POTENCIALIZANDO O CONCEITO DE NÚMEROS NATURAIS POR MEIO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS (1) Danrlei Silveira Trindade(2), Patricia Pujol Goulart Carpes(3) (1) Trabalho executado no Componente Curricular Estágio Supervisionado em Ensino de Matemática III do Curso de Matemática – Licenciatura da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA – Campus Itaqui/RS (2) Bolsista de Iniciação a docência PIBID Subprojeto/Matemática Itaqui/RS; [email protected] (3) Professora/Orientadora do estudo realizado na Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA – Campus Itaqui/RS. Palavras-Chave: Números Naturais, Resolução de Problemas, Estágio Curricular, Educação Matemática. INTRODUÇÃO O conceito de Números Naturais pertence ao campo da Matemática Números e Operações. Nesse sentido, o entendimento acerca deste conceito acontece por meio de um processo de diferentes finalidades. (PCN, 1998). Desta forma, este documento sublinha que: [...] para que sua aprendizagem se consolide é necessário desenvolver, ao longo dos terceiro e quarto ciclos, um trabalho sistemático de exploração das funções dos naturais (quantificar, ordenar, codificar), de análise e produção de números que expressem diferentes ordens de grandeza e do reconhecimento da característica posicional de sua escrita, de interpretação de suas variadas formas de representação (canônica, decomposta, fatorada, polinomial, científica). (PCN, 1998, p.97). Sendo assim, de forma geral, objetiva-se realizar discussões teóricas acerca do ensino e aprendizagem conceito de Números Naturais. Além disso, pretende-se relatar a práxis pedagógica realizada por um acadêmico do curso de Matemática-Licenciatura da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA – Campus Itaqui/RS, explorando a resolução de problemas como opção metodológica, entendidas como essenciais para a atividade matemática. METODOLOGIA A atividade docente realizou-se em uma turma de 6º ano em uma escola municipal do município de Itaqui/RS, composta por 18 estudantes. Para tanto, optou-se trabalhar com a resolução de problemas como opção metodológica fundamentadas nas ideias de Smole e Diniz (2001) e PCN (1998). Cabe destacar que o período da realização da práxis compreendeu-se entre os meses de março a junho de 2016, totalizando uma carga horária de 54h/a. A resolução de problemas como opção metodológica tem sido bastante problematizada e discutida no âmbito da Educação Matemática nos últimos anos, por professores, educadores, pesquisadores e elaboradores de currículos (SMOLE & DINIZ, 2001). Sendo assim, na concepção de Smole e Diniz (2001, p. 89), a resolução de problemas corresponde: “a um modo de organizar o ensino o qual envolve mais aspectos puramente metodológicos, incluindo uma postura frente ao que é ensinar e, consequentemente, do que significa aprender”. Ainda, Smole e Diniz (2011) explicitam que a resolução de problemas amplia-se na medida em que esse processo não se restringe a um simples método ou uma mera orientação didática. E, desta forma, a resolução de problemas parte do pressuposto de que não haja algoritmos prontos, nem tampouco solução evidente. Faz-se necessária que se tenha uma compreensão do enunciado do problema, por meio da coleta de informações pertinentes, levantamento de conjecturas, para ir à busca de uma solução. Esta perspectiva rompe com a linearidade com a qual alguns conceitos são trabalhados, aqueles problemas/situações/exercícios ditos como convencionais, e que geralmente são propostos aos estudantes. Sob a ótica dos PCN (1998) a resolução de problemas é o ponto de partida da atividade matemática, contrapondo a simples reprodução de exercícios que por muitas vezes, são desprovidos de significado. Desta forma, esta opção metodológica, apontada pelos Parâmetros, evidencia a concepção de uma aprendizagem significativa, por meio de situações de caráter desafiador, utilizando de estratégias de resolução coerentes com a situação apresentada. Desta forma, os resultados e discussão desta pesquisa são problematizados. Anais do 8º Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa RESULTADOS E DISCUSSÃO Os planejamentos foram organizados e aplicados na tentativa de explorar o conceito de Números Naturais por meio de situações-problema, fazendo com que os estudantes compreendessem o referido conceito, interpretando-o e não apenas memorizando um processo matemático. Trabalhou-se as quatro operações entre os Números Naturais, bem como algumas propriedades e ideias associadas a essas operações. Destaca-se aqui, uma situação-problema potencializada em uma das aulas ministradas pelo professor estagiário (figura 1): Figura 1: Situação apresentada aos estudantes Fonte: Excerto retirado de um dos planos de aula do estagiário A atividade acima, caracterizada como uma situação – problema, no qual não há uma série de passos a serem seguidos, ou seja, o estudante precisa interpretar a situação para verificar ao final qual é o valor que falta para completar R$ 200,00. Cabe destacar que foram realizados encaminhamentos para esta situação. Apesar de considerar esta atividade complexa para o início do Estágio, mostrou-se potencial na identificação dos limites e potencialidades de cada estudante. Algumas respostas do tipo “Se Patricia tem o triplo da quantia de Júlia, precisamos saber quanto tem Júlia e multiplicar por três, pois é o triplo” foram notadas por alguns estudantes, verificando o seu entendimento em parte da situação. Após encontrar os valores de cada pessoa, os estudantes somariam estes valores. Realizado isso, dado no problema que o valor total era R$ 200,00, desta forma, subtraía-se este valor da soma realizada, encontrando o valor que faltava para completar a quantia solicitada. Notaram-se algumas dificuldades por parte dos estudantes, estando ligadas a interpretação e extração dos dados de um problema matemático. Além disso, no processo de resolução das situações, muitos estudantes não entendiam que, a operação de subtração estava ligada a diferença, da mesma forma que o produto refere-se à multiplicação e o quociente a operaçãode divisão. Algumas confusões no tratamento numérico foram observadas, ao passo que alguns estudantes não conseguiam multiplicar ou dividir números com mais de dois algarismos. Destaca-se que a metodologia utilizada tornou-se apropriada para a turma, no momento em que os estudantes envolveram-se com afinco na proposta do estágio, mesmo apresentando dificuldades. Ainda, observou-se que algumas dificuldades foram amenizadas, principalmente no que tange a interpretação das situações. Posteriormente, situações análogas foram exploradas. Além disso, alguns gráficos e tabelas foram problematizados na tentativa de explorar aspectos da geometria e o conceito de Números Naturais. CONCLUSÕES A maioria dos estudantes envolveu-se na proposta do Estágio. A turma mostrou-se bastante participativa e colaborativa, respondendo aos questionamentos do estagiário. Ainda, observou-se que os estudantes não estão acostumados com este tipo de metodologia, entendidas aqui como essenciais para atividade em matemática, pois nas situações apresentadas, muitas não estavam pautadas no paradigma do exercício, onde não há algoritmos prontos. Considera-se que este tipo de metodologia desenvolve diversas capacidades, como por exemplo, a abstração de diversos conceitos, em especial o conceito de Números Naturais por meio da interpretação e extração dos dados de um problema matemático. Por fim, entende-se que a práxis pedagógica foi bastante significativa, potencializando o desenvolvimento do pensamento matemático neste nível de ensino. REFERÊNCIAS BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Secretaria da Educação fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. SMOLE, K.S. DINIZ, M.I. Ler, escrever e resolver problemas: Habilidades básicas para aprender Matemática. In: Resolução de Problemas e Comunicação. Porto Alegre – RS, Editora Artmed, 2001. Anais do 8º Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa