-1 EXERCÍCIOS TEÓRICOS E TEÓRICO-PRÁTICOS FOLHA 1 – Introdução e Conceitos Básicos 1.1 - Diga o que entende por comportamento reológico de um material e explique a necessidade de modelos físicos ou matemáticos que o traduzam. 1.2 - Qual é a hipótese fundamental colocada pela Mecânica dos Meios Contínuos? Explique o significado matemático e físico da hipótese enunciada e diga em que casos ela é válida. 1.3 - Distinga forças interiores e forças exteriores de um corpo. 1.4 - Indique as componentes do vector tensão numa faceta associada a um ponto qualquer de um corpo, num sistema de eixos cartesianos. Identifique a tensão normal e a tensão tangencial. 1.5 – Numa barra sujeita a uma tracção uniforme na direcção do seu eixo de grandeza , calcule a tensão normal e a tensão tangencial numa faceta inclinada de um ângulo em relação ao eixo da barra. FOLHA 2 – Teoria das tensões 2.1 - Represente graficamente as tensões no paralelepípedo elementar que contém o ponto P no interior de um corpo. Utilize a notação de Von-Karman. 2.2 - Deduza as equações de equilíbrio de um paralelepípedo elementar no interior de um corpo sujeito: a) apenas à acção da gravidade; b) a uma aceleração horizontal. 2.3 - Escreva as tensões em 3 facetas ortogonais no interior: a) de um líquido em repouso; b) de uma barra sujeita a uma tracção uniaxial uniforme. 2.4- No interior de um corpo sujeito a forças de massa nulas, o campo de tensões foi aproximado pelas seguintes expressões: x x 2 y A ; y B y 3 ; xy C D y 2 x ; z xz yz 0 , em que A, B, C e D são constantes. É possível esta representação do estado de tensão para valores arbitrários das constantes? Justifique. 2.5- Prove que as tensões tangenciais que actuam em facetas ortogonais têm valores iguais. 2.6 - Distinga tensão numa faceta, estado de tensão num ponto e estado de tensão num corpo. 2.7 - Diga, justificando, quantas são as componentes necessárias para definir o estado de tensão num ponto do interior de um corpo. 2.8- Escreva uma matriz que represente o tensor das tensões num ponto, correspondente a um estado de tensão i) axissimétrico; ii) isotrópico. 2.9 - Deduza as expressões que permitem calcular as tensões principais num estado duplo de tensão ou quando é conhecida uma das tensões principais. 2.10 - As componentes do estado de tensão num corpo são aproximadas pelas seguintes funções: x=y =ab(y+x); z = c ; xy=xz=yz=0. No ponto P, de coordenadas (-1;0;1), determine: a) a tensão normal e a tensão tangencial numa faceta igualmente inclinada relativamente aos eixos xyz. b) a matriz que representa o tensor das tensões no ponto P, referido a um sistema de eixos ortogonal, x'y'z', obtido por uma rotação de 45o, relativamente aos eixos xyz, em torno do eixo x. -2 2.11 – No problema 4.3, determine as componentes isotrópica e tangencial pura do estado de tensão. 2.12 - Defina tensões octaédricas e deduza as expressões que permitem calcular a tensão normal e a tensão tangencial em facetas octaédricas. 2.13 - Mostre que a tensão tangencial máxima ocorre em facetas que fazem ângulos de 45º com as direcções principais. 2.14 - Justifique a seguinte afirmação: a faceta que faz um ângulo com a direcção principal máxima encontrase representada na circunferência de Mohr por um ponto P tal que a recta que une P ao centro da circunferência faz um ângulo 2 com o eixo das abcissas, marcado no sentido horário. 2.15 - O tensor das tensões é definido por: x =-5C; y =C; z =C; xy =-4C; xz = yz =0. Determine analiticamente e graficamente as tensões e as direcções principais do estado de tensão. 2.16 - O estado de tensão num ponto é definido pelas seguintes componentes do tensor das tensões: x =a; y = z = xy = xz = yz =0. Prove que: a) a tensão tangencial máxima vale a/2; b) na faceta onde actua a tensão tangencial máxima, a tensão normal é a/2; c) as componentes do tensor das tensões no sistema de eixos octaédrico são: x = y = z = a/3; xy = yz =a/3 xz =a/3. 