averiguação do peso predito para titulação do

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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Fisioterapia
Estevan Ulisses Garcia
Mateus Augusto dos Santos Paulo
AVERIGUAÇÃO DO PESO PREDITO PARA
TITULAÇÃO DO VOLUME CORRENTE EM
PACIENTES SOB VENTILAÇÃO MECÂNICA
INVASIVA EM CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA
LINS – SP
2015
Estevan Ulisses Garcia
Mateus Augusto dos Santos Paulo
AVERIGUAÇÃO DO PESO PREDITO PARA TITULAÇÃO DO VOLUME
CORRENTE EM PACIENTES SOB VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA EM
CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado
à
Banca
Examinadora
do
Centro
Universitário Católico Salesiano
Auxilium, curso de Fisioterapia,
sob a orientação do(a) Prof. (ª)
Antonio Henrique Semençato
Júnior e orientação técnica da
Profª Jovira Maria Sarraceni.
LINS – SP
2015
Garcia, Estevan Ulisses; Paulo, Mateus Augusto dos Santos
G198f
Fisioterapia: Averiguação do Peso Predito para Titulação do Volume
Corrente (VC) em Pacientes sob Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) em
Centro de Terapia Intensiva (CTI) / Estevan Ulisses Garcia; Mateus
Augusto dos Santos Paulo – Lins, 2015.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia,
2015.
Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Antonio Henrique Semençato
Junior
1. Fisioterapia Intensiva. 2. Peso Predito. 3. Predicted Body Wheight. 4.
Ventilação Mecânica Invasiva. 5. Volume Corrente.
I Título.
CDU 615.8
CDU 658
AVERIGUAÇÃO DO PESO PREDITO PARA TITULAÇÃO DO VOLUME
CORRENTE EM PACIENTES SOB VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA EM
CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Fisioterapia.
Aprovada em: _____/______/_____
Banca Examinadora:
Prof. Orientador: Antonio Henrique Semençato Júnior
Titulação: Especialista em fisioterapia Cardiorrespiratória pelo Centro Universitario
Católico Salesiano Auxilium.
Assinatura: ________________________________
1º Prof(a): _____________________________________________________
Titulação: ______________________________________________________
______________________________________________________________
Assinatura: ________________________________
2º Prof(a): _____________________________________________________
Titulação: ______________________________________________________
______________________________________________________________
Assinatura: ________________________________
Dedico este trabalho a Deus e, aos meus pais e amigos que me apoiaram que me
deram força para batalhar e alcançar os meus objetivos. Também dedico ao meu
professor e orientador ao Profº Junior. Obrigado a todos.
Estevan Ulisses Garcia
Dedico este trabalho, primeiramente, a Deus, por nos dar força durante esta grande
jornada, a toda minha família e amigos, a todos os professores que me
acompanharam durante a graduação e, principalmente, ao Professor Junior,
responsável pela realização deste trabalho.
Mateus Augusto dos S. Paulo
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, primeiramente e acima de todas as coisas, aos meus pais e
irmãs ao meu companheiro de trabalho, professores e supervisores, aos meus
amigos mais próximos e toda turma T31, com a ual que caminhei junto todo
estes anos. Passamos por dificuldade, por brigas, mas sempre tínhamos o
mesmo objetivo: de vencer e ter mais uma grande conquista na vida. Sou grato
ao meu orientador pelo seu apoio e nos ajudou ao decorrer deste trabalho.
Estevan Ulisses Garcia
AGRADECIMENTOS
Agradeço а Deus primeiramente, qυе permitiu qυе tudo isso
acontecesse ао longo dе minha vida. Nãо somente nestes anos como
universitário, mas еm todos оs momentos, pois é o maior mestre qυе alguém
pode conhecer.
Agradeço а todos оs professores pоr mе proporcionar о conhecimento
nãо apenas cientifico e cultural, mаs também а manifestação dо caráter е
afetividade dа educação, nо processo dе formação profissional. Sou grato pelo
tanto qυе sе dedicaram а mim; nãо somente pоr terem mе ensinado, mаs por
me auxiliarem no aprendizado. Foram mestres dedicados аоs quais sеm
nominar terão оs meus eternos agradecimentos.
Meus eternos agradecimentos tambem а todos os amigos da T31 e,
principalmente, meu companheiro dе trabalho, a qual considero como irmão.
Apesar de todas nossas dificuldades, não desistiu de nossos objetivos. Uma
coisa que posso dizer a todos amigos de formação é que todos estarão sempre
presentes еm minha vida.
Mateus Augusto dos S. Paulo
Resumo
Na atualidade a Fisioterapia Intensiva vem se destacando, tornando-se
uma especialidade de suma importância e imprescindível em Centros de
Terapias Intensivas (CTI). Neste contexto, torna-se indispensável a constante
atualização e conhecimento por parte do profissional que atua nesta área,
necessita desempenhar com extrema prudência a monitorização dos pacientes
submetidos à Ventilação Mecânica Invasiva (VMI). E com esta finalidade que
este trabalho discorre sobre a averiguação da estatura e utilização de cálculos
matemáticos, conforme os gêneros, para obtenção do peso predito para
posterior titulação do volume corrente (VC) utilizado durante a assistência
ventilatória invasiva de pacientes que se encontram hospitalizados no CTI.
Deste modo, o presente terá como objetivo mensurar o peso predito ou PBW
(Predicted body wheight) de pacientes submetidos à assistência ventilatória
mecânica invasiva e tratamento fisioterapêutico do CTI da Associação
Hospitalar Santa Casa de Lins, sendo aplicada a estatura mensurada em
fórmula matemática, conforme o gênero, e comparar tais dados com aqueles
utilizados na prática de forma empírica e recomendar a adoção do volume
corrente conforme o peso predito, constatando a importância da adoção da
aferição do PBW para apropriada titulação do VC. Para tanto, analisou-se as
informações obtidas através do peso estabelecido empiricamente pelos
profissionais do CTI em questão, bem como executar a mensuração da
estatura dos pacientes e registrar tais dados em uma ficha de evolução diária
desenvolvida pelo fisioterapeuta, obtendo-se posteriormente o volume corrente
recomendado pelos consensos vigentes. Obteve-se como beneficio, a
determinação de valores preditos conforme a literatura levantada durante a
aquisição de informações atinentes a esta em relação ao PBW e sua utilização
na titulação do volume corrente recomendado para pacientes sob VMI em CTI.
Palavras-chave: Fisioterapia Intensiva. Peso Predito. Predicted Body Wheight.
Ventilação Mecânica Invasiva. Volume Corrente.
ABSTRACT
Nowadays the intensive physiotherapy has stood out, becoming a
specialty of paramount importance and indispensable in Intensive Care Centers
(ICC). In this context, it is indispensable constant updating and knowledge by
the professional who needs to play with extreme caution monitoring of patients
undergoing invasive mechanical ventilation (IMV).This paper discusses the
investigation of height and use of mathematical calculations as genres to obtain
the weight predicted for later titration of tidal volume (VT) used during invasive
ventilatory support to patients who are hospitalized in the ICC.Thus this will aim
to measure the predicted or PBW weight (Predicted body wheight) of patients
on invasive mechanical ventilation and physical therapy ICC of the Hospital
Association Holy House of Lins, whichever is the height measured in
mathematical formula according to gender and compare these data with those
used in practice empirically and recommend the adoption of this volume as the
predicted weight, noting the importance of adopting the measurement of PBW
for proper titration of the VT.To this end, we analyzed the information obtained
through the weight empirically established by professionals in the ICC in
question as well as perform the measurement of the stature of patients and
record such data in a form of daily evolution developed by the physiotherapist,
obtaining later the volume current recommended by existing consensus.With
the benefit, the determination of predicted values according to the literature
raised during the acquisition of information pertaining to this in relation to the
PBW and its use in titration tidal volume recommended for patients under IMV
in ICC.
Keywords: Intensive physiotherapy. Predicted weight. Predicted Body wheight.
