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DESEMPENHO DE CULTIVARES DE PIMENTÃO NA FRONTEIRA OESTE
DO RIO GRANDE DO SUL(1)
Patrícia Jesus de Melo(2), Anderson Chuquel Mello(3), Rafael Rodrigues de Souza(4),
Alexandre Segatto(5), Andre Limana Tambara(6), Marcos Toebe(7)
(1)
Trabalho executado com auxílio do Programa de Educação Tutorial (PET) do Ministério da Educação.
Acadêmica do curso de Agronomia; bolsista do Programa de Educação Tutorial PET AGRO; Universidade Federal do
Pampa; Itaqui; RS; [email protected];
(3) Acadêmico de Agronomia; bolsista do Programa de Educação Tutorial PET AGRO; Universidade Federal do Pampa;
Itaqui; RS; [email protected];
(4) Acadêmico de Agronomia; bolsista do Programa de Educação Tutorial PET AGRO; Universidade Federal do Pampa;
Itaqui; RS; [email protected];
(5) Acadêmico de Agronomia; bolsista do Programa de Educação Tutorial PET AGRO; Universidade Federal do Pampa;
Itaqui; RS;[email protected];
(6) Acadêmico de Agronomia; bolsista do Programa de Educação Tutorial PET AGRO; Universidade Federal do Pampa;
Itaqui; RS; [email protected];
(7) Orientador; Docente e coordenador do curso de agronomia; Tutor do Programa de Educação Tutorial PET
AGRO; Universidade Federal do Pampa; Itaqui; RS. [email protected];
(2)
Palavras-Chave: Capsicum annuum, comparação de médias, crescimento e desenvolvimento.
INTRODUÇÃO
O pimentão (Capsicum annuum) é uma espécie pertencente à família das solanáceas. É uma cultura
perene cultivada como anual, que possui características de ser arbustiva, apresenta caule semilenhoso, seu
crescimento pode chegar até um metro de altura e suas raízes podem chegar até um metro de profundidade
conforme condições de cultivo (FILGUEIRA, 2005). A cultura apresenta flores isoladas, pequenas,
hermafroditas e autógamas, podendo haver elevada taxa de polinização cruzada, conforme ação de insetos
polinizadores (FILGUEIRA, 2005).
O pimentão possui grande destaque na produção de olerícolas no Brasil, sendo valorizado por seu uso
na culinária e apesar de existir um grande número de cultivares e híbridos com diferentes cores e formatos,
o consumidor apresenta maior preferência por pimentões de coloração verde e formato cônico (VIANA, 2007).
Buscando opções de cultivo diferenciado e cultivares mais adaptadas à cada condição edafoclimatica
regional, torna-se necessária a avaliação das cultivares, para identificar aquelas com maior crescimento e
desenvolvimento e que possam atingir níveis satisfatórios de produtividade. Nesse sentido, este trabalho teve
como objetivo avaliar variáveis de crescimento e de desenvolvimento de cultivares de pimentão na fronteira
oeste do Rio Grande do Sul.
METODOLOGIA
O experimento foi realizado na área experimental da Universidade Federal do Pampa, campus Itaqui,
conduzido conforme o delineamento de blocos ao acaso com seis cultivares (Yolo Wonder, All Big, Esplendor
-híbrido, Êxito - híbrido, Alongado Amarelo e Amarelo Satrapo sais), com quatro repetições (blocos), sendo
que em cada bloco, foram avaliadas 12 plantas, totalizando 48 plantas por tratamento e 288 plantas no total.
Aos 83 dias após o transplante, foram mensuradas as variáveis: altura de plantas (AP, em cm), massa
verde da planta (MV, em g), diâmetro maior (DM, em mm) e diâmetro menor (Dm, em mm) do caule à 5 cm
da superfície do solo e número de folhas (NF, em unidades).
Os dados das variáveis foram submetidos à análise de variância de acordo com o modelo matemático
do delineamento blocos ao acaso dado por: Yij = μ + τi + βj + εij, no qual Yij é o valor observado da variável
resposta na parcela ij, μ é a média geral, τi é o efeito da cultivar (i = 1, 2, ..., 6), βj é o efeito do bloco (j = 1, 2,
3 e 4) e εij é o efeito do erro experimental suposto normal e independentemente distribuído com média 0 e
variância comum σ2 (STORCK et al., 2006). A seguir, as médias dos tratamentos foram comparadas entre si
por meio do teste de Scott-Knott. Todas as análises foram realizadas ao nível de 5% de probabilidade de erro,
com auxílio do aplicativo Microsoft Office Excel® e do software Genes (CRUZ, 2013).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As cultivares apresentaram diferenças significativas entre si (p≤0,05) para as variáveis altura de
plantas (AP) e número de folhas (NF) aos 83 após o transplante (Tabela 1). Por outro lado, não houve
diferenças significativas para a massa verde de plantas (MV) e diâmetro maior (DM) e menor (Dm) do caule
Anais do 8º Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
à 5 cm da superfície do solo.
