formação de professores: os desafios da prática pedagógica

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FORMAÇÃO DE PROFESSORES: OS DESAFIOS DA PRÁTICA
PEDAGÓGICA NA BUSCA PELO CONHECIMENTO
Leandro dos Santos*
Eixo Temático: GT1 - Espaços educativos, currículo e formação docente (saberes e práticas)
RESUMO
Este artigo vem fazer um estudo sobre a prática pedagógica em sala de aula, neste contexto
buscamos fazer um levantamento sobre o processo de construção do conhecimento durante a
formação docente. Este processo de formação vem se desqualificando, devido uma série de
políticas educacionais mal fundamentadas, promovendo uma formação acelerada sem bases
epistemológicas, desvalorizando o processo de preparação para o desenvolvimento das
competências através das bases fundamentais, o estágio. Para que este trabalho fosse
desenvolvido, foram analisadas diversas literaturas que abordam esta temática, oportunizando
a busca pelos recursos necessários que permitiram estabelecer um diálogo sobre a prática
docente no ambiente escolar e os elementos nela constituídos. Neste sentido, foram levantadas
informações sobre as bases históricas do processo de formação de professores no Brasil,
promovendo um melhor entendimento acerca dos problemas que interferem na prática
docente.
Palavras – Chaves: Prática pedagógica; Formação de Professores; Competências
ABSTRACT
This article comes from a study on the pedagogical practice in the classroom, in this
context we intend to do a survey about the process of knowledge construction in teacher
education. This training
process has
been disqualifying, because a series of educational
policies ill founded, promoting an accelerated training without epistemological, devaluing
the preparation process for the development of skills through the fundamentals, the stage.
For this work were developed, analyzed several literatures that address this issue, allowing
the search for resources that allowed a dialogue on the teaching practice in schools and
the elements formed therein. In this sense, have been raised about the historical basis of the
process of teacher training in Brazil, promoting a better understanding of the problems that
interfere with teaching.
Key – Words: Pedagogical practice; Teacher training; Skills
1- INTRODUÇÃO
O presente trabalho busca discutir de maneira teórica, a relação entre a formação do
professor e a prática pedagógica no contexto educação-ensino. No entanto, partimos das bases
_______________________
* Leandro dos Santos é Licenciado em Pedagogia, Especialista em Didática e Metodologia do Ensino
Superior, membro do Grupo de Estudos em Educação Física Esporte e Lazer – GEPEL/UFS. Contato:
[email protected]
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históricas para compreender os elementos que favoreceram a construção da prática
pedagógica atual, tendo como fundamento principal, a precarização do trabalho docente nas
escolas apartir dos elementos históricos da prática docente.
Alguns recursos históricos favoreceram o desenvolvimento do trabalho pedagógico
pelas mulheres, o que nos permite compreender as diferenças existentes nas relações que
cercam o processo educacional. Tendo como fonte secundária os estudos de reprodução da
sociedade capitalista, buscamos examinar os conceitos ideológicos que dão sustentação as
bases que fundamentam a prática pedagógica no inicio do trabalho docente.
Neste contexto, é importante ressaltar que durante muito tempo, percebemos a
existência de teorias impregnadas no contexto teórico da prática pedagógica na formação do
professor, na verdade, às várias metodologias não buscam formar o individuo para
desenvolver à sua criticidade reflexiva, ou seja, o programa de formação acelerada vem
desqualificando o processo educacional apartir de seus elementos curriculares, promovendo
uma série de transmissões de conhecimentos simplificados, desacelerando a busca pela
prática, valorizando apenas as exigências das necessidades do mercado de trabalho.
De certo modo, a prática pedagógica vem se tornando um conjunto de ações
repetitivas, Paulo Freire defende que “a reflexão critica sobre a prática se torna uma exigência
da relação teoria/pratica, sem o qual a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo.”
(FREIRE, 22, 1996).
Neste contexto, percebe-se que o papel do professor, deixa de ser apenas aquele que
ensina uma ciência para ser aquele que reproduz esse conjunto de conhecimentos, tornando o
aluno como um mero depósito.