Invasive Mechanical Ventilation. Tidal Volume
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Dados Gerais dos pacientes do Gênero Masculino com suas
respectivas médias e desvio padrão, bem como teste t para duas
amostras em par para as médias para averiguação dos pesos e volumes
correntes.................................................................................................... 36
Tabela 2: Dados Gerais dos pacientes do Gênero Feminino com suas
respectivas médias e desvio padrão, bem como teste t para duas
amostras em par para as médias para averiguação dos pesos e volumes
correntes..................................................................................................... 36
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABW: Actual Body Weight
AHSC: Associação Hospitalar Santa Casa
APRV: Ventilação Por Liberação de Pressão Nas Vias Aéreas
ATC: Compensação Automática do Tubo Endotraqueal
BiPAP: Bilevel Positive Pressure Airway
CDIN: Complacência Pulmonar Dinâmica
CEST: Complacência Pulmonar Estática
CI: Capacidade Inspiratória
CO2: Dióxido de Carbono
CPAP: Pressão Expiratória Positiva Contínua
CPT: Capacidade Pulmonar Total
CRF: Capacidade Residual Funcional
CTI: Centro de Terapia Intensiva
CV: Capacidade Vital
IMV: Ventilação Mandatória Intermitente
LPA: Lesão Pulmonar Aguda
LPIV: Lesão Pulmonar Induzida por Ventilção
Ml: Mililitros
O2: Oxigênio
P. PLATÔ: Pressão De Platô
PAV: Ventilação Proporcional Assistida
PBW: Predicted Body Wheight
PCO2: Pressão Parcial de Dióxido de Carbono
PEEP: Pressão Expiratória Final Positiva
PO2: Pressão Parcial de Oxigênio
PP: Peso Perguntado
PS: Pressão De Suporte
RES: Resistência do Sistema Respiratório
SDRA: Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo
SIMV: Ventilação Mandatória Sincronizada Intermitente
TOT: Tubo Orotraqueal
UTI: Unidade de Terapia Intensiva
VC: Volume Corrente
VM: Ventilação Mecânica
VMI: Ventilação Mecânica Invasiva
VR: Volume Residual
VRE: Volume de Reserva Expiratório
VRI: Volume de Reserva Inspiratório
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................... 15
CAPÍTULO I - REVISÃO DA LITERATURA..................................................... 18
1
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO NORMAL.. 18
1.1 Traqueia..................................................................................................... 18
1.2 Pulmão....................................................................................................... 18
1.3 Brônquios direito e esquerdo.................................................................... 19
1.4 Árvore Bronquial........................................................................................ 20
1.5 Alvéolos..................................................................................................... 20
1.6 Sáculos alveolares..................................................................................... 21
1.7 Função fisiológica do sistema respiratório................................................. 21
1.8 Volumes e capacidades pulmonares......................................................... 23
1.9 Volume corrente........................................................................................ 24
1.10 Volume de reserva inspiratório e expiratório........................................... 24
1.11 Volume residual...................................................................................... 25
1.12 Capacidade vital..................................................................................... 25
1.13 Capacidade residual funcional............................................................... 26
1.14 Capacidade inspiratória.......................................................................... 26
1.15 Capacidade pulmonar total..................................................................... 26
CAPÍTULO II – PESO PREDITO NA VENTILAÇÃO MECÂNICA
INVASIVA......................................................................................................... 27
1
VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA........................................................27
1.1 Peso predito sua relação com o volume corrente e a ventilação
mecânica protetora........................................................................................... 30
CAPÍTULO III – A PESQUISA.......................................................................... 33
1
INTRODUÇÃO............................................................................................ 33
1.1 Aspectos éticos........................................................................................... 33
1.2 Técnicas e métodos..................................................................................... 33
3
1.3 Material........................................................................................................ 34
1.4 Procedimentos............................................................................................. 34
35
1.5 Resultados...................................................................................................
1.6 Discussão.................................................................................................... 37
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO......................................................................40
CONCLUSÃO.................................................................................................... 41
REFERÊNCIA.................................................................................................... 42
ANEXOS............................................................................................................ 45
15
INTRODUÇÃO
A ventilação mecânica (VM) ou suporte ventilatório consiste em método
de apoio para o tratamento de pacientes com desordens na mecânica
ventilatória fisiológica, que necessitem de tal sustentáculo em centros de
terapia intensiva (CTI). Estes métodos mantêm as trocas gasosas adequadas,
além de aliviar o trabalho e a fadiga da musculatura respiratória.
Devido à dificuldade de se obter o peso real dos pacientes dentro do
CTI, acaba-se obtendo parâmetros ventilatórios inadequados em relação ao
volume corrente (VC), ocasionando ineficácia do tratamento. A utilização do
peso ideal para o cálculo do VC ideal resulta em um menor VC, ajudando a
reduzir a incidência de lesão pulmonar induzida por ventilador. (ASCIUTTO et
al., 2006).
A averiguação do peso predito para titulação do volume corrente em
pacientes sob ventilação mecânica invasiva em CTI tem, como objetivo,
mensurar o VC a partir de cálculos matemáticos de acordo com o gênero,
utilizando a estatura dos pacientes.
Com a utilização da estatura em centímetros utilizando cálculos
matemáticos, é possível determinar o PBW (Predicted body wheight), para,
posteriormente, recomendar o volume corrente de pacientes que se encontram
sob assistência ventilatória mecânica invasiva (VMI) em CTI, podendo fornecer
uma apropriada titulação de acordo com as diretrizes, consensos e
recomendações para pacientes sob VMI.
Para realizar o ajuste preciso do VC deve-se considerar o peso do
paciente. “A adoção de parâmetros de volume corrente de 6 ml/Kg de peso,
pode chegar até 8ml/Kg desde que em nenhum dos casos ultrapasse a
pressão de platô de 30 cmH2O, evitando assim que ocorra complicações como
hipercapnia permissiva e reduzindo o número de mortalidade”. (ASSOCIAÇÃO
DE MEDICINA INTENSIVA BRASILEIRA. 2011, p. 21).
Um problema ainda recorrente em ambientes de emergência e terapia
intensiva é a impossibilidade de se obter o peso do paciente. Predizer tal peso
é notoriamente importante para o estabelecimento de estratégias terapêuticas
ajustadas às necessidades individuais, inclusive para determinação do VC
necessário ao paciente sob ventilação mecânica. (VIANA, et al, 2014, p. 23).
16
De acordo com Viana et al. (2014), o VC sofre influência de parâmetros
ventilatórios
estabelecidos,
pois
o
mesmo,
se
encontra
intimamente
relacionado com o comportamento das propriedades mecânicas do sistema
respiratório, tais como complacência e resistência. É importante se observar,
além do VC, a complacência pulmonar estática (Cest), complacência pulmonar
dinâmica (Cdin) e resistência do sistema respiratório (Res), visando prevenir o
biotrauma.
Esta pesquisa tem como objetivo mensurar o peso predito (PBW) de
pacientes submetidos à assistência ventilatória mecânica invasiva e tratamento
fisioterapêutico e comparar tais dados com aqueles utilizados na prática de
forma empírica, recomendando posteriormente a adoção do volume corrente
conforme o peso predito. Para tanto se realizou uma pesquisa no CTI da
Associação Hospitalar Santa Casa de Lins (AHSC), no período de abril a
agosto de 2015, sendo aplicada a estatura mensurada em fórmulas
matemáticas conforme os gêneros para posterior recomendação da adoção do
volume corrente de 6 ml/Kg de peso predito.
Tal pesquisa é de caráter descritivo e de campo através da aferição da
estatura e posterior cálculo matemático em fichas de evolução diárias de
pacientes submetidos à VMI. Diante do exposto, surgiu o seguinte
questionamento: a verificação do peso predito por meio da aferição da estatura
em centímetros e realização de cálculos conforme os gêneros pelo PBW
podem fornecer uma apropriada titulação do Volume Corrente quando
comparados com os valores obtidos baseado na experiência dos profissionais?
Acredita-se que a averiguação do peso predito através da mensuração
da estatura em centímetros e realização de cálculos conforme os gêneros pelo
PBW podem fornecer uma apropriada titulação do VC de acordo com as
diretrizes, consensos e recomendações para pacientes sob ventilação
mecânica invasiva em CTI.
Espera-se averiguar o peso predito e prover a titulação do VC
recomendado para os pacientes que estejam sob suporte ventilatório mecânico
invasivo (VMI) em CTI de acordo com as diretrizes, consensos e
recomendações utilizadas em terapia intensiva no Brasil na atualidade,
deixando de utilizar valores empíricos que possam acarretar consequências
negativas aos pacientes.
