Curricular Supervisionado I me identifiquei e percebi como é grandiosa a importância do brincar, principalmente o brincar no aprendizado. O trabalho foi organizado em três capítulos. O primeiro capítulo abre a revisão da literatura, tendo como tema o Brinquedo e Ludicidade, aborda também a Ludicidade, o Brincar e o Professor na Educação Infantil nos Parâmetros Curriculares Nacionais, e ainda o Brincar com o Desenvolvimento Infantil. No segundo capítulo apresentamos a metodologia adotada para a investigação. E no terceiro e último capítulo a análise e interpretação dos dados. Finalizamos com considerações finais, referências e anexo. 10 1 REVISÃO DA LITERATURA 1.1 BRINQUEDO Neste capítulo do trabalho apresentaremos as conceituações de brinquedo, destacando a importância para o desenvolvimento do aprendizado infantil. Um dos grandes trunfos da Educação Infantil é explorar o que a criança gosta e ela vai aprender com facilidade fazendo o que gosta de fazer que é brincar, com certeza se sentirá mais motivada e estimulada. Muito se tem alertado para o fato que cada criança tem seu modo próprio de brincar, algumas demoram tempo para iniciar numa brincadeira, já outras custam a sair dela. O brincar abre espaço e dá condição para a criança se expressar e manifestar-se de várias maneiras, muitas preferem jogos mais calmos, outras brincadeiras barulhentas, algumas gostam de brincar sozinhas, porém outras adoram brincar e se divertir com muitos amigos, as escolhas que as crianças fazem sobre um determinado objeto vai muito além de seus desejos, medos e capacidades, assim sendo um brinquedo só é brinquedo pela ação exercida no brincar por uma criança. Para Scaglia (2004 apud GONZALES; SANTOS, 2006, p. 1) “o brinquedo seria uma forma mais concreta de representação da imaginação, pois seu valor está justamente no significado que é atribuído a ele, mais do que a forma de objeto”. Para Barthes (1999 apud GONZALES; SANTOS, 2006, p. 1): O brinquedo é antes de tudo, um objeto que tem que ser explorado, manipulado com total liberdade, sem estar à mercê de regras e princípios de utilização; e dentro dos diversos contextos sociais a que ele esteja inserido, são as crianças, as especialistas em brinquedos. Para Vygotsky (2000 apud GONZALES; SANTOS, 2006, p. 1): O brinquedo surge de situações de desejos irrealizáveis que a criança possui naquele determinado momento. Quando uma criança deseja ter alguma coisa ou ser alguém em especial e isso não é possível, ela utiliza-se do brinquedo para suprir aquela necessidade irrealizável. 11 Dessa forma, é possível sim que uma criança brinque sem ter nada nas mãos, como pode ocorrer em brincadeiras como pega-pega, cirandinha e seu lobo, deve haver uma liberdade lúdica, elas tem o direito de decidir com o que e com quem quer brincar. A criança no brincar se expressa para o mundo, para os outros e também para si mesmo, assim sendo que ao brincar ela dá sentido ao que faz. Piaget (1976) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Piaget (1990) estabelece o entendimento de que as atividades desenvolvidas pelo ser humano, em seu processo de desenvolvimento, podem ser compreendidas como jogos e classificados em três tipos: jogos de exercício, jogos simbólicos e jogos de regras. A importância do jogo, do brincar na formação do ser humano é fundamental, e não podemos negar que, apesar de muitos trabalhos apontarem para a necessidade de se ofertar o jogo e as atividades recreativas, ele ainda é pouco utilizado na escola. A escola é o ambiente ideal para a realização dessas atividades, porque é um ambiente onde transcorre uma pluralidade de relações sociais, pois a função de escola é organizar a sociedade, participando da formação integral do ser humano. 1.2 LUDICIDADE A criança gosta muito de brincar, principalmente na idade de 0 a 6 anos. De forma espontânea e, às vezes, até ingênua entrega-se inteiramente ao desempenho das atividades lúdicas. Assim as atividades lúdicas vêm ganhando maior importância e são mais utilizadas pelos profissionais da educação como meio de facilitar o trabalho com crianças. O uso dessas atividades sejam elas o jogo, o brinquedo ou a brincadeira pode mudar de acordo com os objetivos que queiram ser alcançados. De acordo com Santos (2010, p. 115) o brincar está sendo cada vez mais utilizado na educação, constituindo-se numa peça importantíssima na formação da personalidade, nos domínios da inteligência, na evolução do pensamento e de todas 12 as funções mentais superiores, transformando-se num meio viável para a construção do conhecimento. Assim sendo, “o homem só se torna completamente humano quando brinca” (LORENZ, 1986 apud SANTIN, 2003). Neste contexto para Lorenz (1986 apud SANTIN, 2003, p. 109): Ficou claro que se deixa de brincar à vontade quando se descobre que os objetos de brincadeira podem se transformar em ferramenta [...] a brincadeira deixa de ser um comportamento espontâneo e aleatório para tornar-se um comportamento orientado única e exclusivamente para um objetivo bem definido. O universo lúdico é tão grande que é possível explorá-lo e utilizá-lo das formas mais variadas, assim ao se utilizar uma atividade lúdica no processo de aprendizagem, as suas características acabam por se ajustar a uma realidade, que é determinada não apenas pela fase de desenvolvimento que ela se encontra, mas sim pela dificuldade de aprendizagem que apresenta. Reforçando essa ideia Santin (2003, p. 111) destaca que: Será a brincadeira perigosa por que ela não é uma atividade séria? Ou talvez por que ela nos leva a descobertas imprevisíveis que escapam ao controle prévio dos que gostam de ter domínio de tudo? A recuperação do esporte, fora dos grandes esquemas de rendimento só acontecerá com o reencontro da ludicidade. A ludicidade é além de ser uma atividade com valor educacional próprio, ela também é utilizada como recurso pedagógico para muitos educadores, embora alguns ainda tenham receio de utilizá-las com medo de que as