2.17 - Um ponto P está sujeito a um estado plano de tensão. Sabe-se que, na direcção x, existe uma tensão de compressão de 2a. A tensão principal máxima é de tracção, de grandeza a e actua numa faceta que faz 45º com a direcção x. Determine o estado de tensão no ponto P. FOLHA 3 – Teoria das extensões 3.1- Diga, justificando, em que condições se podem sobrepor estados de deformação distintos, i.e., adicionar as extensões e as distorções correspondentes a diferentes campos de deslocamentos. 3.2- Resolver os exercícios III.1 e III.2, pág. 60 do livro de texto. 3.3- O que entende por deformação compatível? Distinga compatibilidade local e global. 3.4- Deduza as equações de compatibilidade local num corpo sujeito a deformações e rotações que podem ser consideradas infinitesimais. 3.5- Defina grau de conexão de um corpo e explique porque as condições de compatibilidade local são condições necessárias e suficientes de compatibilidade em corpos simplesmente conexos. 3.6- Deduza as expressões que permitem determinar a extensão e a distorção numa faceta octaédrica. 3.7- Determine os invariantes do estado de deformação num ponto e da componente distorcional pura do estado de deformação. 3.8- Deduza directamente as expressões ( i.e., sem recorrer à particularização das expressões do estado de tensão tridimensional ) que permitem calcular a extensão e a distorção num estado bidimensional de deformação em que as deformações e as rotações são infinitesimais. 3.9 - Prove que, numa região infinitesimal em torno de um ponto, num sistema em que as deformações e as rotações são infinitesimais, a rotação sofrida por um segmento inicialmente paralelo ao eixo dos x, x, e a -3 rotação sofrida por um segmento inicialmente paralelo ao eixo dos y, y, são iguais, podendo escrever-se x = y = xy/2 = xy. 3.10 – Foi desenhado um elemento rectangular em torno de um ponto P, num plano perpendicular à direcção principal de deformação nula. Após deformação, o rectângulo elementar manteve inalterada a sua área. A rotação máxima sofrida por os segmentos que passam pelo ponto P foi de 2. a) Caracterize o tipo de deformação na vizinhança do ponto P. b) Escreva o tensor das extensões na vizinhança do ponto P. c) Calcule a extensão e a distorção de um segmento infinitesimal igualmente inclinado relativamente às direcções principais do plano considerado. d) Calcule a extensão e a distorção nas direcções octaédricas. FOLHA 4 – Lei Constitutiva 4.1 - Defina isotropia, monotropia e ortotropia. Dê exemplos de materiais isotrópicos, monotrópicos e ortotrópicos. 4.2 - Distinga material dúctil de material frágil, deformação elástica e plástica. 4.3 - Defina deformação viscosa e os fenómenos que a traduzem. 4.4- Escreva as extensões, para t t0, produzidas por uma tensão imposta 0, aplicada a partir do instante t0, num material com o comportamento visco-elástico traduzido por uma cadeia formada por: - dois elementos de Kelvin colocados em série; - um elemento de Maxwell e uma mola colocados em paralelo. 4.5- a) Diga o que entende por comportamento visco-elástico linear e mostre que neste tipo de comportamento se pode adicionar: b) as extensões 1 e 2, produzidas pelas tensões 1 e 2, nos modelos de Kelvin e de Maxwell; c) as tensões 1 e 2 produzidas pelas extensões impostas 1 e 2, no modelo de Maxwell. 4.6- Prove que, num material isotrópico de comportamento elástico linear, as direcções principais do estado de tensão coincidem com as direcções principais do estado de deformação. 4.7- Num material isotrópico de comportamento elástico linear, prove que as constantes elásticas E, G e não são independentes e determine a relação entre elas. 4.8- Indique, justificando, os limites superior e inferior do coeficiente de Poisson, . 4.9- Escreva a lei de Hooke generalizada para materiais monotrópicos, com base nas condições de simetria de comportamento material e indique, justificando, quais são as constantes elásticas independentes que definem o comportamento reológico. 