17
Neste contexto, esta pesquisa é de caráter descritivo e de campo com a
bordarem quantitativa, apresentado a seguinte divisão:
Capitulo I – Aborda a anatomia e a fisiologia do sistema respiratório
humano.
Capitulo II - Discorre sobre o peso predito utilizado para obtenção de
parâmetro volumétrico em ventilação mecânica invasiva e sua relação com o
volume corrente.
Capitulo III – Exibe a execução da pesquisa, e sequencialmente os
resultados em forma de tabelas, obtendo a discussão da pesquisa.
Para finalizar será apresentada a proposta de intervenção e a conclusão
da pesquisa.
18
CAPÍTULO I
REVISÃO DA LITERATURA
1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO NORMAL
1.1 Traquéia
A traquéia é um tubo cilíndrico de cerca de 9 a 12,5 cm de comprimento,
achatada, posteriormente, entra em contato com o esôfago estende - se da
sexta vértebra cervical até a quinta torácica. Através da carina da traquéia
dividem-se em dois brônquios principais ou primários direito e esquerdo, sendo
estes constituídos de quatro camadas: uma membrana mucosa; submucosa;
uma camada contendo cartilagem, tecido conjuntivo fibroso, músculo liso, e
uma cobertura externa de tecido conjuntivo, a adventícia. (LOSSOW, 1990)
A camada interna (membrana mucosa) é
composta
de
epitélio
cilíndrico
pseudoestratificado ciliado com células caliciformes
secretoras de muco, ancorada por uma membrana
basal um tecido conjuntivo subjacente. (JACOB;
FRANCONE; LOSSOW, 1990, p. 383)
A submucosa é um tecido conjuntivo frouxo que contem glândulas e
células de gordura, sua terceira camada contem cerca de 20 cartilagens
hialinas em forma de semi anéis, ao redor da traquéia evitando o seu
fechamento completo. (LOSSOW, 1990)
A traquéia funciona como uma simples passagem
para o ar que vai atingir os pulmões;
ocasionalmente pode torna-se obstruída pela
deglutição das secreções acumuladas no
revestimento mucoso ou pela aspiração de
material que se encontra nele. (JACOB;
FRANCONE; LOSSOW, 1990, p. 383)
1.2 Pulmão
19
Segundo Merieb,Hoehn (2009), os pulmões ocupam toda a cavidade
torácica com exceção do mediastino, onde está alojado o coração, os
grande vasos sangüíneos, os brônquios, o esôfago, e outros órgãos.
Os pulmões são órgãos em forma de cone os
quais enchem completamente os espaços
pleurais, estendendo-se do diafragma ate a uma
altura de uns 13 cm acima da clavícula. A parte
dos pulmões acima da clavícula é chamada de
cúpula. (JACOB; FRANCONE; LOSSOW; 1990, p.
387)
Os pulmões estão divididos por fissuras, sendo são estas obliqua e
horizontal, que dividem o pulmão direito em lobo superior, médio e inferior. Do
lado esquerdo há somente uma fissura obliqua, dividindo-o em lobos superior e
inferior. O pulmão de um individuo adulto é uma massa esponjosa, com uma
cor cinza-azulada, devido a poeira inalada e da fuligem nos linfáticos
respiratórios, sedo que, o pulmão da criança é róseo, pois ainda não entrou em
contato com material estranho. (LOSSOW,1990)
Cada pulmão está suspenso em sua própria cavidade pleural e unido ao
mediastino por conexões brônquicas e vasculares, coletivamente chamada de
raiz pulmonar. As superfícies anterior, lateral e posterior dos pulmões estão em
contatos íntimos com as costelas, logo abaixo da clavícula estão os ápices, as
extremidades superiores dos pulmões. Em sua superfície inferior côncava
sobre o diafragma situa-se a base do pulmão. (MERIEB, HOEHN, 2009)
O pulmão tem três funções principais: troca
gasosa, defesa do organismo e metabolismo. A
função primaria do pulmão baseia-se na troca de
gases, que consiste na entrada de oxigênio no
organismo e remoção do gás carbônico. O
pulmão, além da troca de gases também funciona
como barreira entre o meio externo e meio interno
do organismo. E finalmente, o pulmão é um órgão
metabólico, que sintetiza e metaboliza diversos
compostos. (BERNE et al., 2004, p. 471)
1.3 Brônquios direito e esquerdo
20
Os brônquios principais (primário) direito e esquerdo são formados pela
divisão da traquéia aproximadamente no nível da sétima vértebra torácica,
realizando a ligação da traquéia com o pulmão, na região denominada hilo
pulmonar. (MERIEB, HOEHN, 2009)
O brônquio principal direito se difere do esquerdo, pois é mais expeço,
curto e verticalizado, enquanto o brônquio esquerdo é mais delgado, longo e
horizontalizado. Corpos estranhos da traquéia são comumente encontrados no
brônquio direito devido suas características. (MERIEB, HOEHN, 2009)
1.4 Árvore bronquial
Árvore bronquial é o local onde as estruturas da zona condutora são
gradativamente substituídas por estrutura da zona respiratória. (MERIEB,
HOEHN, 2009)
Nos pulmões, cada brônquio principal é subdividido em brônquios
lobares ou secundários, sendo, três à direita e dois à esquerda, uma para cada
lobo pulmonar. (MERIEB, HOEHN, 2009)
Os brônquios lobares se ramificam em brônquios segmentares de
terceira ordem, que se dividem repetidamente em brônquios cada vez
menores, possuem cerca de 23 ordens de ramificação das vias aéreas
pulmonares. (MARIEB,HOEHN, 2009)
As vias respiratórias menores de 1 mm de diâmetro são chamadas de
bronquíolos ou “pequenos brônquios”. As menores de 0,5 mm de diâmetro são
chamadas de bronquíolos terminais. Estes se ramificam, dando origem aos
bronquíolos respiratórios, em seguida aos ductos alveolares e ao saco alveolar.
Devido a este padrão de ramificação a rede de condução do ar dentro dos
pulmões é freqüentemente chamada de árvore bronquial ou respiratória.
(MARIEB,HOEHN, 2009; GRAAFF, 2002)
1.5 Alvéolos
Os alvéolos têm formato poligonal e aproximadamente de 250 µm. Um
adulto possui cerca de 300.000 alvéolos. Pode-se encontrar três tipos
21
diferentes de células nos alvéolos. Ccélulas do tipo I, II e III. (BERNE et
al.,2004)
As células do tipo I ocupam 95% da superfície alveolar, e representa o
local primário para as trocas de gases. As do tipo II sintetizam o surfactante
pulmonar, e também, são responsáveis pela regeneração da estrutura alveolar
normal após injúria. Os pneumócitos tipo III podem ser encontrados por todo o
pulmão, e não apenas nos alvéolos. Estas células estão em intima associação
com os nervos, e podem atuar como quimiorreceptoras. (BERNE et al.,2004)
1.6 Sáculos Alveolares
Sacos
alveolares
são
agrupamentos
de
alvéolos
pulmonares.
Juntamente com os ductos alveolares e alvéolos pulmonares compõem a
porção respiratória dos pulmões. (GRAAFF, 2003)
As trocas de gases ocorrem através das paredes
dos
minúsculos
alvéolos
pulmonares;
consequentemente, essas minúsculas expansões
são as unidades funcionais do sistema
respiratório. (GRAFF, 2003, p. 612)
Existe um grande número dessas estruturas. São aproximadamente 350
milhões por pulmão, juntas propiciam uma grande área para difusão dos gases.