situações que não são pré-determinadas fujam de seu controle dentro da sala de aula, ou onde quer que esteja sendo realizada a sua aula. O lúdico é uma grande carta na manga para ser usada como estímulo na construção do conhecimento humano, sendo uma importante ferramenta de progresso pessoal e de alcance de objetivos educacionais. Construir um mundo no imaginário, criar objetos, como pessoas imaginárias e seus papéis a serem representados, isto para a criança é fácil, mas a brincadeira permitirá que surjam novas possibilidades de ação e maneiras inéditas de manipular os objetos na brincadeiras. Para Gonzales e Santos (2006, p. 7): 13 O primeiro passo a ser percorrido por esse extenso caminho é a construção de brinquedos pelas mãos dos alunos, de modo que possa ganhar novas formas e estimular a criatividade. É pela construção que a criança começa a ter uma relação mais próxima com o brinquedo, fazendo descobertas e atribuindo-lhe uma imagem, função e significado. Ao utilizar o faz de conta nas brincadeiras, por exemplo, onde as crianças imitam, representam, se imaginam de formas diferentes como, por exemplo, imitando um animal ou uma outra pessoa, se observa a coordenação de experiências prévias das crianças e a ativação da memória, pela repetição do que já conhecem atualizando assim seus conhecimentos prévios e ampliando-os e por intermédio da criação da imaginação nova. “Quando utilizam a linguagem do faz de conta, as crianças enriquecem sua identidade, porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando suas concepções sobre as coisas e pessoas ao desempenhar vários papéis sociais ou personagens” (BRASIL, 1998, p. 23). Esta brincadeira poderá servir de elaboração de regras de convivência e também uma representação de sentimentos e emoções baseadas nas polaridades de “presença/ausência, bom/mau, prazer/desprazer, passividade/atividade, dentro/fora, grande/pequeno, feio/bonito, etc.” (BRASIL, 1998, p. 23). Assim, a criança desenvolverá um sentimento próprio de moral e de justiça. Assim as crianças desenvolverão confianças em suas capacidades motoras e a coragem para aceitar novos desafios. Brasil (1998) ainda enfatiza que é papel do professor auxiliar as crianças, identificando situações de risco, como subir em locais muito altos, tomando assim as medidas de segurança. 1.3 O BRINCAR E O LÚDICO 1.3.1 O Ato e Modo de Brincar O ato de brincar é a primeira maneira que as crianças têm de se relacionar com o mundo, é a maneira de como ela tem de começar a descobrir o mundo, é aonde ela expressa os seus sentimentos, são momentos de prazer e aprendizagem, claro que cada uma respeitando os seus limites, grau de dificuldade, desenvolvimento, pois muitos gostam de brincar sozinhos, outros já não, existem as crianças que preferem brincadeiras mais calmas, tranquilas e já outras preferem 14 brincadeiras aonde tem mais agitação, podem fazer bagunça, barulhos. Segundo Gonzales e Santos (2006, p. 1): Para a criança, o brinquedo é objeto de representação, de fantasia, de se aproximar da realidade, é objeto de construção e um meio de estar mais próximo do seu futuro e de suas necessidades irrealizáveis. É o que segue nas próximas linhas; o modo como cada uma dessas funções está presente na relação da criança com o seu objeto, o brinquedo. E também, como esta relação é importante para a cultura geral e a cultura lúdica das crianças. Para Scaglia (2004 apud GONZALES; SANTOS, 2006, p. 1) “o brinquedo seria uma forma mais concreta de representação da imaginação, pois seu valor está justamente no significado que é atribuído a ele, mais do que a forma de objeto”. Para Barthes (1999 apud GONZALES; SANTOS, 2006, p. 1): O brinquedo é antes de tudo, um objeto que tem que ser explorado, manipulado com total liberdade, sem estar à mercê de regras e princípios de utilização; e dentro dos diversos contextos sociais a que ele esteja inserido, são as crianças as especialistas em brinquedos. Cada criança possui inúmeras maneiras de pensar, brincar, jogar, falar, escutar e se movimentar. A criança expressa-se com o movimento, através do seu corpo. O corpo possibilita a criança apreender e explorar o mundo, estabelecendo relações com os outros e com o meio. Para Vygotsky (2000 apud GONZALES; SANTOS, 2006, p. 1): O brinquedo surge de situações de desejos irrealizáveis que a criança possui naquele determinado momento. Quando uma criança deseja ter alguma coisa ou for alguém em especial e isso não é possível, ela utiliza-se do brinquedo para suprir aquela necessidade irrealizável. A criança tem e deve ter o direito de decidir com quem e com o que brincar, pois brincar é aprender e o brinquedo coloca a criança na presença de reproduções, dá um substituto dos objetos reais para que possa manipulá-los, aonde através de brinquedos ela possa relacioná-los com atos e fatos do cotidiano. O brinquedo estimula a brincadeira abrindo possibilidades de ações para uma representação coerente como, por exemplo, um urso de pelúcia representa afeto e carinho, um bambolê pode significar uma roda de um carro. 15 A criança no brincar se expressa para o mundo, para os outros e também para si mesmo, assim sendo ao brincar ela dá sentido ao que faz. A brincadeira é tão importante para o desenvolvimento humano que mesmo quando ocorrem brigas, ela contribui para a aprendizagem adulta. Para Vygotsky (1988, p. 39): [...] é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva [...]