Portanto faz-se necessário relacionar a prática educativa-critica e progressista no
processo de formação do professor através do estágio inicial curricular, valorizando a
aquisição da experiência através de elementos manifestos no cotidiano escolar, pois Paulo
Freire afirma que “Quem ensina, aprende ao ensinar e quem aprende, ensina ao aprender”
(Freire, 1996, 23).
2- LEVANTAMENTO HISTÓRICO DA PROFISSÃO DOCENTE NO BRASIL
Baseado no modelo de escolas francesas, a profissão docente surge no Brasil durante o
século XIX, com a implantação das Escolas Normais com o objetivo de suprir a necessidade
de formar professores para as escolas elementares que estavam sendo criadas. Esse modelo
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educacional buscava não apenas formar professores, mas, educar essas mulheres para serem
boas esposas.
A base curricular destas instituições era voltada a continuidade do que chamamos de
educação básica, além de disciplinas voltadas para o desenvolvimento das habilidades
manuais e estéticas, o que caracterizava por um forte caráter moralista, sendo dominadas por
um rígido controle interno das figuras do inspetor e do diretor, pessoas estas que em sua
grande maioria obtiam este privilégio através de meios políticos ou por sua grande influência
em “valores morais” (CHAMON, 2005, 83).
Atualmente a prática pedagógica, vem sendo alvo de grandes discussões, em vários
aspectos, principalmente no conceito didático-metodológico. No entanto, a atuação docente,
permanece confrontada com o desenvolvimento acelerado que ocorre na sociedade capitalista,
onde o processo de formação do professor perdeu a essência da busca pela pesquisa, da
qualidade, tornando-se uma profissão de pouca relevância para a consolidação de construção
do conhecimento.
Diante do exposto, não é difícil perceber que a busca por uma formação que qualifique
o educador apartir dos elementos de prática pedagógica, não tem sido o foco de interesse das
políticas educacionais.
O sistema social não demonstra estar interessado em que o educando
aprenda, a partir do momento em que investe pouco em educação. Os dados
estatísticos educacionais estão ai para demonstrar o pequeno investimento,
tanto do ponto de vista financeiro quanto do pedagógico, na efetiva
aprendizagem do educando. (LUCKESI, 2009, 99).
Dessa forma há uma grande necessidade acerca de uma nova reflexão deste processo
que engloba não apenas a atração do professor como educador, mas também da formação do
aluno, pois como pode alguém que carrega uma má formação desenvolver uma boa prática
pedagógica?
2.2- Relações Entre Educação, Sociedade e Prática Pedagógica
A educação é uma das ciências que expressa uma teoria pedagógica que se baseia na
concepção do homem e sociedade, iniciando-se através do quarteto social, a família, a igreja,
escola e comunidade.
Na família, a educação começa com o nascimento da criança, o ato da prática do
aprender passa a se desenvolver ao longo do tempo. Quando a criança começa a dá seus
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primeiros passos, ela precisa aprender a equilibrar seu corpo sobre seus membros inferiores,
este é m momento de grande importância, pois a criança antes de ficar de pé, ela se arrasta “de
quatro pés”, essa ação desenvolvida pela criança surge da necessidade de acompanhar os
adultos, de imitar a independência que cada um possui.
A criança só pode conhecer o dever através de pais e mestres. É preciso que
estes sejam para ela a encarnação e a personificação do dever. Isto é, que a
autoridade moral seja a qualidade fundamental do educador. A autoridade
não é violenta, ela consiste em certa ascendência moral. Liberdade e
autoridade não são termos excludentes, eles se implicam. A liberdade é filha
da autoridade bem compreendida. Pois, ser livre não consiste em fazer aquilo
que tem vontade, e sim em ser dono de si próprio, em saber agir segundo a
razão e cumprir com o dever. E justamente a autoridade de mestre deve ser
empregada em dotar a criança desse domínio sobre si mesma. (DURKHEIM,
1973, 47).
Da mesma forma acontece na escola, o ato da prática pedagógica vai muito além
daquilo que o professor expõe em seu planejamento, nem sempre os alunos estão aptos a se
desenvolverem no mesmo nível, é preciso compreender que a intervenção pedagógica deve
está associado ao nivelamento apresentado por cada discente, a fim de promover não só a
aprendizagem programática, mas o senso crítico dentro da ação formadora.