(GRAAFF, 2003)
1.7 Função fisiológica do sistema respiratório
A maioria dos tecidos do corpo humano necessita de oxigênio para
produzir energia, de modo que o suprimento contínuo desse gás deve estar
disponível para seu funcionamento normal. (LEVITZKY, 2004)
O ato de respirar é fundamental para o homem. A função primária do
sistema respiratório é a respiração, ou seja, uma troca gasosa eficiente,
através das membranas alvéolo capilares, proporcionada pela ventilação
pulmonar. (BETHLEM, 2002)
A ventilação pulmonar pode ser definida como a passagem de ar pelas
vias aéreas (VA), compreendendo duas fases a inspiração e a expiração onde
22
um volume de ar é inalado e expelido pelos pulmões. (BETHLEM, 2002;
PRESTO; NORONHA, 2009)
O volume de ar se desloca do local de maior pressão para um de menor
pressão, estabelecendo uma diferença de pressão entre a atmosfera e os
alvéolos. (LEVITZKY, 2004)
Na mecânica da respiração adota-se a pressão atmosférica como
cmH2O e por essa razão a redução da pressão alveolar em relação a pressão
atmosférica é denominada respiração com pressão negativa. (LEVITZKY,
2004)
Para que o ar flua para dentro das unidades de troca gasosa dos
pulmões, ocorre a inspiração, iniciada pela redução da pressão alveolar em
relação à pressão atmosférica e pela contração dos músculos inspiratórios (os
principais músculos da inspiração são os intercostais externos e os
supracostais e, especialmente, o diafragma), estabelecendo um gradiente de
pressão entre os alvéolos e a atmosfera, que seja suficiente para vencer a
resistência oferecida pelas vias aéreas de condução, juntamente com a
contração dos músculos respiratórios que geram força suficiente para expandir
os pulmões e a caixa torácica superando a resistência elástica do sistema
respiratório, obtendo assim, uma pressão negativa nos espaços alveolares,
fazendo com que o ar ambiente flua para o interior dos pulmões.
(WYNGAARDEN, SMITH, BENNETT, 1993; LEVITZKY, 2004; KAPANDJI,
2000)
O volume de ar que alcança as unidades individuais de troca gasosa
(sacos
alveolares)
é
determinado
pelas
propriedades
mecânicas
do
parênquima pulmonar, das vias aéreas e da parede torácica e pela força dos
músculos respiratórios. (WYNGAARDEN, SMITH, BENNETT, 1993)
O ar é expelido dos pulmões na expiração (os principais músculos da
expiração são os intercostais internos), sendo passiva durante a respiração
normal tranquila onde nenhum músculo respiratório se contrai. (LEVITZKY,
2004; KAPANDJI, 2000)
Quando os músculos inspiratórios relaxam, a retração elástica
aumentada dos alvéolos distendidos é suficiente para reduzir o volume alveolar
e aumentar a pressão alveolar em relação à pressão atmosférica o suficiente
para superar a resistência oferecida pelas vias aéreas de condução,
23
estabelecendo um gradiente de pressão do fluxo aéreo para fora dos pulmões.
(WYNGAARDEN, SMITH, BENNETT, 1993; LEVITZKY, 2004)
A difusão é um processo passivo que resulta da
movimentação cinética das moléculas, sem
necessidade de energia extra. Nos pulmões, o O2
se move por difusão do gás alveolar para o
sangue dos capilares pulmonares; da mesma
forma, nos tecidos periféricos o O2 se move por
difusão do sangue dos capilares para as células
vizinhas. (WYNGAARDEN, SMITH, BENNETT,
1993, p. 383)
O dióxido de carbono (CO2) também se desloca por difusão, porém na
direção oposta do oxigênio, sendo que tanto o oxigênio (O 2) e o CO2 sofrem
reações químicas na corrente sanguínea do inicio ate o final de seu ciclo, o O 2
reage com a hemoglobina e o CO2 age em parte com a hemoglobina, formando
assim parte do bicarbonato. (WYNGAARDEN, SMITH, BENNETT, 1993)
A perfusão capilar é caracterizada pela passagem do sangue pelo
capilar pulmonar, transportando O2 para nutrir os tecidos e eliminando CO2 que
provem do ciclo tecidual. Os pulmões e os brônquios necessitam de O 2 como
fonte de energia, tendo uma circulação própria denominada circulação
brônquica, que transportam sangue arterial para nutrir as vias aéreas,
retornando com sangue venoso. (PRESTO, NORONHA, 2009)
O produto final da respiração é a troca gasosa,
que no ser humano consiste na manutenção dos
valores de PO2 e PCO2 no sangue arterial dentro
dos limites normais. (WYNGAARDEN, SMITH,
BENNETT, 1993, p.385)
Além da troca gasosa, o sistema respiratório tem como função o
equilíbrio acido – básico, a fonação, a defesa e o metabolismo pulmonar.
(LEVITZKY, 2004)
1.8 Volumes e Capacidades Pulmonares
De acordo com Levitzky (2004) o volume de gás nos pulmões, depende
de um conjunto de fatores como a mecânica dos pulmões, da parede torácica,
24
e da atividade dos músculos inspiratórios e expiratórios, sendo que os volumes
pulmonares podem ser alterados por processos fisiológicos normais ou
patológicos.
A padronização das condições nas quais os volumes pulmonares são
mensurados permite sua comparação entre indivíduos sadios ou portadores de
processos patológicos. Estes volumes pulmonares obtidos são comparados
com dados „‟previstos‟‟ de acordo com a idade, gênero, estatura e peso
corporal. (LEVITZKY, 2004)
Denomina-se volumes respiratórios, ou volumes
pulmonares, a quantidade de ar que é posta em
movimento durante as diferentes fases da
respiração e dos diferentes tipos respiratórios.
(KAPANDJI, 2000, p. 156)
Ao descrever os eventos no ciclo pulmonar, pode-se observar que,
existem quatro volumes pulmonares padrão, os quais não são subdivididos, e
quatro capacidades pulmonares padrão, as quais consistem em dois ou mais
volumes pulmonares padrão combinados. (LEVITZKY, 2004; GUYTON &
HALL, 2006)
1.9 Volume Corrente
Guyton & Hall (2006), Levitzky (2004) descrevem que o volume corrente
(VC) é todo volume de ar inspirado ou expirado espontaneamente em cada
ciclo respiratório normal. Esta atividade é controlada automaticamente pelo
centro de controle respiratórios do encéfalo, localizado no bulbo, partindo daí
os nervos responsáveis por estimular a contração dos músculos respiratórios,
controlando toda a mecânica respiratória. Durante uma respiração normal o VC
de uma pessoa adulta ,com aproximadamente 70 Kg, pode equivaler a 500 ml,
visto que este valor pode se alterar diante de processos fisiológicos normais ou
patológicos.
1.10 Volume de Reserva Inspiratório e Expiratório
25
O volume de reserva inspiratório (VRI) é o volume extra de ar inalado
durante uma inspiração forçada, que se inicia no final de uma inspiração
normal. (GUYTON & HALL, 2006)
Para Levitzky (2004), o VRI é determinado pela força de contração dos
músculos inspiratórios, pela retração elástica interna dos pulmões e da parede
torácica e pelo ponto de inicio. O VRI de um adulto com aproximadamente 70
kg pode equivaler a 2,5 L.
O volume de reserva expiratório (VRE) é o
máximo volume extra de ar que pode ser expirado
numa expiração forçada após o final de uma
expiração corrente normal; normalmente é de
cerca de 1.100 mililitros. (GUYTON & HALL, 2006,
p. 476)
1.11 Volume Residual
De acordo com Kapandji (2000), ao final de uma expiração forçada e
completa, ainda subentendes se que existia certa quantidade de ar nos
pulmões e nos brônquios, sendo denominado volume residual (VR).
O VR de um adulto saudável com 70 kg é de
aproximadamente 1,5 L, mas ele pode ser muito
maior em uma doença como o enfisema, no qual a
retração elástica interna alveolar é diminuída e
ocorre um grande colapso das vias aéreas e
aprisionamento de gás. (LEVITZKY, 2004, p. 56)
O VR é importante para manter os pulmões insuflados para que não
entrem em colapso a volumes pulmonares muito baixos, sendo que os pulmões
juntamente com os alvéolos colapsados exigem esforços inspiratórios muito
maiores para se reinsuflar. (LEVITZKY, 2004)
1.12 Capacidade Vital
Ao descrever eventos do ciclo respiratório deve-se considerar algumas
combinações de dois ou mais volumes, denominadas assim capacidades
pulmonares. (GUYTON & HALL, 2006)
26
A capacidade vital (CV) é o volume de ar expelido em uma expiração
máxima forçada, que tem inicio logo após uma inspiração máxima forçada. Um
individuo adulto, com aproximadamente 70 kg, este valor se equivale a 4.600
ml. (GUYTON & HALL, 2006; LEVITZKY, 2004)
1.13 Capacidade Residual Funcional
A capacidade residual funcional (CRF) é a quantidade de ar que
permanece nos pulmões no final de cada expiração normal. Em um individuo
adulto saudável, de 70 kg, a CRF é de aproximadamente 2.300 ml, sendo que
este valor pode mudar em alguns tipos de processos patológicos pulmonares.