. Daí a importância do jogo na formação do ser humano, e não podemos negar que apesar de muitos trabalhos apontarem para a necessidade de se ofertar o jogo, ele ainda é pouco utilizado na escola. Falar sobre o jogo na escola é uma tarefa árdua, pois, como sabemos o espaço escolar, na maioria das vezes, não permite a presença do jogo. Existe toda uma organização escolar que impede o movimento, alegria e descontração, fazendo que pessoas imóveis aprendam melhor. Assim, a escola comete um erro muito grave quando divide o seu mundo em dois lados opostos: de um lado fica o mundo do jogo, do sonho, e do outro, o mundo sério, do trabalho e do estudo. Acredito firmemente que todos, sem exceção, precisam de sonho, alegria, divertimento para viver. Piaget (1976) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Para Piaget (1976, p. 160): O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real a atividades próprias, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos da educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, eles cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil. Piaget (1990) estabelece o entendimento de que as atividades desenvolvidas pelo ser humano, em seu processo de desenvolvimento, podem ser compreendidas como jogos e classificados em três tipos: jogos de exercício, jogos simbólicos e jogos de regras. A importância do jogo, do brincar na formação do ser humano é fundamental e não podemos negar que, apesar de muitos trabalhos apontarem para a necessidade de se ofertar o jogo e as atividades recreativas, ele ainda é pouco utilizado na escola. 16 1.3.2 O Lúdico nas Escolas de Educação Infantil A escola é o ambiente ideal para a realização dessas atividades, porque é um ambiente onde transcorre uma pluralidade de relações sociais, pois a função de escola é organizar a sociedade, participando da formação integral do ser humano. O meio escolar está cada vez mais preocupado com o desenvolvimento da criança nos seus primeiros anos de vida, pois é neste período que ela tem maiores possibilidades para aumentar as suas potencialidades, através do brincar que fornece maiores estímulos, um maior e melhor desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas, sensoriais, culturais e afetivas. Na Educação Infantil o lúdico deve proporcionar ao professor a oportunidade de compreender os significados e a importância das brincadeiras para a educação. Instigar o educador a inserir o lúdico na sua forma de educar, fazendo com que este tenha consciência das vantagens de se educar brincando. Educar deve ser um ato consciente e planejado, é provocar na criança o prazer de conhecer e de fazer, ensinando com a ajuda do lúdico que escola também pode ser sinônimo de alegria e satisfação. 1.3.2.1 Educação Física e Lúdico na Educação Infantil Para Ferreira (2009, p. 1) na Educação Infantil, a Educação Física utiliza-se de jogos e brincadeiras como um poderoso instrumento para auxiliar o desenvolvimento das crianças, seja no plano motor, afetivo ou cognitivo com a finalidade de promover um estilo de vida ativo e saudável, conduzindo a uma qualidade de vida satisfatória. A importância da Educação Física é primordial, pois como coloca Gonzáles (2005, p. 3): Contribuindo no fortalecimento do organismo, melhorando o estado de saúde, propiciando desenvolvimento de habilidades úteis para a vida, criando hábitos de higiene e influenciando na formação das qualidades morais e da personalidade. 17 A Educação Física aos poucos está conquistando o seu espaço junto à Educação Infantil, vem demonstrando e ganhando cada vez mais credibilidade, evidenciando a sua importância e de como é necessária e fundamental, tornando-se um dos principais fundamentos da Educação Infantil, pois por intermédio de conteúdos aplicados de forma lúdica e recreativa possibilita à criança a construção do conhecimento. Possibilitam que a criança descubra seu limite, valorize seu próprio corpo, compreenda suas possibilidades e perceba a origem de cada movimento. É a partir destas experiências que as crianças começam a usar mais facilmente a linguagem corporal, ajudando-a no seu desenvolvimento para a descoberta de capacidades intelectuais e afetivas, permitindo que as crianças desenvolvam-se integralmente, onde corpo e mente sejam únicos. 1.3.2.2 O Lúdico no Desenvolvimento Humano na Educação Infantil O estímulo recebido pela criança desde a sua infância é essencial e imprescindível para o seu crescimento e amadurecimento. Para Gallahue e Ozmun (2003, p. 22): O desenvolvimento motor é uma alteração contínua no comportamento motor ao longo do ciclo da vida [...]. Como um processo, o desenvolvimento motor envolve as necessidades biológicas subjacentes (que não se manifestam, mas estão subentendidas), ambientais e ocupacionais, que influenciam o desempenho motor e as habilidades motoras dos indivíduos desde o período neonatal até a velhice. Neste sentido surge a pergunta de quais seriam as ações educativas que facilitam e potencializam o desenvolvimento da criança? Para Gallardo (2003): A criança é movimento, ritmo, sons e cores, um ser em desenvolvimento quando observado na sua vivacidade, no seu andar, rolar, equilibrar, jogar, etc. e o mundo de fantasia que emerge do seu interior como fruto de uma imaginação que cria em seus personagens em um cenário que elas mesmas elaboram. Sendo assim, o brincar é o estímulo que a criança recebe, nesta atividade lúdica a criança coloca espontaneamente em ação seus movimentos, seu potencial motriz, descobrindo novos movimentos que consegue executar. 18 Nessa perspectiva, para Gallardo (1995 apud GALLARDO, 2003, p. 33): [...] estimulação motora deve seguir o conceito de “Estimulação Horizontal”, que visa a obtenção de diversas experiências motoras no nível de domínio de uma determinada habilidade. A sua preocupação não está no domínio de futuras habilidades, senão na obtenção de uma base sólida e diversificada de experiências dentro das habilidades que o educador domina. Seu objetivo é permitir ao educando (aluno) uma série de experiências, situações diversas, para que ele possa ter uma base que lhe permita responder de forma adequada aos diferentes requerimentos da vida em comunidade. O trabalho com as crianças será de forma integrada aos conteúdos e não separadamente, dando oportunidade de se apropriar e de produzir cultura. Como afirma Gallardo (2003) o objetivo principal da Educação Física na Educação Infantil é que as crianças adquiram autonomia e independência dos adultos nas suas