Ensinar, não é simplesmente transferir conteúdos pré-determinados, mas, construir
novos saberes necessários que representem um conjunto de princípios essenciais de formação
de conduta do individuo. É neste sentido que ensinar não é transferir conhecimento,
conteúdos, nem formar é ação pela qual um sujeito criado dá forma, estilo ou alma a um
corpo indeciso e acomodado. (FREIRE, 1996, 23).
Na igreja, a educação parte do principio da ética moral e religiosa, onde o individuo
pertencente a um grupo, aprende conceitos apartir de exemplos de personagens descritos nos
livros sagrados. Neste sentido, faz-se necessário perceber que os valores religiosos, não são
totalmente vividos no cotidiano do individuo, pois o resultado da formação do pensamento
social não depende apenas do elo que determina a origem da formação intelectual deste, mas
da necessidade que o individuo possui para se manter na sociedade como um todo.
A ação exercida pelas gerações adultas sobre as que ainda não estão maduras
para a vida social tem por objetivo sujeitar e desenvolver na criança
determinado números de estados físicos, intelectuais e morais que dele
reclamam, por um lado a sociedade política em seu conjunto, e por outro, o
meio especifico ao qual esta destinado. (DURKHEIM, 1973, 44).
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Na comunidade, a educação é proposta através da experiência de vida, neste sentido as
funções do processo de aprendizagem já não parte das correntes sociais que exprimem a
construção do conhecimento, mas de tudo aquilo que é constituído apartir das necessidades de
sobrevivência.
Parece adequado valorizar os elementos que permitem a construção do saber que é
produzido fora do espaço escolar, no entanto, a prática pedagógica atual, não busca adequar a
realidade do aluno com o que propõe à lógica do ensino. Neste sentido, todo esse processo de
aprendizagem é atormentado por uma série de atributos que desqualificam a prática docente
dentro e fora da escola, à evasão, a repetência, as dificuldades de aprendizagem, a
desmotivação, ou seja, o fracasso escolar.
A expressão “fracasso escolar” é uma certa maneira de verbalizar a
experiência, a vivência e a prática: e, por essa razão, uma certa
maneira de recortar, interpretar e categorizar o mundo social.
(CHARLOT, B. 2000, 13)
A escola contemporânea está constituída sobre as necessidades de aceleração de
formação, onde o professor é formado para reproduzir, o aluno é formado para imitar, não é
difícil chegarmos às diversas instituições de ensino e encontrarmos professores desmotivados,
pois não são preparados para construir, pela falta de preparo necessário passam a ser escravos
do sistema enfrentando desafios que não lhe foram apresentados durante seu processo de
formação.
O desenvolvimento acelerado que ocorre sobre a escola, provoca de certa forma a
desvalorização e a falta de comprometimento das ações que são voltadas para a qualificação
do ensino, fazendo com que o ambiente educacional perca seu sentido, na construção, na
aplicação do conhecimento, tornando a necessidade do convívio social como requisito
fundamental da busca pela informação.
Na prática, a construção do conhecimento cientifico não vem conseguindo manter o
interesse da sociedade civil, devido à constante aceleração das atualizações das informações,
no entanto, o professor torna-se obrigado a repensar sua pratica e de sua importância na
construção do saber, neste contexto vale refletir sobre os conceitos didáticos metodológicos
que precisam ser refeitos a fim de adequar-se ao momento onde no qual o processo
educacional esta constituído.
... Será preciso trabalhar em dois tempos, o tempo do passado e o tempo do
futuro. Fazer tudo hoje para superar condições de atraso e ao mesmo tempo,
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criar as condições para aproveitar amanhã as possibilidades das novas
tecnologias. (DOWBOR, L.A, 1998, 39)
2.3- Formação do Professor educador: Elementos e bases epistemológicas.