(GUYTON & HALL, 2006)
1.14 Capacidade Inspiratória
Segundo Levitzky (2004), a capacidade inspiratória (CI) é o volume de ar
inalado pelos pulmões através de uma inspiração máxima forçada, que se
inicia após uma expiração normal.
Guyton & Hall (2006) diz, que seu valor se equivale a 3.500 ml para um
individuo adulto saudável com aproximadamente 70 kg
.
1.15 Capacidade Pulmonar Total
A capacidade pulmonar total (CPT) é toda quantidade de ar contido nos
pulmões após uma inspiração máxima forçada, sendo determinada pela força
de contração dos músculos inspiratórios, pela retração elástica interna dos
pulmões e da parede torácica. Seu valor é de aproximadamente 6.000 ml, para
um adulto saudável de 70 kg. (LEVITZKY, 2004; PRESTO, NORONHA, 2009)
27
CAPITULO II
PESO PREDITO NA VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA
1 VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA
A ventilação mecânica teve início quando se verificou que, com um
hemitórax aberto, um animal morria por causa de colapso pulmonar, esforço
musculatório
crescente
e
alterações
hemodinâmicas.
Diante
destas
verificações começaram a surgir estudos para o desenvolvimento de métodos
para insuflação pulmonar. (SARMENTO, 2007)
Versalius, em 1555, e Hook, em 1667,
demonstraram, em animais com o tórax
amplamente aberto, que a vida poderia ser
mantida com a insuflação dos pulmões.
(SARMENTO, 2007, p. 31)
Em 1743, Stephen Hales desenvolveu o primeiro ventilador mecânico.
Tratava-se de um fole operado manualmente. (SARMENTO, 2007),
Ao passar dos anos, muitas ideias de desenvolver um ventilador
mecânico foram colocadas em prática como em, 1920, por Cecil Drinker e
Philip Drinker. Desenvolveram um aparelho de ventilação prolongada chamado
de "pulmão de aço". O paciente era colocado dentro de uma câmara onde se
alternavam pressão atmosférica e pressão negativa, mas havia problemas com
esse aparelho: peso, barulho, tamanho e principalmente a acessibilidade do
paciente. (SARMENTO, 2007)
Entre 1942, Motley et.al reconheceram o valor
do controle do fluxo de oxigênio sob pressão
e propuseram o uso de máscara adaptada a
face com um fluxo de O2 sob pressão de 30
cmH2O, para aumentar a de pilotos a altas
altitudes. (Sarmento, 2007, p. 32)
Com estes dados foram produzidos ventiladores automáticos para
hospitais, ciclados por pressão positiva. Juntamente a empresa Bird
28
desenvolveu um dos primeiros ventiladores infantis, o Baby Bird, com ele
reduziu-se mortalidade de crianças com processos patológicos respiratórios em
60%. (SARMENTO, 2007)
Em 1967, surgiram os ventiladores controlados eletronicamente, que
eram capazes de monitorar volumes e possuíam algum tipo de alarme, com
essa evolução os ventiladores apresentavam alguns modos ventilatórios, a
ventilação mandatória intermitente (IMV), ventilação mandatória sincronizada
intermitente (SIMV), pressão expiratória positiva continua (CPAP) e a pressão
de suporte (PS). (SARMENTO, 2007)
Na década de 1970, surgiram os ventiladores controle de pressão.
Devido o avanço já era possível monitorar o VC no ventilador. Em 1980, os
ventiladores passaram a ser microprocessados, eram menores e mais
sofisticados, promovendo novos modos ventilatórios, como a ventilação de alta
frequência, APRV, BiPAP, PAV e ATC. (SARMENTO, 2007)
Com o avanço tecnológico, espera-se que no futuro próximo, possamos ver
ventiladores mais modernos e capazes de reproduzir a respiração fisiológica do
homem.
A ventilação mecânica (VM) ou, como seria mais adequado chamarmos, o
suporte ventilatório, consiste em um método de suporte para o tratamento de
pacientes com processos patológicos respiratórios. (CARVALHO, TOUFEN,
FRANCA; 2007)
De acordo com Carvalho, Toufen, Franca (2007), a VM tem por objetivos,
além da manutenção das trocas gasosas, correção da hipoxemia e da acidose
respiratória associada à hipercapnia, aliviar o trabalho da musculatura
respiratória que, em situações agudas de alta demanda metabólica, está
elevado; reverter ou evitar a fadiga da musculatura respiratória; diminuir o
consumo de oxigênio, dessa forma reduzindo o desconforto respiratório; e
permitir a aplicação de terapêuticas específicas.
Atualmente, classifica-se o suporte ventilatório em dois grupos:
a) Ventilação mecânica invasiva;
b) Ventilação não invasiva.
Nas duas situações, a ventilação artificial é
conseguida com a aplicação de pressão positiva
29
nas vias aéreas. A diferença entre elas fica na
forma de liberação de pressão: enquanto na
ventilação invasiva utiliza-se uma prótese
introduzida na via aérea, isto é, um tubo oro ou
nasotraqueal (menos comum) ou uma cânula de
traqueostomia, na ventilação não invasiva, utilizase uma máscara como interface entre o paciente e
o ventilador artificial. (CARVALHO, TOUFEN,
FRANCA, p. 54, 2007)
Os critérios para aplicação de VM variam de acordo com os objetivos
que se quer alcançar. A VM é aplicada em várias situações clínicas e de
urgência em que o paciente desenvolve insuficiência respiratória, sendo,
incapaz de manter valores adequados de O2 e CO2 sangüíneos, determinando
um gradiente (ou diferença) alvéolo-arterial de O2 e outros indicadores da
eficiência das trocas gasosas alterados. (CARVALHO, TOUFEN, FRANCA,
2007)
A cada dia pode-se ver ventiladores cada vez mais sofisticados e com
possibilidades de ajuste fino de sensibilidade e de diversos mecanismos de
disparo, de diferentes velocidades e aceleração de fluxo inspiratório, diversos
mecanismos de término de tempo inspiratório e diversas opções de
monitorização, estes trazem a possibilidade de ajuste de sincronia do paciente
com o ventilador mecânico e a ventilação mecânica de acordo com o processo
patológico respiratório apresentado pelos pacientes. (BARBAS, ÍSOLA,
FARIAS, et al. , 2014)
Atualmente, sabemos que a VM é fundamental no suporte dos pacientes
vítimas de processos patológicos respiratórios, mas, se ajustada de forma
inadequada, leva a indução de lesões pulmonares e contribui para uma maior
probabilidade do paciente evoluir a óbito. (CONDIOLI, 2012)
Condioli (2012), diz que existem inúmeros mecanismos determinantes
da lesão pulmonar induzida pela ventilação (LPIV), são múltiplos e complexos,
que se explicam através de processos mecânicos, bioquímicos e celulares, ou
melhor, barotrauma, volutrauma, atelectrauma e biotrauma, ao passo que a
LPIV produz mediadores inflamatórios que comprometem a homeostase de
órgãos à distância.
Segundo Condioli (2012) a VM tem sido a terapia de suporte para os
pacientes com processos patológicos respiratórios há décadas, sendo que
30
inicialmente tinha como objetivo a normalização dos gases arteriais, mesmo
que fosse necessário o uso de altos volumes correntes (20 mL/kg do peso
corporal) e assim acabava ocorrendo excessiva distensão do parênquima
pulmonar através do uso de altas pressões em vias aéreas e altos volumes
correntes.
Trabalhos da década de 70, já apontavam para os
efeitos nocivos a nível pulmonar quando altas
pressões transpulmonares eram utilizadas, e que
o fato de evitar tais pressões elevadas e altos
volumes correntes levaria a uma diminuição da
lesão
em
membrana
alvéolo-capilar.
