Aqui você vai encontrar importantes informações do curioso mundo da Ciência. Contamos com sua ajuda para conservar este texto, que também está disponível em nosso site. 49 MEDO, QUEM NÃO TEM? Tenho medo de gente e de solidão Tenho medo da vida e medo de morrer Tenho medo de ficar e medo de escapulir Medo que dá medo do medo que dá Pedro Guerra / Lenine / Robney Assis Imagine a cena: você está sozinho em casa e com exceção da TV, o silêncio é total... A porta da cozinha bate repentinamente. Seu coração acelera e os músculos enrijecem. Um segundo depois, você percebe que era apenas o vento. Você, por um momento, sentiu tanto medo que reagiu como se sua vida estivesse em perigo. Todo mundo sente medo. Mas porque temos essa reação tão intensa? Na biologia, o medo é considerado um importante elemento de preservação da vida. Em algumas espécies ele já vem desde o nascimento, o medo inato. A presença ou mesmo o odor de um gato é sinal de perigo para ratos que nunca tiveram contato com felinos. O medo também pode ser aprendido por condicionamento, surgido de uma experiência ruim que não queremos reviver. Muitos estudos vêm sendo feitos para se entender os circuitos anatômicos, neurológicos e hormonais envolvidos no medo. Inicialmente o perigo é percebido pelos nossos órgãos do sentido, como olhos e ouvidos, e, em seguida, uma região do cérebro é ativada, o tálamo. Alguns pesquisadores acreditam que o cérebro organiza padrões de fuga e luta antes que tenhamos consciência plena do que causou o medo. Só então ocorre uma resposta refinada, por circuitos cerebrais bem diferentes, que nos permite definir se a situação é mesmo perigosa ou não. O medo é importante, mas não dá para deixá-lo tomar conta da gente, senão, a vida pára pelo medo de morrer e pelo medo de viver. Texto originalmente escrito por Adlane Vilas-Boas para o programa Ritmos da Ciência, da Rádio UFMG Educativa 104,5 FM, e adaptado por Michelle de Melo. teia de textos Projeto realizado com o apoio do PROEXT 2010 - MEC/SESu. 31 | 3586 2511 www.teiadetextos.com.br www.ufmg.br/ciencianoar [email protected]