Um acontecimento marcante em nossa década foi o Rock in Rio. Um evento visionário, idealizado pelo empresário e publicitário Roberto Medina, fez com que os roqueiros fizessem festa em meio a altas temperaturas em um cidade dentro da maravilhosa Rio de Janeiro. Os chamados “metaleiros” colocaram artistas como a banda Queen em um pedestal de ouro ao contarem o histórico coro de “Love Of My Life”, regido pelo vocalista da banda, Freddie Mercury. Bandas como Iron Maiden e Scorpions, fizeram a cidade do rock balançar e vibrar, cada vez que havia um mosh em suas canções. A banda Barão Vermelho, foi uma exceção em meio a vaias distribuídas para os músicos brasileiros. Com seu líder de personalidade forte, Cazuza conduzia o show de forma eletrizante, despertando a esperança nos jovens ali presentes, ao pronunciar a frase “Que o dia nasça feliz amanhã pra todo mundo! Um Brasil novo, uma rapaziada esperta!” uma alusão à eleição de forma indireta do novo Presidente brasileiro, Tancredo Neves. O preto tomou conta de uma área de 250 mil metros quadrados, com atrações que traduziam a grandiosidade do evento, como dois enormes fast foods, e dois shoppings centers, com cerca de 50 lojas. Mas é claro que as polêmicas não estavam de fora. Até um contrato foi firmado proibindo que o cantor das trevas, Ozzy Osbourne, comesse morcegos no palco. A palavra de ordem era satanista e obscura, o que tornou a diversão do público presente algo único e inesquecível para os jovens brasileiros. Mesmo com comentários religiosos perpetuando a proibição da ida desses jovens a um evento tão grandioso, o Rock in Rio tornou-se um evento de magnitude ao colocar bandas internacionais no circuito brasileiro. Bárbara Belchior