Nos últimos anos, inúmeras Instituições de Ensino Superior, foram regulamentadas no
Brasil e a grande maioria destas, optaram por oferecer cursos de licenciatura, principalmente o
curso de Pedagogia, no entanto, a base curricular destes cursos de formação de professores,
inclui uma série de atividades baseadas em debates de textos, ou seja, está valorizando apenas
a teoria tornando estes cursos como centro de discussões teóricas.
A formação inicial de professores era e ainda mantém em situação –
deficiente, porque, segundo algumas pesquisas, os docentes apesar dos
avanços nas teorias e metodologias da educação aplicavam os mesmos
métodos e práticas tradicionais (GAJARDO, ANDRACA, 1992, 42)
Segundo o Parecer número 21, de 2001, do Conselho Nacional de Educação, esclarece
que o Estágio Curricular precisa ter um:
Tempo de aprendizagem que, através de um período de permanência,
alguém se demora em algum lugar ou ofício para aprender a prática do
mesmo e depois poder exercer uma profissão ou ofício. Assim o estágio
supõe uma relação pedagógica entre alguém que já é um profissional
reconhecido em um ambiente institucional de trabalho e um aluno estagiário
[...] é o momento de efetivar um processo de ensino-aprendizagem que,
tornar-se-á concreto e autônomo quando da profissionalização deste
estagiário.
A teoria não relacionada à prática torna os recém-formados como seres reprodutores
de conhecimentos, por isto a grande importância da aplicação das aprendizagens teóricas a
serem desenvolvidas durante o estágio.
O Estágio tem sido motivo de muitas controvérsias no meio acadêmico.
Normalmente, caracteriza-se como uma atividade realizada no último ano do
Curso com o objetivo de instrumentalizar o profissional para atuar na sala de
aula. (BEHRENS, 1991, p. 18)
Contudo, o problema não esta apenas no estágio inicial, na verdade é que os
programas curriculares são preparados apenas com intuito de oferecer a titulação necessária
para o exercício da profissão docente, neste sentido, estas Instituições deixam de formar
educadores para rotular “professores”, uma formação sem elementos e bases epistemológicas,
um profissional que desconhece o sentido da sua prática e de sua competência para lidar com
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situações complexas. Ao entrar em uma sala de aula, o professor penetra em um ambiente de
trabalho constituído de interação humana. (TARDIF, 2002, 118).
Será que estamos formando professores ou educadores? Por que o ambiente escolar é
cercado de situações não compreendidas? Quando o professor recém formado recebe
elementos e bases epistemológicas, ele consegue protocolar nos alunos a auto-estima,
provocando-nos, a confiança em seu potencial de aprender, neste contexto vale ressaltar que
os elementos que são primordiais para que a formação docente possa requerer uma prática
pedagógica qualitativa são: á ética, o conhecimento sociopolítico e o embasamento
teórico/prático, no entanto, a base destes três elementos é o currículo, aonde ao longo dos
anos, a idéia do currículo mínimo vem mostrando a sua ineficiência em garantir a qualidade
mínima necessária da educação brasileira e todo esse processo negativo promove ainda um
desencorajamento nos estudos voltados às políticas publicas de formação inicial de
professores.
A educação precisa ser idealizada com uma abrangência geral de ensino ao longo do
desenvolvimento intelectual do individuo. Um projeto educacional desenvolvido a partir das
competências e habilidades, tomando como base, o desenvolvimento social, com uma
estrutura curricular flexível, voltada aprendizagem ativa e sem conteúdos pré-determinados
onde o principal foco seria o desenvolvimento da aprendizagem do aluno para que este possa
de certa forma ter uma visão ampliada de seu mundo sendo capaz de construir críticas de todo
processo sócio educativo que o cerca.
3- PRÁTICA PEDAGÓGICA: ELEMENTOS DE CLASSES
Ensinar exige conhecimento que exige preparo. Dentro do contexto pedagógico, a
prática de ensino precisa esta pautada na valorização de experiências que os alunos já
possuem, no preparo do professor quanto ao seu planejamento, no domínio do conteúdo e
conhecimento dos acontecimentos que cercam a comunidade na qual a escola está inserida.