Consequentemente, tem se buscado cada vez
mais uma ventilação mecânica que seja protetora,
ou seja, que não cause ou induza a menor lesão
pulmonar possível. (CONDIOLI, 2012, p. 1-5)
1.1 Peso predito sua relação com o volume corrente e a ventilação mecânica
protetora
Em centros de terapia intensiva (CTI) e unidades de terapia intensiva
(UTI) muitos pacientes estão sob assistência ventilatória mecânica, e são
ventilados aleatoriamente sem cálculo prévio do VC que seria adequado para
cada paciente. Esta ação pode ou não ocasionar ao longo do tempo, distúrbios
na ventilação alveolar do paciente. (PELUSO, PATRÍCIO, GOUVEIA, 2006)
De acordo com Viana et al. (2014) um problema encontrado em
ambientes de emergência e terapia intensiva é a dificuldade ou ate mesmo a
impossibilidade para se obter o peso corporal do paciente.
Para Viana et al. (2014), predizer o peso do paciente é importante para
estabelecer estratégias terapêuticas ajustadas as necessidades individuais do
paciente, inclusive para a determinação do VC necessário e adequado ao
paciente sob VM.
O ajuste preciso do volume corrente deve levar
em conta o peso do paciente. Recomendações
atuais elegem valores compreendidos entre 6 a 8
ml/kg de peso predito como referência de volume
corrente em uma ventilação protetora.
(CARVALHO, JUNIOR, FRANCA; 2007, p. 54-70)
31
Lipes, Bojmehrani, Lellouche (2012) mostram que existe uma clara
evidência de dados que a ventilação mecânica pode induzir e exacerbar uma
lesão pulmonar. Assim, o padrão atual de tratamento é o uso de uma estratégia
de ventilação pulmonar protetora em pacientes que possuem processos
patológicos respiratórios como lesão pulmonar aguda (LPA) e síndrome do
desconforto respiratório agudo (SDRA).
A ventilação mecânica protetora refere-se ao uso de baixo VC, muitas
vezes na gama de 4 - 8 ml / kg de peso predito, sendo que, 6 ml / kg de peso
predito
é
o
VC
fisiológico
normal
em
humanos.
(LIPES, BOJMEHRANI, LELLOUCHE, 2012)
Muitos investigadores têm realizado vários
grandes
estudos
randomizados
que
demonstraram que o uso de VCs mais baixos está
associado com melhores resultados e uma
redução na incidência de lesão pulmonar induzida
pela
ventilação.
(LIPES, BOJMEHRANI, LELLOUCHE, 2012, p.1)
Amato et al. (1998), realizaram um estudo randomizado em 53 pacientes
com SARA (síndrome da angustia respiratória aguda) , que revelou uma
redução da mortalidade após 28 dias, com 38% de mortalidade nos pacientes
submetidos a ventilação mecânica protetora (6 ml / kg), enquanto no grupo
submetido a ventilação mecânica convencional (12 ml / kg) foram 71%.
Um estudo randomizado com 103 pacientes, realizado por Lee et al.
(1990), em uma UTI cirúrgica; exceto pacientes com neurotraumas e em
recuperação de cirurgia cardíaca, foram divididos aleatoriamente em dois
grupos, o grupo 1 recebia um VC de 12 ml / kg predito, enquanto o grupo 2
recebia um VC de 6 ml / kg predito. Nos resultados do estudo foram
documentados uma redução das infecções pulmonares, reduzindo a estadia e
uma duração reduzida de intubação no grupo com VC mais baixo.
O objetivo geral da ventilação pulmonar protetora
é minimizar o trauma pulmonar, evitando
hiperdistensão e colapso alveolar repetitivo,
proporcionando
oxigenação
e
ventilação
adequada. Para evitar hiperdistensão alveolar
e volutrauma, um VT de 6 ml / kg PBW é
recomendado para pacientes com LPA ou
32
SDRA. É crucial que o PBW (Predicted body
wheight) seja utilizado e não ABW (actual body
weight) para calcular o volume corrente. O
uso de ABW pode superestimar o VC
necessário.(LIPES, BOJMEHRANI, LELLOUC
HE, 2012, p. 5)
Viana (2014) aponta que, existem diversas fórmulas que propiciam a
predição do peso corporal, seja ele peso predito, que considera gênero e
altura; ou atual estimado, que reúne características antropométricas tais quais
altura do joelho, circunferência do braço e da panturrilha, prega cutânea
subescapular, idade e gênero, visto que, a prática de pesar o paciente crítico
ou utilizar fórmulas que considerem características antropométricas para a
predição de peso ainda não é rotineira em ambientes de terapia intensiva.
Há casos em que se obtém o peso estimado apenas pela inspeção
visual do paciente, contudo, muitas vezes o estabelecimento de parâmetros
ventilatórios não leva em consideração quaisquer medidas antropométricas,
tampouco a inspeção visual do paciente. (VIANA, et al.; 2014)
Embora dados convincentes tenham se acumulado na literatura, a
ventilação protetora não é tão amplamente utilizada como deveria ser, e ainda
há alguma controvérsia da maneira mais adequada para prescrever e titular
ventilação mecânica protetora. No entanto, para a maioria dos clínicos essa
prática atualmente é restrita a centros especializados e selecionados para o
campo da pesquisa. (LIPES, BOJMEHRANI, LELLOUCHE, 2012)
33
CAPITULO III
A PESQUISA
1
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa engloba uma pesquisa documental descritiva e de campo.
Neste caso não fora solicitada a Dispensa do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (ANEXO I).
Para o estudo foram obtidas informações acerca de 18 pacientes
adultos, sendo 9 do gênero masculino e 9 feminino, hospitalizados no Centro
de Terapia Intensiva sob assistência Fisioterapêutica e suporte Ventilatório
Mecânico Invasivo, da Associação Hospitalar Santa Casa de Lins nos meses
de Abril a Agosto de 2015.
1.1 Aspectos éticos
O presente estudo após aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa do
Unisalesiano, Protocolo nº 1.180.778 em 26/06/2015 (ANEXO II), foi realizado
no Centro de Terapia Intensiva da Associação Hospitalar Santa casa de Lins,
localizada na Rua Pedro de Toledo nº 486, na cidade de Lins-SP, 5 vezes por
semana no período vespertino das 13:00h ás 18:00h nos meses de Abril a
Agosto de 2015 para acompanhamento, familiarização e execução dos
procedimentos atinentes a esta, sob supervisão do Fisioterapeuta e Docente de
tal setor frente a execução e aplicação do Protocolo de Rotina em Terapia
Intensiva., ponderando-se dados coletados e arquivados, de acordo com as
seguintes variáveis de interesse para presente pesquisa: Peso perguntado,
Aferição da Estatura, Cálculo para o PBW.
1.2 Técnicas e métodos
34
Para análise dos dados utilizou- se o Teste T de Student com duas amostras
em par para as medias (homoscedáticas) e distribuição bicaudal para
determinar variações significativas e assim comparar os resultados obtidos com
a tábua de T critico analisando a hipótese inicial que determinava as diferenças
entre o peso perguntado e o peso obtido pelo PBW, bem como volume corrente
obtido pela ventilometria e aquele referente ao PBW. Foram utilizadas duas
tabelas sendo uma para o gênero masculino e outra para o gênero feminino.
1.3 Material
Para a realização da pesquisa foram utilizados os seguintes materiais:
a) Fita métrica
b) Ventilômetro de Wright Analógico Mark 8 (Ferraris®);
c) Cronômetro: Aplicativo do Smartphone - Iphone 4s (Apple®);
d) Calculadora: Aplicativo do Smartphone - Iphone 4s(Apple®);
e) Jaleco
f)
Luvas para procedimento (descartáveis)
g) Protocolo de rotina em terapia intensiva.
1.4
Procedimentos
Esta pesquisa documental descritiva e de campo teve como desígnio
angariar dados da estatura do paciente em centímetros, além do Volume
Corrente (VC) e Frequência Respiratória (f) e realizar a razão entre tais
grandezas obtendo desta forma os resultados acerca do volume corrente
aferido através da ventilometria e aquele que deveria ser ofertado conforme o
PBW.