atividades, estimulando-as com atividades que potencializam o desenvolvimento, desencadeadas por ações motoras. Desenvolver a coordenação dinâmica geral na área que se trabalha a marcha, a corrida e o saltar são possíveis através de brinquedos como as cordas, os bambolês e a bola. Coordenação viso manual ou óculo manual que é a educação do olhar que acompanha o deslocamento de uma bola ou um balão. Na organização espacial dando à criança referência de dentro/fora, encima/embaixo, frente/atrás, diferentes noções que esta poderá adquirir mediante lançamento de bolas, saltos entre bambolês, estabelecendo uma relação do corpo com outros objetos e pessoas. Uma aula que visa aprimorar o desenvolvimento motor da criança pode ser elaborada por séries de exercícios, desportos e o brincar, tornando-se atraente pelo objeto brinquedo que desperta interesse. Nesse brincar ela esquece as suas dificuldades e executando exercícios, conscientiza aquilo que está fazendo. Executar atividades com materiais recicláveis ou sucateados é um excelente instrumento de ensinamento para as crianças a criarem os seus próprios brinquedos, estimulando e explorando a criatividade e habilidade, além do aumento da autoestima quando veem o resultado do seu trabalho. 19 2 METODOLOGIA Neste capítulo apresentaremos todo o processo metodológico desta pesquisa, o mesmo foi organizado levando em conta e adotando os critérios de tipo de pesquisa, universo/população dos sujeitos, os procedimentos e a coleta e análise dos dados. 2.1 TIPO DE PESQUISA O método adotado para esta pesquisa foi uma pesquisa de estudo de campo. Para Gil (2002, p. 53): Tipicamente, o estudo de campo focaliza uma comunidade, que não é necessariamente geográfica, já que pode ser uma comunidade de trabalho, de estudo, de lazer ou voltada para qualquer outra atividade humana. Basicamente, a pesquisa é desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo. Esses procedimentos são geralmente conjugados com muitos outros, tais como a análise de documentos, filmagem e fotografias. É de natureza exploratória, pois pretende se familiarizar com o problema e analisar todas as possibilidades que acontecem relacionados com o tema. A partir dessa definição Gil (2002, p. 41) define a mesma como uma pesquisa que: Têm como objetivo maior familiaridade com o problema, com vistas a tornála mais explícita ou a constituir hipóteses. [...] objetivo principal, o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições, seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Com relação às características da pesquisa qualitativa destacamos dessa perspectiva Triviños (1986, p. 128-130), aonde indica que esse tipo de pesquisa apresenta cinco características que nos forneceram indicações para certo momento da pesquisa: a) tem o ambiente como fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumento-chave; b) é descritiva; 20 c) os pesquisadores têm preocupação com o processo e não simplesmente com os resultados e produtos; d) a análise dos seus dados tende a ser indutiva; e) o significado é a sua preocupação essencial. A empatia vem sendo apontada há muito tempo como uma característica essencial dos pesquisadores que realizam trabalho de campo. Ela se constitui num dos princípios básicos da fenomenologia, que está nas raízes das abordagens qualitativas. Segundo esse princípio, o observador deve tentar se colocar no lugar do outro para tentar entender melhor o que está dizendo, sentindo e pensando. Ela é, portanto, um importante componente nas situações em que o pesquisador interage com os sujeitos para obter os dados que lhe permitirão compreender melhor o fenômeno em estudo. 2.2 UNIVERSO/POPULAÇÃO DOS SUJEITOS A pesquisa envolveu a Escola Municipal de Educação Infantil Bem Me Quer do município de Chiapetta – RS. Participou desta pesquisa uma professora de Educação Infantil com formação em nível superior obtida na UNIJUÍ, em Pedagogia. A turma observada é composta por 14 alunos da pré-escola, sendo 10 meninas e 4 meninos de idade entre 4 e 5 anos. 2.3 PROCEDIMENTOS O primeiro momento foi o contato com a escola aonde ocorreu a realização das explicações sobre a pesquisa e os objetivos a serem ali alcançados. Num segundo momento foram realizadas as observações. As observações ocorreram no momento em que a professora fazia o uso do brincar como maneira de explicação dos conteúdos a serem trabalhados. As observações ocorreram durante dez encontros, onde foi possível perceber o espaço que as atividades recreativas ludomotoras ocupam. No momento seguinte foi realizada a entrevista com a professora da Educação Infantil da escola, entrevista esta realizada no próprio local de trabalho e de maneira estruturada com perguntas que previamente foram elaboradas. Depois dos dados coletados e as análises feitas foi realizado um novo encontro com os 21 sujeitos da pesquisa aonde realizei a apresentação dos resultados e discutido assuntos acerca do tema. 2.4 COLETA DOS DADOS Os instrumentos utilizados para a coleta dos dados foram dez observações, nas terças e quintas-feiras a tarde com duração de três horas cada observação, fotos e entrevista que tiveram a preocupação de levantar os dados, reunir, organizar, compreender e descrever o relato de sua investigação. Para Oliveira (2010, p. 23): A observação é o instrumento que mais fornece detalhes ao pesquisador, por basear-se na descrição e para tanto utilizar-se de todos os cinco sentidos humanos. Sendo a observação e a entrevista os instrumentos mais utilizados em pesquisa qualitativa, bem como o dicionário. Para Negrine (1999, p. 65) “a observação constitui-se um instrumento valioso na pesquisa qualitativa e, nessa situação aplica-se a algum objeto externo, embora possa ser utilizada a partir de diferentes perspectivas”. O autor ainda aborda a importância de fazer um estudo preliminar do que pretendemos desenvolver, como uma pequena amostragem de participantes, e assim já foi feito um pequeno treinamento da observação. “Se