Porque não aproveitar as experiências tem os alunos de viver em áreas da
cidade descuidada pelo poder público para discutir, por exemplo, a poluição
dos riachos e dos córregos e os baixos níveis de bem estar das populações, os
lixões e os riscos que oferecem a saúde das gentes. (FREIRE, 1996, 30)
O pensar pedagógico não parte do acaso, mas da necessidade do saber dialético que
permite o educador tornar-se critico sobre sua ação quanto formador de cidadãos. O grande
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desafio na sala de aula não esta na transmissão dos conteúdos, mas na construção do saber,
não adianta o professor mostrar para o aluno o quanto ele conhece determinado assunto se ele
não sabe como fazer com que este possa adquirir o mínimo possível de toda sua teoria, faz-se
necessário discutir meios e métodos que justifiquem tal aprendizagem.
Por que o fracasso escolar tornou-se um dos fatores que agridem a prática pedagógica?
Será que podemos encontrar culpados ou deveríamos repensar nossa ação como educadores?
Por que não planejar a prática de ensino apartir dos elementos de bases, ou seja, dentro das
experiências que os alunos já trazem de sua comunidade? Exemplo, uma produção de texto
onde o próprio aluno viesse apresentar através do discurso oral e escrito, alguns contextos
podem ser trabalhados em várias disciplinas, daí o professor já passa a fazer o uso da
interdisciplinaridade. Nas produções de textos é possível trabalhar conteúdos como
substantivos, artigo, adjetivo, separação e formação de palavras, etc.
Explorando os conteúdos de história, geografia, incentivar os alunos a pesquisarem
exemplos de elementos que possam contextualizar com o programa dos livros didáticos, as
regiões, a comunidade, moradias, saneamento básico, os alunos podem ainda construir mapas
de sua comunidade, há uma série de elementos que podem ser recriados e desenvolvidos com
o objetivo de tornar a aprendizagem mais significativa.
A prática docente critica implicante do pensar certo, envolve o movimento
dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o que fazer. O saber que a
pratica docente espontânea ou quase espontânea “desarmada”,
indiscutivelmente produz é um saber ingênuo, um saber de experiência feito,
a que falta rigorosidade metódica que caracteriza a curiosidade
epistemológica do sujeito. (FREIRE, 1996, 38)
O contraponto existente entre o processo de formação de professores, o estágio e a
prática pedagógica, parte do principio da realidade sócio-educativa do modelo de escola na
qual queremos adotar. Na verdade estamos acostumados com o modelo tradicionalista, um
modelo ultrapassado onde a qualidade é confundida com a quantidade, provocando a perda de
interesse do aluno pela escola, dando inicio ao que conhecemos por evasão escolar.
A nossa realidade educacional é bastante divergente, o desafio do ensino atual esta na
construção de uma aprendizagem que valorize o homem em sua essência, mas na pratica, os
professores são preparados apenas para representar seu papel de forma limitada, provocando
erros e ações que não qualificam sua prática quanto educador.
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3.1- Competência na Prática Pedagógica
O desenvolvimento das competências no inicio da profissão docente, tem a finalidade
do alicerçamento da aprendizagem de um conhecimento primordial para a prática pedagógica.
Em contrapartida, a flexibilização favorece o surgimento e o melhor rendimento no que se
refere às dimensões práticas do currículo oculto, permitindo que o educador não se torne
apenas um simples reprodutor, mas um facilitador da aprendizagem apartir da realidade que
lhe é imposta.
A competência pedagógica permite a reconstrução de um conhecimento já criado e
semidesenvolvido, podendo ser transformado como novo elemento para a formação humana.
Nesta perspectiva, torna-se fundamental que o professor desenvolva algumas
habilidades tais quais, no processo de avaliação, tendo como finalidade a fiscalização da
aprendizagem dessa formação e da auto-avaliação a fim de analisar sua prática pedagógica
como educador.
... a avaliação da aprendizagem escolar, em particular, são meios e não fins
em si mesmas, estando assim delimitadas pela teoria e pela prática que as
circunstacializam. Desse modo, entendemos que a avaliação não se dá nem
se dará num vazio conceitual, mas sim dimensionada por um modelo teórico
de mundo e de educação, traduzindo em prática pedagógica. (LUCKESI,
2009, 28).