Para tanto foram obtidos dados diariamente à beira do leito acerca da
estatura perguntada e estabelecida a partir das fórmulas (PBW), sendo para o
gênero masculino 50 + 0,91 x (estatura cm - 152,4) e gênero feminino 45,5 +
0,91 x (estatura cm - 152,4). Também fora averiguada a relação entre a f
(Aferida durante 1 minuto) e o VC alcançado através da ventilometria,
35
utilizando para tal um Ventilômetro de Wright Analógico Mark 8 (Ferraris®).
Assim, almejou-se evidenciar, por meio da execução desta uma análise dos
valores adquiridos pelo Ventilômetro de Wright e diferenças obtidas pelo
volume corrente correspondente ao PBW (conforme consenso nacional)
Para aquisição da estatura horizontalizou-se a cama hospitalar
automática do CTI, realizando-se a aferição do vértice da cabeça até a base do
quinto metatarsiano. Após obtenção da estatura, a cama fora disposta
conforme posição inicial.
Quanto à ventilometria, utilizou-se um Ventilômetro de Wright Analógico
Mark 8 (Ferraris®) acoplando-o entre o circuito do Ventilador Mecânico (VM) e
a extremidade externa do Tubo Orotraqueal (TOT) interligado as vias aéreas do
paciente. Após acoplamento do ventilômetro entre tais extremidades e
conexões destas liberava-se o botão on com o aparelho zerado, obtendo-se o
valor do Volume Minuto ( conforme registro do tempo através do cronômetro
digital do Smartphone - Iphone 4s (Apple®). Na sequência retornava-se o botão
para posição off e realizava-se a desconexão do ventilômetro retornando o
circuito do VM e o TOT em suas posições iniciais.
Em seguida, através da razão entre o Volume Minuto e a f, utilizandonos da calculadora digital do Smartphone - Iphone 4s (Apple®) era obtido o VC
médio em ml/min.
Para análise dos dados utilizou-se o Teste T de Student com duas
amostras em par para as médias.
1.5 Resultado
A seguir serão explicitados valores obtidos durante as mensurações
proposta para presente pesquisa.
Tabela 1 – Dados Gerais dos pacientes do Gênero Masculino com suas
respectivas médias e desvio padrão bem como teste t para duas amostras em
par para as médias para averiguação dos pesos e volumes correntes.
36
Idade
13
47
49
52
57
62
65
70
81
55 ± 19
Estatura
(cm)
138
180
170
180
172
172
175
166
160
168 ± 13
PBW
PP
37
45
75
85
66
66
75
90
68
80
68
105
71
90
62
100
57
68
64 ± 12* 81 ± 19*
VC (ml)
Mensurado
270
510
396
540
480
630
540
600
408
486 ± 112**
VC confome
PBW
221
450
396
450
374
406
423
374
341
382 ± 70**
Fontes: os autores, 2015
Siglas: cm (centímetros); PBW (predicted body wheight); PP (peso perguntado); VC (volume
corrente); ml (mililitros).
*Teste T para Variâncias Homoscedáticas para os Pesos: 0,0045
**Teste T para Variâncias Homoscedáticas para os Volumes: 0,003
Existem diferenças estatisticamente significativas em relação ao peso
perguntado e ao peso predito, bem como o volume corrente mensurado através
da ventilometria e aquele que inerente ao PBW
recomendado através do
consenso vigente (6ml/Kg).
Observa-se maior variação percentual do peso perguntado em relação
àqueles
adquiridos
através
de
equações
matemáticas
pelo
PBW,
principalmente após a sexta década.
Tabela 2 – Dados Gerais dos pacientes do Gênero Feminino com suas
respactivas médias e desvio padrão bem como teste t para duas amostras em
par para as médias para averiguação dos pesos e volumes correntes.
Continua
Idade
44
68
68
73
73
74
74
Altura (cm)
153
168
163
160
158
152
152
PBW
52
52
46
52
51
45
45
PP
95
70
78
90
74
50
62
VC (ml)
Mensurado
570
420
468
540
444
300
372
VC
confome
PBW
306
312
276
312
300
270
270
37
Conclusão
75
78
70 ± 10
156
157
158 ± 5
49
54
50 ± 3*
68
78
74 ± 14*
408
468
443 ± 82**
408
324
309 ± 42**
Fontes: os autores, 2015
Siglas: cm (centímetros); PBW (predicted body wheight); PP (peso perguntado); VC (volume
corrente); ml (mililitros).
*Teste T para Variâncias Homoscedáticas para os Pesos: 0,00025
**Teste T para Variâncias Homoscedáticas para os Volumes: 0,0015
Existem diferenças estatisticamente significativas em relação ao peso
perguntado e ao peso predito, bem como o volume corrente mensurado através
da ventilometria e aquele inerente ao PBW e recomendado através do
consenso vigente (6ml/Kg).
1.6 Discussão
Conforme discorrido, Viana et al.(2014) as recomendações atuais
elegem valores compreendidos ate 6 ml/kg de peso predito como referência de
volume corrente para obter uma ventilação protetora, tanto em pacientes com
lesão pulmonar aguda e síndrome do desconforto respiratório agudo, quanto
naqueles com risco de desenvolver tal lesão. Constatou-se que de acordo com
o peso perguntado utilizado para definir o volume ofertado durante a ventilação
mecânica invasiva no centro de terapia intensiva em questão para tal pesquisa,
as porcentagens indicadas pela literatura poderiam não corroborar com a
literatura.
Vários
estudos
apontado
pela
ASSOCIAÇÃO
DE
MEDICINA
INTENSIVA BRASILEIRA (2011) indicam que a ventilação com 6 ml/kg de peso
é benéfica e que o peso predito seria benéfico em relação a 8 ou até mesmo 10
ml/kg, ressaltando que o volume corrente deve ser calculado com base no peso
predito pela altura, segundo as fórmulas para o gênero masculino: 50 +
0,91(altura em cm – 152,4) e para o gênero feminino: 45,5 + 0,91(altura em cm
– 152,4). Na presente pesquisa, após realizar os cálculos de acordo com as
tais formulas podemos observar que existem alterações estatisticamente
significativa em relação ao peso perguntado e ao PBW, ressaltando- se que
38
volume titulado empiricamente pode causar efeitos deletérios ao paciente
assistido pela ventilação mecânica invasiva.
Ultra (2008) discorre que em lesão pulmonar aguda ou síndrome do
desconforto respiratório agudo, pacientes devem ser ventilados com estratégia
protetora, ou seja, volume corrente de 6 ml/kg de peso predito pela altura e
limitação de pressão de platô em 30 cmH2O, evitando assim, potenciais
malefícios da hipercapnia permissiva decorrente dessa estratégia. Destacamos
nesta, que não é rotina no centro de terapia intensiva da AHSCL averiguar o
peso predito, dificultando a adoção de estratégias ventilatórias protetoras e
terapêuticas podendo não surtir efeitos benéficos, já que o volume é titulado
conforme o peso empiricamente averiguado.
Serpa et al, (2012) sugere que ventilação com volumes correntes baixos
reduz a mortalidade, incidência de SDRA e pneumonia, em comparação a
volumes correntes altos, desde que tal parâmetro seja de acordo com o PBW.
Observou - se nesta pesquisa a importância do cálculo do PBW, já que os
resultados foram estaticamente diferentes do peso perguntado. Segundo o III
CONSENSO BRASILEIRO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA, (2007) pacientes
ventilados em volume-corrente com até 6 mL/kg de acordo com o PBW se
pode atingir a redução da mortalidade destes.
Para Lima (2014) o volume corrente deve ser mantido em 6ml/kg de
peso corporal predito de acordo com o PBW, sendo que no modo PCV, o
ajuste da pressão de pico deve ser realizado para que se mantenha próximo 20
cmH20. Sob tal aspecto destaca-se a importância de realizar cálculos conforme
o PBW de acordo com os gêneros; fato este não realizado e demonstrado
nesta, destacando-se diferenças significativas conforme o peso empírico
adotado na prática diária do CTI em questão.