vamos a campo para observar, o quesito principal é tornar os registros o mais possível, desconfigurados de qualquer juízo de valor” (NEGRINE, 1999, p. 65). Outro instrumento para a coleta dos dados mais objetivos foi a entrevista. A entrevista ocorreu depois das observações realizadas de maneira estruturada. A entrevista para Negrine (1999, p. 73): Se constitui em estratégia utilizada para obter informações frente com o entrevistado, o que permite, ao entrevistador, o estabelecido de um vínculo melhor com o indivíduo e maior profundidade nas perguntas que previamente elaborou como roteiro. Para tanto utilizamos a entrevista na pesquisa para colher informações adicionais das observações feitas e mais direta ao nosso foco. Para Oliveira (2010, p. 25) “A entrevista também é uma grande ferramenta de coleta de dados e 22 geralmente acompanha a observação seja no estudo de caso, na pesquisa ação, ou mesmo na etnografia”. 2.5 ANÁLISE DOS DADOS A análise dos dados coletados passa por fases e acontece durante e após a coleta dos dados, pois “o pesquisador classifica e organiza os dados e especula e desenvolve hipóteses temporárias para guiá-lo para outras fontes e tipos de dados” (THOMAS; NELSON, 2002, p. 327). Neste sentido, durante a análise dos resultados foi necessário relacionar o que coletamos nos dados obtidos com o referencial teórico que guia a pesquisa e feito uma comparação. As fases desta análise “incluem a classificação e análise durante a coleta de dados, a análise e categorização, e a interpretação e construção da teoria” (THOMAS; NELSON, 2002, p. 327). Na pesquisa qualitativa na qual se enquadra esta pesquisa a coleta e análise dos dados ocorrem ao mesmo tempo, servindo de auxílio para focalizar melhor questões e dirigir a coleta de maneira mais eficiente. Thomas e Nelson (2002) salientam que o pesquisador deverá ficar sempre próximo aos dados para que não se detenha com dados repetitivos, sem estar focalizados e com dados muito simples que somente trarão grandeza em volume e poucos resultados. O autor citado acima recomenda que o pesquisador leia e releia os dados obtidos para assim gerar categorias analíticas e dar um começo de organização, um resumo, onde se possa chegar a padrões de categorização. Esta categorização dependerá do tipo ou do problema de estudo, existindo diferentes técnicas, maneiras e formas de classificar os dados por meio de fichários e arquivos. Após todo o processo de organização e categorização deve acontecer o processo de interpretação dos dados colhidos. Uma maneira de interpretação é a reconstrução do vivido durante o trabalho de campo, que é muito reconhecida na pesquisa qualitativa, a narrativa analítica “que pode consistir em uma narrativa descritiva organizada cronologicamente ou em tópicos” (THOMAS; NELSON, 2002, p. 328). Pode-se considerar a narrativa analítica como um fundamento da pesquisa qualitativa. Para Thomas e Nelson (2002, p. 328): Os pesquisadores (especialmente novatos) frequentemente relutam em tornar a ação corajosa necessária para determinar o significado dos dados. Erickson (1986) sugeriu que, para estimular a análise no início do processo, 23 o estudante deveria se forçar a fazer uma asserção, escolher um trecho de notas de campo que a substanciasse, e então escrever uma vinheta narrativa que retratasse a validade da asserção. Nesta abordagem o pesquisador torna-se mais ciente dos resultados que emergem a partir dos dados. A vinheta narrativa tem a capacidade de prender a atenção do leitor, dando a sensação de que o leitor está presente na hora do acontecido. Embora estas vinhetas não se sustentem por si próprias, é feito um entrelaçamento entre as vinhetas e outras citações diretas como, por exemplo, da entrevista. E, finalmente, a construção teórica, “este processo é uma ferramenta fundamental para desenvolver ou confirmar explicações” (THOMAS; NELSON, 2002, p. 330). Isto quer dizer que a análise depende muito da teorização que presumir esta pesquisa, assim com o referencial teórico. É feito um diálogo para trazer à tona explicações ou opções de por que acontece isso ou aquilo. 24 3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS 3.1 DESCREVENDO A POPULAÇÃO DA PESQUISA 1) Identificação Pessoal: Professora: Juliana Maria dos Santos (nome fictício) Idade: 30 anos Sexo: Feminino Estado Civil: Viúva Instituição de Graduação: UNIJUÍ Há quantos anos você atua como profissional: 09 anos Nome da Escola que Trabalha: Escola Municipal de Educação Infantil Bem Me Quer Série que Atua: Pré-escola Formação: Curso Superior 2) Em seu curso de formação – magistério ou graduação vocês estudaram os conhecimentos sobre que conteúdos devem ser trabalhados nas aulas de Educação Física, Educação Infantil e nos Anos Iniciais? Às vezes. A turma é composta a maioria por alunos de classe social média, sendo 14 alunos da pré-escola com faixa etária média entre 4 a 5 anos, sendo quatro meninos e dez meninas, carga horária de quatro horas diárias. São crianças dinâmicas e criativas com grande potencial a ser explorado, são alunos que conseguem apresentar um desenvolvimento normal e adequado para a idade, possuem um bom relacionamento entre aluno e professor e aluno entre aluno, interagem-se muito bem uns com os outros, pois são crianças educadas e obedientes, claro que com algumas exceções, mas nada fora do normal, levando em consideração a idade delas. 