As variáveis AP, DM, Dm e NF apresentaram precisão experimental elevada conforme classificação
do coeficiente de variação (PIMENTEL GOMES, 2009) e a massa verde apresentou baixa precisão (Tabela
1). Adotando o critério de precisão experimental via acurácia seletiva (CARGNELUTTI FILHO & STORCK,
2009), constatou-se precisão muito alta para altura de planta e número de folha e moderada para a massa
verde, não sendo possível a quantificação da acurácia seletiva nos diâmetros maior e menor do caule em
virtude do baixo valor do teste F para cultivares.
Tabela 1. Resumo da análise de variância [número de graus de liberdade (GL) e quadrado médio para as
fontes de variação bloco, cultivar e erro, média, coeficiente de variação experimental (CV%), valor do teste F
para cultivar (Fc), acurácia seletiva (AS) e precisão experimental (1), para as variáveis: altura de plantas (AP,
em cm), massa verde da planta (MV, em g), diâmetro maior (DM, em mm) e diâmetro menor (Dm, em mm) do
caule à 5 cm da superfície do solo e número de folhas (NF, em unidades), em seis cultivares de pimentão
avaliadas aos 83 dias após o transplante em Itaqui – RS.
Fonte de Variação
GL
AP
MV
DM
Dm
NF
Bloco
3
42,96
3578,76
2,05
1,62
107,77
Cultivar
5
244,65*
1500,90ns
0,73ns
0,42ns
61,64*
Erro
15
14,97
963,35
0,82
0,76
11,58
Média
54,96
147,78
13,59
12,61
48,51
CV(%)
7,04
21,00
6,68
6,94
7,02
Fc
16,34
1,56
0,88
0,55
5,32
AS
0,97
0,60
0,90
Precisão(1)
MA
M
MA
(1)
Limites de classes estabelecidos em Cargnelutti Filho & Storck (2009): MA = muito alta (AS ≥ 0,90), A = alta (0,70 ≤ AS
< 0,90), M = moderada (0,50 ≤ AS < 0,70) e B = baixa (AS < 0,50). * Efeito significativo pelo teste F em nível de 5 % de
probabilidade de erro. ns Não significativo. Fonte: Os autores.
Em relação à comparação de médias, verificou-se maior altura de plantas para as cultivares Esplendor
e Alongado Amarelo (Tabela 2). Em relação ao número de folhas, constatou-se maior média na cultivar
Alongado Amarelo. Nas demais variáveis avaliadas, não houve diferenciação de grupos.
Tabela 2. Médias de altura de plantas (AP, em cm), massa verde da planta (MV, em g), diâmetro maior (DM,
em mm) e diâmetro menor (Dm, em mm) do caule à 5 cm da superfície do solo e número de folhas (NF, em
unidades), em seis cultivares de pimentão avaliadas aos 83 dias após o transplante em Itaqui – RS.
Cultivar
AP
MV
DM
Dm
NF
Yolo Wonder
48,96 b
137,40 a
13,41 a
12,59 a
46,56 b
All Big
50,79 b
141,35 a
13,15 a
12,36 a
46,24 b
Esplendor - híbrido
65,66 a
185,59 a
14,12 a
13,15 a
48,98 b
Êxito - híbrido
51,93 b
149,62 a
13,66 a
12,34 a
45,35 b
Alongado Amarelo
64,14 a
132,28 a
13,13 a
12,37 a
56,09 a
Amarelo Satrapo sais
48,28 b
140,43 a
14,02 a
12,80 a
47,81 b
* Médias de cultivares não seguidas pela mesma letra diferem pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade de erro.
CONCLUSÕES
A cultivar de pimentão Alongado Amarelo apresentou maior crescimento e desenvolvimento na Fronteira
Oeste do Rio Grande do Sul, considerando a altura de plantas e o número de folhas aos 83 dias após o transplante.
REFERÊNCIAS
CARGNELUTTI FILHO, A.; STORCK, L. Medidas do grau de precisão experimental em ensaios de
competição de cultivares de milho. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.44, p.111-117, 2009.
CRUZ, C.D. GENES - a software package for analysis in experimental statistics and quantitative genetics.
Acta Scientiarum. v.35, p.271-276, 2013.
FILGUEIRA, F. A. R. Manual de olericultura; cultura e comercialização de hortaliças. 2ed. São Paulo:
Agronômica Ceres, 2005.
PIMENTEL GOMES, F. Curso de estatística experimental. 15. ed. Piracicaba: FEALQ, 2009. 451p.
STORCK, L.; GARCIA, D.C.; LOPES, S.J.; ESTEFANEL, V. Experimentação vegetal. Santa Maria: UFSM,
2006. 198p.
VIANA, F.M.P.; FREIRE, F.C.O.; PARENTE, G.B. Controle das Principais Doenças do Pimentão Cultivado nas
Regiões Serranas do Estado do Ceará. Embrapa Agroindústria Tropical(comunicado técnico 132), 2007.
Anais do 8º Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
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