Conforme referido por ART Invetigators (2012) os cálculos do volume
corrente devem ser executados a partir do peso predito do paciente, e não do
seu peso real, assim: Homem: 50 + 2,3 x ([ altura em cm x 0,394] – 60); Mulher:
45,5 + 2,3 x ([ altura em cm x 0,394] – 60). No presente foram executados
cálculos conforme indicação da ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA INTENSIVA
BRASILEIRA (2011) sendo para o gênero masculino: 50 + 0,91 (altura em cm –
152,4) e para o gênero feminino: 45,5 + 0,91(altura em cm – 152,4).
39
Para Barbas et. al (2014) O suporte ventilatório mecânico, tanto não
invasivo como invasivo, deve ser realizado de forma adequada e segura, para
evitar a lesão induzida pela ventilação mecânica. A ventilação mecânica
moderna e atual, guiada pelos conhecimentos de fisiologia e pelas evidências
literárias, tanto dos experimentos de laboratório, como pelos ensaios clínicos
randomizados e/ou observacionais com pacientes, indicam um suporte
ventilatório com volumes correntes de 6mL/kg de peso predito; delta entre a
pressão de platô (P.Platô) e a pressão expiratória final positiva (PEEP) de, no
máximo, 15cmH2O; níveis de pressão expiratória final suficientes para evitar o
colabamento das vias aéreas e dos alvéolos e garantir uma troca gasosa
adequada; posicionamento dos pacientes no leito de maneira a garantir uma
ventilação adequada e não lesiva. Altos volumes correntes, associados a altas
pressões de platô, devem ser evitados em pacientes com SDRA. Volume
corrente baixo (≤ 6 mL/kg de peso corporal predito) e manutenção da pressão
de platô ≤ 30 cmH2 O são recomendados conforme o PBW. Há evidencias
suficientes na literatura que o PBW é de suma importância, fato este
confirmado na presente pesquisa.
40
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Com a realização deste trabalho, objetivou-se a comparação dos valores
perguntados e aqueles obtidos através das mensurações do PBW e realizar a
aferição do volume corrente através da ventilometria, a fim de constatar se o
volume ofertado ao paciente sob VMI é aquele indicado conforme seu PBW.
De acordo com a pesquisa realizada, pode-se corroborar que todos os
parâmetros
ponderados
apresentaram
diferenças
estatisticamente
significativas. Fato este de suma importância para aquisição do PBW,
maximizando a ventilação mecânica dos pacientes no CTI em questão.
Sendo assim, sugere-se que a aquisição do PBW, bem como a
ventilometria seja realizadas diariamente pelo Fisioterapeuta no CTI em
questão, por este ser um método de predição de peso tendo como objetivo
evitar lesões induzidas pela ventilação mecânica e complicações.
41
CONCLUSÃO
Atualmente estudos na área de fisioterapia intensiva se apresentam em
expansão, maximizando á atenção de processo patológicos cardiorrespiratórios
e realizando avaliações especificas com informações de suma importância.
De acordo com o observado pode-se notar que a fisioterapia intensiva
exerce
importância
fundamental
no
diagnóstico,
acompanhamento
e
principalmente atenção ao paciente critico.
Através da análise, os resultados obtidos puderam concluir que apesar
de no CTI não haver rotina na mensuração do PBW, este se faz de extrema
importância para adequada terapêutica ventilatória invasiva, fato este
comprovado estaticamente.
Os objetivos desta foram alcançados com êxito ponderando a extrema
necessidade de adoção do cálculo para o PBW na prática diária em terapia
intensiva, recomendando posteriormente a adoção do volume corrente
conforme o peso predito, respondendo a pergunta problema no que diz respeito
aos cálculos executados, fornecendo uma apropriada titulação do volume
corrente de acordo com o peso predito quando comparados com os valores
obtidos baseado na experiência dos profissionais.
Destaca-se que não fora objetivo desta levantar críticas ou afins do
Centro de Terapia Intensiva da Associação Hospitalar Santa Casa de Lins,
porém agregar informações que possam maximizar a terapêutica e prognóstico
dos pacientes assistidos por tal.
42
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45
ANEXOS
46
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP / UniSALESIANO
(Resolução nº 466 de 12/12/12 – CNS)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE OU RESPONSÁVEL LEGAL
1. Nome do Paciente:
Documento de Identidade nº
Sexo:
Data de Nascimento:
Endereço:
Cidade:
Telefone:
U.F.
CEP:
1. Responsável Legal:
Documento de Identidade nº
Sexo:
Endereço:
Natureza (grau de parentesco, tutor, curador, etc.):
Data de Nascimento:
Cidade:
U.F.
47
II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
1.
Título do protocolo de pesquisa: Averiguação do peso predito para titulação do volume corrente em
pacientes sob ventilação mecânica invasiva em centro de terapia intensiva
2.
Pesquisador responsável: Antonio Henrique Semençato Júnior
Cargo/função:
Inscr.Cons.Regional:
Unidade ou Departamento do Solicitante:
Fisioterapeuta
Mestre CREFITO 3/38.473/F
em Terapia Intensiva
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium/
Unidade I, Lins/SP: Centro de Reabilitação Física
“Dom Bosco”, Curso de Fisioterapia.
3. Avaliação do risco da pesquisa: (probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como conseqüência
imediata ou tardia do estudo).
SEM RISCO
RISCO MÍNIMO
RISCO MÉDIO
RISCO MAIOR
4. Justificativa e os objetivos da pesquisa (explicitar):
5. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos
procedimentos que são experimentais: (explicitar)
Tipo de Pesquisa: pesquisa descritiva e de campo.
Métodos: mensuração da estatura do paciente e posterior tratamento dos dados conforme o gênero por
meio de cálculos, através de uma ficha de evolução diária desenvolvida pelo fisioterapeuta do CTI.
Instrumento de coleta de dados: Protocolo especifico.
48
Procedimento para coleta de dados: obtenção do peso predito de pacientes adultos sob ventilação
mecânica invasiva (VMI) do centro de terapia intensiva (CTI), através de mensuração da estatura e
tratamento dos dados, para o gênero masculino, através da fórmula 50+0,91x(Altura em cm – 152,4) e para
o gênero feminino 45,5+0,91x(Altura em cm – 152,4). A partir dos valores obtidos titular em 6ml/Kg o
volume corrente recomendado para cada caso.
6. Desconfortos e riscos esperados: os riscos são mínimos e passíveis de resolução; o paciente poderá
sentir algum mal estar no posicionamento horizontal para obtenção da estatura; podendo ser resolvido,
retornando-o para posição anterior à horizontalização.
7. Benefícios que poderão ser obtidos: determinar o peso predito de acordo com a estatura e o gênero
através de cálculos do PBW, demonstrando assim, o volume corrente recomendado para pacientes sob
ventilação mecânica invasiva (VMI) em centro de terapia intensiva (CTI).
8. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo: (explicitar)
9.
Duração da pesquisa: entre 02/02/2015 á 02/09/2015
10. Aprovação do Protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética para análise de projetos de pesquisa em
/
/
III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU
REPRESENTANTE LEGAL
1. Recebi esclarecimentos sobre a garantia de resposta a qualquer pergunta, a qualquer dúvida
acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa e o
tratamento do indivíduo.
2. Recebi esclarecimentos sobre a liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de
participar no estudo, sem que isto traga prejuízo à continuação de meu tratamento.
3. Recebi esclarecimento sobre o compromisso de que minha identificação se manterá
confidencial tanto quanto a informação relacionada com a minha privacidade.
49
4. Recebi esclarecimento sobre a disposição e o compromisso de receber informações obtidas durante o
estudo, quando solicitadas, ainda que possa afetar minha vontade de continuar participando da pesquisa.
5. Recebi esclarecimento sobre a disponibilidade de assistência no caso de complicações e danos
decorrentes da pesquisa.
Observações complementares.
IV – CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido (a) pelo pesquisador
responsável e assistentes, conforme registro nos itens 1 a 5 do inciso IV da
Resolução 466, de 12/12/12, consinto em participar, na qualidade de
participante da pesquisa, do Projeto de Pesquisa (colocar o nome do projeto de
pesquisa).
________________________________
Assinatura
Local,
/
/
.
50
____________________________________
Testemunha
Nome .....:
Endereço.:
Telefone .:
R.G. .......:
____________________________________
Testemunha
Nome .....:
Endereço.:
Telefone .:
R.G. .......:
51
52
50
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