3.2 ESPAÇO DA SALA DE AULA A sala é bem clara e arejada, espaço adaptado para faixa etária de 4 a 6 anos de idade, mesas e cadeiras com altura adequada, armários para guardar os materiais pedagógicos, possui estantes para guardar os brinquedos (bonecas, 25 carinhos, jogos de montar), a sala também possui painéis das palavrinhas mágicas, nossos combinados, do alfabeto e numerais, além do ajudante do dia. A sala de aula é o espaço onde as crianças irão usufruir e desenvolver as aprendizagens. Segundo Brasil (1998, p. 68): Nas salas, a forma de organização pode comportar ambientes que permitem o desenvolvimento de atividades diversificadas e simultâneas, como, por exemplo, ambientes para jogos, artes, faz de conta, leitura, etc. Já os recursos materiais são presença obrigatória nas salas de Educação Infantil e são ferramentas importantes no desenvolvimento das tarefas. Conforme Brasil (1998, p. 70): Os brinquedos constituem-se, entre outros, em objetos privilegiados da educação das crianças. São objetos que dão suporte ao brincar e podem ser das mais diversas origens materiais, formas, texturas, tamanho e cor. Podem ser comprados ou fabricados pelos professores e pelas próprias crianças; podem também ter vida curta, quando inventados e confeccionados pelas crianças em determinada brincadeira e durar várias gerações, quando transmitidos de pai para filho. Nessa perspectiva, as instituições devem integrá-los ao acervo de materiais existentes nas salas, prevendo critérios de escolha, seleção e aquisição de acordo com a faixa etária atendida e os diferentes projetos desenvolvidos na instituição. 3.2.1 Observação e Descrição das Atividades do Brincar em Sala de Aula Os alunos que vem de transporte escolar são acompanhados pela monitora do transporte e após são acolhidos junto com os demais pela monitora da escola, e encaminhados à sala de aula. Enquanto alguns alunos brincam e outros ainda estão se deslocando com o transporte escolar a professora aproveita esse tempo para organizar o material da aula. Os alunos no momento que estão brincando não são chamados à atenção deles, como exemplo manter silêncio uma vez que estão criando e inventando novas descobertas. Após todos terem chegado e ter sido dado o sinal para início da aula, a professora dá início às atividades, a professora inicia com a acolhida dos alunos e em seguida com oração que é acompanhada por todos: Papai do céu as aulas já vão começar, nós queremos que o senhor, venha conosco ficar, aqui estamos 26 juntinhos e já vamos estudar, abençoe os coleguinhas, a professora, a nossa escola e o nosso lar. Amém! Em seguida a professora canta uma musiquinha, uma das escolhidas foi: Boa tarde professora, de volta na escola estou, Deixei a mamãe em casa, com os amigos agora estou, Gosto muito da minha escola, da minha professora também, De todos os amiguinhos, não esqueci ninguém. Palma, palma, palma, pé, pé, pé, Palma, palma, palma caranguejo peixe é. Nos casos de indisciplina ou a falta de obediência com as tarefas e normas estabelecidas pela professora, as crianças são encaminhadas para o cantinho do pensamento. As principais regrinhas são: Não fazer birra, não brigar, não mexer nas coisas da professora, não furar fila, não dizer nome feio, não empurrar. Saber dividir os materiais e os brinquedos com os colegas e brincarem juntos. A professora estimula os alunos nas brincadeiras coletivas, na divisão dos brinquedos, para que assim ocorra a construção, onde é possível a reprodução dos papéis dos adultos, pois “no jogo conjunto as crianças assimilam a linguagem da comunicação. Aprendem a coordenar suas ações com as dos demais e a ajudar-se mutuamente” (MUKHINA, 1996, p. 163). A professora dá oportunidade para todos contarem as novidades do dia para que após eles se dediquem às atividades de aprendizagem, então é chamado o ajudante do dia que foi determinado em ordem alfabética, é realizado a leitura da agenda das tarefas do dia. Após a professora passou a atividade aonde são estimulados a aprendizagem das vogais e também a do recorte. Nessa atividade eles deveriam passar o lápis por cima da vogal “A”, logo após deveriam recortar o papel E.V.A. em pequenos pedaços para depois colarem por cima da letra. Transformando o momento do recorte não somente em uma atividade, mas numa grande brincadeira. Para que neste processo de aprendizagem ocorra troca de experiências e uma solução para os problemas ocorridos que torna a brincadeira um conjunto mais variado e rico, os acordos devem ser estabelecidos entre as crianças e muitas vezes com a ajuda de algum adulto, neste caso a professora. O brinquedo é o que evoca a brincadeira, a interação lúdica, mas não é a única relação com o objeto. “Ele é portador de uma multiplicidade de relações em potencial” (BROUGÈRE, 2000, p. 27 67). O brinquedo muitas vezes é o objeto de desejo das crianças, onde a criança passa pela situação de posse, onde é necessária a negociação com os outros diante do desejo de utilização, como destaca Brougère (2000). Ao terminarem esta atividade é realizada a hora do conto, após está na hora do lanche, todos se posicionam em fila, lavam as mãos e se direcionam para o refeitório. Após a merenda todos em fila vão escovar os dentes e em seguida são liberados para o intervalo, lá eles têm liberdade de escolher com o que querem brincar, mas sempre com a supervisão e aprovação da professora, a escola possui quadra de esportes, pracinha de areia com vários brinquedos. Conforme afirma Oliveira (2000, p. 19): O brincar, por ser uma atividade livre que não inibe a fantasia, favorece o fortalecimento da autonomia da criança e contribui para a não formação e até quebra de estruturas defensivas. Ao brincar de que é a mãe da boneca, por exemplo, a menina não apenas imita e se identifica com a figura materna, mas realmente vive intensamente a situação de poder gerar filhos, e de ser uma mãe boa, forte e confiável. É importante que a criança seja desafiada a interagir com uma diversidade de brinquedos e brincadeiras inerentes a aquele momento, despertando interesse nas brincadeiras e interações com as demais crianças. Mas é preciso que tenham certa independência em escolher seus companheiros para brincar, o que não ocorre nesta sala de aula. A professora busca sempre misturar as crianças, até porque tem bem mais meninas do que meninos, para que todos interajam uns com os outros, os alunos também deverão ter liberdade para escolher “os papéis que irão assumir de um determinado tema e enredo, cujos desenvolvimentos dependem unicamente da vontade de quem brinca” (BRASIL, 1998, p. 28). É o adulto, na figura do professor, portanto, que, na instituição infantil, ajuda a estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças. Consequentemente é ele que organiza sua base estrutural, por meio da oferta de determinados objetos, fantasias, brinquedos ou jogos, da delimitação e arranjo dos espaços e do tempo para brincar. 