4.10- Considere o seguinte estado de tensão num ponto P do interior de um material monotrópico de comportamento elástico linear: x 4a ; y - 4a ; z 5a ; xy 2a ; xz yz = 0. A direcção de monotropia -4 situa-se no plano xy e faz um ângulo de 45º com os eixos coordenados. Os parâmetros reológicos do material são os seguintes: El = 3E ; Et = E ; Gt = 2E ; l = 0.2 ; t = 0.4. a) Determine o estado de deformação no ponto P, correspondente ao estado de tensão indicado. b) Determine as direcções principais do estado de tensão e do estado de deformação. 4.11- Escreva a lei constitutiva de um material ortotrópico de comportamento linear elástica, com base nas condições de simetria de comportamento material. Enuncie as hipóteses em que se fundamentou. 4.12- Dê exemplos de estados de tensão em que as direcções principais coincidem com as direcções principais do estado de deformação em materiais monotrópicos e em materiais ortotópicos. 4.13 - Defina energia de deformação e distinga entre energia potencial elástica e energia dissipada. 4.14 - Um provete de betão, de 0.20x0.20x0.20 m3, foi aplicado um estado uniaxial de compressão, introduzido por uma tensão variável desde zero até um valor máximo de 17MPa, à qual corresponde uma extensão de 0.003. Após a aplicação da tensão máxima procede-se à descarga do provete. A lei constitutiva do material é a seguinte: Em fase de carga - 17000( 250 2 ) MPa se 0.002 ; 17 MPa se 0.002 0.0035 ; Em fase de descarga - comportamento linear elástico, sendo E=37GPa. Calcule: a) a energia de deformação por unidade de volume e a energia total de deformação do provete; b) a parcela da energia recuperada com a descarga do provete e a energia potencial elástica armazenada durante a deformação; c) a energia dissipada durante a deformação; e) a deformação residual, após a descarga. 4.15 - Explique como é que a deformação provocada pela aplicação de um estado de tensão pode ser independente de estarem ou não aplicados outros estados de tensão. 4.16 - Prove que, num material de comportamento linear elástico, a) isotrópico; b) monotrópico, a deformação provocada pela actuação de dois estados de tensão distintos é independente da ordem de aplicação dos estados de tensão. 4.17 - Deduza a expressão da energia de deformação por unidade de volume, num material de comportamento linear elástico, i) isotrópico; ii) monotrópico; iii) ortotrópico. 4.18 – Explique porque é que num material isotrópico, a componente isotrópica do estado de tensão não produz deformação distorcional e a componente distorcional do estado de tensão não produz deformação isotrópica 4.19 - Num material de comportamento linear elástico, deduza: a) a expressão da componente da energia de deformação isotrópica, por unidade de volume; b) a expressão da componente da energia de deformação distorcional, por unidade de volume. 4.20 - Enuncie os critérios de cedência de Tresca e de Von Mises. Qual o princípio comum aos dois critérios? Explique porque é que estes critérios traduzem com fidelidade os resultados experimentais. 4.21 - Represente os critérios de cedência de Tresca e de Von Mises graficamente num referencial cartesiano em que os eixos coordenados representam as tensões principais. 4.22 - Que entende por curva de resistência intrínseca de um material frágil? 4.23 - Que entende por coesão e por ângulo de atrito interno de um material? -5 4.24 - Enuncie o critério de rotura de Mohr-Coulomb, i) em função das tensões máximas uniaxiais de tracção e de compressão; ii) em função da coesão e do ângulo de atrito interno do material. 4.25 - Represente graficamente o critério de rotura de Mohr-Coulomb, num espaço definido pelas tensões principais. 4.26 - Comente as seguintes afirmações: a) 'O critério de rotura de Mohr-Coulomb ajusta-se melhor aos resultados experimentais do que o critério de Drucker-Prager, mas este último é mais utilizado nos cálculos computacionais'; b) 'Os critérios de Mohr-Coulomb e de Drucker-Prager também podem ser aplicados a materiais dúcteis'.