É necessário que o professor esteja preparado para entrever em qualquer situação que
venha interferir na sua atuação como formador de cidadão, sem o desenvolvimento desta
capacidade, ele se torna um profissional dependente de decisões de terceiros, perdendo o
controle e a autonomia no processo de aprendizagem, inviabilizando seu papel quanto
educador.
O conhecimento não se constrói sem a pesquisa, o professor precisa esta consciente
que a ação pedagógica, só se fundamenta quando mudamos nossa prática pedagógica
buscando compreender as necessidades reais e mais urgentes do aluno.
...A melhoria de nossa atividade profissional, como todos os demais,
passa pela analise do que fazemos de nossa pratica e do contraste com
nossas praticas. (ZABALA, 1998, 23)
A educação que na realidade, busca a melhoria sócio-intelectual do homem, precisa
esta preparado para capacitá-lo, afim de que este venha acreditar que é capaz de mudar os
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rumos de sua história, neste sentido, é preciso que o professor esteja preparado teoricamente
para desenvolver uma ação pedagógica criativa e competente que diversifique os diversos
níveis de conhecimentos.
Um dos objetivos de um bom profissional consiste em ser cada vez mais
competente em seu oficio. Geralmente consegue-se essa melhoria
profissional mediante o conhecimento dos variáveis que intervêm na prática
e a experiência para dominá-los. (ZABALA, 1998, 13)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do objeto estudado, concluímos que a prática pedagógica na qual é
desenvolvida em sala de aula, é decorrente do nosso processo de formação, neste sentido, vou
ressaltar que se quisermos fazer a diferença, precisamos construir elementos e desenvolver
bases epistemológicas capazes de promover novas competências e novas habilidades.
Contudo, faz-se necessário perceber que o papel do professor precisa está centralizado
no objetivo que se pretende alcançar, é importante lembrar que na educação, teoria e prática
precisam estar sempre juntos, não pode existir teoria sem prática e vice-versa, passando disto,
deixa de ser um conhecimento científico para tornar simplesmente, senso comum.
Um dos métodos onde é possível construir uma educação capaz de desenvolver a
criatividade do aluno é valorizando o conhecimento que ele traz de sua realidade, porque
desta forma, o aluno passa a perceber que os contrastes existentes em sua comunidade é
resultado de políticas públicas mal definidas ou não existentes para aquela região.
Portanto, é preciso que o professor não seja apenas um transmissor de conhecimentos,
mas um construtor de novos saberes. É necessário ainda que o professor possa descobrir no
aluno as suas deficiências na aprendizagem e não apenas exigir aquilo que ele não teve
competência suficiente de ensinar. É importante ressaltar ainda que não estamos vivendo no
século do autoritarismo, mas em um momento onde a educação precisa ser levada a todos e
que o conhecimento precisa ser reconstruído diariamente no ambiente escolar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BEHRENS, Marilda Aparecida. O Estágio Supervisionado de Prática de Ensino: Uma
proposta coletiva de reconstrução. Dissertação de Mestrado. PUC/SP. 1991.
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BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de
licenciatura, de graduação plena. Parecer CNE/CP 009/2001. Brasília, DF, maio de 2001.
BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Parecer CNE/CP 21/2001.
DOWBOR, L.. A Reprodução Social. 1ª Ed. Vozes. Petrópolis, 1998.
DURKHEIM, Emile. Educación y Sociologia. Buenos Aires Shapire, 1973
CHARLOT, Bernard. Da relação com o Saber: Elementos para uma teoria. Porto Alegre.
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FREIRE, P. PEDAGOGIA DA AUTONOMIA - Saberes Necessários à Prática Educativa.
São Paulo: Paz e Terra. 1996.
GAJARDO, M. e ANDRACA A.M. de. Docentes y Docência. Las Zonas Rurales. OREALC
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TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: vozes, 2002.
ZABALA, Antônio. A prática educativa Porto Alegre: Artmed, 1998.
LUCKESI. Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. 20ª Ed. São Paulo. Cortez.
2009
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