28 Os meninos em suas brincadeiras imitam sons de carros, motos e armas, se escondem, correm, se rolam no chão, as meninas gostam e brincam de casinha e de boneca, aonde as maiores são as mamães e as menores as filinhas, as maiorzinhas imitam as mães falando e as menores os nenéns chorando, pois a professora estimula eles a brincarem em forma de lúdico, dando liberdade para eles se expressarem de acordo com a brincadeira. Isto significa que uma criança quando faz sons de seus atos, algo de sua imaginação e traz para a imitação ela “está orientando sua a ação pelo significado da situação e por uma atitude mental e não somente pela percepção imediata dos objetos e situações” (BRASIL, 1998, p. 27). Neste caso a intervenção da professora fez com que repensassem sua brincadeira e ao mesmo tempo parece tê-los restringido e causado certa paralisação na brincadeira. Para Brasil (1998, p. 29): É preciso que o professor tenha consciência que na brincadeira as crianças recreiam e estabilizam aquilo que sabem sobre as mais diversas esferas do conhecimento, em uma atividade espontânea e imaginativa. Nesta perspectiva não se deve confundir situações nas quais se objetiva determinadas aprendizagens relativas a conceitos, procedimentos ou atitudes com aquelas nas quais os conhecimentos são experimentados de uma maneira espontânea e destituída de objetos imediatos pelas crianças. Na perspectiva de Heinkel (2000, p. 23): Nessas situações de brincadeira a criança aprende. Cria e recria o mundo a sua volta conforme a sua maneira de ver e sentir essa realidade social. As interrelações se fazem presentes. Aprendemos na troca de saberes, numa relação a dois, a três. Porque toda aprendizagem supõe um saber anteriormente conhecido. Não aprendemos isolados numa ilha. Nos atos pedagógicos o que deve ser visto e repensado é a realidade dos alunos, visando sempre atender às expectativas educacionais. Mostrando uma educação com qualidade e flexível, principalmente diferenciada em distintos momentos no processo de ensino e aprendizagem e na relação com aluno, professor e resultado do ato pedagógico. 3.3 ANÁLISE DA ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA REALIZADA COM A PROFESSORA DA EDUCAÇÃO INFANTIL 29 1 – Como e de que forma os professores vêm intervindo nas práticas pedagógicas do brinquedo? A professora organiza em diferentes momentos a inserção do lúdico em suas aulas, ela estimula os alunos em brincadeiras coletivas, na divisão de brinquedos, para que assim ocorra a construção, onde é possível a reprodução dos papéis dos adultos. 2 – Como as crianças de hoje brincam? Com certeza podemos dizer que não se brinca mais como antigamente, hoje o brinquedo delas é ficarem horas na frente da televisão, computadores e videogames, muitas não sabem o gosto de se brincar ao ar livre e com os amiguinhos, na maioria das vezes não por culpa delas, mas sim pelo modo de vida que se vive hoje, sendo um dos motivos que acaba levando que muitas delas somente brincam na escola. 3 – Como o professor de Educação Infantil aplica pedagogicamente o brincar e que intervenções pedagógicas são estabelecidas ou não neste momento do brincar? A professora estimula os alunos nas brincadeiras coletivas, na divisão dos brinquedos, para que assim ocorra a construção, onde é possível a reprodução dos papéis dos adultos, sendo que o professor deve intervir de maneira apropriada nas brincadeiras, pois ela com certeza é necessária e oportuna no processo de ensino e aprendizagem, se tornando indispensável para o desenvolvimento do conhecimento, sendo que professores e alunos, independente do espaço, buscam a valorização das brincadeiras como instrumento de aquisição de conhecimentos e de aprendizado, contribuindo com a formação dos alunos em relação ao desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo e social através das práticas oferecidas pelas instituições de ensino. 4 – Qual é a importância do brincar para o desenvolvimento infantil? Para uma criança o brincar é a atividade principal, é uma necessidade que ela possui e que precisa ser atendida, não é apenas um passatempo ou forma de divertimento, através dela as crianças aprendem a se comunicar, a descobrir o seu corpo, aprende a se expressar, através do brincar se desperta o imaginário e a interação em grupos. 5 – Rotina de uma aula da Educação Infantil? Na turma que eu observei, a rotina delas já dentro da sala de aula começa primeiramente com o comprimento da professora e dos alunos, num segundo momento é realizada a acolhida e rezado uma oração, após a professora estimula os alunos nas brincadeiras coletivas, na divisão dos brinquedos, permite que todos contem as novidades do dia para que 30 após eles se dediquem exclusivamente às atividades de aprendizagem, então é chamado o ajudante do dia, após estas tarefas tem a hora do conto, após está na hora do lanche, todos se posicionam em fila, lavam as mãos e se direcionam para o refeitório, em seguida todos escovam os dentes e são liberados para o intervalo, lá a professora dá sugestões de brincadeiras, mas também elas têm liberdade de escolher com o que querem brincar, mas sempre com autorização prévia da professora e com a sua supervisão, sendo que os que brigam, não respeitam as brincadeiras ou cometem algum ato que venha a interferir negativamente entre os colegas, aonde a intervenção da professora não é respeitada, estes recebem uma forma de castigo que é estipulada de acordo com a gravidade da situação ocorrida, os alunos ficam nesta atividade até o encerramento da aula, após retornam, lavam as mãos, pegam as suas mochilas e retornam para suas casas. 