Disciplina - Filosofia - Uma reflexão no feriado de Finados: como enfrentar a morte? Filosofia & Ciências Enviado por: Visitante Postado em:03/11/2009 De musa da Filosofia a maior mistério da humanidade. Assim pode ser definida a morte, única certeza de quem está vivo... Uma reflexão no feriado de Finados: como enfrentar a morte? Crença religiosa diferencia forma de pensar o tema, marcado pelo mistério. De musa da Filosofia a maior mistério da humanidade. Assim pode ser definida a morte, única certeza de quem está vivo. É nesse momento de passagem que todos os homens se tornam iguais, sendo a única diferença as circunstâncias da partida. E para quem fica, o consolo ou a esperança está fundamentada na fé que cada um tem. O Dia de Finados está fixado em 2 de novembro desde o século 13, após a Festa de Todos os Santos. Nessa época do ano, é praticamente impossível não pensar em quem se foi e por alguns instantes imaginar como será o futuro. Normalmente, quando se toca no assunto, alguns dizem: "Eu quero morrer dormindo." Ou, "Deus me livre de morrer queimado". Para a professora de Psicologia do Centro Universitário Feevale Geraldine Alves dos Santos, o medo que as pessoas têm da morte, independente de já ter perdido alguém ou não, é ligado ao fato da humanidade não ter conhecimento sobre essa situação. "Eu imagino como será a vida adulta e a velhice. Agora ninguém sabe como é morrer", comenta. Segundo ela, esse mistério, rodeado de falta de informações, gera insegurança. "São esses fantasmas que nos atrapalham na hora de nos defrontarmos com a morte." CHOQUE - Geraldine explica que as pessoas, quando se defrontam com a morte dos pais, embora seja algo doloroso, enfrentam algo esperado porque eles são mais velhos. Agora, quando morrem pessoas da mesma faixa etária, como cônjuges, primos e amigos, a morte se torna real porque está mais próxima. "É comum ouvir nos velórios: esse é o primeiro dos primos." Existem dois tipos de morte: a súbita e aquela onde a pessoa vai morrendo aos poucos. Na morte repentina, a família costuma arrumar um culpado para tentar se defender do sofrimento. Já para a perda motivada por doença, ocorre o desgaste provocado pelos cuidados de que o doente necessita. Não se morre mais do mesmo jeito O professor de Filosofia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) Álvaro Luiz Montenegro Valls salienta que, atualmente, a maioria das pessoas prefere nem pensar na morte. "Ela se tornou uma coisa ruim, um estraga tudo. E essa preocupação de não pensar na morte cria um certo desespero social", define. Conforme Valls, a sociedade moderna criou o Way of death, uma espécie de jeito americano de morrer. Os familiares não acompanham mais a morte do doente e há a preocupação de deixar o corpo bonito. "O morto aparenta estar dormindo", arremata. Antigamente, quando alguém sentia que ia morrer, chamava os familiares, amigos e vizinhos para realizar o chamado "acerto de contas". Esse era o momento de pedir perdão, fazer as pazes e desvendar todos os segredos. Para o filósofo, esse ritual não existe mais. "As pessoas são internadas no hospital e as outras são comunicadas do falecimento", reflete. Ainda segundo Valls, como a crença de vida após a morte está cada vez menos difundida, essa ideia dá um sentimento de curtir a vida ao máximo. Ao mesmo tempo, para aqueles que creem na reencarnação, prevalecem os sentimentos de solidariedade. "Já quem acredita numa outra vida deveria morrer tranquilo, pois há uma boa perspectiva caso tenha feito o bem aos outros", reflete. DIFERENÇAS A morte é vista de uma maneira diferente de acordo com a idade. Confira como as pessoas encaram o assunto com o passar dos anos: - Criança: o medo é do desaparecimento das pessoas. É comum http://filosofia.seed.pr.gov.br 12/6/2017 21:59:28 - 1 se dizer às crianças que quem morreu partiu para uma longa viagem ou foi para o céu Adolescente: não tem medo de uma coisa nem de outra. O jovem é inconsequente e acredita que tudo acontece sempre com os outros, nada consigo mesmo - Adulto: nessa fase, passa a ter medo da morte, ainda mais quando há filhos. "Se eu morrer, o que será do meu filho?" Em alguns casos, ocorre o contrário. Quando o adulto não obtém sucesso no emprego e na família, a morte se torna a solução para o problema - Velhice: não é a morte que assusta, pois já se presenciou essa situação algumas vezes na vida. O medo é de ficar dependente dos outros, de perder a autonomia e sofrer por conta de doenças terminais. Essa notícia foi emcontrada em: http://www.diariodecanoas.com.br/site/noticias/geral,canal-8,ed-60,ct-206,cd-225887.htm - acessada em: 03/11/2009 Todas as modificações posteriores são de responsabilidade do autor original da matéria. http://filosofia.seed.pr.gov.br 12/6/2017 21:59:28 - 2