O figurino de bandas de rock como forma de construção da imagem: um estudo analítico do Sex Pistols e de Marilyn Manson Luis Paulo Piassi, Maria Claudia de Melo Vitoreli Apoio: PIBIC/CNPq Escola de Artes, Ciências e Humanidades [email protected] Objetivos Analisar a apropriação dos signos presentes no figurino das bandas Sex Pistols e Marilyn Manson como forma de construção da imagem das bandas e como ferramenta da tática de choque promovida pelo estilo musical do qual elas se inserem. A jaqueta de couro preta, usada por motociclistas e demais “subversivos” é adornada de forma amadora por Sid Vicious, que, por debaixo desta, provoca a sociedade com sua camiseta de suástica. Músicas como “Pretty Vacant” e “Anarchy In The UK” exemplificam o amadorismo, a revolta e a falta de perspectiva futura que a banda e o movimento punk possuem. Métodos/Procedimentos Este estudo se baseia na hipótese de que algumas bandas de rock usufruem de um figurino no qual reside signos que a situam em determinado estilo e estão em conjunção com a música. Fundamentado na semiótica, o estudo utiliza fotos publicitárias ou tiradas em shows dos principais membros das bandas Sex Pistols e Marilyn Manson. Resultados A tática de choque é a principal característica do punk e do shock rock. Crítico e questionador do paradigma social da década de 1970, o punk em sua versão inglesa propôs um questionamento político e social em forma de revoltas urbanas e música militante (HEDBIGE, 2002). O shock rock, se baseia mais no aspecto visual do que no musical, promovendo uma provocação ao público que assiste ao espetáculo, explorando seus medos, suas ansiedades e mexendo com suas expectativas (DUNN, 2011). O Sex Pistols é considerado o estereótipo que se tem hoje sobre o punk e Marilyn Manson é uma das principais bandas atuais do shock rock. Roupas luxuriantes e sadomasoquistas usadas por Marilyn Manson em conjunção com maquiagem pesada mexem com suas características humanas se completam com um mundo sombrio e violento exposto em suas músicas, como “The Beautiful People”, “I Don’t Like The Drugs (But The Drugs Like Me)”. Figura 1: Marilyn Manson; Sid Vicious Conclusões Estampando o terror cometido por homens que outrora foram autoridades, Sid Vicious com sua camiseta de suástica exaspera o público. Não é possível afirmar se ele seria ou não um filiado ao partido nazista, mas certamente se utiliza da polêmica acerca do símbolo. Marilyn Manson se utiliza de uma iconografia santa manipular uma imagem grotesca e sombria, de modo a confrontar paradigmas ortodoxos da religiosidade e indústria cultural. Marilyn Manson também procura distorcer o conceito de “mal” que a sociedade possui e, através de sua tática de choque, mexer e experimentar com o medo das pessoas. Referências Bibliográficas SHOCK Rock. In: Metal Evolution. Direção: Samuel Dunn. Produção: Banger Films. Canada, 2011. HEBDIGE, Dick. Subculture. The Meaning Of Style. London: Taylor & Francis e-Library, 2002.