6 – Descrição da sala de aula da Educação Infantil, o que deve conter para contemplar uma boa aula? Em primeiro lugar todas as salas deveriam ser bem amplas, arejadas, claras e aconchegantes, ter móveis, equipamentos, materiais pedagógicos, brinquedos adequados para a idade da turma a que está abrigando, pois o espaço físico também é um componente pedagógico essencial para o desenvolvimento infantil. 31 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao propormos este estudo tentamos identificar, analisar e também refletir sobre a participação do lúdico, a aceitação do brincar como princípio pedagógico. O professor deve estimular as atividades lúdicas e tomá-lo como uma das suas ferramentas pedagógicas e de trabalho, deverá agir criando situações de interação, organizando os materiais, os ambientes e ajudando as crianças, favorecendo-as na sua construção da autonomia, do raciocínio, da resolução de problemas e a exploração, possibilitando com que a criança se relacione, pense e construa conhecimentos. O que deve ser visto e repensado sempre no ato pedagógico é a realidade dos alunos, visando sempre atender às expectativas educacionais. Mostrando uma educação com qualidade e flexível, principalmente diferenciada em distintos momentos no processo de ensino e aprendizagem e na relação com aluno, professor e resultado do ato pedagógico. No final desta pesquisa poderemos considerar que a professora utiliza as atividades lúdicas, quase que diariamente, aonde tenta desenvolver formas diferenciadas de atividades lúdicas em suas aulas, pois todas as crianças têm seus momentos e para que ela não se sinta desmotivada a professora precisa sempre estar inovando. Esta professora, em particular, tem uma grande visão da importância do lúdico e busca através de jogos e brincadeiras estimulá-las, por isso ela incentiva muito estas atividades, pois sabe da importância que elas proporcionam para um desenvolvimento de habilidades motoras mais eficazes. 32 A professora busca nas atividades assumir um papel de mediadora, atuando e intervindo nas atividades, possibilitando que as crianças evoluam no seu processo de aprendizagem e consigam assim no futuro se integrar e se adaptar ao mundo em que vive e ao que ele tem a oferecer. Consideramos que a escola propõe o lúdico em sua prática pedagógica, mas precisa organizar o lúdico como uma ferramenta pedagógica, desenvolver o lúdico no contexto escolar exige que o educador tenha uma fundamentação teórica bem estruturada, manejo e atenção para entender a subjetividade de cada criança, bem como entender que o repertório de atividades deve estar adequado às situações. A criança não se desenvolverá se um não tiver o auxílio dos outros, não deve fazer parte de um empurra-empurra de responsabilidade, todos somos responsáveis pela educação e desenvolvimento da criança, tanto os pais, professores, escola, governo, enfim a sociedade em si, cada um tem sua parcela de responsabilidade e de participação. 33 REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. v. 1-2. BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília, 1998. BROUGÈRE, G. Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez, 2000. FERREIRA, H. S. Recreação: brincar na educação física com qualidade de vida! 2009. Disponível em: <http://www.cdof.com.br/recrea16.htm>. FURASTÉ, P. A. Normas técnicas para o trabalho científico: explicitação das normas da ABNT. 16. ed. Porto Alegre: Dáctilo Plus, 2013. GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte Editora, 2003. GALLARDO, J. S. P. (org.). Educação física escolar: do berçário ao ensino médio. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002. GONZÁLES, C. R. Educação física infantil: motricidade de 1 a 6 anos. São Paulo: Phorte, 2005. GONZALES, E. S.; SANTOS, J. C. Brinquedo na educação física: proposta de trabalho para o ensino infantil e fundamental. São Paulo, 2006. Disponível em: <http://www.psicopedagogia.com.br/artigos>. HEINKEL, D. O brincar e a aprendizagem na infância. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2000. 34 MUKHINA, V. Psicologia da idade pré-escolar. São Paulo: Martins Fontes, 1996. NEGRINE, A. Instrumentos de coleta de informações na pesquisa qualitativa. In: MOLINA NETO, V.; TRIVIÑOS, A. N. S. (orgs.). A pesquisa qualitativa na educação física: alternativas metodológicas. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 1999. OLIVEIRA, A. A. Observação e entrevista em pesquisa qualitativa. Revista FACEVV, Vila Velha, n. 4, p. 22-27, jan./jun. 2010. OLIVEIRA, V. B. O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Rio de Janeiro: Vozes, 2000. PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora, 1990. PIAGET, J. Psicologia e pedagogia. Trad. Dirceu Accioly Lindoso e Rosa Maria Ribeiro da Silva. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976. SANTIN, S. Educação física: uma abordagem filosófica da corporeidade. 2. ed. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2003. SANTOS, S. M. P. (org.). Brinquedo e infância: um guia para pais e educadores. Rio de Janeiro: Vozes, 2010. THOMAS, J. R.; NELSON, J. K. Métodos de pesquisa em atividade física. 3. ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2002. TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1986. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: psicologia e pedagogia. São Paulo: Martins Fontes, 1988. 35 ANEXO 36 ANEXO A – Questões para a Entrevista Semiestruturada 1 – Como e de que forma os professores vêm intervindo nas práticas pedagógicas do brinquedo? 2 – Como as crianças de hoje brincam? 3 – Como o professor de Educação Infantil aplica pedagogicamente o brincar e que intervenções pedagógicas são estabelecidas ou não neste momento do brincar? 4 – Qual é a importância do brincar para o desenvolvimento infantil? 5 – Rotina de uma aula da Educação Infantil? 6 – Descrição da sala de aula da Educação Infantil, o que deve conter para contemplar uma boa aula?